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SOI IV- COMPLETO

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Rebeca Vilar

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SOI IV- COMPLETO
MARCELO VINÍCIUS & MARIANA AISLA
testes de susceptibilidade aos antimicrobianos. A imunofluorescência direta tem leitura
subjetiva, exige microscópio e profissionais bem treinados, sendo que a sensibilidade está
aquém do esperado.
ÚLCERAS GENITAIS
APG - S15P2
INTRODUÇÃO
As úlceras genitais são lesões que ocorrem na região genital feminina e podem ser
causadas por diversas etiologias. Essas úlceras são caracterizadas por Lesões onde há
perda de tecido epitelial, com envolvimento da epiderme e a derme, ou apenas a epiderme,
localizadas na vulva e/ou vagina e/ou colo uterino.
Essas lesões podem ser sintomáticas ou assintomáticas, dependendo da causa
subjacente. As úlceras genitais podem ser causadas por infecções virais, como o herpes
genital, ou por infecções bacterianas, como a sífilis e o cancro mole. Outras causas incluem
doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico e a doença de Behçet, e lesões
traumáticas.
O diagnóstico das úlceras genitais geralmente envolve uma avaliação clínica cuidadosa,
bem como testes laboratoriais para determinar a causa subjacente. O tratamento depende
da causa subjacente e pode incluir medicamentos antivirais, antibióticos,
imunossupressores e intervenções cirúrgicas em casos graves.
É importante que as mulheres que apresentam úlceras genitais procurem cuidados
médicos imediatos para avaliação e tratamento adequados. Além disso, medidas
preventivas, como o uso de preservativos durante as relações sexuais e a prática de boa
higiene genital, podem ajudar a prevenir a ocorrência de úlceras genitais. Em resumo, as
úlceras genitais são lesões que podem ser causadas por diversas condições médicas, e o
diagnóstico e tratamento adequados são essenciais para a saúde sexual e reprodutiva das
mulheres.
CLASSIFICAÇÃO E ETIOLOGIA
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que existem úlceras genitais que não são
causadas por IST’s, como por exemplo: Salmonelose, Citomegalovírus, Epstein-Barr,
Influenza A e a Tuberculose. Porém, nesta seção focaremos mas úlceras genitais causadas
por IST’s.
A partir disso, nota-se que úlceras genitais são uma condição comum que podem ser
causadas por uma variedade de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Nesta
dissertação, iremos discutir cinco tipos de ISTs que podem resultar em úlceras genitais:
cancro duro (sífilis), cancro mole (cancroide), herpes, granuloma inguinal (donovanose) e
linfogranuloma venéreo.
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O cancro duro, também conhecido como sífilis, é uma IST causada pela bactéria
Treponema pallidum. A primeira manifestação clínica desta doença é uma úlcera genital
chamada cancro duro, que geralmente aparece entre 10 a 90 dias após a exposição à
bactéria. O cancro duro é uma lesão indolor que geralmente cura espontaneamente em
algumas semanas.
O cancro mole, também chamado de cancroide é uma IST causada pela bactéria
Haemophilus ducreyi. Esta doença é mais comum em países em desenvolvimento e
geralmente causa uma úlcera genital dolorosa que pode se assemelhar a outras doenças
sexualmente transmissíveis. A lesão pode curar espontaneamente ou pode evoluir para a
formação de uma ferida maior e mais dolorosa.
O herpes genital é uma IST causada pelo vírus herpes simplex (HSV). Esta doença
pode causar úlceras genitais recorrentes que são dolorosas e podem durar de uma a três
semanas. O herpes genital é altamente contagioso e pode ser transmitido mesmo quando
não há lesões visíveis.
O granuloma inguinal, também conhecido como donovanose, é uma IST causada pela
bactéria Klebsiella granulomatis. Esta doença é mais comum em áreas tropicais e
subtropicais e geralmente resulta em úlceras genitais dolorosas que podem se espalhar
para outras áreas do corpo. As lesões podem curar espontaneamente, mas podem levar à
destruição do tecido genital se não forem tratadas.
Por fim, o linfogranuloma venéreo é uma IST causada pela bactéria Chlamydia
trachomatis. Esta doença geralmente começa com uma úlcera genital indolor que pode ser
acompanhada de linfonodos inflamados na virilha. Se não tratada, a infecção pode se
espalhar para os órgãos internos e causar danos permanentes.
SÍFILIS PRIMÁRIA
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema
pallidum. A sífilis primária é a primeira fase da doença e ocorre logo após a infecção inicial.
Caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão ulcerada no local de entrada da bactéria,
geralmente nos órgãos genitais. Diferentemente da sífilis secundária e terciária, que
apresentam sintomas mais graves e podem afetar outros órgãos do corpo, a sífilis primária
é mais localizada e pode ser tratada eficazmente com antibióticos.
CLASSIFICAÇÃO
A sífilis é uma doença que pode apresentar diferentes estágios: sífilis primária, secundária,
latente e terciária, cada um com características fisiopatológicas específicas. Nessa seção
focaremos na sífilis primária, porém vale citar as outras evoluções da sífilis.
- Sífilis primária: caracterizada pela presença de lesões na região genital, que podem ser
únicas ou múltiplas, indolores e firmes. Essas lesões são chamadas de cancro e são o local
de entrada da bactéria no organismo. Geralmente, essas lesões desaparecem após três a
seis semanas, mesmo sem tratamento.
- Sífilis secundária: a bactéria se dissemina pelo corpo, causando lesões cutâneas e
mucosas em diferentes regiões do corpo. Essas lesões são chamadas de exantema sifilítico
e podem ser acompanhadas por sintomas como febre, dor de cabeça, dor muscular, perda
de peso, entre outros. Esses sintomas geralmente desaparecem espontaneamente, mas a
bactéria continua no organismo, podendo causar danos mais graves à saúde.
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- Sífilis no lactente: a bactéria fica inativa no organismo, sem causar sintomas. Esse
estágio pode durar anos e, em alguns casos, a bactéria pode reativar, levando ao estágio
terciário da doença. MUDAR AQUI É LATENTE
- Sífilis terciária: a sífilis pode causar lesões graves em diferentes órgãos do corpo, como o
sistema nervoso, o coração e os ossos. Essas lesões podem levar a complicações graves,
como a neurosífilis, a sífilis cardiovascular e a sífilis óssea.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A lesão característica da sífilis primária é uma úlcera única, chamada cancro duro ou
protossifiloma, que geralmente aparece cerca de três semanas após o contato sexual
com uma pessoa infectada.
Essa lesão é indolor, com bordos elevados e fundo limpo (não tem pus), o que a
diferencia de outras doenças sexualmente transmissíveis. A adenopatia indolor que não
fistuliza, ou seja, não forma fístulas ou abscessos, é outra característica clínica da sífilis
primária.
A lesão pode aparecer em qualquer parte do corpo em que ocorra o contato sexual, mas
é mais comum nos órgãos genitais, ânus e boca. O cancro duro pode desaparecer
espontaneamente em três a quatro semanas, mesmo sem tratamento, mas a bactéria
permanece no corpo e pode evoluir para as fases secundária, terciária e quaternária da
doença.
É importante destacar que a sífilis primária muitas vezes é assintomática, o que pode
atrasar o diagnóstico e o tratamento. Por isso, é fundamental que as pessoas sexualmente
ativas realizem exames regularmente, especialmente após o contato sexual de risco.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da sífilis primária pode ser realizado por meio de exames clínicos,
microscopia de campo escuro e sorologias.
A avaliação clínica é importante para identificar a presença da lesão característica da
sífilis primária, que, como já dito, apresenta-se como uma úlcera única e indolor. O exame
de campo escuro é uma técnica de microscopia que permite a visualização do Treponema
pallidum em amostras de fluidos corporais, através de um raspado da lesão, como sangue,
lesões de pele e líquido cefalorraquidiano. Esse exame é útil principalmente para a
confirmação do diagnóstico em casos de lesões não aparentes.
As sorologias para sífilis são exames de sangue que avaliam a presença de
anticorpos contra o Treponemapallidum. Existem dois tipos principais de testes sorológicos:
o teste não treponêmico e o teste treponêmico. O teste não treponêmico, como o VDRL
e o RPR, é utilizado como triagem para a sífilis e apresenta alta sensibilidade, mas baixa
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especificidade, ou seja, pode apresentar resultados falso-positivos em outras doenças. Já o
teste treponêmico, como o FTA-ABS e o TP-PA, é mais específico e utilizado para confirmar
o diagnóstico em casos positivos no teste não treponêmico. OBS: como a sífilis primária é
uma manifestação precoce, a sorologia pode ser negativa.
CANCRO MOLE
O cancro mole, também conhecido como cancróide, é uma doença sexualmente
transmissível causada pela bactéria gram-negativa Haemophilus ducreyi. Essa infecção é
caracterizada por lesões dolorosas na região genital ou anal, que podem se romper e liberar
um líquido purulento.
O período de incubação do cancro mole é de 3 a 5 dias, após o qual surgem os
primeiros sintomas. As lesões costumam ser múltiplas e se apresentam como úlceras
superficiais, com bordas irregulares e fundo mole, geralmente com menos de 1 cm de
diâmetro. A dor é um sintoma comum, podendo ser intensa ao urinar ou durante a relação
sexual.
A transmissão do cancro mole ocorre por meio do contato sexual com uma pessoa
infectada, seja vaginal, oral ou anal. O uso de preservativos pode reduzir o risco de
contágio, mas não oferece uma proteção completa.
O diagnóstico do cancro mole é feito por meio da observação das lesões e da
realização de exames laboratoriais, como culturas de tecido ou testes de reação em cadeia
da polimerase (PCR).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Os principais sintomas dessa infecção incluem múltiplas lesões dolorosas na região
genital, com bordas irregulares e fundo sujo (com pus) ou purulento. Além disso, é
comum ocorrer a formação de linfonodos dolorosos que podem se tornar fistulosos, com
drenagem de pus por um único orifício.
Embora o cancro mole não seja uma doença tão comum quanto outras ISTs, sua
incidência tem aumentado nos últimos anos. A infecção é mais comum em países em
desenvolvimento e em populações vulneráveis, como trabalhadores do sexo. A transmissão
ocorre principalmente por via sexual, mas também pode ocorrer por contato com feridas ou
lesões na pele.
O diagnóstico do cancro mole é realizado por meio da análise clínica das lesões e da
coleta de amostras para a cultura da bactéria. O tratamento consiste em antibioticoterapia,
geralmente com azitromicina ou ceftriaxona. É importante que o tratamento seja realizado
de forma adequada e completa, para evitar complicações como a formação de cicatrizes ou
a disseminação da infecção para outras áreas do corpo.
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DIAGNÓSTICO
Existem várias técnicas diagnósticas disponíveis para o cancro mole, incluindo o exame
clínico e a microscopia. O exame clínico envolve a avaliação dos sintomas, como dor,
inchaço e feridas genitais. O médico pode também procurar sinais clínicos característicos
da doença, como a presença de úlceras dolorosas com uma base necrótica ou pus.
Além disso, a microscopia é uma técnica diagnóstica importante para o cancro mole. O
achado mais característico é a presença do Haemophilus ducreyi em agrupamentos
chamados de cardume de peixe (IMAGEM) sob o microscópio. A coleta de amostras da
úlcera genital ou pus é necessária para o exame microscópico. A coloração de Gram
também pode ser utilizada para identificar a presença de bactérias.
Outras técnicas diagnósticas também podem ser utilizadas, tais como a cultura e o teste
de PCR para detecção do DNA da bactéria. Estes testes podem ser úteis em casos em que
a microscopia ou o exame clínico não foram conclusivos.
HERPES GENITAL
Herpes genital é uma infecção viral que é causada pelo herpes simplex vírus (HSV 1 e 2:
ambos tipos causam lesão bucal e genital) e é a principal causa de úlcera genital no
mundo. O período de incubação da infecção é de 2 a 26 dias, e a infecção pode
apresentar-se como primoinfecção ou recorrências.
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A primoinfecção pelo HSV é caracterizada por uma série de sintomas que podem incluir
dor, coceira, formigamento ou queimação na área genital, além de febre, mal-estar e dor de
cabeça. Após alguns dias, podem aparecer pequenas vesículas que se rompem, formando
úlceras dolorosas na área genital. A primoinfecção é mais comum em pessoas que nunca
tiveram contato com o vírus antes.
As recorrências ocorrem quando o vírus é reativado e as lesões reaparecem após um
período de latência. As recorrências podem ser desencadeadas por uma variedade de
fatores, como estresse, exposição ao sol, menstruação ou doenças que comprometem o
sistema imunológico.
O diagnóstico do herpes genital é geralmente feito através de exames clínicos e testes
laboratoriais, como cultura viral, PCR e sorologia. O tratamento do herpes genital é baseado
em antivirais prescritos por um médico para ajudar a aliviar os sintomas e reduzir a
gravidade e a duração das lesões. O tratamento também pode incluir terapia antiviral
supressiva para prevenir recorrências.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A herpes genital pode se manifestar através de múltiplas vesículas de conteúdo citrino
na região genital, acompanhadas de dor intensa. Esse tipo de herpes pode ser transmitido
através do contato sexual, tanto oral, quanto genital, e pode afetar homens e mulheres.
As vesículas de herpes genital são dolorosas e podem se romper, formando úlceras
rasas (exulcerações) e dolorosas que podem levar à linfadenopatia inguinal dolorosa.
Além disso, a herpes genital pode causar febre, mal-estar e fadiga.
A manifestação clínica da herpes genital pode variar, com alguns indivíduos
apresentando apenas sintomas leves ou nenhum sintoma aparente. No entanto, em casos
mais graves, a herpes genital pode causar complicações, como a disseminação do vírus
para outras partes do corpo, incluindo o sistema nervoso central.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de herpes genital pode ser feito através de diferentes métodos, sendo o
diagnóstico clínico o primeiro passo. Os sintomas mais comuns incluem úlceras genitais
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dolorosas, prurido, queimação e desconforto ao urinar. No entanto, muitos pacientes podem
ser assintomáticos ou apresentar sintomas leves, o que pode tornar o diagnóstico mais
desafiador.
Para confirmar o diagnóstico clínico, vários métodos de diagnóstico laboratorial estão
disponíveis. A cultura de secreção é uma das técnicas mais utilizadas e envolve a coleta de
uma amostra de células da úlcera genital e sua posterior cultura em laboratório. No entanto,
a sensibilidade desse teste é relativamente baixa, especialmente em casos de lesões
recorrentes.
O PCR do material da lesão é um teste altamente sensível e específico que pode
detectar o DNA viral presente na lesão genital. Esse teste é particularmente útil em
pacientes com lesões recorrentes ou em casos em que a cultura de secreção é negativa.
Na citologia o achado mais característico são as células de Tzanc. Esse teste envolve
a análise de uma amostra de células coletadas da úlcera genital em busca de alterações
celulares características do vírus do herpes. Embora seja um teste rápido e fácil de realizar,
sua sensibilidade e especificidade são limitadas.
Por fim, os testes sorológicos podem ser utilizados para detectar a presença de
anticorpos contra o vírus do herpes. Esses testes são úteis para confirmar a infecção em
casos de lesões recorrentes ou quando outros testes de diagnóstico são inconclusivos. No
entanto, os testes sorológicos não são adequados para o diagnóstico inicial da infecção
pelo vírus do herpes.
DONOVANOSE
A donovanose, também conhecida como granuloma inguinal ou úlcera serpiginosa, é uma
doença infecciosa causada pela bactéria Klebsiella granulomatis. Embora seja
considerada uma doença sexualmente transmissível, sua transmissão é considerada
baixa, o que significa que não é necessário tratar o parceirosexual.
Além disso, nota-se que o período de incubação pode variar de 1-360 dias.
A doença geralmente se apresenta como uma úlcera genital progressiva que pode
levar semanas ou meses para se desenvolver. A ulceração pode ser indolor e pode estar
localizada em qualquer lugar na região genital, incluindo a vulva, o prepúcio, o escroto e o
ânus. A doença pode se disseminar para os gânglios linfáticos, causando inflamação e
abscesso.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
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As manifestações clínicas da donovanose incluem múltiplas lesões indolores que podem
aparecer em várias partes dos órgãos genitais, incluindo a virilha, o pênis, a vulva e o
ânus. Essas lesões são geralmente elevadas e apresentam bordas hipertróficas
(IMAGEM), o que significa que elas são mais espessas do que a pele ao redor.
Além disso, as lesões da donovanose apresentam um fundo granuloso e vermelho
vivo, o que significa que elas são cobertas por pequenos grânulos e têm uma cor vermelha
brilhante. Essas lesões também são propensas a sangrar facilmente quando tocadas ou
irritadas. É importante ressaltar que a evolução é lenta e progressiva.
Outra característica importante da donovanose é a ausência de adenite, o que
significa que os gânglios linfáticos não ficam inchados ou doloridos como ocorre em outras
ISTs, como a sífilis.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da donovanose pode ser desafiador, pois seus sintomas podem se
assemelhar a outras doenças sexualmente transmissíveis, como herpes genital ou sífilis.
Além disso, a infecção pode não apresentar sintomas em alguns casos, o que dificulta ainda
mais o diagnóstico.
Um dos métodos mais comuns de diagnóstico da donovanose é a observação de
lesões características, que geralmente são úlceras na região genital ou anal. Essas lesões
podem ser examinadas por meio de um esfregaço, que é uma técnica em que uma amostra
das células das lesões é coletada e examinada em um microscópio. Se a bactéria estiver
presente, ela pode ser identificada através de sua morfologia característica.
No entanto, a confirmação do diagnóstico da donovanose requer uma biópsia das
lesões, que é um procedimento invasivo em que uma amostra de tecido é removida para
análise laboratorial. Essa técnica é particularmente importante em casos de evolução da
doença por mais de quatro semanas, pois a doença pode se tornar mais grave e se
espalhar para outras partes do corpo.
Outro método de diagnóstico da donovanose é a observação de corpúsculos de
Donovan, que são estruturas celulares características da bactéria que causam a doença.
Essas estruturas podem ser vistas em amostras de tecido coletadas por meio da biópsia ou
em amostras de esfregaço.
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LINFOGRANULOMA VENÉREO
O linfogranuloma venéreo (LGV) é uma doença infecciosa causada pelos sorotipos L1, L2 e
L3 da bactéria Chlamydia trachomatis. Também conhecida como doença de Nicolas-Favre,
doença de Frei ou linfadenopatia venérea, o LGV é caracterizado por lesões genitais,
inflamação dos linfonodos e ulcerações anais.
A transmissão do LGV ocorre principalmente através do contato sexual desprotegido,
mas também pode ser transmitido por contato com objetos infectados. O período de
incubação da doença varia de 4 a 30 dias, e os sintomas podem incluir dor, coceira,
corrimento genital e/ou anal, além de febre e mal-estar geral.
O diagnóstico do LGV é feito por meio de exames laboratoriais, como cultura de
secreções e sorologia. O tratamento é feito com antibióticos, como azitromicina ou
doxiciclina, e deve ser administrado por um período de pelo menos 3 semanas.
O LGV é uma doença sexualmente transmissível que pode levar a complicações
graves, como a formação de abscessos e fístulas anais, além de aumentar o risco de
transmissão do HIV e outras infecções. Por isso, é importante que a população em geral,
especialmente os indivíduos sexualmente ativos, adotem práticas de prevenção, como o
uso de preservativos e a realização de exames de rotina para detectar possíveis infecções.
Além disso, é fundamental que os profissionais de saúde estejam capacitados para
reconhecer e tratar o LGV de forma adequada, contribuindo assim para a redução da
incidência da doença e para a promoção da saúde sexual e reprodutiva.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As manifestações clínicas variam de acordo com a fase da infecção.
-> Na fase primária, o LGV pode se apresentar como uma úlcera genital, que muitas vezes
é imperceptível e desaparece sem deixar sequelas. Porém, mesmo nessa fase inicial, a
bactéria já está se disseminando pelo organismo e pode levar a complicações mais graves.
-> Na fase secundária, ocorre o acometimento dos linfonodos, que é a manifestação mais
comum do LGV. Os linfonodos afetados podem se tornar dolorosos, inchados e formar
abscessos, além de apresentarem uma consistência firme ao toque. Em alguns casos, os
abscessos podem romper e liberar pus para a superfície da pele.
-> Na fase terciária do LGV, podem surgir diversas sequelas, como a elefantíase genital,
que é a dilatação e endurecimento dos tecidos genitais, levando a deformidades
permanentes. Também podem ocorrer fístulas, que são comunicações anormais entre
órgãos ou entre um órgão e a pele, e estenose retal, que é a diminuição do diâmetro do
reto, dificultando a passagem das fezes.
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DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do LGV pode ser feito por meio de testes sorológicos, que detectam a
presença de anticorpos contra a toxina de Chlamydia trachomatis, ou por meio de testes
moleculares, que identificam o material genético da bactéria. A detecção direta do antígeno
de Chlamydia trachomatis pode ser realizada por meio de imunoensaios ou
imunofluorescência usando anticorpos monoclonais. O NAAT do fluido vaginal é o teste de
escolha no diagnóstico de Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae. O NAAT
fornece um resultado rápido, tem uma alta sensibilidade e pode diferenciar entre a infecção
por C. trachomatis e N. gonorrhoeae. Portanto, substituiu amplamente testes como culturas
e coloração de Gram.
A avaliação clínica é fundamental para identificar os sinais e sintomas da doença,
como úlceras genitais, adenite inguinal, proctite e bubões. É importante investigar a história
sexual dos pacientes, incluindo a presença de contatos sexuais com pessoas de áreas onde
a infecção é comum.
É fundamental que todos os parceiros sexuais sejam avaliados e, se necessário,
tratados. Após um tratamento aparentemente bem-sucedido, os pacientes devem ser
acompanhados durante 6 meses para garantir a cura da infecção.
Embora a comprovação laboratorial não seja realizada rotineiramente, a realização de
testes sorológicos e moleculares é fundamental para o diagnóstico e acompanhamento do
LGV. É importante que os profissionais de saúde estejam atentos aos sinais e sintomas da
doença, bem como às áreas de risco para a infecção, para que o diagnóstico e tratamento
sejam realizados precocemente.
HPV
APG - S16P1
INTRODUÇÃO

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