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INTRODUÇÃO AO
SISTEMA ENDÓCRINO
Aula 1
VISÃO GERAL DO SISTEMA
ENDÓCRINO
Visão geral do sistema endócrino
Olá, estudante! Nesta videoaula, você irá conhecer as estruturas e
funções do sistema endócrino, além de compreender a classificação
e síntese dos diferentes tipos de hormônios, seus mecanismos de
controle e como exercem suas ações no nosso organismo. Prepare-
se para uma jornada de aprendizado enriquecedora e estimulante!
Aproveite para explorar as complexidades do sistema endócrino e
sua relevância para suas habilidades profissionais. Não perca tempo
e acompanhe agora mesmo a videoaula!
Ponto de Partida
Nesta aula, você, estudante, irá iniciar o estudo do sistema
endócrino. Você conhecerá um pouco mais da anatomia desse
sistema e suas principais características funcionais. Você será
capaz de reconhecer como os hormônios, produzidos por esse
sistema, influenciam em uma variedade de processos fisiológicos,
desde o crescimento e desenvolvimento até o metabolismo e a
reprodução. Você também compreenderá os complexos caminhos
pelos quais os hormônios exercem sua ação no nosso organismo,
tornando possível a compreensão e aplicação desses
conhecimentos no seu dia a dia profissional. Então, não perca
tempo! Venha explorar os segredos do sistema endócrino e
descobrir como aplicar esses conhecimentos no seu cotidiano
profissional!
A partir de agora você vai acompanhar o caso de Pedro, um
estudante de graduação da área da saúde. Pedro adora andar de
bicicleta no parque de sua cidade. Enquanto passeava pelo parque,
ele encontrou seu amigo João, um atleta de alta performance. Como
fazia muito tempo que não se encontravam, acabaram conversando
bastante e, durante essa conversa, João revelou a Pedro que havia
começado a usar esteroides anabolizantes para melhorar seu
desempenho nas pistas de corrida. Ele comentou que estava
fazendo uso de hormônio do crescimento. Pedro, embora tenha
ficado preocupado com seu amigo, devido aos riscos potenciais que
esse hormônio pode causara à saúde, também ficou intrigado com
que seu amigo tinha acabado de comentar. Até onde ele se
lembrava da aula sobre hormônios, o hormônio do crescimento não
era um esteroide. Para Pedro, seu amigo João havia cometido um
engano ao classificar o hormônio do crescimento como um esteroide
anabolizante. Intrigado, Pedro decide buscar informações para
esclarecer algumas dúvidas: o hormônio do crescimento é um
esteroide anabolizante? Como é a classificação dos hormônios?
Quais são os potenciais riscos à saúde associados ao uso
indiscriminado de hormônio do crescimento? Você, estudante, pode
ajudar a solucionar as dúvidas de Pedro. Vamos lá?! 
Vamos Começar!
O sistema endócrino é um dos principais sistemas reguladores do
nosso organismo. Ele é composto por um grupo de glândulas e
órgãos que modulam várias funções essenciais para a adaptação e
o funcionamento adequado do nosso organismo, como regulação do
metabolismo, regulação do meio interno (temperatura, balanço
hídrico e de íons), da reprodução, do crescimento e do
desenvolvimento. São componentes desse sistema: a hipófise, a
tireoide, as paratireoides, as adrenais, as gônadas (ovários e
testículos), a pineal e o pâncreas.
Figura 1 | Visão geral do sistema endócrino. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
Essa regulação exercida pelos componentes do sistema endócrino
ocorre por meio da liberação de mensageiros químicos no sangue,
denominados hormônios. Os hormônios são secretados pelas
glândulas do sistema endócrino ou por células especializadas no
líquido intersticial e se difundem para os capilares sanguíneos,
sendo transportados para as células-alvo (células que expressam o
receptor específico para determinado hormônio secretado e, assim,
podem ser influenciadas por ele), onde irão atuar modulando a
função celular. Os hormônios que caem na corrente sanguínea e
atuam em células-alvo distantes, são chamados de hormônios
circulantes. Nesse caso, trata-se de hormônios endócrinos. A
maioria dos hormônios encontra-se nessa categoria. Hormônios que
atuam nas células vizinhas, os hormônios locais, são chamados de
parácrinos. Hormônios que atuam nas mesmas células que os
secretaram são chamados de autócrinos. Quando se ligam a seus
receptores específicos na célula-alvo, os hormônios podem atuar
controlando: 1) a taxa de reações enzimáticas; 2) o transporte de
íons ou moléculas através da membrana celular; ou 3) a expressão
gênica e a síntese proteica. Assim, a resposta biológica aos
hormônios é desencadeada pela ligação a receptores hormonais
específicos nas células-alvo. Os hormônios circulam em
concentrações muito baixas, de modo que o receptor precisa ter
afinidade e especificidade elevadas pelo hormônio para que uma
resposta biológica seja produzida. A afinidade é um reflexo do grau
de intensidade da interação entre o hormônio e o receptor, ou seja, a
força da ligação entre eles. Quanto maior a afinidade entre o
hormônio e o receptor, maior a chance de ocorrer a ligação e a
ativação do receptor em resposta à concentração do hormônio no
ambiente celular. A especificidade se refere à capacidade de o
receptor reconhecer e se ligar apenas a um determinado tipo de
hormônio ou molécula. Cada receptor hormonal é projetado de
forma única para se ligar a um hormônio específico, ou a uma classe
específica de hormônios, devido à sua estrutura molecular única e
ao arranjo específico de seus sítios de ligação. Isso garante que
apenas o hormônio correto seja capaz de se encaixar e ativar o
receptor correspondente, desencadeando uma resposta celular
específica.
 
Siga em Frente...
Os hormônios podem ser classificados em três classes químicas
principais: amínicos, esteroides e peptídicos. Os hormônios
amínicos são derivados dos aminoácidos triptofano e tirosina. Nesse
grupo estão os hormônios tireoidianos (tiroxina e triiodotironina), as
catecolaminas (epinefrina, norepinefrina e dopamina) e a
melatonina. Os hormônios esteroides são derivados do colesterol e
são sintetizados no córtex da glândula suprarrenal, nas gônadas e
na placenta. Esses hormônios são lipossolúveis, circulam no plasma
ligados a proteínas e atravessam a membrana plasmática para se
ligarem a receptores intracelulares (citoplasmáticos ou nucleares).
São exemplos de hormônios esteroides a testosterona, o estrógeno,
o cortisol e a aldosterona. Os hormônios peptídicos ou proteicos
constituem a maioria dos hormônios e são compostos de
aminoácidos unidos. Esses hormônios são hidrossolúveis e são
sintetizados na forma de pré-pró-hormônios, sofrendo posterior
processamento pós-traducional, produzindo a forma ativa do
hormônio. Esta é armazenada em grânulos secretores ou em
vesículas, sendo posteriormente liberada por exocitose. Como são
hidrossolúveis, os hormônios peptídicos, geralmente, não
conseguem atravessar a bicamada lipídica da membrana celular e
entrar na célula-alvo. Assim, para realizar a sua ação na célula-alvo,
esse tipo de hormônio precisa se ligar a receptores presentes na
superfície da membrana celular, desencadeando uma cascata de
sinalização de eventos intracelulares, que resultam em uma
resposta biológica específica. Exemplos desses hormônios incluem
a insulina, o glucagon, o hormônio do crescimento e a vasopressina.
As concentrações plasmáticas hormonais oscilam ao longo do dia,
exibindo picos e depressões que são específicos para cada
hormônio. Esse padrão variável de secreção hormonal é
determinado pela interação e integração de múltiplos mecanismos
de controle, que incluem fatores hormonais, neurais, nutricionais e
ambientais, que regulam tanto a secreção constitutiva (basal) quanto
a secreção estimulada (níveis máximos) dos hormônios. Essa
liberação periódica e pulsátil dos hormônios é essencial para
garantir que os órgãos-alvo recebam sinais hormonais de maneira
eficiente e coordenada, permitindo respostas fisiológicas
apropriadas. O principal mecanismo regulador da secreção
hormonal é a retroalimentação. Muitas das células endócrinas
funcionam como sensores que monitoram continuamente asbiossíntese dos androgênios e glicocorticoides, ou seja, são
derivados do colesterol. Nas células da teca, o LH estimula a
conversão do colesterol em pregnenolona, que é metabolizada em
progesterona pela 3β-HSD. Na próxima etapa, a progesterona é
convertida a 17 (OH) progesterona pela enzima 17α-hidroxilase e
este último esteroide em androstenediona pela 17, 20-desmolase. A
partir da androstenediona temos a conversão da testosterona pela
enzima 17β-HSD. Os andrógenos aromatizáveis, androstenediona e
testosterona, produzidos nas células da teca se difundem pela
membrana basal e atingem as células da granulosa. Neste local, a
androstenediona é convertida a testosterona, pela enzima 17β-HSD,
ou aromatizada, por ação da aromatase, em estrona, a qual pode
ser posteriormente metabolizada a estradiol pela 17β-HSD. A
testosterona, nas células da granulosa, pela ação da aromatase, é
convertida em estradiol, principal estrogênio produzido pelos
ovários. O estradiol e a progesterona exercem suas ações
fisiológicas ao se ligarem a receptores para estrogênio e receptores
para progesterona presentes nas células-alvo. Os efeitos fisiológicos
do estradiol geralmente envolvem efeitos proliferativos, como
crescimento e diferenciação das células ciliadas nas tubas uterinas,
crescimento do endométrio e miométrio uterino, aumento da
vascularização uterina, crescimento e desenvolvimento das mamas,
fechamento das placas epifisárias nos ossos longos, padrão
feminino de deposição de gordura e libido. Já a progesterona é
responsável principalmente por efeitos secretores, como aumento
da secreção das glândulas uterinas, redução da contratilidade
uterina (efeito antiabortivo), aumento da atividade das células
secretoras da tuba uterina, estímulo do aumento e proliferação das
células alveolares na mama, aumento da temperatura corporal no
pós-ovulação, estímulo do apetite e efeitos analgésicos. Na mulher,
assim como se observa nos homens, as gonadotrofinas são
secretadas principalmente em resposta ao GnRH, o qual exerce um
efeito estimulatório sobre os gonadotrofos. Nos ovários, as
gonadotrofinas estimulam a foliculogênese e a secreção de
estrogênios e progesterona. Porém, os esteroides gonadais,
estradiol e progesterona, podem regular a liberação das
gonadotrofinas por mecanismo de retroalimentação negativa
exercida sobre os gonadotrofos na adeno-hipófise e sobre os
neurônios produtores de GnRH no hipotálamo. Dessa forma, quando
a secreção de estradiol ou progesterona aumenta, por
retroalimentação negativa, a liberação de gonadotrofinas é inibida.
Por outro lado, quando as concentrações plasmáticas dos
esteroides sexuais femininos estão baixas, aumenta a secreção de
gonadotrofinas pela adeno-hipófise.
Algumas doenças podem estar associadas aos hormônios
gonadotrópicos e/ou produção de esteroides sexuais estimulados
por esses hormônios. A seguir, são apresentados alguns desses
distúrbios em mulheres:
Cistos ovarianos: são tumores benignos bastante comuns em
mulheres. Esses cistos se formam pela obstrução do ducto de
um folículo ovariano, levando à formação de cavidade que se
enche de líquido, formando um cisto. Geralmente são
assintomáticos e regridem espontaneamente, não necessitando
tratamento. Contudo, em alguns casos pode haver o
crescimento expressivo ou sangramento no interior do cisto,
causando desconforto e dor difusa no lado afetado,
necessitando remoção cirúrgica.
Tumores da célula da granulosa: são tumores associados à
produção excessiva de estrogênios. Geralmente ocorrem após
a menopausa, mas também podem se desenvolver durante o
período fértil na mulher e, nesse caso, acarretam em distúrbios
no ciclo menstrual. O tratamento inclui excisão cirúrgica,
quimioterapia e/ou radioterapia.
Agora que você conheceu como ocorre a síntese das gonadotrofinas
e quais as funções que esses hormônios exercem no nosso
organismo, você é capaz de compreender a importância do
conhecimento desse tema para uma atuação profissional adequada
e segura, visando o bem-estar e a promoção da saúde. 
Vamos Exercitar?
Agora que você conheceu e aprendeu a respeito das gonadotrofinas
e suas funções, vamos retomar a situação-problema. A partir de
agora, vamos considerar que você seja o Miguel, um graduando da
área da saúde, e que está conversando com seu primo Paulo,
durante uma reunião familiar. Nesse momento, Paulo está
comentando com você que andou bastante preocupado com o pai,
de 45 anos, que andava deprimido e incomodado com sua “careca”.
Com a ajuda da família, seu pai buscou atendimento médico e foi
diagnosticado com calvície de padrão masculino. Como tratamento
inicial, o médico sugeriu a utilização de um inibidor da 5α-redutase,
o que evitaria a queda dos cabelos do couro cabeludo. Curioso para
entender o caso do pai, Paulo fez os seguintes questionamentos a
você: “Por que meu pai está perdendo cabelo da cabeça? Isso
acontece mais com os homens? Por que o médico indicou um
inibidor da 5α-redutase para o tratamento?”. Agora você já é capaz
de responder ao Paulo. Vamos lá?!
Primeiramente, devemos lembrar que as gonadotrofinas LH e FSH
são responsáveis por várias funções no organismo masculino. No
testículo, o FSH atua na estimulação da espermatogênese
(formação do gameta masculino), via células de Sertoli; enquanto o
LH atua principalmente nas células de Leydig estimulando a
esteroidogênese, levando à produção de androgênios, sendo o
principal a testosterona. Esta pode alcançar a circulação sanguínea
e ser convertida perifericamente em 5α-di-hidrotestosterona (DHT),
um potente andrógeno. Essa conversão da testosterona em DHT
ocorre por ação da enzima 5α-redutase em tecidos como os
folículos pilosos do couro cabeludo. Dessa forma, o DHT, atuando
sobre receptores para androgênios presentes nos folículos pilosos
dessa região, contribui para o padrão de calvície em indivíduos que
apresentam predisposição. Assim, a 5α-redutase é uma enzima
limitante para a produção da DHT e, por isso, inibidores dessa
enzima são utilizados para o tratamento de calvície de padrão
masculino. A inibição dessa enzima-chave reduz drasticamente a
produção de DHT e, consequentemente, diminui a ação desse
hormônio sobre os folículos pilosos do couro cabeludo. 
Saiba Mais
Síntese, liberação e alça de feedback
do FSH e LH
As gonadotrofinas LH e FSH exercem seus efeitos fisiológicos sobre
as gônadas masculina e feminina e uma de suas ações é
exatamente estimular a gametogênese, ou seja, o desenvolvimento
e maturação do gameta masculino (espermatogênese) e feminino
(foliculogênese). Você sabe quais são os eventos que acontecem
durante a gametogênese masculina e feminina?
Para saber mais sobre esse assunto, leia as seguintes obras
disponíveis na Biblioteca Virtual:
FERNANDES, C. L. Sistema reprodutor masculino. In: CURI,
R.; PROCÓPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017. cap. 55, p. 773-775.
MOLINA, P. E. Fisiologia endócrina. 5. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2021. cap. 9, p. 225-227.
Gônadas masculina e feminina e ações
dos hormônios sexuais
Os hormônios sexuais femininos desempenham um papel
fundamental na saúde e no bem-estar das mulheres. Estrógeno e
progesterona, produzidos pelos ovários, são essenciais para regular
o ciclo menstrual, promover o desenvolvimento dos órgãos
reprodutivos e manter a saúde óssea. Além disso, esses hormônios
influenciam o funcionamento do sistema cardiovascular, o humor e
até mesmo a saúde da pele e do cabelo. Compreender a
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527732307/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:87
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558040071/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3DCapa.xhtml]!/4/2/4%4051:77
importância e as funções dos hormônios sexuais femininos é
essencial para profissionais da saúde no diagnóstico e tratamento
de distúrbios hormonais e na promoção da saúde reprodutiva e geral
das mulheres.
Para saber mais sobre os efeitos biológicos dos hormônios sexuais
femininos, leia a seguinte obra disponívelna Biblioteca Virtual:
LIMA, F. B.; SERTIÉ, R. A. L. Sistema reprodutor feminino. In:
CURI, R.; PROCÓPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. cap. 56, p. 792-795.
Doenças e farmacoterapias
associadas aos hormônios
gonadotróficos
As doenças associadas aos hormônios gonadotróficos representam
um campo vasto e complexo na endocrinologia, com importantes
implicações para a saúde reprodutiva e o bem-estar geral. Estas
condições podem afetar tanto homens quanto mulheres e incluem
uma variedade de distúrbios, desde problemas na produção e
regulação dos hormônios FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH
(hormônio luteinizante) até desequilíbrios hormonais que podem
levar a disfunções no ciclo menstrual, infertilidade, hiper ou
hipogonadismo e distúrbios relacionados à puberdade.
Compreender essas doenças é essencial para o diagnóstico
precoce e o desenvolvimento de estratégias de tratamento eficazes,
visando proporcionar qualidade de vida e saúde reprodutiva aos
pacientes.
Para saber mais sobre as doenças associadas aos hormônios
gonadotróficos, leia a seguinte obra disponível na Biblioteca Virtual:
BENSINGER, H.; WALLER, M. Doenças do sistema genital
feminino. In: NORRIS, T. L. Porth: fisiopatologia. 10. ed. Rio de
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527732307/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:13
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737876/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:87
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737876/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:87
Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. cap. 45, p. 1281-1310.
 
 
Referências Bibliográficas
AIRES, M. M. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2018.
CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.
MOLINA, P. E. Fisiologia endócrina. 5. ed. Porto Alegre: AMGH,
2021.
NORRIS, T. L. Porth: fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2021. SILVERTHORN, D. U. Fisiologia
humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed,
2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. 
Encerramento da Unidade
INTRODUÇÃO AO SISTEMA
ENDÓCRINO
Videoaula de Encerramento
Olá, estudante! Nesta videoaula, você irá continuar a jornada
fascinante pelo sistema endócrino, explorando conceitos essenciais
que são fundamentais para a sua prática profissional. Você já
desvendou vários mistérios que vão desde sua estrutura e
funcionamento básico até os complexos eixos de regulação
hormonal. Agora, convido você a continuar nessa jornada! Assista à
videoaula e descubra como o conhecimento sobre o sistema
endócrino pode enriquecer e transformar a sua prática profissional.
Não perca!
Ponto de Chegada
Para desenvolver a competência desta Unidade, que é "Conhecer
as características anatômicas e funcionais das estruturas do sistema
endócrino, compreender a regulação hormonal e suas implicações
nos processos orgânicos e entender os diferentes tipos de
hormônios e sua regulação", você primeiramente explorou as
características anatômicas e funcionais das glândulas endócrinas.
Depois, entendeu que essas estruturas participam da regulação de
processos vitais em nosso organismo. Ainda, analisou os diferentes
tipos de hormônios, como são produzidos e regulados, e suas
diversas funções no corpo humano. Por fim, você também explorou
hormônios produzidos pelo sistema hipotálamo-hipófise,
compreendendo seus órgãos-alvo e as ações fisiológicas que
desencadeiam. Assim, a abordagem desses assuntos ao longo da
unidade permitiu consolidar seu entendimento a respeito e incentivá-
lo a refletir sobre os assuntos abordados e como aplicar esses
conhecimentos em contextos práticos. 
É Hora de Praticar!
Nessa semana, um grupo de estudantes da área da saúde irá
acompanhar a rotina do Serviço de Urgência do Hospital de sua
Universidade. Uma das atividades a ser realizada durante esse
período será o acompanhamento de alguns casos clínicos de
pacientes atendidos pelo Hospital Universitário. No primeiro dia de
atividades, um dos alunos do grupo acompanhou o caso da paciente
R.P.S., de 24 anos. A paciente chegou ao Serviço de Urgência
queixando-se de dor intensa no peito, com sensação de aperto na
região, que durou cerca de três horas e que ela havia associado à
fadiga muscular após um treinamento, visto que era praticante de
fisiculturismo. Aproximadamente 24 horas após esse episódio,
houve recorrência da dor, que passou a se agravar com a inspiração
e, por isso, a paciente procurou o Serviço de Urgência. A paciente
não apresentava fatores de risco cardiovascular ou comorbidades
relevantes conhecidas. Também foi relatado o consumo regular nos
últimos seis meses dos seguintes esteroides anabolizantes:
oxandrolona, mesterolona e cipionato de testosterona. Após o
Reflita
Quais são as principais glândulas endócrinas e suas funções
no corpo humano?
Como os diferentes tipos de hormônios são classificados e
regulados no organismo?
Quais são os principais hormônios produzidos pelo sistema
hipotálamo-hipófise e suas ações fisiológicas? 
exame clínico detalhado e vários exames, a paciente foi
diagnosticada com infarto agudo do miocárdio e, devido ao quadro,
permaneceu internada por oito dias até receber alta hospitalar.
Para incentivar as discussões a respeito do caso apresentado, o
supervisor da equipe sugeriu que os estagiários iniciassem as
discussões relembrando alguns conceitos anatômicos e funcionais a
respeito dos hormônios gonadotróficos e a produção de esteroides
sexuais. Para tal, o supervisor da equipe levantou os seguintes
questionamentos aos alunos de graduação: Vocês saberiam explicar
por que a paciente recorreu ao uso de esteroides anabolizantes?
Quais seriam os seus efeitos fisiológicos? Existe relação entre o
infarto agudo do miocárdio apresentado pela paciente e o uso de
androgênios como esteroides anabolizantes?
Reflita
Como você, no lugar desses estudantes, responderia a todos esses
questionamentos? 
Resolução do estudo de caso
Você já viu vários conceitos importantes a respeito da ação das
gonadotrofinas sobre as gônadas, tanto masculina quanto feminina.
Você já sabe que essas glândulas são responsáveis pela produção
de diferentes esteroides sexuais, sendo a testosterona o principal no
homem e, na mulher, o estradiol e progesterona. Na mulher, também
temos a produção de androgênios, pelas adrenais e ovários; porém,
os níveis plasmáticos são baixos quando comparados aos níveis
apresentados por um homem. Contudo, os androgênios nas
mulheres exercem funções importantes como estimulação do
crescimento dos pelos púbicos, pelos axilares e manutenção do
impulso sexual. Porém, os andrógenos em excesso podem causar
na mulher o que chamamos de virilismo. Nesse observa-se o
desaparecimento do padrão feminino de distribuição de gordura,
aumento da massa muscular esquelética, engrossamento da voz,
aumento do clitóris, diminuição das mamas, aparecimento de acne e
aumento de pelos pelo corpo, assumindo um padrão masculino de
distribuição. Muitos indivíduos buscam o uso de androgênios
exógenos buscando o “corpo perfeito”, exatamente pelas ações
fisiológicas que eles apresentam sobre diferentes tecidos-alvo no
corpo humano e que podem favorecer a obtenção mais rápida desse
padrão estético. Dentre as várias ações dos androgênios temos:
efeitos anabólicos no músculo esquelético, eritropoese,
espessamento das cordas vocais (voz grave), lipólise (quebra da
gordura corporal), desenvolvimento da genitália externa, padrão
masculino dos pelos pubianos e da distribuição dos pelos pelo corpo
e aumento da secreção das glândulas sebáceas. Além dessas
ações, tem sido reportado ao uso de esteroides anabolizantes a
isquemia miocárdica, predispondo ao infarto agudo do miocárdio;
alterações comportamentais, como irritabilidade e agressividade;
câncer hepático, devido a hepatoxicidade das drogas; entreoutros.
Embora, os esteroides anabolizantes sejam utilizados clinicamente
para o tratamento de deficiências androgênicas como o
hipogonadismo e puberdade atrasada, atualmente o seu uso
indiscriminado e sem prescrição e/ou acompanhamento médico vem
crescendo, muito devido aos seus efeitos anabólicos (aumento de
massa muscular e ganho de força física). Juntamente com o
aumento do uso dos esteroides anabolizantes, crescem os riscos
associados em uma população relativamente jovem em busca de
um padrão “ideal” de corpo. 
Dê o play!
Assimile
Estudante, você está convidado a embarcar a partir de agora na
jornada fascinante pelo sistema endócrino, explorando as
informações ricas e instigantes presentes neste infográfico. Entenda
o processo de biossíntese dos hormônios sexuais! Vamos lá?
Referências
AIRES, M. M. Fisiologia. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2018.
CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia básica. 2 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.
MOLINA, P. E. Fisiologia endócrina. 5 ed. Porto Alegre: AMGH,
2021.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.concentrações plasmáticas de variáveis que regulam a secreção
hormonal, como variáveis metabólicas (por exemplo, aumento ou
diminuição da glicemia) ou variações na concentração plasmática de
outro hormônio. Quando essas células endócrinas detectam
alterações nessas variáveis, elas respondem ajustando sua própria
secreção hormonal. Se as concentrações de glicose no sangue
estiverem altas, por exemplo, as células beta do pâncreas secretam
mais insulina para ajudar a reduzir a glicose sanguínea. Essa
regulação finamente ajustada da secreção hormonal garante que as
concentrações de substâncias essenciais ao corpo sejam mantidas
dentro de uma faixa estreita e que as respostas hormonais sejam
adequadas às demandas fisiológicas do organismo. Existem dois
tipos de retroalimentação no sistema endócrino, a retroalimentação
negativa e a retroalimentação positiva. Na retroalimentação
negativa, o aumento das concentrações hormonais no sangue,
geralmente, leva a uma resposta que diminui a produção ou a
liberação adicional desse hormônio, ajudando a manter as
concentrações dentro de uma faixa normal. Após uma refeição, por
exemplo, as concentrações de glicose no sangue aumentam,
estimulando as células β pancreáticas a secretar insulina. A insulina
promove a captação de glicose pelas células e, com isso, reduz as
concentrações de glicose no sangue. Uma vez que as
concentrações de glicose são normalizadas, as próprias células β do
pâncreas detectam a situação, diminuindo o ritmo de secreção de
insulina, evitando uma queda excessiva de glicose no sangue. Este
é o tipo mais comum de retroalimentação no sistema endócrino e é
essencial para regular a maioria dos hormônios. Por outro lado, na
retroalimentação positiva, a resposta a um estímulo leva a um
aumento ainda maior na produção ou liberação do hormônio,
amplificando o efeito do estímulo inicial. Esse tipo de
retroalimentação é menos comum no sistema endócrino, mas
desempenha papéis importantes em processos como as
concentrações uterinas no trabalho de parto e a ovulação.
Figura 2 | Retroalimentação negativa e positiva. Fonte: adaptada de Silverthorn (2017, p. 17).
Embora o mecanismo de retroalimentação seja o principal regulador
do sistema endócrino, ele não é exclusivo, a secreção hormonal
também pode ser regulada por sinais provenientes do sistema
nervoso. O sistema nervoso autônomo, por exemplo, pode
influenciar diretamente a atividade das glândulas endócrinas. Sua
divisão simpática pode estimular a medula adrenal a secretar
catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) em resposta a situações
de estresse. Já sua divisão parassimpática pode influenciar a
atividade das células β do pâncreas, estimulando a secreção de
insulina. Além disso, algumas áreas do cérebro, como o hipotálamo,
produzem neuro-hormônios que controlam a atividade das glândulas
endócrinas. O hipotálamo, por exemplo, produz o hormônio liberador
de corticotrofina (CRH), que estimula a liberação de hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH) pela hipófise anterior, influenciando
assim a atividade das glândulas adrenais. Alguns reflexos do
sistema nervoso também podem desencadear respostas hormonais,
como o reflexo de sucção em bebês, que estimula a secreção de
ocitocina, hormônio responsável pela ejeção do leite materno.
Agora que você conheceu a estrutura e as funções do sistema
endócrino, como são classificados os hormônios e como podem ser
regulados, você é capaz de compreender a importância do
conhecimento desses temas para uma boa atuação profissional. 
 
 
Vamos Exercitar?
Agora que você conheceu e aprendeu a respeito da estrutura e
funções do sistema endócrino e como os hormônios são
classificados e regulados, vamos retomar a situação-problema. A
partir de agora, vamos considerar o caso de Pedro, um estudante de
graduação da área da saúde. Ele adora andar de bicicleta no parque
de sua cidade e, em um de seus passeios, encontrou seu amigo
João, um atleta de alta performance. Durante a conversa, João
revelou que havia começado a usar esteroides anabolizantes para
melhorar seu desempenho nas pistas de corrida. Ele comentou que
estava fazendo uso de hormônio do crescimento. Pedro ficou
preocupado com seu amigo, devido aos potenciais riscos à saúde
do amigo, mas ficou intrigado com o comentário de João. Até onde
ele se lembrava, o hormônio do crescimento não era um esteroide.
Para Pedro, João havia cometido um engano ao classificar o
hormônio do crescimento como um esteroide anabolizante.
Intrigado, Pedro decide buscar informações para esclarecer as
seguintes dúvidas: o hormônio do crescimento é um esteroide
anabolizante? Como é a classificação dos hormônios? Quais são os
potenciais riscos à saúde associados ao uso indiscriminado de
hormônio do crescimento? Agora você já é capaz de responder às
dúvidas de Pedro. Vamos lá?!
Primeiramente, é importante lembrar que hormônio é uma
substância química produzida por células das glândulas endócrinas
ou por células especializadas. Os hormônios desempenham uma
variedade de funções vitais no corpo humano, controlando e
regulando uma ampla gama de processos fisiológicos. De acordo
com sua estrutura química, os hormônios podem ser classificados
em: 1) amínicos, que são derivados dos aminoácidos triptofano e
tirosina, como as catecolaminas e hormônios tireoidianos; 2)
esteroides, que são derivados do colesterol e são lipossolúveis,
como a testosterona, o estrógeno e o cortisol; e 3) peptídicos, que
são hidrossolúveis, sendo inicialmente sintetizados na forma de pré-
pró-hormônios e, após processamento pós-traducional, se
convertem na forma ativa do hormônio. Esses hormônios são
armazenados em grânulos secretores ou em vesículas e depois
liberados por exocitose. Não atravessam a bicamada lipídica da
membrana celular na célula-alvo, assim, precisam se ligar a
receptores presentes na superfície da membrana celular para ativar
uma cascata de sinalização intracelular e, consequentemente, uma
resposta específica. Fazem parte desse grupo de hormônios a
insulina, o glucagon, o hormônio do crescimento e a vasopressina.
Desse modo, Pedro estava correto ao ficar intrigado quando João
comentou que usava o hormônio do crescimento como um esteroide
anabolizante. Na verdade, o hormônio do crescimento não pode ser
chamado de esteroide porque ele é um hormônio peptídico e. Os
esteroides anabolizantes são compostos sintéticos que imitam a
ação da testosterona, tendo efeitos anabolizantes (construção de
tecido muscular) e androgênicos (características sexuais
masculinas). Trata-se de substâncias diferentes com mecanismos
de ação distintos. É importante ressaltar que o uso indiscriminado de
hormônio do crescimento pode estar associado a vários riscos à
saúde, incluindo: crescimento descontrolado de tecidos, como
aumento de órgãos internos e potencial para o desenvolvimento de
câncer; alterações metabólicas, como resistência à insulina,
aumento do risco de diabetes e dislipidemia; alterações no equilíbrio
hormonal do corpo, que podem levar a distúrbios endócrinos; efeitos
colaterais diversos, como dores articulares, retenção de líquidos,
acromegalia (aumento exagerado de partes do corpo) e hipertensão
arterial. Assim, o uso de hormônio do crescimento deve ser
estritamente supervisionado por profissionais de saúde e utilizado
apenas para indicações médicas específicas, como deficiência de
crescimento em crianças ou adultos. O uso indevido ou sem
orientação médica pode acarretar sérios danos à saúde. 
Saiba Mais
Estruturas e funções do sistema
endócrino
O sistema endócrino é composto por diversas glândulas endócrinas,
como a hipófise, tireoide, paratireoides, adrenais, gônadas e
pâncreas, além de órgãos que produzem hormônios, como o
hipotálamo e a glândula pineal. Essas glândulas secretam
hormônios diretamente na corrente sanguínea, regulando uma
ampla gama de processos fisiológicos. Mas para tal, trabalha em
conjunto com o sistema nervoso, coordenando as atividades do
organismo, permitindo, dessa forma, a manutenção da homeostase
corporal.
Para explorarmais sobre esse tema, leia a seguinte obra disponível
na Biblioteca Virtual:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.
cap. 18, p. 646-650.
Classificação e síntese dos hormônios
Os hormônios desempenham um papel fundamental no
funcionamento do corpo humano, atuando como mensageiros
químicos que coordenam uma variedade de processos fisiológicos.
Desde a regulação do metabolismo e do crescimento até a
reprodução e resposta ao estresse, os hormônios desempenham
funções essenciais em praticamente todos os sistemas do
organismo. Eles ajudam a manter o equilíbrio interno do corpo,
conhecido como homeostase, garantindo que as células recebam os
sinais adequados para funcionar corretamente. Assim, a importância
dos hormônios para a saúde e o bem-estar do corpo humano é
inestimável, destacando sua complexidade e relevância na
manutenção da vida. Diante de todas essas funções importantes
exercidas pelos hormônios, torna-se fundamental conhecê-lo. Assim,
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527739368/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:2
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527739368/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:2
para saber mais sobre os hormônios, sua classificação, modo de
ação e a sua importância para o funcionamento do organismo,
acesse a seguinte obra disponível na Biblioteca Virtual:
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. cap. 7, p. 197-
206.
Mecanismos de controle da secreção
hormonal e mecanismos de ação
hormonal
Os mecanismos de controle da secreção hormonal envolvem
principalmente a retroalimentação, em que as concentrações
hormonais no sangue são monitoradas e ajustadas por
retroalimentação negativa ou positiva. Além disso, o sistema
nervoso pode influenciar, modulando a secreção hormonal, por meio
de sinais neurais.
Para explorar mais sobre esse tema, leia a seguinte obra disponível
na Biblioteca Virtual:
CARVALHO, C. R. O. Mecanismos de ação hormonal. In:
CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. cap. 47, p. 657-671. 
 
 
Referências Bibliográficas
CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582714041/pageid/0
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582714041/pageid/0
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582714041/pageid/0
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527732307/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:24
MOLINA, P. E. Fisiologia endócrina. 5. ed. Porto Alegre: AMGH,
2021.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. 
Aula 2
EIXO HIPOTÁLAMO-
HIPÓFISE
Eixo hipotálamo-hipófise
Olá, estudante! Nesta videoaula, você irá continuar o estudo do
sistema endócrino, focando especialmente na anatomia funcional do
hipotálamo e seus neuropeptídeos secretados, bem como na
estrutura funcional da hipófise. Você irá compreender como essas
estruturas exercem um papel crucial na regulação hormonal das
demais glândulas endócrinas e, consequentemente, no
funcionamento corporal. Não perca essa oportunidade de aprimorar
seus conhecimentos e habilidades! Vamos lá?!
Ponto de Partida
Nesta aula, você, estudante, continuará o estudo do sistema
endócrino. Você conhecerá um pouco mais da anatomia desse
sistema e suas principais características funcionais. Você será
capaz de compreender a anatomia funcional do hipotálamo e seus
neuropeptídios secretados, elementos fundamentais na regulação
hormonal e controle de diversas funções corporais. Você também
será capaz de reconhecer o sistema porta hipofisário, crucial na
comunicação entre o hipotálamo e hipófise, duas glândulas
fundamentais no sistema endócrino, e como essa comunicação
interfere na regulação hormonal e na homeostase corporal. Por fim,
você irá explorar a anatomia funcional da hipófise, compreendendo
suas diferentes regiões e seu papel central na regulação de várias
funções no organismo. Todos esses conteúdos tornarão possível a
compreensão e aplicação desses conhecimentos no seu dia a dia
profissional. Prepare-se para uma jornada de muito conhecimento!
Vamos lá!
A partir de agora, você vai acompanhar a rotina de Carlos, um
estudante de graduação na área da saúde que, atualmente, está
cursando a disciplina de Ciências Morfofuncionais. Na próxima
semana, ele e os demais colegas de turma terão a oportunidade de
apresentar seminários sobre o sistema endócrino. Carlos e alguns
de seus colegas foram designados para apresentar as principais
características anatômicas e funcionais do hipotálamo e hipófise,
bem como a relação funcional entre essas duas estruturas. Diante
desse desafio, Carlos, muito determinado, inicia seus estudos sobre
o tema para colaborar da melhor forma possível com seus colegas.
Afinal, eles almejam montar uma apresentação bastante informativa
e envolvente sobre o hipotálamo e a hipófise. Durante seu estudo,
Carlos se depara com vários questionamentos: como é a estrutura
anatômica específica do hipotálamo e da hipófise, e como elas se
relacionam dentro do sistema nervoso central? Qual é a importância
da comunicação entre o hipotálamo e a hipófise para a manutenção
do equilíbrio hormonal e, consequentemente, para a saúde geral do
indivíduo?
Se você fosse Carlos, como responderia a todos esses
questionamentos? 
Vamos Começar!
O eixo hipotálamo-hipófise é uma das principais vias de
comunicação e regulação hormonal no corpo humano. Ele é
composto pelo hipotálamo, uma região do cérebro responsável por
integrar sinais nervosos e endócrinos, localizado no diencéfalo, e
pela hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro, logo
abaixo do hipotálamo.
O hipotálamo está logo abaixo do tálamo e entre a lâmina terminal e
os corpos mamilares, formando as paredes e o assoalho do terceiro
ventrículo. Nesse assoalho, as duas metades do hipotálamo se
unem, formando uma região muito semelhante a uma ponte,
denominada eminência mediana. O hipotálamo é formado por vários
núcleos, sendo alguns desses núcleos compostos por neurônios de
natureza neuro-hormonal, ou seja, neurônios que apresentam
capacidade de sintetizar neuropeptídeos que atuam como
hormônios. Esses neurônios liberam esses neuropeptídeos em suas
terminações axonais em resposta à despolarização neuronal.
Podemos destacar dois tipos de neurônios que participam da
mediação das funções endócrinas do hipotálamo: os neurônios
magnocelulares e os neurônios parvocelulares. Os neurônios
magnocelulares estão localizados principalmente nos núcleos
paraventriculares (NPV) e nos núcleos supraópticos (NSO) do
hipotálamo e são responsáveis pela produção dos neuropeptídeos
(hormônios) ocitocina e vasopressina. Os axônios não mielinizados
desses neurônios formam o trato hipotalâmico-hipofisário, uma
estrutura que atravessa a eminência mediana e termina na neuro-
hipófise, onde os axônios desses neurônios se afunilam para formar
a porção infundibular da neuro-hipófise. Os neurônios
parvocelulares possuem projeções que terminam na eminência
mediana, liberando pequenas quantidades de neuropeptídeos de
liberação ou de inibição, que são transportados pelos vasos
sanguíneos até a adeno-hipófise, controlando a sua função.
Figura 1 | Relação anatômica entre hipotálamo e hipófise. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
O hipotálamo está anatômica e funcionalmente relacionado à
glândula hipófise, uma estrutura do tamanho de um feijão suspensa
por uma haste chamada infundíbulo ou haste hipofisária. A hipófise
está localizada na sela túrcica do osso esfenoide do crânio. Consiste
em dois lobos, adeno-hipófise e neuro-hipófise, formados por
tecidos distintos que se uniram durante o desenvolvimentoembrionário. A adeno-hipófise ou hipófise anterior é uma glândula
endócrina verdadeira, derivada do tecido embrionário que forma o
teto da cavidade oral. A neuro-hipófise ou hipófise posterior é, na
verdade, uma extensão do tecido neural do hipotálamo. Esta porção
da hipófise secreta neuro-hormônios que são produzidos no
hipotálamo. Dessa forma, diferentemente da adeno-hipófise que
produz e secreta hormônios, a neuro-hipófise somente armazena
hormônios liberados por neurônios cujos corpos celulares se
encontram no hipotálamo.
Como mencionado anteriormente, o hipotálamo endócrino é formado
por dois tipos de neurônios: os magnocelulares, cujos neurônios
terminam na neuro-hipófise, e os parvocelulares, cujos neurônios
terminam na eminência mediana. Os neuropeptídeos liberados das
terminações axonais dos neurônios parvocelulares na eminência
mediana são: 1) hormônio liberador da corticotrofina (CRH); 2)
hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH); 3)
hormônio liberador de tireotrofina (TRH); 4) dopamina; 5) hormônio
liberador de gonadotrofinas (GnRH); e 6) somatostatina. Esses
neuropeptídeos ou neuro-hormônios são transportados ao longo do
pedículo infundibular até a adeno-hipófise, onde exercem seus
efeitos fisiológicos, controlando a liberação de hormônios da adeno-
hipófise.
 
 
Siga em Frente...
A adeno-hipófise é irrigada por um sistema vascular especial
chamado sistema porta hipofisário, que consiste em vasos
sanguíneos que conectam diretamente os capilares do hipotálamo
aos capilares na adeno-hipófise, permitindo que os hormônios
liberadores e inibidores produzidos pelo hipotálamo cheguem
diretamente à adeno-hipófise, assim como oxigênio e nutrientes.
Quando os neuropeptídeos são liberados pelos neurônios
hipotalâmicos nos capilares na eminência mediana, eles drenam
juntamente com o sangue venoso para o sistema porta hipofisário.
Assim, o sangue drena, inicialmente, para as veias porta hipofisárias
longas, que descem pelo pedículo infundibular até uma segunda
rede de capilares sinusoides fenestrados dentro da glândula,
chamada de plexo secundário, responsável pelo suprimento
sanguíneo da adeno-hipófise. Por serem fenestrados, esses vasos
sanguíneos permitem que os neuropeptídeos hipotalâmicos se
difundam com facilidade da circulação para as células da adeno-
hipófise, que expressam receptores de membrana específicos a
esses neuropeptídeos. A ligação de cada neuropeptídeo aos seus
receptores específicos ativa uma cascata de sinalização de
segundos mensageiros que resulta na liberação de determinado
hormônio adeno-hipofisário. É importante ressaltar que vasos portais
curtos estabelecem conexões venosas entre neuro-hipófise e
adeno-hipófise, garantindo que os neuropeptídeos hipotalâmicos
liberados na neuro-hipófise consigam acessar as células da adeno-
hipófise. Tanto o sangue da adeno-hipófise quanto da neuro-hipófise
drenam para o seio intercavernoso e, em seguida, para a veia
jugular interna, caindo na circulação venosa sistêmica.
A hipófise é frequentemente chamada de "glândula mestra" devido
ao seu papel central na regulação hormonal do corpo. Os hormônios
liberados pela hipófise têm impacto em uma ampla variedade de
funções corporais.
Figura 2 | Adeno-hipófise e neuro-hipófise. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
Um dos hormônios liberados pela adeno-hipófise é o hormônio do
crescimento (GH) ou somatotrofina, que regula o metabolismo de
vários tecidos corporais e estimula a produção de hormônios pelo
fígado. A prolactina é outro hormônio adeno-hipofisário que atua
controlando a produção de leite nas mamas durante a lactação. O
GH e a prolactina são os únicos hormônios adeno-hipofisários que
têm hormônios hipotalâmicos que inibem sua secreção, a
somatostatina e a dopamina, respectivamente. O terceiro hormônio
secretado pela adeno-hipófise é o hormônio estimulante da tireoide
ou tireotrofina (TSH), que regula a síntese e secreção de hormônios
pela glândula tireoide. O hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) tem
como tecido-alvo o córtex das glândulas adrenais, onde age
controlando a síntese e liberação do cortisol. O hormônio folículo-
estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), chamados de
gonadotrofinas, atuam sobre as gônadas (ovários e testículos).
Figura 3 | Hormônios da adeno-hipófise e seus tecidos-alvo. Fonte: adaptada de Siverthorn (2017).
Assim, a hipófise desempenha um papel fundamental na regulação
do sistema endócrino, coordenando a produção e liberação de
hormônios que influenciam praticamente todos os aspectos do
funcionamento corporal. Sua complexa anatomia e função a tornam
uma estrutura essencial para a homeostase e o equilíbrio hormonal
no organismo humano.
Na adeno-hipófise encontramos cinco tipos diferentes de células: 1)
somatotrofos, responsáveis pela síntese e secreção do GH; 2)
lactotrofos, que secretam a prolactina; 3) tireotrofos, que secretam o
TSH; 4) corticotrofos, responsáveis pela secreção de ACTH; e 5)
gonadotrofos, que secretam as duas gonadotrofinas, LH e FSH.
Agora que você conheceu a estrutura e funções do hipotálamo e
hipófise e como essas estruturas se relacionam para manter a
homeostase corporal, você é capaz de compreender a importância
do conhecimento desses temas para uma boa atuação profissional. 
 
 
Vamos Exercitar?
Agora que você conheceu a estrutura e funções do hipotálamo e
hipófise e como essas estruturas se relacionam para manter a
homeostase corporal, vamos retomar a situação-problema. A partir
de agora, vamos considerar que você seja o Carlos, um estudante
de graduação na área da saúde que, atualmente, está cursando a
disciplina de Ciências Morfofuncionais. Na próxima semana, você e
seus colegas de turma terão a oportunidade de apresentar
seminários sobre o sistema endócrino. Você e alguns de seus
colegas foram designados para apresentar as principais
características anatômicas e funcionais do hipotálamo e hipófise,
bem como a relação funcional entre essas duas estruturas. Diante
desse desafio, você, muito determinado, inicia seus estudos sobre o
tema para colaborar da melhor forma possível com seus colegas.
Afinal, vocês querem montar uma apresentação bastante informativa
e envolvente sobre o hipotálamo e a hipófise. Durante seu estudo,
você se depara com vários questionamentos: como é a estrutura
anatômica específica do hipotálamo e da hipófise e como elas se
relacionam dentro do sistema nervoso central? Qual é a importância
da comunicação entre o hipotálamo e a hipófise para a manutenção
do equilíbrio hormonal e, consequentemente, para a saúde geral do
indivíduo?
Agora, você já é capaz de responder a esses questionamentos.
Vamos lá?
Primeiramente, você deve lembrar que o hipotálamo e a hipófise são
duas importantes estruturas localizadas no sistema nervoso central,
ambas desempenham papéis essenciais na regulação do sistema
endócrino e em diversas funções corporais. O hipotálamo está
localizado na base do cérebro, abaixo do tálamo e acima da
glândula hipófise. É uma região crucial que faz parte do sistema
límbico, desempenhando um papel importante na regulação do
comportamento (sede, comportamento sexual, saciedade), das
emoções, dos ritmos biológicos e circadiano do corpo, da
temperatura corporal e de várias outras funções corporais. A hipófise
está localizada logo abaixo do hipotálamo, na base do crânio, em
uma cavidade óssea chamada sela túrcica. É dividida em duas
partes: a neuro-hipófise ou hipófise posterior e a adeno-hipófise ou
hipófise anterior. O hipotálamo se conecta diretamente com a
hipófise, por meio da haste hipofisária. Essa conexão envolve dois
grupos de neurônios: 1) os magnocelulares, que secretam seus
neuro-hormônios na neuro-hipófise, onde são armazenados em
vesículas de secreção até serem liberados por estímulos
específicos; e 2) os parvocelulares, que liberam seus neuro-
hormônios no sistema porta hipofisário, pelo qual trafegam para
alcançar a adeno-hipófise. Essa comunicação entre o hipotálamo e
a hipófise é fundamental para a regulação da atividade hormonal ea
manutenção da homeostase no organismo. Essa interação permite
que o corpo responda a mudanças ambientais e mudanças internas,
ajustando a produção e liberação de hormônios conforme
necessário para garantir o funcionamento adequado dos diferentes
sistemas corporais. Um desequilíbrio nessa comunicação pode
resultar em disfunções hormonais e consequências adversas para a
saúde, como distúrbios do crescimento, alterações metabólicas,
disfunção reprodutiva e desequilíbrios hidroeletrolíticos. 
Saiba Mais
Anatomia funcional do hipotálamo e
neuropeptídeos hipotalâmicos
O hipotálamo é uma estrutura vital localizada no diencéfalo,
responsável por regular funções corporais essenciais, como a
temperatura corporal, apetite, entre outras, mantendo o equilíbrio
energético e hídrico do organismo. Além disso, o hipotálamo
coordena a resposta ao estresse, por meio da ativação do sistema
nervoso simpático. No sistema endócrino, produz hormônios que
influenciam a secreção da hipófise, impactando o crescimento,
reprodução e metabolismo corporal. Também regula o sistema
nervoso autônomo, afetando a pressão arterial, frequência cardíaca
e respiração. Por meio de todas essas modulações, o hipotálamo
mantém a homeostase corporal, garantindo o funcionamento
adequado do organismo.
Para explorar mais sobre o tema, leia a seguinte obra disponível na
Biblioteca Virtual:
MOLINA, P. E. Fisiologia endócrina. 5. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2021. cap. 2, p. 25-31.
Sistema porta hipofisário
O sistema porta hipofisário permite a comunicação direta entre o
hipotálamo e a hipófise, facilitando o controle preciso da atividade
hormonal. Ao transportar os hormônios liberadores e inibidores
produzidos pelo hipotálamo até a adeno-hipófise, a parte anterior da
hipófise, o sistema porta hipofisário regula a produção e liberação
dos hormônios hipofisários, influenciando uma variedade de funções
corporais e, consequentemente, o funcionamento do organismo
como um todo.
Para saber mais sobre o sistema porta hipofisário, leia a seguinte
obra disponível na Biblioteca Virtual:
NUNES, M. T. Hipotálamo endócrino. In: AIRES, M. M.
Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
cap. 65, p. 1053-1056.
Anatomia funcional da hipófise
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558040071/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3DCapa.xhtml]!/4/2/4%4051:77
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527734028/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:88
A hipófise desempenha um papel crucial na regulação do sistema
endócrino, produzindo e liberando hormônios que controlam
crescimento, metabolismo, função reprodutiva e resposta ao
estresse. Dividida em adeno-hipófise e neuro-hipófise, sua estrutura
complexa inclui tecido glandular e nervoso. A adeno-hipófise secreta
hormônios como GH, TSH, ACTH, LH, FSH e prolactina, enquanto a
neuro-hipófise armazena e libera vasopressina e ocitocina. A
conexão entre hipotálamo e hipófise é dada pelo sistema porta
hipofisário, que permite a regulação direta da atividade hormonal.
Essa regulação é essencial para garantir a homeostase e o
equilíbrio funcional do nosso organismo.
Para saber mais sobre o tema, leia a seguinte obra disponível na
Biblioteca Virtual:
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. cap. 7, p. 209-
214. 
 
 
Referências Bibliográficas
AIRES, M. M. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2018.
CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.
MOLINA, P. E. Fisiologia endócrina. 5. ed. Porto Alegre: AMGH,
2021.
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582714041/pageid/0
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582714041/pageid/0
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582714041/pageid/0
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. 
Aula 3
ADENO-HIPÓFISE E
NEURO-HIPÓFISE
Adeno-hipófise e neuro-hipófise
Olá, estudante! Nesta videoaula você irá continuar o estudo do
sistema endócrino. Você irá explorar os processos de síntese e
liberação de alguns dos hormônios hipofisários. Você irá
compreender, ainda, como esses hormônios são produzidos pelas
diferentes divisões dessa glândula e qual é o papel de cada um na
regulação das funções corporais. Prepare-se para mais uma jornada
de conhecimento que expandirá suas habilidades profissionais e
aprofundará sua compreensão sobre o complexo funcionamento do
corpo humano. Vamos lá?!
Ponto de Partida
Nesta aula, estudante, o seu estudo continuará focado no sistema
endócrino. Você conhecerá um pouco mais da glândula hipófise e,
especificamente, alguns hormônios produzidos e liberados por suas
divisões, adeno-hipófise e neuro-hipófise. Você será capaz de
compreender como ocorre a síntese e liberação da prolactina e do
hormônio do crescimento, hormônios adeno-hipofisários, discutindo
seus efeitos fisiológicos. Você também será capaz compreender
como os hormônios neuro-hipofisários, ocitocina e vasopressina,
são sintetizados, liberados e quais são seus efeitos no nosso
organismo. Ao compreender os mecanismos intricados por trás da
ação desses hormônios, você se capacitará para desafios e
oportunidades que surgirão ao longo de sua jornada profissional.
Prepare-se para mergulhar nesse universo fascinante de
conhecimento! Vamos lá!!!
A partir de agora, você vai acompanhar o caso de Maria, uma jovem
mãe que deu à luz a seu primeiro filho há algumas semanas. Desde
então, ela tem enfrentado dificuldades na amamentação do bebê.
Ela relata que seu bebê não consegue mamar e, além disso, tem se
sentido muito ansiosa e estressada com a situação. Carla, prima de
Maria, que é estudante da área da saúde, em visita ao bebê,
observa o momento da amamentação e levanta uma possibilidade
para a dificuldade na amamentação do bebê: “será que essa
dificuldade na amamentação do seu bebê não está relacionada com
a pega incorreta da mama por ele?”. Carla sugere que a prima
procure ajuda em uma Unidade Básica de Saúde ou Banco de Leite
Humano, pois uma pega correta é crucial para a produção de leite e
manutenção da amamentação.
Diante do caso de Maria, você, estudante, saberia explicar quais
hormônios estão envolvidos na amamentação? Qual seria a
importância da pega correta da mama pelo bebê durante a
amamentação e como ela pode influenciar na eficácia da sucção, na
produção de leite e na manutenção da amamentação? De que forma
o estresse e a ansiedade de Maria podem afetar a produção e
liberação de leite e, consequentemente, a amamentação? 
Vamos Começar!
O sistema endócrino compreende diferentes glândulas que atuam
por meio de hormônios secretados no meio interno para regular
diversas funções celulares e orgânicas, atuando juntamente como
sistema nervoso na manutenção da homeostasia. Fazendo parte do
sistema endócrino encontramos a hipófise, subdividida em adeno-
hipófise e neuro-hipófise. A adeno-hipófise secreta o hormônio do
crescimento, a prolactina, as gonadotrofinas (LH e FSH), o hormônio
estimulante da tireoide ou tireotrofina (TSH) e o hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH); enquanto a neuro-hipófise é
responsável pela liberação de dois neuropeptídeos, a ocitocina e a
vasopressina.
Ocitocina
A ocitocina é um hormônio peptídico sintetizado pelos neurônios
magnocelulares presentes nos núcleos supraópticos (NOS) e
paraventriculares (NPV) do hipotálamo. Esse hormônio, após ser
sintetizado, é transportado pelo axônio desses neurônios através do
trato hipotálamo-hipofisário até a neuro-hipófise, local no qual fica
armazenado até que seja liberado na circulação periférica em
resposta a um potencial de ação. A ocitocina é responsável por
produzir contrações rítmicas da musculatura lisa do útero grávido,
auxiliando na indução do trabalho de parto e na regressão do útero
no pós-parto. Outra açãoda ocitocina está relacionada com a
contração das células mioepiteliais nas glândulas mamárias,
promovendo a ejeção do leite na amamentação. Nesse contexto, a
liberação de ocitocina é induzida principalmente pela estimulação
mecânica do colo do útero realizada pelo feto no final da gestação e
pela ativação de receptores táteis, presentes nos mamilos, pela
sucção mamilar realizada pelo bebê. A sucção mamilar gera
impulsos sensoriais que são transmitidos à medula espinal e, em
seguida, aos neurônios hipotalâmicos responsáveis pela produção
de ocitocina, estimulando esses neurônios, resultando na liberação
pulsátil de ocitocina e no aumento de suas concentrações no
sangue, promovendo a contração das células mioepiteliais nas
glândulas mamárias e, consequentemente, a ejeção do leite. A
deficiência de ocitocina pode causar dificuldade no aleitamento
materno, devido ao comprometimento da ejeção do leite.
Figura 1 | Relação anatômica e funcional entre hipotálamo e neuro-hipófise: liberação de ocitocina e
vasopressina (ADH). Fonte: adaptada de Wikimedia Commons. 
Vasopressina
A vasopressina, conhecida como hormônio antidiurético (ADH),
também é um hormônio peptídico produzido pelos neurônios
magnocelulares dos NPV do hipotálamo e liberada pela neuro-
hipófise. O principal efeito fisiológico da vasopressina é aumentar a
reabsorção de água nos túbulos contorcidos distais e nos ductos
coletores medulares dos rins. O aumento da reabsorção de água
nos rins, promovido pela vasopressina, ocorre por meio da inserção
de canais de água, denominados aquaporinas, na membrana
luminal das células dos ductos coletores. Os canais de água
regulados pela vasopressina são denominados aquaporinas 2.
Esses canais encontram-se dentro de vesículas dispersas pelo
citoplasma das células dos ductos coletores mais profundos. Por
ação da vasopressina, essas vesículas se fundem com a membrana
luminal, resultando na inserção das aquaporinas nessa membrana.
Como são canais para passagem de água, o aumento do número de
aquaporinas na membrana luminal favorece a passagem de água,
por difusão simples, do lúmen dos ductos coletores para o interstício
medular, determinando a concentração da urina. Em indivíduos
adultos, a secreção de vasopressina é maior durante a noite. Como
resultado desse aumento, menos urina é produzida durante a noite
do que durante o dia. Assim, a primeira urina excretada pela manhã
é mais concentrada. Na ausência de vasopressina, o débito urinário
aumenta mais de 10 vezes. Por esse motivo, o consumo de álcool é
capaz de provocar micção frequente e copiosa, uma vez que o
álcool inibe a secreção de vasopressina. A vasopressina também
diminui a perda de água pela sudorese e apresenta efeito
vasoconstritor (promove constrição das arteríolas), que resulta em
aumento da resistência vascular periférica e elevação da pressão
arterial. A liberação de vasopressina é estimulada pelo aumento da
osmolaridade plasmática e pela redução do volume sanguíneo ou da
pressão arterial.
 
 
Siga em Frente...
Hormônio do crescimento (GH)
O hormônio do crescimento (GH) ou somatotrofina é um hormônio
peptídico liberado pela adeno-hipófise. Essa liberação é modulada
por diversos fatores, sendo os principais: 1) liberação do hormônio
liberador de GH (GHRH) por neurônios hipotalâmicos, que alcança a
adeno-hipófise via sistema porta hipofisário e estimula os
somatotrofos tanto a sintetizar quanto a secretar GH; e 2) hormônio
inibidor da liberação de GH (GHIH) ou somatostatina secretado por
neurônios hipotalâmicos, que inibe a liberação de GH em resposta
ao GHRH e a outros fatores estimuladores, como baixos níveis de
glicemia. O GH liberado cai na circulação sistêmica, para realizar
seus efeitos fisiológicos diretos, ao se ligar a seu receptor específico
presente na membrana celular das células-alvo. Muitos dos efeitos
desse hormônio ocorrem de forma indireta nos tecidos-alvo,
estimulando principalmente o fígado a produzir e liberar fatores de
crescimento semelhantes à insulina (IGFs) ou somatomedinas.
Dentre as IGFs, a que mais se destaca é a IGF-1, um peptídeo que
atua como mediador de vários efeitos anabólicos (crescimento de
ossos e cartilagens, síntese de proteínas, captação de glicose no
músculo, síntese de mielina) e mitogênicos (estimula a síntese de
DNA, RNA e proteína) do GH nos tecidos periféricos, sendo
responsável por várias funções atribuídas ao GH. O IGF-1 também
exerce efeito de retroalimentação negativa na secreção do GH,
atuando na adeno-hipófise e no hipotálamo. O GH estimula o
crescimento longitudinal, formação de novo osso e crescimento das
cartilagens. Também é responsável pela liberação e oxidação dos
ácidos graxos livres, particularmente durante o jejum, favorecendo a
disponibilidade de ácidos graxos livres para armazenamento no
tecido adiposo e oxidação no músculo esquelético. O GH promove
ações anabólicas sobre o tecido muscular esquelético, estimulando
a captação de aminoácidos e sua incorporação em proteínas, a
proliferação celular e a supressão da degradação proteica. No
fígado, o GH estimula a produção e a liberação de IGF-1, assim
como a gliconeogênese e a redução da captação de glicose, que
resultam na produção hepática de glicose. No sistema imune, o GH
afeta as respostas das células B e a produção de anticorpos, a
atividade das células natural killer, a atividade dos macrófagos e a
função dos linfócitos T. Sobre o sistema nervoso central atua
modulando o comportamento e o humor. No tecido adiposo,
promove lipólise. A secreção de GH flutua ao longo do dia, com
concentrações maiores sendo observadas entre 1 e 4 h após o início
do sono. A secreção de GH é estimulada por hipoglicemia, jejum,
inanição, aumento nos níveis séricos de aminoácidos e diminuição
das concentrações plasmáticas de ácidos graxos. Outros fatores
como estresse (traumatismo, excitação, estresse emocional e
exercício intenso) também podem aumentar a liberação de GH. Por
outro lado, esse hormônio é inibido pelo aumento das concentrações
de glicose e de ácidos graxos livres no sangue, pelo cortisol, pela
obesidade e pelo envelhecimento.
Deficiências graves da secreção do GH na infância levam ao
nanismo, caracterizada por estatura baixa, aumento da gordura
subcutânea na área abdominal, características faciais imaturas com
saliência frontal, atraso na dentição e ponte nasal subdesenvolvida.
Nesse caso, o tratamento de escolha é a terapia de reposição com
GH durante o crescimento ativo, podendo continuar até a fase
adulta. Esse tipo de deficiência pode ser consequência de um
problema na síntese do hormônio ou nos seus receptores
específicos presentes nas células-alvo. Em contrapartida, o excesso
de produção e liberação de GH antes do início da puberdade e
fechamento das epífises nos ossos longos, acarreta um quadro de
gigantismo, caracterizado por crescimento rápido de todos os
tecidos corporais, levando a uma estatura muito alta, devido ao
crescimento excessivo dos ossos, além de poder causar outras
complicações de saúde devido ao crescimento excessivo de órgãos
e tecidos. Quando o excesso de GH ocorre na fase adulta ou após a
fusão das epífises dos ossos longos, a condição é denominada
acromegalia. Nesse caso, a altura da pessoa não aumenta; contudo,
os tecidos moles continuam a crescer, resultando no aumento de
volume dos pequenos ossos das mãos e dos pés, bem como dos
ossos membranosos faciais e cranianos. Isso leva ao aumento
acentuado das mãos e dos pés, nariz largo e bulboso, mandíbula
proeminente e testa saliente e espaçamento entre os dentes.
Também são comuns alterações na pele e problemas de saúde
relacionados, como diabetes, hipertensão e distúrbios
cardiovasculares.
Figura 2 | Liberação e tecidos-alvo do hormônio do crescimento. Fonte: adaptada de Wikimedia
Commons.
Prolactina
Outro hormônio peptídico sintetizado e secretado pelos adeno-
hipófise é a prolactina. Suas ações fisiológicas incluem promover o
crescimento e amadurecimento das glândulas mamárias, a síntese
de leite (lactogênese) e a manutenção dasecreção de leite durante
a lactação. Também são atribuídos à prolactina ações que envolvem
a modulação do comportamento reprodutivo e parental, bem como a
inibição da liberação de hormônio liberador de gonadotrofinas
(GnRH), a estimulação da síntese de progesterona e hipertrofia das
células lúteas durante a gestação. As concentrações plasmáticas de
prolactina são maiores em mulheres do que em homens e mais altas
durante o sono. A liberação de prolactina é regulada principalmente
pela dopamina, produzida pelos neurônios dopaminérgicos do
hipotálamo, que atua inibindo tonicamente a sua liberação pelos
lactotrofos (células adeno-hipofisárias responsáveis pela síntese e
secreção de prolactina). A somatostatina e o ácido γ-aminobutírico
(GABA) também exercem papel inibitório sobre a secreção desse
hormônio. Além disso, a liberação de prolactina também pode ser
influenciada tanto por estímulos ambientais quanto do meio interno,
como o aumento das concentrações plasmáticas de hormônios
esteroides ovarianos, principalmente estrogênio, e o reflexo de
sucção. O aumento das concentrações plasmáticas de estrogênio
promove o crescimento dos lactotrofos e da expressão do gene para
a prolactina, estimulando a liberação desse hormônio. O reflexo da
sucção também estimula a liberação de prolactina. A sucção
realizada pelo bebê ativa uma sinalização para o hipotálamo que
resulta na diminuição da liberação de dopamina e,
consequentemente, da inibição tônica exercida sobre os lactotrofos.
Como consequência, ocorre a ativação dos lactotrofos na adeno-
hipófise, aumentando síntese e liberação de prolactina. Esse
hormônio atua nas células epiteliais secretoras presentes nos
alvéolos mamários, estimulando a produção de leite.
Agora, que você conheceu a estrutura e funções dos hormônios
secretados pela neuro-hipófise, bem como de dois hormônios
adeno-hipofisários, a prolactina e hormônio do crescimento, você é
capaz de compreender a importância do conhecimento desses
temas para uma boa atuação profissional. 
Vamos Exercitar?
Agora que você conheceu a estrutura e funções dos hormônios
secretados pela neuro-hipófise, bem como de dois hormônios
adeno-hipofisários, a prolactina e hormônio do crescimento, vamos
retomar a situação-problema. A partir de agora, vamos considerar o
caso de Maria, uma jovem mãe que deu à luz a seu primeiro filho há
algumas semanas. Ela tem enfrentado dificuldades na
amamentação do bebê, o que a tem deixado muito ansiosa e
estressada. Carla, prima de Maria, que é estudante da área da
saúde, em visita ao bebê, observa o momento da amamentação e
levanta uma possibilidade para a dificuldade na amamentação do
bebê: “Será que essa dificuldade na amamentação do seu bebê não
está relacionada com a pega incorreta da mama por ele?”. Carla
sugere que a prima procure ajuda em uma Unidade Básica de
Saúde ou Banco de Leite Humano, pois uma pega correta é crucial
para a produção de leite e manutenção da amamentação.
Agora, você já é capaz de explicar quais hormônios estão
envolvidos na amamentação e qual seria a importância da pega
correta da mama pelo bebê durante a amamentação. Você também
já consegue compreender a relação entre uma pega correta feita
pelo bebê, a eficácia da sucção, a produção de leite e a manutenção
da amamentação. E, por fim, você já consegue compreender como
o estresse e a ansiedade da mãe podem afetar a produção e
liberação de leite e, consequentemente, a amamentação. Vamos lá?
Primeiramente, você deve lembrar que a amamentação depende da
produção do leite (lactogênese) pelas células dos alvéolos mamários
e por sua ejeção, permitindo que o leite seja disponibilizado para o
neonato. O hormônio responsável pela lactogênese é a prolactina,
cuja secreção é estimulada pela sucção mamilar. Além de induzir a
secreção de prolactina garantindo a lactogênese, a sucção mamilar
também apresenta efeito estimulatório sobre a secreção de
ocitocina, hormônio responsável pela ejeção do leite. A sucção dos
mamilos ativa mecanorreceptores locais originando sinais sensoriais
que trafegam pelos nervos torácicos e entram no sistema nervoso
central pela raiz dorsal da medula espinal. Desse local, os sinais
ascendem pela coluna anterolateral até o tronco encefálico e depois
para o hipotálamo, inibindo os neurônios dopaminérgicos do núcleo
arqueado e, consequentemente, a diminuição da secreção de
dopamina. Como a dopamina é o principal fator inibitório sobre a
secreção de prolactina, a redução na liberação de dopamina
acarreta o aumento na secreção de prolactina, induzindo o aumento
da produção do leite. No hipotálamo, os sinais sensoriais gerados
pela sucção mamilar também estimulam os neurônios
magnocelulares dos núcleos supraóptico e paraventriculares a
produzirem e secretarem a ocitocina, que atua promovendo a
contração das células mioepiteliais, presentes ao redor dos alvéolos
mamários, levando à ejeção do leite. Embora a sucção mamilar seja
o principal estimulador para a liberação de ocitocina e consequente
ejeção do leite, a liberação de ocitocina também pode ser
influenciada por fatores emocionais maternos, como pensar no bebê
(aumenta liberação) ou por momentos de ansiedade ou estresse
(diminui a liberação), diferente do que se observa para a secreção
de prolactina, que necessita do estímulo mecânico da sucção.
Assim, para garantir o sucesso da amamentação, são necessárias a
sucção do complexo mamilo-areolar realizada de forma correta, por
meio da pega adequada, bem como a manutenção da frequência
das mamadas. O estresse e a ansiedade são fatores que podem
afetar negativamente a produção e liberação de prolactina e
ocitocina. O estresse crônico pode levar a alterações hormonais,
como o aumento dos níveis de cortisol, que podem inibir a produção
de prolactina. Além disso, o estresse pode interferir na liberação de
ocitocina durante a amamentação, reduzindo assim a ejeção do
leite. 
Saiba Mais
Hormônio do crescimento: síntese,
liberação e efeitos corporais
O hormônio do crescimento desempenha um papel essencial no
desenvolvimento e crescimento do corpo humano, estimulando o
crescimento ósseo, o desenvolvimento muscular e a divisão celular.
Produzido pela adeno-hipófise, sua importância se estende para
além da infância e adolescência, contribuindo também para a saúde
dos tecidos e órgãos, regulação do metabolismo e reparo tecidual.
Para explorar mais sobre o tema, leia a seguinte obra disponível na
Biblioteca Virtual:
MOLINA, P. E. Fisiologia endócrina. 5. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2021. cap. 3, p. 59-66.
Síntese e liberação da prolactina.
Efeitos fisiológicos da prolactina
A prolactina é um hormônio fundamental para o processo de
lactação nas mulheres. Ela é produzida pela adeno-hipófise e,
dentre as suas funções, atua estimulando o desenvolvimento das
glândulas mamárias durante a gravidez e a produção de leite
materno após o parto. Sua liberação é estimulada pela sucção do
bebê durante a amamentação, promovendo a produção contínua de
leite. Além disso, a prolactina contribui para a manutenção da
lactação ao longo do período de amamentação, assegurando a
nutrição adequada do bebê e promovendo o vínculo emocional entre
mãe e filho.
Para saber mais sobre a prolactina e sua importância para a
manutenção da amamentação, leia a seguinte obra disponível na
Biblioteca Virtual:
ANSELMO-FRANCI, J. A.; SPRITZER, P. M.; FRANCI, C. R.
Fisiologia da reprodução. In: AIRES, M. M. Fisiologia. 5. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. cap. 77, p. 1297-
1302.
Síntese e liberação de ocitocina,
vasopressina e seus efeitos
fisiológicos
O hormônio antidiurético (ADH), também conhecido como
vasopressina, desempenha um papel crucial na regulação do
equilíbrio hídrico do corpo humano. Produzido no hipotálamo e
liberado pela neuro-hipófise, o ADH atua nos rins para controlar a
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558040071/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3DCapa.xhtml]!/4/2/4%4051:77
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527734028/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:1quantidade de água excretada na urina, promovendo a reabsorção
de água e, consequentemente, reduzindo a produção de urina. Essa
função é essencial para manter a homeostase do corpo, evitando a
desidratação em situações de baixa ingestão de líquidos ou
aumento da perda de água.
Para saber mais sobre o ADH e suas funções, leia a seguinte obra
disponível na Biblioteca Virtual:
NUNES, M. T. Glândula hipófise. In: AIRES, M. M. Fisiologia.
5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. cap. 66, p.
1093-1098.
 
 
Referências Bibliográficas
AIRES, M. M. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2018.
CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.
MOLINA, P. E. Fisiologia endócrina. 5. ed. Porto Alegre: AMGH,
2021.
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. 
Aula 4
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527734028/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:1
EIXO HIPOTÁLAMO-
HIPÓFISE-GÔNADAS
Eixo hipotálamo-hipófise-gônadas
Olá, estudante! Nesta videoaula, você irá continuar o estudo do
sistema endócrino. Você irá explorar temas essenciais relacionados
à síntese, liberação e regulação das gonadotrofinas, além de
compreender a complexa dinâmica da alça de retroalimentação que
controla esses hormônios. Você irá compreender a anatomia das
gônadas masculina e feminina e quais as ações dos hormônios
sexuais produzidos por essas gônadas no organismo humano.
Prepare-se para embarcar nessa jornada de conhecimento que irá
aprimorar suas habilidades e ampliar sua compreensão sobre a
fisiologia reprodutiva humana. Não perca esta oportunidade de
enriquecer sua prática profissional! Vamos lá?!
Ponto de Partida
Nesta aula, você, estudante, continuará a conhecer o sistema
endócrino, mais especificamente os hormônios gonadotróficos ou
gonadotrofinas. Você conhecerá quais são esses hormônios, como
são produzidos e regulados, bem como quais são as suas funções
no nosso organismo. Você será capaz de compreender a anatomia
funcional das gônadas masculina e feminina, explorando as ações
dos hormônios sexuais e sua influência na reprodução e na saúde
geral. Por fim, você irá explorar as doenças associadas aos
hormônios gonadotróficos e as opções de farmacoterapias
disponíveis para o tratamento dessas condições, proporcionando
uma visão abrangente e prática dos desafios enfrentados na sua
prática profissional. Assim, você será capaz de compreender como
os hormônios gonadotróficos podem influenciar e contribuir para o
bom funcionamento do nosso organismo e a importância desses
conceitos no seu contexto profissional. Prepare-se para mergulhar
nesse universo fascinante de conhecimento! Vamos lá!
A partir de agora, você irá conhecer o caso de Miguel, um estudante
de graduação na área da saúde. Durante uma reunião de família
realizada para comemorar o aniversário de um de seus tios, Miguel
aproveitou para conversar com seu primo Paulo e colocar o assunto
em dia. Seu primo comentou que havia ficado bastante preocupado
com o pai alguns meses atrás. Seu pai andava muito deprimido e
incomodado com a sua “careca” que, com o passar do tempo,
estava aumentando cada vez mais. Ele já tinha 45 anos e estava se
sentindo velho, feio e descuidado com a perda cada vez maior de
cabelos. No trabalho, já era motivo de piadas e não o chamavam
mais pelo nome, somente por “Carecão” e isso o deixava chateado.
Por incentivo da família, seu pai procurou atendimento médico
especializado para tentar tratar do problema. Segundo o médico, o
diagnóstico era calvície de padrão masculino e, inicialmente, ele
necessitaria de tratamento com um inibidor da 5α-redutase, que
evitaria a queda dos cabelos do couro cabeludo. Posteriormente
seriam indicados outros tratamentos estéticos para reverter a
calvície e melhorar a sua autoestima. Muito curioso para entender o
caso do pai, Paulo fez os seguintes questionamentos a Miguel: “Por
que meu pai está perdendo cabelo da cabeça? Isso acontece mais
com homens? Por que o médico indicou um inibidor da 5α-redutase
para o tratamento?”
Como você, no lugar de Miguel, responderia a todos esses
questionamentos? 
Vamos Começar!
Os hormônios gonadotróficos, também chamados gonadotrofinas,
são o hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante
(LH). Esses hormônios glicoproteicos são produzidos e liberados
pelos gonadotrofos presentes na adeno-hipófise em resposta à ação
estimulatória realizada pelo hormônio liberador de gonadotrofinas
(GnRH), que é secretado de maneira pulsátil por neurônios
hipotalâmicos. O LH e FSH exercem seus efeitos fisiológicos sobre
as gônadas (testículos e ovários) estimulando a produção de
esteroides gonadais (testosterona em homens e estrogênios e
progesterona em mulheres), a formação dos gametas (via processos
da espermatogênese e foliculogênese) e também a ovulação. As
gonadotrofinas encontram-se praticamente ausentes no período pré-
pubertal; porém, durante a puberdade, ocorre a ativação dos
gonadotrofos e, com isso, as concentrações plasmáticas de
gonadotrofinas começam a aumentar, levando à maturação das
gônadas.
Gônadas masculinas
Os testículos (gônadas masculinas) são órgãos pares, ovoides,
situados no interior do escroto. Externamente, os testículos são
recobertos por duas camadas de tecidos: a mais externa, chamada
túnica vaginal, um saco seroso finto, e a mais interna e em contato
direto com cada testículo, chamada túnica albugínea. Esta é uma
membrana fibrosa, que emite projeções internas que dividem o
testículo em estruturas denominadas lóbulos do testículo. Dentro de
cada lóbulo do testículo encontramos os túbulos seminíferos,
estruturas delicadas e enoveladas, envolvidas por tecido conjuntivo
frouxo rico em vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e células
intersticiais (células de Leydig). A parede de cada túbulo seminífero
é formada por diversas camadas de células chamadas de epitélio
germinativo, local onde encontramos as células germinativas
masculinas em diferentes estágios de desenvolvimento e as células
de Sertoli. Portanto, nos túbulos seminíferos ocorre a produção dos
gametas masculinos (espermatozoides) pelo processo da
espermatogênese. As células de Sertoli são responsáveis pelo
suporte, proteção e suprimento nutricional dos espermatozoides em
desenvolvimento, assim como a produção de um hormônio
denominado inibina. As células de Leydig, localizadas no tecido
intersticial, são responsáveis pela produção e secreção dos
hormônios sexuais masculinos (androgênios). Os túbulos
seminíferos encontram-se dispostos em alças, cujas extremidades
são contínuas com estruturas tubulares curtas denominadas túbulos
retos. Estes unem os túbulos seminíferos a uma rede de canais
anastomosados denominada rede do testículo ou testicular. Cerca
de quinze a vinte ductos eferentes fazem a conexão entre a rede do
testículo e o epidídimo.
Figura 1 | Estrutura dos testículos. Fonte: adaptada de
Wikimedia Commons.
A regulação da função testicular depende principalmente das
gonadotrofinas. O FSH é o principal hormônio envolvido no controle
funcional das células de Sertoli. Estas células são responsáveis pela
formação de uma barreira hematotesticular (evita o movimento de
algumas substâncias químicas do sangue para o lúmen dos túbulos
seminíferos), nutrição, suporte das células germinativas, secreção
de fluido tubular e de proteínas, como a proteína ligadora de
androgênios (ABP), cuja função é transportar o androgênio dos
túbulos seminíferos para a região proximal do epidídimo, onde esse
hormônio estimula a produção de proteínas necessárias para
maturação e desenvolvimento dos gametas masculinos. Como as
células germinativas masculinas não apresentam receptores para
FSH, a ação desse hormônio na promoção da espermatogênese
ocorre via estimulação das células de Sertoli. Além disso, o FSH
estimula a produção do hormônioinibina por essas células. A inibina
inibe a produção de FSH pelos gonadotrofos, mantendo as
concentrações plasmáticas de FSH dentro dos limites fisiológicos.
No testículo, o LH atua principalmente nas células de Leydig
estimulando a esteroidogênese, levando à produção de testosterona
(principal androgênio produzido). Vale ressaltar que a testosterona é
crucial para a ocorrência da espermatogênese; porém, as ações
desse hormônio na espermatogênese ocorrem indiretamente via
células de Sertoli, uma vez que estas apresentam receptores para
androgênios, enquanto as células germinativas, não. A síntese de
testosterona nas células de Leydig ocorre a partir do colesterol, que
é convertido a pregnenolona e esta, por sua vez, é posteriormente
metabolizada em progesterona por ação da 3β-hidroxiesteroide
desidrogenase (3β-HSD). A progesterona é convertida a
androstenediona pela enzima 17α-hidroxilase. E, posteriormente,
androstenediona é metabolizada a testosterona pela enzima 17β-
hidroxiesteroide desidrogenase (17β-HSD). Uma quantidade
significativa de testosterona se difunde para os túbulos seminíferos,
devido à proximidade entre estes e as células de Sertoli, ligando-se
às proteínas ABP para suas ações no processo da
espermatogênese. A testosterona pode alcançar a circulação
periférica e ser convertida perifericamente em: 1) 17β-estradiol
(principalmente no tecido adiposo) pela aromatase; ou, 2) ser
convertida em 5α-di-hidrotestosterona (DHT), um potente andrógeno
não aromatizado, por ação da enzima 5α-redutase em tecidos como
pele genital, folículos pilosos, próstata, entre outros. A testosterona e
o DHT exercem suas ações fisiológicas ao se ligarem a receptores
androgênicos nas células-alvo. A testosterona tem papel na
diferenciação sexual, libido, agressividade, efeitos anabólicos no
músculo esquelético, crescimento e higidez dos ossos, eritropoiese,
espessamento das cordas vocais (voz grave) e estimulação da
espermatogênese e lipólise. Já os efeitos biológicos do DHT incluem
desenvolvimento embrionário da próstata, descida dos testículos,
desenvolvimento da genitália externa, uretra e próstata, padrão
masculino dos pelos pubianos e da distribuição dos pelos pelo
corpo, padrão de calvície e aumento da secreção das glândulas
sebáceas. O estradiol derivado da testosterona exerce funções
importantes no organismo masculino, como a maturação dos ossos
e fechamento das epífises, prevenção da osteoporose e controle da
secreção de GnRH por retroalimentação.
As gonadotrofinas, LH e FSH, são secretadas principalmente em
resposta ao GnRH hipotalâmico. Este atua diretamente sobre os
gonadotrofos estimulando a síntese e secreção das gonadotrofinas.
Ao caírem na circulação sanguínea, as gonadotrofinas alcançam
seus tecidos-alvo, as gônadas masculinas (testículos), onde
exercem suas ações estimulando a espermatogênese e a secreção
de androgênios. Contudo, os níveis plasmáticos de androgênios,
sendo o principal secretado a testosterona, também podem regular a
liberação das gonadotrofinas por mecanismo de retroalimentação
negativa exercida sobre os gonadotrofos na adeno-hipófise e sobre
os neurônios produtores de GnRH no hipotálamo. Assim, quando a
secreção de androgênios aumenta, por retroalimentação negativa, a
liberação de gonadotrofinas é inibida. Por outro lado, quando as
concentrações plasmáticas dos androgênios estão baixas, aumenta
a secreção de gonadotrofinas pela adeno-hipófise. Além disso, a
secreção de FSH também pode ser inibida pela inibina, que exerce
retroalimentação negativa diretamente nos gonadotrofos.
Figura 2 | Eixo hipotálamo-hipofisário-testicular. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
Algumas doenças podem estar associadas aos hormônios
gonadotrópicos e/ou produção de esteroides sexuais estimulados
por esses hormônios. A seguir, são apresentados alguns desses
distúrbios em homens:
Criptorquidia: é a não descida dos testículos para a bolsa
escrotal, podendo ser uni ou bilateral. Essa patologia é comum
em lactentes que apresentam secreção reduzida de
androgênios. Como a produção de espermatozoides
(espermatogênese) necessita que a temperatura na bolsa
escrotal esteja cerca de 2ºC abaixo da temperatura corporal,
nessa patologia, a produção de espermatozoides encontra-se
comprometida, sendo menor que o normal, uma vez que a
temperatura da cavidade pélvica é maior. Desse modo, a
condição se não tratada ou corrigida pode levar o indivíduo à
esterilidade. Para o tratamento da criptorquidia utiliza-se terapia
hormonal (androgênios) e procedimentos cirúrgicos para
deslocamento dos testículos para a bolsa escrotal.
Hipogonadismo: é um distúrbio ocasionado pela redução da
liberação de testosterona pelos testículos. Pode ser: primário
(consequência de insuficiência testicular), secundário (quando
não há secreção de gonadotrofinas pela adeno-hipófise e
consequente ausência de estímulos para os testículos) e
terciária (quando há falta de secreção de GnRH hipotalâmico).
A instalação do hipogonadismo antes da puberdade acarreta na
ausência do desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários masculinos, assim como comprometimento da
espermatogênese. Em homens adultos, observa-se níveis
baixos de androgênios e baixa contagem de espermatozoides.
O tratamento é realizado com reposição hormonal com
testosterona exógena.
 
 
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Gônadas femininas
As gônadas femininas são os ovários, estruturas pares, ovoides,
localizadas na parte superior da cavidade pélvica, um de cada lado
do útero. Cada ovário é formado por quatro camadas. A primeira é o
epitélio germinativo, camada mais externa formada por epitélio
pavimentoso. A segunda camada é a túnica albugínea, formada por
tecido conjuntivo denso. Logo abaixo da túnica albugínea, temos a
região cortical, com predomínio de folículos ovarianos (células
germinativas femininas) em diferentes estágios de desenvolvimento,
e depois a região medular, constituindo a camada mais interna do
ovário, formada por tecido conjuntivo frouxo rica em vasos
sanguíneos. Envolvendo os folículos e vasos sanguíneos, está o
estroma, formado por tecido conjuntivo. Os folículos primordiais são
considerados as unidades reprodutoras do ovário, estando
presentes já ao nascimento, sendo constituídos por um oócito
envolto por uma camada de células da granulosa. A maioria dos
folículos primordiais apresenta desenvolvimento contínuo, assim se
desenvolve e posteriormente sofre atresia, e isso acontece do
período fetal até a menopausa. Durante a vida fetal e infância, os
folículos primordiais crescem e passam a se chamar folículos
primários, cessando seu desenvolvimento. Na puberdade, o início
da atividade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário estimula os folículos
primários a reiniciar seu desenvolvimento. A camada de células da
granulosa se prolifera e há a formação de uma nova camada
denominada teca. Nesse estágio, o folículo é dito secundário e
continua a se desenvolver, formando uma cavidade intrafolicular
denominada antro, resultando na formação do folículo antral ou de
Graaf, que é o folículo maduro, pronto para ser ovulado. Os ovários
são responsáveis pela formação dos gametas femininos (processo
da foliculogênese), produção de esteroides gonadais (estrogênios e
progesterona) e ovulação. Assim, os ovários exercem papel
importante no desenvolvimento final das células germinativas e na
preparação do organismo feminino para a reprodução.
Diferentemente do que se observa no homem, na mulher, as células
germinativas são produzidas durante a vida intrauterina e seu
número diminui ao longo da vida reprodutiva e se interrompe com a
instalação da menopausa. No ovário, o FSH atua nas células da
granulosa estimulando o crescimento e maturação folicular, além da
expressão da enzima aromatase. Já o LH atua nas células da teca,
estimulando a esteroidogênese, resultando na produção de
androgênios, que serão aromatizados nas células da granulosa a
estrogênios, principalmente estradiol, e na produção de
progesterona.
Por serem hormônios esteroides, os estrogênios seguem a

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