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Artur, Bruno, Carolina, Karoline, Leticia Amorin, Leticia Bettiol, Leticia Burato, Maria Eduarda, Sofia, Thalita, Tauany. Idoso frágil Fragilidade Síndrome clínica caracterizada pela redução da reserva homeostática e da resistência a estressores, resultando em maior vulnerabilidade a desfechos adversos (quedas, incapacidade, hospitalizações, mortalidade). O envelhecimento é um processo natural (senescência), enquanto a fragilidade é uma condição patológica, que pode ou não acompanhar a velhice Fatores de risco Biológicos Idade ≥80 anos. Sarcopenia. Multimorbidade: ≥2 doenças crônicas: hipertensão, diabetes, DPOC, câncer, osteoartrite etc. Polifarmácia: uso de 5 ou mais medicamentos. Ambientais Domicílio com barreiras (escadas sem corrimão, tapetes). Falta de acesso a serviços de saúde no território. Psicossociais Baixa escolaridade e renda. Viver sozinho, isolamento social, ausência de suporte. Transtornos de humor (depressão, ansiedade). Causas e fisiopatologia Inflam-aging: inflamação crônica de baixo grau que acelera degeneração de órgãos. Alterações hormonais: queda de estrogênio/testosterona, GH e IGF-1. Disfunção imune e metabólica. Alterações musculoesqueléticas: sarcopenia → perda de força → lentidão da marcha. Alterações neurológicas/cognitivas: prejuízo da reserva cognitiva, aumento de esquecimento e risco de demência. Determinantes sociais da saúde: estilo de vida, trabalho, moradia e educação impactam diretamente a fragilização. 10–24% de idosos frágeis; 40–50% pré-frágeis. Mundo 2020: 14% da população. 2050: 30% da população. Brasil (IBGE/MS) Perfil dos mais acometidos ✓ Mulheres idosas ≥80 anos. ✓ Idosos com baixa renda e escolaridade. ✓ Pessoas com múltiplas doenças crônicas. ✓ Idosos institucionalizados (ILPIs) ou com histórico de quedas frequentes. ✓ Idosos socialmente isolados. Ministério da Saúde: destaca que os idosos frágeis costumam ser os mais dependentes do SUS, utilizando serviços em maior frequência Diagnóstico ✓ Fenótipo de Fried (2001) ✓ Avaliação multidimensional da saúde do idoso (uso de escalas). Definição Padrão internacional para identificar a fragilidade em idosos e é composto por cinco critérios principais Critérios Perda de peso, exaustão, baixa atividade física, fraqueza, lentidão da marcha. Classificação Frágil: ≥3 critérios. Pré-frágil: 1 ou 2 critérios. Não-frágil: 0 critérios presentes. Fenótipo de Fried (2001) Escalas utilizadas Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa: ferramenta do MS para rastreio e acompanhamento longitudinal, preenchida na APS. IVCF-20 (Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional): Triagem oficial recomendada pelo MS desde 2019. Pontuação: 0–6: idoso robusto 7–14: potencialmente frágil ≥15: frágil. Índice de Katz e Escala de Lawton-Brody: para AVDs básicas e instrumentais. Mini Exame do Estado Mental (MEEM): rastreio cognitivo. Escala de Depressão Geriátrica (GDS): rastreio de humor. Caderneta de saúde Itens: Dados pessoais. Avaliação da pessoa idosa (medicamentos, fitoterápicos, suplementos e vitaminas em uso. Diagnósticos e internações prévios. Cirurgias realizadas. Reações adversas ou alergias a medicamentos. Dados antropométricos. Protocolo de identificação do idoso vulnerável (VES-13). Informações complementares. Avaliação ambiental. Quedas. Identificação de dor crônica. Hábitos de vida). Controle de pressão arterial. Controle de glicemia. Calendário de vacinação. Avaliação de saúde bucal. Agenda de consultas / exames. Atualizações da caderneta. Na prática do dia a dia das UBS em SC, a Caderneta + VES-13 são os instrumentos principais. Protocolo de Identificação do Idoso Vulnerável (VES-13): permite identificar idosos com risco aumentado de mortalidade em até dois anos, avaliando aspectos como idade, autopercepção de saúde, presença de limitações físicas e grau de incapacidade. Atribui uma pontuação que pode variar de 0 a 10 pontos. A classificação inicial é dividida em: Não vulneráveis e Vulneráveis. Para fins operacionais, a estratificação é em três grupos: Idosos robustos; vulneráveis em risco moderado (risco de fragilização); vulneráveis em risco elevado (frágeis) VES-13 Escala IVCF-20 8 seções de avaliação: idade, atividades de vida diária, humor, autopercepção da saúde, cognição, mobilidade, comunicação, comorbidades múltiplas. Pontuação máxima: até 40 pontos Estratificação do Idoso Idoso(a) robusto: Plano de cuidado elaborado e implementado pela APS. Na presença de condições crônicas, o manejo deve seguir diretrizes clínicas específicas. Pontos: 0 a 6 pontos. Idoso(a) potencialmente frágil: plano de cuidado elaborado e implementado pela APS, com atenção à: Suspeita de incapacidade cognitiva; presença de sarcopenia; suspeita de prescrição inapropriada; presença de insuficiência sociofamiliar. Pontos: 7 a 14 pontos Idoso(a) frágil: encaminhamento para uma equipe/serviço especializado. Pontos: ≥ 15 pontos Índice de Katz Avalia a capacidade funcional de indivíduos, principalmente idosos, medindo a independência ou dependência em seis atividades básicas da vida diária (ABVDs): alimentação, banho, vestuário, continência, transferência (locomoção) e uso do banheiro. Cada atividade é classificada em: independente, necessita de ajuda ou totalmente dependente. Contribui para melhorar a qualidade de vida, especialmente em pacientes com doenças crônicas ou em instituições de longa permanência. Escala de Lawton-Brody Avalia a autonomia de idosos para realizar as Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), como usar o telefone, fazer compras, preparar refeições, cuidar da casa e das finanças, entre outras tarefas necessárias para viver de forma independente na comunidade. O questionário fornece informações sobre o grau de dependência do idoso e ajuda a detectar sinais de declínio funcional, sendo aplicado por profissionais de saúde, familiares ou cuidadores. O Mini-Exame do Estado Mental avalia a função cognitiva geral e o comprometimento cognitivo em um paciente, utilizando um teste rápido que aborda orientação (temporal e espacial), memória (registro e evocação), atenção e cálculo, linguagem e capacidade construtiva visual. É um teste de rastreamento utilizado para identificar possíveis quadros demenciais e acompanhar a evolução do comprometimento cognitivo ao longo do tempo. MEEM Escala - depressão geriátrica Consiste em um questionário de rastreio para identificar sintomas depressivos em idosos, com versões de 30, 15 e 4 itens, cada uma usando perguntas "Sim/Não" sobre o estado emocional na última semana. Uma pontuação de corte específica indica a presença e gravidade da depressão, mas a escala não substitui um diagnóstico médico, sendo um instrumento útil para encaminhamento a um profissional de saúde. Pontuação: Normal: Ausência de sintomas depressivos. Depressão Leve: Presença de sintomas depressivos em grau leve a moderado. Depressão Moderada a Severa: Presença de sintomas em um grau mais acentuado. Programas e redes integradas EstratégiasAções prioritárias Prevenção de quedas, vacinação, atividade física, saúde bucal, nutrição, saúde mental. UBS: porta de entrada UBS como porta de entrada. NASF apoiando em matriciamento. Programa Melhor em Casa (atenção domiciliar). Centros de Referência em Saúde do Idoso (CRASI). ILPIs integradas ao sistema. Promoção em saúde Prevenção em saúde Rede de atenção SATURN Estratificação com IVCF-20. Encaminhar casos complexos para Centros de Referência. Reabilitação multiprofissional (fisioterapia, terapia ocupacional, fono, nutrição, psicologia). Retirar tapetes soltos, melhorar iluminação, instalar barras de apoio. Orientar uso de calçados adequados e auxiliares de marcha quando necessário Prevenção de quedas Manejo clínico Prevenção e manejo Incentivo à atividade física regular (150 min/semana). Alimentação saudável e hidrataçãoadequada. Promoção Controle rigoroso de doenças crônicas (HAS, DM, DLP). Vacinação atualizada (influenza, pneumocócica, Covid-19 etc.). Prevenção Fragilidade aumenta risco de: Quedas e fraturas; Perda de independência; Hospitalizações frequentes; Institucionalização; Mortalidade precoce. Identificar precocemente permite intervenções efetivas e redução de custos para o SUS Implicações Questão de residência médica Referências •BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de cuidados para a pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. Recurso eletrônico. •BRASIL. Ministério da Saúde. Caderneta de saúde da pessoa idosa. 5. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Recurso eletrônico. •BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim temático da Biblioteca do MS: Saúde do Idoso. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Recurso eletrônico. •FRIED, L. P.; et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. Journal of Gerontology: Series A, Biological Sciences and Medical Sciences, v. 56, n. 3, p. M146–M156, 2001. •RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Saúde. Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde. Manual de aplicação do Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional (IVCF-20): orientações para profissionais da Atenção Primária à Saúde. Elaborado por Jaqueline Colombo Ely e Thaissa Araújo de Bessa. Porto Alegre: ESP/SES, 2023. 36 p. Il. ISBN 978-65-89000-37-2. Recurso eletrônico. •SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Saúde. Superintendência de Planejamento e Gestão. Gerência de Atenção Básica/Atenção Primária à Saúde. Linha de cuidado para atenção integral à saúde da pessoa idosa. Florianópolis: Secretaria de Estado da Saúde, 2018. 59 p. Recurso eletrônico. Obrigado! Slide 1: Idoso frágil Slide 2: Fragilidade Slide 3: Fatores de risco Slide 4 Slide 5 Slide 6: Perfil dos mais acometidos Slide 7: Diagnóstico Slide 8: Fenótipo de Fried (2001) Slide 9: Escalas utilizadas Slide 10: Caderneta de saúde Slide 11: VES-13 Slide 12: Escala IVCF-20 Slide 13: Índice de Katz Slide 14: Escala de Lawton-Brody Slide 15: MEEM Slide 16: Escala - depressão geriátrica Slide 17: Rede de atenção Slide 18: SATURN Slide 19: Prevenção e manejo Slide 20: Implicações Slide 21: Questão de residência médica Slide 22: Referências Slide 23: Obrigado!