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Direito Administrativo para Concursos de Guarda Municipal 2

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS DE
GUARDA MUNICIPAL
Material completo com conceitos, definições e questões comentadas
SUMÁRIO
1. Direito Administrativo: conceito, evolução histórica, fontes, métodos e critérios interpretativos
2. Administração Pública: conceitos, organização, centralização e descentralização
3. Agentes públicos: espécies, classificação e regime jurídico
4. Poder de Polícia
5. Processo Administrativo Disciplinar
6. Bens públicos
7. Improbidade administrativa
8. Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação)
9. Lei Federal nº 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados)
10. Questões de concursos anteriores
1. DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA,
FONTES, MÉTODOS E CRITÉRIOS INTERPRETATIVOS
1.1 Conceito
O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que regula a atividade jurídica não contenciosa do Estado
e a constituição dos órgãos e meios destinados à sua ação, em todos os seus níveis e aspectos.
Definição clássica de Hely Lopes Meirelles:
"Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas
tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado."
1.2 Evolução Histórica
O Direito Administrativo, como ramo autônomo, tem origem relativamente recente:
Surgiu na França, entre o final do século XVIII e início do século XIX, após a Revolução Francesa
Formou-se a partir da necessidade de subordinar a Administração Pública ao princípio da legalidade
Foi impulsionado pela criação do Conselho de Estado francês em 1799
Antes disso, vigorava o Estado Absolutista, onde o governante não se submetia a controles jurídicos
No Brasil, desenvolveu-se a partir da Independência (1822), mas ganhou autonomia efetiva apenas no
século XX
1.3 Fontes do Direito Administrativo
As principais fontes do Direito Administrativo são:
Fonte Descrição
Lei
Principal fonte. Inclui a Constituição Federal, leis complementares, ordinárias,
delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções
Jurisprudência
Decisões reiteradas dos tribunais que ajudam a interpretar e aplicar as normas
administrativas
Doutrina Estudos, teorias e opiniões elaboradas por juristas especializados
Costumes
Práticas reiteradas com convicção de obrigatoriedade, embora com papel
secundário
Princípios Gerais do
Direito
Diretrizes fundamentais que orientam todo o sistema jurídico
⚠ Para concursos:
Frequentemente são cobradas questões sobre as fontes do Direito Administrativo, especialmente sobre a
hierarquia entre elas, com destaque para o papel da Constituição Federal como fonte primária.
1.4 Métodos e Critérios Interpretativos
A interpretação das normas de Direito Administrativo segue alguns métodos e critérios específicos:
Interpretação sistemática: considera o ordenamento jurídico como um todo coerente
Interpretação teleológica: busca a finalidade da norma, especialmente o interesse público
Interpretação conforme a Constituição: as normas administrativas devem ser interpretadas em harmonia
com os preceitos constitucionais
1.5 Relação com outros ramos do Direito
O Direito Administrativo mantém estreita relação com diversos ramos jurídicos:
Direito Constitucional: fornece as bases e princípios fundamentais
Direito Civil: regula contratos e responsabilidade civil
Direito Processual: estabelece procedimentos administrativos
Direito Penal: tipifica crimes contra a Administração Pública
Direito Financeiro e Tributário: regula aspectos fiscais e orçamentários
2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS, ORGANIZAÇÃO,
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
2.1 Conceito de Administração Pública
A expressão "Administração Pública" pode ser entendida em dois sentidos:
Sentido objetivo ou material: refere-se à atividade administrativa exercida pelo Estado
Sentido subjetivo ou formal: refere-se ao conjunto de órgãos, entidades e agentes que exercem a função
administrativa
2.2 Organização Administrativa
A organização da Administração Pública no Brasil está estruturada de acordo com os seguintes conceitos:
2.2.1 Centralização e Descentralização
Centralização Administrativa
Ocorre quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio dos órgãos e agentes da
Administração Pública Direta, sem transferência da titularidade ou execução do serviço.
Descentralização Administrativa
Ocorre quando o Estado transfere, por outorga ou delegação, a titularidade ou a execução de
determinados serviços públicos a outras entidades.
Formas de descentralização:
Por outorga: transferência da titularidade do serviço por meio de lei (ex.: criação de autarquias)
Por delegação: transferência apenas da execução do serviço por contrato ou ato administrativo (ex.:
concessões)
2.2.2 Concentração e Desconcentração
Concentração Administrativa
Ocorre quando as atribuições administrativas são executadas de forma centralizada, sem distribuição
interna.
Desconcentração Administrativa
Ocorre quando há distribuição interna de competências dentro da mesma pessoa jurídica, criando-se
órgãos públicos sem personalidade jurídica própria.
⚠ Atenção:
A diferença fundamental entre descentralização e desconcentração é que na primeira há transferência de
competências para outra pessoa jurídica, enquanto na segunda a transferência ocorre dentro da mesma
pessoa jurídica.
2.3 Administração Direta e Indireta
2.3.1 Administração Direta
É composta pelos órgãos integrantes da estrutura administrativa da Presidência da República, Ministérios (na
esfera federal), Governadorias, Secretarias Estaduais (na esfera estadual) e Prefeituras, Secretarias Municipais (na
esfera municipal).
Características principais:
Não possui personalidade jurídica própria (os órgãos são meras repartições)
Vincula-se hierarquicamente ao chefe do Poder Executivo
Os órgãos públicos são centros de competência despersonalizados
2.3.2 Administração Indireta
É composta por entidades com personalidade jurídica própria, criadas ou autorizadas por lei para desempenhar
atividades administrativas de forma descentralizada.
Entidades da Administração Indireta:
Entidade Características
Autarquias
Pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei, com autonomia administrativa e
financeira. Ex.: INSS, IBAMA, universidades federais
Fundações Públicas
Podem ser de direito público ou privado, criadas por autorização legal para fim
específico. Ex.: FUNAI, IBGE
Empresas Públicas
Pessoas jurídicas de direito privado, com capital exclusivamente público. Ex.:
Correios, BNDES
Sociedades de
Economia Mista
Pessoas jurídicas de direito privado, com participação do poder público e de
particulares no capital e na administração. Ex.: Petrobras, Banco do Brasil
⚠ Para concursos:
As diferenças entre as entidades da Administração Indireta são frequentemente cobradas em questões de
concursos. Memorize as características de cada entidade e suas diferenças quanto à natureza jurídica, forma
de criação e finalidades.
3. AGENTES PÚBLICOS: ESPÉCIES, CLASSIFICAÇÃO E REGIME
JURÍDICO
3.1 Conceito de Agentes Públicos
Agentes públicos são todas as pessoas físicas que exercem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função pública.
3.2 Classificação dos Agentes Públicos
Segundo a classificação de Hely Lopes Meirelles, os agentes públicos dividem-se nas seguintes espécies:
Categoria Definição Exemplos
Agentes Políticos
Ocupam cargos na estrutura superior do
Estado, com funções de direção e
orientação estabelecidas pela Constituição
Presidente da República, Governadores,
Prefeitos, Ministros, Secretários,
Parlamentares, Magistrados
Agentes
Administrativos
Exercem atividade profissional vinculados
por relação de trabalho, ocupando cargos,
empregos ou funções públicas
Servidores públicos estatutários,
empregados públicos, servidores
temporários
Agentes
Honoríficos
Convocados, designados ou nomeados
paraprestar serviços ao Estado, sem
vínculo empregatício, de forma transitória
Jurados, mesários eleitorais, comissários
de menores
Agentes
Delegados
Particulares que executam serviço público
em nome próprio, por delegação
Concessionários, permissionários,
tabeliães, tradutores públicos
Agentes
Credenciados
Designados para representar a
Administração em determinado ato ou
atividade
Representantes oficiais em congressos,
adidos culturais
3.3 Regime Jurídico dos Servidores Públicos
3.3.1 Provimento
O provimento é o ato de preenchimento de cargo público. Pode ser:
Originário: quando não há vínculo anterior com o serviço público (ex.: nomeação após concurso)
Derivado: quando há vínculo anterior (ex.: promoção, reversão, aproveitamento)
3.3.2 Vacância
A vacância é a situação do cargo público sem titular, podendo ocorrer por:
Exoneração
Demissão
Promoção
Readaptação
Aposentadoria
Posse em outro cargo inacumulável
Falecimento
3.3.3 Direitos e Vantagens
Os servidores públicos gozam de diversos direitos e vantagens, como:
Vencimentos e remuneração
Indenizações (diárias, transporte, ajuda de custo)
Gratificações e adicionais
Férias e licenças
Aposentadoria e pensão
Estabilidade (após 3 anos de efetivo exercício para servidores nomeados por concurso)
3.3.4 Responsabilidade dos Agentes Públicos
Os agentes públicos estão sujeitos a três esferas de responsabilidade:
Responsabilidade Civil
Obrigação de reparar o dano causado a terceiros no exercício da função pública ou em razão dela.
Responsabilidade Administrativa
Decorre da violação de normas internas da Administração, apurada mediante processo administrativo
disciplinar.
Responsabilidade Criminal
Decorre da prática de crimes funcionais previstos no Código Penal e legislação especial.
⚠ Ponto importante:
As três esferas de responsabilidade são independentes entre si, embora a absolvição criminal por negativa
de autoria ou do fato repercuta nas esferas civil e administrativa.
4. PODER DE POLÍCIA
4.1 Conceito Legal
O Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966) define o Poder de Polícia em seu artigo 78:
"Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos."
4.2 Características do Poder de Polícia
O poder de polícia possui três atributos fundamentais:
Discricionariedade: em regra, a Administração tem liberdade para decidir sobre a conveniência e
oportunidade de seu exercício
Autoexecutoriedade: a Administração pode executar suas decisões por meios próprios, sem intervenção
do Poder Judiciário
Coercibilidade: imposição coativa das medidas adotadas pela Administração
4.3 Formas de Manifestação do Poder de Polícia
O poder de polícia manifesta-se através de quatro fases ou ciclos:
1. Ordem de Polícia
Previsão legal das limitações administrativas ao exercício de direitos e atividades individuais.
2. Consentimento de Polícia
Ato de anuência prévia da Administração para o exercício de determinadas atividades (licenças,
autorizações).
3. Fiscalização de Polícia
Verificação do cumprimento das ordens e condições do consentimento.
4. Sanção de Polícia
Imposição de medidas coercitivas em caso de descumprimento (multas, interdições).
4.4 Limites do Poder de Polícia
O poder de polícia está sujeito a limites:
Limites legais: deve respeitar o princípio da legalidade
Limites dos direitos fundamentais: não pode anular totalmente os direitos individuais
Limites da proporcionalidade: as medidas devem ser adequadas, necessárias e proporcionais
Limites territoriais: em regra, não pode ser exercido fora da circunscrição do ente federativo
4.5 Diferença entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciária
Polícia Administrativa Polícia Judiciária
Natureza preventiva Natureza repressiva
Regida pelo Direito Administrativo Regida pelo Direito Processual Penal
Exercida por diversos órgãos da Administração Exercida pelas polícias civis e federal
Busca impedir ou paralisar atividades antissociais Visa apurar crimes e identificar seus autores
⚠ Para concursos:
O conceito e os atributos do Poder de Polícia, bem como a diferença entre Polícia Administrativa e Polícia
Judiciária são temas recorrentes em provas de concursos para Guarda Municipal.
5. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
5.1 Conceito e Finalidade
O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor
por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em
que se encontre investido.
5.2 Tipos de Processos Disciplinares
Sindicância
Procedimento sumário que antecede o PAD, com caráter investigativo, para apurar irregularidades e
identificar possíveis autores. Pode resultar em:
Arquivamento
Aplicação de penalidade leve (advertência ou suspensão de até 30 dias)
Instauração de PAD
Processo Administrativo Disciplinar
Procedimento mais complexo, destinado à apuração de faltas de maior gravidade, com ampla defesa e
contraditório. Pode resultar em qualquer penalidade, inclusive demissão.
Rito Sumário
Procedimento simplificado para casos específicos, como abandono de cargo, inassiduidade habitual e
acumulação ilícita de cargos.
5.3 Fases do Processo Administrativo Disciplinar
De acordo com o art. 151 da Lei nº 8.112/1990, o processo administrativo disciplinar se desenvolve nas
seguintes fases:
Fase Descrição
1. Instauração
Publicação do ato que constitui a comissão processante, formada por no mínimo
três servidores estáveis.
2. Inquérito
Administrativo
Compreende três subfases:
Instrução: coleta de provas (documentos, testemunhas, perícias, etc.)
Defesa: apresentação de defesa escrita pelo acusado
Relatório: documento conclusivo elaborado pela comissão
3. Julgamento Decisão da autoridade competente, com base no relatório da comissão.
5.4 Princípios Aplicáveis ao Processo Administrativo
Legalidade: observância das normas legais e regulamentares
Finalidade: atendimento ao interesse público
Motivação: indicação dos fatos e fundamentos jurídicos das decisões
Razoabilidade e proporcionalidade: adequação entre meios e fins
Moralidade: atuação segundo padrões éticos
Ampla defesa e contraditório: garantia de defesa e manifestação do acusado
Segurança jurídica: respeito às situações jurídicas consolidadas
Interesse público: interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do
fim público
Eficiência: busca de resultados de modo rápido e preciso
5.5 Penalidades Disciplinares
As penalidades disciplinares previstas na Lei nº 8.112/1990 são:
Advertência
Suspensão (até 90 dias)
Demissão
Cassação de aposentadoria ou disponibilidade
Destituição de cargo em comissão ou função comissionada
⚠ Prescrição da ação disciplinar:
A ação disciplinar prescreve em:
5 anos: infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria e destituição de cargo em
comissão
2 anos: infrações puníveis com suspensão
180 dias: infrações puníveis com advertência
6. BENS PÚBLICOS
6.1 Conceito
O Código Civil, em seu artigo 98, define bens públicos como "os bens do domínio nacional pertencentes às
pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
pertencerem".
6.2 Classificação dos Bens Públicos
6.2.1 Quanto à titularidade
Federais: pertencem à União
Estaduais: pertencem aos Estados
Distritais: pertencem ao Distrito Federal
Municipais: pertencem aos Municípios
6.2.2 Quanto à destinação (art. 99 do Código Civil)
Bens de uso comum do povo
São os destinados ao uso coletivo, por todos, indistintamente. Exemplos:mares, rios, estradas, ruas, praças,
praias.
Bens de uso especial
São os destinados a uma finalidade específica, utilizados para a execução de serviços públicos. Exemplos:
edifícios ou terrenos aplicados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial
ou municipal, inclusive os de suas autarquias.
Bens dominicais
São os que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito
pessoal ou real de cada uma dessas entidades. Exemplos: terras devolutas, terrenos de marinha, terras sem
destinação pública específica.
6.3 Características dos Bens Públicos
Os bens públicos possuem características especiais que os diferenciam dos bens privados:
Inalienabilidade: os bens públicos de uso comum e os de uso especial são inalienáveis enquanto
conservarem sua qualificação (art. 100 do CC)
Impenhorabilidade: não podem ser penhorados para garantia de execuções judiciais
Imprescritibilidade: não podem ser adquiridos por usucapião (art. 183, § 3º e art. 191, parágrafo único da
CF/88)
Não oneração: não podem ser dados em garantia
6.4 Afetação e Desafetação
Afetação é a destinação de um bem à utilização pública, enquanto desafetação é a retirada dessa destinação
pública.
A afetação pode ocorrer por lei, ato administrativo ou fato administrativo
A desafetação normalmente exige lei específica
Os bens dominicais são considerados desafetados
6.5 Formas de Utilização dos Bens Públicos por Particulares
Instrumento Características
Autorização de uso
Ato administrativo unilateral, discricionário e precário, para atividades
transitórias
Permissão de uso
Ato administrativo unilateral, discricionário e precário, para atividades de
interesse público concorrente com interesse privado
Concessão de uso
Contrato administrativo, com maior estabilidade, para atividades de interesse
público
Concessão de direito
real de uso
Contrato administrativo que estabelece um direito real sobre o bem, transferível
por ato inter vivos ou por sucessão
⚠ Para concursos:
A classificação dos bens públicos e suas características são temas frequentes em provas. É importante saber
distinguir os três tipos de bens quanto à destinação e suas respectivas características.
7. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
7.1 Conceito e Base Legal
A improbidade administrativa consiste na ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade e legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas:
Enriquecimento ilícito
Lesão ao erário
Concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário
Violação aos princípios da Administração Pública
A Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), com alterações trazidas pela Lei nº 14.230/2021, é o
principal diploma legal sobre o tema.
7.2 Sujeitos
Sujeitos Ativos (quem pratica)
Agentes públicos: servidores e agentes políticos, além de particulares que induzam, concorram ou se
beneficiem da improbidade.
Sujeitos Passivos (quem sofre)
Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, DF e Municípios, empresas
incorporadas ao patrimônio público, entidades para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido com
mais de 50% do patrimônio ou receita anual, e entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo
de órgão público.
7.3 Atos de Improbidade Administrativa
Com as alterações da Lei nº 14.230/2021, a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992) passou a
exigir a presença de dolo específico para configuração das condutas ímprobas, afastando a modalidade culposa.
7.3.1 Enriquecimento Ilícito (art. 9º)
Auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função,
emprego ou atividade nas entidades protegidas pela lei.
Exemplos: receber propina, usar em proveito próprio bens públicos, adquirir bens incompatíveis com a renda.
7.3.2 Lesão ao Erário (art. 10)
Ação ou omissão dolosa que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades públicas.
Exemplos: facilitar superfaturamento, permitir uso indevido de bens públicos, celebrar contratos com dispensa
indevida de licitação.
7.3.3 Concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-A)
Especificamente relacionado à fixação de alíquota do ISSQN abaixo do mínimo legal.
7.3.4 Violação aos Princípios da Administração Pública (art. 11)
Ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às
instituições.
Exemplos: revelar segredo, frustrar concurso público, deixar de prestar contas quando obrigado, descumprir
normas de acesso à informação.
7.4 Sanções
As sanções por atos de improbidade administrativa podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente (art. 12):
Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio
Ressarcimento integral do dano
Perda da função pública
Suspensão dos direitos políticos (4 a 12 anos)
Multa civil (até 24 vezes o valor da remuneração ou até 3 vezes o valor do enriquecimento ilícito ou do
dano)
Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios fiscais (3 a 12 anos)
7.5 Prescrição
Com a Lei 14.230/2021, o prazo prescricional para propositura de ações de improbidade administrativa passou a
ser de 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em
que cessou a permanência.
⚠ Atenção às mudanças:
A Lei nº 14.230/2021 trouxe mudanças significativas ao regime da improbidade administrativa, como a
exigência de dolo específico e a exclusão da modalidade culposa, além da ampliação do prazo prescricional
e mudanças processuais importantes.
8. LEI FEDERAL Nº 12.527/2011 (LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO)
8.1 Conceito e Finalidade
A Lei de Acesso à Informação (LAI) regulamenta o direito constitucional de acesso às informações públicas,
previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.
8.2 Abrangência
A Lei aplica-se a todos os órgãos e entidades da:
Administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
Ministério Público
Tribunais de Contas
Autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista
Entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos públicos
8.3 Princípios e Diretrizes
Publicidade como regra e sigilo como exceção
Divulgação de informações de interesse público independentemente de solicitação
Utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação
Fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência
Desenvolvimento do controle social da administração pública
8.4 Transparência Ativa e Passiva
Transparência Ativa
Dever dos órgãos públicos de divulgar informações de interesse geral ou coletivo, independentemente de
requerimentos.
Informações mínimas a serem divulgadas: estrutura organizacional, competências, despesas, licitações,
contratos, dados gerais para acompanhamento de programas e projetos, respostas às perguntas mais
frequentes.
Transparência Passiva
Obrigação de fornecer informações mediante solicitação específica.
Procedimento: identificação do solicitante (vedadas exigências que inviabilizem o pedido), especificação da
informação, recebimento de resposta em prazo determinado.
8.5 Pedido de Acesso à Informação
Não exige motivação
Gratuito (exceto custos de reprodução, quando necessário)
Prazo máximo de resposta: 20 dias, prorrogáveis por mais 10 dias
Possibilidade de recurso em caso de negativa
8.6 Informações Sigilosas
São restrições de acesso a informações:
Classificação Prazo de Sigilo
Ultrassecreta 25 anos (renovável uma única vez)
Secreta 15 anos (não renovável)
Reservada 5 anos (não renovável)
Também são protegidas:
Informações pessoais (por 100 anos)
Informações protegidas por outras legislações (sigilo bancário, fiscal, industrial, etc.)
8.7 Responsabilidade dos Agentes PúblicosConstituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente público:
Recusar-se a fornecer informação pública
Retardar deliberadamente o fornecimento da informação
Fornecer intencionalmente informação incorreta, incompleta ou imprecisa
Utilizar indevidamente informação que tenha obtido em razão do cargo
Divulgar ou permitir a divulgação de informação sigilosa ou pessoal
Ocultar documento público legalmente disponível
⚠ Para concursos:
É fundamental saber os prazos de sigilo para cada classificação, bem como o prazo máximo para resposta
aos pedidos de informação (20 dias, prorrogáveis por mais 10).
9. LEI FEDERAL Nº 13.709/2018 (LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS)
9.1 Conceito e Finalidade
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos
meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de
proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da
pessoa natural.
9.2 Fundamentos da LGPD
Respeito à privacidade
Autodeterminação informativa
Liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião
Inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem
Desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação
Livre iniciativa, livre concorrência e defesa do consumidor
Direitos humanos, livre desenvolvimento da personalidade, dignidade e exercício da cidadania
9.3 Conceitos Fundamentais
Termo Definição
Dado pessoal Informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável
Dado pessoal
sensível
Dado sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a
sindicato, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico
Tratamento
Qualquer operação realizada com dados pessoais (coleta, produção, recepção,
classificação, armazenamento, etc.)
Controlador Pessoa que toma as decisões sobre o tratamento de dados pessoais
Operador Pessoa que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do controlador
9.4 Princípios da LGPD
O tratamento de dados pessoais deve observar os seguintes princípios:
Finalidade: propósitos específicos, explícitos e legítimos
Adequação: compatibilidade com a finalidade informada
Necessidade: limitação ao mínimo necessário
Livre acesso: consulta facilitada aos dados
Qualidade dos dados: exatidão, clareza e atualização
Transparência: informações claras sobre o tratamento
Segurança: medidas técnicas e administrativas de proteção
Prevenção: adoção de medidas para prevenir danos
Não discriminação: impossibilidade de tratamento para fins discriminatórios
Responsabilização e prestação de contas: demonstração de medidas eficazes
9.5 Hipóteses Legais para Tratamento de Dados
O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
Mediante consentimento do titular
Para cumprimento de obrigação legal ou regulatória
Pela administração pública, para execução de políticas públicas
Para realização de estudos por órgão de pesquisa
Para execução de contrato ou procedimentos preliminares
Para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo ou arbitral
Para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro
Para a tutela da saúde
Para atender aos interesses legítimos do controlador ou de terceiro
Para a proteção do crédito
9.6 Direitos do Titular dos Dados
O titular dos dados tem direito a:
Confirmação da existência de tratamento
Acesso aos dados
Correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados
Anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários ou excessivos
Portabilidade dos dados
Informação sobre compartilhamento
Revogação do consentimento
9.7 Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)
Órgão da administração pública responsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento da LGPD. Suas
atribuições incluem:
Editar normas e procedimentos
Deliberar sobre a interpretação da LGPD
Fiscalizar e aplicar sanções
Promover o conhecimento das normas de proteção de dados
Estimular a adoção de padrões para serviços e produtos
9.8 Sanções Administrativas
As infrações à LGPD estão sujeitas às seguintes sanções:
Advertência, com indicação de prazo para correção
Multa simples de até 2% do faturamento, limitada a R$ 50 milhões por infração
Multa diária
Publicização da infração
Bloqueio dos dados pessoais
Eliminação dos dados pessoais
⚠ Para concursos:
Concentre-se nos princípios da LGPD, nos conceitos fundamentais (especialmente a diferença entre dados
pessoais e dados pessoais sensíveis) e nas hipóteses legais para tratamento de dados.
10. QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES PARA GUARDA
MUNICIPAL
Questão 01:
Acerca do Poder de Polícia, assinale a alternativa correta:
a. É uma atividade da administração pública que se limita a disciplinar o exercício dos direitos
individuais, mas não pode restringi-los.
b. Os atos decorrentes do poder de polícia sempre possuem natureza discricionária.
c. A autoexecutoriedade é um atributo do poder de polícia que permite à Administração impor suas
decisões sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário.
d. O poder de polícia é delegável de forma ampla e irrestrita a pessoas jurídicas de direito privado.
Resposta correta: C
Explicação: A autoexecutoriedade é um atributo do poder de polícia que permite à Administração
executar suas decisões por meios próprios, sem necessidade de autorização judicial prévia. A alternativa
A está incorreta porque o poder de polícia pode sim restringir direitos individuais em prol do interesse
público. A alternativa B está incorreta porque os atos decorrentes do poder de polícia podem ser
vinculados ou discricionários. A alternativa D está incorreta porque o poder de polícia não é delegável de
forma ampla e irrestrita a pessoas jurídicas de direito privado, sendo admitida delegação apenas em
situações específicas e limitadas.
Questão 02:
Sobre a organização da Administração Pública, analise as afirmativas abaixo:
I. A descentralização ocorre quando o Estado transfere a titularidade ou a execução de um serviço para
outra entidade com personalidade jurídica própria.
II. Na desconcentração administrativa, há distribuição interna de competências dentro da mesma
pessoa jurídica.
III. As autarquias são entidades da Administração Indireta com personalidade jurídica de direito privado.
IV. A administração direta é composta por órgãos públicos sem personalidade jurídica própria.
Estão corretas:
a. Apenas I e II.
b. Apenas I, II e IV.
c. Apenas II, III e IV.
d. Apenas III e IV.
Resposta correta: B
Explicação: A afirmativa I está correta, pois a descentralização ocorre quando há transferência da
titularidade ou execução de serviços para outra entidade com personalidade jurídica própria. A
afirmativa II está correta, pois na desconcentração há distribuição interna de competências. A afirmativa
III está incorreta, pois as autarquias têm personalidade jurídica de direito público, não de direito privado.
A afirmativa IV está correta, pois os órgãos da administração direta não têm personalidade jurídica
própria.
Questão 03:
Sobre o Processo Administrativo Disciplinar (PAD), é correto afirmar que:
a. A comissão processante deve ser formada por no mínimo dois servidores estáveis.
b. O prazo para conclusão do processo administrativo disciplinar é de 30 dias improrrogáveis.
c. A sindicância sempre precede obrigatoriamente o processo administrativo disciplinar.
d. O processo administrativo disciplinar desenvolve-se nas seguintes fases: instauração, inquérito
administrativo (instrução, defesa e relatório) e julgamento.
Resposta correta: D
Explicação: O processo administrativo disciplinar desenvolve-se em três fases: instauração, inquérito
administrativo (que compreende instrução, defesa e relatório) e julgamento, conforme o art. 151 da Lei
nº 8.112/90. A alternativa A está incorreta porque a comissão deve ser formada por no mínimotrês
servidores estáveis. A alternativa B está incorreta porque o prazo para conclusão do PAD é de 60 dias,
prorrogáveis por igual período. A alternativa C está incorreta porque a sindicância não é etapa
obrigatória que precede o PAD, podendo ser instaurado diretamente o PAD quando houver elementos
suficientes de autoria e materialidade.
Questão 04:
De acordo com o Código Civil, os bens públicos classificam-se em:
a. Bens de uso comum do povo, bens de uso especial e bens dominicais.
b. Bens móveis, bens imóveis e bens semoventes.
c. Bens federais, bens estaduais e bens municipais.
d. Bens de consumo, bens permanentes e bens patrimoniais.
Resposta correta: A
Explicação: Conforme o art. 99 do Código Civil, os bens públicos são classificados em: bens de uso
comum do povo (como rios, mares, estradas, ruas e praças), bens de uso especial (como edifícios
destinados a serviço público) e bens dominicais (que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de
direito público sem destinação pública específica).
Questão 05:
Sobre improbidade administrativa, é INCORRETO afirmar que:
a. Após as alterações trazidas pela Lei nº 14.230/2021, a configuração dos atos de improbidade
administrativa exige a presença do elemento subjetivo dolo, tendo sido extinta a modalidade culposa.
b. Os atos de improbidade administrativa por lesão ao erário não exigem a comprovação de efetivo
dano aos cofres públicos.
c. É possível a aplicação das sanções por improbidade administrativa a agentes políticos, como
prefeitos e vereadores.
d. O prazo prescricional para propositura de ações de improbidade administrativa é de 8 anos, contados
a partir da ocorrência do fato.
Resposta correta: B
Explicação: Após as alterações trazidas pela Lei nº 14.230/2021, os atos de improbidade por lesão ao
erário exigem comprovação de efetivo dano, conforme a nova redação do art. 10 da Lei nº 8.429/92:
"Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão
dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei". As demais alternativas
estão corretas.
Questão 06:
Em relação à Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), é correto afirmar que:
a. As informações classificadas como ultrassecretas têm prazo máximo de sigilo de 50 anos, sem
possibilidade de renovação.
b. O prazo máximo para resposta a um pedido de informação é de 30 dias corridos, sem possibilidade
de prorrogação.
c. É vedada a exigência de identificação do requerente que deseja ter acesso a informações públicas.
d. Os órgãos públicos devem divulgar, independentemente de requerimentos, informações de interesse
coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
Resposta correta: D
Explicação: A Lei de Acesso à Informação estabelece o dever dos órgãos públicos de promover a
divulgação de informações de interesse coletivo ou geral, independentemente de requerimentos
(transparência ativa). A alternativa A está incorreta porque o prazo máximo para informações
ultrassecretas é de 25 anos, prorrogável uma única vez. A alternativa B está incorreta porque o prazo é
de 20 dias, prorrogáveis por mais 10. A alternativa C está incorreta porque a LAI permite a exigência de
identificação do requerente, vedando apenas exigências que inviabilizem o pedido.
Questão 07:
De acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018), assinale a alternativa INCORRETA:
a. Dados pessoais sensíveis incluem informações sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa,
opinião política, filiação sindical, dados genéticos, biométricos e relativos à saúde ou à vida sexual.
b. O tratamento de dados pessoais de crianças e adolescentes deve ser realizado com o consentimento
específico de pelo menos um dos pais ou responsável legal.
c. A LGPD não se aplica aos órgãos públicos, que são regidos exclusivamente pela Lei de Acesso à
Informação.
d. O titular dos dados pessoais tem direito a obter a confirmação da existência de tratamento de seus
dados pessoais.
Resposta correta: C
Explicação: A alternativa C está incorreta porque a LGPD se aplica tanto a entidades privadas quanto a
órgãos públicos. O art. 3º da LGPD estabelece que suas disposições aplicam-se a qualquer operação de
tratamento de dados pessoais realizada por pessoa natural ou jurídica de direito público ou privado.
Portanto, os órgãos públicos estão sujeitos tanto à LGPD quanto à Lei de Acesso à Informação, cada uma
em seu âmbito de aplicação.
Questão 08:
Sobre os agentes públicos, é correto afirmar que:
a. Agentes políticos são aqueles que exercem mandato por eleição popular, excluídas as pessoas
nomeadas para cargos em comissão.
b. Servidores temporários são contratados para exercer função pública por prazo indeterminado.
c. Os agentes honoríficos não possuem qualquer vínculo empregatício com o Estado e desempenham
função pública relevante, normalmente em caráter transitório e sem remuneração.
d. Os guardas municipais são agentes delegados, pois exercem parcela do poder de polícia mediante
delegação do Estado.
Resposta correta: C
Explicação: Os agentes honoríficos são cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar
transitoriamente determinados serviços ao Estado, sem vínculo empregatício e geralmente sem
remuneração. A alternativa A está incorreta porque o conceito de agentes políticos é mais amplo e inclui
não só os eleitos, mas também os nomeados para cargos de alta direção (ministros, secretários, etc.). A
alternativa B está incorreta porque os servidores temporários são contratados por prazo determinado
para atender necessidade temporária de excepcional interesse público. A alternativa D está incorreta
porque guardas municipais são agentes administrativos, não delegados.
Questão 09:
Sobre as fontes do Direito Administrativo, assinale a alternativa correta:
a. A jurisprudência é considerada a fonte primária do Direito Administrativo, prevalecendo sobre a lei
em caso de conflito.
b. Os costumes administrativos não possuem qualquer relevância como fonte do Direito Administrativo,
devido ao princípio da legalidade estrita.
c. A doutrina, embora não produza normas, tem papel importante na interpretação e sistematização do
Direito Administrativo.
d. As medidas provisórias não podem ser consideradas fontes do Direito Administrativo, mesmo após
sua conversão em lei.
Resposta correta: C
Explicação: A doutrina não produz normas jurídicas, mas tem papel fundamental na interpretação, crítica
e sistematização do Direito Administrativo, influenciando inclusive na formação da jurisprudência e na
elaboração legislativa. A alternativa A está incorreta porque a lei é a fonte primária do Direito
Administrativo, não a jurisprudência. A alternativa B está incorreta porque os costumes têm relevância,
ainda que secundária, como fonte do Direito Administrativo. A alternativa D está incorreta porque as
medidas provisórias, especialmente após sua conversão em lei, são fontes do Direito Administrativo.
Questão 10:
As empresas públicas e as sociedades de economia mista:
a. São pessoas jurídicas de direito público, integrantes da Administração Direta.
b. São criadas por decreto do chefe do Poder Executivo, sem necessidade de autorização legislativa
prévia.
c. Possuem como característica distintiva entre si o fato de que as empresas públicas possuem capital
exclusivamente público, enquanto as sociedades de economia mista têm participação de capital
privado.
d. Não estão sujeitas à fiscalização pelos Tribunais de Contas, por possuírem natureza de direito
privado.
Resposta correta: C
Explicação: A principal diferença entre empresas públicas e sociedades de economia mista está na
composição do capital: nas empresas públicas o capital é exclusivamente público (podendo ter
participação de diferentes entes), enquanto nas sociedades de economia mista há participação
obrigatória de capital privado,com controle acionário da Administração Pública. A alternativa A está
incorreta porque ambas são pessoas jurídicas de direito privado e integram a Administração Indireta. A
alternativa B está incorreta porque são criadas por lei específica ou mediante autorização legislativa
prévia. A alternativa D está incorreta porque estão sujeitas à fiscalização pelos Tribunais de Contas.
Material elaborado com base na legislação vigente e doutrina atualizada para concursos de Guarda Municipal.
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