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UNDB APÊNDICE B - SINOPSE DO CASE INFORMAÇÕES SOBRE A UNIDADE CURRICULAR Unidade Curricular: Arquitetura e Urbanismo Carga Horária: 80h Professor: Raíssa Muniz Turno: Noturno Curso: Engenharia Civil Módulo: IX TÍTULO DO CASE Mobilidade, Acessibilidade e Infraestrutura Urbana em Alcântara/MA Parte I – ESCREVER UM RESUMO DO CASE 1. RESUMO DO CASE O munícipio de Alcântara, localizado no Maranhão, é marcada por seu patrimônio arquitetônico colonial, ruas de pedras e localização estratégica às margens da Baia de São Marcos. Contudo, por trás desse território com características marcantes, existe uma rotina desafiadora para população local e turistas. Dentre essas sendo, principalmente, o acesso principal à cidade é por meio de transporte fluvial, saindo da capital do estado, São Luís, ou por pequenas embarcações locais. Além do mais, a logística comercial é uma vítima da infraestrutura local, pois a circulação de pessoas e mercadorias é limitada pelas vias estreitas, calçadas irregulares e ausência de transporte público estruturado, que compromete também a acessibilidade local. Ainda que Alcântara viva nesse paradoxo citado anteriormente, foi previsto um evento internacional para ocorrer na cidade no próximo ano. Evento esse que prevê receber um número recorde de visitantes. Entretanto, com as informações já citadas e um levantamento técnico executado foi confirmado que a infraestrutura local, mobilidade e acessibilidade, não está preparada para suportar o número recorde de demanda. Levando isso em consideração, a Prefeitura de Alcântara contratou o engenheiro civil Gabriel Moreira para assessorar na elaboração de um plano de melhoria da mobilidade e acessibilidade urbana. Trata-se de um grande desafio, pois os recursos são limitados e o tempo disponível para a elaboração e execução do projeto é reduzido. Além disso, o engenheiro precisa considerar que qualquer proposta desenvolvida deve respeitar o patrimônio histórico, ao mesmo tempo em que seja funcional para os moradores e turistas. Parte II – DESTACAR OS ELEMENTOS DO CASE 2. O PROBLEMA Com recursos limitados e pouco tempo disponível, qual plano de ação integrado Gabriel pode propor para melhorar, de forma imediata e eficaz, a mobilidade, a acessibilidade e a infraestrutura urbana de Alcântara, garantindo a realização segura e organizada do evento? 3. O PROTAGONISTA O protagonista deste case proposto é Gabriel Moreira, engenheiro civil recém-formado que atua em uma consultoria de infraestrutura. Ele foi contratado pela Prefeitura de Alcântara para assessorar na elaboração de um plano de melhoria da mobilidade e acessibilidade urbanas. Gabriel é conhecido por seu perfil meticuloso e por buscar soluções práticas que conciliem preservação histórica e inovação tecnológica. Apesar de já ter experiência em projetos de requalificação de áreas históricas, nunca enfrentou um contexto tão desafiador quanto o do município de Alcântara, marcado por isolamento geográfico, limitações logísticas e restrições patrimoniais. Como mencionado anteriormente, o ambiente em que Gabriel está inserido é o do município histórico de Alcântara (MA), caracterizado por ruas estreitas de pedra, calçadas irregulares, ausência de transporte público estruturado e forte dependência do transporte marítimo para ligação com São Luís. Esse cenário impõe barreiras à circulação de moradores, turistas e comerciantes, mas, ao mesmo tempo, guarda um potencial econômico e cultural significativo, sobretudo diante da proximidade de um grande evento internacional previsto para ocorrer na cidade. 4. O CONFLITO Neste case, o engenheiro Gabriel enfrenta o desafio de elaborar, em pouco tempo disponível e com orçamento limitado, um plano de mobilidade, acessibilidade e infraestrutura urbana para Alcântara. Ele precisa equilibrar a preservação do patrimônio histórico com a necessidade de garantir circulação adequada de moradores e visitantes, além de responder à pressão gerada pela proximidade de um grande evento internacional que o município deve sediar. 5. A DECISÃO Este case propõe a tomada de decisão referente à concepção de um plano estratégico de infraestrutura urbana, com ênfase em mobilidade e acessibilidade, para o município de Alcântara. Tal decisão deve contemplar intervenções imediatas que viabilizem a realização do evento cultural internacional previsto, ao mesmo tempo em que estabelece diretrizes sustentáveis para a circulação de pessoas e bens no longo prazo. O plano deverá respeitar três eixos de restrição: a) Preservação do patrimônio histórico e arquitetônico, que limita modificações estruturais nas vias e praças; b) Condicionantes logísticos, marcados pela dependência do transporte marítimo e pela precariedade da infraestrutura viária interna; c) Restrições orçamentárias, que exigem soluções criativas e economicamente viáveis. Além desses fatores, a decisão precisa harmonizar demandas de diferentes fatores sociais — moradores, comerciantes, turistas e entidades de preservação cultural — garantindo que as medidas adotadas atendam simultaneamente a requisitos de acessibilidade, segurança e valorização do patrimônio. 6. DADOS NECESSÁRIOS À RESOLUÇÃO DO CONFLITO a. Explícitos no texto: 1. Situação emergencial do cais principal, avariado por uma tempestade; 2. Condições atuais de mobilidade em Alcântara (ruas estreitas de pedra, calçadas irregulares, ausência de transporte público estruturado); 3. Dependência do transporte marítimo para ligação com São Luís, com limitações de horários, capacidade e segurança; 4. Pressão de diferentes fatores sociais (moradores, comerciantes, turistas, guias, grupos de preservação); 5. Proximidade do evento cultural internacional, que exige soluções imediatas para receber grande fluxo de visitantes; 6. Restrições: preservação do patrimônio histórico, limitações logísticas e orçamento municipal insuficiente. b. Coletados por meio de pesquisa: 1. Entendimento de conceitos básicos: 1.1 Patrimônio: refere-se ao conjunto de bens culturais, históricos, arquitetônicos e naturais que têm valor para uma comunidade, servindo como referência da identidade, memória e história local. No contexto urbano, envolve ruas, edifícios e espaços públicos que precisam ser preservados ao planejar intervenções; 1.2 Monumento arquitetônico: é um bem construído de importância histórica, artística ou cultural, que representa características típicas de determinada época ou estilo. Em Alcântara, igrejas, fortes e palacetes coloniais são exemplos de monumentos que exigem atenção especial em qualquer projeto de mobilidade ou acessibilidade. 2. Conhecimento histórico local: Em 1948, o conjunto arquitetônico do município de Alcântara foi tombada pelo Iphan, recebendo também o título de Cidade Monumento Nacional. A proteção foi regulamentada em 1997 pela Lei n° 244, que definiu limites e normas de ocupação. Já em 2004, o patrimônio local passou a ser reconhecido como de valor cultural, histórico, artístico, paisagístico, urbano e arqueológico (objeto principal de estudo deste case), abrangendo cerca de 400 imóveis, incluindo igrejas, forte e palacetes coloniais. Este tombamento se justifica pelo rico acervo da arquitetura colonial luso-brasileira, ligado ao auge econômico da aristocracia rural do Maranhão entre os séculos XVII e XIX. (IPHAN) 3. Decreto-Lei N° 25, de 30 de novembro de 1937: esta lei aborda sobre a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional, estabelecendo normas para o tombamento e preservação de bens culturais, sejam eles públicos ou privados. No contexto deste case, essa legislação é fundamental porque delimita o que pode ou não ser modificado em cidades históricas comoAlcântara, exigindo que qualquer intervenção em infraestrutura urbana — como melhorias de mobilidade e acessibilidade — respeite e preserve o valor cultural e arquitetônico existente. 4. Normas: 4.1 NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura; 4.2 NBR 16636-2 - Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos - Parte 2: Projeto arquitetônico. 7. SOLUÇÕES POSSÍVEIS 1. Manutenção e ampliação do principal acesso à cidade – o cais: Como já mencionado, o principal cais de Alcântara sofreu avarias em decorrência de uma tempestade, comprometendo sua funcionalidade. Torna-se, portanto, essencial desenvolver um projeto de reparo estrutural, reforço e ampliação, de modo a garantir a capacidade operacional adequada para o transporte de pessoas e mercadorias, atendendo tanto às demandas cotidianas quanto ao aumento de fluxo previsto durante o evento internacional; 2. Investimento nos transportes marítimos: Tendo em vista a dependência de Alcântara do transporte marítimo para conexão com São Luís e outras localidades, é fundamental avaliar e ampliar a capacidade da frota e da infraestrutura portuária. Isso inclui manutenção preventiva das embarcações, aquisição ou aluguel de unidades adicionais, e melhoria de horários e rotas, garantindo segurança, confiabilidade e maior fluidez no deslocamento de moradores, turistas e cargas, especialmente durante o evento internacional; 3. Acessibilidade e mobilidade em locais turísticos: Em Alcântara, a circulação de moradores e visitantes enfrenta diversos problemas: calçadas estreitas e irregulares, ausência de rampas e sinalização tátil, iluminação insuficiente e travessias inseguras, além de ruas estreitas que dificultam o fluxo de pedestres e veículos. É fundamental que o plano de mobilidade e acessibilidade corrija essas deficiências, garantindo acessibilidade universal, segurança e melhor experiência turística, especialmente durante o aumento de fluxo previsto para o evento internacional na cidade, sem comprometer o patrimônio histórico; 4. Infraestrutura temporária para eventos: Para atender ao aumento de fluxo durante eventos culturais, podem ser instaladas soluções temporárias e adaptáveis, como rampas móveis, passarelas elevadas ou áreas de circulação moduláveis. Essas intervenções são reversíveis, minimizando impacto sobre o patrimônio e permitindo gestão eficiente de pedestres e veículos em períodos de grande movimento. 5. Implantação de meios de transportes alternativos: Devido às vias estreitas, irregularidades das ruas e limitações do transporte público, é essencial considerar meios de transporte alternativos, como bicicletas, triciclos ou carrinhos motorizados de pequeno porte, adaptados às características da cidade. Além disso, propõe-se a criação de uma cooperativa de motoristas locais, responsável por organizar, regular e operar esses transportes, garantindo eficiência, segurança e sustentabilidade. Essas medidas podem reduzir congestionamentos, facilitar o deslocamento interno de moradores e turistas e melhorar o acesso a áreas de difícil circulação, especialmente durante o evento internacional, sem comprometer o patrimônio histórico local; 6. Uso de mão de obra local: aproveitamento da mão de obra local é estratégico para a execução das melhorias de infraestrutura urbana, mobilidade e acessibilidade em Alcântara. Além de reduzir custos operacionais e fortalecer a economia da cidade, promove capacitação técnica da população, gera emprego e engajamento da comunidade no projeto. A utilização de trabalhadores locais também contribui para maior aceitação social das intervenções, garantindo que as soluções propostas respeitem as características culturais e históricas do município; 7. Sinalização e orientação turística: Instalação de placas informativas, sinalização tátil e mapas interativos em pontos estratégicos da cidade. Pode incluir QR Codes com informações históricas e culturais, auxiliando turistas na circulação e reduzindo riscos de congestionamento em áreas estreitas. 8. CRITÉRIO DE ESCOLHA DA SOLUÇÃO IDEAL (na sua opinião) A solução ideal para o planejamento de mobilidade e acessibilidade em Alcântara deve ser avaliada segundo os seguintes critérios: 1. Eficácia – A solução deve resolver os problemas centrais de circulação, transporte e acessibilidade, garantindo segurança e conforto para moradores e turistas, inclusive durante eventos de grande porte e fluxo; 2. Compatibilidade com o patrimônio histórico – Intervenções devem preservar e valorizar o patrimônio arquitetônico e urbano, atendendo às normas de tombamento e legislação vigente (Lei nº 244/1997 e Decreto-Lei nº 25/1937); 3. Viabilidade econômica – As propostas devem ser compatíveis com os recursos financeiros limitados do município, priorizando soluções de baixo custo ou que possam contar com parcerias; 4. Prazo de implementação – É essencial que as medidas possam ser executadas dentro do tempo disponível, especialmente considerando o evento previsto; 5. Sustentabilidade e engajamento local – Deve favorecer a participação da comunidade, uso de mão de obra local e soluções de manutenção simples, garantindo continuidade e aceitação social; 6. Flexibilidade e adaptabilidade – Soluções devem permitir ajustes para diferentes cenários, como variações de fluxo de pessoas ou eventos futuros, sem comprometer a infraestrutura históricas. 9. ANÁLISE SOLUÇÃO PÓS CONTRAS Manutenção e ampliação do cais Garante acesso seguro e funcional; essencial para transporte de pessoas e mercadorias; atende demanda do evento Alto custo; dependência de condições climáticas; execução exige tempo e planejamento detalhado 10. DECISÃO - SOLUÇÃO ESCOLHIDA A complexidade dos desafios enfrentados em Alcântara — incluindo mobilidade, acessibilidade, transporte marítimo, fluxo de turistas e preservação do patrimônio histórico — exige uma solução integrada, pois nenhuma ação isolada seria suficiente para resolver todos os problemas de forma eficaz. A solução escolhida é a requalificação da infraestrutura urbana e da mobilidade, entendida como um plano abrangente que organiza e articula todas as medidas necessárias para garantir circulação segura, eficiente e inclusiva. Dentro desse plano, cada solução atua em um aspecto específico: 1. Manutenção e ampliação do cais e investimento em transporte marítimo asseguram acesso principal e conexão com outras localidades; 2. Melhoria das ruas, calçadas e acessibilidade garante circulação cotidiana de moradores e turistas, respeitando o patrimônio histórico; 3. Infraestrutura temporária para eventos permite gerenciamento eficiente de fluxos extraordinários durante grandes acontecimentos; 4. Transportes alternativos e cooperativa de motoristas locais otimizam a circulação em vias estreitas e aumentam a mobilidade interna; Investimento nos transportes marítimos Aumenta confiabilidade e fluidez no transporte; atende moradores e turistas; reduz riscos durante o evento Necessidade de recursos financeiros; manutenção contínua; coordenação logística complexa Acessibilidade e mobilidade em locais turísticos Solução permanente; melhora segurança e inclusão; beneficia moradores e turistas; preserva patrimônio Pode ter alto custo; execução gradual; exige planejamento detalhado para respeitar patrimônio histórico Infraestrutura temporária para eventos Implementação rápida; minimiza impacto sobre patrimônio; flexível para diferentes fluxos de visitantes Benefício limitado a eventos; custo adicional de montagem e remoção; manutenção temporária Implantação de meios de transportes alternativos Reduz congestionamento; promove mobilidade sustentável; organiza motoristas locais; facilita acesso a áreas estreitas Investimentoinicial em veículos e capacitação; exige regulação e fiscalização contínua Uso de mão de obra local Reduz custos; fortalece economia local; aumenta engajamento comunitário; capacita população Necessário treinamento; capacidade técnica limitada; supervisão profissional constante Sinalização e orientação turística Melhora circulação de turistas; reduz riscos; educativa; beneficia experiência cultural Impacto limitado na mobilidade de veículos; manutenção contínua; custo de implantação 5. Uso de mão de obra local fortalece a economia, capacita a população e aumenta engajamento comunitário; 6. Sinalização e orientação turística facilita a circulação de visitantes e reduz riscos de congestionamento. Dessa forma, todas as soluções estão articuladas dentro de um único plano de requalificação, equilibrando eficácia, custo, tempo, preservação do patrimônio e engajamento da comunidade, garantindo que Alcântara esteja preparada tanto para o uso cotidiano quanto para eventos de grande fluxo. 11.PLANO PARA IMPLEMENTAR A SOLUÇÃO ESCOLHIDA – 5W2H O QUÊ Implementar a reforma da infraestrutura urbana, mobilidade e acessibilidade, em Alcântara, incluindo: manutenção e ampliação do cais, melhoria de ruas e calçadas, acessibilidade universal, transporte alternativo com cooperativa local, infraestrutura temporária para eventos, uso de mão de obra local e sinalização turística QUEM Prefeitura de Alcântara (órgão gestor), consultoria de engenharia civil (Gabriel Moreira e equipe), cooperativa de motoristas locais, empresas de transporte marítimo, moradores e trabalhadores locais, órgãos de preservação do patrimônio (Iphan) QUANDO - Curto prazo (0–3 meses): reparo emergencial do cais e infraestrutura temporária para eventos; - Médio prazo (3–12 meses): melhorias permanentes em ruas, calçadas, acessibilidade e transporte alternativo; - Longo prazo (12–24 meses): consolidação das soluções para o cotidiano, capacitação da comunidade, manutenção contínua e aprimoramento da sinalização turística, além de ajustes estruturais voltados à preparação da cidade para futuros eventos de grande porte. ONDE Cidade de Alcântara, com foco em áreas centrais e históricas, cais principal, vias de grande circulação de moradores e turistas, pontos estratégicos para transporte alternativo e sinalização. POR QUÊ Garantir circulação segura e eficiente para moradores e turistas, atender demandas extraordinárias de eventos culturais, preservar o patrimônio histórico, fortalecer a economia local e engajar a comunidade na execução e manutenção do projeto. COMO Desenvolver projetos técnicos detalhados; contratar mão de obra local e fornecedores qualificados; implantar cronograma por etapas; coordenar transporte alternativo e infraestrutura temporária; monitorar execução e impactos; realizar campanhas de capacitação e orientação turística. QUANTO CUSTA Estimativa aproximada baseada em: reparo e ampliação do cais, melhorias em ruas e calçadas, implementação de transporte alternativo e infraestrutura temporária, sinalização e capacitação de mão de obra local. Custos podem ser otimizados com uso de recursos municipais limitados, parcerias com órgãos culturais, apoio de empresas e cooperativas locais.