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ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS Blumenau, 2017 Profª Drª Marina M. Córdova Uniasselvi Disciplina de Patologia Geral Biomedicina Conhecimentos sobre: • Edema* • Hiperemia* • Congestão • Hemorragia ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS Fluxo de massa líquida impulsionada sob pressão Características estruturais do capilar Para a manutenção da integridade dos tecidos é necessário que os volumes e composição dos compartimentos sejam relativamente estáveis Sistema circulatório – Transporte e mistura do LEC Pressão hidrostática: força decorrente da pressão mecânica de compressão ou descompressão de massa líquida Pressão osmótica : força que se opõe a PH, gerada pelas moléculas e íons (solutos) que não conseguem atravessar os poros do capilar Importante: PROTEÍNAS - pressão oncótica!! Trocas entre plasma x LEC Difusão Fluxo de massa Filtração Absorção Gradiente de concentração Microcirculação - Dinâmica capilar LEC LEC Em condições normais, a quantidade de líquido filtrado (para fora) é quase exatamente igual ao absorvido Extremidade arterial Extremidade venosa Alteração nas pressões ao longo do capilar Equilíbrio de Starling para troca capilar ∆pressão * Pc Pc = pressão capilar Po = pressão oncótica no capilar Po PLEC PoLEC PLEC = pressão líq extracelular PoLEC = pressão oncótica do LEC LEC Extremidade arterial Troca nos capilares - Filtração Pc Pc = pressão capilar Po = pressão oncótica no capilar Po PLEC PoLEC PLEC = pressão líq extracelular Po = pressão oncótica do LEC LEC Extremidade venosa Troca nos capilares - Absorção Mas, porque a Po no capilar não se altera? E, o que faz com que a PLEC e PoLEC seja constante? Resumindo Sistema linfático Via acessória por onde o líquido pode fluir dos espaços intersticias (LEC) para o sangue, cerca de 1/10 da massa de fluxo acaba no linfático. LEC sobressalente é movido por fluxo de massa para os vasos linfáticos, e então chamado de LINFA Sistema linfático Interage com outros três sistemas: Circulatório – restituir os líquidos e proteínas filtrados Digestório – captura gordura absorvida Imunitário – filtro para capturar e destruir patógenos Sistema linfático Vasos → Ductos → Circulação venosa (veias subclávicas) Este processo impede a formação de edema no espaço intersticial; Fluxo linfático depende basicamente de ondas de contração m. liso da parede dos linfáticos e pela compressão do m. esquelético Sistema linfático Aprox. 60% do peso corporal corresponde a água. 2/3 estão localizados no espaço intracelular. Apenas 5% encontra-se no plasma sanguíneo O movimento da água e dos solutos de baixo peso molecular (como os sais) entre o espaço intersticial e intravascular é controlado principalmente pelo efeito oposto da pressão hidrostática vascular e da pressão coloidosmótica plasmática Conceito: edema é o acúmulo excessivo de líquido no interstício ou cavidades pré-formadas. EDEMA Acúmulo de líquidos em diversas cavidades corporais é variavelmente designado de hidrotórax, hidropericárdio e hidroperitônio (ascite) Um edema generalizado e grave com um amplo aumento tecidual subcutâneo é chamado ANASARCA EDEMA Sinal de Cacifo/Godet Anasarca Edema pulmonar Edema cerebral Elefantíase Doença causada por parasitas nematódeos e transmitidos por mosquitos presentes nas regiões tropicais e subtropicais. Os parasitas se alojam nos vasos linfáticos causando linfedema. Quando o parasita obstrui o vaso linfático, o edema é irreversível! Mais de 10 anos depois > Categorias fisiopatológicas do edema Transudato - edema causado pelo aumento da pressão hidrostática ou redução das proteínas plasmáticas é normalmente um líquido pobre em proteínas Exsudato – edema inflamatório, rico em proteínas, sendo o resultado do aumento da permeabilidade vascular Consequências clínicas Variam de uma condição apenas desagradável a rapidamente fatal O edema de tecido subcutâneo é principalmente importante, pois ele sinaliza uma doença de base em potencial (doença cardíaca ou renal) O edema pulmonar é observado nas Insuficiência Ventricular esquerda, insuficiência renal, SARA (síndrome da angústia respiratória aguda) e na inflamação ou infecção pulmonar. O edema nos espaços alveolares impede difusão de oxigênio e cria um ambiente favorável à infecção bacteriana Edema cerebral apresenta risco de morte REFERÊNCIAS Hiperemia e congestão decorrem de um aumento local do volume sanguíneo HIPEREMIA E CONGESTÃO Causas fisiológicas – necessidade de maior irrigação Músculo esquelético durante o exercício Mucosa gastrointestinal durante a digestão Na pele em ambientes quentes (para dissipar o calor) Causas patológicas Principalmente inflamações agudas HIPEREMIA A hiperemia é um processo ativo resultante da dilatação arteriolar, levando a um aumento do fluxo sanguíneo. O tecido afetado torna-se vermelho (eritema) devido ao aumento de sangue oxigenado no local; Macroscopia: Região vermelha-clara ou rósea Temperatura local aumentada Volume normal ou aumentado Microscopia: Capilares dilatados cheios de sangue e, frequentemente, edema. Consequências: Geralmente inexpressivas Reversível quando removida a causa HIPEREMIA CONGESTÃO A congestão é um processo passivo resultante da redução do fluxo sanguíneo em um tecido. Os tecidos com congestão apresentam uma cor que varia do vermelho-escuro ao azul (cianose), devido à estase dos glóbulos vermelhos e ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada. o Pode ser local (obstrução de uma veia), ou sistêmica – (insuficiência cardíaca) o Insuficiência cardíaca esquerda – Congestão pulmonar o Insuficiência cardíaca direita – Congestão sistêmica Extravasamento de sangue no espaço extravascular HEMORRAGIA A ruptura de uma grande artéria ou veia resulta em hemorragia grave e quase sempre é devido a uma lesão vascular, incluindo trauma, aterosclerose, ou erosão da parede do vaso por inflamação ou neoplasia. A hemorragia pode ser EXTERNA HEMORRAGIA Ou INTERNA (Confinada a um tecido - hematoma) HEMORRAGIA Glóbulos vermelhos no local da lesão Degradados e fagocitados pelos macrófagos Hemoglobina (cor vermelho-azulada) Bilirrubina (cor azul-esverdeada) Hemossiderina (cor marrom-dourada) HEMORRAGIA Hemorragias minúsculas (1 a 2 mm) na pele, nas membranas mucosas ou nas superfícies serosas são chamadas de PETÉQUIAS Comumente associadas ao aumento local da pressão intravascular, diminuição da contagem de plaquetas (trombocitopenia) ou defeitos na função plaquetária HEMORRAGIA Hemorragias levemente maiores (≥ 3 mm) são chamadas de PÚRPURAS. Estas podem estar associadas às mesmas doenças que causam as petéquias, ou podem ser secundárias a trauma, inflamação vascular (vasculite) ou a aumento da fragilidade vascular (p. ex., na amiloidose). HEMORRAGIA Púrpura trombocitopênica Depende do volume e da taxa de sangramento Até 20% : normal em adulto saudável Perdas maiores: choque hipovolêmico Local da hemorragia: tecido subcutâneo x cérebro Perda sanguínea externa (úlcera péptica ou sangramento menstrual: anemia ferropriva). SIGNIFICADO CLÍNICO DA HEMORRAGIA REFERÊNCIAS