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LIMITES NO INFINITO Vamos analisar o comportamento de uma função à medida que os valores assumidos pela variável livre tornam-se cada vez maiores (para que isso seja possível deve estar definida em um intervalo do tipo para algum . Começamos com um exemplo: Considere a função racional , definida para todo número real exceto (logo pode assumir valores tão grandes quanto quisermos). Construindo uma tabela para , observamos que para valores cada vez maiores de obtemos como resultados valores de cada vez mais próximos de 3. 1 -0,25 10 1,470588 100 2,757009 1000 2,974181 10000 2,997402 100000 2,99974 1000000 2,999974 Observando o gráfico, temos a impressão de que é possível encontrar valores para tão próximos de 3 quanto quisermos, bastando para isso tomarmos valores de suficientemente grandes. Formalmente: Seja uma função definida em algum intervalo . Escrevemos (e lemos “o limite de quando tende para infinito é ”) se os valores de tornam-se arbitrariamente próximos de quando tomamos suficientemente grande1. Perceba que este limite nos fornece informação a respeito da “extremidade direita” do gráfico da função. Voltando ao nosso exemplo podemos observar que “em sua extremidade direita” o gráfico de aproxima-se da reta de equação , chamada de assíntota horizontal. Analisando algebricamente temos Quando cresce, tanto o numerador quanto o denominador crescem. Você poderia pensar em uma expressão da forma , e concluir de forma equivocada, que o resultado deveria ser 1. Ocorre que é uma forma indeterminada (assim como , que já estudamos), e que para determinar sua resposta será necessária alguma manipulação algébrica. De fato, Uma vez que . 1 É importante lembrar que o símbolo não representa um número. De maneira análoga analisaremos o comportamento da função à medida que os valores assumidos pela variável livre tornam-se cada vez menores (para que isso seja possível deve estar definida em um intervalo do tipo para algum . Construindo uma nova tabela para , observamos novamente que para valores cada vez menores de obtemos como resultados valores de cada vez mais próximos de 3. -1 -1,33333 -10 11,66667 -100 3,27957 -1000 3,026183 -10000 3,002602 -100000 3,00026 -1000000 3,000026 Observando o gráfico, temos a impressão de que é possível encontrar valores para tão próximos de 3 quanto quisermos, bastando para isso tomarmos valores de suficientemente pequenos. Formalmente: Seja uma função definida em algum intervalo . Escrevemos (e lemos “o limite de quando tende para menos infinito é ”) se os valores de tornam-se arbitrariamente próximos de quando tomamos suficientemente pequeno2. Perceba que este limite nos fornece informação a respeito da “extremidade esquerda” do gráfico da função. Algebricamente temos Uma vez que . Dizemos que uma reta de equação é uma assíntota horizontal ao gráfico de uma função se ou . Desta forma, o gráfico de uma função pode ter, no máximo, duas assíntotas horizontais distintas. Isso ocorre quando e , com . 2 Vale a pena lembrar que o símbolo também não representa um número. Exemplo: Encontre as assíntotas horizontais do gráfico de √ . Para isso teremos que calcular separadamente os limites √ e √ Observe que novamente temos indeterminações do tipo . √ √ Como √ temos √ ( ) √( ) Como , podemos afirmar que a partir de certo ponto . Logo e o limite torna-se ( ) √( ) ( ) √( ) √ Logo a reta de equação é uma assíntota horizontal para o gráfico de . Quando , podemos afirmar que a partir de certo ponto . Logo e o limite torna-se ( ) √( ) ( ) √( ) √ Logo a reta de equação também é uma assíntota horizontal para o gráfico de , esboçado ao lado. É possível também que ou não exista. Neste caso, o gráfico da função não possui assíntota horizontal. Exemplos: O limite √ nos leva a outra forma indeterminada, . Para resolvê-lo vamos usar manipulação algébrica (que não altere o resultado, claro). √ √ √ √ √ √ O limite novamente nos leva à forma indeterminada do tipo . Vamos reescrevê-lo: ( ) e não existem. O gráfico de não possui assíntota horizontal.