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É Professora Municipal em Guaíba/RS e Fonoaudióloga no Caps IJ, unindo paixão pela 
educação e cuidado em saúde. Formada em Pedagogia e Fonoaudiologia, ela se especializou em 
Educação Especial, Fonoaudiologia Educacional, ABA (Análise do Comportamento Aplicada) e 
Psicopedagogia Clínica e Institucional, construindo uma carreira pautada na interdisciplinaridade 
e no desenvolvimento humano. 
Atualmente mestranda em Saúde Pública, Tatiana expande sua atuação explorando a 
conexão entre educação, saúde e desenvolvimento infantil. Autora de artigos e e-books, suas 
publicações se destacam por traduzir conceitos complexos em contribuições práticas e 
transformadoras para profissionais e acadêmicos. Como integrante do Clube de Autores, ela 
fortalece sua presença no cenário científico, promovendo a difusão de ideias inovadoras e 
conteúdos de relevância em Educação, Fonoaudiologia e Saúde Pública. 
Combinando sólida experiência acadêmica e prática profissional, Tatiana se destaca por 
transformar teoria em ação, implementando abordagens interdisciplinares que valorizam o 
crescimento integral de crianças e adolescentes e inspiram mudanças significativas na 
comunidade educacional e de saúde. 
 
 
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Para Tatiana Coelho, a promoção da inclusão escolar e social é um processo que exige a 
colaboração efetiva entre professores, gestores e profissionais da saúde, pois somente por meio 
da articulação de diferentes saberes e práticas é possível atender às necessidades individuais de 
cada estudante de maneira integral. Essa cooperação permite que a escola se torne um espaço 
acolhedor, capaz de reconhecer e valorizar as singularidades de cada criança e adolescente, 
desenvolvendo estratégias pedagógicas e de cuidado que favoreçam tanto o aprendizado quanto 
o bem-estar emocional e social dos estudantes. A integração de diferentes profissionais também 
possibilita a construção de programas e ações interdisciplinares que fortalecem competências 
cognitivas, socioemocionais e físicas, garantindo que todos tenham acesso equitativo às 
oportunidades educacionais e à participação plena na vida escolar e comunitária. 
A autora ressalta que o trabalho colaborativo vai além da simples troca de informações, 
tornando-se um compromisso coletivo com a inclusão, a diversidade e a justiça social. Quando 
educadores, gestores e profissionais da saúde atuam de maneira coordenada, eles potencializam 
os efeitos das intervenções, promovem a conscientização sobre a importância da inclusão e 
estimulam mudanças significativas na cultura escolar. 
A colaboração se apresenta como ferramenta essencial para transformar a escola em um 
ambiente verdadeiramente inclusivo, onde cada estudante pode se desenvolver plenamente, 
construindo não apenas conhecimentos acadêmicos, mas também habilidades para a vida e 
relações sociais saudáveis, refletindo o impacto positivo da união entre educação e saúde na 
formação integral do indivíduo. 
 
 
 
 4 
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COLABORATIVO ENTRE PROFESSORES, 
GESTORES E PROFISSIONAIS DA SAÚDE NA PROMOÇÃO DA INCLUSÃO. 
Tatiana Coelho 
 
 
 
 
 
 
A inclusão educacional representa um dos maiores desafios e, ao mesmo tempo, uma das mais 
significativas conquistas das políticas públicas contemporâneas. O trabalho colaborativo entre 
professores, gestores e profissionais da saúde torna-se elemento essencial para a efetivação de 
práticas inclusivas e a construção de uma escola verdadeiramente democrática. A promoção da 
inclusão não se restringe à inserção física do aluno com deficiência ou necessidades específicas 
no ambiente escolar, mas envolve a criação de condições pedagógicas, estruturais e relacionais 
que garantam sua plena participação e aprendizagem. Conforme Aranha (2004) e Mantoan 
(2006), o princípio da educação inclusiva está fundamentado na valorização da diversidade 
humana, exigindo que o processo educativo seja construído de maneira coletiva e 
interdisciplinar. A integração entre os setores da educação e da saúde amplia as possibilidades de 
intervenção e de compreensão das necessidades individuais dos estudantes. Estudos como os de 
Araújo, Manzini e Fiorini (2014) e Bartalotti et al. (2008) reforçam que a colaboração 
intersetorial favorece a troca de saberes e o planejamento de estratégias que promovam o 
desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos alunos. Essa articulação demanda 
comunicação constante, escuta ativa e partilha de responsabilidades entre os profissionais, 
reconhecendo que a inclusão é um processo contínuo e compartilhado. Autores como Cabral e 
Ischkanian (2023) destacam o papel das tecnologias educacionais e das abordagens 
neuropsicológicas na potencialização da aprendizagem de alunos típicos e atípicos, reforçando a 
importância do diálogo entre áreas do conhecimento para atender às múltiplas dimensões do 
desenvolvimento humano. O papel da gestão escolar é igualmente determinante nesse processo. 
Como apontam Bordignon e Gracindo (2000) e Campos e Domitti (2007), cabe aos gestores criar 
espaços institucionais de cooperação e formação continuada, fortalecendo o trabalho coletivo e 
garantindo que as decisões pedagógicas sejam pautadas na equidade e no respeito à diversidade. 
O trabalho colaborativo também se mostra fundamental na implementação de políticas públicas e 
na efetivação das salas de recursos multifuncionais (Alves et al., 2006), pois permite a 
construção de práticas contextualizadas, éticas e sensíveis às realidades locais. Promover a 
inclusão escolar exige muito mais do que ações isoladas. Requer um compromisso ético e 
profissional pautado no diálogo interdisciplinar, na corresponsabilidade e na construção de uma 
cultura escolar inclusiva. A colaboração entre professores, gestores e profissionais da saúde é o 
caminho para transformar a escola em um espaço de aprendizagem significativa, onde todos os 
sujeitos possam desenvolver-se plenamente, respeitando suas singularidades e potencialidades. 
Palavras-chave: Inclusão escolar; interdisciplinaridade; educação e saúde; trabalho 
colaborativo; gestão educacional. 
 
 
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THE IMPORTANCE OF COLLABORATIVE WORK AMONG TEACHERS, SCHOOL 
LEADERS, AND HEALTH PROFESSIONALS IN PROMOTING INCLUSION. 
Tatiana Coelho 
 
 
 
 
 
 
Educational inclusion represents one of the greatest challenges and, at the same time, one of the 
most significant achievements of contemporary public policies. Collaborative work among 
teachers, school leaders, and health professionals becomes an essential element for the 
implementation of inclusive practices and the construction of a truly democratic school. The 
promotion of inclusion is not limited to the physical integration of students with disabilities or 
specific needs into the school environment, but involves the creation of pedagogical, structural, 
and relational conditions that ensure their full participation and learning. According to Aranha 
(2004) and Mantoan (2006), the principle of inclusive education is grounded in the appreciation 
of human diversity, requiring that the educational process be built collectively and 
interdisciplinarily. Integration between the education and health sectors expands the possibilities 
for intervention and understanding the individual needs of students. Studies by Araújo, Manzini, 
and Fiorini (2014) and Bartalotti et al. (2008) reinforce that intersectoral collaboration facilitates 
the exchange of knowledge and the planning of strategies that promote students’ cognitive, 
emotional, and social development. This articulation demands constant communication, active 
listening, and shared responsibility among professionals, recognizing that inclusion is an ongoing 
and collective process. Authors such as Cabral and Ischkanian (2023) highlight the role of 
educational technologies and neuropsychological approaches in enhancing the learning of both 
typical and atypical students,identificar dificuldades que podem passar despercebidas 
em situações acadêmicas convencionais e promovendo estratégias de suporte individualizadas. 
Construção de planos de intervenção imediata com base nas informações coletadas, 
garantindo respostas rápidas às necessidades identificadas, promovendo inclusão efetiva e 
assegurando que cada aluno tenha oportunidades iguais de aprendizagem e participação. 
Observação contínua das reações emocionais durante as atividades escolares, 
permitindo identificar sinais de ansiedade, frustração ou desmotivação, e possibilitando 
intervenções direcionadas que promovam um ambiente mais acolhedor e estimulante. 
Coleta de informações sobre padrões de sono e alimentação relatados pelos familiares, 
de modo a compreender como esses fatores influenciam a concentração e o rendimento do 
aluno, oferecendo suporte adaptado às suas necessidades específicas. 
Aplicação de instrumentos padronizados de avaliação psicológica para detectar 
dificuldades cognitivas ou emocionais, permitindo que intervenções sejam planejadas de forma 
interdisciplinar e ajustadas de acordo com o perfil de cada estudante. 
Registro detalhado de respostas a diferentes métodos de ensino, como instrução direta, 
aprendizagem cooperativa e atividades práticas, possibilitando identificar quais estratégias 
promovem maior engajamento e resultados positivos para cada aluno. 
Observação do comportamento durante tarefas de atenção sustentada, como leituras 
longas ou exercícios sequenciais, permitindo identificar problemas de concentração, fadiga 
mental ou distração, que podem ser trabalhados de forma específica no planejamento 
pedagógico. 
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Análise de habilidades motoras finas e grossas durante atividades cotidianas, como 
escrita, desenho ou manipulação de objetos, permitindo identificar necessidades de intervenção 
fisioterapêutica ou adaptação de materiais para favorecer a participação do aluno. 
Realização de entrevistas semiestruturadas com o estudante para compreender seus 
interesses, dificuldades e percepções sobre o aprendizado, possibilitando que os profissionais 
ajustem estratégias pedagógicas e de saúde de forma individualizada. 
Registro de interações digitais e uso de tecnologias educacionais, observando como o 
aluno acessa conteúdos, responde a estímulos e utiliza recursos, permitindo planejar 
intervenções que potencializem a aprendizagem por meio de ferramentas adaptativas. 
Análise do desenvolvimento socioemocional durante jogos e brincadeiras, permitindo 
identificar habilidades de empatia, autocontrole e resolução de conflitos, promovendo 
estratégias que incentivem o desenvolvimento integral do aluno. 
Observação de comportamentos de autorregulação, como planejamento de tarefas e 
monitoramento de erros, permitindo identificar alunos que necessitam de suporte adicional para 
desenvolver autonomia e habilidades metacognitivas. 
Coleta de registros sobre participação em atividades extracurriculares, esportivas ou 
culturais, permitindo identificar interesses e competências ocultas que podem ser 
potencializadas no contexto escolar e integradas ao planejamento pedagógico. 
Aplicação de escalas de avaliação de comunicação não verbal, identificando sinais de 
dificuldade na expressão ou compreensão de mensagens, possibilitando a criação de estratégias 
de suporte linguístico e adaptativo. 
Acompanhamento das respostas a estratégias de reforço positivo, permitindo que os 
educadores identifiquem métodos motivacionais eficazes para cada aluno e ajustem 
continuamente as práticas pedagógicas de acordo com o comportamento observado. 
Observação do desempenho em situações de avaliação formal e informal, comparando 
resultados e padrões de aprendizagem, possibilitando intervenções rápidas e preventivas antes 
que lacunas acadêmicas se tornem mais complexas. 
Registro da adaptação a mudanças de rotina e ambientes, identificando alunos que 
apresentam dificuldade em lidar com transições ou estímulos novos, permitindo que sejam 
implementadas estratégias de suporte emocional e estrutural. 
Monitoramento de interações com colegas de diferentes faixas etárias ou níveis de 
habilidade, permitindo compreender como o aluno se integra em contextos variados e ajustando 
práticas inclusivas para promover integração social. 
Análise do uso de recursos auxiliares, como pranchas de comunicação, softwares 
educativos ou materiais adaptados, identificando quais ferramentas são mais eficazes para o 
desenvolvimento do aluno e promovendo alinhamento com os profissionais de saúde. 
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Observação do comportamento em situações de resolução de problemas, permitindo 
identificar habilidades cognitivas, raciocínio lógico e estratégias de enfrentamento, 
possibilitando intervenções pedagógicas direcionadas. 
Coleta de informações sobre respostas a estímulos sensoriais, como luz, som ou 
texturas, permitindo identificar necessidades de adaptação ambiental e estratégias de ensino 
sensíveis às particularidades do aluno. 
Registro sistemático de progresso em objetivos de aprendizagem individuais, 
permitindo verificar a eficácia de intervenções, ajustar metodologias e planejar novas ações que 
garantam o desenvolvimento contínuo do estudante em todos os aspectos. 
A identificação precoce de necessidades consolida-se como prática essencial para o 
sucesso da inclusão escolar. Bordignon e Gracindo (2000) enfatizam que um processo 
estruturado, colaborativo e contínuo garante que as intervenções sejam aplicadas de forma 
oportuna, promovendo o desenvolvimento integral de todos os estudantes e assegurando que a 
escola seja verdadeiramente inclusiva. 
2.5. DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS PERSONALIZADAS 
O trabalho colaborativo entre profissionais da educação e da saúde constitui um pilar 
essencial para a construção de ambientes escolares verdadeiramente inclusivos. Segundo 
Campos e Domitti (2007), o apoio matricial e a equipe de referência são metodologias que 
fortalecem a atuação interdisciplinar, favorecendo o diálogo entre diferentes saberes e a 
construção de soluções conjuntas. Essa integração permite que cada estudante seja compreendido 
de maneira ampla, considerando suas condições cognitivas, emocionais e físicas. 
A educação inclusiva exige planejamento e sensibilidade para atender à diversidade 
humana de forma plena. Braccialli (2000) evidencia, em seus estudos sobre mobiliário adaptado, 
que pequenas adequações podem impactar significativamente o conforto e o desempenho de 
estudantes com deficiência física. A partir desse entendimento, percebe-se que o olhar conjunto 
de professores e profissionais da saúde contribui para identificar barreiras e promover ajustes que 
respeitem as necessidades individuais, estimulando o desenvolvimento global dos alunos. 
A Constituição Federal de 1988 (Brasil, 1988) assegura o direito de todos à educação, 
destacando a importância da igualdade de condições para o acesso e permanência escolar. Essa 
base legal legitima a atuação compartilhada entre os diferentes setores, consolidando o princípio 
da inclusão como um compromisso coletivo. 
O papel dos gestores, nesse contexto, é criar condições institucionais para que o 
trabalho colaborativo seja constante e produtivo, garantindo tempo, espaço e recursos para a 
formação continuada e o diálogo interdisciplinar. 
 31 
A escola, como espaço social, deve ser compreendida como um ambiente de 
convivência, troca e respeito à diversidade. De acordo com Carneiro, Dall’Acqua e Caramori 
(2014), a inclusão ultrapassa o âmbito pedagógico e envolve uma mudança cultural profunda nas 
relações entre as pessoas. Essa transformação requer uma postura ética dos profissionais, que 
precisam compreender o estudante como sujeito ativo, dotado de potencialidades e não apenas de 
limitações. 
Tabela 1: Estratégias personalizadas para a inclusão escolar. 
Atividade Objetivo Procedimentos 
1. Reuniões 
Interdisciplinares 
SemanaisPromover a troca de informações 
entre professores, gestores e 
profissionais da saúde para alinhar 
estratégias de atendimento 
individualizado. 
Planejar encontros regulares; 
discutir casos específicos; 
registrar decisões e 
responsabilidades de cada 
profissional. 
2. Avaliação Integrada 
do Aluno 
Identificar as necessidades 
educacionais, físicas e emocionais 
dos estudantes para construir 
planos personalizados. 
Realizar observações em sala; 
aplicar instrumentos avaliativos 
conjuntos; analisar relatórios 
médicos e pedagógicos. 
3. Elaboração do Plano 
Educacional 
Individualizado (PEI) 
Organizar metas, estratégias e 
recursos adaptados às 
particularidades de cada aluno. 
Construir o PEI com 
participação de toda a equipe; 
revisar trimestralmente; ajustar 
conforme evolução do 
estudante. 
4. Adaptação do 
Ambiente e dos 
Materiais Didáticos 
Garantir acessibilidade e conforto 
físico e cognitivo ao aluno. 
Avaliar mobiliário e espaço 
físico; propor adaptações com 
base em orientações de 
fisioterapeutas e terapeutas 
ocupacionais; revisar 
periodicamente. 
5. Formação 
Continuada dos 
Profissionais 
Aprimorar o conhecimento da 
equipe sobre práticas inclusivas e 
interdisciplinaridade. 
Promover cursos, oficinas e 
palestras; convidar especialistas 
em inclusão e saúde escolar; 
estimular trocas de experiências 
entre pares. 
6. Parceria com 
Famílias e 
Comunidade 
Fortalecer a rede de apoio e o 
acompanhamento contínuo do 
desenvolvimento do aluno. 
Realizar encontros familiares; 
compartilhar estratégias 
utilizadas na escola; orientar 
quanto à continuidade das 
práticas em casa. 
7. Acompanhamento 
Terapêutico no 
Contexto Escolar 
Integrar intervenções terapêuticas 
às rotinas pedagógicas. 
Planejar junto aos profissionais 
de saúde; realizar atendimentos 
dentro do ambiente escolar 
quando possível; garantir 
confidencialidade e ética. 
8. Criação de Grupos 
de Apoio e Troca de 
Experiências 
Estimular o compartilhamento de 
vivências e soluções entre 
docentes e técnicos. 
Organizar grupos mensais de 
reflexão; promover rodas de 
conversa; registrar boas práticas 
para replicação. 
 
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9. Uso de Tecnologias 
Assistivas 
Ampliar a autonomia e a 
participação dos estudantes com 
deficiência. 
Mapear recursos tecnológicos 
adequados; treinar equipe e 
alunos no uso; avaliar resultados 
periodicamente. 
10. Monitoramento e 
Avaliação Contínua 
das Estratégias 
Verificar a efetividade das ações 
inclusivas e aprimorar 
continuamente as práticas. 
Coletar dados qualitativos e 
quantitativos; aplicar 
questionários de satisfação; 
revisar o planejamento em 
reuniões colaborativas. 
11. Implementação de 
Protocolos de 
Comunicação 
Intersetorial 
Assegurar que todas as 
informações sobre o aluno 
circulem de forma segura e 
eficiente. 
Criar formulários padronizados; 
estabelecer fluxo de 
informações entre saúde e 
educação; garantir sigilo e ética 
profissional. 
12. Projetos 
Pedagógicos 
Interdisciplinares 
Integrar conteúdos curriculares às 
práticas inclusivas e de saúde 
preventiva. 
Desenvolver projetos conjuntos; 
articular temas de educação e 
saúde; envolver alunos em ações 
comunitárias. 
13. Oficinas de 
Sensibilização e 
Empatia 
Promover a conscientização sobre 
diversidade e respeito mútuo entre 
alunos e equipe. 
Realizar dinâmicas, 
dramatizações e debates sobre 
inclusão; envolver toda a 
comunidade escolar. 
14. Supervisão e 
Feedback Contínuo aos 
Professores 
Oferecer suporte técnico e 
emocional aos educadores no 
processo inclusivo. 
Implementar acompanhamento 
pedagógico e psicológico; 
realizar devolutivas 
construtivas; propor ajustes 
pedagógicos. 
15. Divulgação de 
Resultados e Boas 
Práticas 
Socializar experiências bem-
sucedidas e fortalecer a cultura da 
inclusão. 
Produzir relatórios, eventos e 
publicações internas; 
compartilhar evidências e 
aprendizados com outras 
instituições. 
Fonte: Tatiana Coelho e Simone Ischkanian, 2025. 
 
A criação de estratégias personalizadas pressupõe o reconhecimento de que cada aluno 
possui um modo singular de aprender. Campos e Domitti (2007) reforçam que o trabalho 
interdisciplinar é essencial para que as intervenções sejam coerentes e eficazes, pois diferentes 
olhares permitem a elaboração de planos de ação mais abrangentes. Assim, professores, gestores 
e profissionais da saúde, ao somarem suas competências, constroem práticas pedagógicas 
integradas e humanizadas. 
A cooperação entre áreas distintas propicia uma visão ampliada do processo educativo. 
Conforme Braccialli (2000) argumenta, as adaptações no ambiente físico e nas práticas 
pedagógicas influenciam diretamente a postura, a atenção e o desempenho do estudante. Dessa 
forma, o diálogo entre fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores torna-se 
fundamental para ajustar o espaço escolar de modo a favorecer a autonomia e a participação de 
todos. 
 33 
No campo da gestão escolar, a articulação de políticas inclusivas demanda planejamento 
estratégico e sensibilidade social. A Constituição de 1988 (Brasil, 1988) e o Decreto nº 
3.298/1999 (Brasil, 1999) orientam a implementação de políticas públicas voltadas à integração 
das pessoas com deficiência, indicando que a inclusão é responsabilidade de toda a comunidade 
escolar. A partir dessa diretriz, a liderança dos gestores torna-se indispensável para coordenar as 
ações entre os diversos profissionais envolvidos. 
A comunicação efetiva entre os membros da equipe escolar é outro fator determinante 
para o sucesso das estratégias de inclusão. Campos e Domitti (2007) enfatizam que o apoio 
matricial cria um espaço de troca contínua entre especialistas e docentes, fortalecendo o trabalho 
conjunto. Essa prática estimula o aprendizado coletivo, promovendo um ambiente no qual o 
saber é compartilhado e as decisões são construídas democraticamente. 
A inclusão escolar não se limita à presença física do aluno com deficiência na sala de 
aula, mas implica sua participação plena e significativa. Carneiro, Dall’Acqua e Caramori (2014) 
afirmam que a transformação da escola depende do compromisso coletivo em reconhecer e 
valorizar as diferenças. Essa perspectiva exige que os profissionais envolvidos superem a 
fragmentação do conhecimento e construam ações integradas que contemplem tanto as 
dimensões pedagógicas quanto as de saúde e bem-estar. 
A atuação interdisciplinar favorece a personalização das estratégias educativas. 
Braccialli (2000) destaca que a adaptação adequada do mobiliário pode contribuir para a postura 
e o conforto do estudante, influenciando positivamente seu processo de aprendizagem. Esse 
exemplo ilustra como pequenas intervenções, fundamentadas em diagnósticos conjuntos, podem 
gerar grandes impactos no cotidiano escolar. 
O gestor escolar desempenha papel mediador nesse processo, promovendo a interação 
entre as diferentes áreas e garantindo que as decisões sejam tomadas de forma colaborativa. De 
acordo com o Decreto nº 3.298/1999 (Brasil, 1999), a coordenação entre educação e saúde é 
fundamental para a efetivação das políticas inclusivas. Cabe ao gestor assegurar que os recursos 
humanos e materiais sejam direcionados de modo a atender as especificidades dos alunos. 
O planejamento coletivo das ações pedagógicas e terapêuticas possibilita o 
acompanhamento contínuo da evolução dos estudantes. Campos e Domitti (2007) apontam que o 
trabalho em rede permite identificar precocemente dificuldades e elaborar estratégias de 
intervenção mais eficazes. Essa integração garante que as medidas adotadas não sejam isoladas, 
mas façam parte de um projeto institucional comprometido com a inclusão. 
A participação das famílias também se torna mais efetiva quando a escola trabalha de 
maneira articulada com os serviços de saúde. Carneiro, Dall’Acqua e Caramori (2014) ressaltamque o envolvimento familiar é um componente essencial para o sucesso da inclusão, pois amplia 
 34 
o suporte emocional e educativo oferecido ao aluno. Dessa forma, o trabalho colaborativo 
extrapola os limites da escola e se estende à comunidade. 
A promoção de ambientes inclusivos exige constante formação e reflexão crítica por 
parte dos profissionais. Braccialli (2000) demonstra que a adequação do espaço físico deve ser 
acompanhada de mudanças nas práticas pedagógicas e nas atitudes dos educadores. A 
atualização permanente das equipes, aliada à troca de experiências, favorece a criação de 
soluções inovadoras e adaptadas à realidade de cada instituição. 
A integração entre professores, gestores e profissionais da saúde constitui uma 
estratégia indispensável para consolidar a inclusão como princípio norteador da educação. A 
Constituição de 1988 (Brasil, 1988) assegura esse direito como parte da cidadania plena, e cabe 
às instituições educativas transformar esse ideal em prática cotidiana. O trabalho colaborativo, 
baseado no respeito mútuo e na construção conjunta do conhecimento, representa o caminho 
mais sólido para garantir que todos os estudantes tenham acesso a uma educação de qualidade, 
equitativa e humanizada. 
2.6. CRIAÇÃO DE UM AMBIENTE DE APOIO 
A construção de um ambiente de apoio eficaz depende da articulação entre diferentes 
profissionais comprometidos com o desenvolvimento integral do estudante. Conforme Chacon e 
Marin (2012), o encontro entre educação e saúde na formação docente possibilita uma 
compreensão mais ampla das necessidades humanas, permitindo práticas pedagógicas mais 
acolhedoras. Essa parceria garante que o aluno se sinta amparado e que sua trajetória escolar seja 
marcada pela valorização da diversidade e pelo respeito às singularidades. 
A criação de uma rede de apoio intersetorial promove uma relação mais equilibrada 
entre escola, família e serviços de saúde. Dantas, Rezende e Pedrosa (2009) afirmam que a 
integração das políticas públicas é essencial para o enfrentamento das desigualdades que ainda 
persistem na sociedade. Quando essas políticas dialogam, formam uma estrutura capaz de 
atender o estudante em todas as suas dimensões, fortalecendo sua autoestima e ampliando as 
oportunidades de aprendizagem. 
Um ambiente de apoio não se limita à dimensão física da escola, mas envolve também 
aspectos emocionais e sociais. Segundo Ferreira (2007), a inclusão escolar é um enigma que vai 
além das intenções, exigindo práticas pedagógicas comprometidas com a transformação das 
relações humanas. A sensibilidade dos profissionais em reconhecer e acolher as diferenças torna-
se o primeiro passo para consolidar uma cultura institucional baseada no cuidado e na empatia. 
A comunicação efetiva é um dos pilares para o sucesso do trabalho colaborativo. De 
acordo com Deliberato (2011), os sistemas suplementares e alternativos de comunicação 
ampliam as habilidades expressivas de estudantes com limitações na fala, permitindo que 
 35 
participem ativamente do processo educativo. Assim, o uso de diferentes formas de expressão 
contribui para que todos possam ser ouvidos e compreendidos dentro do espaço escolar. 
A colaboração entre professores e profissionais da saúde estimula uma abordagem 
pedagógica mais sensível e responsiva. Chacon e Marin (2012) destacam que a formação do 
professor deve incluir o diálogo com saberes da saúde, pois essa inter-relação possibilita 
identificar precocemente dificuldades de aprendizagem e desenvolver estratégias de apoio 
adequadas. Dessa maneira, o ambiente escolar torna-se um espaço de prevenção e promoção do 
bem-estar. 
A gestão escolar tem papel fundamental na mediação dessas parcerias. Dantas, Rezende 
e Pedrosa (2009) ressaltam que o gestor precisa compreender a escola como um organismo vivo, 
em constante transformação, que demanda práticas de gestão participativa. Essa visão permite 
que as ações colaborativas sejam sustentadas por políticas institucionais sólidas, garantindo 
continuidade e efetividade nas intervenções. 
A valorização da diversidade é princípio central para o desenvolvimento de ambientes 
de apoio. Ferreira (2007) observa que, muitas vezes, a inclusão se restringe ao discurso, sem 
alcançar as práticas cotidianas. O comprometimento dos educadores em romper com barreiras 
atitudinais e institucionais é o que transforma o espaço escolar em um verdadeiro ambiente de 
pertencimento e respeito mútuo. 
A construção de estratégias colaborativas requer também uma postura ética diante do 
outro. Conforme Dias e Endlich (2017), a pesquisa e a prática docente devem ser atos 
responsáveis e responsivos, orientados pela escuta e pela sensibilidade social. Essa perspectiva 
amplia o conceito de apoio, compreendendo-o como uma ação coletiva e consciente que respeita 
o protagonismo de cada sujeito envolvido no processo educativo. 
A participação da família é componente indispensável nessa rede de colaboração. 
Chacon e Marin (2012) enfatizam que o vínculo entre escola e família fortalece a continuidade 
das ações pedagógicas e terapêuticas, criando um elo de confiança entre todos os envolvidos. 
Quando os familiares se sentem parte do processo, a comunicação flui e o aluno percebe que sua 
evolução é acompanhada de forma conjunta. 
O ambiente de apoio deve ser entendido como um espaço de aprendizagem 
compartilhada. Dantas, Rezende e Pedrosa (2009) defendem que a intersetorialidade possibilita a 
criação de políticas mais humanas e eficazes, onde cada profissional contribui com sua expertise. 
Essa integração garante que o aluno receba uma atenção completa, que contemple tanto as 
necessidades cognitivas quanto as afetivas. 
A dimensão afetiva é um fator determinante na consolidação da inclusão. Ferreira 
(2007) argumenta que a prática pedagógica deve promover o encontro entre o conhecimento e o 
afeto, estimulando a confiança e a motivação do estudante. Um ambiente emocionalmente 
 36 
seguro potencializa o aprendizado e estimula a participação ativa dos alunos em todas as 
atividades. 
Tabela 2: Construção de um ambiente de apoio ao desenvolvimento integral do estudante 
Atividade Procedimentos Avaliação 
 
1. Diagnóstico Inicial 
Interdisciplinar 
Realizar reuniões entre 
professores, gestores e 
profissionais da saúde para 
levantar informações sobre as 
necessidades individuais dos 
alunos. 
Relatórios descritivos elaborados 
em conjunto; análise comparativa 
de progresso após intervenções. 
 
2. Planejamento 
Colaborativo de 
Estratégias 
Elaborar planos de ação 
integrados, com metas 
personalizadas para cada 
estudante, considerando 
aspectos cognitivos, emocionais 
e físicos. 
Revisão trimestral dos planos; 
reuniões de feedback entre os 
profissionais; registros de 
resultados observáveis. 
3. Implementação de 
Planos Educacionais 
Individualizados (PEI) 
Aplicar estratégias pedagógicas 
e terapêuticas específicas com 
base nas avaliações diagnósticas 
e nos objetivos definidos. 
Observação sistemática em sala; 
relatórios de evolução; 
autoavaliação dos profissionais 
envolvidos. 
 
4. Adaptação do Espaço 
Físico e dos Materiais 
Didáticos 
Reorganizar o ambiente escolar, 
adaptando mobiliário, recursos 
visuais e tecnológicos conforme 
as necessidades dos alunos. 
Avaliação da acessibilidade; 
entrevistas com alunos sobre 
conforto e autonomia; verificação 
periódica das condições 
estruturais. 
 
5. Encontros de 
Formação Continuada 
Promover capacitações sobre 
práticas inclusivas, 
comunicação alternativa, uso de 
tecnologias assistivas e saúde 
escolar. 
Questionários de satisfação e 
aprendizagem; acompanhamento 
da aplicação prática das 
formações em sala. 
6. Criação de Canais de 
Comunicação 
Intersetorial 
Estabelecer protocolos formais 
de troca de informações entre 
escola, família e serviços de 
saúde. 
Monitoramento da frequência das 
comunicações;avaliação da 
efetividade das respostas e 
encaminhamentos. 
7. Atendimento 
Conjunto (Saúde e 
Educação) 
Planejar atendimentos 
compartilhados entre terapeutas 
e educadores dentro do 
ambiente escolar. 
Registro de atendimentos; 
indicadores de evolução 
funcional e pedagógica; 
observação do engajamento do 
aluno. 
8. Oficinas de 
Sensibilização e 
Convivência 
Desenvolver atividades de 
empatia, respeito e colaboração 
entre os alunos, promovendo 
valores de inclusão. 
Avaliação comportamental; 
observação de atitudes positivas; 
registros fotográficos e reflexivos 
das atividades. 
9. Envolvimento das 
Famílias 
Organizar encontros periódicos 
com familiares para 
compartilhar informações, 
orientações e progressos. 
Controle de participação; 
feedback das famílias sobre o 
processo inclusivo; comparação 
de indicadores antes e depois da 
participação. 
 
 
 37 
10. Uso de Tecnologias 
Assistivas 
Implementar recursos digitais e 
físicos que facilitem a 
comunicação, mobilidade e 
aprendizagem. 
Avaliação de desempenho do 
aluno com o uso dos recursos; 
relatórios técnicos dos 
profissionais da saúde. 
11. Supervisão e 
Acompanhamento 
Contínuo 
Realizar visitas técnicas e 
observações em sala para 
orientar e apoiar o corpo 
docente. 
Relatórios de supervisão; 
reuniões de devolutiva; avaliação 
do impacto das orientações 
aplicadas. 
12. Criação de Espaços 
de Escuta e Apoio 
Emocional 
Disponibilizar momentos de 
diálogo com psicólogos e 
pedagogos para acolhimento 
dos alunos. 
Relatórios de atendimentos; 
análise qualitativa do bem-estar e 
engajamento escolar dos 
estudantes. 
13. Projetos 
Interdisciplinares de 
Saúde e Educação 
Integrar conteúdos curriculares 
com temas de saúde preventiva, 
autocuidado e cidadania. 
Avaliação de participação nas 
atividades; produtos finais 
(cartazes, apresentações, 
campanhas). 
14. Reuniões de 
Avaliação 
Interprofissional 
Analisar, em equipe, os 
resultados obtidos e propor 
ajustes nas práticas adotadas. 
Relatórios avaliativos coletivos; 
revisão de metas; comparação 
dos indicadores de desempenho 
escolar. 
15. Divulgação de Boas 
Práticas Inclusivas 
Compartilhar experiências bem-
sucedidas em eventos, murais e 
publicações internas. 
Registros institucionais; 
reconhecimento de iniciativas 
inovadoras; impacto observado 
na cultura escolar. 
Fonte: Tatiana Coelho e Simone Ischkanian, 2025. 
 
A teoria sociocultural de Vygotsky oferece subsídios para compreender a importância 
do apoio coletivo no desenvolvimento humano. Ischkanian (2019) explica que o aprendizado 
ocorre na zona de desenvolvimento proximal, onde o sujeito é auxiliado por outros mais 
experientes para atingir novos níveis de compreensão. Esse conceito reforça a necessidade de 
interações constantes e mediadas por profissionais que compreendam o papel do apoio no 
processo educativo. 
A comunicação alternativa e o uso de recursos tecnológicos também são estratégias 
importantes para ampliar a inclusão. Deliberato (2011) demonstra que esses sistemas favorecem 
a autonomia dos estudantes, permitindo que expressem suas ideias e sentimentos com maior 
liberdade. Ao adotar essas ferramentas, o ambiente escolar se adapta às necessidades dos alunos 
e fortalece a equidade nas oportunidades de participação. 
A construção de um ambiente colaborativo demanda formação contínua e reflexão 
crítica por parte da equipe escolar. Dias e Endlich (2017) ressaltam que o conhecimento é 
produzido no diálogo e na escuta, e que a prática docente deve ser constantemente repensada. 
Essa atitude investigativa e aberta ao novo é o que garante a sustentabilidade das ações de apoio 
e a consolidação de uma escola inclusiva. 
A criação de um ambiente de apoio baseado na cooperação entre professores, gestores e 
profissionais da saúde representa um avanço significativo para a educação inclusiva. Dantas, 
 38 
Rezende e Pedrosa (2009) afirmam que essa integração é uma relação possível e necessária, pois 
rompe com a fragmentação dos serviços e fortalece o compromisso social da escola. Ao adotar 
essa perspectiva, a instituição se torna um espaço de acolhimento, aprendizagem e 
transformação, onde cada estudante é reconhecido em sua totalidade e dignidade. 
2.7. INTEGRAÇÃO INTERDISCIPLINAR PARA ATENDER ÀS NECESSIDADES 
INDIVIDUAIS DOS ALUNOS 
A integração interdisciplinar representa um eixo estruturante na consolidação de 
práticas inclusivas efetivas dentro do contexto escolar. Segundo Helder (2006), compreender a 
realidade educacional exige análise criteriosa dos múltiplos fatores que influenciam o processo 
de ensino e aprendizagem. O diálogo entre diferentes áreas do saber permite a construção de uma 
compreensão mais ampla do aluno e de suas necessidades específicas, promovendo intervenções 
mais coerentes e humanas. 
O trabalho conjunto entre professores e profissionais da saúde amplia a capacidade da 
escola em identificar precocemente dificuldades e potencialidades dos estudantes. Ischkanian 
(2013) destaca que o uso do lúdico como instrumento pedagógico estimula a interação e favorece 
o desenvolvimento cognitivo e emocional. Ao adotar práticas interdisciplinares, o ambiente 
escolar passa a contemplar a integralidade do sujeito, valorizando tanto suas limitações quanto 
suas possibilidades de crescimento. 
A articulação entre diferentes saberes garante uma resposta educacional mais adequada 
e contextualizada. Conforme Helder (2006), a análise sistemática dos dados e das práticas 
institucionais é essencial para planejar ações pedagógicas fundamentadas em evidências. Essa 
abordagem interdisciplinar possibilita que os profissionais atuem de maneira integrada, evitando 
duplicidade de intervenções e assegurando coerência entre o que é ensinado e o que é praticado. 
A presença de profissionais da saúde na rotina escolar enriquece o processo educativo 
ao oferecer suporte especializado. Ischkanian (2019) ressalta que o desenvolvimento ocorre na 
interação social, sendo mediado por outros indivíduos mais experientes. A partir dessa 
concepção vygotskiana, o trabalho interdisciplinar permite que o aluno ultrapasse seus limites 
atuais de aprendizado, alcançando novas zonas de desenvolvimento por meio do apoio coletivo. 
A gestão escolar tem papel central na organização dessa rede colaborativa. Helder 
(2006) enfatiza que o planejamento institucional deve contemplar o trabalho integrado, 
considerando os registros, análises e resultados das ações pedagógicas e clínicas. Cabe ao gestor 
promover espaços de escuta e reflexão, assegurando que o diálogo entre as áreas seja constante e 
produtivo, resultando em práticas inclusivas sustentáveis. 
O uso de metodologias ativas fortalece a integração entre educação e saúde. Ischkanian 
(2022) argumenta que as tecnologias educacionais, quando associadas ao lúdico, ampliam o 
 39 
engajamento e favorecem o protagonismo discente. Essa proposta permite que diferentes 
profissionais colaborem na construção de experiências diversificadas, que respeitam o ritmo de 
cada estudante e estimulam sua autonomia. 
Tabela 3: Integração interdisciplinar para atender às necessidades individuais dos alunos. 
Atividade Tipo de 
Atendimento 
Procedimentos 
Metodológicos 
Como Atender Cada 
Necessidade Especial 
 
 
1. Avaliação 
Diagnóstica 
Interdisciplinar 
 
 
Educacional, 
psicológico e 
terapêutico 
 
Aplicação de 
instrumentos 
pedagógicos, 
observações 
comportamentais e 
entrevistas com 
família e equipe 
multidisciplinar. 
Deficiência intelectual: 
identificar o nível de 
compreensão e propor 
estratégias lúdicas de 
aprendizagem (Ischkanian, 
2013). 
TEA: observar respostas a 
estímulos sensoriais e sociais 
(Ischkanian, 2019). 
Altas habilidades: aplicar 
desafios cognitivos que 
estimulem autonomia e 
criatividade (Ischkanian, 2022). 
 
2. Planejamento 
Colaborativode 
Intervenções 
 
Educacional e 
clínico-
pedagógico 
 
Reuniões entre 
professores, gestores 
e profissionais da 
saúde para definir 
objetivos e ajustar 
práticas pedagógicas 
e terapêuticas. 
Deficiência física: adaptar 
recursos e ambientes para 
mobilidade (Ischkanian, 2022). 
Deficiência visual: elaborar 
materiais acessíveis com apoio 
sonoro. 
Deficiência auditiva: planejar o 
uso de Libras e materiais visuais 
de apoio. 
 
3. Atendimento 
Educacional 
Especializado 
(AEE) 
 
Pedagógico 
complementar 
 
Utilização da sala de 
recursos 
multifuncionais com 
atividades 
individualizadas. 
Deficiência intelectual: propor 
atividades concretas e jogos 
educativos (Ischkanian, 2013). 
TEA: organizar rotinas 
previsíveis e reforço visual 
(Ischkanian, 2019). 
Altas habilidades: ofertar 
desafios que estimulem 
pensamento criativo e pesquisa 
(Ischkanian, 2022). 
 
4. Sessões 
Terapêuticas 
Integradas 
 
Fonoaudiologia, 
psicologia, 
fisioterapia e 
terapia 
ocupacional 
 
Atendimentos 
articulados entre 
terapeutas e 
educadores, 
priorizando práticas 
contextualizadas. 
Deficiência física: promover 
estimulação motora e postural. 
Transtornos de linguagem: 
empregar sistemas alternativos e 
aumentativos de comunicação 
(Ischkanian, 2019). 
Transtornos emocionais: 
realizar intervenções lúdicas 
para favorecer expressão afetiva 
(Ischkanian, 2013). 
 
 
 40 
 
5. Adaptação 
Curricular e 
Pedagógica 
 
Individualizado e 
inclusivo 
 
Ajuste de conteúdos, 
metas e avaliações 
de acordo com o 
perfil e ritmo de 
cada aluno. 
Deficiência intelectual: 
simplificar atividades e valorizar 
progressos graduais (Ischkanian, 
2013). 
Deficiência visual: oferecer 
textos ampliados e recursos 
audiovisuais. 
Deficiência auditiva: integrar 
Libras e leitura labial nas 
práticas diárias. 
 
6. Intervenções 
com Recursos 
Tecnológicos 
 
Educacional 
mediado por 
tecnologia 
 
Uso de softwares, 
aplicativos e 
dispositivos 
assistivos para 
ampliar a 
participação. 
Deficiência motora: empregar 
teclados adaptados e softwares 
de voz. 
Deficiência visual: aplicar 
leitores de tela e aplicativos 
sonoros. 
Altas habilidades: utilizar 
plataformas digitais interativas e 
metodologias ativas 
(Ischkanian, 2022). 
 
7. Oficinas de 
Desenvolvimento 
Socioemocional 
 
Psicossocial e 
educativo 
 
Dinâmicas de grupo 
e jogos cooperativos 
voltados ao 
reconhecimento de 
emoções e empatia. 
TEA: trabalhar percepção 
emocional e interação social 
(Ischkanian, 2019). 
Deficiência intelectual: 
estimular cooperação e 
autoconfiança. 
Altas habilidades: desenvolver 
empatia e espírito de equipe. 
8. Apoio à 
Família e 
Orientação 
Parental 
Educacional e 
social 
Reuniões formativas 
com familiares para 
compartilhar 
informações e 
alinhar estratégias. 
Todos os casos: incentivar 
continuidade das práticas 
inclusivas no lar; orientar 
rotinas e reforço positivo 
(Ischkanian, 2013). 
9. Grupos 
Interdisciplinare
s de Estudo e 
Formação 
Profissional e 
institucional 
Capacitação 
contínua e troca de 
experiências entre 
educadores e 
profissionais da 
saúde. 
Todos os casos: estudar teorias 
do desenvolvimento e práticas 
lúdicas fundamentadas em 
Vygotsky (Ischkanian, 2019). 
 
10. Mediação 
Escolar e Apoio 
Psicopedagógico 
 
Psicoeducacional 
Intervenções 
mediadas por 
orientadores e 
psicopedagogos, 
integrando 
observação e 
acompanhamento 
individual. 
Transtornos de 
aprendizagem: empregar 
atividades lúdicas de atenção e 
memória (Ischkanian, 2013). 
TEA: adotar reforço positivo e 
rotinas estruturadas (Ischkanian, 
2019). 
11. 
Acompanhamen
to de Rotina e 
Adaptações 
Ambientais 
Educacional e 
físico-funcional 
Avaliação periódica 
do ambiente escolar 
e ajustes no 
mobiliário, 
iluminação e 
sinalização. 
Deficiência visual: oferecer 
sinalização tátil e contrastes. 
Deficiência auditiva: reduzir 
ruídos e posicionar o professor 
em local visível (Ischkanian, 
2022). 
 41 
 
12. Oficinas 
Lúdicas e 
Sensoriais 
 
Pedagógico-
terapêutico 
 
Uso de jogos, 
brinquedos e 
atividades de 
estímulo sensorial e 
motor. 
TEA: explorar estímulos táteis e 
auditivos controlados 
(Ischkanian, 2019). 
Deficiência intelectual: 
trabalhar coordenação motora e 
percepção sensorial (Ischkanian, 
2013). 
Deficiência auditiva: promover 
musicalização e expressão 
corporal (Ischkanian, 2022). 
13. Projetos 
Interdisciplinare
s entre Saúde e 
Educação 
Educacional, 
preventivo e 
clínico 
Desenvolvimento de 
campanhas e 
projetos que 
integrem temas de 
saúde, cidadania e 
bem-estar. 
Todos os casos: valorizar 
participação ativa e 
protagonismo dos alunos; 
promover integração social 
(Ischkanian, 2022). 
14. Avaliação 
Interdisciplinar 
Contínua 
Educacional e 
terapêutico 
Reuniões entre as 
áreas para análise 
dos resultados e 
redefinição de 
estratégias. 
Todos os casos: revisar PEIs 
periodicamente; observar 
evolução cognitiva e emocional 
(Ischkanian, 2019). 
15. Promoção de 
Cultura 
Inclusiva na 
Escola 
Institucional e 
comunitário 
Realização de 
palestras, campanhas 
e eventos sobre 
respeito e 
diversidade. 
Todos os casos: fomentar 
empatia e convivência saudável 
por meio de atividades lúdicas e 
colaborativas (Ischkanian, 
2022). 
Fonte: Tatiana Coelho e Simone Ischkanian, 2025. 
 
A interdisciplinaridade requer um processo contínuo de formação e troca entre os 
membros da equipe. Helder (2006) observa que a análise documental e o registro das práticas são 
ferramentas que possibilitam compreender os avanços e desafios da inclusão. Esses instrumentos 
fortalecem a tomada de decisão coletiva, garantindo que as estratégias sejam revistas e 
aprimoradas conforme a evolução dos alunos. 
O ambiente escolar torna-se mais acolhedor quando o trabalho é pautado na cooperação 
e na escuta ativa. Ischkanian (2013) afirma que o brincar e o uso de jogos pedagógicos 
promovem a socialização e a construção de vínculos entre alunos e educadores. Essa convivência 
harmoniosa cria condições favoráveis para o aprendizado e para o desenvolvimento integral, 
consolidando o sentimento de pertencimento dentro da escola. 
A atuação interdisciplinar também contribui para a superação de barreiras atitudinais e 
culturais. Segundo Helder (2006), a análise crítica das práticas institucionais permite 
desconstruir modelos excludentes e propor alternativas mais equitativas. Essa postura 
investigativa incentiva a construção de uma escola mais democrática, onde a diversidade é 
reconhecida como valor e não como obstáculo. 
 42 
A inclusão efetiva requer a personalização das estratégias pedagógicas, aliada ao 
acompanhamento contínuo de cada aluno. Ischkanian (2019) destaca que o aprendizado é um 
processo dinâmico, mediado por interações significativas que expandem as capacidades 
cognitivas. Assim, a presença articulada de profissionais de diferentes áreas contribui para que 
cada estudante receba o suporte necessário de acordo com sua trajetória individual. 
O trabalho colaborativo favorece também o fortalecimento emocional dos alunos. 
Helder (2006) defende que a integração de dados educacionais e clínicos permite compreender o 
estudante em sua totalidade, considerando suas experiências, sentimentos e contextos familiares. 
Essa abordagem humanizada transforma o ambiente escolar em um espaço de cuidado, no qual o 
desenvolvimento emocional é reconhecido como parte essencial da aprendizagem. 
A construção de práticas interdisciplinares depende de uma gestão participativa e de um 
compromisso ético com a inclusão. Ischkanian (2022) aponta que a integração entre educadores 
e profissionais da saúde amplia o alcance das ações pedagógicas, tornando-as mais criativas e 
significativas. Quando todos compartilham ummesmo propósito, o ensino se torna mais sensível 
e transformador. 
O diálogo entre as áreas também estimula a inovação pedagógica. Helder (2006) explica 
que a análise contínua de dados e relatórios favorece a identificação de padrões e a criação de 
soluções baseadas em evidências. Essa prática contribui para a elaboração de estratégias 
adaptadas às necessidades emergentes, fortalecendo o compromisso da escola com a equidade e 
a qualidade educativa. 
A participação das famílias deve ser incentivada como parte integrante desse processo. 
Ischkanian (2013) enfatiza que o envolvimento familiar reforça o vínculo afetivo e contribui para 
a continuidade das ações realizadas na escola. Quando os responsáveis se engajam nas práticas 
inclusivas, o aluno se sente apoiado em todos os espaços de sua convivência, consolidando seu 
progresso de forma integral. 
A integração interdisciplinar entre professores, gestores e profissionais da saúde 
constitui um alicerce indispensável para a promoção da inclusão escolar. Helder (2006) ressalta 
que essa articulação amplia a compreensão das necessidades humanas e potencializa as 
possibilidades de intervenção. 
A escola se transforma em um ambiente colaborativo, onde a diversidade é acolhida e o 
aprendizado acontece de forma plena, respeitando o tempo, a história e as capacidades de cada 
aluno. Nesse contexto, o espaço escolar deixa de ser apenas um local de ensino para tornar-se um 
território de convivência, partilha e construção coletiva do conhecimento. A presença de 
diferentes saberes — pedagógicos, psicológicos e clínicos — possibilita a criação de práticas 
flexíveis que consideram o potencial individual e fortalecem a autonomia dos estudantes 
 43 
2.8. FORTALECIMENTO DA CULTURA ESCOLAR INCLUSIVA E DA TOMADA DE 
DECISÃO COMPARTILHADA 
A consolidação de uma cultura escolar inclusiva requer o envolvimento ativo de todos 
os segmentos da comunidade educativa, garantindo que o acolhimento das diferenças se torne 
parte da identidade institucional. Conforme Sant’Ana (2005), a compreensão das concepções de 
professores e diretores sobre a inclusão é essencial para transformar práticas e promover 
equidade nas relações escolares. Assim, o trabalho colaborativo entre docentes, gestores e 
profissionais da saúde constitui um alicerce fundamental para a efetivação de políticas 
educacionais comprometidas com a diversidade humana e a justiça social. 
O fortalecimento da cultura inclusiva não se restringe à inserção de alunos com 
deficiência nas salas regulares, mas implica mudanças estruturais, pedagógicas e atitudinais. 
Santos e Rigotto (2010) afirmam que o conceito de território, quando incorporado ao contexto 
educativo, permite compreender as múltiplas interações entre produção, ambiente e saúde, 
orientando intervenções contextualizadas e sustentáveis. A escola, vista como um espaço de 
pertencimento, deve oferecer oportunidades que respeitem os ritmos individuais e promovam a 
aprendizagem significativa. 
A tomada de decisão compartilhada, elemento central da gestão participativa, 
potencializa a criação de ambientes educativos mais democráticos e inclusivos. Ischkanian 
(2019) destaca que o aprendizado ocorre na interação entre o que a criança já sabe e o que pode 
vir a conhecer, reforçando a importância de ações colaborativas que expandam as zonas de 
desenvolvimento. Dessa forma, as decisões coletivas, ancoradas no diálogo, favorecem o 
planejamento de práticas pedagógicas integradas e coerentes com as reais necessidades dos 
estudantes. 
Gestores escolares desempenham papel estratégico na consolidação de uma cultura 
institucional inclusiva, pois são mediadores das relações entre os diferentes profissionais e a 
comunidade. Para Sant’Ana (2005), o gestor deve ser um agente mobilizador, capaz de inspirar 
atitudes cooperativas e promover a corresponsabilidade entre todos os envolvidos no processo 
educativo. Essa liderança compartilhada fortalece a confiança e assegura que as ações 
pedagógicas e terapêuticas sejam executadas com unidade e propósito. 
A integração entre educação e saúde amplia as possibilidades de intervenção e 
acompanhamento integral dos alunos. Santos e Rigotto (2010) ressaltam que a articulação entre 
os setores é indispensável para enfrentar desigualdades e compreender as condições sociais que 
afetam o desenvolvimento humano. Nesse sentido, o trabalho interdisciplinar proporciona um 
olhar mais abrangente sobre as dimensões cognitivas, afetivas e físicas, promovendo uma 
atenção que considera o estudante em sua totalidade. 
 44 
A inclusão efetiva depende de um ambiente escolar preparado para acolher, adaptar e 
responder às diversidades presentes na sala de aula. Segundo Saraiva e Melo (2011), a atuação 
do fisioterapeuta na prescrição e avaliação do mobiliário escolar é essencial para assegurar 
condições físicas adequadas ao aluno com paralisia cerebral. Essa prática evidencia como o 
trabalho colaborativo entre diferentes profissionais pode remover barreiras e ampliar a 
autonomia dos estudantes. 
Além do apoio físico e pedagógico, é fundamental promover um clima emocional 
positivo que sustente a convivência respeitosa e o bem-estar coletivo. Ischkanian (2019) explica 
que a aprendizagem se fortalece quando o ambiente é estimulante, afetivo e mediado por 
interações significativas. Ao integrar o cuidado emocional às práticas educativas, a escola 
contribui para o desenvolvimento integral dos alunos e para a construção de uma cultura de 
empatia e solidariedade. 
A comunicação constante entre os profissionais é uma ferramenta essencial para a 
gestão compartilhada das decisões pedagógicas e terapêuticas. Sant’Ana (2005) ressalta que o 
diálogo entre os membros da equipe escolar é o ponto de partida para uma atuação mais 
consciente e participativa. Dessa forma, o fluxo de informações e a troca de experiências tornam-
se elementos estruturantes de uma escola inclusiva que aprende com sua própria prática. 
A formação continuada, quando pautada em princípios interdisciplinares, fortalece o 
compromisso dos profissionais com a inclusão. Santos e Rigotto (2010) argumentam que a 
articulação entre trabalho e conhecimento amplia a capacidade crítica dos sujeitos e aprimora a 
prática coletiva. Programas de capacitação devem abordar não apenas aspectos técnicos, mas 
também éticos, políticos e humanos, para que a inclusão seja vivida como um valor permanente. 
A corresponsabilidade é o eixo que sustenta a gestão democrática e garante que as 
decisões não sejam centralizadas. Ischkanian (2019) enfatiza que o desenvolvimento do 
estudante é favorecido quando há cooperação entre adultos e pares mais experientes. Assim, a 
escola se transforma em um espaço de construção conjunta, onde professores, gestores e 
profissionais da saúde compartilham metas, desafios e conquistas. 
O envolvimento das famílias nas decisões escolares é outro componente fundamental da 
cultura inclusiva. Sant’Ana (2005) evidencia que a parceria entre escola e família promove 
continuidade nas ações educativas e reforça a confiança mútua. Quando os pais participam 
ativamente dos processos pedagógicos, contribuem para a consolidação de uma rede de apoio 
que amplia a segurança emocional e o engajamento dos alunos. 
A promoção da acessibilidade vai além das adaptações físicas; envolve o acesso ao 
conhecimento, à comunicação e à convivência plena. Saraiva e Melo (2011) demonstram que a 
adequação do mobiliário e dos espaços escolares favorece a postura, a autonomia e a 
concentração dos estudantes com deficiência. Ao priorizar condições equitativas de participação, 
 45 
a escola reafirma seu compromisso com os direitos humanos e com a qualidade da educação para 
todos. 
A prática reflexiva, articulada ao trabalho interdisciplinar, contribui para a 
reconfiguração das concepções sobre ensino e aprendizagem. Ischkanian (2019) observa que a 
construção do conhecimentoocorre por meio do diálogo entre experiências e mediações, o que 
exige sensibilidade e abertura para novas metodologias. A equipe escolar se torna agente de 
transformação, desenvolvendo práticas mais inclusivas e coerentes com a realidade dos 
estudantes. 
O fortalecimento da cultura escolar inclusiva é um processo contínuo, que demanda 
tempo, perseverança e comprometimento coletivo. Santos e Rigotto (2010) destacam que as 
mudanças sociais e institucionais exigem a incorporação de novas perspectivas sobre trabalho, 
saúde e cidadania. Ao assumir a inclusão como eixo transversal de todas as ações escolares, a 
instituição reafirma sua função social e contribui para a formação de cidadãos conscientes e 
solidários. 
A tomada de decisão compartilhada constitui o ápice de uma cultura escolar madura, 
democrática e sensível à diversidade. Ischkanian (2019) reforça que a aprendizagem significativa 
emerge da cooperação e da mediação entre sujeitos ativos. Quando a escola atua de forma 
colaborativa e integrada, transforma-se em um espaço de pertencimento, inovação e respeito 
mútuo, promovendo o desenvolvimento humano em sua dimensão mais ampla e profunda. 
 
2.9. O PAPEL DOS PROFESSORES NA INCLUSÃO DE TODOS 
 
O professor é o agente central na efetivação das práticas inclusivas dentro do espaço 
escolar, pois é ele quem mantém contato direto com o aluno e acompanha seu processo de 
aprendizagem cotidiana. Manzini (2011a) ressalta que a pesquisa na área da inclusão deve 
fornecer subsídios concretos para a ação docente, fortalecendo o papel do educador como 
mediador do conhecimento. Dessa forma, a atuação docente requer sensibilidade, observação e 
capacidade de ajustar estratégias de ensino para garantir que cada estudante alcance seu potencial 
máximo. 
A inclusão só se torna efetiva quando o professor reconhece e valoriza as diferenças 
como oportunidades de aprendizado coletivo. Ischkanian (2019) explica, a partir da teoria de 
Vygotsky, que o desenvolvimento humano ocorre por meio da interação entre o que o indivíduo 
já sabe e o que pode aprender com o apoio de outros. Assim, o educador atua como ponte entre 
as experiências prévias e as novas possibilidades cognitivas, construindo ambientes de 
aprendizagem colaborativos e significativos. 
O docente que se compromete com a inclusão precisa compreender que cada aluno 
apresenta ritmos, formas de expressão e estilos de aprendizagem distintos. Manzini (2013) 
 46 
destaca que a organização das salas de recursos multifuncionais é um fator determinante para a 
personalização do atendimento educacional especializado. Esse espaço possibilita que o 
professor ofereça acompanhamento individualizado, respeitando as particularidades de cada 
sujeito e promovendo avanços reais no processo educativo. 
A prática pedagógica inclusiva exige do professor um olhar investigativo e uma postura 
reflexiva diante das dificuldades que emergem em sala de aula. Marçal e Silva (2006) observam 
que muitas queixas escolares estão associadas a práticas pedagógicas pouco flexíveis, que 
desconsideram as especificidades emocionais e cognitivas dos estudantes. Nesse sentido, o 
educador precisa transformar as queixas em oportunidades de inovação metodológica, criando 
alternativas que favoreçam o envolvimento de todos. 
O trabalho do professor não ocorre isoladamente; ele depende da cooperação entre 
colegas, gestores e profissionais da saúde. Manzini (2011b) enfatiza que a formação de 
pesquisadores e educadores na área de comunicação alternativa amplia as possibilidades de 
interação entre alunos com diferentes limitações. O compartilhamento de saberes e experiências 
fortalece o trabalho interdisciplinar e assegura que o processo de ensino-aprendizagem seja 
abrangente, inclusivo e eficaz. 
Para promover uma prática pedagógica inclusiva, o professor deve adotar metodologias 
diversificadas que contemplem o lúdico, a tecnologia e as necessidades específicas de cada 
aluno. Ischkanian (2019) evidencia que o uso de mediações adequadas amplia a capacidade do 
estudante de transitar entre o que já domina e o que ainda pode conquistar intelectualmente. 
Assim, o ensino se transforma em uma experiência viva, em que o aluno aprende a partir de sua 
realidade e de seus interesses. 
A atuação docente na inclusão exige formação continuada e atualização constante sobre 
recursos pedagógicos e estratégias de acessibilidade. Manzini (2013) argumenta que o 
conhecimento sobre o funcionamento das salas de recursos é essencial para o planejamento das 
práticas inclusivas. Além disso, o professor deve buscar compreender as limitações físicas, 
cognitivas e comunicativas dos estudantes, adaptando o currículo de forma a permitir a 
participação efetiva de todos. 
O papel do professor também se estende à mediação das relações sociais no ambiente 
escolar. Marçal e Silva (2006) ressaltam que o docente pode ser um agente de transformação 
quando compreende a escola como um espaço de saúde mental e desenvolvimento emocional. 
Ao estimular o respeito mútuo, a empatia e a cooperação entre os alunos, o professor contribui 
para a construção de um ambiente saudável e acolhedor, no qual todos se sintam pertencentes. 
A comunicação entre os profissionais da escola e os da área da saúde é outro elemento 
essencial para a inclusão bem-sucedida. Manzini (2011b) aponta que o uso de sistemas 
alternativos de comunicação fortalece a autonomia e a expressão de alunos com deficiências na 
 47 
fala ou na escrita. Dessa forma, o professor se torna facilitador do diálogo, assegurando que cada 
estudante possa participar das atividades e interagir plenamente com os demais. 
O docente tem o desafio de interpretar as necessidades não explícitas de seus alunos. 
Ischkanian (2019) afirma que o professor, ao compreender o potencial da mediação social, 
consegue identificar as zonas de desenvolvimento proximal e estimular o avanço intelectual. Isso 
significa que a sensibilidade do educador é decisiva para transformar pequenas conquistas em 
grandes progressos de aprendizagem. 
A prática docente inclusiva requer uma postura ética e comprometida com os direitos 
humanos e a equidade. Manzini (2011a) defende que o conhecimento científico produzido na 
área da inclusão deve orientar as ações práticas, assegurando coerência entre teoria e aplicação. 
Assim, o professor atua como agente de justiça social, garantindo que todos os estudantes 
tenham acesso às mesmas oportunidades de crescimento intelectual e pessoal. 
O professor inclusivo precisa, ainda, desenvolver estratégias que promovam a 
autonomia e a autoconfiança de seus alunos. Marçal e Silva (2006) apontam que a falta de escuta 
ativa pode gerar sentimentos de exclusão e desvalorização. Ao contrário, quando o educador 
reconhece e celebra os progressos, mesmo que sutis, cria-se um clima de motivação e 
pertencimento que favorece o aprendizado e o desenvolvimento emocional. 
A interdisciplinaridade também é um pilar do trabalho docente voltado à inclusão. 
Manzini (2013) reforça que o professor deve compreender as possibilidades de articulação entre 
diferentes áreas do saber para construir propostas de ensino integradas. Essa abordagem amplia 
as experiências dos alunos e enriquece a aprendizagem, permitindo que o conhecimento seja 
construído de maneira contextualizada e significativa. 
A reflexão sobre a própria prática é outro elemento fundamental no papel do professor 
inclusivo. Ischkanian (2019) destaca que o educador é também um pesquisador de sua realidade, 
capaz de analisar os resultados de suas intervenções e reformular suas estratégias. Essa postura 
investigativa transforma o ensino em um processo dinâmico, adaptável e continuamente 
aprimorado. 
O professor, ao atuar de forma colaborativa com gestores e profissionais da saúde, 
torna-se um elo indispensável na consolidação de uma escola verdadeiramente inclusiva. 
Manzini (2011a) considera queo docente é o principal responsável por transformar princípios 
teóricos em práticas cotidianas de inclusão. Quando o educador reconhece o valor das diferenças, 
investe em formação constante e acredita na capacidade de todos os alunos, a escola se torna um 
espaço de igualdade, acolhimento e realização humana. 
 
 
 48 
2.10. O PAPEL DOS GESTORES NA INCLUSÃO DE TODOS 
Os gestores escolares têm a responsabilidade central de liderar o processo de inclusão, 
organizando e supervisionando as ações que garantam a participação de todos os alunos. 
Ischkanian (2013) destaca que a mediação entre diferentes saberes e a construção de práticas 
lúdicas são essenciais para promover ambientes estimulantes. O gestor atua como articulador, 
promovendo a integração de professores, profissionais da saúde e famílias em torno de objetivos 
educativos comuns. 
A formação de uma cultura inclusiva depende do comprometimento dos gestores com 
valores éticos e pedagógicos que valorizem a diversidade. Ischkanian (2019) ressalta que 
compreender as zonas de desenvolvimento proximal dos alunos permite orientar equipes de 
maneira estratégica. Nesse sentido, a liderança escolar deve fomentar atitudes de respeito e 
corresponsabilidade, assegurando que todos os membros da comunidade educativa participem da 
construção de um espaço acolhedor. 
A eliminação de barreiras físicas e pedagógicas é uma das funções primordiais do gestor 
na inclusão. Ischkanian (2022) aponta que o uso de tecnologias ativas e recursos adaptativos 
amplia a participação dos estudantes em atividades escolares. Cabe ao gestor identificar as 
necessidades de infraestrutura e materiais, garantindo que cada aluno tenha condições de acesso 
equitativo ao currículo e às práticas educativas. 
A articulação entre equipe pedagógica e profissionais da saúde é promovida pelo gestor 
como forma de ampliar a qualidade da aprendizagem. Ischkanian (2013) evidencia que o lúdico 
pode ser um recurso mediador para a inclusão, facilitando a compreensão e o engajamento dos 
estudantes. Ao coordenar reuniões interdisciplinares, o gestor assegura que estratégias 
pedagógicas e terapêuticas sejam alinhadas e aplicadas de forma consistente. 
Os gestores são responsáveis por implementar programas de formação continuada que 
capacitem os docentes e profissionais de apoio. Ischkanian (2019) afirma que o conhecimento 
das capacidades cognitivas e sociais das crianças permite planejar intervenções mais eficazes. 
Dessa forma, o gestor fortalece a equipe, proporcionando atualização permanente sobre práticas 
inclusivas e metodologias adaptadas. 
A promoção do engajamento das famílias constitui outra dimensão fundamental da 
função do gestor. Ischkanian (2022) destaca que a integração das tecnologias educacionais com 
atividades lúdicas favorece o acompanhamento do desenvolvimento dos alunos. Nesse contexto, 
o gestor organiza encontros e orientações que garantam o envolvimento familiar e reforcem a 
continuidade das ações educativas em casa. 
A gestão inclusiva requer monitoramento contínuo das práticas pedagógicas e dos 
resultados obtidos pelos alunos. Ischkanian (2013) aponta que a observação sistemática das 
 49 
interações e das aprendizagens permite ajustes oportunos nas estratégias de ensino. O gestor 
deve criar mecanismos de avaliação participativa que envolvam professores, profissionais da 
saúde e estudantes, assegurando que a inclusão seja efetiva e dinâmica. 
A criação de um clima escolar positivo e acolhedor depende diretamente da postura do 
gestor. Ischkanian (2019) evidencia que ambientes estimulantes favorecem o desenvolvimento 
cognitivo e socioemocional. Ao promover políticas de valorização da diversidade e incentivar 
relações respeitosas, o gestor contribui para que todos os alunos se sintam pertencentes e 
motivados a participar das atividades escolares. 
O planejamento estratégico da escola deve integrar ações pedagógicas, adaptativas e 
preventivas. Ischkanian (2022) reforça que o uso de recursos tecnológicos combinados com 
atividades lúdicas potencializa a aprendizagem. Os gestores devem garantir que o projeto 
pedagógico contemple o atendimento especializado, a personalização de conteúdos e o 
acompanhamento sistemático dos estudantes. 
A comunicação eficiente entre todos os profissionais é responsabilidade direta da gestão 
escolar. Ischkanian (2013) explica que o diálogo mediado pelo lúdico fortalece a interação e a 
compreensão entre educadores e alunos. O gestor deve instituir rotinas de reuniões, registros e 
trocas de experiências que possibilitem decisões compartilhadas e integração efetiva de 
estratégias. 
A implementação de políticas inclusivas demanda capacidade de planejamento e 
coordenação do gestor. Ischkanian (2019) destaca que a mediação adequada entre o que o aluno 
já sabe e o que pode aprender favorece intervenções mais precisas. Ao alinhar recursos humanos, 
pedagógicos e materiais, o gestor garante que as ações sejam consistentes com as necessidades 
individuais dos estudantes. 
O gestor deve fomentar a inovação pedagógica e a utilização de metodologias 
diversificadas que contemplem todas as formas de aprendizagem. Ischkanian (2022) ressalta que 
a incorporação de tecnologias e estratégias lúdicas amplia o engajamento. Ao incentivar os 
professores a experimentar diferentes abordagens, o gestor cria oportunidades de participação 
plena e aprendizado significativo para todos. 
A supervisão de atividades complementares, como oficinas, projetos e intervenções 
terapêuticas, é parte essencial do trabalho do gestor. Ischkanian (2013) enfatiza que o lúdico atua 
como mediador na construção do conhecimento, favorecendo a interação e a inclusão. O gestor 
deve organizar, acompanhar e avaliar essas ações, garantindo que sejam coerentes com os 
objetivos pedagógicos e inclusivos da escola. 
O fortalecimento da equipe interdisciplinar depende do papel articulador do gestor, que 
promove o trabalho integrado entre professores, profissionais da saúde e demais colaboradores. 
Ischkanian (2019) afirma que o desenvolvimento humano é potencializado quando mediado por 
 50 
interações significativas. A gestão deve estimular a cooperação, a troca de experiências e o 
planejamento conjunto, tornando a prática escolar mais coesa e inclusiva. 
O gestor atua como garantidor da qualidade e da equidade da educação para todos. 
Ischkanian (2022) evidencia que o uso adequado do lúdico e das tecnologias educativas contribui 
para o aprendizado pleno. Ao liderar a construção de uma cultura escolar inclusiva, coordenar 
recursos e decisões pedagógicas e valorizar a diversidade, o gestor transforma a escola em um 
espaço de pertencimento, desenvolvimento integral e participação ativa de cada estudante. 
 
2.11. O PAPEL DOS PEDAGOGOS NA INCLUSÃO DE TODOS 
Os pedagogos exercem papel central na implementação de práticas inclusivas, atuando 
como articuladores entre professores, gestores e profissionais da saúde. Machado (2006) ressalta 
que a compreensão crítica das múltiplas perspectivas da educação inclusiva é essencial para 
orientar decisões pedagógicas e estratégias de ensino. Esses profissionais garantem que as ações 
sejam planejadas de forma coerente e contextualizada, atendendo às necessidades individuais de 
cada estudante. 
A atuação do pedagogo envolve análise do currículo e adequação de materiais, 
assegurando que todos os alunos tenham acesso às atividades. Mantoan (2006) enfatiza que a 
inclusão vai além da presença física do estudante na escola, requerendo adaptação contínua de 
recursos e metodologias. O pedagogo contribui para eliminar barreiras e promover a participação 
efetiva, garantindo que o aprendizado seja significativo e acessível. 
O planejamento colaborativo é uma função essencial dos pedagogos, que orientam 
professores e gestores sobre práticas interdisciplinares. Magalhães e Oliveira (2011) destacam 
que a dialogia e a alteridadefortalecem a interação entre sujeitos, permitindo que diferentes 
saberes sejam integrados em prol do aprendizado. O pedagogo atua como mediador, facilitando o 
alinhamento das estratégias educativas e terapêuticas. 
Os pedagogos também participam da formação continuada da equipe escolar, 
promovendo reflexões sobre metodologias inclusivas e abordagens diversificadas. Ischkanian 
(2022) afirma que a utilização de tecnologias ativas e recursos lúdicos potencializa o 
desenvolvimento infantil, criando oportunidades de aprendizagem engajadoras. Ao orientar os 
docentes, o pedagogo garante que tais práticas sejam incorporadas de forma sistemática e 
planejada. 
A observação contínua do processo de aprendizagem é uma atribuição fundamental do 
pedagogo, que identifica barreiras e potencialidades dos estudantes. Ischkanian (2019) ressalta 
que o desenvolvimento ocorre na interação entre o que a criança já domina e o que ainda pode 
 51 
aprender, destacando a importância da mediação pedagógica. O pedagogo fornece subsídios para 
ajustes curriculares e estratégias personalizadas. 
A construção de um ambiente educativo inclusivo depende da ação estratégica do 
pedagogo, que articula recursos humanos, físicos e pedagógicos. Machado (2006) enfatiza que 
práticas planejadas e fundamentadas em teorias inclusivas fortalecem a equidade na escola. 
Assim, os pedagogos garantem que cada estudante tenha oportunidades reais de participação e 
sucesso acadêmico. 
A implementação de projetos interdisciplinares é facilitada pelo trabalho do pedagogo, 
que integra diferentes saberes e experiências. Mantoan (2006) destaca que a colaboração entre 
áreas permite compreender o aluno em sua totalidade, considerando aspectos cognitivos, 
emocionais e sociais. O pedagogo atua, portanto, como elo entre as diversas áreas, promovendo 
soluções integradas e eficazes. 
O acompanhamento de alunos com necessidades especiais é mediado pelo pedagogo, 
que oferece suporte técnico e pedagógico aos professores. Magalhães e Oliveira (2011) indicam 
que a compreensão das relações de alteridade favorece a construção de relações de respeito e 
empatia. Dessa maneira, o pedagogo contribui para que cada estudante se sinta acolhido, 
valorizado e capaz de participar ativamente das atividades escolares. 
A mediação pedagógica envolve o incentivo à autonomia e à autoconfiança dos alunos, 
promovendo o protagonismo em seu processo de aprendizagem. Ischkanian (2022) evidencia que 
o uso de atividades lúdicas e tecnologias digitais estimula o engajamento e a participação. O 
pedagogo, ao orientar os professores, assegura que essas estratégias sejam aplicadas de maneira 
eficaz e significativa. 
O trabalho do pedagogo também se estende à integração das famílias no processo 
educativo, fortalecendo a rede de apoio ao estudante. Machado (2006) afirma que a inclusão 
requer parceria entre escola e família, garantindo continuidade das ações e reforço das 
aprendizagens. Ao organizar reuniões e oficinas, o pedagogo promove alinhamento de 
expectativas e compartilhamento de informações essenciais. 
A avaliação contínua das práticas pedagógicas é responsabilidade do pedagogo, que 
analisa a eficácia das estratégias e sugere melhorias. Mantoan (2006) observa que a reflexão 
sobre a prática é indispensável para consolidar a inclusão e adaptar intervenções. Essa postura 
investigativa transforma a escola em um espaço de aprendizado dinâmico, flexível e responsivo. 
Os pedagogos orientam a adaptação curricular, considerando diferentes estilos de 
aprendizagem e necessidades específicas. Ischkanian (2019) ressalta que a compreensão das 
zonas de desenvolvimento proximal permite intervenções mais precisas e individualizadas. 
Assim, o pedagogo garante que todos os alunos tenham acesso equitativo ao conhecimento, 
promovendo justiça e equidade educacional. 
 52 
A formação de professores para atuação inclusiva é coordenada e acompanhada pelos 
pedagogos, que oferecem suporte técnico e metodológico. Magalhães e Oliveira (2011) destacam 
que a dialogia entre educadores favorece a construção de estratégias coletivas e criativas. Essa 
orientação permite que a equipe docente desenvolva práticas pedagógicas consistentes e 
alinhadas aos objetivos inclusivos. 
O pedagogo também atua na sensibilização da comunidade escolar sobre a importância 
da inclusão, promovendo eventos, palestras e campanhas educativas. Ischkanian (2022) 
evidencia que a integração de recursos lúdicos e tecnológicos facilita a compreensão das 
diferenças e valoriza a diversidade. A atuação do pedagogo contribui para a construção de uma 
cultura escolar baseada em respeito, solidariedade e participação. 
O pedagogo é o elo que garante a articulação efetiva entre professores, gestores, 
profissionais da saúde e famílias, consolidando a inclusão como prática permanente. Ischkanian 
(2019) destaca que a mediação pedagógica fundamentada na teoria sociointeracionista favorece o 
desenvolvimento integral do estudante. O pedagogo assegura que a escola seja um espaço 
acolhedor, dinâmico e capaz de atender às necessidades de todos os alunos. 
2.12. O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE E TERAPEUTAS NA INCLUSÃO 
Os profissionais da saúde desempenham papel estratégico na construção de ambientes 
inclusivos, fornecendo suporte especializado que amplia a participação dos alunos em atividades 
escolares. Ischkanian (2019) destaca que o desenvolvimento ocorre na interação entre o que a 
criança já sabe e o que ainda pode aprender, evidenciando a importância da mediação 
profissional. Esses especialistas auxiliam na identificação de barreiras físicas, cognitivas e 
emocionais, favorecendo intervenções direcionadas. 
O trabalho integrado de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos contribui para o 
desenvolvimento integral do estudante. Mantoan (2006) ressalta que compreender o aluno em 
sua totalidade permite planejar ações educativas e terapêuticas coerentes com suas necessidades. 
A atuação conjunta com professores e gestores fortalece a abordagem interdisciplinar, criando 
uma rede de apoio que garante aprendizagem equitativa. 
A avaliação contínua das capacidades individuais é mediada pelos profissionais da 
saúde, que orientam estratégias de ensino personalizadas. Machado (2006) enfatiza que práticas 
inclusivas demandam conhecimento técnico específico para atender às diferentes demandas dos 
alunos. Essa análise permite que cada intervenção seja ajustada, promovendo autonomia e 
engajamento em atividades pedagógicas. 
A adaptação do currículo e das atividades escolares recebe suporte especializado, 
assegurando que os alunos participem ativamente. Ischkanian (2022) evidencia que o uso de 
recursos lúdicos e tecnologias ativas facilita a aquisição de novos conhecimentos. Os terapeutas 
 53 
colaboram com os professores para criar materiais e metodologias que respeitem as 
particularidades de cada estudante. 
O acompanhamento da saúde emocional é outra responsabilidade crucial desses 
profissionais, pois o bem-estar influencia diretamente o aprendizado. Magalhães e Oliveira 
(2011) destacam que a dialogia e a alteridade fortalecem as interações sociais, promovendo 
relações respeitosas. Psicólogos escolares oferecem orientações sobre manejo comportamental e 
estratégias de regulação emocional, promovendo ambientes seguros e acolhedores. 
A atuação preventiva é um aspecto central do trabalho interdisciplinar, que busca 
antecipar dificuldades e propor intervenções adequadas. Ischkanian (2019) reforça que a 
mediação adequada permite ampliar as zonas de desenvolvimento proximal do aluno. 
Profissionais de saúde contribuem para minimizar atrasos no aprendizado e reduzir fatores de 
risco para exclusão. 
A formação e orientação de professores quanto às condições específicas de saúde dos 
alunos é promovida por esses especialistas. Mantoan (2006) argumenta que o conhecimento 
técnico compartilhado com a equipedocente potencializa a eficácia das práticas inclusivas. Essa 
transferência de saberes garante que estratégias pedagógicas considerem limitações físicas, 
sensoriais ou cognitivas. 
A participação dos profissionais da saúde em reuniões pedagógicas permite alinhamento 
das estratégias com os objetivos curriculares. Machado (2006) afirma que a colaboração entre 
diferentes áreas é essencial para a efetivação da inclusão escolar. A presença de terapeutas 
garante que intervenções sejam coerentes, integradas e adaptadas às necessidades individuais. 
A promoção da comunicação funcional e da expressão é mediada pelos fonoaudiólogos, 
facilitando a interação entre estudantes e professores. Ischkanian (2022) evidencia que 
tecnologias ativas e atividades lúdicas reforçam o engajamento e a aprendizagem. Ao trabalhar 
junto à equipe escolar, esses profissionais asseguram que todos os alunos tenham oportunidades 
de participar plenamente. 
A supervisão de equipamentos e recursos adaptativos envolve avaliação contínua da 
eficácia das adaptações. Magalhães e Oliveira (2011) destacam que a alteridade contribui para 
compreender o impacto das intervenções na experiência do aluno. Profissionais da saúde ajustam 
recursos conforme a evolução de habilidades, garantindo acessibilidade e conforto. 
O acompanhamento interdisciplinar permite articulação entre áreas terapêuticas e 
pedagógicas, promovendo soluções integradas. Ischkanian (2019) reforça que a aprendizagem se 
potencializa quando mediada por interações significativas. O compartilhamento de informações e 
estratégias entre especialistas e docentes favorece decisões baseadas em evidências. 
O planejamento de atividades inclusivas envolve os terapeutas como consultores de 
práticas adaptativas. Mantoan (2006) observa que a inclusão exige compreensão das 
 54 
especificidades de cada estudante para garantir equidade. A colaboração sistemática assegura que 
os recursos estejam disponíveis e as atividades sejam acessíveis a todos. 
A avaliação do progresso dos alunos é acompanhada pelos profissionais de saúde, que 
sugerem ajustes pedagógicos. Machado (2006) enfatiza que monitorar resultados permite 
identificar barreiras e promover intervenções oportunas. Esse acompanhamento contínuo 
contribui para manter um ambiente inclusivo e adaptado às necessidades emergentes. 
O suporte emocional e motivacional oferecido por psicólogos escolares é essencial para 
engajar alunos em seu processo de aprendizagem. Ischkanian (2022) afirma que a integração de 
recursos lúdicos e tecnologias potencializa o desenvolvimento cognitivo e social. Esse trabalho 
conjunto reforça a resiliência do estudante e incentiva a participação ativa nas atividades 
educacionais. 
A atuação colaborativa dos profissionais da saúde consolida a inclusão como prática 
contínua e sistemática. Magalhães e Oliveira (2011) destacam que a alteridade e o diálogo 
promovem compreensão integral do aluno. 
 
 
 55 
CONCLUSÃO 
A colaboração entre professores, gestores e profissionais da saúde constitui a base para 
uma educação verdadeiramente inclusiva, permitindo que cada estudante seja visto em sua 
singularidade e tenha suas necessidades atendidas de forma integral. O trabalho conjunto 
fortalece a articulação entre saberes pedagógicos, clínicos e administrativos, garantindo que o 
aprendizado seja significativo, diversificado e alinhado às capacidades de cada aluno. Essa 
cooperação cria um ambiente de confiança e comprometimento mútuo, essencial para o 
desenvolvimento acadêmico e emocional dos estudantes. 
Quando os diferentes profissionais atuam de forma integrada, a escola se transforma em 
um espaço de oportunidades, no qual barreiras físicas, cognitivas e sociais podem ser 
identificadas e superadas. A interação contínua entre docentes, gestores e especialistas em saúde 
permite a criação de estratégias adaptadas, o planejamento de atividades diferenciadas e a 
implementação de recursos que promovem a participação plena. Dessa forma, a inclusão deixa 
de ser apenas um conceito teórico e se torna uma prática concreta, efetiva e sustentável. 
O compartilhamento de responsabilidades e decisões fortalece a gestão escolar, 
promovendo uma cultura de corresponsabilidade e respeito à diversidade. Gestores, ao liderarem 
esse processo, conseguem mobilizar equipes, distribuir funções e coordenar ações de maneira 
coerente e organizada. Essa estrutura participativa favorece a implementação de políticas 
inclusivas e garante que os princípios de equidade e justiça educacional permeiem todas as 
práticas da instituição. 
A presença de profissionais da saúde, como fisioterapeutas, psicólogos e 
fonoaudiólogos, complementa a atuação pedagógica, oferecendo suporte especializado que 
amplia as possibilidades de aprendizagem. Ao integrar conhecimentos clínicos e terapêuticos ao 
planejamento escolar, esses profissionais contribuem para a construção de estratégias 
personalizadas que contemplam diferentes ritmos, estilos e necessidades dos alunos. A interação 
constante com professores e gestores garante que essas intervenções sejam contextualizadas e 
eficazes. 
O trabalho colaborativo também fortalece as relações sociais dentro da escola, 
promovendo um clima de respeito, empatia e valorização das diferenças. A cooperação entre 
profissionais cria oportunidades para o diálogo, o incentivo à participação de todos e o 
reconhecimento dos avanços individuais. Nesse ambiente, os estudantes se sentem acolhidos, 
motivados e encorajados a interagir, aprendendo não apenas conteúdos acadêmicos, mas também 
habilidades socioemocionais essenciais para sua vida futura. 
Além disso, a integração entre equipes permite a construção de soluções criativas e 
inovadoras para desafios cotidianos, ampliando a capacidade de resposta da escola às demandas 
 56 
de cada aluno. A troca de experiências e saberes fortalece o planejamento coletivo, 
possibilitando que intervenções sejam constantemente avaliadas e aprimoradas. Esse dinamismo 
garante que a inclusão não seja um objetivo estático, mas um processo contínuo de adaptação e 
melhoria. 
A colaboração entre profissionais também promove a formação contínua e o 
desenvolvimento profissional, estimulando a reflexão sobre práticas pedagógicas, 
administrativas e terapêuticas. A interação entre diferentes áreas de conhecimento enriquece a 
aprendizagem de todos, gera novas perspectivas e amplia a competência técnica da equipe. 
Assim, a escola se torna um espaço de crescimento para alunos e profissionais, consolidando 
uma cultura inclusiva duradoura. 
O engajamento conjunto de professores, gestores e profissionais da saúde contribui para 
a valorização da diversidade como elemento central da educação. Ao reconhecerem o potencial 
de cada estudante e atuarem de maneira coordenada, esses profissionais reforçam a ideia de que 
todos têm direito a aprender, participar e se desenvolver plenamente. A inclusão se consolida, 
portanto, como uma prática ética, humanizada e transformadora, capaz de impactar 
positivamente a vida de cada indivíduo. 
A articulação entre as diferentes áreas profissionais evidencia que a inclusão não é 
apenas uma ação isolada, mas sim um processo complexo que depende do esforço conjunto de 
todos os envolvidos. Professores, gestores e profissionais da saúde atuam de maneira 
coordenada, compartilhando conhecimentos, experiências e recursos para atender às 
necessidades específicas de cada estudante. Esse planejamento integrado permite que 
intervenções pedagógicas, terapêuticas e administrativas sejam aplicadas de forma consistente, 
aumentando a efetividade das práticas inclusivas e garantindo que cada aluno tenha acesso a 
oportunidades reais de desenvolvimento. 
O trabalho colaborativo amplia significativamente as possibilidades de aprendizagem, 
pois permite que estratégias diferenciadas sejam pensadas e implementadas de acordo com o 
potencial eemphasizing the importance of dialogue across areas of knowledge 
to address the multiple dimensions of human development. The role of school management is 
equally decisive in this process. As noted by Bordignon and Gracindo (2000) and Campos and 
Domitti (2007), managers are responsible for creating institutional spaces for cooperation and 
ongoing professional development, strengthening collective work and ensuring that pedagogical 
decisions are guided by equity and respect for diversity. Collaborative work is also fundamental 
in the implementation of public policies and in the effective functioning of multifunctional 
resource rooms (Alves et al., 2006), as it allows for the construction of contextualized, ethical 
practices sensitive to local realities. Promoting school inclusion requires far more than isolated 
actions. It demands an ethical and professional commitment based on interdisciplinary dialogue, 
shared responsibility, and the construction of an inclusive school culture. Collaboration among 
teachers, school leaders, and health professionals is the pathway to transforming schools into 
spaces of meaningful learning, where all individuals can develop fully while respecting their 
singularities and potential. 
Keywords: School inclusion; interdisciplinarity; education and health; collaborative work; 
educational management. 
 
 
 
 6 
LA IMPORTANCIA DEL TRABAJO COLABORATIVO ENTRE 
DOCENTES, DIRECTIVOS Y PROFESIONALES DE LA SALUD EN LA 
PROMOCIÓN DE LA INCLUSIÓN. 
Tatiana Coelho 
 
 
 
 
 
 
La inclusión educativa representa uno de los mayores desafíos y, al mismo tiempo, uno de los 
logros más significativos de las políticas públicas contemporáneas. El trabajo colaborativo entre 
docentes, directivos escolares y profesionales de la salud se convierte en un elemento esencial 
para la implementación de prácticas inclusivas y la construcción de una escuela verdaderamente 
democrática. La promoción de la inclusión no se limita a la integración física de los estudiantes 
con discapacidad o necesidades específicas en el entorno escolar, sino que implica la creación de 
condiciones pedagógicas, estructurales y relacionales que aseguren su plena participación y 
aprendizaje. Según Aranha (2004) y Mantoan (2006), el principio de la educación inclusiva se 
fundamenta en la valoración de la diversidad humana, exigiendo que el proceso educativo se 
construya de manera colectiva e interdisciplinaria. La integración entre los sectores de educación 
y salud amplía las posibilidades de intervención y de comprensión de las necesidades 
individuales de los estudiantes. Estudios como los de Araújo, Manzini y Fiorini (2014) y 
Bartalotti et al. (2008) refuerzan que la colaboración intersectorial favorece el intercambio de 
saberes y la planificación de estrategias que promuevan el desarrollo cognitivo, emocional y 
social de los alumnos. Esta articulación requiere comunicación constante, escucha activa y 
reparto de responsabilidades entre los profesionales, reconociendo que la inclusión es un proceso 
continuo y compartido. Autores como Cabral e Ischkanian (2023) destacan el papel de las 
tecnologías educativas y de los enfoques neuropsicológicos en la potenciación del aprendizaje de 
alumnos típicos y atípicos, reforzando la importancia del diálogo entre áreas del conocimiento 
para atender las múltiples dimensiones del desarrollo humano. El papel de la gestión escolar 
también resulta determinante en este proceso. Como señalan Bordignon y Gracindo (2000) y 
Campos y Domitti (2007), corresponde a los directivos crear espacios institucionales de 
cooperación y formación continua, fortaleciendo el trabajo colectivo y asegurando que las 
decisiones pedagógicas se guíen por la equidad y el respeto a la diversidad. El trabajo 
colaborativo también resulta fundamental en la implementación de políticas públicas y en la 
efectiva operación de las salas de recursos multifuncionales (Alves et al., 2006), ya que permite 
la construcción de prácticas contextualizadas, éticas y sensibles a las realidades locales. 
Promover la inclusión escolar exige mucho más que acciones aisladas. Requiere un compromiso 
ético y profesional basado en el diálogo interdisciplinario, la corresponsabilidad y la 
construcción de una cultura escolar inclusiva. La colaboración entre docentes, directivos y 
profesionales de la salud constituye el camino para transformar la escuela en un espacio de 
aprendizaje significativo, donde todos los individuos puedan desarrollarse plenamente, 
respetando sus singularidades y potencialidades. 
Palabras clave: Inclusión escolar; interdisciplinariedad; educación y salud; trabajo colaborativo; 
gestión educativa. 
 
 7 
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COLABORATIVO ENTRE PROFESSORES, 
GESTORES E PROFISSIONAIS DA SAÚDE NA PROMOÇÃO DA INCLUSÃO. 
Tatiana Coelho 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O trabalho colaborativo entre professores, gestores e profissionais da saúde é 
fundamental para assegurar a inclusão educacional de forma eficaz e significativa. Conforme a 
Declaração Mundial sobre Educação para Todos (UNESCO, 1990), é necessário desenvolver 
políticas contextualizadas de apoio entre os setores social, cultural e econômico, garantindo o 
acesso pleno à educação básica. Essa articulação intersetorial promove o fortalecimento 
institucional e fomenta a construção de um ambiente escolar que favorece tanto o 
desenvolvimento individual quanto a participação social ampla. 
A integração entre educação e saúde permite um olhar holístico sobre as necessidades 
dos estudantes, particularmente aqueles com deficiências ou altas habilidades. Araújo, Manzini e 
Fiorini (2014) enfatizam que a cooperação entre diferentes áreas potencializa a identificação de 
necessidades específicas e a elaboração de estratégias pedagógicas e terapêuticas. Essa 
colaboração cria oportunidades para intervenções precoces e mais eficazes, garantindo que cada 
estudante receba atenção adequada às suas particularidades. 
O compartilhamento de saberes é um dos principais benefícios do trabalho conjunto. 
Bartalotti et al. (2008) destacam que cada profissional contribui com conhecimentos 
especializados, promovendo práticas educativas mais inovadoras e enriquecedoras. O professor 
de Atendimento Educacional Especializado (AEE), por exemplo, auxilia os colegas a adaptar 
conteúdos e metodologias, permitindo que alunos com necessidades específicas tenham acesso 
ao currículo de maneira plena e efetiva. 
O planejamento integrado fortalece o caráter inclusivo da escola. Bordignon e Gracindo 
(2000) observam que, quando educadores e profissionais de saúde planejam juntos, consideram 
não apenas os aspectos acadêmicos, mas também questões de saúde, desenvolvimento emocional 
e bem-estar. Esse tipo de planejamento possibilita ações mais abrangentes, que contemplam as 
dimensões física, cognitiva e social do estudante, tornando o processo educativo mais completo. 
 8 
A identificação precoce de necessidades é outro ponto crucial. Cabral et al. (2023a) 
apontam que a cooperação contínua entre professores e especialistas em saúde favorece a 
detecção antecipada de dificuldades de aprendizagem, de comportamento ou de 
desenvolvimento. A observação diária aliada à avaliação profissional permite intervenções 
rápidas, evitando que lacunas se agravem e contribuindo para a aprendizagem contínua. 
O desenvolvimento de estratégias personalizadas depende da interação constante entre 
as equipes. Cabral et al. (2025) afirmam que o trabalho conjunto possibilita a criação de 
abordagens pedagógicas específicas, adaptadas às necessidades de cada estudante, promovendo 
equidade e oportunidades de aprendizado igualitárias. Essa personalização evita abordagens 
generalistas, garantindo que cada indivíduo tenha condições de se desenvolver plenamente. 
A construção de um ambiente de apoio é um resultado direto da colaboração 
interdisciplinar. Segundoos interesses de cada estudante. Quando os profissionais atuam em conjunto, é 
possível combinar métodos pedagógicos inovadores, adaptações curriculares, recursos 
tecnológicos e atividades lúdicas, criando um ambiente rico em estímulos e oportunidades. essa 
colaboração fortalece a capacidade da equipe de identificar obstáculos e propor soluções 
criativas, tornando o processo educativo mais dinâmico, eficiente e sensível às diversidades 
presentes na escola. 
Essa integração também fortalece a identidade da escola como um espaço de equidade, 
pertencimento e crescimento integral. Ao trabalhar de forma articulada, os profissionais 
contribuem para construir uma cultura institucional que valoriza a diversidade, promove relações 
respeitosas e incentiva a participação ativa de todos os alunos. 
 57 
O resultado é uma comunidade educativa mais coesa, na qual estudantes, famílias e 
educadores se sentem acolhidos, motivados e comprometidos com a aprendizagem e o 
desenvolvimento humano pleno. Essa abordagem transforma a escola em um ambiente seguro, 
estimulante e capaz de formar cidadãos conscientes, solidários e preparados para enfrentar os 
desafios da vida em sociedade. 
 
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 62 
 
 63 
ESCOLA COLORIDA E CHEIA DE VIDA, CADA CANTO 
RESPIRAVA DIVERSIDADE E CURIOSIDADE. 
 
Tatiana Coelho 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
 
Em uma escola colorida e cheia de vida, cada canto respirava diversidade e curiosidade. 
Professores planejavam suas aulas com atenção, enquanto gestores observavam cuidadosamente 
o andamento das atividades. Mas, naquele dia, algo especial aconteceria: João, um aluno com 
dificuldades motoras, estava prestes a participar de um projeto de arte que reunia pintura, música 
e movimento. Para que tudo desse certo, professores, fisioterapeutas, psicólogos e a própria 
família se reuniram em um círculo animado, discutindo ideias, sugerindo adaptações e 
planejando cada detalhe. A cooperação se transformou em risos, criatividade e soluções 
inteligentes, mostrando que cada contribuição era essencial para que João se sentisse confiante e 
motivado. 
Enquanto a aula acontecia, a magia da inclusão se revelou. Maria, a professora de artes, 
incentivava cada criança a explorar cores e formas, mas sempre observava como João interagia 
com os materiais. A mãe dele, sentada próxima, sugeria pequenas adaptações que tornassem o 
uso dos pincéis mais confortável, enquanto a fisioterapeuta demonstrava exercícios rápidos para 
facilitar os movimentos. O trabalho em equipe não apenas garantia que João participasse, mas 
também inspirava todos os colegas a valorizar diferentes habilidades e a respeitar ritmos 
diversos. A sala de aula se transformou em um espaço de descobertas, colaboração e empatia, 
onde cada gesto de ajuda se transformava em aprendizado coletivo. 
No final do dia, todos se reuniram novamente, sorrindo diante das obras de arte 
espalhadas pela sala. O gestor da escola comentou sobre como o trabalho conjunto entre 
professores, família e profissionais da saúde havia tornado a experiência mais rica e inclusiva 
para cada estudante. Crianças, educadores e familiares perceberam que a colaboração era muito 
mais do que dividir tarefas: era construir, lado a lado, oportunidades iguais para aprender, crescer 
e se sentir pertencente. Naquele pequeno espaço, a escola se tornou um verdadeiro lar de 
possibilidades, lembrando a todos que a inclusão é fruto de união, criatividade e cuidado 
compartilhado. 
 
 
 
 
 
 
 
 64 
 
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 71 
 
 72 
 
 73 
 
 74 
 
 75Cabral et al. (2023b), a articulação entre escola, família e serviços de 
saúde fortalece a rede de suporte ao estudante. Esse contexto integrado oferece segurança, 
estímulo e valorização, criando condições propícias para o desenvolvimento acadêmico e 
emocional de todos os alunos. 
O papel da gestão escolar é determinante para o sucesso do trabalho colaborativo. 
Campos e Domitti (2007) indicam que os gestores devem criar espaços institucionais de 
cooperação e oportunidades de formação continuada, consolidando práticas inclusivas. A 
liderança escolar atua como mediadora entre os profissionais, garantindo que as decisões 
pedagógicas estejam alinhadas com princípios de equidade e respeito à diversidade. 
A implementação de políticas públicas é potencializada pelo trabalho coletivo. Alves et 
al. (2006) destacam que a efetivação das salas de recursos multifuncionais depende da 
articulação entre gestores, docentes e profissionais de saúde. Esse modelo permite o 
desenvolvimento de práticas contextualizadas, éticas e sensíveis às demandas locais, 
assegurando que a inclusão seja significativa e duradoura. 
O uso de tecnologias educacionais complementa a colaboração interprofissional. Cabral 
et al. (2025) reforçam que aplicativos e softwares podem ser aliados poderosos na aprendizagem 
de alunos típicos e atípicos, facilitando estratégias diferenciadas e integradas entre educação e 
saúde. A tecnologia potencializa intervenções e contribui para que todos os estudantes alcancem 
seu máximo potencial. 
A psicologia e a saúde mental têm papel central na inclusão. Conforme Cabral et al. 
(2023a), o acompanhamento psicológico integrado ao planejamento pedagógico favorece o bem-
estar e o desempenho acadêmico, permitindo que profissionais atuem de forma coordenada. A 
atenção à saúde mental colabora para reduzir barreiras ao aprendizado e promove um ambiente 
mais acolhedor. 
 9 
A compreensão dos mecanismos cerebrais também orienta práticas inclusivas. Cabral et 
al. (2023b) indicam que conhecer como o cérebro aprende permite a criação de estratégias 
pedagógicas mais eficientes e adaptadas às necessidades individuais, fortalecendo a colaboração 
entre educação e saúde. Essa base científica contribui para decisões informadas e intervenções 
mais eficazes. 
O mapeamento do impacto de aplicativos e softwares evidencia a relevância da 
interdisciplinaridade. Cabral et al. (2025) demonstram que ferramentas digitais podem apoiar 
alunos com deficiência intelectual, integrando esforços de professores e especialistas em saúde, e 
promovendo aprendizagem significativa. O trabalho colaborativo maximiza os benefícios dessas 
tecnologias. 
O planejamento educacional estruturado consolida a cultura inclusiva. Cabral et al. 
(2025) observam que organizar aulas e atividades de forma colaborativa garante que todos os 
alunos tenham acesso a experiências pedagógicas enriquecedoras, respeitando suas 
particularidades e promovendo equidade. A inclusão deixa de ser um conceito abstrato e se 
transforma em prática cotidiana. 
promover a inclusão requer compromisso ético, interdisciplinaridade e 
corresponsabilidade. A colaboração entre professores, gestores e profissionais da saúde é o 
caminho para transformar a escola em um espaço de aprendizagem plena, onde cada estudante 
desenvolve suas habilidades e potencialidades, respeitando singularidades e construindo uma 
experiência educacional significativa. 
2. DESENVOLVIMENTO 
O trabalho colaborativo entre professores, gestores e profissionais da saúde constitui um 
alicerce essencial para a promoção de uma educação inclusiva de qualidade. Cabral et al. (2025) 
destacam que a cooperação interdisciplinar potencializa o desenvolvimento integral dos 
estudantes, favorecendo intervenções pedagógicas e terapêuticas adequadas. A integração de 
saberes permite que a escola funcione como um espaço de aprendizado equitativo e acessível a 
todos, independentemente de suas habilidades ou necessidades específicas. 
Professores desempenham um papel central na implementação de estratégias 
pedagógicas, adaptando currículos e promovendo a participação ativa dos alunos. Cabral et al. 
(2023a) afirmam que a atuação docente mediadora influencia diretamente a interação social e 
acadêmica dos estudantes, garantindo que todos tenham oportunidades reais de aprendizagem. A 
presença do professor como facilitador do conhecimento contribui para que o processo educativo 
seja dinâmico e inclusivo, respeitando a diversidade em sala de aula. 
Gestores escolares têm a responsabilidade de liderar a criação de uma cultura inclusiva 
dentro das instituições. Cabral et al. (2023b) enfatizam que a liderança proativa promove 
 10 
articulação entre os diferentes profissionais, elimina barreiras estruturais e assegura recursos 
pedagógicos necessários. Além disso, gestores comprometidos incentivam a formação 
continuada da equipe, fortalecendo práticas colaborativas e consolidando políticas de inclusão no 
projeto pedagógico da escola. 
Profissionais da saúde oferecem suporte especializado, incluindo fisioterapeutas, 
psicólogos e fonoaudiólogos, que auxiliam na compreensão das necessidades específicas dos 
alunos. Cabral et al. (2025) destacam que essa contribuição técnica complementa o trabalho 
pedagógico, permitindo abordagens mais precisas e eficazes. A colaboração entre saúde e 
educação fortalece a atenção integral ao estudante, promovendo um desenvolvimento equilibrado 
e sustentável. 
O planejamento integrado entre educação e saúde é um instrumento estratégico para a 
inclusão. Cabral et al. (2023a) afirmam que a construção conjunta de planos de intervenção 
garante que aspectos acadêmicos, cognitivos e socioemocionais sejam considerados 
simultaneamente. Essa prática permite identificar lacunas de aprendizagem e implementar ações 
personalizadas que atendam às particularidades de cada estudante, assegurando progresso 
contínuo. 
O compartilhamento de saberes entre diferentes profissionais enriquece as práticas 
pedagógicas. Cabral et al. (2025) ressaltam que a troca de experiências entre docentes e 
especialistas em saúde resulta em metodologias mais criativas e efetivas. A diversidade de 
perspectivas contribui para o desenvolvimento de estratégias inovadoras que ampliam a inclusão 
e fortalecem o processo de ensino-aprendizagem. 
A observação sistemática do estudante é potencializada pelo trabalho colaborativo. 
Cabral et al. (2023b) destacam que a análise conjunta das necessidades comportamentais, 
cognitivas e motoras possibilita intervenções mais rápidas e assertivas. Esse acompanhamento 
contínuo contribui para a prevenção de dificuldades futuras e promove uma resposta educativa 
adaptativa e sensível. 
A criação de um ambiente seguro e acolhedor depende da articulação entre família, 
escola e profissionais da saúde. Cabral et al. (2025) afirmam que a rede de apoio integrada 
fortalece o vínculo do aluno com a instituição e promove um clima favorável ao aprendizado. 
Quando todos os atores compartilham responsabilidades e objetivos, a inclusão torna-se um 
processo concreto e sustentável. 
A utilização de tecnologias educacionais complementa o trabalho colaborativo. Cabral 
et al. (2025) indicam que aplicativos e softwares podem ser aliados na personalização das 
atividades pedagógicas, ampliando as possibilidades de aprendizagem de alunos com diferentes 
habilidades. A tecnologia favorece intervenções específicas e facilita a comunicação entre 
profissionais, docentes e famílias. 
 11 
O desenvolvimento de estratégias pedagógicas individualizadas é uma consequência 
direta da colaboração. Cabral et al. (2023a) afirmam que ações planejadas de forma 
interdisciplinar permitem que cada aluno receba suporte adequado às suas necessidades 
cognitivas, físicas e emocionais. Essa abordagem promove equidade e garante que todos tenham 
oportunidades reais de progresso educacional. 
A comunicaçãoconstante entre profissionais é indispensável para o sucesso da inclusão. 
Cabral et al. (2023b) ressaltam que reuniões periódicas, discussões de casos e avaliações 
conjuntas fortalecem o trabalho em equipe e evitam lacunas no atendimento. A clareza na 
transmissão de informações assegura que cada ação seja coordenada e eficaz. 
O acompanhamento e a avaliação contínua das estratégias colaborativas permitem 
ajustes necessários. Cabral et al. (2025) destacam que a análise periódica do impacto das 
intervenções possibilita identificar pontos fortes e fragilidades, garantindo que as práticas 
inclusivas se mantenham atualizadas e relevantes. A flexibilidade na abordagem promove 
melhorias contínuas e assegura resultados consistentes. 
Desafios como resistência à mudança, sobrecarga de trabalho e barreiras de 
comunicação podem comprometer a eficácia do trabalho coletivo. Cabral et al. (2023a) afirmam 
que a liderança escolar desempenha papel decisivo na superação desses obstáculos, incentivando 
a confiança, o respeito mútuo e a corresponsabilidade entre todos os profissionais envolvidos. 
A capacitação contínua de professores e profissionais da saúde é determinante para o 
sucesso do processo inclusivo. Cabral et al. (2023b) destacam que cursos, workshops e 
treinamentos interdisciplinares aumentam a competência técnica e fortalecem o compromisso 
com a aprendizagem inclusiva. A atualização constante permite que todos estejam alinhados às 
melhores práticas e às necessidades emergentes dos alunos. 
Promover uma inclusão significativa requer ética, dedicação e articulação constante. 
Cabral et al. (2025) ressaltam que a colaboração entre professores, gestores e profissionais da 
saúde transforma a escola em um espaço de aprendizado pleno, onde cada estudante pode 
desenvolver suas capacidades de forma integral e respeitosa, valorizando suas singularidades. 
2.1. METODOLOGIA DA PESQUISA PARA DELINEAMENTO DO ARTIGO 
A presente pesquisa adota uma abordagem qualitativa de cunho bibliográfico e 
documental, centrada na análise interpretativa dos discursos científicos acerca da importância do 
trabalho colaborativo entre professores, gestores e profissionais da saúde na promoção da 
inclusão. Esse delineamento metodológico possibilita compreender os significados, sentidos e 
processos relacionados às práticas pedagógicas contemporâneas, priorizando a interpretação dos 
fenômenos educacionais sobre a simples quantificação de dados. Conforme Creswell (2021) e 
 12 
Gil (2018), a pesquisa qualitativa permite uma investigação aprofundada, capaz de revelar 
nuances e complexidades do contexto estudado. 
A escolha pelo método bibliográfico justifica-se pela necessidade de reunir, sistematizar 
e analisar a produção científica já consolidada sobre o tema. Vergara (2014) destaca que esse 
tipo de pesquisa permite ao investigador mapear o estado da arte, identificar lacunas de 
conhecimento e fundamentar teoricamente os debates propostos. Por meio da leitura crítica de 
livros, artigos, dissertações e documentos eletrônicos, é possível construir uma base sólida para 
compreender as práticas de colaboração interprofissional e sua relevância na inclusão 
educacional. 
A pesquisa documental complementa a bibliográfica ao incluir materiais acessíveis em 
bases digitais e científicas, como CAPES, Scopus, Web of Science, SciELO, Academia Edu e 
Google Acadêmico. Segundo Lakatos e Marconi (2010) e Quivy e Campenhoudt (2008), a 
análise documental possibilita examinar dados oficiais e relatos empíricos, garantindo 
consistência teórica e rigor acadêmico. Helder (2006) reforça que a investigação de documentos 
exige atenção à autenticidade, relevância e atualidade das informações selecionadas. 
A coleta de dados iniciou-se com o levantamento de palavras-chave recorrentes na 
literatura, como inclusão escolar, trabalho colaborativo, metodologias ativas, aprendizagem 
significativa e tecnologia educacional. Esse mapeamento permitiu identificar um conjunto de 
publicações que abordam a temática sob diferentes perspectivas, possibilitando um olhar plural e 
crítico sobre o tema. 
Em seguida, foi realizada uma leitura exploratória de títulos e resumos, a fim de filtrar 
textos aderentes aos objetivos da pesquisa. Critérios de relevância, atualidade e rigor 
metodológico nortearam a seleção, garantindo que os materiais analisados oferecessem 
contribuições substanciais para a construção do referencial teórico. Richardson (1999) e 
Severino (2016) destacam que a escolha criteriosa das fontes é fundamental para a credibilidade 
de estudos científicos. 
Após a triagem inicial, os artigos selecionados foram submetidos à leitura analítica, 
buscando-se identificar elementos comuns, tensões conceituais e contribuições singulares. Sousa, 
Oliveira e Alves (2021) ressaltam que a sistematização criteriosa das informações previne 
interpretações equivocadas e assegura a consistência das análises realizadas. 
Os procedimentos de análise envolveram a categorização temática, estruturada a partir 
dos objetivos específicos do estudo. Gil (2008) enfatiza que a definição de categorias permite 
comparar e confrontar diferentes produções, destacando padrões, convergências e divergências 
nas práticas investigadas. 
O cruzamento dos dados bibliográficos e documentais possibilitou identificar aspectos 
estruturais, pedagógicos e epistemológicos relacionados à atuação conjunta de professores, 
 13 
gestores e profissionais da saúde. Lakatos e Marconi (2017) salientam que esse processo exige 
do pesquisador um olhar crítico e reflexivo, capaz de transcender a mera reprodução de ideias. 
A metodologia adotada permite observar como a colaboração entre diferentes atores 
impacta o planejamento pedagógico, a intervenção educativa e o acompanhamento do 
desenvolvimento dos alunos. A análise qualitativa favorece a compreensão dos processos 
interativos que promovem a inclusão e contribuem para o fortalecimento de políticas 
educacionais efetivas. 
O estudo buscou evidenciar também como as tecnologias educacionais e os recursos 
digitais podem potencializar a integração entre educação e saúde, promovendo estratégias 
adaptadas às necessidades individuais dos estudantes. Cabral et al. (2025) destacam que a 
utilização dessas ferramentas exige articulação interdisciplinar e planejamento compartilhado. 
A investigação documental incluiu normas, legislações e diretrizes oficiais, como a 
Declaração de Salamanca e documentos da UNESCO, complementando o referencial teórico 
com evidências normativas que sustentam a inclusão escolar. Essa abordagem proporciona uma 
visão abrangente das políticas públicas que orientam o trabalho colaborativo. 
A análise interpretativa permitiu organizar os achados em categorias centrais: papel dos 
atores, estratégias de colaboração, desafios enfrentados e impactos das práticas inclusivas. Cada 
categoria foi examinada à luz da literatura, estabelecendo conexões entre teoria e prática 
pedagógica. 
Foram também consideradas reflexões sobre gestão escolar e formação continuada, 
destacando a importância do suporte institucional na consolidação da cultura colaborativa e 
inclusiva. Campos e Domitti (2007) enfatizam que o envolvimento da liderança escolar é 
determinante para o êxito das ações interdisciplinares. 
O processo metodológico adotado reforça a relevância da pesquisa qualitativa e 
documental na compreensão de fenômenos complexos, como a inclusão educacional, permitindo 
identificar práticas exitosas e lacunas a serem exploradas em estudos futuros. 
Alves et al. (2006) destacam que as salas de recursos multifuncionais são espaços 
estratégicos que facilitam a atuação conjunta de professores, gestores e profissionais da saúde, 
promovendo uma educação inclusiva efetiva. 
Aranha (2004a) evidencia que a fundamentação filosófica da educação inclusiva reforça 
a necessidade de práticas coletivas e interdisciplinares entre diferentesprofissionais para 
valorizar a diversidade. 
Aranha (2004b) aponta que a municipalização da educação exige articulação entre 
gestores e equipes pedagógicas, mostrando que a inclusão depende de planejamento colaborativo 
no nível local. 
 14 
Aranha (2004c) enfatiza que a escola como espaço de aprendizagem inclusiva deve 
integrar professores e especialistas da saúde para atender às necessidades individuais de cada 
estudante. 
Aranha (2000) ressalta que a inclusão social requer a cooperação entre instituições 
municipais e profissionais de diversas áreas, reforçando a importância da articulação entre 
educação e saúde. 
Araújo, Manzini e Fiorini (2014) demonstram que o gerenciamento de serviços 
intersetoriais amplia a capacidade de intervenção pedagógica e clínica, favorecendo estratégias 
inclusivas integradas. 
Bartalotti et al. (2008) indicam que a percepção compartilhada entre educadores e 
profissionais de saúde contribui para práticas pedagógicas transformadoras e adaptadas às 
necessidades do aluno. 
Belchior et al. (2025) mostram que a compreensão dos mecanismos cerebrais da 
aprendizagem reforça a importância da colaboração interdisciplinar para desenvolver estratégias 
educacionais eficazes. 
Bordignon e Gracindo (2000) destacam que a gestão educacional deve articular recursos 
e lideranças para fortalecer o trabalho coletivo entre escolas e profissionais de apoio. 
Braccialli (2000) evidencia que adaptações físicas, como mobiliário adequado, 
requerem diálogo entre professores e profissionais de saúde para garantir o conforto e a 
participação plena do aluno. 
Brasil (1988, 1999) fornece o marco legal que legitima a atuação conjunta de educação 
e saúde, reforçando a responsabilidade compartilhada na inclusão de pessoas com deficiência. 
Cabral et al. (2025a, 2023a, 2023b) demonstram que o uso de tecnologias digitais e 
estratégias neuropsicológicas é potencializado quando educadores e profissionais da saúde 
colaboram, ampliando o aprendizado de alunos típicos e atípicos. 
Campos e Domitti (2007) ressaltam que equipes de referência e apoio matricial 
promovem uma gestão interdisciplinar eficaz, essencial para a inclusão de estudantes com 
necessidades especiais. 
Carneiro, Dall’Aqua e Caramori (2014) destacam que mudanças estruturais e 
pedagógicas na escola exigem articulação entre todos os atores para assegurar práticas inclusivas 
e efetivas. 
Chacon e Marin (2012) indicam que a formação do professor deve contemplar a 
integração entre educação e saúde, preparando-o para trabalhar em equipe e atender diferentes 
perfis de alunos. 
Dantas, Rezende e Pedrosa (2009) ressaltam que a integração das políticas de saúde e 
educação fortalece a rede de suporte ao estudante, potencializando o aprendizado e o bem-estar. 
 15 
Deliberato (2011) mostra que a utilização de sistemas suplementares de comunicação 
requer cooperação entre professores e profissionais da saúde para atender alunos com limitações 
expressivas. 
Dias e Endlich (2017) apontam que a pesquisa documental responsável evidencia a 
importância de analisar práticas colaborativas que promovam inclusão de maneira consistente e 
ética. 
Ferreira (2007) evidencia que a inclusão requer articulação entre professores, gestores e 
especialistas para que as intenções de políticas públicas se traduzam em ações pedagógicas 
concretas. 
Gil (2018, 2008) destaca que metodologias de pesquisa permitem compreender a 
complexidade do trabalho colaborativo, orientando intervenções baseadas em evidências para 
inclusão. 
Helder (2006) ressalta que a análise documental organizada revela padrões e lacunas na 
prática colaborativa, apoiando o desenvolvimento de estratégias mais eficazes. 
Ischkanian (2013, 2022, 2019) demonstra que o uso do lúdico e de tecnologias ativas na 
educação infantil favorece a participação de todos os alunos, evidenciando a necessidade de 
trabalho conjunto entre educação e saúde. 
Lakatos e Marconi (2010, 2017) reforçam que técnicas de pesquisa científica são 
essenciais para analisar dados de forma sistemática e fundamentar a cooperação entre diferentes 
profissionais. 
Machado (2006) evidencia que a inclusão escolar depende de ações conjuntas entre 
professores, gestores e profissionais da saúde, superando práticas fragmentadas e isoladas. 
Magalhães e Oliveira (2011) mostram que a dialogia e a alteridade promovem 
intercâmbio de saberes entre áreas, consolidando a colaboração interdisciplinar para o 
desenvolvimento integral do aluno. 
Mantoan (2006) afirma que a inclusão escolar efetiva é alcançada por meio da 
articulação de atores diversos, garantindo acesso, participação e aprendizagem significativos. 
Manzini (2011b, 2013, 2011a) demonstra que a pesquisa sobre salas de recursos 
multifuncionais revela a necessidade de articulação entre educação e saúde, fortalecendo práticas 
inclusivas. 
Marçal e Silva (2006) indicam que a atenção à saúde mental na escola deve ser 
integrada às estratégias pedagógicas, reforçando a cooperação entre professores e profissionais 
de saúde. 
Sant’Ana (2005) aponta que a concepção de inclusão de professores e diretores está 
diretamente relacionada à qualidade do trabalho colaborativo entre os diferentes atores. 
 16 
Santos e Rigotto (2010) evidenciam que a territorialização das políticas de saúde e 
educação exige coordenação entre profissionais para promover a inclusão de forma 
contextualizada. 
Saraiva e Melo (2011) demonstram que a avaliação e prescrição de mobiliário escolar 
requer cooperação entre fisioterapeutas e educadores para atender alunos com paralisia cerebral. 
Silva, Molero e Roman (2016) destacam que a interface entre saúde e educação 
fortalece a percepção do educador sobre inclusão, permitindo práticas pedagógicas mais 
inclusivas. 
Severino (2016) indica que metodologias científicas rigorosas contribuem para 
compreender a eficácia do trabalho colaborativo na promoção da inclusão escolar. 
Silva, Martinez e Santos (2012) mostram que a participação de crianças com paralisia 
cerebral nos ambientes escolares depende de estratégias coordenadas entre profissionais da 
educação e da saúde. 
Souza (2008) aponta que a tutoria inclusiva em aulas de educação física exige 
articulação contínua entre professores e especialistas da saúde para garantir acessibilidade plena. 
Richardson (1999) evidencia que a pesquisa social orienta a construção de práticas 
colaborativas baseadas em dados, fortalecendo intervenções inclusivas. 
Quivy e Campenhoudt (2008) reforçam que a investigação científica organizada fornece 
suporte teórico para a implementação de políticas colaborativas em educação e saúde. 
UNESCO (1990, 1994) estabelece que políticas globais de educação para todos e 
princípios de Salamanca incentivam a articulação entre setores para promover inclusão plena. 
Vergara (2014) demonstra que projetos e relatórios de pesquisa podem documentar e 
avaliar o impacto do trabalho colaborativo na inclusão educacional. 
Vygotsky (1991) evidencia que o desenvolvimento das funções psicológicas superiores 
ocorre por meio da mediação social, reforçando a necessidade de cooperação entre educadores e 
especialistas da saúde. 
Weiss e Lloyd (2003) mostram que práticas de co-teaching e colaboração docente 
fortalecem a inclusão, permitindo que alunos com necessidades diferentes participem plenamente 
das atividades escolares. 
A metodologia escolhida assegura rigor científico, coerência analítica e consistência na 
construção do conhecimento, fornecendo subsídios teóricos e práticos para fortalecer o trabalho 
colaborativo entre professores, gestores e profissionais da saúde na promoção de uma educação 
inclusiva e de qualidade. 
 
 
 17 
2.2. COMPARTILHAMENTO DE SABERES 
O compartilhamento de saberes representa um dos pilares essenciais para a efetivação 
da educação inclusiva, pois promove a troca de experiências entre profissionais com diferentes 
formações,fortalecendo a capacidade da escola em atender a diversidade. Silva, Molero e 
Roman (2016) ressaltam que a interface entre saúde e educação amplia a compreensão sobre as 
necessidades individuais dos estudantes, permitindo intervenções pedagógicas mais adequadas e 
contextualizadas. Essa interação contínua garante que cada aluno seja compreendido em sua 
totalidade, considerando aspectos cognitivos, físicos e emocionais. 
A colaboração entre docentes e especialistas em Atendimento Educacional 
Especializado (AEE) possibilita a construção conjunta de estratégias que potencializam a 
aprendizagem de alunos com necessidades especiais. Souza (2008) destaca que a tutoria em 
educação inclusiva permite que profissionais compartilhem métodos adaptativos, promovendo a 
participação ativa de todos os estudantes. Assim, a escola se transforma em um espaço de 
aprendizado significativo, no qual o conhecimento circula de forma interdisciplinar e equitativa. 
O uso de metodologias ativas e recursos tecnológicos reforça a importância do 
compartilhamento de saberes, permitindo que professores incorporem novas práticas 
pedagógicas baseadas em evidências científicas. Ischkanian (2022) enfatiza que o uso de 
tecnologias ativas no ambiente escolar favorece o desenvolvimento integral da criança, 
estimulando o raciocínio, a criatividade e a autonomia. Dessa forma, o conhecimento técnico de 
diferentes áreas se converte em estratégias concretas, garantindo maior eficácia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
A Declaração de Salamanca (1994) evidencia a necessidade de cooperação entre 
diferentes atores sociais para a implementação da educação inclusiva, apontando que a 
responsabilidade deve ser compartilhada entre a escola, a família e os profissionais de saúde. 
UNESCO (1990) reforça que políticas educacionais devem contemplar mecanismos que 
favoreçam a articulação de saberes, promovendo inclusão de maneira ética e sustentável. Essa 
perspectiva legitima a importância do diálogo contínuo entre profissionais com distintas 
expertises. 
A atuação conjunta entre professores, gestores e especialistas em saúde permite 
identificar precocemente necessidades específicas dos alunos, possibilitando intervenções 
preventivas e eficazes. Silva, Martinez e Santos (2012) demonstram que a participação 
colaborativa de crianças com paralisia cerebral nos ambientes escolares depende diretamente da 
articulação entre educadores e profissionais de saúde, garantindo acessibilidade e suporte 
adequado. Esse processo fortalece a aprendizagem e o desenvolvimento integral. 
 18 
A troca de saberes proporciona inovação curricular, pois cada profissional contribui 
com sua experiência prática e teórica, enriquecendo o planejamento pedagógico. Weiss e Lioyd 
(2003) apontam que o co-teaching é um modelo que favorece a interação contínua entre 
educadores, aumentando a diversidade de estratégias aplicadas em sala de aula. A 
complementaridade entre especialistas amplia as possibilidades de abordagem, beneficiando 
alunos com diferentes perfis de aprendizagem. 
O compartilhamento de saberes também fortalece a gestão escolar ao criar um espaço 
institucional de diálogo e formação continuada. Conforme a relação de praticas coesas para o 
compartilhamento, a articulação entre gestores e professores garante que decisões pedagógicas 
sejam fundamentadas na equidade e no respeito à diversidade, promovendo uma cultura 
inclusiva sustentável. 
Reuniões interdisciplinares semanais – Espaço de diálogo entre professores, gestores e 
profissionais da saúde para discutir casos específicos e propor estratégias de intervenção 
conjunta. 
Mapeamento de necessidades dos alunos – Análise colaborativa do perfil dos 
estudantes, considerando aspectos cognitivos, físicos, emocionais e sociais, com aporte da 
equipe de saúde. 
Oficinas de formação conjunta – Cursos e workshops sobre metodologias inclusivas, 
estratégias de ensino adaptadas e uso de tecnologias educacionais, envolvendo todos os 
profissionais da escola. 
Planos de ação personalizados – Desenvolvimento conjunto de planos educacionais 
individualizados, considerando as recomendações de profissionais da saúde e experiências 
pedagógicas dos professores. 
Co-teaching (ensino colaborativo) – Aplicação de estratégias de ensino em dupla ou 
trio de profissionais para atender simultaneamente alunos com diferentes necessidades. 
Grupos de estudo temáticos – Discussão periódica sobre temas relevantes, como 
acessibilidade, inclusão digital, psicopedagogia e abordagens neuroeducacionais. 
Mentoria entre profissionais – Troca de experiências entre docentes mais experientes e 
novatos, com suporte da equipe de saúde sobre manejo de alunos com necessidades específicas. 
Círculos de diálogo com famílias – Sessões de compartilhamento de informações entre 
escola, profissionais de saúde e familiares para alinhar estratégias educacionais e de cuidado. 
Análise de casos clínicos e pedagógicos – Discussão conjunta de casos reais, 
promovendo soluções integradas e estratégias inovadoras para atender alunos com múltiplas 
necessidades. 
 19 
Registro colaborativo de observações – Ferramentas digitais ou cadernos 
compartilhados para registrar progressos, dificuldades e estratégias aplicadas por diferentes 
profissionais. 
Laboratórios de tecnologias assistivas – Sessões práticas em que professores aprendem 
a aplicar recursos tecnológicos com orientação de profissionais da saúde. 
Reuniões de feedback mensais – Espaço formal para revisar resultados, ajustar 
estratégias pedagógicas e de intervenção, e reforçar o trabalho coletivo. 
Criação de banco de recursos pedagógicos – Organização de materiais adaptados, 
planos de aula, vídeos e aplicativos, para que todos os profissionais tenham acesso e 
contribuam com novidades. 
Jogos e dinâmicas de grupo – Atividades lúdicas planejadas em conjunto para 
estimular inclusão social, habilidades cognitivas e cooperação entre alunos. 
Treinamento em comunicação alternativa – Capacitação conjunta para professores e 
profissionais de saúde sobre sistemas de comunicação aumentativa e alternativa (CAA). 
Observação cruzada em sala de aula – Troca de observações entre professores e 
terapeutas durante aulas práticas, para melhorar práticas pedagógicas inclusivas. 
Comitê de inclusão escolar – Criação de um grupo permanente formado por gestores, 
docentes e profissionais de saúde para planejar, monitorar e avaliar ações inclusivas. 
Workshops de sensibilização sobre deficiências – Atividades interativas que permitem 
aos profissionais compreender desafios físicos, cognitivos e emocionais dos alunos. 
Desenvolvimento de protocolos conjuntos – Criação de diretrizes para atendimento a 
alunos com necessidades específicas, garantindo consistência entre diferentes profissionais. 
Avaliação compartilhada de resultados – Revisão periódica de indicadores de 
aprendizagem, participação e bem-estar dos alunos, permitindo ajustes colaborativos e 
contínuos. 
Desenvolvimento de protocolos de acolhimento – Estruturação conjunta de rotinas de 
integração de novos alunos, considerando aspectos pedagógicos e de saúde. 
Capacitação em primeiros socorros e saúde escolar – Treinamentos para professores e 
gestores sobre atendimento imediato a alunos em situações de emergência, com orientação de 
profissionais de saúde. 
Análise de indicadores de desempenho – Estudo colaborativo de dados acadêmicos e 
comportamentais para identificar necessidades de intervenção precoce. 
Planejamento de ambientes acessíveis – Discussão conjunta sobre adaptações físicas e 
pedagógicas das salas de aula, corredores e espaços de recreação. 
Grupos de apoio emocional – Criação de espaços para atendimento psicológico e 
orientação emocional de alunos, integrando professores e psicólogos. 
 20 
Produção de materiais didáticos inclusivos – Desenvolvimento de livros, apostilas e 
recursos multimídia adaptados às necessidadesespecíficas de cada estudante. 
Supervisão de atividades extracurriculares – Organização de atividades esportivas, 
culturais e artísticas com adaptações para inclusão, planejadas por toda a equipe escolar. 
Reuniões de alinhamento pedagógico e terapêutico – Encontros regulares para 
garantir que os objetivos educacionais e terapêuticos estejam sincronizados. 
Desenvolvimento de jogos educativos inclusivos – Criação colaborativa de jogos que 
estimulem habilidades cognitivas, sociais e motoras dos alunos. 
Capacitação em avaliação diferenciada – Formação sobre métodos de avaliação 
adaptados a diferentes perfis de aprendizagem. 
Elaboração de relatórios integrados – Produção de documentos que reunam 
observações pedagógicas, terapêuticas e de saúde para orientar decisões. 
Implementação de programas de saúde preventiva – Planejamento de ações de 
prevenção, higiene e hábitos saudáveis dentro do ambiente escolar. 
Treinamento em mediação de conflitos – Capacitação conjunta de professores e 
profissionais de saúde para lidar com situações de conflito entre alunos com diferentes 
necessidades. 
Mentoria para professores em inclusão digital – Orientação sobre ferramentas 
tecnológicas assistivas para apoiar alunos com dificuldades de aprendizagem. 
Programas de integração sensorial – Atividades planejadas por terapeutas e 
professores para estimular percepção, coordenação e atenção de alunos com necessidades 
especiais. 
Simulações e role-playing – Exercícios colaborativos entre profissionais para antecipar 
soluções em situações de desafio educacional ou comportamental. 
Criação de painéis de comunicação visual – Desenvolvimento de sistemas visuais para 
apoiar alunos com deficiência de comunicação, com participação de todos os profissionais. 
Acompanhamento longitudinal – Monitoramento contínuo do progresso dos alunos, 
envolvendo reuniões periódicas de análise conjunta entre professores e equipe de saúde. 
Treinamento em estratégias de regulação emocional – Capacitação para aplicar 
técnicas que auxiliem alunos a gerenciar ansiedade, frustração e estresse, integrando psicologia 
e pedagogia. 
Planejamento de transição escolar – Atividades para apoiar a passagem de alunos 
entre séries ou escolas, envolvendo professores, gestores e profissionais de saúde para garantir 
continuidade do aprendizado. 
 
 
 21 
Profissionais da saúde contribuem para o enriquecimento do conhecimento pedagógico, 
fornecendo informações sobre o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e socioemocional dos 
alunos. Silva, Molero e Roman (2016) ressaltam que essa interface é crucial para o planejamento 
de estratégias personalizadas, favorecendo a adaptação de recursos e metodologias às 
necessidades específicas de cada estudante. O aprendizado deixa de ser uniforme, tornando-se 
mais significativo e contextualizado. 
A prática colaborativa estimula o desenvolvimento de habilidades socioemocionais nos 
alunos, promovendo empatia, respeito às diferenças e capacidade de trabalhar em equipe. Souza 
(2008) enfatiza que estratégias de tutoria e acompanhamento contínuo fortalecem o vínculo entre 
alunos, professores e especialistas, criando um ambiente de confiança e cooperação. Esses 
elementos são fundamentais para a promoção da inclusão de forma efetiva e humanizada. 
O compartilhamento de saberes contribui para a inovação pedagógica, pois permite que 
o planejamento educacional incorpore abordagens diversificadas, como metodologias ativas e 
recursos digitais. Ischkanian (2022) demonstra que tecnologias educacionais, quando utilizadas 
de forma colaborativa, potencializam o engajamento dos alunos e fortalecem competências 
cognitivas e socioemocionais. A prática interdisciplinar transforma o conhecimento em 
estratégias aplicáveis e contextualizadas. 
O fortalecimento da co-responsabilidade entre todos os profissionais envolvidos é um 
elemento central na inclusão escolar. UNESCO (1990) destaca que a cooperação intersetorial 
amplia a capacidade da escola de responder às demandas individuais dos estudantes, 
promovendo justiça social e igualdade de oportunidades. A partilha de saberes transforma a 
dinâmica escolar, tornando a aprendizagem mais efetiva e adaptada às necessidades específicas. 
O planejamento integrado, baseado na troca contínua de experiências, permite a 
construção de planos educacionais mais completos, incluindo adaptações curriculares, recursos 
pedagógicos e estratégias de avaliação. Silva, Martinez e Santos (2012) evidenciam que a 
colaboração com profissionais de saúde garante uma abordagem mais holística, considerando 
tanto aspectos acadêmicos quanto necessidades físicas e emocionais. Essa visão ampla favorece 
o desenvolvimento integral. 
A articulação entre gestores, docentes e profissionais de saúde também promove o 
fortalecimento da comunidade escolar, envolvendo famílias e sociedade civil. Weiss e Lioyd 
(2003) sugerem que a cooperação contínua cria redes de apoio e amplifica o impacto das 
intervenções pedagógicas, favorecendo a inclusão de todos os estudantes. A interação 
permanente entre diferentes atores consolida a cultura inclusiva e a aprendizagem significativa. 
O compartilhamento de saberes contribui para a formação contínua dos professores, 
permitindo a incorporação de novas práticas pedagógicas baseadas em evidências e estudos 
científicos. Cabral et al. (2025) destacam que a integração de abordagens pedagógicas e 
 22 
neuropsicológicas enriquece o trabalho docente, favorecendo estratégias adaptadas a cada perfil 
de estudante. Essa prática fortalece a competência profissional e promove inclusão efetiva. 
A colaboração entre profissionais de diferentes áreas garante que a educação inclusiva 
não seja apenas uma diretriz formal, mas uma prática concreta e transformadora. UNESCO 
(1994) e Vygotsky (1991) evidenciam que o compartilhamento de saberes cria um ambiente 
propício ao desenvolvimento humano pleno, promovendo autonomia, participação ativa e 
valorização das diferenças individuais. A aprendizagem deixa de ser limitada, tornando-se um 
processo dinâmico, coletivo e significativo. 
2.3. PLANEJAMENTO INTEGRADO 
O planejamento integrado constitui uma das estratégias centrais para garantir a 
efetividade da inclusão escolar, pois permite que diferentes profissionais compartilhem 
responsabilidades e decisões de maneira coordenada. Alves et al. (2006) destacam que as salas 
de recursos multifuncionais servem como espaço privilegiado para a construção de ações 
pedagógicas personalizadas, evidenciando a importância do planejamento conjunto. Ao alinhar o 
currículo, os objetivos terapêuticos e as adaptações pedagógicas, os educadores podem oferecer 
experiências de aprendizagem mais significativas e equitativas. 
A articulação entre escola e saúde exige que os gestores assumam um papel ativo na 
mediação das práticas interdisciplinares. Aranha (2004, v.1) afirma que a fundamentação 
filosófica da educação inclusiva sustenta a necessidade de diálogo contínuo entre os atores 
escolares, considerando a diversidade como elemento central da organização pedagógica. Nesse 
contexto, o planejamento integrado vai além da simples adaptação curricular, promovendo a 
criação de um ambiente educativo que valoriza as singularidades de cada estudante. 
No âmbito municipal, o planejamento integrado contribui para a coordenação de 
recursos e políticas públicas voltadas à inclusão. Aranha (2004, v.2) enfatiza que a ação 
municipal deve garantir suporte técnico e financeiro aos profissionais, criando condições para 
que o trabalho colaborativo se efetive de maneira consistente. Assim, a articulação entre escolas, 
profissionais da saúde e órgãos gestores torna-se um vetor de equidade, promovendo a 
participação plena de todos os alunos. 
A escola, enquanto espaço de prática pedagógica, necessita incorporar a 
interdisciplinaridade em sua rotina. Aranha (2004, v.3) destaca que a escola inclusiva deveplanejar não apenas a organização do ensino, mas também a integração de serviços de apoio, 
como fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia escolar. O planejamento integrado, nesse sentido, 
permite a criação de estratégias de acompanhamento individualizado, garantindo que os 
estudantes recebam atenção integral em todas as dimensões de seu desenvolvimento. 
 23 
A inclusão social depende da articulação entre políticas educacionais e sociais, o que 
reforça a necessidade de planejamento conjunto. Aranha (2000) ressalta que a municipalização 
da educação exige a criação de mecanismos de cooperação entre setores, permitindo que as 
necessidades da comunidade escolar sejam atendidas de forma coordenada. O planejamento 
integrado viabiliza intervenções mais precisas, alinhadas às demandas locais e às especificidades 
de cada estudante. 
No contexto operacional, o planejamento integrado favorece a identificação precoce de 
necessidades especiais. Araújo, Manzini e Fiorini (2014) argumentam que a interface entre saúde 
e educação possibilita uma visão holística do estudante, permitindo que profissionais ajustem 
estratégias pedagógicas e terapêuticas de acordo com seu perfil. Essa prática contribui para 
prevenir dificuldades de aprendizagem e promover o desenvolvimento integral, considerando 
aspectos cognitivos, emocionais e sociais. 
O trabalho interdisciplinar estimula a troca de saberes entre os profissionais, 
enriquecendo o planejamento pedagógico. Alves et al. (2006) observam que a colaboração entre 
professores e especialistas em Atendimento Educacional Especializado fortalece a construção de 
atividades adaptadas, promovendo a aprendizagem efetiva de alunos com necessidades 
específicas. Nesse contexto, cada decisão pedagógica é informada por múltiplas perspectivas, 
resultando em ações mais eficientes e inclusivas. 
A construção de planos de ação conjuntos exige comunicação constante entre todos os 
envolvidos. Aranha (2004, v.1) evidencia que o diálogo e a reflexão coletiva sobre práticas 
pedagógicas são essenciais para superar barreiras e resistências à inclusão. O planejamento 
integrado cria espaços formais de debate e avaliação, permitindo que professores, gestores e 
profissionais de saúde alinhem metas e estratégias de intervenção de forma estruturada. 
A gestão escolar exerce papel estratégico na implementação do planejamento integrado. 
Aranha (2004, v.2) destaca que a liderança escolar deve garantir recursos, formação continuada e 
acompanhamento das ações interdisciplinares. Esse suporte fortalece a capacidade de resposta da 
escola às demandas dos estudantes e permite que o planejamento seja continuamente ajustado 
com base nas observações e resultados obtidos. 
O planejamento integrado também promove maior equidade na distribuição de 
responsabilidades entre os profissionais. Aranha (2004, v.3) sugere que o compartilhamento de 
funções contribui para reduzir sobrecarga de trabalho e permite que cada ator concentre-se em 
sua área de expertise. Essa divisão estruturada de tarefas potencializa o impacto das ações 
pedagógicas e terapêuticas, garantindo que todos os estudantes tenham oportunidades iguais de 
aprendizado. 
A interação entre saúde e educação no planejamento integrado contribui para o 
desenvolvimento de programas preventivos e de intervenção precoce. Aranha (2000) enfatiza 
 24 
que políticas municipais integradas devem apoiar práticas que antecipem dificuldades e 
promovam o bem-estar dos alunos. Essa abordagem reduz desigualdades educacionais e favorece 
a inclusão de crianças que apresentam barreiras físicas, cognitivas ou sociais ao aprendizado. 
A integração de tecnologias educacionais é um componente relevante do planejamento 
integrado. Araújo, Manzini e Fiorini (2014) apontam que ferramentas digitais e recursos 
assistivos facilitam a personalização do ensino e a colaboração entre profissionais. A utilização 
de softwares e aplicativos especializados permite que o planejamento seja mais dinâmico, 
incorporando avaliações em tempo real e ajustes imediatos nas estratégias pedagógicas. 
O planejamento integrado também fortalece o vínculo entre família e escola. Alves et al. 
(2006) destacam que o envolvimento dos pais no processo de elaboração de planos de 
aprendizagem garante maior aderência às estratégias definidas e proporciona um ambiente 
educativo consistente. Esse engajamento contribui para que os objetivos de inclusão sejam 
alcançados de maneira compartilhada e sustentável. 
O desenvolvimento de competências socioemocionais é favorecido por meio do 
planejamento conjunto. Aranha (2004, v.1) observa que ações coordenadas entre pedagogos, 
psicólogos e outros especialistas ajudam a promover resiliência, autonomia e habilidades de 
relacionamento interpessoal nos alunos. Dessa forma, o planejamento integrado não se limita a 
aspectos acadêmicos, mas abrange a formação integral dos estudantes. 
O planejamento integrado consolida a cultura de inclusão na escola, tornando-a uma 
prática sistemática e reflexiva. Araújo, Manzini e Fiorini (2014) reforçam que a articulação 
contínua entre professores, gestores e profissionais da saúde transforma a instituição em um 
espaço de aprendizagem para todos. Essa abordagem permite que a inclusão deixe de ser apenas 
um conceito e se torne uma prática efetiva, sustentável e centrada no desenvolvimento pleno de 
cada aluno. 
2.4. IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DE NECESSIDADES 
A identificação precoce de necessidades é um elemento central para garantir que todos 
os alunos tenham acesso equitativo ao processo de aprendizagem. Bartalotti et al. (2008) 
afirmam que a percepção conjunta de professores e profissionais da saúde permite a detecção de 
barreiras educacionais e de desenvolvimento que, se não forem rapidamente abordadas, podem 
comprometer o progresso do estudante. Esse monitoramento contínuo possibilita ajustes 
imediatos em estratégias pedagógicas e terapêuticas, assegurando intervenções oportunas. 
A colaboração entre diferentes profissionais amplia a compreensão das particularidades 
de cada aluno. Belchior et al. (2025) destacam que a integração de conhecimentos pedagógicos, 
psicopedagógicos e neurocientíficos possibilita interpretar sinais sutis de dificuldades cognitivas 
 25 
e emocionais, antecipando desafios antes que se consolidem em problemas maiores. Assim, o 
trabalho interdisciplinar contribui para um diagnóstico mais completo e eficiente. 
Os gestores escolares têm papel fundamental na estruturação de processos para 
identificação precoce. Bordignon e Gracindo (2000) enfatizam que a liderança deve organizar 
protocolos de observação, formação contínua de professores e canais de comunicação com a rede 
de saúde. Esse suporte institucional garante que os profissionais disponham de recursos e 
orientação para atuar de maneira coordenada e assertiva. 
A observação diária em sala de aula é uma ferramenta estratégica para detectar sinais de 
alerta no desenvolvimento acadêmico e social. Bartalotti et al. (2008) ressaltam que professores 
que registram sistematicamente comportamentos, interações e respostas a atividades pedagógicas 
fornecem dados essenciais para diagnósticos precisos. Esses registros permitem a análise 
longitudinal do progresso e a identificação de necessidades emergentes. 
A avaliação interdisciplinar, envolvendo psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e 
pedagogos, fortalece a detecção de barreiras à aprendizagem. Belchior et al. (2025) afirmam que 
a combinação de diferentes perspectivas profissionais aumenta a confiabilidade das avaliações, 
possibilitando intervenções mais direcionadas e individualizadas, adequadas ao perfil de cada 
estudante. 
O acompanhamento contínuo e sistemático favorece a prevenção de dificuldades 
acadêmicas e socioemocionais. Bordignon e Gracindo (2000) sugerem que políticas municipais e 
escolares devem incluir protocolos claros para a identificação de sinaisprecoces, garantindo que 
intervenções sejam aplicadas antes que problemas se agravem. Essa abordagem preventiva 
reflete diretamente na promoção da inclusão. 
A comunicação eficaz entre escola e família é essencial para uma identificação precoce 
consistente. Bartalotti et al. (2008) destacam que pais e cuidadores fornecem informações 
complementares sobre o comportamento e desenvolvimento da criança fora do ambiente escolar, 
permitindo aos profissionais planejar ações mais integradas e contextualizadas. 
O uso de tecnologias assistivas e plataformas digitais potencializa o processo de 
detecção de necessidades. Belchior et al. (2025) apontam que softwares de monitoramento e 
aplicativos de registro de desempenho permitem compilar dados de forma sistemática, 
facilitando a análise por toda a equipe interdisciplinar. Isso torna o processo de identificação 
mais ágil e eficiente. 
A formação continuada dos professores desempenha papel central na identificação 
precoce. Bordignon e Gracindo (2000) observam que profissionais capacitados estão mais 
preparados para reconhecer sinais iniciais de dificuldades e agir de maneira preventiva, ajustando 
metodologias de ensino e promovendo estratégias inclusivas adaptadas a cada estudante. 
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O trabalho colaborativo fortalece a construção de planos de intervenção personalizados. 
Bartalotti et al. (2008) enfatizam que, ao compartilhar informações sobre cada aluno, professores 
e profissionais da saúde podem desenhar ações que considerem as dimensões cognitivas, 
emocionais e sociais, aumentando a eficácia das estratégias aplicadas. 
A integração entre os diferentes setores permite uma visão global do desenvolvimento 
do aluno. Belchior et al. (2025) afirmam que compreender as interações entre fatores 
pedagógicos, neurológicos e emocionais possibilita identificar dificuldades complexas que 
isoladamente poderiam passar despercebidas. Essa abordagem sistêmica é fundamental para a 
inclusão efetiva. 
A identificação precoce contribui também para a redução de desigualdades 
educacionais. Bordignon e Gracindo (2000) ressaltam que quando barreiras de aprendizagem são 
reconhecidas cedo, é possível aplicar recursos de apoio de maneira equitativa, garantindo que 
todos os estudantes tenham oportunidades iguais de progresso acadêmico. 
O acompanhamento interdisciplinar contínuo fortalece o vínculo entre alunos, 
professores e profissionais da saúde. Bartalotti et al. (2008) destacam que essa proximidade 
facilita a adaptação de estratégias pedagógicas em tempo real, promovendo um ambiente escolar 
mais acolhedor e inclusivo. 
A documentação detalhada das observações e avaliações é um recurso estratégico. 
Belchior et al. (2025) afirmam que registros organizados permitem analisar padrões de 
comportamento e aprendizado, orientando decisões pedagógicas e terapêuticas fundamentadas 
em evidências. Neste contexto segue a seleção de estratégias para identificação precose. 
Observação sistemática do comportamento e desempenho do aluno durante as aulas, 
permitindo aos professores identificar padrões de atenção, interesse e dificuldades em tempo 
real, e possibilitando intervenções imediatas e contextualizadas de acordo com as necessidades 
individuais de cada estudante. 
Registro de interações sociais e participação em atividades coletivas, de modo a 
compreender como o aluno se relaciona com os colegas, como se comunica em grupos e se 
consegue seguir normas de convívio social, fornecendo informações essenciais para ajustes 
pedagógicos e estratégias de inclusão. 
Aplicação de checklists de desenvolvimento cognitivo e motor, que permitem identificar 
atrasos ou diferenças significativas nas habilidades do aluno, facilitando o encaminhamento a 
especialistas da saúde quando necessário e possibilitando a elaboração de planos de ensino 
personalizados. 
Entrevistas com familiares para coleta de informações sobre o histórico do estudante, 
incluindo aspectos de saúde, comportamentais e acadêmicos, permitindo compreender melhor 
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os desafios enfrentados pelo aluno e promovendo um alinhamento entre a escola e o ambiente 
familiar. 
Avaliações periódicas de linguagem, comunicação e expressão oral, de forma que seja 
possível detectar dificuldades precoces de fala ou compreensão, possibilitando intervenções 
direcionadas e o desenvolvimento de estratégias de ensino inclusivas. 
Monitoramento da evolução acadêmica por meio de portfólios individuais, reunindo 
produções, atividades e registros diários, para permitir uma visão contínua do progresso do 
aluno, identificar lacunas no aprendizado e implementar ajustes pedagógicos de forma 
planejada. 
Realização de rodas de conversa para identificar dificuldades emocionais ou sociais, 
promovendo um espaço seguro para que os alunos expressem sentimentos e preocupações, 
permitindo aos educadores e profissionais da saúde intervir de forma preventiva e construtiva. 
Uso de escalas de habilidades adaptativas para verificar autonomia e independência, 
analisando como o aluno realiza tarefas cotidianas dentro do ambiente escolar, identificando 
áreas que necessitam de suporte e elaborando estratégias de acompanhamento interdisciplinar. 
Aplicação de questionários sobre hábitos de estudo e atenção em sala de aula, que 
ajudam a mapear comportamentos que podem interferir no aprendizado, permitindo que 
professores, gestores e profissionais da saúde ajustem práticas pedagógicas de forma mais 
eficaz. 
Observação de sinais físicos ou posturais que possam indicar necessidades especiais, 
como dificuldades de coordenação motora ou desconforto físico, possibilitando 
encaminhamentos imediatos e a adaptação do ambiente escolar para garantir segurança e 
conforto. 
Avaliação interdisciplinar com profissionais da saúde, incluindo fonoaudiólogos, 
psicólogos e fisioterapeutas, que possibilita uma compreensão abrangente das necessidades do 
aluno, promovendo um plano de ação integrado e estratégias educativas mais precisas. 
Atividades lúdicas que permitam identificar dificuldades de cognição, coordenação ou 
comunicação, oferecendo aos alunos oportunidades de aprendizado informal enquanto fornecem 
informações valiosas sobre como eles processam estímulos e interagem com os colegas. 
Registro de respostas a diferentes estratégias pedagógicas para análise de eficácia, 
permitindo que os professores identifiquem quais métodos funcionam melhor para cada aluno, 
promovendo ajustes constantes no planejamento e favorecendo a aprendizagem inclusiva. 
Testes de leitura, escrita e matemática adaptados para identificar lacunas precoces, 
fornecendo dados específicos sobre o desempenho acadêmico de cada aluno, possibilitando 
intervenções imediatas e evitando que dificuldades se agravem ao longo do tempo. 
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Simulações de situações de aprendizagem para observar reação e adaptação do aluno, 
permitindo que educadores e profissionais da saúde avaliem habilidades cognitivas, emocionais 
e sociais em contextos controlados, criando estratégias pedagógicas personalizadas. 
Análise de participação em projetos coletivos e tarefas em grupo para detecção de 
dificuldades sociais, avaliando como o aluno colabora, se comunica e resolve conflitos, 
oferecendo subsídios para desenvolver habilidades de interação e cooperação. 
Reuniões periódicas entre professores e equipe de saúde para discutir sinais de alerta, 
trocando informações sobre o desenvolvimento, comportamento e necessidades dos alunos, 
garantindo decisões rápidas e coordenadas que beneficiem a aprendizagem e o bem-estar. 
Observação da integração do aluno em ambientes não estruturados, como recreios ou 
laboratórios, permitindo compreender como ele interage fora do contexto formal da sala de aula 
e possibilitando intervenções preventivas para promover inclusão e segurança. 
Aplicação de atividades sensoriais que permitam perceber necessidades motoras ou 
cognitivas específicas, possibilitando

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