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ANÁLISE DE CRÉDITO E RISCO 
Logicamente, isso acontece pela concessão de 
crédito e pela garantia de que vão receber! 
Porém, mesmo que esse tipo de transação traga 
vantagens às partes interessadas, merece atenção 
redobrada: SEMPRE HÁ RISCO DE INADIMPLÊNCIA.
Você, que já comprou algo parcelado ou que deseja possibilitar 
esse tipo de conveniência aos seus clientes, já parou pra pensar 
em como as empresas conseguem vender algo pelo qual só 
receberão ao longo de vários meses?
É com base na experiência de empresas e consumidores, 
retratada por meio de exercícios e cases do cotidiano, que 
esta obra aborda temas essenciais a respeito da análise de 
crédito e risco, demonstrando ao leitor A IMPORTÂNCIA DA 
INFORMAÇÃO para evitar prejuízos e minimizar riscos, por 
meio das seguintes temáticas: 
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O selo DIALÓGICA da Editora Ibpex faz referência às publicações que 
privilegiam uma linguagem na qual o autor dialoga com o leitor por meio 
de recursos textuais e visuais, o que torna o conteúdo muito mais dinâmico. 
São livros que criam um ambiente de interação com o leitor – seu universo 
cultural, social e de elaboração de conhecimentos –, possibilitando um real 
processo de interlocução para que a comunicação se efetive.
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Chrystian Marcelo Rodrigues Análise de crédito e risco
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Conselho editorial Dr. Ivo José Both (presidente)
 Dr.ª Elena Godoy 
 Dr. Nelson Luís Dias
 Dr. Ulf Gregor Baranow
Editor-chefe Lindsay Azambuja
Editor-assistente Ariadne Nunes Wenger
Editor de arte Raphael Bernadelli
Preparação de originais Amanda Santos Borges
Revisão de texto Arthur Tertuliano
Capa e fotografia da capa Stefany Conduta Wrublevski
Projeto gráfico Raphael Bernadelli
Iconografia Danielle Scholtz
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor a emissão 
de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá 
ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem a prévia autorização da 
Editora Ibpex.
A violação dos direitos autorais é crime 
estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e 
punido pelo art. 184 do Código Penal.
Esta obra é utilizada como material 
didático nos cursos oferecidos pelo 
Grupo Uninter.
1ª edição, 2012.
Foi feito o depósito legal.
Av. Vicente Machado, 317. 14º andar
Centro . CEP 80420-010 . Curitiba . PR . Brasil
Fone: (41) 2103-7306
www.editoraibpex.com.br 
editora@editoraibpex.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Rodrigues, Chrystian Marcelo
Análise de crédito e risco [livro eletrônico] / Chrystian Marcelo 
Rodrigues. – Curitiba: Ibpex, 2012. – (Série Gestão Financeira).
2 Mb ; PDF
Bibliografia.
ISBN 978-85-7838-987-1
1. Administração de crédito – Tomada de decisões 2. Avaliação de 
risco 3. Controle de crédito 4. Crédito I. Título. II. Série.
12-14979 CDD-658.88
Índices para catálogo sistemático:
1. Crédito: Decisão: Administração de empresas 658.88
2. Crédito: Riscos: Avaliação: Administração de empresas 658.88
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Sumário
Dedicatória 9
Agradecimentos 11
Apresentação 13
Como aproveitar ao máximo este livro 16
1
Conceitos básicos 19
1.1 Conceito básico de crédito 21
1.2 O objetivo da análise de crédito 24
1.3 A importância da análise de crédito 25
2
Crédito nas instituições financeiras 33
2.1 O papel e a importância das instituições financeiras 35
2.2 Modalidades de operações de crédito 39
3
Estrutura do Departamento de Crédito 47
3.1 Os principais alicerces do Departamento de Crédito 49
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Dados externos e internos 65
4.1 Fontes básicas de informação 67
4.2 Dados externos 67
4.3 Dados internos 69
4.4 Documentos e cruzamento de informações 73
4.5 A importância da ficha cadastral 75
5
Proposta de crédito 83
5.1 Conceito básico de proposta de crédito 85
5.2 Modelo de proposta para pessoas jurídicas 86
5.3 Modelo de proposta para pessoas físicas 89
6
Indicadores financeiros 95
6.1 Esferas da análise de crédito das pessoas físicas 97
6.2 Esferas da análise de crédito das pessoas jurídicas 99
6.3 Fluxo de caixa 108
7
Rating 121
7.1 Conceito e objetivos do rating 123
7.2 Determinação de uma escala de rating 124
7.3 Rating de pessoas físicas 125
7.4 Rating de pessoas jurídicas 130
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8
Inadimplência 147
8.1 Procedimentos em casos de inadimplência 149
8.2 Falência e recuperação judicial 150
8.3 Risco de default 151
8.4 Indícios de default 152
9
Juros e crédito 159
9.1 Juros versus inflação 161
9.2 Determinação de juros em mercado 163
Para concluir... 167
Referências 169
Apêndice 171
Anexo 185
Respostas 191
Sobre o autor 199
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Dedicatória
Aos meus pais em quem me espelho.
A minha mulher em quem me apóio.
A minhas filhas em quem me inspiro.
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Agradecimentos
Gostaria de agradecer imensamente ao professor Nelson 
Castanheira e ao Grupo Uninter pela ajuda na 
conclusão de um sonho de mais de 12 anos.
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Apresentação
O sistema capitalista é, sem a menor sombra de dúvidas, o mais dinâ-
mico e ágil sistema de trocas criado pelo homem até o presente momento. 
E a espinha dorsal desse sistema é, justamente, a importância que as 
trocas comerciais têm entre as pessoas. Em outras palavras, nenhum 
sistema consegue organizar e administrar melhor a relação de trocas de 
serviços e mercadorias como o sistema capitalista.
Porém, o capitalismo passa por crises inerentes a si próprio, restabe-
lecendo, após cada uma delas, suas diretrizes e coordenadas para poder 
manter-se ainda ativo.
A crise dos anos de 1930 não foi a primeira, mas foi, sem dúvida, a maior 
vivida pelo sistema até então. Em meio a esse cenário, foi pública e notória 
a contribuição que John M. Keynes, economista britânico, deu para que o 
capitalismo fosse reorganizado e reestruturado.
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Sua maior contribuição naquele momento foi a visualização do papel 
do crédito enquanto ferramenta de distribuição de riquezas entre os 
agentes econômicos. Em outras palavras, foi Keynes quem identificou o 
papel extremamente relevante que as instituições financeiras têm sobre 
os mecanismos de distribuição de recursos entre os agentes superavitá-
rios, que buscam aumentar seus lucros via aplicações das “sobras de caixa”, 
e os agentes deficitários, que buscam desde a manutenção de suas ativi-
dades até o aumento de seus lucros, também por meio de investimentos 
em suas estruturas operacionais.
Assim, segundo Keynes, ao sistema financeiro cabe o direcionamento 
dos recursos financeiros aos investimentos menos arriscados e mais inte-
ressantes. É a partir desse momento que surge a primeira contextualização 
formal do crédito. 
O crédito vem a ser a mais moderna e importante ferramenta de troca 
entre os agentes econômicos, pois permite aos consumidores o acesso 
imediato a bens e serviços, além de possibilitar às empresas a realização 
de lucros também dependentes desses recursos de longo prazo.
Dessa maneira, o crédito possibilitou o crescimento quase que em escala 
exponencial do sistema capitalista, ao longo do século XX, pois dinamizou 
e concedeu agilidade às relações de troca entre os agentes econômicos.
Mesmo assim, dentro desse contexto de crescimento, o capitalismo 
passou, em 2008, por mais uma crise, gerada justamente pelo crédito.
A esta altura você provavelmente deve estar se perguntando: “Mas, então, 
o que aconteceu? A ferramenta do crédito deixou de ser algo eficiente?”.
Na verdade, a crise, iniciada em 2008, decorre de uma perda de limites 
e diretrizes ideais para a boa concessão de crédito. Os limites dados a 
algumas empresas e bancos, as condições de pagamento e as garantias 
envolvidas, por exemplo, excediam em muito os reais patamares da 
economia internacional até então existente.
Resumidamente, perdeu-se o limite de até que ponto se podia conceder 
crédito. 
É dentro desse contexto que esta obra se apresenta: um contexto em 
que grandes corporações quebram, ou quase, grandes países passam por 
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dificuldades e governos federais ampliaram significativamente seus níveis 
de endividamento por problemas de crédito. 
Complicado, não?
O objetivo deste livro é estabelecer os principais pilares componentes da 
análise de crédito, seguindo as melhores diretrizes utilizadas no mercado, 
sem que se perca o foco em tecnicismos e burocracias desnecessários. A 
ideia defendida nesta obra é a de que um bom crédito ainda é uma pode-
rosa ferramenta de fechamentos de bons negócios e de obtenção de lucros. 
O conhecimento a respeito dos princípios básicos do crédito, de seus 
alicerces fundamentais e suas basesmais intrínsecas é fundamental para 
a manutenção da saúde financeira das empresas e para as tomadas de 
decisão dos empresários.
Para tanto, este livro foi dividido em cinco partes principais:
a) conceituação, objetivos e a importância do crédito e das instituições 
de crédito na vida das empresas;
b) alicerces básicos para a formação de um Departamento de Crédito 
eficiente e suas principais fontes de informações;
c) documentos fundamentais para uma análise de crédito tanto de 
pessoas jurídicas quanto de pessoas físicas;
d) elaboração de uma proposta de crédito; 
e) os principais indicadores financeiros que devem ser vistos em um 
processo de análise de crédito de pessoas jurídicas.
Esta obra se destina a estudantes de graduação em cursos da área de 
gestão e similares, que almejam trabalhar – seja na esfera pública, seja 
na esfera privada – como empregados ou empreendedores na área de 
finanças – tanto na simples administração de passivos quanto na admi-
nistração completa de processos de análise, concessão e monitoramento 
de crédito.
De maneira sistematizada, procuramos demonstrar quais os principais 
cuidados e procedimentos que todo o processo de crédito deve seguir, a 
fim de orientarmos, da melhor maneira possível, nossos leitores.
Boa leitura.
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Como aproveitar ao máximo este livro
Este livro traz alguns recursos que visam 
enriquecer o seu aprendizado, facilitar a 
compreensão dos conteúdos e tornar a 
leitura mais dinâmica. São ferramentas 
projetadas de acordo com a natureza 
dos temas que vamos examinar. Veja a 
seguir como esses recursos se encontram 
distribuídos no projeto gráfico da obra.
Logo na abertura do capítulo, 
você fica conhecendo os conteú-
dos que serão nele abordados.
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A obra conta também com 
exercícios seguidos da resolução 
feita pelo próprio autor, com 
o objetivo de demonstrar, 
na prática, a aplicação dos 
conceitos examinados.
Com essas atividades, você 
tem a possibilidade de rever os 
principais conceitos analisados. 
Ao final do livro, o autor 
disponibiliza as respostas às 
questões, a fim de que você 
possa verificar como está sua 
aprendizagem.
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Você dispõe, ao final do capítulo, de 
uma síntese que traz os principais 
conceitos nele abordados.
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Conceitos básicos
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Conteúdos do capítulo
• Conceito básico de crédito.
• A importância e o objetivo da análise de crédito.
• Os 5 Cs da análise de crédito.
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 
1. entender o conceito básico de crédito, bem como sua importância para 
o desenvolvimento comercial das empresas;
2. reconhecer os objetivos da análise de crédito;
3. reconhecer as etapas da análise de crédito;
4. reconhecer os cinco alicerces básicos da análise de crédito.
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1.1 Conceito básico de crédito
Toda a vez que ouvimos falar de crédito, a primeira imagem que nos vem 
à cabeça é a de uma grande rede varejista de linha branca (como gela-
deiras, lavadoras e micro-ondas), de grandes concessio nárias ou de outras 
empresas que prometem vender seus produtos em várias prestações. 
Entretanto, como é que elas conseguem vender algo pelo qual só rece-
berão ao longo de vários meses?
O recurso utilizado por todas as empresas que vendem a prazo tem 
como base a confiança que elas possuem no quitamento das prestações 
por parte de seus compradores. Em outras palavras, as empresas dão 
crédito a seus clientes na compra dos produtos. 
Mas o que vem a ser crédito?
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Nas palavras de Sandroni (2003),
crédito é transação comercial em que um comprador recebe imediatamente 
um bem ou serviço adquirido, mas só fará o pagamento depois de algum 
tempo determinado. Essa transação pode também envolver apenas dinheiro. O 
crédito inclui duas noções fundamentais: confiança expressa na promessa de 
pagamento e tempo de aquisição e liquidação da dívida. 
Em outras palavras, podemos dizer que o crédito é a ferramenta pela 
qual as empresas alicerçam suas vendas, a partir do instante em que 
tenham confiança na liquidação da dívida assumida pelos clientes.
Para que possamos entender melhor o assunto, seguiremos com a 
análise das palavras de Sandroni (2003) no que se refere aos tipos de 
crédito possíveis de existir:
O crédito direto ao consumidor financia a compra de qualquer produto de 
consumoe até viagens. O comprador passa a usufruir imediatamente de 
um bem que será pago com sua renda pessoal. Em muitos casos, as próprias 
vendedoras financiam o cliente, mas em escala cada vez maior, financeiras 
especializadas pagam o vendedor e “compram” a dívida e também o risco 
de não pagamento. O lucro da financeira é formado pelos juros cobrados do 
comprador. Os cartões de crédito, extremamente difundidos nos Estados 
Unidos e alcançando boa receptividade no Brasil, são também uma forma de 
crédito direto ao consumidor. 
O financiamento de casas e apartamentos constitui o chamado crédito imobi-
liário. Envolve poucos riscos, pois em geral o próprio imóvel é garantia do 
empréstimo, sob forma de hipoteca. As facilidades de crédito levam os consu-
midores à tentação de uma melhoria imediata do padrão de vida, dado o 
imediatismo do consumo a crédito. [...]
Finalmente, o crédito à produção baseia-se na suposição de que será pago por 
si mesmo, isto é, o investimento gerará meios necessários para o pagamento da 
dívida, seus encargos e ainda sobrará algo para o lucro. Os créditos à produção 
podem ser de curto prazo (crédito comercial) ou a longo prazo (crédito de inves-
timento). O crédito de investimentos, a longo prazo, com vencimentos de trinta 
a 129 dias, serve, na maioria dos casos, para a formação de capital de giro da 
empresa. O crédito de investimento, a longo prazo, com vencimentos previstos 
para alguns anos, tem papel de desenvolver determinadas áreas, inclusive 
proporcionando recursos para a pesquisa tecnológica. O crédito agrícola é feito 
a médio prazo (vencimento em um ano ou mais) e empregado na compra de 
insumos e implementos. 
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Dessa maneira, podemos concluir que o uso do crédito torna-se uma 
ferramenta poderosa de fechamentos de negócios nas empresas e de 
melhora no padrão de vida da população, uma vez que não há a necessi-
dade de acumular previamente os recursos (capital) necessários para a 
compra do produto.
Contudo, precisamos ter em mente que, ao darmos crédito ao nosso 
cliente – seja pessoa física, seja pessoa jurídica – para usufruir de nossos 
produtos e serviços, possibilitando que o pagamento seja feito a poste-
riori, estamos sujeitos ao risco de inadimplência1 por parte desse mesmo 
cliente. Assim, toda e qualquer venda a prazo, parcelada ou não, deve ter 
seus fundamentos alicerçados fortemente no crédito de que esse cliente é 
merecedor. 
A partir do instante em que cedemos crédito a alguém, cedemos 
também parte de nossa propriedade sob a forma de dinheiro, mercadoria 
ou serviços. No caso de inadimplência, teremos de cobrir essa dívida de 
alguma maneira: por meio de empréstimos tomados de terceiros e, até 
mesmo, da liquidação de nossos próprios ativos em relação ao mercado 
(venda de máquinas, veículos, equipamentos etc.).
Nas palavras de Schrickel (1998):
Crédito é todo o ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, 
temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro, com as expectativas 
de que essa parcela volte a sua posse integralmente, após decorrido o tempo 
estipulado.
Esta parte do patrimônio pode estar materializada por dinheiro (empréstimo 
monetário) ou bens (empréstimo para uso, ou venda com pagamento parcelado 
ou a prazo).
O patrimônio a ser cedido deve ser próprio. Com efeito, não nos é factível ceder 
coisa alheia sem expresso consentimento de seu legítimo proprietário. 
Ou seja, ao criarmos expectativas de que após o tempo estipulado 
teremos o retorno da posse do patrimônio cedido a terceiros, assumimos o 
risco de o cliente não honrar essa dívida. E é a partir dessa percepção que 
surge outro conceito muito importante relacionado ao crédito: o conceito 
de juros.
Schrickel (1998) nos apresenta uma excelente definição de juros em 
vendas a prazo:
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Não obstante existam empréstimos a título gratuito, ou seja, não onerosos 
àquele que recebe o bem, normalmente associa-se a qualquer transação de 
empréstimo um preço remuneratório, a ser pago pelo tomador ao emprestador. 
Este preço, mais apropriadamente denominado taxa de juros, ou preço do 
Capital (dinheiro), fundamenta-se na escassez dos bens em geral, e presta-se à 
compensação dos riscos assumidos pelo emprestador quanto à possível perda 
ou deterioração da parcela e seu patrimônio que houvera cedido. Daí também 
ser conhecida como taxa de risco. 
A partir dessa definição, concluímos que juros é o preço que o cliente 
terá de pagar pelo benefício de comprar produtos ou serviços a prazo. Esse 
preço será maior quanto pior for a avaliação de crédito (risco) desse cliente. 
Desse modo, tanto a venda a prazo quanto o crédito são ferramentas 
importantes para o fechamento de nossos negócios. Entretanto, como 
dissemos anteriormente, precisamos lembrar que, quando concedemos 
o benefício do parcelamento ou pagamento futuro aos nossos clientes, 
estamos sujeitos à inadimplência e, portanto, ao risco de não termos 
dinheiro para pagar as nossas contas.
Assim, as vendas a prazo não podem ser concedidas aleatoriamente. 
Para evitar esse tipo de problema, utilizamos a rotina da análise de crédito 
de nossos clientes.
1.2 O objetivo da análise de crédito 
Muitas vezes, quando ouvimos o termo análise de crédito, automaticamente 
nos vem à cabeça os termos Serasa, Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), entre 
outros, pois esses são alguns dos mecanismos que as empresas utilizam 
para a venda em parcelas ou a crédito.
	 Mas,	afinal,	como	funciona	uma	análise	de	crédito?
Ao contrário do que muitos possam pensar, a análise de crédito não 
consiste apenas na verificação de algumas informações em sites de 
pesquisa. Ela é uma ferramenta ampla, que nos possibilita identificar uma 
série de informações e de alternativas de negócios para cada cliente.
Schrickel (1998) define muito bem os objetivos principais da análise de 
crédito. De acordo com o autor:
O principal objetivo da análise de crédito numa instituição financeira (como 
qualquer outro emprestador) é o de identificar os riscos nas situações de 
empréstimo, evidenciar conclusões quanto à capacidade de repagamento do 
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tomador, e fazer recomendações relativas à melhor estruturação e tipo de 
empréstimo a conceder, à luz das necessidades financeiras do solicitante, dos 
riscos identificados e mantendo, adicionalmente, sob perspectiva, a maximi-
zação dos resultados da instituição. 
Em outras palavras, a análise de crédito não consiste apenas no trabalho 
de determinarmos se devemos ou não efetuar uma venda a prazo para um 
de nossos clientes, mas também em fortalecermos ainda mais o relaciona-
mento com eles, de maneira que possamos encontrar as melhores soluções 
para as necessidades destes.
Crédito tem, pois um sentido amplo, tanto ao que se refere às contas a receber 
quanto ao relativo às contas a pagar. Assim, de um lado, a abordagem adotada 
pela empresa de lidar com maior ou menor concessão de crédito é fortemente 
influenciada pelas condições competitivas do mercado e, de outro, ao conceder o 
crédito tanto para as pessoas físicas quanto para as jurídicas, é igualmente impor-
tante que a empresa analise essa atividade sob a ótica de quem quer promover 
uma parceria comprometida com o sucesso da cadeia produtiva, estabelecendo 
uma relação ganha-ganha de forma sustentável. (Tsuru; Centa, 2007)
Tendo isso em mente, devemos estipular quais são as principais etapas 
da análise. São elas:
• análise retrospectiva do cliente para identificar seu comportamento 
em outras compras efetuadas a prazo;
• análise de tendências da situação futura do cliente;
• capacidade creditícia do cliente, levando em consideração seu 
comportamento passado, sua situação atual e as tendências a que 
estará sujeito.
A seguir, veremos a importância de fazermos uma análise de crédito 
antes de concedê-lo ao cliente. 
1.3 A importância da análise de crédito 
Não devemos encarar o processo, a prática e a adoção de rotinas de análise 
de crédito como caprichos ou particularidades exclusivas de uma venda 
a prazo para um determinado cliente. Essas rotinas devem ser gerais e 
irrestritas a todos os clientes. 
A revolução da informática, das relações internacionais, do comércio 
internacional, e a estabilização da economia interna dos países ampliaram o 
acirramento da concorrência corporativa e as pressões por resultados entre 
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as empresas que, por sua vez, levaram à queda de uma série de valores 
culturais (ética, caráter, hombridade e palavra empenhada etc.) que supor-
tavam vendas a prazo tanto para o consumidor final quanto para demais 
empresas.
Em outras palavras, as empresas, na tentativa de se manterem competi-
tivas em um mercado cada vez mais seletivo e agressivo, adotam o crédito 
como instrumento de viabilidade de vendas, expondo-se, assim, ao risco 
de inadimplência. 
Por outro lado, esse acirramento da concorrência leva à adoção de 
medidas e práticas não éticas por parte de alguns tomadores de crédito 
que, na ansiedade de atingirem resultados e lucros, não se preocupam 
com o pagamento de compromissos assumidos perante terceiros.
Associado a essa mudança cultural, o processo de cobrança de valores 
cedidos a prazo, e que não foram pagos, esbarra em uma legislação trun-
cada e em uma máquina judiciária lenta, que tornam cada dia mais difícil 
a execução de atos de cobrança sobre os inadimplentes.
Torna-se fácil “dar o cano”.
Como o risco de não recebimento de vendas a prazo aumentou signifi-
cativamente nos últimos anos, o trabalho de análise dos riscos envolvidos 
é fundamental para a manutenção da eficiência e da saúde financeira das 
empresas que atuam no mercado.
Assim, se para abrir uma venda é importante manter-se próximo do 
cliente, para se saber se os riscos inerentes ao financiamento dessa venda 
podem ser suportados pela empresa em caso de uma possível mudança de 
cenário, a análise da capacidade de pagamento é fundamental. De nada 
adianta termos um grande volume de vendas se este está infectado por 
níveis de risco que impedem nossa empresa de auferir grandes lucros.
Diante disso, há cinco variáveis importantes que precisam ser anali-
sadas em profundidade para definir se um cliente, seja pessoa física, seja 
pessoa jurídica, merece a concessão de crédito.
 Essas variáveis são conhecidas como os 5 Cs do crédito.
São eles:
a) Caráter: embora seja um elemento subjetivo, ele é fundamental para 
sabermos se o nosso cliente possui valores morais e éticos que pri-
mem pelo pagamento de suas obrigações (hombridade). Para tanto, 
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é necessário conhecermos seus vínculos sociais e culturais, além de 
identificarmos algumas características do ambiente em que o cliente 
vive ou trabalha. Como exemplo, podemos citar o nível de estudo e 
cultura das pessoas que trabalham com ele e a política da empre-
sa em que está empregado, o nível de desenvolvimento social do 
endereço em que mora, seu nível de educação, a vida pregressa nos 
empregos que teve, o tempo em que trabalhou em cada um deles e os 
resultados alcançados na carreira. Tais fatores são fortes indicadores 
do caráter do cliente a quem se estuda conceder o crédito.
 A consulta às fontes de referência também faz parte do processo de 
análise de risco. Consultar as empresas onde o cliente tenha com-
prado a prazo e os bancos com os quais se relaciona é uma prática 
fundamental para mensurar o caráter do cliente. 
b) Condições: a análise de condições consiste em saber se o cliente do crédito 
não está inserido em um nicho de mercado que esteja passando por difi-
culdades e que acarrete no risco de aumentar os casos de inadimplência 
no futuro. Segundo Silva, citado por Securato (2007), essas condições são 
os “fatores externos e macroeconômicos que exercem forte influência na 
atividade empresarial” em que o nosso cliente está inserido. 
 Para que possamos fazer a análise dessa variável, é importante ter-
mos informações sobre os principais integrantes desse mercado, sobre 
o papel do governo, sobre os volumes de negócios passados e futuros, 
sobre o quanto o mercado é sensível a variações de taxa de juros, varia-
ções em outros mercados semelhantes ou complementares etc. 
 Explicando de outra maneira, o que queremos dizer é que a análise 
das condições do nosso cliente consiste em sabermos se o mesmo es-
tará empregado – caso seja pessoa física –, ou se não declarará falên-
cia – caso seja pessoa jurídica –, ao longo do período em que o crédito 
deverá ser recuperado.
c) Capital: muitas vezes, devido ao imediatismo e à facilidade de com-
pras a prazo, característicos dos dias atuais, o cliente pode arcar com 
dívidas muito superiores ao fluxo de entrada de recursos do qual 
dispõe. Assim, não haverá renda suficiente para pagar todos os seus 
compromissos. Analisar o capital do cliente consiste em sabermos 
o quanto da renda deste já está comprometida com outras dívidas e 
qual será o pesosobre a mesma do crédito que ele está solicitando à 
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nossa empresa. No caso de pessoas físicas, essa análise consiste em 
conhecermos o nível de renda para sabermos o quanto será compro-
metido pela prestação da venda a prazo que será fechada ou não. 
 Já no caso de pessoas jurídicas, a análise consiste em sabermos o quan-
to das suas vendas está comprometido com o pagamento de financia-
mentos e de compras de matérias-primas dos seus fornecedores.
d) Capacidade: sinônimo de competência, consiste na habilidade do cliente 
em pagar suas dívidas. No caso de pessoas físicas, essa análise é fei-
ta por meio de referências dadas por outras empresas que tenham se 
relacionado com o cliente em questão. No caso de pessoas jurídicas, 
esse processo vai além e é feito mediante análise do quadro diretor da 
empresa – análise curricular dos dirigentes da empresa – e da análise 
financeira de seus demonstrativos contábeis, identificando, entre ou-
tras coisas, a capacidade de geração de caixa da empresa.
e) Colateral: também conhecido por garantia, consiste no mecanismo que 
será acionado caso o cliente não cumpra com suas responsabilidades 
de pagamento. Trata-se do bem ou valor que servirá de pagamen-
to, caso não tenhamos recebido a recomposição de nossas vendas de 
acordo com os parâmetros estabelecidos em contrato.
Previstas no Código Civil Brasileiro, essas garantias podem ser reais ou 
fide jussó rias. Dentre as reais, o Código Civil aponta: a “hipoteca”, quando 
o bem dado em garantia for imóvel, aeronave ou embarcação; o “penhor”, 
para bens como mercadorias ou máquinas e equipamentos, ou títulos de 
crédito – situação em que o “penhor” recebe o nome especial de “caução”; 
a “anticrese”, através do que o credor conta com a possibilidade de pagar 
com a exploração de imóvel frugífero que lhe é entregue. Não prevista no 
código, mas considerada também como garantia real, temos a alienação 
fiduciária, que pode ser constituída sobre bens financiados na operação 
de crédito ou sobre outros bens. As garantias fidejussórias compreendem 
o “aval”, representado pela assinatura do garantidor no título de crédito, 
através de que o avalista responde pelas obrigações contidas no título, e 
a “fiança”, contrato pelo qual o fiador/garantidor responde por todas as 
obrigações assumidas pelo devedor. As garantias, representadas pelo aval 
ou fiança, podem ser outorgadas tanto por pessoas físicas como jurídicas. 
(Securato, 2007)
Dessa maneira, precisamos desenvolver uma rotina de levantamento 
e análise dos 5 Cs de cada cliente que queira comprar a prazo de nossa 
empresa.
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Síntese
Crédito é a ferramenta pela qual as empresas alicerçam suas vendas a partir 
do instante em que têm confiança na liquidação da dívida de seus clientes.
O principal fator do qual devemos ter consciência quando falamos em 
concessão de crédito é o de que, a partir do instante em que permitimos 
ao nosso cliente usufruir de nossos produtos ou serviços, com o respec-
tivo pagamento sendo feito a posteriori, estamos nos sujeitando ao risco de 
inadimplência por parte do mesmo.
Toda a venda a prazo corre o risco de não ser honrada, isto é, paga. É desse 
fato que nos surge outro conceito muito importante em crédito: o de juros.
Juros são o preço a ser pago pelo benefício da compra de produtos ou 
serviços a prazo. O preço será mais elevado quanto maior for a sensação 
de risco que tivermos sobre o cliente.
A análise de crédito consiste em fortalecemos ainda mais o nosso rela-
cionamento com os clientes, de modo que encontremos melhores soluções 
para as necessidades destes.
As principais etapas da análise de crédito são a análise retrospectiva, a 
análise de tendências e a capacidade creditícia.
Os 5 Cs do crédito são o caráter, as condições, o capital, a capacidade e 
o colateral.
Exercícios resolvidos
1. Quais são os dois objetivos principais da análise de crédito?
a) Evidenciar a capacidade de repagamento do tomador e recomendar 
a melhor estruturação do empréstimo a ser concedido.
b) Determinar que uma operação só pode ser aceita com a inclusão de 
colateral.
c) Elaboração de uma análise retrospectiva conjugada à análise de 
tendências.
d) Levantamento de informações de mercado e do tomador de crédito.
e) Elaboração das práticas que devem ser adotadas pela empresa 
quando da inadimplência do tomador do recurso.
Comentário: a análise de crédito é uma das principais ferramentas 
mer cadológicas de qualquer empresa, pois possibilita não só a eliminação 
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de inadimplência, como auxilia o próprio Departamento Comercial 
a viabilizar suas vendas financiadas. Todas as demais alternativas dessa 
questão fazem parte de um processo de análise de crédito.
2. O levantamento de informações a respeito do nível de atividade econô-
mica do nicho de mercado em que o tomador de crédito está inserido, a 
fim de identificar se o mesmo está estagnado, em recessão ou em cresci-
mento, serve para a determinação de qual dos 5 Cs?
a) Caráter.
b) Capacidade.
c) Condição.
d) Capital.
e) Colateral.
Comentário: a análise de crédito se baseia no levantamento e estudo de 
informações endógenas – inerentes ao próprio tomador do crédito – e 
exógenas – pertinentes ao ambiente em que o tomador se encontra. 
Esses dados exógenos fazem parte do “C” Condição.
3. Habilidade do tomador de crédito em pagar suas dívidas representa, na 
ótica do crédito, qual dos 5 Cs?
a) Condição.
b) Capacidade.
c) Caráter.
d) Capital.
e) Colateral.
Comentário: sendo os demais “Cs” referentes os dados endógenos – perti-
nentes ao próprio tomador do crédito – é importante saber se ele possui 
preparo técnico, comercial e financeiro suficientes para administrar 
situações adversas, caso aconteçam. Esse preparo irá compor, ou forta-
lecer, a sua capacidade.
4. O mecanismo que será acionado pelo credor, caso o tomador do 
crédito não cumpra com suas responsabilidades de pagamento, vem 
a ser chamado de:
a) condição.
b) capacidade.
c) caráter.
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d) capital.
e) colateral.
Comentário: como uma das principais preocupações da análise de crédito 
é a recuperação dos ativos cedidos pelo credor ao tomador, é impor-
tante que o primeiro possa se resguardar. Em outras palavras, o credor 
deve ter subsídios suficientes para repor tudo aquilo que cedeu ao seu 
tomador, de forma a reconstituir seus ativos. Essa reconstituição só é 
possível com a existência de garantias (reais ou fidejussórias) que são 
analisadas pelo colateral envolvido na transação.
Questões para revisão
1. Selecione dois colegas de estudo e discuta com eles a respeito da impor-
tância do crédito na empresa em que cada um trabalha, como ele é 
tratado e de que formas pode ser melhorado em cada empresa.
2. Identifique nesses dois colegas características que estejam relacionadas 
a cada um dos 5 Cs do crédito.
Nos exercícios que seguem, indique a alternativa correta.
3. Os cinco fatores que orientam qualquer análise de crédito, tanto para 
pessoas jurídicas quanto para as pessoas fisicas, são:
a) condição, capacidade, caráter, capital, colateral.
b) valor da compra, networking, caráter, capital, colateral.
c) naturalidade, estabilidade, valor da compra, networking, caráter.
d) condição, capacidade, naturalidade, estabilidade, valor da compra.
e) naturalidade, estabilidade, capital, colateral, garantias.
4. O mais subjetivo dos 5 Cs do crédito, que consiste na composição dos 
valores morais e éticos do tomador do recurso, a fim de definir se o 
mesmo preocupa-se com o cumprimento das obrigações assumidas, 
vem a ser:
a) condição.
b) capacidade.
c) caráter.
d) capital.
e) colateral.
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5. Saber o quanto da renda do tomador já está comprometida com outras 
dívidas e qual será o peso do crédito solicitado à empresa consiste na 
análise de:
a) condição.
b) capacidade.
c) caráter.
d) capital.
e) colateral.
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Crédito nas instituições financeiras
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Conteúdos do capítulo
• Conceito de instituição financeira creditícia.
• Conceito e estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
• Modalidades de operações de crédito.
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. entender a importância das instituições financeiras nas vendas a prazo;
2. compreender o conceito de intermediação financeira;
3. reconhecer os conceitos de capital, risco e juros;
4. reconhecer a relação entre risco e juros;
5. reconhecer a estrutura do Sistema Financeiro Nacional, bem como a das 
principais modalidades de intermediação financeira, capazes de suportar 
as vendas a prazo das empresas.
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2.1 O papel e a importância das instituições financeiras
No capítulo anterior, chegamos à conclusão de que toda venda a prazo 
envolve a cessão de parte de nossos ativos aos clientes, pois cedemos a 
eles nossos estoques e serviços, que serão pagos ao longo de determinado 
prazo, em certo número de parcelas.
Assim, estamos sujeitos a perder nossos estoques, nosso caixa e demais 
ativos a cada instante que permitimos uma venda a prazo.
Para evitar esse tipo de problema, surge como alternativa a formação 
de parcerias com instituições financeiras que estejam dispostas a conceder 
seus serviços aos nossos clientes. Em outras palavras, a melhor alternativa 
para a aquisição dos recursos necessários para financiar nossos clientes é 
buscá-los no sistema financeiro.
Vasconcellos (2000) define de maneira muito precisa o que vem a ser a 
chamada intermediação	financeira: 
A precondição para o estabelecimento da intermediação financeira é a 
existência, de um lado, de agentes econômicos superavitários (poupadores) –
dispostos a transformar suas disponibilidades monetárias em ativos financeiros, 
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sujeitando-se aos riscos de mercado, com o fim de obter retornos reais posi-
tivos – e de outro, de agentes econômicos deficitários (investidores) – com 
disposição para financiar seus déficits aos custos de mercado. Podemos entender 
o sistema financeiro como sendo um fundo no qual as unidades deficitárias 
retiram recursos, enquanto as superavitárias os depositam. 
Interpretando as palavras de Vasconcellos, podemos dizer que o papel 
do sistema financeiro é captar recursos daqueles que conseguem poupar 
para destiná-los àqueles que não conseguem poupar ou que buscam 
recursos adicionais para suas atividades e/ou negócios.
Assim, toda a vez que alguém deposita seus recursos – seja o salário, 
seja o lucro da empresa, por exemplo –, no banco, seu objetivo é obter 
rendimento sobre estes, sem que haja a necessidade de aplicá-los em suas 
atividades operacionais.
A esses recursos damos o nome de capital. Ao rendimento obtido damos 
o nome de juros. Quanto maior for o risco da aplicação do capital, maiores 
serão os juros oferecidos pelo tomador do recurso.
Em suma, assim como os bancos, as financeiras e as empresas de leasing 
são credores dos tomadores de crédito; da mesma forma, os poupadores 
e os investidores são credores dos bancos e financeiras, uma vez que 
estão acreditando que os mesmos lhes darão a rentabilidade prometida 
sem riscos de inadimplência.
De acordo com os níveis de risco e rendimento queo investidor esteja 
interessado em aceitar, os recursos que giram no mercado podem ser 
direcionados e utilizados por uma série de instituições financeiras que 
constituem o Sistema Financeiro Nacional (SFN). Sua estrutura pode ser vista 
na figura a seguir:
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Figura 2.1 – Estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN)
Conselho
Monetário
Nacional (CMN)
Comitê de Política 
Monetária (Copom)
Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM)
Banco do Brasil (BB) 
Banco Nacional de 
Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES)
Bancos regionais de 
desenvolvimento
 x Banco do Nordeste do Brasil
 x Banco da Amazônia
 x Bancos estaduais de 
desenvolvimento
Instituições bancárias
 x Bancos múltiplos
 x Caixa Econômica Federal
 x Caixas Econômicas 
Estaduais
Instituições não bancárias
 x Banco de investimentos
 x Sociedade de crédito imobiliário
 x Sociedades de crédito
 x Financiamento e investimento
 x Associações de poupança e 
empréstimo
 x Cooperativa de crédito
Instituições auxiliares
 x Bolsas de valores
 x Sociedades corretoras
 x Sociedades distribuidoras
 x Fundos de investimento
 x Companhia de seguros
 x Agentes autônomos
Banco Central do 
Brasil (Bacen)
Fonte: Adaptado de Fortuna, 2002. 
Como podemos ver na Figura 2.1, o sistema é dividido em setores e 
mercados. 
Os setores que compõem o SFN são o privado – ao qual cabe a maioria 
das operações financeiras do País (sejam elas de crédito ou não) – e o 
público – ao qual cabe a determinação, a fiscalização e a execução das 
diretrizes que o sistema deve seguir.
A tabela a seguir apresenta as atribuições dos órgãos componentes do 
setor público do SFN:
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Tabela 2.1 – Estrutura pública do Sistema Financeiro Nacional1 (SFN)
ÓRGÃO ATRIBUIÇÕES
Conselho Monetário 
Nacional (CMN)
Principal órgão do SNF, ao qual cabe a determinação de todas as 
diretrizes a serem seguidas pelas demais instituições financeiras 
instaladas no país.
Formula toda a política monetária e cambial, com base na Lei nº 
4.595/19642.
Comitê de Política 
Monetária (Copom)
Órgão auxiliar do Conselho Monetário Nacional na deliberação e 
manutenção da política monetária. Define, entre outras coisas, a 
taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).
Banco Central do 
Brasil (Bacen)
Órgão executivo do setor público do SFN. Responsável pela 
fiscalização do atendimento a todas as diretrizes do CMN por 
parte das demais instituições financeiras.
Regula e autoriza a constituição e o funcionamento de todas as 
instituições financeiras operantes no país.
Controla o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o correto 
funcionamento do mercado cambial.
Efetua operações de compra e venda de títulos públicos como 
instrumento de política monetária.
Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM)
Órgão responsável pela fiscalização e controle do mercado de 
capitais brasileiro.
Disciplina, normatiza e fiscaliza o comportamento dos 
integrantes do mercado aberto.
Credencia auditores independentes.
Suspende ou cancela registros, credenciamentos e autorizações 
de atuação no mercado de capitais.
Banco Nacional de 
Desenvolvimento 
Econômico e Social 
(BNDES)
Principal banco de desenvolvimento e incentivo à atividade 
produtiva do país, tem como função básica o acesso às linhas de 
crédito mais baratas do mercado, seja direcionando essas linhas 
a setores considerados importantes, seja por meio de programas 
especiais.
Os mercados que constituem o SFN são:
a) Mercado monetário: é o mercado em que são realizadas as operações de 
curto prazo, com a finalidade de atender ao caixa de diversas empre-
sas, nas quais se incluem as instituições financeiras. Nesse mercado, 
estão as operações em bolsa de valores (open-market, ouro etc.).
b) Mercado de crédito: é aquele que atende às necessidades de recursos de 
curto, médio e longo prazos, principalmente decorrentes de opera-
ções de crédito para empresas e pessoas físicas.1 P
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c) Mercado de capitais: é aquele que atende às necessidades de médio e 
longo prazos, principalmente para a captação de recursos destinados 
aos investimentos. Como exemplo, temos as operações de abertura 
de capital (IPO3) e de emissão de ações na bolsa de valores. 
d) Mercado cambial: é aquele que atende às necessidades de recursos em 
moe da estrangeira. Nesse mercado, são praticadas operações de fi-
nanciamento e de pagamento em moeda estrangeira por parte das 
importadoras/exportadoras, agências de viagens e demais institui-
ções financeiras atuantes no mercado (bancos, por exemplo).
Como o objetivo principal deste curso é a análise de crédito, os esforços 
terão como foco o mercado de crédito, o qual atende às necessidades de 
consumo e investimento, por meio de financiamentos, compras parceladas 
e afins.
2.2 Modalidades de operações de crédito 
Dentro desse contexto, as principais linhas de cré dito que existem para 
possibilitar negócios às empresas e aos consumidores finais são:
a) Desconto de duplicatas: operação por meio da qual a empresa an-
tecipa o recebimento de suas vendas a prazo, cedendo ao ban-
co o direito de cobrança sobre os clientes que porventura tenham 
comprado nessa modalidade. Em outras palavras, o banco paga 
à empresa o valor de sua carteira de cobrança, deduzido dos ju-
ros negociados, bem como o Imposto sobre Operações Financei-
ras (IOF) correspondente ao período. Nesse caso, a empresa entra 
como garantidora da operação no caso da inadimplência do clien-
te final envolvido. Ou seja, o banco se reserva o direito de regresso 
e exige da empresa que pague por essa duplicata em aberto, bem 
como as multas e tarifas de cobrança correspondentes. 
Desse modo, assim como o banco fará uma análise sobre a qualidade 
de crédito da empresa solicitante, esta deve fazer o mesmo trabalho 
a respeito daqueles clientes cujo faturamento deseja-se antecipar pe-
rante o banco.
b) Hot money: operação de crédito de curto prazo,consiste no em-
préstimo, por parte do banco, de recursos à empresa tomadora 
para um intervalo máximo de 10 dias. Esse tipo de operação é 
normalmente usado em situações não planejadas pela empresa ou 
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de emergência. Por isso, são muito caras e não permitem uma re-
novação automática perante o banco emprestador. Como se trata 
de um recurso para o atendimento de “emergências”, é encarada 
de maneira muito negativa pelo banco quando uma empresa pede 
esse tipo de recurso.
c) Capital de giro: consiste numa linha de crédito na qual o banco libera 
um volume significativo de recursos à empresa tomadora que se res-
ponsabiliza pelo pagamento parcelado desse recurso. Sobre essa par-
cela incidirão o IOF e os juros cobrados pelo banco emprestador. Em 
muitos casos, o banco exige garantias – colaterais –, que vão de 120% 
a 150% do valor contratado, dependendo do risco percebido pelo ban-
co emprestador.
d) Conta garantida: também conhecida como conta rotativa, consiste numa 
linha de crédito a respeito da qual não existe a obrigatoriedade 
de um pagamento fixo mensal, como no caso do capital de giro. A 
empresa tomadora amortiza o saldo devedor de acordo com suas 
possibilidades, ficando obrigada, apenas, ao pagamento dos juros e 
IOF do saldo ainda em haver no final de cada mês. A vantagem dessa 
modalidade de crédito sobre a anterior é justamente a liberdade de 
equalização da amortização às possibilidades de caixa da empresa 
tomadora, embora essa operação seja mais cara. Em muitos casos, a 
garantia exigida pelo banco emprestador é constituída por cheques 
e duplicatas a vencer de clientes da empresa tomadora. À medida 
que esses títulos vencem, podem ser adotadas duas medidas: ou se 
amortiza o valor do empréstimo ou os mesmos são substituídos por 
novos títulos, caso a empresa tomadora ache mais interessante man-
ter esses recebimentos no caixa, em vez de pagar seu passivo com o 
emprestador.
e) Vendor: nessa modalidade de crédito, 
a empresa realiza a venda a prazo aos seus clientes e faz uma cessão de 
crédito a um banco, ou seja, vende a prazo e recebe à vista, transferindo 
o crédito à instituição financeira mediante uma determinada taxa de 
desconto, sendo que a empresa assume o risco pelo crédito de seus clientes. 
[...] A grande vantagem para a empresa financiar seus compradores através 
da instituição financeira. Normalmente as taxas de juros praticadas neste 
produto são menores que as taxas praticadas no financiamento direto. A 
empresa que realiza as vendas presta fiança como garantia de pagamentos 
dos financiamentos. (Securato, 2007) 
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Na grande maioria dos casos, as instituições credoras elaboram um 
contrato chamado contrato-mãe, com o valor máximo disponível para a 
empresa tomadora. Esta, de posse desses valores, utiliza o contrato de 
acordo com suas vendas, emitindo, assim, diversos “contratos filhotes”, 
limitados ao teto estipulado pela cédula principal.
Assim como no caso dos descontos de duplicatas, cabe à empresa toma-
dora desse tipo de crédito uma análise criteriosa a respeito dos clientes, 
cujo faturamento será adiantado sobre essa modalidade.
A figura a seguir apresenta de maneira esquemática como essa operação 
funciona: 
Figura 2.2 – Operação de vendor
Caso 1 – Sem vendor
Pagamento a prazo 
pela mercadoria
Emissão da nota e 
entrega da mercadoria
Emissão da nota e 
entrega da mercadoria
Pagamento à vista
Cópia da nota fiscal
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Caso 2 – Com vendor
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f) Adiantamento de contrato de câmbio (ACC): consiste de um instrumen-
to de crédito por meio do qual o exportador pode antecipar suas 
vendas a outros países, pelas quais os importadores só pagariam 
em 90 ou, até mesmo, 180 dias. Vem a ser uma antecipação desses 
mesmos contratos de vendas feitos com uma instituição financeira, 
cuja quitação fica condicionada ao pagamento da exportação por 
parte do importador.
g) Adiantamento de cambiais entregues (ACE): consiste numa operação com 
as mesmas características do ACC. A diferença é que, nesse caso, a 
mercadoria a ser exportada já foi produzida e embarcada, podendo 
ser solicitada ao credor (banco) até 60 dias após o embarque.
h) Finame: consiste numa linha de longo prazo, focada em projetos de in-
vestimento e coordenada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES), que tem como objetivo básico a importa-
ção de máquinas e equipamentos industriais sem similares no Brasil, 
bem como o financiamento/fomento da exportação de máquinas e 
equipamentos nacionais. Essa modalidade de financiamento pode 
ser solicitada diretamente ao BNDES – quando igual ou superior a 
R$ 10 milhões ou junto a instituições autorizadas e aos bancos múlti-
plos ou com carteira de investimentos.
Na maioria dos casos, o colateral dessa modalidade de crédito é a 
própria máquina envolvida ou, em alguns casos, uma carta fiança a ser 
emitida por um terceiro credor (normalmente um banco privado).
Síntese
Um sistema financeiro consiste de um conjunto de instituições responsá-
veis pela integração entre investidores e tomadores de crédito, com vistas 
à manutenção da atividade econômica de determinada região ou país.
Esse conjunto é composto por dois setores – público e privado – e quatro 
mercados – monetário, de crédito, cambial e de capitais.
O setor público é formado por:
a) CMN.
b) Copom.
c) Bacen.
d) CVM.
e) BNDES.
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Ao setor público, cabe a normatização e fiscalização do sistema. Ao setor 
privado, cabe a movimentação de crédito entre investidores e tomadores. 
Ou seja, operações de financiamento.As principais operações de financiamento aos clientes são:
a) desconto de duplicatas;
b) hot money;
c) capital de giro;
d) conta garantida; 
e) vendor;
f) ACC;
g) ACE; 
h) Finame. 
Exercícios resolvidos
1. Atribua corretamente as funções aos respectivos órgãos da estrutura 
normativa do Sistema Financeiro Nacional.
INStItuIção AtrIBuIçõES
(1) Comitê de Política 
Monetária (Copom)
(2) Conselho Monetário 
Nacional (CMN)
(3) Banco Central do 
Brasil (Bacem)
(4) Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM)
(4) Disciplinar, normatizar e fiscalizar o comportamento dos 
integrantes do mercado aberto. 
(3) Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos 
como instrumento de política monetária.
(2) Formulação de política monetária de acordo com a Lei nº 
4.595/1964.
(1) Órgão auxiliar do CMN na deliberação e manutenção da 
política monetária, define, entre outras coisas, a taxa Selic.
(4) Credenciamento de auditores independentes.
(3) Controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o 
correto funcionamento do mercado cambial.
(3) Regular a constituição e funcionamento de todas as 
instituições financeiras operantes no país.
(4) Suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos 
ou autorizações de atuação em mercado aberto.
(3) Autorizar funcionamentos de todas as instituições 
financeiras.
(2) Fixação de normas de política cambial.
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2. A operação por meio da qual a empresa antecipa o recebimento de 
suas vendas a prazo, cedendo ao banco o direito de cobrança sobre os 
clientes que porventura tenham comprado nessa modalidade, recebe o 
nome de:
a) desconto de duplicatas.
b) hot money.
c) capital de giro.
d) conta garantida.
e) vendor.
Comentário: as operações hot money, capital de giro e conta garantida 
ocorrem sem a vinculação obrigatória de uma venda já realizada. Ou 
seja, são operações de crédito que podem se basear em quaisquer outras 
necessidades do tomador. Já a operação de vendor, assim como a de 
desconto de duplicatas, tem, sim, o objetivo de antecipar as vendas da 
empresas; porém, é utilizada sobre vendas ainda a serem realizadas, 
não sobre vendas já existentes.
3. A operação de crédito de curtíssimo prazo, normalmente usada em situa-
ções não planejadas pela empresa ou de emergência, é chamada de:
a) desconto de duplicatas.
b) hot money.
c) capital de giro.
d) conta garantida.
e) vendor.
Comentário: por curtíssimo prazo devemos entender um intervalo 
máximo de 10 dias. As operações de desconto de duplicatas e de 
vendor têm seus prazos vinculados às vendas envolvidas e as opera-
ções de capital de giro e conta garantida têm intervalo mínimo de 30 
dias. Assim, a modalidade de crédito que se encaixa na resposta seria a 
operação de hot money.
4. A operação que consiste numa linha de crédito, na qual o banco libera 
um volume significativo de recursos à empresa tomadora, responsável 
pelo pagamento parcelado desse recurso, é chamada de:
a) desconto de duplicatas.
b) hot money.
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c) capital de giro.
d) conta garantida.
e) vendor.
Comentário: assim como a operação de conta garantida, o hot money é 
pago em parcela única ou em cronograma de pagamentos a ser acer-
tado entre a empresa tomadora e o credor. Nos casos de vendor e de 
desconto de duplicatas, o pagamento ocorre na medida em que a venda 
financiada é paga pelo comprador final. Assim, a única operação que 
exige uma programação rígida e específica de pagamentos mensais é 
o capital de giro, que por alguns bancos é chamado, justamente, de 
capital	parcelado. 
5. O mecanismo pelo qual os exportadores recebem antecipadamente (o 
que tem variado entre 90 e 180 dias) a conversão das divisas a serem 
obtidas por exportações futuras em moeda nacional é chamado de:
a) ACC.
b) ACE.
c) Finame.
d) PEC.
e) vendor.
Comentário: a modalidade de ACE destina-se a operações de exportação 
já realizadas; as linhas Finame e PEC referem-se aos créditos oferecidos 
pelo BNDES e o vendor destina-se a vendas feitas no mercado nacional. 
Assim, a alternativa correta para essa questão seria o ACC.
Questões para revisão
1. De acordo com a estrutura do mercado financeiro apresentada no 
capítulo, identifique uma instituição financeira para cada uma das cate-
gorias apresentadas.
2. Em conjunto com dois colegas, identifique como sua empresa se rela-
ciona com as instituições financeiras, bem como essa relação pode ser 
melhorada.
Nos exercícios que seguem, indique a alternativa correta.
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3. Consiste em linha de longo prazo, focada em projetos de investimento 
e coordenada pelo BNDES, que tem como objetivo básico a importação 
de máquinas e equipamentos industriais sem similares no Brasil, bem 
como o financiamento/fomento da exportação de máquinas e equipa-
mentos nacionais. Essa operação é chamada de:
a) ACC.
b) ACE.
c) Finame.
d) PEC.
e) vendor.
4. Operação com as mesmas características do ACC, mas com as diferenças 
de que a mercadoria a ser exportada já foi produzida e embarcada e de 
que pode ser solicitada ao credor até 60 dias após o embarque. Essa 
operação é chamada de:
a) ACC.
b) ACE.
c) Finame.
d) PEC.
e) vendor.
5. Consiste numa linha de crédito a respeito da qual não existe a obrigato-
riedade de um pagamento fixo mensal. A empresa tomadora amortiza 
o saldo devedor de acordo com suas possibilidades, ficando obrigada 
apenas ao pagamento dos juros e IOF do saldo ainda em haver ao final 
de cada mês. Essa operação é chamada de:
a) desconto de duplicatas.
b) hot money.
c) capital de giro.
d) conta garantida.
e) vendor.
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Estrutura do Departamento de Crédito
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Conteúdos do capítulo
• Alicerces de um Departamento de Crédito.
• O papel dos alicerces de um Departamento de Crédito.
• O fluxo das informações ao longo de um processo de análise de crédito.
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. estruturar um Departamento de Crédito responsável pela análise, 
formalização e aprovação das operações a prazo;
2. determinar as atribuições de cada alicerce do Departamento de 
Crédito e as principais informações e procedimentos gerados por cada 
um deles.
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3.1 Os principais alicerces do Departamento de Crédito
A partir do instante em que temos a real noção do que venha a ser o 
crédito, de sua importância para a administração de empresas e das fases 
de uma análise de crédito, temos que ter em mente que esse processo de 
análise deve ser baseado em alicerces bem sólidos e definidos, capazes de 
alimentar essa rotina.
Assim, os alicerces que permitem a sustentação da rotina de análise de 
crédito, independente do tamanho ou setor de atuação de uma empresa, são:
• banco de dados;
• Departamento Operacional;
• Departamento Decisório.
Esses alicerces podem ser agregados de acordo com a sua natureza e o 
papel que desempenham dentro das empresas. No quadro a seguir, você 
pode conferir a estrutura básica desses três alicerces: 
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Quadro 3.1 – Alicerces básicos para o Departamento de Crédito
BANCo DE DADoS
DEPArtAMENto 
oPErACIoNAL
DEPArtAMENto 
DECISÓrIo
Dados macroeconômicos Processo de crédito Comitê Geral de Crédito
Produto Interno Bruto (PIB).
Juros.
Renda per capita.
Desemprego.
Balança comercial.
Medidas governamentais.
Análise do perfil do cliente.
Interesse/perfil da empresa.
Cópia dos documentos 
necessários.
Confirmação das informações.
Compilação de dados.
Elaboração da proposta.
Linhas de grande porte.
Linhas com alto grau de 
risco.
Dados setoriais Arquivo/Biblioteca Comitê Regional/Setorial
Principais empresas.
Volume de negócios do setor.
Investimentos efetuados no 
setor.
Notícias sobre as principais 
empresas.
Organização do banco de 
dados.
Arquivamento dos processos.
Levantamento estatístico dos 
processos/resultados.
Linhas de pequeno e 
médio porte.
Linhas com baixo e 
médio grau de risco.
Histórico do cliente Formalização da proposta
Referências comerciais.
Dados econômico- 
-financeiros.
Comportamento regresso 
perante a empresa.
Registro perante a empresa.
Comunicação ao cliente.
Coleta de assinaturas.
3.1.1 Primeiro alicerce: banco de dados 
A principal matéria-prima do trabalho de análise de crédito é a informação. 
Quando falamos em informação, estamos nos referindo àquela que possa 
suportar uma decisão de crédito segura e bem embasada. Dessa forma, ela 
deve ser ampla e estar sempre atualizada. 
Nesse contexto, é importante que o Departamento de Crédito esteja 
inteirado das variações de mercado, que vão desde as questões nacionais 
até as peculiaridades do próprio cliente.
Por uma questão organizacional e em virtude do grande volume de dados 
envolvidos num processo de crédito, as informações devem ser organizadas 
em um banco de dados. Este é dividido em três tipos de dados:
1º dados macroeconômicos: dizem respeito à realidade econômica pela 
qual o país está passando durante a análise de crédito. Quanto maior 
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for a dificuldade pela qual a economia nacional estiver passando, 
maior será o risco de o cliente tornar-se inadimplente num curto 
espaço de tempo futuro. Os principais dados macroeconômicos que 
devem fazer parte desse banco são: 
a) Produto Interno Bruto (PIB): somatório de todas as riquezas geradas 
dentro das fronteiras do país. Quanto maior for esse indicador, ou 
quanto maior for seu crescimento, maior será a renda da população 
e, consequentemente, maiores serão os volumes de negócios para os 
próximos meses. Em outras palavras, haverá mais riqueza disponível 
para a população e para as empresas.
b) Juros: serve como poderoso instrumento de política econômica. 
Quanto mais alto for o juro, menor será a intenção dos consumido-
res de comprar a prazo, uma vez que serão obrigados a dispor de 
mais recursos – no caso, seus salários – para adquirir os mesmos 
produtos. Já os juros menores estimulam o consumo com pagamento 
a prazo e auxiliam as empresas, tanto no volume de vendas quanto 
nos seus planos de investimentos, tornando-os mais baratos. Dessa 
maneira, quanto mais baixos forem os juros praticados na economia 
do país, maior será o volume negociado e investido sobre a mesma. A 
consequência direta é o aumento da geração do emprego e da renda. 
Entre os índices de juros praticados na economia brasileira, o mais 
difundido e observado pelo mercado é o da taxa do Sistema Especial 
de Liquidação e de Custódia (Selic), que remunera os títulos públicos 
federais. Quanto menor for essa taxa, menores serão as taxas cobra-
das dos consumidores finais e das empresas, o que facilita o desen-
volvimento econômico.
c) Renda per capita: forte indicador da tendência de consumo da população 
final, consiste na divisão do Produto Nacional Bruto (PNB) pelo nú-
mero total absoluto de habitantes de um país. Em suma, indica quanto 
dinheiro um habitante possuirá para gastar ao longo do ano. O seu 
consumo será maior à medida que esse indicador aumentar.
d) Desemprego: demonstra o nível de desaceleração da economia e, de 
certa forma, o nível de risco que a empresa corre ao vender seus pro-
dutos para clientes que, potencialmente, não terão condições futuras 
de cumprir com suas obrigações. Quanto maior for esse indicador, 
maior será a chance da empresa não obter resultados positivos sobre 
suas vendas a prazo.
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e) Balança comercial: consiste da contrapartida entre toda a exportação 
efetuada pelo país e toda a sua importação. À medida que um país 
consegue exportar mais do que importar, deduz-se que o volume de 
receita resultante dessa situação é positivo, pois o fluxo de dinheiro 
estrangeiro que entra é maior que as remessas de moe da nacional 
para outros países. Assim, quanto maior for o volume de exporta-
ção, mais divisas estrangeiras estarão disponíveis para as empresas e 
maiores serão suas chances de venda, pois o setor externo servirá de 
fonte de renda tanto para as empresas exportadoras quanto para seus 
funcionários.
f) Medidas governamentais: a participação mais ativa do governo, no sen-
tido de estimular consumo e desenvolver a economia, dependerá 
do momento econômico pelo qual o país está passando. Medidas de 
redução de impostos, de liberação de linhas de financiamentos espe-
ciais e de abertura de concorrências públicas, com vistas à implemen-
tação de obras de grande porte, são instrumentos poderosos para a 
dinamização da economia. Quanto mais ativo for o governo, maiores 
serão as chances de crescimento na economia e no volume de negó-
cios dentro do país.
2º dados setoriais: consistem em informações focadas no ramo ou na 
atividade em que o cliente – seja uma empresa, seja o consumidor 
final – está inserido. É muito importante sabermos do desempenho 
de determinado setor, pois nem sempre o mesmo segue a tendência 
econômica dos indicadores macroeconômicos citados anteriormente. 
A possibilidade de foco sobre alguns setores da economia, ou sobre 
o setor específico do qual o cliente faz parte, é fundamental para 
entendermos o negócio do mesmo e, assim, conseguirmos mensurar 
os principais pontos de risco existentes. Alguns fatores pontuais 
para a análise dos dados setoriais são:
a) Principais empresas: ao identificarmos os principais agentes comerciais 
do setor, torna-se mais fácil determinarmos a tendência que esse setor 
irá seguir nos próximos meses. Quanto maior for o grau de concentra-
ção desse setor em poucas empresas, mais fácil será essa determina-
ção, pois, na maioria dos casos, todas têm o mesmo perfil produtivo 
e políticas comerciais muito parecidas – como o setor de automóveis. 
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Em outras palavras, o que uma grande empresa fizer, provavelmente 
será seguido pelas demais. Em mercados muito pulverizados, torna-
-se mais difícil determinar qual será a tendência, pois cada empresa 
tem sua mentalidade. Essa dificuldade pode ser remediada à medida 
que o produto negociado por esse setor seja mais simples, como os 
dos mercados do milho e da soja. Nesses casos, fontes importantes de 
informação sobre tendências setoriais são as bolsas de mercadorias, 
como a de Chicago. 
b) Volume de negócios do setor: informação importante para o processo de 
crédito, pois quanto maior ele for, ou quanto maior for a taxa de cres-
cimento alcançada nos últimos anos, maior será a chance do cliente 
atingir seus objetivos e manter-se apto a cumprir com suas obriga-
ções, visto que melhores serão as expectativas de desenvolvimento e 
crescimento desse setor.
c) Investimentos efetuados no setor: os níveis de investimento efetuado, ou 
anunciado, pelas empresas atuantes no setor, são indicadores impor-
tantes a respeito do fututro dessas empresas, pois apontam para as 
tendências de crescimento ou de retração destas. Quanto maior o 
investimento, maior será o crescimento do setor e maiores serão os 
níveis de emprego e de renda. Assim, se o comportamento do setor 
em estudo é de redução ou corte de investimentos, provavelmente o 
nível de emprego e a geração de renda serão diretamente afetados. 
Dentro desse quadro, o risco de inadimplência será maior.
d) Noticiário a respeito das principais empresas do setor: organizar um arquivo 
com as principais notícias sobre as empresas concorrentes funciona 
como um indicador importante para a análise da tendência do setor 
em estudo. Quanto maior for o arquivo a seu respeito, mais fácil será 
de entendê-lo e, por conseguinte, facilitará a compreensão do negó-
cio do qual o cliente faz parte.
3º histórico do cliente: com esse terceiro conjunto de informações, 
fechamos o circuito de dados necessários para identificarmos o 
risco real que o cliente oferece à nossa empresa. Após o levanta-
mento, podemos inter-relacionar os dados e definir qual será o grau 
de comprometimento do cliente em relação ao cumprimento de 
suas obrigações. 
Essa inter-relação pode ser vista por meio da figura a seguir:
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Figura 3.1 – Inter-relação do banco de dados
Dados do cliente
Dados setoriais
Dados macroeconômicos
Os principais elementos a serem considerados ao se fazer o levanta-
mento do histórico do cliente são:
a) Referências comerciais: consistem no levantamento de dados nas empre-
sas que tenham efetuado vendas a prazo ao cliente em questão. Ser-
viços como os oferecidos pelas associações comerciais e pela Serasa 
são muito úteis nesse caso. Há, também, a consulta aos cartórios de 
títulos e protestos, bem como a outros fornecedores, aos bancos e às 
financeiras indicados pelo próprio cliente. 
b) Dados econômico-financeiros: dão sustentação ao processo de análise de 
crédito do cliente, ao mesmo tempo em que possibilitam analisar a 
capacidade de endividamento do mesmo. No caso de pessoas físicas, 
a análise do holerite do cliente, confrontado com as informações ce-
didas pelo sistema de crédito e com o valor da parcela que o cliente 
pretende assumir, já se mostra suficiente para o caso. Já no caso de 
pessoas jurídicas, uma análise criteriosa de seus demonstrativos con-
tábeis, orientada pela geração de uma série de indicadores financeiros, 
é ferramenta poderosa e universal para mensurar a capacidade de 
pagamento e os riscos potenciais de inadimplência. No decorrer deste 
livro, tais índices serão devidamente apresentados e explorados.
c) Comportamento pregresso do cliente perante a empresa: o acompanha-
mento histórico do cliente, combinado com os demais dados já 
citados, diz muito sobre a possibilidade de inadimplência do mesmo 
perante a venda a prazo que está sendo analisada. Se o cliente não 
mostrou, recentemente, nenhum quadro de inadimplência, ou se está 
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mostrando recuperação de sua situação financeira, seus riscos de cré-
dito são menores se comparados àqueles clientes que só apresenta-
ram resultados ruins ou que ainda estejam em dívida com a empresa. 
Um arquivo atualizado com esses dados é fundamental para qualquer 
análise de crédito. 
3.1.2 Segundo alicerce: Departamento Operacional
O Departamento Operacional é responsável pela compilação e análise dos 
dados, além da adequação dos limites a serem disponibilizados para cada 
cliente. É ele que efetivamente “monta e realiza a operação” de crédito que 
será capaz de efetivar a venda a prazo desejada pelo cliente e estruturada 
pelo Departamento Comercial.
Ao Departamento Comercial cabe o relacionamento entre as metas de 
vendas a serem atingidas e as metas de rentabilidade e fluxo de caixa a 
serem alcançadas pelo Departamento Financeiro da empresa.
Um Departamento Operacional bem estruturado, com pessoas proa-
tivas e bem informadas, é peça fundamental para qualquer trabalho de 
manutenção ou expansão das atividades da companhia.
No tempo de “vacas gordas”, quando a economia está a todo vapor, há extensão 
das linhas de crédito, com maiores prazos e benefícios e, claro, os homens 
de crédito serão muito requisitados, seja porque terão um volume maior de 
operações para decidir, seja porque essas decisões terão de ser rápidas, acom-
panhando a própria agilidade do mercado.
No tempo de “vacas magras”, os recursos serão escassos, haverá menos “toma-
dores” e as instituições financeiras vão estar ainda mais preocupadas com a 
seletividade do crédito. Nesse momento, os homens de crédito serão ainda 
mais requisitados, visto que as decisões vão exigir mais cuidados e critérios. 
(Berni, 1999)
Tendo efetuado o levantamento dos dados do cliente, o próximo passo 
é elaborarmos o processo de crédito. Este é divido em algumas partes 
fundamentais:
a) Análise do perfil do cliente: as funções mais importantes do Departamen-
to Operacional são a montagem e a análise do perfil do cliente quan-
to à sua idoneidade para determinação da melhor opção de negócio 
para o próprio cliente e a empresa. Esse trabalho é uma análise objeti-
va e sistemática das informações que compõem o banco de dados da 
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empresa. Todos os pontos positivos e negativos do potencial cliente 
são observados para a autorização ou não da concessão de crédito 
e, em caso afirmativo, é estudada a melhor maneira de cedê-lo, de 
modo que se evite a perda do negócio.
b) Interesse/perfil da empresa credora: dado o grande universo de empresas 
e de perfis de consumidores existentes no mercado, é muito impor-
tante que tenhamos uma definição clara dos setores que pretende-
mos atender, de forma a não desperdiçarmos tempo e energia em 
operações que não fazem parte do escopo de negócios da nossa com-
panhia. A focalização da análise, além de reduzir os desperdícios de 
esforços e recursos, auxilia na preparação da equipe de analistas que, 
à medida que elaboram seus processos de crédito, municiam a em-
presa com mais e mais dados, que virão a enriquecer ainda mais os 
trabalhos futuros de crédito, e reduzirão, assim, os riscos da empresa 
assumir negócios perdidos.
c) Cópia dos documentos necessários: todo e qualquer processo de crédito 
deve ser entendido como o cruzamento de uma série de informações 
que, obrigatoriamente, devem ser comprovadas por meio de docu-
mentos cedidos pelo cliente em potencial. Isso se deve tanto por 
questões comerciais – risco – quanto por questões legais e jurídicas, 
como resoluções do Bacen, por exemplo. 
d) Confirmação das informações: todas as informações cedidas pelo preten-
so devedor devem ser confirmadas. A confirmação deve ser feita por 
meio do cruzamento de documentos comprobatórios e do levanta-
mento de dados de mercado – como indicações de outros credores, 
bancos, pessoas físicas etc. –, obtidos via consultas telefônicas, e-
-mail etc. No decorrer deste livro, serão apresentados quais são os 
documentos básicos para a análise de crédito, bem como a estrutura 
básica de uma proposta de análise.
e) Compilação dos dados: após a análise do perfil do cliente e a confirma-
ção dos dados, todas as informações devem ser apresentadas ao Co-
mitê de Risco, de maneira objetiva e rápida, para que não percamos o 
timing dos negócios. A compilação deve começar com a apresentação 
dos dados numéricos do cliente – renda, dívida atual, histórico de 
operações a crédito etc.–, para depois serem apresentados textos ex-
positivos de seus pontos fortes e fracos. Por fim, deve ser apresentada 
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a proposta de crédito adequada ao perfil do cliente e às expectativas 
da empresa.
f) Elaboração da proposta: a elaboração da proposta de crédito deve ser 
levada para o Comitê Gestor do Crédito e, caso seja aprovada, apre-
sentada ao cliente. Além de conter os valores a serem liberados, nela 
deve estar explicitada a forma de pagamento pelo recurso liberado e 
quais as garantias (colateral) que deverão ser empenhadas em caso 
de uma possível inadimplência.
g) Arquivo/biblioteca: em virtude do grande número de informações a ser 
tratado dentro do processo de elaboração de uma proposta de crédito 
e devido ao crescimento das atividades econômicas, é imprescindível 
organizá-las e ordená-las, sejam elas decorrentes das pesquisas ma-
croeconômicas já citadas, sejam decorrentes de propostas de crédito 
já elaboradas, de forma que facilite as consultas e a elaboração de 
novas propostas de crédito. Em outras palavras, quanto mais organi-
zados forem os dados encontrados e criados, maior será a velocidade, 
a confiabilidade e a eficiência nas decisões de crédito futuras.
h) Organização do banco de dados: os dados criados e coletados pelo Depar-
tamento de Crédito devem ser organizados seguindo alguns critérios, 
que, de acordo com o tamanho ou mercado de atuação da empresa, 
podem ser:
•	 Porte: valor da renda dos clientes, caso sejam pessoas físicas, ou 
faturamento, caso sejam pessoas jurídicas.
•	 Setor: nichos de mercados atendidos por esses clientes.
•	 Nível de risco: nível de inadimplência que o cliente inspira.
•	 Nicho de mercado desejado: setor ou setores da economia que dese-
jamos atender.
•	 Rentabilidade: grau de lucro ou ganhos que a empresa teve ou 
poderá ter com seus clientes.
Essa estratificação das informações gera uma eficiência muito grande 
para as empresas que devem vender a crédito, pois facilita o trabalho 
de levantamento dos dados e de elaboração das propostas de crédito a 
serem analisadas.
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i) Arquivamento dos processos: todos os processos aprovados e executados 
pela empresa devem ser arquivados. A importância desse arquiva-
mento se dá pelos seguintes motivos: 
• controle dos vencimentos de todos os documentos que respaldem 
as linhas de crédito usadas pelo cliente (procurações, escrituras, 
certidões negativas etc.);
• comprovação e acompanhamento da validade das garantias empe-
nhadas (hipotecas, aplicações financeiras etc.);
• acompanhamento do comportamento histórico dos clientes;
• respaldo jurídico nos casos de possíveis ações de cobrança e de 
execução de garantias.
j) Levantamento estatístico dos processos e resultados: devidamente supor-
tado pelos procedimentos de arquivamento citados anteriormente, 
um levantamento estatístico dos processos e resultados atingidos é 
uma ferramenta poderosa para possíveis revisões de política de cré-
dito, tanto no que concerne à rigidez com que esse crédito deve ser 
dado quanto aos procedimentos que devem ser efetuados quando 
da elaboração de novos processos e de possíveis ações de execução 
de garantia.
k) Formalização das propostas: consiste no registro e na assinatura de todos 
os envolvidos no processo, tanto por parte do cliente quanto por par-
te da empresa. Suas principais fases são:
•	 Registro perante a empresa: todos os processos de crédito aprovados 
em comitê devem ser assinados por aqueles que autorizam a 
concessão. Junto às assinaturas devem constar os documentos 
comprobatórios, tanto de crédito quanto de garantia. Esses re gistros 
devem ser comunicados a todos os setores internos interessados 
nessa informação (comercial, financeiro, produção etc.). Dentro 
desse processo, devem constar, entre outros dados, a validade da 
proposta, o vencimento dos documentos e o quanto o cliente já 
usa desse limite proposto.
•	 Comunicação ao cliente: de acordo com a legislação brasileira, toda 
e qualquer modificação quanto aos limites de crédito aprovados 
devem ser comunicados ao cliente, para que este possa aprová-las, 
também por expresso.
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•	 Coleta de assinaturas: todos os processos de crédito devem ser assi-
nados pelos respectivos analistas, integrantes do comitê e clientes 
envolvidos.
3.1.3 Terceiro alicerce: Departamento Decisório
A esse departamento cabe o papel de selecionar os melhores clientes, bem 
como o de definir quais são as melhores opções de crédito.
Diante disso, fica evidente a importância dos outros dois alicerces, pois 
quanto melhor for o nível das informações coletadas e compiladas pelo 
Departamento de Análise de Crédito, mais acertadas serão as decisões do 
Departamento Decisório.
Normalmente, esse departamento é segregado em comitês decisórios, 
compostos por profissionais mais experientes e com visão holística de um 
determinado setor ou mercado.
A prática adotada pelas empresas, independentemente do porte, é a de 
alçadas de responsabilidade, de acordo com o nível de risco ou do valor 
do crédito a ser liberado. Em outras palavras, para que os processos de 
crédito tenham a devida agilidade, o mais comum é a segregação dos 
processos de aprovação dentro dos seguintes critérios:
a) Comitê Geral de Crédito: composto pelos profissionais de hierarquia mais 
alta e de maior experiência dentro da empresa, é responsável pelos 
processos de aprovação ou recusa que envolvem grandes quantias 
ou maiores riscos para a corporação. Normalmente, reúnem-se em 
datas específicas para a discussão e, em regime de colegiado, deci-
dem pela aprovação, ou não, das propostas levadas a eles pelo De-
partamento Comercial, respaldadas pelos respectivos processos de 
análise de crédito.
b) Comitê Regional/Setorial de Crédito: composto pelo “segundo escalão” da 
empresa – gerentes de setor e/ou supervisores de setor –, é responsá-
vel pelas linhas de menor porte ou que exprimam menores riscos à 
empresa. São responsáveis pela aprovação “automática” das linhas/
processos que fazem parte da rotina da empresa. 
A figura a seguir sintetiza o fluxo de processo de crédito das empresas: 
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Figura 3.2 – Fluxo de processo de elaboração, análise e aprovação de 
crédito
Momento 1 – Primeiro contato
 x Apresentação da empresa.
 x Apresentação dos produtos.
 x Proposta inicial.
Momento 2 – Segundo contato/elaboração da proposta de crédito
Momento 3 – Avaliação da proposta de crédito
tomada de 
decisãoComitê
Departamento 
de Crédito
Formalização
VendedorCliente
Cliente
Informações e 
documentos
Proposta
Proposta
Cadastro
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Síntese
Um Departamento de Crédito deve ser composto por três alicerces básicos: 
a) banco de dados;
b) Departamento Operacional;
c) Departamento Decisório.
O banco de dados deve conter e inter-relacionar:
a) dados macroeconômicos;
b) dados setoriais;
c) dados do cliente.
Ao Departamento Operacional cabe a organização e a compilação dos 
dados num documento chamado proposta de crédito.
Ao Departamento Decisório cabe a seleção das propostas de crédito 
mais interessantes para a empresa.
Exercícios resolvidos
1. “É considerado um forte indicador da tendência de consumo da popu-
lação final”. Esse trecho se refere a qual elemento do banco de dados?
a) Renda per capita.
b) Desemprego.
c) Balança comercial.
d) Medidas governamentais.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentário: a renda per capita consiste da divisão do PNB pelo número 
total absoluto de habitantes de um país, indicando o quanto de dinheiro 
um habitante possuirá para gastar ao longo do ano. Quanto maior for 
esse indicador, maior será a tendência de consumo das famílias.
2. “Demonstra o nível de desaceleração da economia e, de certa forma, o 
nível de risco que a empresa corre de estar vendendo para clientes que, 
potencialmente, não terão condições futuras de cumprir com suas obri-
gações.” Esse trecho se refere a qual elemento do banco de dados?
a) Renda per capita.
b) Desemprego.
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c) Balança comercial.
d) Medidas governamentais.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
Comentário: quanto maior for esse indicador, maiores serão as chances 
da empresa não obter resultados positivos sobre suas vendas a prazo, 
pois menos pessoas empregadas e com renda periódica garantida exis-
tirão no mercado.
3. Infomações pertinentes a novas unidades fabris, novas filiais, impor-
tação de novos equipamentos e novos programas de contratação de 
pessoal dizem respeito a:
a) principais empresas.
b) volumes do setor.
c) investimentos do setor.
d) noticiário do setor.
e) nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentário: se o comportamento do setor em estudo é de redução ou 
corte de seus investimentos, provavelmente o nível de emprego e a 
geração de renda do mesmo serão diretamente afetados.
4. “Após o levantamento, podemos inter-relacionar os dados e definir qual 
será o grau de comprometimento do cliente em relação ao cumprimento 
de suas obrigações.” Esse trecho se refere a qual etapa do banco de dados?
a) Histórico do cliente.
b) Referências comerciais.
c) Dados econômico-financeiros.
d) Comportamento pregresso do cliente.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
Comentário: o acompanhamento periódico do comportamento do 
clien te em relação à empresa é de extrema importância, pois ele 
pode apresentar tendências divergentes das apresentadas tanto pelas 
suas referências comerciais quanto pelo seu comportamento passado 
(pregresso). Em outras palavras, nem sempre o relacionamento do 
cliente com a empresa é o mesmo que ele possui com o resto do mercado.
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5. “No caso de pessoas físicas, a análise do holerite do cliente, confrontado 
com as informações cedidas pelo sistema de crédito e com o valor da 
parcela que o cliente pretende assumir, já se mostra suficiente para o 
caso.” Esse trecho se refere a qual elemento do banco de dados?
a) Histórico do cliente.
b) Referências comerciais.
c) Dados	econômico-financeiros.
d) Comportamento pregresso do cliente.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
Comentário: além do levantamento e da análise dos dados do histórico 
do cliente, uma análise matemática é de suma importância, pois é capaz 
de mensurar a real capacidade de pagamento do cliente. Para pessoas 
físicas, a análise do holerite é a prática mais adotada, na qual a maioria 
das instituições de crédito adota uma prestação máxima equivalente a 
25% da renda do pretenso tomador do crédito. Para as pessoas físicas, a 
análise se baseia nos demonstrativos contábeis e fiscais.
Questões para revisão
1. Com base nas notícias correntes veiculadas nos jornais, identifique o 
potencial de crescimento ou regressão do PIB e discorra com seu grupo 
de estudos a respeito dos reflexos que tal cenário pode ter sobre o risco 
de crédito no país.
2. Tomando como base a empresa onde você trabalha, faça o levantamento 
dos dados setoriais para determinar como ela se encontra nesse setor.
3. Complete a tabela a seguir: 
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(1) Referências comerciais.
(2) Dados econômico-financeiros.
(3) Comportamento pregresso.
( ) Serasa.
( ) Associação Comercial.
( ) Sindicheque.
( ) Holerite.
( ) Declaração de Imposto de Renda Pessoa 
 Jurídica (DIRPJ).
( ) Balanço patrimonial.
( ) Demonstração de resultados do exercício (DRE).
( ) Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
( ) Últimas compras realizadas pelo cliente.
( ) Levantamento dos pagamentos em atraso em 
 relação à empresa.
( ) Intervalo entre os negócios fechados entre a 
 empresa e o cliente. 
Nos exercícios que seguem, indique a alternativa correta.
4. É a taxa responsável pela remuneração dos títulos públicos federais. 
Quanto menor essa taxa, menores serão as taxas cobradas dos consumi-
dores finais e das empresas. 
a) PIB.
b) Selic.
c) Renda per capita.
d) Balança comercial.
e) Bacen.
5. Corresponde à divisão do PNB pelo número total absoluto de habitantes 
de um país. Esse dado indica quanto dinheiro um habitante possuirá 
para gastar ao longo do ano.
a) PIB. 
b) Selic. 
c) Renda per capita.
d) Balança comercial.
e) Bacen.
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Dados externos e internos
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Conteúdos do capítulo
• Fontes básicas de informação.
• Segregação entre dados internos e dados externos.
• Dados internos das pessoas jurídicas.
• Dados internos das pessoas físicas.
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. entender a importância do levantamento de informações para a elaboração 
de um processo de crédito;
2. diferenciar dados internos e dados externos;
3. identificar as principais fontes de informação externa disponíveis na internet;
4. identificar as principais informações internas que devemos levantar ao 
longo do processo de análise de crédito; 
5. identificar os principais documentos integrantes de um processo de análise 
de crédito;
6. efetuar o exercício de cruzamento de informações para identificar qualquer 
dado que não permita a aprovação de crédito para um determinado cliente;
7. elaborar uma ficha de cadastro ou ficha cadastral de pessoa física;
8. elaborar uma ficha cadastral de pessoa jurídica.
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4.1 Fontes básicas de informação
Vimos no capítulo anterior que a melhor matéria-prima para um bom 
trabalho de análise de crédito é a informação, seja ela interna (forne-
cida pelo cliente), seja ela externa (dados macroeconômicos e setoriais). 
O levantamento desses dados é primordial para reduzirmos o risco de 
inadimplência. A seguir, faremos uma explanação de algumas das princi-
pais fontes de dados que podem subsidiar um bom trabalho de análise e 
decisão de crédito.
4.2 Dados externos
Os dados externos compreendem as informações que não foram geradas 
pelo potencial cliente, mas que podem, de maneira direta ou indireta, a 
curto ou longo prazo, influenciar sua saúde financeira e, assim, o risco 
de crédito. A maioria desses dados é divulgada nos meios de imprensa e, 
portanto, são de fácil acesso.
Atualmente, a internet tem funcionado como uma importante ferra-
menta para a coleta de informações, visto a rapidez com que ocorre a 
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atualização dos dados disponíveis. A seguir, veremos alguns exemplos de 
fontes confiáveis para o levantamento de dados: 
a) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): principal órgão nacional 
de levantamento e análise de dados estatísticos nacionais. Cabe ao 
IBGE a geração de uma série de informações sócioeconômicas e am-
bientais.
 O IBGE disponibiliza informações sobre:
• renda da população;
• desempenho econômico por região;
• perfil das famílias;
• nível de atividade econômica por região do país, estado e cidade;
• níveis de desenvolvimento social da população;
• distribuição da riqueza por região, estado e cidade;
• inflação.
b) Fundação Getulio Vargas (FGV): uma das principais entidades públicas de 
cunho econômico, é formada por pesquisadores e profissionais da 
área de economia. Fundada em 1944, dedica-se à pesquisa no campo 
das ciências sociais, da administração e da economia. A FGV edita as 
seguintes publicações:
•	 Administração de Empresas;
•	 Conjuntura Econômica;
•	 Administração Pública;
•	 Revista	Brasileira	de	Economia.
Uma das principais informações fornecidas por essa fundação é a 
inflação do país por meio do Índice Geral de Preços (IGP), que serve, 
entre outras coisas, para determinar o reajuste de preços de aluguéis e de 
contratos de serviços.
c) Conjuntura Econômica: revista mensal de análise econômica, editada 
pela FGV/Instituto Brasileiro de Economia, tem como objetivo divul-
gar os resultados de pesquisas a respeito da conjuntura econômica, 
observando os negócios e a evolução financeira e monetária.
d) Conselho Monetário Nacional (CMN): órgão federal responsável pelas 
emissões de papel-moeda, pela fixação de normas para a política 
cambial, pela aprovação de orçamentos monetários, pela limitação 
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das taxas de juros, descontos e comissões, e pela disciplina do crédito, 
entre outras atividades de caráter mais burocrático.
e) Comitê de Política Monetária (Copom): órgão de apoio do CMN, sua 
principal função é a determinação da taxa de remuneração dos 
títulos públicos federais controlados por meio da taxa Selic. A im-
portância dessa taxa reside no fato da mesma servir de baliza de 
remuneração de todo o capital monetário circulante na economia 
nacional.
f) Banco Central do Brasil (Bacen): órgão executivo dentro da estrutura norma-
tiva do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e subordinado ao CMN, tem, 
entre outras obrigações, controlar e divulgar as taxas de juros pratica-
das no mercado, a legislação financeira vigente e as operações com mo-
eda estrangeira efetuadas no país. 
Por meio do Bacen é possível obter informações a respeito de:
• critérios de classificação de risco adotados pelo mercado;
• taxas de câmbio;
• taxas de juros praticadas no mercado;
• índices de liquidez e inadimplência.
g) Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa): instituição sem fins lucra tivos, 
cujo objetivo principal é a integração entre investidores e empresas 
de capital aberto (sociedades anônimas). Por meio de seu endereço na 
internet, é possível o acesso a informações econômico-financeiras de 
diversas empresas de diferentes setores.
4.3 Dados internos
Os dados internos são aqueles que caracterizam o cliente, ou seja, são 
aqueles que oferecem informações que demonstram os seus 5 Cs.
Para facilitar o nosso estudo, iremos dividir o dados internos em dois 
grupos: dados de clientes pessoas jurídicas e dados de clientes pessoas 
físicas, de modo que fique claro o escopo de informações pertinentes a 
cada um, bem como a forma de coleta destas.
4.3.1 Clientes pessoas jurídicas
Existem várias fontes capazes de fornecer os dados internos de um cliente 
pessoa jurídica. A seguir, veremos algumas delas: 
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• serviços de proteção ao crédito (Serasa, Serviços de Proteção ao 
Crédito – SPC –, Associações Comerciais, entre outros);
• balanços contábeis (cujos índices serão apresentados e calculados a 
posteriori);
• referências comerciais e bancárias;
• visita ao próprio cliente.
De todas as fontes citadas, a mais importante, sem sombra de dúvida, 
é a visita ao cliente, pois só assim é possível termos uma visão plena da 
empresa solicitante, bem como da veracidade de suas informações e da 
sua real necessidade.
Uma visita ao cliente deve ser estruturada de modo que possibilite a coleta 
do maior volume de dados possível, sem sobrecarregar o cliente em potencial. 
Uma reunião muito longa ou desorganizada pode por em risco o negócio.
Esses dados são segregados em dados gerais e itens de avaliação: 
a) Dados gerais: nome da empresa, endereço, nome e cargo do responsá-
vel pelo contato, telefone, fax, e-mail, endereço na internet.
•	 Nome: razão social e nome de fantasia.
•	 Endereço do local visitado: endereço da matriz, ou da filial, bem como 
dos demais lugares que foram visitados.
•	 Nome e cargo da pessoa de contato: nome da pessoa com quem será feito 
o contato para que qualquer analista possacomunicar-se com ela. 
Dá-se preferência sempre ao representante do cliente que recep-
cionou o analista de crédito.
•	 Contato: formas possíveis de comunicação com o representante 
do cliente, como telefone, e-mail, endereço para correio, melhores 
horários para contato, nome do assistente direto, entre outros. 
b) Itens de avaliação: nível estratégico da sua localização, qualidade das ins-
talações, infraestrutura, nível técnico da equipe operacional, qualifi-
cação técnica da equipe de gestão, clima organizacional, sistemas de 
gestão aplicados, softwares de gestão e principais procedimentos inter-
nos, organograma interno, principais fornecedores, principais clientes, 
posição dos estoques, ciclo operacional, logística.
•	 Nível estratégico da sua localização: A que distância a empresa está 
de seus clientes? A que distância a empresa está de seus forne-
cedores? Como a empresa administra essas distâncias? Qual é o 
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custo de fretes sobre suas operações? Como a empresa administra 
esses custos?
•	 Qualidade das instalações: Qual é a idade do espaço em que a empresa 
está sediada? Como estão as instalações elétricas e hidráulicas da 
empresa? Quando foi feita a última reforma? Quais os maiores 
problemas existentes nessas instalações? Há espaço suficiente para 
a implantação de novas atividades ou operações nesse espaço? Qual 
o nível de limpeza e organização desse espaço?
•	 Infraestrutura: Qual a composição e a idade dos equipamentos 
utilizados pelo cliente em suas atividades operacionais? Qual 
é a sua estrutura de transferência e geração de dados? Qual é o 
nível de segurança de sua rede de informática? Qual é o nível e a 
frequên cia da manutenção dos equipamentos? Qual sua origem, 
nacional ou importada? Quem são os fornecedores de sua infraes-
trutura? Quais são as fontes dos recursos que a empresa utiliza 
para adquirir esses equipamentos?
•	 Nível técnico da equipe: Qual o grau de escolaridade da equipe opera-
cional da empresa? Quantos são devidamente alfabetizados? 
Quantos têm formação técnica naquilo que desempenham pela 
empresa? De onde a empresa obtém mão de obra qualificada para 
suas necessidades operacionais? Existe alguma parceria?
•	 Qualificação técnica da equipe de gestão: Quantos e quais são os gestores 
formados? Qual a formação profissional/experiência dos gestores 
da empresa? Quais e quantos desses gestores são “pratas da casa”?
•	 Clima organizacional: Como é a divisão de tarefas e de responsa-
bilidades da empresa? Como os demais funcionários encaram 
seus papéis dentro da organização? Qual o nível de satisfação 
dos trabalhadores com suas atividades e com a empresa? Existe 
algum programa de premiação ou de promoção dos funcionários 
que mais se destacam? Há algum programa de reciclagem para os 
funcionários da empresa?
•	 Sistemas de gestão aplicados: Quais as ferramentas/conceitos de 
gestão aplicados na empresa (5S, Kaisen, ISO etc.)? Caso não tenha 
um sistema formal, há o interesse em desenvolver um? 
•	 Software de gestão e principais procedimentos internos: A empresa conta 
com um software ERP (Enterprise Resource Planning) de gestão? Qual 
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é esse sistema? Qual é a empresa provedora desse sistema? Qual 
seu endereço de internet?
•	 Organograma interno: Existe um organograma interno da em presa? 
Quantos níveis/degraus há nesse organograma? Em quantos 
depar tamentos é dividido esse organograma?
•	 Principais fornecedores: Quais são os principais fornecedores da 
empresa? Qual é a sua participação percentual sobre o total de 
compras da empresa? Quais as dificuldades de relacionamento 
entre a empresa e esses fornecedores? Que condições de paga-
mento são oferecidas por esses fornecedores? Qual o prazo médio 
de pagamento praticado com esses fornecedores? Nome de contato 
desses fornecedores.
•	 Principais clientes: Quais são os principais clientes da empresa? Qual 
é a sua participação percentual sobre o total de vendas da empresa? 
Quais as dificuldades de relacionamento entre a empresa e esses 
clientes? Quais condições de pagamento são oferecidas para esses 
clientes? Qual o prazo médio de pagamento desses clientes (nome 
de contato desses clientes)?
•	 Posição dos estoques: Quais são os principais componentes dos 
estoques da empresa? Qual é o percentual de participação dos 
mesmos sobre os estoques totais da empresa? Qual o prazo médio 
de renovação dos estoques da empresa? Os estoques da empresa 
são segurados?
•	 Ciclo operacional: Resultado da diferença entre os prazos de paga-
mento oferecidos pelos fornecedores e os cobrados dos clientes. 
Quanto maior o prazo de fornecedores perante o prazo de clientes, 
melhor será para a empresa. Caso contrário, questionar quais são 
as medidas adotadas pela empresa para eliminar esse problema. 
•	 Logística: Quais os instrumentos logísticos utilizados pela empresa 
para receber seus insumos dos fornecedores e para entregar seus 
produtos aos clientes? 
4.3.2 Clientes pessoas físicas
Ao contrário do processo de levantamento de dados internos dos clientes 
pessoas jurídicas, o processo de clientes pessoas físicas é bastante ágil e 
dinâmico quanto ao número e complexidade das informações. 
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Essas informações são as seguintes:
• nome;
• Cadastro de Pessoa Física (CPF);
• estado civil e nome do(a) cônjuge;
• empresa em que trabalha;
• endereço residencial;
• telefone comercial;
•	 e-mail comercial;
• bens móveis, imóveis e outros;
• referências bancárias;
• referências comerciais;
• referências pessoais.
4.4 Documentos e cruzamento de informações
Ao longo de todo o processo de levantamento de dados e de análise de 
crédito, o maior volume possível de dados deve ser comprovado por meio 
de documentos. A necessidade dessa comprovação reside no foco jurídico 
que toda operação comercial envolve. Em outras palavras, quanto maior o 
volume de documentos que comprovam os dados fornecidos pelo cliente, 
maior será sua responsabilidade sobre os mesmos. 
Por mais bem estruturada e detalhada que seja uma análise de crédito, 
toda e qualquer operação comercial envolve risco de inadimplência. Assim, 
esses mesmos documentos podem servir de base legal (prova) para quais-
quer operações de cobrança e de execução de garantias que, porventura, 
possam ocorrer.
Dessa forma, os principais documentos quedevem ser apresentados 
pelo potencial cliente quando do fornecimento de informações para uma 
análise de crédito são: 
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CLIENtE PESSoA juríDICA
• cópia do cartão de Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
• cópias dos balanços patrimoniais e demonstrações de resultado 
de exercício (DRE) dos últimos três anos (devidamente assinados 
pelos representantes das empresas e pelo contador);
• cópias do balancete de verificação do mês mais recente (também 
com as devidas assinaturas);
• cópias das certidões negativas de débitos federais, estaduais e 
municipais em nome da empresa;
• cópia de documentos de propriedade de terrenos, veículos e simi-
lares (caso esses sejam colocados como colateral da operação em 
questão);
• relação do endividamento bancário, classificado por banco, moda-
lidade de empréstimo, valor e data de vencimento;
• relação mensal do faturamento dos últimos três anos (devida-
mente assinada pelo representante da empresa e pelo contador);
• Declaração de Informações Econômico-fiscais da Renda Pessoa 
Jurídica (DIPJ) do último ano, acompanhada do número do 
recibo de envio para Receita Federal;
• cópia dos documentos particulares dos sócios e representantes 
legais da empresa (Registro Geral – RG –, CPF e comprovantes 
de residência);
• cópia simples do comprovante de endereço da empresa.
CLIENtE PESSoA FíSICA
• cópia do RG e CPF;
• cópia do RG e CPF do(a) cônjuge;
• cópia dos últimos três registros na Carteira de Trabalho e 
Previdência Social (CTPS);
• cópia de comprovante de renda, holerite (caso registrado em 
carteira), benefício (caso aposentado ou pensionista da Previdência 
Social) ou outros (caso autônomo);
• cópia de comprovante de residência (cópia de fatura de luz, água 
e/ou telefone);
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• cópia da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) do 
último ano (com o respectivo recibo de envio à Receita Federal);
• cópia dos comprovantes de propriedade de imóveis, veículos e 
semelhantes (caso esses sejam usados como colateral na operação 
comercial em questão).
4.5 A importância da ficha cadastral
A ficha cadastral é um instrumento fundamental para o processo 
de análise de crédito, pois se trata de um resumo com as principais 
informações que nos orientarão quanto ao julgamento que faremos a 
respeito do cliente.
De acordo com o perfil do tomador, há um tipo específico de ficha cadas-
tral. Os itens a seguir procuram demonstrar de maneira bastante prática 
os dados fundamentais para cada uma delas.
4.5.1 Ficha cadastral para pessoas físicas
A ficha cadastral de pessoas físicas preocupa-se, principalmente, com 
os vínculos do cliente (familiares, profissionais, comerciais e bancá-
rios). Além desses dados, a ficha cadastral pessoa física serve para nos 
orientar quanto ao nível de risco do cliente, bem como dos colate-
rais que o mesmo dispõe. Um cuidado muito importante que devemos 
tomar, quando da análise do cliente, é o arquivamento dos documentos 
e da ficha de entrevista que subsidiaram a formação da ficha cadastral.
A figura a seguir apresenta um modelo sugerido de ficha cadastral 
pessoa física: 
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Figura 4.1 – Ficha cadastral pessoa física
DADoS PESSoAIS
Nome Chrystian Marcelo Rodrigues
rG 7777-PR tipo Corecon Expedição 13/11/2002
CPF 000.999.444-10
Naturalidade Curitiba Estado PR Nascimento 24/09/1975
Estado civil Casado
Nome do cônjuge Rosangela Fátima Rodrigues Idade 30
Dependentes 3
Nome Parentesco Idade
Rosangela Fátima Rodrigues Esposa 30
Emanuelle Subtil Rodrigues Filha 5
Eloize Subtil Rodrigues Filha 5
Endereço atual completo
Logradouro Joaquim de Brito Número 310 Complemento AP 01
Cidade Curitiba Estado PR
CEP 81000-800 telefone 41 5555-5555
DADoS ProFISSIoNAIS
Atividade atual
rG 7777-PR tipo CTPS
Empresa
Logradouro
Rua do 
Trabalho
Número 999 Complemento BL 10
Cidade Curitiba Estado PR
CEP 80000-000 telefone 41 6666-6666
Cargo tempo no cargo
rendimento mensal
BENS E ProPrIEDADES
Bens
Imóvel
Veículo
rEFErÊNCIAS
Banco Agência telefone
Banco Agência telefone
Comercial telefone
Comercial telefone
Pessoal Parentesco telefone
Pessoal Parentesco telefone
Local Data
Assinatura
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4.5.2 Ficha cadastral para pessoas jurídicas 
Mais abrangente que a ficha cadastral para pessoas físicas, a ficha de cadastro 
de pessoas jurídicas deve se preocupar não apenas com os dados de identi-
ficação da companhia, mas também com os colaterais que forem oferecidos 
tanto por parte da empresa cliente quanto por parte de seus sócios.
A análise da situação da empresa deve ser complementada com a análise 
de seus sócios, pois a postura destes é um forte indicativo da qualidade 
de crédito que a empresa tomadora oferece. Semelhantemente às fichas de 
pessoas físicas, as de pessoas jurídicas devem ser arquivadas com todos os 
documentos que suportaram o seu preenchimento.
A figura a seguir apresenta um modelo proposto de ficha de cadastro 
de pessoas jurídicas: 
Figura 4.2 – Ficha cadastral pessoa jurídica
IDENtIFICAção
Razão social
Endereço Nº Compl.
Bairro Cidade UF
CEP
Telefones Fax:
Contato
e-mail
DADoS juríDICoS
Nº CNPJ
Registro na Junta Comercial Fundação
Última alteração
Ramo de atividade
Capital social
Forma de constituição
DADoS FINANCEIroS
Vendas mensais médias À vista A Prazo:
Fornecedores (30 dias) Estoques
Seguros Aluguéis
Salários Imóveis
rEFErÊNCIAS – ForNECEDorES
Razão social CNPJ Telefone Contato Part. compras (%)
rEFErÊNCIAS – BANCoS
Banco Agência Telefone Contato Linha Limite Valor tomado
 (continua)
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INForMAçõES DoS SÓCIoS
Sócio 1 Cargo
CPF RG Órgão expedidor
Nascimento Naturalidade Estado
Pai
Mãe
Endereço Nº Compl.
Bairro Cidade Estado CEP
Part. no capital social (%)
Bens passíveis de uso como garantia
Item Valor de mercado
Sócio 2 Cargo
CPF RG Órgão expedidor
Nascimento Naturalidade Estado
Pai
Mãe
Endereço Nº Compl.
Bairro Cidade Estado CEP
Part. no capital social (%)
Bens passíveis de uso como garantia
Item Valor de mercado
Empresas em que os sócios ou cônjuges façam parte
Sócio 1
Razão social CNPJ
Razão social CNPJ
Razão social CNPJ
Sócio 2
Razão social CNPJ
Razão social CNPJ
Razão social CNPJ
Declaramos, sob as penas da lei, que as informações aqui prestadas são verdadeiras
Local e data
Assinatura do representante legal
 (Figura 4.2 – conclusão)
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Um cuidado muito importante, tanto no preenchimento da ficha cadas-
tral da pessoa física quanto no da pessoa jurídica, é a comprovação das 
informações catalogadas, seja pela confirmação documental, seja pela 
confirmação via contatos (telefone ou e-mail).
Em outras palavras, 100% das informações lançadas na ficha cadastral 
do pretenso tomador devem ser verdadeiras e fidedignas.
Síntese
Fontes externas de informação:
a) IBGE;
b) FGV;
c) CMN;
d) Copom;
e) Bacen;
f) Bovespa.
Fontes internas de informação:
a) Pessoas jurídicas:
• serviços de proteção ao crédito (Serasa, SPC, associações comer-
ciais etc.);
• balanços contábeis;
• referências comerciais e bancárias;
• visita ao próprio cliente;
• cópia do cartão de CNPJ;
• cópias dos balanços patrimoniais e DRE dos últimos três anos;
• cópias do balancete de verificação do mês mais recente;
• relação do endividamento bancário, classificado por banco, moda-
lidade de empréstimo, valor e data de vencimento;
• relação mensal do faturamento dos últimos três anos;
• cópia dos documentos particulares dos sócios e representantes 
legais da empresa (RG, CPF e comprovantes de residência).
b) Pessoas físicas:
• nome;
• estado civil e nome do(a) cônjuge;
• empresa em que trabalha;
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• endereço residencial;
• telefone comercial;
•	 e-mail comercial;
• bens móveis, imóveis e outros;
• referências bancárias;
• referências comerciais;
• referências pessoais;
• cópia do RG e CPF;
• cópia de comprovante de renda, holerite, benefício ou outros.
Ficha cadastral:
• é um resumo com as principais informações que orientarão o 
julgamento a ser feito a respeito do cliente;
• a ficha cadastral de pessoas físicas preocupa-se, principalmente, com 
os vínculos familiares, profissionais, comerciais e bancários do cliente;
• a ficha de cadastro de pessoas jurídicas se preocupa não somente 
com os dados de identificação da companhia, mas também com os 
colaterais que forem oferecidos tanto por parte da empresa cliente 
quanto por parte de seus sócios.
Exercícios resolvidos
1. Uma das principais informações fornecidas por essa fundação é a inflação 
do país por meio do IGP, que serve, entre outras coisas, para a determi-
nação do reajuste de preços de aluguéis e de contratos de serviços.
a) CMN.
b) Bacen.
c) IBGE.
d) FGV.
e) Conjuntura Econômica.
Comentário: o CMN e o Bacen são responsáveis pelas deliberações e 
diretrizes que o mercado financeiro deve seguir no Brasil. Já o IBGE 
concentra suas atividades em elaboração de pesquisas estatísticas perti-
nentes ao desenvolvimento sócioeconômico do Brasil. Assim como a 
FGV, o IBGE também elabora uma série de indicadores de inflação, mas 
o IGP é de responsabilidade da FGV.
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2. Órgão executivo dentro da estrutura normativa do SFN, subordinado 
ao CMN. É seu dever, entre outras obrigações, controlar e divulgar as 
taxas de juros praticadas no mercado, a legislação financeira vigente e 
as operações com moeda estrangeira efetuadas no país.
a) CMN.
b) Bacen.
c) IBGE.
d) FGV.
e) Conjuntura Econômica.
Comentário: apesar de todos os órgãos citados serem públicos, à 
exceção do Bacen, todos os demais possuem administração indepen-
dente do CMN.
3. Relacione a primeira coluna com a segunda:
Pessoas físicas (F).
Pessoas jurídicas (J).
(J) Cartão CNPJ.
(F) Holerite.
(J) Balancete de verificação.
(F/J) Comprovante de residência.
(F/J) Certidões de propriedade sobre terrenos e imóveis.
(J) Relação mensal de faturamento.
(J) Documentos dos sócios.
(F) CTPS.
(J) Balanços patrimoniais.
(J) Certidões negativas.
(F/J) DIRPF.
Questões para revisão
1. Procure na revista Conjuntura Econômica informações setoriais a 
res peito da empresa em que você trabalha e analise como esta se 
en con tra nesse setor.
2. Discuta com seus colegas de que maneira as informações macroeconô-
micas são tratadas por sua empresa e determine formas de melhorar 
esses processos.
3. Selecione um colega e faça todas as perguntas que você acha perti-
nentes para um processo de concessão de crédito. Neste exercício, 
busque encontrar contradições ou informações faltantes a respeito do 
cliente para, em seguida, determinar se ele é merecedor de crédito. 
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Após a coleta das informações, peça ao seu colega todos os documentos 
comprobatórios das informações oferecidas. Em seguida, cruze esses 
documentos com os dados por ele fornecidos na questão anterior. 
4. Selecione uma empresa e levante o máximo de informações possíveis, a 
fim de determinar o perfil desta para uma futura aprovação de crédito.Não se esqueça de documentar os dados obtidos. 
Nos exercícios que seguem, indique a alternativa correta.
5. Órgão executivo do sistema financeiro nacional, cuja função é a deter-
minar das diretrizes básicas dos processos de crédito a serem adotados 
pelas instituições financeiras.
a) CVM.
b) BNDES.
c) CMN.
d) Bacen.
e) Banco do Brasil.
6. A análise da qualidade das instalações, do nível estratégico das instala-
ções do tomador, sua infraestrutura, o nível técnico de sua equipe, bem 
como a qualificação da mesma, fazem parte do processo de:
a) levantamento de informações externas. 
b) análise estratégica do tomador. 
c) análise SWOT.
d) levantamento de informações internas. 
e) determinação do rating do tomador.
7. “A que distância a empresa está de seus clientes? A que distância a 
empresa está de seus fornecedores? Como a empresa administra essas 
distâncias? Qual o peso de fretes sobre suas operações? Como a empresa 
administra esses custos de transportes?”
Essas perguntas, dentro do âmbito de análise de crédito, dizem respeito 
a que item de avaliação interna do pretenso tomador de recursos?
a) Qualidade das instalações.
b) Nível estratégico da sua localização.
c) Infraestrutura.
d) Nível técnico da equipe.
e) Qualificação técnica.
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Proposta de crédito
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Conteúdos do capítulo
• Conceito de proposta de crédito.
• Proposta de crédito para pessoas físicas.
• Proposta de crédito para pessoas jurídicas. 
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. estruturar uma proposta de crédito tanto para pessoas físicas quanto 
para pessoas jurídicas;
2. levantar as principais informações que compõem uma proposta de 
crédito; 
3. elaborar e analisar uma proposta de crédito.
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5.1 Conceito básico de proposta de crédito
A proposta de crédito é um documento que tem como objetivo levar ao 
conhecimento do Comitê de Crédito o perfil do cliente, bem como o limite 
que está sendo pleiteado por ele.
O processo de elaboração de uma proposta de crédito deve levar em 
consideração uma série de fatores e itens que versam tanto sobre as necessi-
dades do pretenso credor quanto sobre a política de crédito assumida 
pela empresa. A principal função dessa proposta é apresentar, de forma 
sucinta e eficiente, uma “fotografia” do cliente para aqueles que decidem 
a concessão de crédito dentro da companhia. Quanto mais sucinta e eficiente 
for essa apresentação, mais preciso e acertado será o trabalho dos comitês de 
crédito, melhores serão as alternativas oferecidas aos clientes e maiores serão os 
lucros. 
Neste capítulo, apresentaremos a estrutura básica da proposta de crédito, 
tanto para pessoas jurídicas quanto para pessoas físicas. É importante 
ressaltarmos que o modelo de proposta que se apresenta neste capítulo 
é utilizado pelos bancos e demais instituições financeiras. Entretanto, 
isso não significa que um processo de crédito precisa apresentar, 
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necessariamente, todas as informações aqui solicitadas. O modelo de 
proposta pode ser adaptado e flexionado de acordo com as necessidades 
de cada empresa. 
5.2 Modelo de proposta para pessoas jurídicas
As propostas de crédito de pessoas jurídicas são mais complexas se 
com paradas às de pessoas físicas. Tal fato se deve pelo número de variá-
veis e de informações que merecem estudo e análise dos comitês de crédito.
Assim, os fatores que dizem respeito ao cliente e que devem ser apre-
sentados ao Comitê de Crédito são:
a) Apresentação institucional da empresa: nesse item, devemos apresentar 
todas as informações que possibilitem a identificação da empresa. 
Essas informações podem ser:
•	 Razão social e nome de fantasia. 
•	 Capital social: destacar o valor, o número de cotas, a distribuição 
entre os sócios, o valor já integralizado, o valor a integralizar e a 
data dessa futura integralização.
•	 Ramo de atividade: breve descritivo da atividade principal da 
empresa, bem como da sua região geográfica e do perfil dos 
clientes atendidos.
•	 Histórico: destacar a data de fundação, o nome do fundador, os 
principais feitos da empresa, os principais fatos históricos que 
auxiliaram a empresa a atingir sua posição atual e as principais 
mudanças societárias. 
•	 Estrutura de recursos humanos: composição do quadro fun cional da 
empresa, mostrando o número total de funcionários, a distri-
buição destes entre os departamentos e a sua formação profissional 
(inclusive as dos gerentes), além do número de departamentos 
existentes na empresa. É importante destacar se a empresa tem 
pessoal competente suficiente para manter a organização no 
estado em que se encontra ou não.
•	 Estrutura funcional e de informática: composição da estrutura opera-
cional e de informática, e se as mesmas estão adequadas à 
atividade principal da companhia. Destacar como é sua política de 
manutenção e renovação de equipamentos, bem como quais são 
as fontes dos recursos usados (bancos, financeiras, fornecedores).
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b) Análise mercadológica: nesse item devem ser caracterizados o mercado 
em que a empresa atua, bem como seu papel nesse mercado. As prin-
cipais informações são:
•	 Principais clientes: identificação dos principais clientes da empresa e 
quanto cada um representa nas vendas totais. Locali zação geográ-
fica e forma como a empresaos atende. Volume total do mercado 
e quem são os principais consumidores. Evolução mensal das 
vendas da empresa nos últimos três anos e o volume acumulado 
destas. Expectativas de consumo do mercado a curto, médio e 
longo prazos. Comparação entre o preço médio praticado pela 
empresa e a média do praticado pelo mercado. Modalidade de 
vendas mais praticado no mercado etc.
•	 Principais concorrentes: identificação dos principais concorrentes 
da empresa e o quanto cada um deles representa do mercado. 
Localização geográfica e quais vantagens eles possuem em 
relação à empresa. Qual é a modalidade de vendas praticada pelos 
con correntes e quais são os principais produtos vendidos.
c) Identificação de pontos fortes e fracos: ao longo da análise comparativa da 
empresa com seus principais concorrentes, é preciso identificar em 
que pontos a instituição se apresenta mais eficiente e em que pon-
tos ela apresenta debilidades. Nesse trabalho de análise, devem ser 
apontados, também, como a empresa utiliza seus pontos fortes no 
mercado e como irá resolver suas fraquezas, para que não seja elimi-
nada pela concorrência.
d) Identificação de oportunidades e ameaças para a empresa: identificar como 
as oportunidades devem ser entendidas e todas as situações de 
mercado que possam gerar novos negócios para a empresa – novos 
produtos, processos produtivos, nichos de mercado e programas go-
vernamentais, novas linhas de financiamentos, novos programas de 
isenção fiscal e fornecedores etc. As ameaças devem ser entendidas 
como quaisquer situações que venham atrapalhar ou reduzir os ní-
veis de atividade da empresa – novos concorrentes, fim de isenções 
ou programas fiscais, época do ano, mudança no crédito adotado 
pelo mercado, produtos substitutos etc.
e) Análise das necessidades da empresa: identificar, dentro da situação em 
que a empresa se encontra, quais as suas necessidades e, diante disso, 
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quais seriam as melhores opções de crédito a serem oferecidas. Por 
necessidade, devemos entender o volume de recursos necessários 
para a questão avaliada e a composição da mesma – capital de giro, in-
vestimento em maquinário, recursos para importação ou exportação.
f) Análise dos efeitos dos recursos pleiteados sobre os números da empresa: nesse 
item é feita uma simulação dos efeitos que o recurso pleiteado pela 
empresa gera sobre as necessidades identificadas. Nesse caso, a prá-
tica mais comum é a de uma projeção de fluxo de caixa baseado nos 
demonstrativos contábeis cedidos. Em outras palavras, esse trabalho 
consiste em analisar os “alívios” conseguidos pela empresa com a 
entrada de recursos, bem como a capacidade de pagamento dos mes-
mos quando do vencimento da operação.
g) Levantamento de apontamentos de crédito: pesquisar nas fontes de crédi-
to existentes – Bacen, SPC, Serasa, associação comercial etc. –, bem 
como nas referências cedidas pela própria empresa, de apontamen-
tos/registros de inadimplência da organização. Qualquer aponta-
mento deve ser comunicado ao cliente, dando-lhe a possibilidade de 
defesa. É muito comum no mercado brasileiro casos de apontamen-
tos indevidos ou de demora na eliminação desses apontamentos. 
h) Análise financeira: com base nos demonstrativos contábeis cedidos pelo 
pretenso tomador, devem ser gerados vários indicadores financeiros. 
Esses indicadores têm como função principal a determinação da ca-
pacidade de solvência do tomador, a fim de que se possa mensurar 
o grau de risco que ele oferece. Os indicadores serão apresentados e 
explicados posteriormente. Quando a relação comercial com o pre-
tenso tomador considera a existência de operações de longo prazo, 
com no mínimo dois anos, é comum se efetuar a chamada projeção 
de	fluxo	 de	 caixa. Essa projeção deve considerar os dados contábeis 
cedidos pelo pretenso tomador, como ponto de partida, e uma série 
de indicadores de atividade econômica para a análise dos resultados 
futuros do tomador, caso ele venha a receber esse recurso. Existem 
várias ferramentas de projeção de fluxo de caixa gratuitas na internet 
que possibilitam essa análise. Uma prática que reforça o trabalho de 
análise financeira do potencial cliente é uma comparação direta dos 
seus números à média dos do mercado ou aos do principal integrante 
desse mercado, para que se possa analisar o quão distante dessa mé-
dia, ou desse líder, o pretenso tomador se encontra.
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Você poderá ver, no Apêndice localizado no final deste livro, um modelo 
de proposta de crédito para pessoas jurídicas.
5.3 Modelo de proposta para pessoas físicas
A proposta de crédito para pessoas físicas é bem mais simples se a compa-
rarmos com a feita para as pessoas jurídicas, pois a maior parte dela tem 
como base a ficha de cadastro e os documentos já entregues pelo pretenso 
tomador.
Outra vantagem que a proposta de pessoas físicas possui é a escolha 
do recurso financeiro a ser oferecido/aprovado, pois, por sua natureza, 
normalmente o cliente procura a empresa com suas necessidades e ideias 
formadas. Assim, nesse caso, os pontos básicos a serem apresentados ao 
Comitê de Crédito são:
• Identificação do cliente: nome completo e números de identificação 
correspondentes: RG, CPF, Carteira Nacional de Habilitação (CNH) 
etc.
• Localização residencial e comercial: os respectivos endereços com pletos, 
incluindo o Código de Endereçamento Postal (CEP) corres pondente 
a cada endereço.
• Dados comerciais: nome da empresa em que trabalha, cargo assumido, 
tempo no cargo, salário mensal.
• Dados familiares: nome, atividade profissional e salário mensal. Nome 
e idade dos filhos, nome dos pais do pretenso tomador.
• Descrição de propriedades e bens: descritivo dos bens e propriedades do 
tomador, com as características e os respectivos valores de mercado 
que possam servir de garantia para o empréstimo. 
• Levantamento de apontamentos de crédito: pesquisa nas fontes de consulta 
de crédito existentes – Bacen, SPC, Serasa, associação comercial etc. –, 
bem como nas referências de apontamentos/registros de inadim-
plência, cedidas pela própria empresa. Qualquer apontamento deve 
ser comunicado ao pretenso tomador, de forma que ele tenha possi-
bilidade de defesa. 
• Análise financeira: cálculo que deve considerar, principalmente, o peso 
do repagamento do recurso pleiteado e a renda familiar mensal do 
tomador.
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Depois de elaboradas, as propostas serão levadas ao comitê responsável 
pela aprovação ou não das mesmas. 
Síntese
A proposta de crédito consiste da compilação suscinta e precisa das 
informações levantadas a respeito de determinado cliente, bem como 
a respeito de seus interesses perante a empresa e o tipo do negócio 
proposto. O objetivo principal é gerar agilidade no processo de tomada 
de decisão por parte da empresa.
Dados fundamentais para uma proposta de crédito:
Pessoa jurídica
a) Apresentação institucional da empresa:
• razão social e nome de fantasia;
• capital social;
• ramo de atividade;
• histórico;
• estrutura de recursos humanos; 
• estrutura funcional e de informática. 
b) Análise mercadológica:
• principais clientes;
• principais concorrentes;
• identificação de pontos fortes e fracos;
• identificação de oportunidades e ameaças para a empresa.
c) Análise das necessidades da empresa.
d) Análise dos efeitos dos recursos pleiteados sobre os números da 
empresa.
e) Levantamento de apontamentos de crédito.
f) Análise financeira.
Pessoa física
a) Identificação do cliente.
b) Localização residencial e comercial.
c) Dados comerciais.
d) Dados familiares.
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e) Descrição de propriedades e bens.
f) Levantamento de apontamentos de crédito.
g) Análise financeira.
Exercícios resolvidos
1. Razão social e nome de fantasia, capital social, ramo de atividade, histó-
rico, estrutura de recursos humanos, estrutura funcional e de informática 
são elementos que fazem parte da:
a) apresentação institucional. 
b) análise mercadológica. 
c) identificação de pontos fortes e fracos. 
d) identificação de oportunidades e ameaças. 
e) análise das necessidades da empresa. 
f) análise dos efeitos dos recursos pleiteados. 
Comentário: embora a efetiva montagem de uma proposta de crédito não 
siga estritamente a ordem do levantamento de dados desenvolvido pelo 
Departamento de Crédito, é importante, até para efeitos de uma possível 
execução de garantias, que os dados de identificação da instituição anali-
sada sejam os primeiros a serem apresentados. Em outras palavras, a 
apresentação institucional – com os dados de identificação do tomador 
do crédito –, devem ser sempre os primeiros a serem vistos pelos deci-
sores responsáveis pela liberação do negócio.
2. Descrição dos principais clientes e dos principais concorrentes são elementos 
que fazem parte da:
a) apresentação institucional.
b) análise mercadológica.
c) identificação de pontos fortes e fracos.
d) identificação de oportunidades e ameaças.
e) análise das necessidades da empresa.
f) análise dos efeitos dos recursos pleiteados. 
Comentário: o posicionamento do tomador no mercado em que atua, seja 
como pessoa física, seja como pessoa jurídica, é importante para que a 
empresa saiba se o mercado possui grandes operadores capazes de gerar 
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grandes negócios, ou entraves, ao pretenso tomador de crédito. Assim, 
de nada adianta identificarmos o tomador na apresentação institucional, 
sem sabermos como é composto o mercado em que ele atua.
3. O levantamento de todas as situações de mercado que possam gerar 
novos negócios para a empresa – novos produtos, processos produtivos, 
nichos de mercado e programas governamentais, novas linhas de finan-
ciamentos, novos programas de isenção fiscal e novos fornecedores, 
entre outros –, são elementos que fazem parte da:
a) apresentação institucional.
b) análise mercadológica.
c) identificação de pontos fortes e fracos.
d) identificação	de	oportunidades	e	ameaças.
e) análise das necessidades da empresa.
f) análise dos efeitos dos recursos pleiteados.
Comentário: como a questão do crédito sempre está associada ao paga-
mento futuro de uma operação comercial fechada no presente, é de 
extrema importância que se saiba se o pretenso tomador dispõe de 
uma gama de alternativas que lhe garantam o futuro ou se há ameaças 
capazes de pôr sua saúde financeira em risco e de ameaçar, também, 
o negócio a ser fechado com a empresa. Em outras palavras, é impor-
tante conhecer o universo de oportunidades e ameaças que cercam o 
pretenso tomador do crédito.
4. A projeção de fluxo de caixa, baseada nos demonstrativos contábeis 
cedidos, faz parte da: 
a) apresentação institucional.
b) análise mercadológica.
c) identificação de pontos fortes e fracos.
d) identificação de oportunidades e ameaças.
e) análise das necessidades da empresa.
f) análise dos efeitos dos recursos pleiteados. 
Comentário: toda e qualquer operação de crédito envolve uma necessi-
dade por parte do tomador e, portanto, cabe ao analista identificar 
se essa operação surtirá os efeitos citados pelo tomador quando do 
pedido da operação.
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Questões para revisão
1. Reúna-se em grupo com seus colegas de estudo e monte um modelo de 
proposta de crédito adaptado às necessidades da empresa de alguém 
do grupo. Identifique quais itens do modelo de proposta descritos no 
capítulo podem melhorar o modelo proposto por vocês.
2. Preencha os dados da proposta elaborada com as informações da empresa 
e analise os riscos de crédito dessa instituição.
Nos exercícios que seguem, indique a alternativa correta.
3. "Quais são as ferramentas/conceitos de gestão aplicados na empresa? 
Caso não tenha um sistema formal, há o interesse em desenvolver um?"
Essas perguntas, dentro do âmbito de análise de crédito, dizem respeito 
a que item de avaliação interna do pretenso tomador de recursos?
a) Clima organizacional.
b) Sistema de gestão aplicado. 
c) Softwares de gestão aplicados. 
d) Organograma interno.
e) Principais fornecedores.
4. "A empresa conta com um software ERP de gestão? Qual é esse sistema? Qual 
é a empresa provedora desse sistema? Qual seu endereço de internet?"
Essas perguntas, dentro do âmbito de análise de crédito, dizem respeito 
a que item de avaliação interna do pretenso tomador de recursos?
a) Clima organizacional.
b) Sistema de gestão aplicado.
c) Softwares de gestão aplicados.
d) Organograma interno.
e) Principais fornecedores.
5. "Em quantos departamentos é dividida essa empresa?"
Essa pergunta, dentro do âmbito de análise de crédito, diz respeito a 
que item de avaliação interna do pretensotomador de recursos?
a) Clima organizacional.
b) Sistema de gestão aplicado.
c) Softwares de gestão aplicados.
d) Organograma interno.
e) Principais fornecedores.
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Indicadores financeiros
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Conteúdos do capítulo
• Alicerces da análise de crédito das pessoas físicas.
• Alicerces da análise de crédito das pessoas jurídicas.
• Análise financeira de balanços para efeitos de crédito.
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. efetuar as seis formas de análise de um cliente pessoa física, quando da 
liberação de crédito;
2. analisar a saúde financeira de um cliente pessoa jurídica, com base em 
indicadores financeiros. 
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6.1 Esferas da análise de crédito das pessoas físicas
Como vimos nos capítulos anteriores, o processo de análise de crédito é 
um dos principais alicerces de qualquer empresa, pois indica a viabili-
dade não só de vendas isoladas, como também da política de vendas como 
um todo. Diante disso, o trabalho de um analista deve ser o mais preciso 
possível, pois é sobre ele que recai a capacidade de identificar e mensurar 
os riscos que cada um dos pretensos tomadores oferece à organização. 
Assim, dentro desse escopo de trabalho e tendo os 5 Cs do crédito como 
base conceitual, a análise de crédito para pessoas físicas deve ser alicer-
çado em seis esferas principais:
a) Análise cadastral: consiste na determinação do perfil do cliente quanto 
a sua futura capacidade de pagamento, influenciada tanto pela renda 
quanto pelos elementos culturais e sociais (nível de estudo, estado 
civil etc.).
b) Análise de idoneidade: consiste no levantamento e na verificação de 
apontamentos de crédito em nome do pretenso tomador. Esse levan-
tamento se faz por meio de apontamentos que porventura venham a 
existir em nome do cliente.
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c) Análise financeira: seu objetivo principal é analisar a possibilidade de 
repagamento do recurso a ser disponibilizado. Em outras palavras, 
é mediante essa análise que se verifica se o empréstimo poderá ser 
pago, ou não, pelo tomador. É importante verificar os gastos mensais 
e as dívidas já existentes, para averiguar se o cliente de fato tem con-
dições de realizar um empréstimo. Caso não seja possível levantar 
esses dados, uma prática bastante utilizada é a razão entre os rendi-
mentos mensais do pretenso tomador e a prestação que será criada 
com a liberação dos recursos. Muitos setores utilizam um patamar 
mínimo de 4/1 (renda/prestação) para liberar a quantia solicitada pe-
los tomadores, mas o valor pode mudar de setor para setor. Assim, 
antes de se determinar um valor balizador, é importante fazer uma 
pesquisa em relação as outras empresas do mesmo setor e identificar 
o valor de base com o qual elas trabalham. 
d) Análise de relacionamento: trata-se da análise do histórico de relaciona-
mento do pretenso tomador de crédito com a empresa. Quando o 
cliente já é conhecido, baseia-se a presente análise da proposta de 
crédito em informações de negociações anteriores, como a frequência 
de utilização e pontualidade na amortização. Caso não seja possí-
vel obter essas informações, devemos consultar as referências dadas 
pelo próprio tomador quando do preenchimento de sua ficha cadas-
tral. Conhecer essas referências, qual seu comportamento passado e 
se, no momento da análise de crédito, o cliente ainda possui dívidas 
perante essas referências. 
e) Análise patrimonial: deve concentrar-se no levantamento de bens e pro-
priedades que possam servir de garantia para o empréstimo, pois 
quanto melhores forem as condições de repagamento, maiores serão 
os níveis de confiabilidade sobre o pretenso tomador. O Bacen determi-
na que toda e qualquer operação creditícia deve exigir dos pretensos tomadores 
garantias suficientes para garantir o retorno do capital utilizado na operação, 
sejam essas garantias físicas – como veí culos, imóveis, etc. –, sejam intangíveis 
– como o aval do tomador ou de terceiros. Um cuidado muito importante 
na análise patrimonial é a verificação de ônus já incidentes sobre o 
patrimônio analisado, bem como seu respectivo valor de mercado, 
de modo que a empresa não corra riscos de considerar como garantia 
um bem de valor inferior ao crédito concedido ou que já esteja vincu-
lado a outra instituição creditícia.
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f) Análise de sensibilidade: considera o comportamento dos indicadores 
macroeconômicos do país ou da região em que o pretenso tomador 
atua, de forma que possam ser identificados fatos que venham in-
terromper o rendimento mensal do tomador (perda do emprego, re-
dução de rendas extras etc.). Por melhores que sejam a situação de 
idoneidade e os demais indicadores do pretenso tomador, é impor-
tante sabermos como será sua situação futura.
A relação dos principais indicadores macroeconômicos, bem como 
as fontes desses dados,são citadas no terceiro e quarto capítulos, 
respectivamente. 
6.2 Esferas da análise de crédito das pessoas jurídicas
As esferas que alicerçam o trabalho de análise de crédito das pessoas 
jurídicas são as mesmas, porém, pela complexidade que é envolvida uma 
empresa, o forte da análise recai sobre a saúde financeira da mesma.
Assim, este capítulo tem como objetivo a apresentação de uma série 
de indicadores obtidos por meio dos demonstrativos contábeis – balanço 
patrimonial e DRE – cedidos pela empresa solicitante dos recursos.
Os indicadores financeiros mais utilizados no mercado para efeito de 
análise de crédito são:
• liquidez;
• margem;
• endividamento;
• ciclo operacional;
• fluxo de caixa.
6.2.1 Indicadores de liquidez
Os indicadores de liquidez representam a capacidade de solvência (paga-
mento) da empresa em determinado momento, se a mesma fosse liquidada 
por um motivo qualquer. Sua importância reside no fato de que eles 
mostram se a empresa possui bens/direitos suficientes para o pagamento 
de todas as obrigações decorrentes da aquisição de recursos por meio de 
terceiros: fornecedores, bancos, funcionários e governo.
Esses indicadores são divididos em três tipos:
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a) Liquidez geral (LG): demonstra se a empresa possui ativos sufici entes 
para o pagamento de obrigações adquiridas por meio de terceiros 
(pessoas que trabalhem com ou na empresa, mas que não figurem no 
quadro societário).
A fórmula para a determinação desse indicador é:
 Ativo total
LG = 
 Passivo total – Patrimônio líquido
Os sócios não são levados em conta nos indicadores de liquidez devido 
a dois fatores:
• Prática adotada em mercado: os sócios serão os últimos a receber paga-
mentos da empresa, condicionados à existência de disponibilidade 
para tanto. Isso se deve ao fato de a empresa ser de responsabilidade 
dos sócios e, por isso, aqueles que não possuem responsabilidade 
direta sobre a mesma devem ser “privilegiados” com a antecipação 
dos pagamentos.
• Método das partidas dobradas: a divisão do ativo pelo passivo, quando este 
considera o patrimônio líquido, torna-se igual a 1. 
Vejamos um exemplo: 
LG = R$ 1,25
Para cada R$ 1,00 devido a terceiros, a empresa apresenta R$ 1,25 em 
ativos totais para a quitação de suas dívidas.
Isso nos permite chegar a seguinte interpretação: quanto maior for o 
indicador de LG, melhor será a condição de solvência da empresa para a 
quitação de todas as suas dívidas.
b) Liquidez corrente (LC): segue os mesmos conceitos da LG, porém, tem 
como análise a situação da empresa no curto prazo, apenas com as 
obrigações e bens do circulante.
Essa evolução nos indicadores de liquidez decorre do fato de que a LG 
não leva em conta o prazo de pagamento das obrigações nem o prazo de 
realização de bens e direitos. Ou seja, não adianta a empresa apresentar 
uma LG superior a R$ 1,00 se todas as suas obrigações vencerem antes de 
seus bens se converterem em dinheiro.
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Assim, a LC “emparelha” os bens e as obrigações da empresa num 
mesmo prazo de realização (um ano).
A fórmula para a determinação da LC é:
 Ativo circulante
LC = 
 Passivo circulante
Para esse caso, a interpretação do índice é a mesma que da LG, porém, 
consideramos apenas a posição da empresa para os próximos 12 meses. 
Dessa forma, quanto maior for a LC, maior será a condição de solvência 
da empresa.
c) Liquidez seca (LS): é o mais conservador de todos os indicadores, pois 
desconsidera os efeitos dos estoques sobre a capacidade de solvência 
da empresa.
Em outras palavras, o índice de LS considera, para a determinação da 
capacidade de solvência da empresa, se a organização tem condições de 
pagar as dívidas, dentro de um ano, tendo à disposição apenas os valores 
com prazo de transformação (conversão) em dinheiro imediato ou o mais 
próximo disso. Dos três indicadores, este é, sem dúvida, o mais seguro.
A fórmula para a determinação desse indicador é:
 Ativo circulante – Estoques
LS = 
 Passivo circulante
6.2.2 Indicadores de margem
Vamos observar o segundo grupo de indicadores financeiros, referentes à 
eficiência da empresa no desempenho de suas atividades. 
Partindo do pressuposto de que o objetivo principal de uma empresa é 
o de conseguir remunerar seus esforços ao máximo e de que essa remu-
neração se dá por meio do lucro, podemos dizer que quanto maior for a 
eficiência da instituição no desempenho das suas atividades, maior será o 
seu lucro.
Esses indicadores recebem o nome de indicadores de margem. Em 
outras palavras, esses indicadores permitem identificar quais são os 
departamentos que mais contribuem para a eficiência da empresa no 
desempenho de suas atividades e quais apresentam problemas, e até 
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mesmo, identificarem qual limite a empresa se encontra da chamada zona 
de risco (prejuízo).
Para o cálculo desses indicadores, faz-se necessária a análise da DRE, 
pois ela apresenta o grau de eficiência da empresa desde o processo produ-
tivo até a administração de situações não operacionais. 
Esse grupo é dividido em indicadores de:
a) Margem bruta (MB): demonstra se a empresa possui um processo de pro-
dução eficiente, pois, caso haja problemas, estes serão refletidos dire-
tamente nos custos de fabricação de produtos.
A fórmula para a determinação desse indicador é:
 Lucro bruto
MB = • 100
 Receita operacional líquida
Conservadoramente, adota-se a receita líquida no denominador da 
fórmula, pois parte do dinheiro arrecadado com as vendas da companhia 
vai para o governo sob a forma de impostos ou é restituída aos clientes por 
várias situações.
Dessa maneira, quanto maior for a MB da empresa, maior será sua 
eficiência produtiva e mais tranquilamente os demais gastos envolvidos 
nas atividades da empresa serão pagos, sem deterioração dos ativos da 
companhia.
A figura a seguir apresenta a base de cálculo da MB: 
Figura 6.1 – Base de cálculo para a determinação da margem bruta
Lucro bruto = Margem bruta
Custos de produção
receita de vendas
b) Margem operacional (MO): demonstra se a empresa possui, além de um 
processo de produção eficiente, um processo administrativo comer-
cial eficiente, no qual os processos burocrático e operacional não 
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apresentem problemas, pois, se estes existirem, refletirão em despe-
sas exageradas.
A fórmula para a determinação desse indicador é:
 Lucro operacional
MO = • 100
 Receita operacional líquida
Desse modo, quanto maior for a MO da empresa, maior será sua 
eficiên cia, tanto produtiva quanto administrativa, e mais tranquilamente 
os demais gastos com a gestão serão pagos sem a deterioração dos ativos 
da companhia.
A figura a seguir apresenta a base de cálculo da MO:
Figura 6.2 – Base de cálculo para a determinação da margem operacional
Lucro operacional = Margem operacional
Custos de produção
receita de vendas
Despesas 
operacionais
c) Margem líquida (ML): demonstra se a empresa possui, além de um pro-
cesso operacional pleno e eficiente, condições de arcar com os gastos 
decorrentes de situações sobre as quais não tenha controle, também 
conhecidas como não operacionais.
A fórmula para a chegada a esse indicador é:
 Lucro líquido
ML = • 100
 Receita operacional líquida
Assim, quanto maior for a ML, maior será a condição da empresa de 
arcar com todas as situações em que se envolva, sejam elas operacionais 
ou não. Em outras palavras, maior será a possibilidade de remuneração 
dos sócios da companhia.
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A figura a seguir apresenta a base de cálculo da ML: 
Figura 6.3 – Base de cálculo para a determinação da margem líquida
Lucro líquido = Margem líquida
Custos de produção
receita de vendas
Despesas 
operacionais
Despesas 
não oper.
6.2.3 Endividamento
Esse grupo de indicadores demonstra o quanto a empresa deve para 
bancos e demais instituições financeiras dentro de seu quadro geral de 
endividamento (passivo).
Consideramos aqui apenas os bancos, devido ao fato de que as dívidas 
dessa natureza são as de maior risco de execução e custo.
Esse grupo é dividido em indicadores de:
a) Endividamento geral (EG): demonstra o percentual do passivo da empresa, 
composto por dívidas bancárias de curto e longo prazo. 
A fórmula para determinação desse indicador é:
Financiamento CP + Financiamento LP
EG = • 100
Passivo total
Dessa forma, quanto maior for o nível de EG da empresa, maiores serão 
os riscos de uma execução da dívida e maiores serão as possibilidades de 
gastos com despesas financeiras que, por sua vez, reduzirão a eficiência 
geral da empresa. 
b) Endividamento de curto prazo (ECP): demonstra o percentual do passivo 
da empresa, com vencimento dentro de um ano, composto por dívi-
das bancárias.
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A fórmula para determinação desse indicador é:
Financiamento CP
ECP = • 100
Passivo circulante
Desse modo, quanto maior for o nível de ECP, menores serão as possibi-
lidades de aplicação de recursos em planos de expansão de curto prazo ou 
de manutenção das atividades da empresa.
c) Endividamento bancário líquido (EBL): demonstra o percentual do passivo 
da empresa, com vencimento dentro de um ano, composto por dí-
vidas bancárias para as quais a empresa não dispõe de recursos de 
liquidez imediata (caixa, bancos, aplicações financeiras).
A fórmula para determinação desse indicador é:
Financiamento CP – Caixa – Bancos – Aplic.
EBL = • 100
Passivo circulante
Dessa maneira, quanto maior for o nível de EBL, mais a empresa depen-
derá da liquidação de ativos circulantes para o pagamento da dívida de 
curto prazo.
6.2.4 Ciclo operacional
Uma das situações mais críticas que o gestor deve administrar é o fluxo de 
recebimentos e pagamentos de sua empresa, pois um possível “descasa-
mento” dos prazos entre tudo o que a empresa tem a receber e tudo o que 
tem a pagar pode exigir da companhia a deterioração de seus ativos ou até 
mesmo levá-la a situações graves de inadimplência.
Diante desse fato, o bom gestor deve ter em mente que o fluxo ideal é 
aquele em que os recebimentos sempre ocorrem antes dos pagamentos, 
pois, dessa maneira, não haverá riscos de a empresa não dispor de dinheiro 
para honrar suas dívidas ou suspender atividades operacionais. 
Dentro desse contexto, surgem os índices de posicionamento opera-
cional. Eles partem do pressuposto de que todo recurso necessário para 
o pagamento das atividades da empresa deve ser de origem estritamente 
operacional. Ou seja, o processo de entrada de matérias-primas no estoque, 
sua transformação em produtos finais, venda e recebimento devem ser 
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ministrados de maneira tal que o pagamento dessas matérias-primas 
ocorra depois do recebimento.
Assim, se esse princípio for atendido, o ciclo de transformação e vendas 
não sofrerá riscos de ser interrompido.
A figura a seguir apresenta essa correlação:
Figura 6.4 – Correlação entre prazos de pagamento e recebimento
Processamento Venda
Pagamento 
do fornecedor
recebimento
Pedido de 
matéria-prima
Matéria-prima
Os principais indicadores de posicionamento operacional de empresas 
são:
a) Prazo médio de recebimento de vendas (PMRV): determina a média de rece-
bimento das vendas se a empresa mantiver seus níveis de duplicatas 
a receber e de receitas operacionais líquidas. 
A fórmula para a determinação desse indicador é:
 Clientes • n
PMRV = 
 Receita operacional líquida
Onde:
n = prazo (número de dias) a que se referem às demonstrações contábeis 
usadas para a análise. Exemplo: semestre 180 dias, ano 365 dias etc.
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IMPortANtE!
Um cuidado muito importante que devemos tomar em relação a 
esses indicadores é a verificação do intervalo de tempo. Como tratam 
de contas de patrimônio (saldos) e de resultados (efetivos), essas duas 
demonstrações contábeis devem se referir ao mesmo intervalo de tempo. 
Assim, se o balanço se refere ao semestre, a DRE deve ter os valores 
acumulados de 6 meses. Se for um balancete trimestral, a DRE deve ser 
de valores acumulados por 90 dias e assim sucessivamente.
b) Prazo médio de renovação de estoques (PMRE): determina o prazo médio 
em que os estoques serão totalmente consumidos e vendidos, manti-
dos os níveis de produção atuais da empresa.
A fórmula para determinação desse indicador é:
 Estoques • n
PMPE = 
 Custos de produção
c) Prazo médio de pagamento de fornecedores (PMPF): determina o prazo mé-
dio de pagamento aos fornecedores responsáveis pela manutenção 
das atividades produtivas da empresa.
A fórmula para determinação desse indicador é:
 Fornecedores • n
PMPF = 
 Custos de produção
d) Ciclo operacional (CO): é um cruzamento dos três indicadores anterior-
mente citados. Ele determina os dias de folga ou aperto nos ciclos 
produtivo e financeiro da empresa.
A fórmula para a determinação desse indicador é:
CO = PMPF – PMRV – PMRE
Assim, quanto mais negativo for o CO, pior será para a empresa, pois 
maior será a diferença de prazo entre o pagamento de fornecedores e o 
prazo em que realmente entrará dinheiro no caixa da companhia.
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Exemplo: se o CO da empresa é de −75, significa que a empresa pagará 
seus fornecedores 75 dias antes de receber suas vendas.
O gráfico a seguir apresenta uma visualização desse diagnóstico:
Gráfico 6.1 – Análise gráfica de ciclo operacional
Dias
Estoques
Fornecedores
Ciclo
Clientes
0 15 30 45 60 75 90 105
6.3 Fluxo de caixa
Até o presente momento, os conceitos estudados buscaram demonstrar a 
posição financeira de uma empresa, registrada por meio de procedimentos 
contábeis em uma situação tida como estática, pois utilizamos dados de 
fechamento apresentados em balanço patrimonial e na DRE.
A partir de agora, adentraremos em outro ramo da análise de crédito: a 
determinação da situação financeira de uma empresa, de modo dinâmico, 
de forma que possamos identificar pontualmente os motivos que melho-
raram ou pioraram o desempenho da organização, principalmente no que 
concerne a sua capacidade de pagamento e solvência.
Para que essa análise seja possível, devemos utilizar o chamado fluxo	de	
caixa, que consiste num detalhamento dos fatos que envolveram entradas 
ou saídas de recursos da empresa.
Existem dois tipos de fluxo de caixa: fluxo de caixa indireto – baseado nas 
demonstrações contábeis da empresa –, e o fluxo de caixa direto – baseado 
nos controles diários de entradas e pagamentos da empresa.
Como nossa análise para pessoas jurídicas baseia-se nos demonstra-
tivos contábeis básicos, estudaremos apenas o fluxo de caixa indireto. 
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6.3.1 Fluxo de caixa indireto
Antes de discorrermos a respeito do assunto, precisamos conhecer 
alguns conceitos de administração financeira, oriundos da contabilidade 
gerencial. São eles:
a) Classificação financeira de balanços: dentro da análise dinâmica da posi-
ção financeira das empresas, o primeiro passo a ser dado é o da re-
classificação de suas contas, seguindo os princípios da administração 
financeira, que será vista mais tarde.
O quadro a seguir faz uma apresentação prévia de como se dá essa 
classificação:
Quadro 6.1 – Reclassificação de balanços 
VISão CoNtáBIL VISão FINANCEIrA
Ativo circulante Passivo circulante Ativo disponível Passivo imediato
Ativo não circulante
Passivo não 
circulante
Ativo operacional Passivo operacional
Patrimônio líquido
Ativo não 
operacional
Passivo não 
operacional
Nesse contexto, sob o prisma da visão financeira, as contas do balanço 
patrimonial da empresa não são classificadas de acordo com o seu grau 
de liquidez, mas de acordo com o seu grau de importância nas atividades 
operacionais da empresa.
b) Ativo financeiro: são todos os valores de disponibilidade imediata que 
a empresa possui em seu ativo. Nesse grupo figuram o caixa, as apli-
cações financeiras e os saldos em contas bancárias (bancos – conta 
movimento).
c) Ativo operacional: são todos os valores 100% focados na atividade da 
empresa (comprar, transformar, vender e receber), comprometidos 
com o alcance das metas traçadas pela direção da companhia. Nesse 
grupo figuram os valores a receber de clientes, o estoque, os impos-
tos a recuperar e os demais ativos operacionais, sejam estes de curto, 
sejam estes longo prazo. 
d) Ativo não operacional: são todos os valores não focados nas atividades 
da empresa, comprometidos com o alcance das metas traçadas pela 
direção da companhia. Nesse grupo figuram contas como aquisição 
de imobilizado, aquisição de investimentos, aquisição de diferido, 
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dividendos pagos, empréstimos a receber de coligadas e controladas, e 
os demais ativos não operacionais, sejam estes de curto ou longo prazo. 
e) Passivo imediato: são todos os valores cujo não pagamento compromete 
de maneira imediata a manutenção das atividades operacionais da 
empresa. Nesse grupo figuram, principalmente, os valores a pagar 
aos fornecedores.
f) Passivo operacional: assim como as contas de ativo são registrados, 
nesse grupo todos os valores do passivo são 100% focados nas ati-
vidades operacionais da empresa. Dele fazem parte os valores como 
impostos sobre vendas, obrigações sociais, obrigações tributárias, 
Imposto de Renda (IR), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(CSLL) e demais passivos operacionais, sejam estes de curto, sejam 
estes de longo prazo.1
g) Passivo não operacional: seguindo o mesmo raciocínio dos ativos ope-
racionais, o passivo não operacional consiste nos valores lançados 
a passivo que não se relacionam com as atividades operacionais da 
organização. Nele figuram valores de subscrição de capital, financia-
mentos bancários, passivos com coligadas e controladas, e demais 
passivos não operacionais, sejam estes de curto ou longo prazo.A real importância da reclassificação de balanços reside no fato de o 
gestor conseguir analisar se sua operação é financiada com recursos 
plenamente operacionais ou se sua empresa recorre a fontes não opera-
cionais para a manutenção de suas atividades. Essa mensuração recebe o 
nome de necessidade de capital de giro (NCG).
A fórmula para a definição da NCG é:
NCG = Ativo disp. + Ativo operac. – Passivo imed. – Passivo operac.
Desse modo, quanto maior for a NCG, maiores serão as necessidades da 
instituição em buscar recursos não operacionais para a manutenção de suas 
atividades. O cuidado que devemos tomar, nesse caso, é o “casamento” dos 
prazos em que essas fontes terão de ser pagas e o prazo com que os ativos 
da empresa estarão disponíveis.
Feita essa reclassificação, cabe, num segundo momento, o cálculo 
do chamado Ebitda (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and 
Amortization – Geração Operacional Bruta de Caixa).
O Ebitda representa todos os recursos obtidos no desempenho das 
atividades da empresa, deduzidos os custos e as despesas que impactaram 
o caixa da organização. 
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A fórmula para a determinação do Ebitda é:
Ebitda = Lucro operacional + Depreciação + Amortização + Exaustão 
A figura a seguir apresenta a origem do lucro operacional que compõe 
o Ebitda: 
Figura 6.5 – Cálculo do lucro operacional2
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
(-) Impostos sobre vendas
(-) Deduções, abatimentos e devoluções
rECEItA oPErACIoNAL LíquIDA
(-) Custo do produto vendido
(-) Depreciações
LuCro Bruto
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas administrativas e gerais
LuCro oPE. ANtES DAS DESP. FINANCEIrAS E IMPoStoS EBIt 
(base para o Ebitda)
(-) Despesas financeiras
(+) Receitas financeiras
(+/-) Outras receitas/despesas operacionais
(+/-) Rec./Desp. não operacionais líquidas
LuCro ANtES Do Ir
(+/-) Provisão do IR/Contribuição Social
(+/-) Correção monetária do balanço
(-) Gratificações/participações
(+/-) Itens extraordinários
(+/-) Ajustes de exercícios anteriores
(+/-) Resultado equivalência patrimonial
LuCro/PrEjuíZo LíquIDo
Em poucas palavras, o Ebitda apresenta o quanto das vendas da empresa 
efetivamente contribuirá para a formação de caixa. Após fazermos o 
cálculo do Ebitda e a reclassificação do balanço, iniciamos a composição e 
o cálculo do fluxo de caixa operacional. Este consiste na soma do Ebitda à 
movimentação das contas operacionais do balanço patrimonial.
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A figura a seguir apresenta uma sugestão de estrutura de fluxo de caixa 
operacional indireto: 
Figura 6.6 – Estrutura do fluxo de caixa operacional
Ebitda
(+) Fontes operacionais
Fornecedores
Impostos a pagar
Obrigações sociais
DIRPJ/CSLL
Outros passivos operacionais CP/LP
(-) Necessidades operacionais
Clientes
Estoques
Impostos a recuperar
Outros ativos operacionais CP/LP
= GERAÇÃO OP. CAIXA
(-) Despesas financeiras
(+) Receitas financeiras
(=) GERAÇÃO OP. LÍQUIDA
IMPortANtE!
As contas de fontes e necessidades do fluxo de caixa exigem a movi-
mentação – mudança de saldos entre o exercício em análise e o anterior –, 
e não o saldo em que essas contas se encontram no balanço em estudo.
O mesmo não acontece com as contas apresentadas pela DRE, pois 
estas já se referem ao exercício em estudo. 
Esse conceito é de suma importância para a elaboração correta do 
fluxo de caixa!
Definida a posição operacional de caixa da instituição, resta-nos saber 
como estão as fontes e as necessidades não operacionais de caixa, pois estas 
podem se tornar um auxílio ou um problema para o gestor da empresa.
Vem dessa situação a montagem da segunda parte do fluxo de caixa 
indireto. 
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IMPortANtE!
A maioria das movimentações das contas do fluxo de caixa indireto 
são obtidas por meio de relatórios complementares da empresa, visto 
que, de acordo com a Lei nº 11.638/2007, a demonstração das origens e 
aplicações de recursos (Doar) e a demonstração das mutações do patri-
mônio líquido (DMPL) – que eram documentos em que constavam esses 
dados –, deixaram de ser obrigatórios, dando lugar ao próprio fluxo de 
caixa geral.
A figura a seguir apresenta uma sugestão de estrutura de um fluxo de 
caixa não operacional indireto: 
Figura 6.7 – Estrutura do fluxo de caixa não operacional
(+) Fontes não operacionais
Subscrição de capital
Financiamentos de curto prazo
Financiamentos de longo prazo
Alienação de imobilizado
Alienação de investimentos
Empr. de colig./Contr. – CP/LP
Passivos não op. – CP/LP
Receitas não operacionais
Dividendos recebidos
(-) Necessidades não operacionais
Aquisição de imobilizado
Aquisição de investimentos
Aquisição de diferido
Dividendos pagos
Empr. a colig./Contr. – CP-LP
Ativos não operacionais
Despesas não operacionais
(=) GERAÇÃO NÃO OPERACIONAL
Concluída a estruturação e o cálculo do fluxo de caixa não operacional, 
resta fazermos o cálculo da movimentação final de caixa. Esta é o resul-
tado final da movimentação de todas as contas da companhia que será 
adicionado ou subtraído do ativo disponível da empresa, referente ao ano 
anterior. A figura a seguir apresenta a composição e a montagem da movi-
mentação final de caixa:
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Figura 6.8 – Estrutura proposta de movimentação final de caixa
(+) GERAÇÃO OPERACIONAL LÍQUIDA DE CAIXA
(+) GERAÇÃO NÃO OPERACIONAL DE CAIXA
(=) MOVIMENTAÇÃO FINAL DE CAIXA
Síntese
O processo de análise de crédito das pessoas físicas se baseia em:
• análise de cadastro;
• análise de idoneidade;
• análise financeira;
• análise de relacionamento;
• análise patrimonial;
• análise de sensibilidade.
O processo de análise de crédito das pessoas jurídicas também se preo-
cupa em conseguir os mesmos alicerces da análise de crédito das pessoas 
físicas, porém, para tanto, baseia-se nos demonstrativos contábeis das 
pessoas jurídicas – balanço patrimonial e DRE – dos quais obtém uma 
série de indicadores financeiros que vêm a ser:
a. LG = Ativo total / (Passivo total – Patrimônio líquido);
b. LC = Ativo circulante / Passivo circulante;
c. LS = (Ativo circulante – Estoques) / Passivo circulante;
d. MB = (Lucro bruto / Receita operacional líquida) • 100;
e. MO = (Lucro operacional / Receita operacional líquida) • 100;
f. ML = (Lucro líquido / Receita operacional líquida) • 100;
g. EG = [(Financ. CP + Financ. LP)/Passivo total] • 100;
h. ECP = (Financiamento CP / Passivo circulante) • 100;
i. EBL = [(Financ. CP – Caixa – Bancos – Aplic)/Passivo circulante] • 100;
j. PMRV = (Clientes • n) / Receita operacional líquida;
k. PMRE = (Estoques • n) / Custos de produção;
l. PMPF = (Fornecedores • n) / Custos de Produção;
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m. PA = PMPF – PMRV – PMRE;
n. NCG = Ativo disp. + Ativo operac. – Passivo imed. – Passivo operac;
o. Ebitda = Lucro operacional + Depreciação + Amortização + Exaustão.
Além dessa série de indicadores, também é possível elaborar o fluxo de 
caixa indireto das empresas, um instrumento muito poderoso de análise 
de crédito.
Exercício resolvido
1. Com base nos demonstrativos contábeis a seguir, calcule os indicadores 
financeiros da empresa.
AtIVo
31/12/2004 % 31/12/2005 % 31/12/2006 %
Disponíveis 722 0,87 552 0,57 1.124 0,97
Aplicações financeiras 9.230 11,07 11.198 11,57 9.291 8,04
Títulos a receber de clientes 
(PDD)
12.873 15,45 10.698 11,05 15.777 13,65
Estoques/Adiantamento a 
fornecedores
2.799 3,36 4.467 4,61 5.682 4,92
Ativos não operacionais (CP) 4.620 5,54 4.112 4,25 4.277 3,70
Ativo circulante 30.244 36,29 31.027 32,05 36.151 31,28
Ativos não operacionais (LP) 3.003 3,60 4.743 4,90 9.955 8,61
Investimentos em projetos e 
construções
34.663 41,59 43.734 45,18 49.570 42,89
Imobilizado técnico líquido 15.436 18,52 17.294 17,87 19.889 17,21
Ativo não circulante 53.102 63,71 65.771 67,95 79.414 68,72
Ativo total 83.346 100,00 96.798 100,00 115.565 100,00
PASSIVO
31/12/2004 % 31/12/2005 % 31/12/2006 %
Fornecedores 1.427 1,71 2.676 2,76 1.889 1,63
Instituições financeiras 5.402 6,48 953 0,98 4.973 4,30
Impostos e obrigações 
sociais
1.960 2,35 3.733 3,86 3.855 3,34
Passivos operacionais (CP) 140 0,17 98 0,10 110 0,10
Passivos não operacionais (CP) 851 1,02 591 0,61 679 0,59
 (continua)
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Passivo circulante 9.780 11,73 8.051 8,32 11.506 9,96
Instituições financeiras (LP) 2.418 2,90 2.185 2,26 1.597 1,38
Passivos não operacionais (LP) 5.484 6,58 9.892 10,22 15.312 13,25
Passivo não circulante 7.902 9,48 12.077 12,48 16.909 14,63
Exigível total 17.682 21,22 20.128 20,79 28.415 24,59
Capital social 45.000 53,99 50.800 52,48 52.400 45,34
Reservas 4.031 4,84 4.145 4,28 4.602 3,98
(+/-) Lucros/Prejuízos 
acumulados
16.633 19,96 21.725 22,44 30.148 26,09
Patrimônio líquido 65.664 78,78 76.670 79,21 87.150 75,41
Passivo total 83.346 100,00 96.798 100,00 115.565 100,00
DRE
31/12/2004 % 31/12/2005 % 31/12/2006 %
Vendas líquidas 47.667 100,00 52.189 100,00 58.485 100,00
(-) Custo do produto vendido 25.697 53,91 26.705 51,17 31.536 53,92
(-) Depreciações 2.166 4,54 1.732 3,32 1.887 3,23
Lucro bruto 19.804 41,55 23.752 45,51 25.062 42,85
(-) Despesas com vendas 11.371 23,86 13.996 26,82 15.341 26,23
(-) Despesas administrativas 
e gerais
2.409 5,05 2.388 4,58 2.476 4,23
Res. op. antes Des/Rec. 
Financ. - EBIT
6.024 12,64 7.368 14,12 7.245 12,39
(-) Despesas financeiras 
líquidas
1.695 3,56 2.224 4,26 -1.334 -2,28
(+/-) Outras receitas/
despesas operacionais
-65 -0,14 -898 -1,72 76 0,13
Resultado operacional 4.264 8,95 4.246 8,14 8.655 14,80
(+/-) Rec./Desp. não 
operacionais líquidas
737 1,55 846 1,62 1.598 2,73
Lucros antes do IR 5.001 10,49 5.092 9,76 10.253 17,53
(+/-) Provisão do IR/
Contribuição Social
0 0,00 0 0,00 -1.830 -3,13
Lucro/prejuízo líquido 5.001 10,49 5.092 9,76 8.423 14,40
 (continuação)
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LIQUIDEZ
2004 2005 2006
Geral 4,71 4,81 4,07
Corrente 3,09 3,85 3,14
Seca 2,81 3,30 2,65
Margem
2004 2005 2006
Bruta 41,55% 45,51% 42,85%
Operacional 8,95% 8,14% 14,80%
Líquida 10,49% 9,76% 14,40%
ENDIVIDAMENTO
2004 2005 2006
Geral 9,38% 3,24% 5,69%
Curto Prazo (CP) 55,24% 11,84% 43,22%
Bancário Líquido -46,63% -134,11% -47,30%
CICLO OPERACIONAL
2004 2005 2006
Pagamento a fornecedores 20 36 22
Recebimento de vendas 97 74 97
Renovação de estoques 39 60 65
Ciclo operacional (116) (98) (140)
A seguir, você tem a resolução do exercício pertinente ao ano de 20043:
LG = 83.346/(83.346-65.664) = R$ 4,71
LC = 30.244/9.780 = R$ 3,09
LS = (30.244 – 2.799)/9.780 = R$2,81
MB = (19.840 / 47.667) • 100 = 41,55%
MO = (4.264 / 47.667) • 100 = 8,95%
ML = (5.001 / 47.667) • 100 = 10,49%
EG = [(5.402+2.418)/83.346] • 100 = 9,38%
ECP = (5.402/9.780) • 100 = 55,23%
EBL = [(5.402 – 722 – 9.230)/9.780] • 100 = -46,63%
3 
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 (conclusão)
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PMPF = (1.427 • 360)/25.697 = 20 dias
PMRV = (12.873 • 360)/47.667 = 97 dias
PMRE = 2.799 • 360)/25.697 = 39 dias
CO = 20 – 97 – 39 = -116 dias
Questões para revisão
1. Em grupo, identifique como a empresa em que você trabalha trata as 
esferas da análise de crédito e determine os pontos em que ela é melhor 
que as empresas desses mesmos colegas. Feito isso, levante o máximo 
de informações possíveis sobre sua empresa e tente expor a mesma a 
todas as esferas de análise de crédito citadas no capítulo presente. 
2. Com base no balanço patrimonial a seguir, determine o grau de solvên cia 
da empresa, bem como seus níveis de endividamento. 
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
Ativo circulante Dez./09 Passivo circulante Dez./09
Caixa e bancos – Fornecedores 32.000
Aplicações financeiras –
Empréstimos e 
financiamentos
31.800
Contas a receber de clientes, líquido 52.000 Salários e obrigações sociais 6.800
Estoques 65.000 Obrigações tributárias 3.600
Impostos a recuperar –
Dividendo e juros sobre 
capital próprio a pagar
–
Outros créditos – Outras obrigações –
Total 117.000 Total 74.200
ATIVO REALIZÁVEL DE LONGO PRAZO PASSIVO EXIGÍVEL DE LONGO PRAZO
Depósitos judiciais –
Empréstimos e 
financiamentos
2.800
Outros créditos 37.561 Obrigações tributárias 16.400
Imposto de Renda e Contribuição 
Social diferidos
Provisão para contingências –
Total 37.561 Outras obrigações –
ATIVO PERMANENTE Total 19.200
Investimentos – PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imobilizado líquido 160.000 Capital social 20.000
Diferido líquido – Reserva de capital –
Total 160.000 Reserva de lucros –
Total do ativo 314.561
Lucros acumulados 201.161
Total 221.161
Total do passivo 314.561
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3. Com base na DRE da empresa, determine os níveis de eficiência. 
DRE Dez./09
Receita operacional bruta 646.202
(-) Impostos (20.000)
Receita operacional líquida 626.202
Custos dos produtos e serviços vendidos (377.041)
Lucro bruto 249.161
Despesas de vendas –
Despesas gerais e administrativas (24.000)
Despesas financeiras (24.000)
Despesas gerais –
Lucro operacional 225.161
Resultado financeiro líquido (24.000)
Receitas financeiras –
Despesas financeiras (24.000)
Resultado de equivalência patrimonial –
Outros (despesas) –
Resultado não operacional –
Lucro líquido 201.161
4. Com base no balanço patrimonial e na DRE anterior, determine o ciclo 
operacional.
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Rating
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Conteúdos do capítulo
• Conceito de rating.
• Determinação de uma escala de rating.
• Rating de pessoas físicas.
• Rating de pessoas jurídicas.
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. determinar, estatisticamente, o nível de risco de cada cliente solicitante 
de crédito;
2. determinar o volume de provisão financeira correspondente ao nível 
de risco identificado por meio do rating. 
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7.1 Conceito e objetivos do rating
Rating é a determinação matemática e estatística do grau de risco que o 
pretenso tomador impõe à empresa. Em outras palavras, é a determinação, 
por meio da atribuição de pesos dentro de uma escala predeterminada, 
das chances que a empresa possui de efetuar bons negócios com o 
tomador que está sob análise. Em termos pragmáticos, a utilização do 
rating serve para determinar o quanto de provisão – recursos armaze-
nados a título de segurança –, deve ser direcionado a cada operação de 
crédito fechada pela empresa.
No Brasil, o Bacen, por meio da Resolução nº 2.682/19991, recomenda um 
modelo de rating a ser seguido. Os níveis de provisão determinados por 
esta resolução podem ser vistos na tabela a seguir: 
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Tabela 7.1 – Escala de rating (Bacen)
 
Classe/Risco Provisionamento (%)
AA 0,0
A 0,5
B 1,0
C 3,0
D 10,0
E 30,0
F 50,0
G 70,0
H 100,0
Tomando a Tabela 7.1 como exemplo, podemos perceber que para um 
cliente classe “C”, o total em recursos a ser provisionado (guardado) para 
o caso de uma possível inadimplência é da ordem de 3% do montante 
total liberado.
Como o objetivo básico deste livro é apresentar a elaboração de uma 
análise de crédito prática e rápida, apresentaremos um processo de rating 
calcado nos 5 Cs do crédito.
7.2 Determinaçãode uma escala de rating
Uma escala de rating deve ser baseada na observação dos componentes 
que alimentam os 5 Cs do crédito, levantados ao longo do trabalho de 
preenchimento das fichas de cadastro, bem como na elaboração das 
propostas de crédito. A partir desses dados, deverá ser feita a atribuição 
de valores que indicará o grau de risco do pretenso tomador.
A figura a seguir apresenta, de maneira esquemática, como funciona 
um processo de determinação de rating: 
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Figura 7.1 – Determinação do rating baseada nos 5 Cs do crédito
5 Cs do crédito
 x Caráter
 x Condições
 x Capital
 x Capacidade
 x Colateral
CoNtrA A FAVor
CrItÉrIo 
DE AVALIAção
BAIXo
MÉDIo
ALto
GrAu DE rISCo
A respeito dos componentes dos 5 Cs do crédito, devemos atribuir-
-lhes valores de acordo com o perfil do setor em que a empresa atua, 
além de levarmos em conta o nível médio de inadimplência, o perfil dos 
concorrentes e as operações (recursos) de crédito mais utilizadas.
A seguir, apresentaremos alguns modelos de rating. 
7.3 Rating de pessoas físicas
A fórmula utilizada para a determinação do grau de risco para pessoas 
físicas, dentro da proposta deste livro, é:
R = 5μ+ 4π+3ρ+2σ+τ
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Onde:
μ = Capacidade
π = Capital
ρ = Colateral
σ = Condições
τ = Caráter
Dentro do conceito proposto, os níveis de provisionamento seriam os 
seguintes:
Risco Pontos Provisão
Baixo até 20 até 25%
Médio 21 a 40 de 26% a 50%
Alto 41 acima de 50% a 100%
A tabela a seguir apresenta um modelo de planilha para cálculo de 
rating para pessoas físicas.
Tabela 7.2 – Cálculo de rating de pessoas físicas
PONTUAÇÃO TOTAL PESO
Capacidade
Apontamentos ativos 3
Apontamentos inativos/baixados 2
Nenhum apontamento 1
Capital
Gastos mensais médios R$
Prestação proposta R$
Renda familiar mensal líquida R$
Razão prestação X Renda
Colateral
Sim 1
Não 3
Valor de mercado R$
Razão valor X Limite proposto
Condições
Tamanho da empresa
Individual/autônomo 3
Micro 2,5
 (continua)
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Pequeno porte 2
Médio 1,5
Grande 1
Multifuncional 0,5
Mercado de atuação
Queda 3
Estagnação 2
Evolução 1
Caráter
Estudo 0
1º grau incompleto 3
1º grau completo 2,5
2º grau incompleto 2
2º grau completo 1,5
3º grau incompleto 1
3º grau completo 0,5
Localização de moradia
Bairro “Classe A” 1
Bairro “Classe B” 2
Bairro “Classe C” 3
Estado civil
Divorciado 3
Solteiro 2,5
União estável 2
Casado 1,5
Viúvo 1
Nº dependentes
Carreira
Autônomo 3
Funcionário operacional 2,5
Gerente 2
Supervisor 1,5
Diretor 1
Presidente 0,5
Aposentado 0
Tempo de função (anos)
 (Tabela 7.2 – conclusão) 127
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Como exemplo prático, podemos citar o caso de um chefe de família 
que solicita um recurso de R$ 34.900,00 (dividido em prestações de 
R$ 997,15) para a reforma de sua casa. Tendo todos os dados sido forne-
cidos pelo mesmo, de acordo com as necessidades da instituição, segue a 
avaliação de risco do mesmo de acordo com a tabela a seguir: 
Tabela 7.3 – Estudo de caso: empréstimo de R$ 34.900,00 a uma pessoa 
física
PONTUAÇÃO TOTAL 34,3
Capacidade 5,0
Apontamentos ativos 3
Apontamentos inativos/baixados 2
Nenhum apontamento 1 1
Capital 2,8
Gastos mensais médios R$ 4.500,00
Prestação proposta R$ 997,15
Renda familiar mensal líquida R$ 7.815,00
Razão prestação X Renda 0,7
Colateral 9,0
Sim 1
Não 3 3
Valor de mercado R$ –
Razão valor X Limite proposto –
Condições 10,0
Tamanho da empresa 2
Individual/Autônomo 3
Micro 2,5
Pequeno porte 2 2
Médio 1,5
Grande 1
Multifuncional 0,5
Mercado de atuação 3
Queda 3 3
Estagnação 2
 (continua)
128
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 P
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Evolução 1
Caráter 7,5
Estudo 0,5
1º grau incompleto 3
1º grau completo 2,5
2º grau incompleto 2
2º grau completo 1,5
3º grau incompleto 1
3º grau completo 0,5 0,5
Localização de moradia 2
Bairro “Classe A” 1
Bairro “Classe B” 2 2
Bairro “Classe C” 3
Estado civil 1,5
Divorciado 3
Solteiro 2,5
União estável 2
Casado 1,5 1,5
Viúvo 1
Nº dependentes 3
Carreira 0,5
Autônomo 3
Funcionário operacional 2,5
Gerente 2
Supervisor 1,5 1,5
Diretor 1
Presidente 0,5
Aposentado 0
Tempo de função (anos) 1
No caso citado, esse pretenso tomador representa nível médio de risco 
para a empresa, pois atingiu o equivalente a 34,3 pontos. Dentro da escala 
sugerida de provisão, cabe à empresa, em caso de aprovação da proposta 
de crédito, efetuar uma provisão entre 26% e 50% do limite solicitado.
 (Tabela 7.3 – conclusão)
129
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al.
7.4 Rating de pessoas jurídicas
A fórmula utilizada para a determinação do grau de risco para pessoas 
jurídicas é:
R = 5μ + π + 3ρ + σ + τ
Onde:
μ = Capacidadeπ = Capital
ρ = Colateral
σ = Condições
τ = Caráter
A diferença da atribuição dos pesos dados aos componentes dos 5 Cs do 
crédito reside no fato de que o número de variáveis analisado é maior se 
comparado ao caso das pessoas físicas. Esse número de variáveis pode ser 
visto na tabela a seguir: 
Tabela 7.4 – Cálculo de rating de pessoas jurídicas
Capacidade 0,0
Apontamentos ativos 3
Apontamentos inativos/baixados 2
Nenhum apontamento 1
ANÁLISE FINANCEIRA
ÍNDICES 
CALCULADOS1
PONTUAÇÃO
Capital 0,0
Liquidez2 0
Geral
Corrente
Seca
Margem3 0
Bruta 
Operacional
Líquida
Endividamento4 0
Geral
Curto prazo
 (continua)
2 
Se
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 $
1 
= 
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 =
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 1
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 =
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 =
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 1
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 5
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 =
 2
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 3
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Bancário líquido
Ciclo operacional4 0
Recebimento de vendas
Renovação de estoques
Pagamento a fornecedores
Fluxo de caixa 0
EBIT
Ebitda
Movimentação final de caixa
Endividamento/Mov. filtr. caixa5
Colateral 0,0
Sim 1
Não 3
Valor de mercado
Razão valor X Limite proposto –
Condições 0,0
Tamanho da empresa 0,0
Individual/Autônomo 3
Micro 2,5
Pequeno porte 2
Médio 1,5
Grande 1
Multifuncional 0,5
Localização 0
Ruim 3
Regular 2
Boa 1
Qualidade de instalações 0
Ruim 3
Regular 2
Boa 1
Qualidade na infraestrutura 0
Ruim 3
 (Tabela 7.4 – continuação)
4 
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 =
 3
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5 
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 1
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%
 =
 1
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 =
 1
00
%
 =
 2
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 1
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%
 =
 3
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131
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al.
Regular 2
Boa 1
Mercado de atuação 0
Queda 3
Estagnação 2
Evolução 1
Concentração das vendas 0
Acima de 50% 3
Entre 25% e 50% 2
Abaixo de 25% 1
Evolução do faturamento 0
Regressão 3
Estagnação 2
Evolução 1
Concentração de compras 0
Acima de 50% 3
Entre 25% e 50% 2
Abaixo de 25% 1
Caráter 0,0
Nível técnico da equipe (3º grau) 0
Abaixo de 25% 3
Entre 25% e 50% 2,5
Entre 50% e 75% 2
Entre 75% e 100% 1,5
100% 1
Qualidade técnica dos gestores 0
Ruim 3
Regular 2
Boa 1
Clima organizacional 0
Ruim 3
Regular 2
Boa 1
 (Tabela 7.4 – conclusão)
132
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al.
Da mesma forma, a pontuação necessária para a determinação do nível 
de risco é como o sugerido a seguir:
Risco Pontos Provisão
Baixo até 35 até 25%
Médio 36 a 65 de 26% a 50%
Alto 66 acima de 50% a 100%
Como exemplo prático, podemos utilizar a empresa citada no capítulo 
anterior – no exercício resolvido – solicitando um limite de R$ 1.000.000,00. 
Com os dados fornecidos pela organização, bem como seus indicadores 
financeiros calculados anteriormente, segue a avaliação de risco, represen-
tado na tabela a seguir: 
Tabela 7.5 – Estudo de caso: empréstimo de R$ 1.000.000,00 a uma pessoa 
jurídica
Pontuação 35,0
Capacidade 5,0
Apontamentos ativos 3
Apontamentos inativos/baixados 2
Nenhum apontamento 1 X 1
ANÁLISE FINANCEIRA
ÍNDICES 
CALCULADOS
PONTUAÇÃO
Capital 20,0
Liquidez 5
Geral 1,81 1
Corrente 1,42 1
Seca 0,87 3
Margem 3
Bruta 23,0% 1
Operacional 1,5% 1
Líquida 5,7% 1
Endividamento 3
Geral 18,52% 1
Curto prazo 18,18% 1
Bancário líquido -16,79% 1
Ciclo operacional 3
Recebimento de vendas 33,15
Renovação de estoques 79,37
Pagamento a fornecedores -36,22
Fluxo de caixa 5
 (continua)
133
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al.
Ebit 300.937 1
Ebitda 539.783 1
Movimentação final de caixa (172.083) 3
Endividamento/Mov. final de caixa 1
Colateral -3,0
Sim 1 X 1
Não 3
Valor de mercado R$ 2.000.000,00
Razão valor X Limite proposto 2,0
Condições 3,5
Tamanho da empresa 0,5
Individual/Autônomo 3
Micro 2,5
Pequeno porte 2
Médio 1,5
Grande 1
Multifuncional 0,5 X 0,5
Localização 1
Ruim 3
Regular 2
Boa 1 x 1
Qualidade das instalações 1
Ruim 3
Regular 2
Boa 1 X 1
Mercado de atuação 2
Queda 3
Estagnação 2 X 2
Evolução 1
Concentração das vendas 1
Acima de 50% 3
Entre 25% e 50% 2
Abaixo de 25% 1 X 1
Evolução do faturamento 2
Regressão 3
Estagnação 2 X 2
Evolução 1
Concentração das compras 1
Acima de 50% 3
Entre 25% e 50% 2
Abaixo de 25% 1 X 1
 (Tabela 7.5 – continuação)
134
Ne
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Caráter 3,5
Nível técnico da equipe (3º grau) 1,5
Abaixo de 25% 3
Entre 25% e 50% 2,5
Entre 50% e 75% 2
Entre 75% e 100% 1,5 X 1,5
100% 1
Qualidade técnica dos gestores 1
Ruim 3
Regular 1
Boa 1 X 1
Clima organizacional 1
Ruim 3
Regular 1
Boa 1 X 1
Nesse caso, a instituição que solicita o recurso representa nívelbaixo 
de risco para a empresa, pois atingiu o equivalente a 35 pontos. Dentro 
da escala sugerida de provisão, cabe à empresa, em caso de aprovação 
da proposta de crédito, efetuar uma provisão entre 0% e 25% do limite 
solicitado.
Síntese
Rating é a determinação, por meio da atribuição de pesos, dentro de uma 
escala predeterminada, das chances que a empresa tem de efetuar bons 
negócios com o tomador que está sob análise.
No Brasil, o Bacen, por meio da Resolução nº 2.682/1999, determina um 
modelo de rating a ser seguido.
O rating serve para determinar o quanto de provisão deve ser direcio-
nado a cada operação de crédito fechada pela empresa.
Rating das pessoas físicas: R = 5μ+ 4π+3ρ+2σ+τ.
Rating das pessoas jurídicas: R = 5μ+π+3ρ+σ+τ.
 (Tabela 7.5 – conclusão)
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Exercícios resolvidos
1. Determine o rating de uma pessoa que solicita um empréstimo de 
R$ 34.900,00, com as seguintes características:
• homem;
• casado;
• renda familiar mensal de R$ 7.815,00;
• gastos mensais da ordem de R$ 4.500,00;
• não possui bens para composição do colateral;
• trabalha como supervisor de produção em empresa de pequeno porte 
há um ano; 
• o mercado em que sua empresa trabalha está em expansão;
• terceiro grau completo;
• moradia em bairro de classe B.
LIMITE PROPOSTO R$ 34.900,00
PRESTAÇÃO PROPOSTA R$ 997,15
Pontuação total 34,3
Capacidade 5,0
Apontamentos ativos 3
Apontamentos inativos/baixados 2
Nenhum apontamento 1 x 1
Capital 2,8
Gastos mensais médios R$4.500,00
Prestação proposta R$ 997,15
Renda familiar mensal líquida R$ 7.815,00
Razão Prestação X Renda 0,7
Colateral 9,0
Sim 1
Não 3 x 3
Valor de mercado R$
Razão Valor X Limite proposto -
Condições 10,0
Tamanho da empresa 2
Individual/Autônomo 3
Micro 2,5
Pequeno porte 2 x 2
 (continua)
136
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Médio 1,5
Grande 1
Multifuncional 0,5
Mercado de atuação 3
Queda 3 x 3
Estagnação 2
Evolução 1
Caráter 7,5
Estudo 0,5
1º grau incompleto 3
1º grau completo 2,5
2º grau incompleto 2
2º grau completo 1,5
3º grau incompleto 1
3º grau completo 0,5 x 0,5
Localização da moradia 2
Bairro “Classe A” 1
Bairro “Classe B” 2 x 2
Bairro “Classe C” 3
Estado civil 1,5
Divorciado 3
Solteiro 2,5
União estável 2
Casado 1,5 x 1,5
Viúvo 1
Dependentes 3
Carreira 0,5
Autônomo 3
Funcionário operacional 2,5
Gerente 2
Supervisor 1,5 x 1,5
Diretor 1
Presidente 0,5
Aposentado 0
Tempo de função (anos) 1
Risco Pontos Provisão
Baixo Até 20 Até 25%
Médio 21 a 40 De 26% a 50%
Alto 41 acima de 50% a 100%
(conclusão)
137
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2. Determine o rating de uma empresa multinacional, que solicita um 
empréstimo de R$ 1.000.000,00, com as seguintes características:
• LG = 1,81;
• LC = 1,42;
• LS = 0,87;
• MB = 23%;
• MO = 4,5%;
• ML = 5,7%;
• EG = 18,52%;
• ECP = 18,18%;
• EL = -16,79%;
• PMRV = 33,15 dias;
• PMRE = 79,37 dias;
• PMPF = 36,22 dias;
• EBIT = R$ 300.937,00;
• Ebitda = R$ 539.83,00;
• movimentação final de caixa = –R$ 172.083,00;
• um colateral sob a forma de um terreno no valor de R$ 2.000.000,00;
• estruturas em boas condições;
• mercado em estagnação, porém, com baixo grau de concentração de 
vendas;
• a maioria da equipe possui 3º grau e trabalha num bom clima 
or ga nizacional.
Questões para revisão
1. De posse da Resolução nº 2682/1999 do Bacen, identifique práticas que 
sejam possíveis de aplicar na empresa na qual você trabalha.
2. Discuta com seus colegas a importância da prática do rating. 
3. Com base no formulário a seguir, determine o rating do cliente, para um 
empréstimo de R$ 100.000,00, a ser pago em 120 meses de R$ 1.462,59, 
com as seguintes características:
138
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al.
• sexo feminino, 30 anos, casada, duas filhas;
• gastos mensais médios de R$ 4.000,00;
• renda familiar de R$ 7.000,00;
• sem bens em seu nome;
• profissional autônoma num mercado em forte expansão;
• dez anos de experiência no mercado de atuação;
• segundo grau incompleto;
• moradora em um bairro de classe média.
LIMITE PROPOSTO R$ 100.000,00
PRESTAÇÃO PROPOSTA R$ 1.462,59
Pontuação total 35,0
Capacidade 5,0
Apontamentos ativos 3
Apontamentos inativos/baixados 2
Nenhum apontamento 1 x 1
Capital 20,0
Liquidez 5
Geral 1,81 1
Corrente 1,42 1
Seca 0,87 3
Margem 3
Bruta 23,0% 1
Operacional 4,5% 1
Líquida 5,7% 1
Endividamento 3
Geral 18,52% 1
Curto prazo 18,18% 1
Bancário líquido -16,79% 1
Ciclo operacional 3
Recebimento de vendas 33,15
Renovação de estoques 79,37
Pagamento a fornecedores -36,22
Fluxo de caixa 5
Ebit 300.937 1
Ebitda 539.783 1
Movimentação final de caixa (172.083) 3
 (continua)
ANÁLISE FINANCEIRA
ÍNDICES 
CALCULADOS
PONTUAÇÃO
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Endividamento/Mov. final de 
caixa
1
Colateral -3,0
Sim 1 x 1
Não 3
Valor de mercado R$ 2.000.000,00
Razão valor X Limite proposto 2,0
Condições 3,5
Tamanho da empresa 0,5
Individual/Autônomo 3
Micro 2,5
Pequeno porte 2
Médio 1,5
Grande 1
Multifuncional 0,5 x 0,5
Localização 1
Ruim 3
Regular 2
Boa 1 x 1
Qualidade das instalações 1
Ruim 3
Regular 2
Boa 1 x 1
Qualidade da infraestrutura 1
Ruim 3
Regular 2
Boa 1 x1
Mercado de atuação 2
Queda 3
Estagnação 2 x 2
Evolução 1
Concentração de vendas 1
Acima de 50% 3
Entre 25% e 50% 2
Abaixo de 25% 1 x 1
Evolução do faturamento 2
Regressão 3
Estagnação 2 x 2
Evolução 1
Concentração das compras 1
Acima de 50% 3
(continuação)
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 P
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al.
Entre 25% e 50% 2
Abaixo de 25% 1 x 1
Caráter 3,5
Nível técnico da equipe (3º grau) 1,5
Abaixo de 25% 3
Entre 25% e 50% 2,5
Entre 50% e 75% 2
Entre 75% e 100% 1,5 x 1,5
100% 1
Qualidade técnica dos gestores 1
Ruim 3
Regular 2
Boa 1 x 1
Clima organizacional 1
Ruim 3
Regular 2
Boa 1 x 1
Risco Pontos Provisão
Baixo até 35 até 25%
Médio 26 a 65 de 26% a 50%
Alto 66 acima de 50% a 100%
LIMITE PROPOSTO R$ 100.000,00
PRESTAÇÃO PROPOSTA R$ 1.462,59
Pontuação total
Capacidade
Apontamentos ativos 3
Apontamentos inativos/
baixados
2
Nenhum apontamento 1
Capital
Gastos mensais médios
Prestação proposta
Renda familiar mensal líquida
Razão prestação X Renda
Colateral
Sim 1
Não 3
Valor de mercado
Razão valor X Limite proposto
 (conclusão)
 (continua)
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Condições
Tamanho da empresa
Individual/Autônomo 3
Micro 2,5
Pequeno porte 2
Médio 1,5
Grande 1
Multifuncional 0,5
Mercado de atuação
Queda 3
Estagnação 2
Evolução 1
Caráter1
Estudo
1º grau incompleto 3
1º grau completo 2,5
2º grau incompleto 2
2º grau completo 1,5
3º grau incompleto 1
3º grau completo 0,5
Localização da moradia
Bairro “Classe A” 1
Bairro “Classe B” 2
Bairro “Classe C” 3
Estado civil
Divorciado 3
Solteiro 2,5
União estável 2
Casado 1,5
Viúvo 1
Dependentes
Carreira2
Autônomo 3
Funcionário operacional 2,5
Gerente 2
Supervisor 1,5
Diretor 1
Presidente 0,5
Aposentado 0
Tempo na função (anos)1 
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 (conclusão)
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Risco Pontos Provisão
Baixo até 20 até 25%
Médio 21 a 40 de 26% a 50%
Alto 41 acima de 50% a 100%
4. Com base nos dados contábeis apresentados no exercício de revisão do 
capítulo 6 e nas informações a seguir, determine o nível de provisão 
correspondente a um empréstimo de R$ 500.000,00, com pagamento 
mensal de R$ 13.285,60:
• microempresa em setor em expansão;
• localização próxima de seus clientes e fornecedores;
• instalações novas e infraestrutura boa;
• vendas com baixo nível de concentração;
• compras concentradas em apenas um fornecedor;
• equipe pequena, na qual a maioria tem o 2º grau completo;
• bom clima organizacional entre os integrantes da empresa;
• a empresa não apresenta colateral.
LIMITE PROPOSTO R$ 500.000,00
PRESTAÇÃO PROPOSTA R$ 13.285,06
Pontuação total
Risco Pontos Provisão
Baixo até 35 até 25%
Médio 26 a 65 de 26% a 50%
Alto 66 acima de 50% a 100%
Condições
tamanho da empresa
Individual/Autônomo 3
Micro 2,5
Pequeno porte 2
Médio 1,5
Grande 1
Multifuncional 0,5
 (continua)
143
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Localização
Ruim 3
Regular 2
Boa 1
qualidade das instalações
Ruim 3
Regular 2
Boa 1
qualidade da infraestrutura
Ruim 3
Regular 2
Boa 1
Mercado de atuação
Queda 3
Estagnação 2
Evolução 1
Concentração das vendas
Acima de 50% 3
Entre 25% e 50% 2
Abaixo de 25% 1
Evolução do faturamento
Regressão 3
Estagnação 2
Evolução 1
Concentração das compras
Acima de 50% 3
Entre 25% e 50% 2
Abaixo de 25% 1
Caráter
Nível técnico da equipe (3º grau)
Abaixo de 25% 3
Entre 25% e 50% 2,5
Entre 50% e 75% 2
(continuação)
144
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Entre 75% e 100% 1,5
100% 1
qualidade técnica dos gestores
Ruim 3
Regular 2
Boa 1
Clima organizacional
Ruim 3
Regular 2
Boa 1
Capacidade
Apontamentos ativos 3
Apontamentos inativos/baixados 2
Nenhum apontamento 1
Capital
Liquidez
Geral
Corrente
Seca
Margem
Bruta
Operacional
Líquida
Endividamento
Geral
Curto prazo
Bancário líquido
Ciclo operacional
Fluxo de caixa
EBIT
Ebitda
 (continua)
(continuação)
ANÁLISE FINANCEIRA
ÍNDICES 
CALCULADOS
PONTUAÇÃO
145
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Movimentação final de caixa
Endividamento/Mov. fin. Caixa
Colateral
Sim 1
Não 3
Valor de mercado
Razão valor X Limite proposto
 (conclusão)
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Inadimplência
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Conteúdos do capítulo
• Procedimentos em caso de inadimplência.
• Conceitos básicos de falência e de recuperação judicial.
• Risco e indícios de default.
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. adotar os procedimentos necessários em caso de inadimplência do 
cliente;
2. diferenciar os casos de falência e recuperação judicial, assim como dar 
início a cada um desses processos, caso haja necessidade. 
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8.1 Procedimentos em casos de inadimplência
Por mais preciso que seja o trabalho de análise de crédito, sempre há o risco 
de inadimplência por parte do devedor. Assim, apresentaremos neste capí-
tulo alguns procedimentos básicos de cobrança nesse tipo de situação. 
Segundo Berni (1999), os procedimentos básicos em caso de inadim-
plência são:
• 5 dias: telefonema ao cliente ou envio de carta simples, solicitando a 
liquidação do crédito.
• 10 dias: carta registrada no correio que efetiva a cobrança.
• 15 dias: cobrança judicial via cartório, com indicação de protesto e, 
consequente, negativação.
• Negativação: os bancos, ou mesmo os cartórios, conveniados ao 
Serasa, comunicarão ao mercado a situação de inadimplência do 
cliente (via terminal de computador) em um sistema chamado Serasa-
Refin, indicando restrições financeiras em nome do cliente. 
• Serviço de Proteção ao Crédito (SPC): efetua a negativação apenas de 
pessoas físicas e avalistas – também de pessoas físicas –, em âmbito 
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municipal. Assim, um cliente negativado no SPC de uma cidade 
pode ter seu “nome limpo” em outras.
• Cobrança judicial: se, mesmo após os protestos e os avisos de cartório, 
os títulos não forem pagos pelo devedor, a cobrança será levada à 
justiça. 
• Exclusão: a partir do momento que o devedor liquidar sua dívida, 
caberá ao banco (ou cartório) efetuar a exclusão (limpeza) de seu 
nome no Cadastro de Negativos.
Em caso de inadimplência comprovada, há duas formas de cobrança:
• Cobrança judicial: já citada anteriormente, ocorre quando o bom termo 
entre as partes não é atingido e faz-se necessário o acionamento dos 
advogados do credor que irão efetuar a cobrança perante a Justiça 
Civil e, em alguns casos, Criminal.
• Cobrança extrajudicial: decorrente de acordo entre as partes, por meio da 
qual a figura do juiz de falências não é acionada. Nesse caso, chega-
-se a bom termo no que se refere ao valor, aos juros e aos prazos que 
deverão ser respeitados tanto pelo devedor quanto pelo credor do 
valor. Caso esse tipo de cobrança não seja respeitado pelo devedor, 
surge a possibilidade de cobrança judicial.
8.2 Falência e recuperação judicial
Em muitos casos, a cobrança judicial desencadeia processos de falência e 
recuperação judicial, que vêm a ser:
a) Falência: situação em que, de acordo com Sandroni (2003) “por força 
de decisão judicial, uma empresa é declarada insolvente, ou seja, in-
capaz de saldar seus débitos nos prazos contratuais estabelecidos”. 
Porém, para que uma empresa seja enquadrada num processo de 
falência, é necessário que a mesma seja enquadrada como pessoa 
jurídica dentro do que determina a legislação correspondente – Có-
digo Civil e similares – e que a mesma siga à risca as determinações 
deferidas pela justiça, pois um processo de falência tem caráter judi-
cial. Em outras palavras, se o plano de quitação de dívidas expedido 
pelo juiz não for respeitado pela empresa insolvente, pode ser consi-
derado, nesse caso, processo de fraude e os responsáveis legais pela 
empresa podem ser condenados à prisão. Quando da expedição de 
um processo de falência, é nomeado pela justiça, ou pelos credores, 
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um síndico de massa falida, que não tenha qualquer vínculo com 
o devedor insolvente (empresa) e que será o responsável pela liqui-
dação de seus ativos para que, com o dinheiro dessa liquidação, as 
obrigações do inadimplente sejam quitadas.
b) Recuperação judicial: de acordo com o art. 47 da Lei nº 11.101/20051, 
a recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação 
de crise econômica-financeira do devedor, a fim de permitir a manu-
tenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses 
dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função 
social e o estímulo à atividade econômica. 
Como pôde ser visto, a principal diferença entre falência e recuperação 
judicial é que a primeira determina o fim das atividades comerciais da 
empresa insolvente, enquanto a segunda ainda permite a manutenção 
delas. A recuperação judicial vem substituir a antiga concordata, que era 
um mecanismo “antidefault” utilizado pelo mercado brasileiro até idos dos 
anos 1990. 
8.3 Risco de default
Até o presente momento, vimos que, por meio de uma análise de crédito 
criteriosa e bem feita, podemos minimizar os riscos de uma concessão de 
crédito infrutífera ou malfadada. Em outras palavras, buscamos ao longo 
deste livro apresentar e desenvolver técnicas que evitem o temível “calote”.
Mas, como tudo é mutável ao longo do tempo, podemos conceder 
crédito a um excelente cliente hoje e esse mesmo tomador pode se tornar 
um problema no futuro.
Para evitar que isso aconteça, é importante termos um banco de dados 
completo e acompanharmos de forma constante o comportamento de 
quem nos solicita crédito. Os quesitos relacionamento e evolução do 
cliente são fundamentais para que o temido default – até aqui chamado 
por nós de inadimplência ou calote – não aconteça com uma linha de 
crédito concedida.
Dentro desse contexto, e tendo como base a obra de Schrickel (1998), 
apresentamos, no item a seguir, informações referentes ao compor-
tamento do cliente, que podem nos indicar a possibilidadede uma 
futura inadimplência.
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8.4 Indícios de default
Há alguns indícios que nos permitem averiguar se o nosso cliente não 
honrará com o contrato estabelecido. A seguir, exporemos alguns desses 
indícios.
a) Demonstrativos financeiros:
• excessiva demora na entrega dos demonstrativos contábeis; 
• aparente fraude na elaboração dos demonstrativos contábeis; 
• frequentes alterações no plano de contas; 
• crescimento excessivo do saldo de duplicatas a receber;
• deterioração dos saldos dos ativos correntes e circulantes;
• deterioração dos índices de liquidez;
• atraso e/ou parcelamentos tributários;
• descompasso entre ativos e passivos;
• contas correntes com acionistas e diretores;
• relatórios de auditoria mostrando ressalvas;
• decréscimo das vendas;
• aumento desproporcional de despesas administrativas e gerais em 
relação às vendas;
• aumento das despesas financeiras por insuficiência crônica de 
recursos;
• aumento do volume de perdas de mercadorias e devoluções de 
clientes;
• queda nos índices de eficiência operacional;
• prejuízos crescentes. 
b) Ciclo operacional: 
• prazo médio de duplicatas a receber muito longo;
• prazo de compras muito curto;
• concentração em poucos mercados ou em poucos clientes;
• concentração de duplicatas em clientes inadimplentes;
• crescimento da inadimplência dos clientes. 
c) Aspectos estruturais: 
• instalações e equipamentos ineficientes ou ociosos;
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• inexistência de uma política de renovação de parque fabril. 
d) Política comercial: 
• inexistência de um produto ou linha de produtos-chave;
• falta de monitoramento do comportamento do consumidor e dos 
concorrentes;
•	 marketing e distribuição ineficientes;
• estoques obsoletos ou em desacordo com o comportamento do 
mercado consumidor. 
e) Questões gerenciais e legais:
• problemas trabalhistas;
• alteração da natureza de negócio da empresa;
• sistema “atlas” de gestão (uma pessoa controla tudo);
• alta dependência de poucas pessoas-chave;
• problemas familiares atrapalhando a gestão;
• ausência de linha sucessória;
• inabilidade para cumprir compromissos;
• falta de planejamento;
• demora de reação às alterações de mercado;
• concordata ou falência de empresas do grupo;
• fofocas e terrorismo;
•	 turn-over elevado da equipe (excessivo número de demissões e 
contratações). 
f) Relacionamento bancário: 
• saldos de conta-corrente decrescentes ou cronicamente negativos;
• falta de negociação de taxas de juros – sempre aceita a proposta 
do banco; 
• planejamento financeiro deficiente;
• aumento da frequência de solicitações e dos valores dos em préstimos;
• prática crônica de antecipação de recebíveis;
• falta de quitação de linhas de crédito rotativo (conta garantida). 
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Síntese
Em casos de inadimplência, a empresa deve proceder com uma série de 
medidas de cobrança que, de acordo com o tempo de atraso, podem ir de 
um simples contato telefônico até à cobrança judicial e ao possível pedido 
de falência.
Falência é um processo judicial no qual as atividades da empresa insol-
vente são congeladas (paralisadas) e seus ativos são liquidados (vendidos) 
para que, dessa liquidação, seus débitos sejam devidamente quitados.
A recuperação judicial é um programa de recuperação finan ceira da 
empresa – expedido por um juiz –, por meio do qual suas atividades serão 
mantidas, porém, com um rígido controle de suas contas e pagamentos.
No caso de inadimplência comprovada, essa inadimplência recebe o 
nome de default no mercado financeiro. Algumas informações podem ser 
consideradas como indícios de default, como:
a) demonstrativos financeiros com números ruins;
b) problemas nos ciclos de recebimento de vendas e pagamentos a for-
necedores;
c) problemas de ordem estrutural;
d) problemas na política comercial da empresa;
e) problemas legais e/ou gerenciais;
f) histórico de problemas de relacionamento com bancos.
Exercícios resolvidos
1. Em caso de inadimplência comprovada de cinco dias, você deve:
a) telefonar para o cliente.
b) enviar uma carta registrada.
c) efetuar uma cobrança judicial via protesto.
d) negativar o nome do cliente.
e) executar cobrança judicial via advogado.
Comentário: como uma das muitas funções do crédito é viabilizar a 
relação entre a empresa e seus clientes, um relacionamento diplomático 
entre as partes é importante. Portanto, devemos tomar uma iniciativa 
enérgica, que venha a negativar o nome do cliente, somente quando não 
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houver mais comunicação entre as partes. Enquanto for possível um 
contato direto com o cliente, a primeira medida a ser tomada é contatá-
-lo por telefone. 
2. Em caso de inadimplência comprovada de dez dias, você deve:
a) telefonar para o cliente.
b) enviar uma carta registrada.
c) efetuar uma cobrança judicial via protesto.
d) negativar o nome do cliente.
e) executar cobrança judicial via advogado.
Comentário: após o contato telefônico com o cliente, um prazo de paga-
mento da dívida em aberto deve ser estabelecido. Caso o prazo não seja 
cumprido, é feita a emissão de documentos que comprovam a inadim-
plência e a comunicação da situação ao cliente. Desse modo, a carta 
registrada serve como uma ferramenta importante nesses casos.
3. Em caso de inadimplência comprovada de 15 dias, você deve:
a) telefonar para o cliente. 
b) enviar uma carta registrada. 
c) efetuar uma cobrança judicial via protesto.
d) negativar o nome da cliente.
e) executarcobrança judicial via advogado.
Comentário: se mesmo após serem feitas todas as comunicações e 
repactuações de dívidas, seja por telefone, seja por carta registrada, o 
cliente não resolver sua situação de inadimplência, adotam-se medidas 
mais extremas. Nesse sentido, a negativação do cliente via cartório é 
um instrumento interessante, pois possui um nível de resposta rápido, 
uma vez que torna pública a situação de insolvência do cliente perante 
o mercado.
4. Em caso de inadimplência comprovada superior a 15 dias, você deve:
a) telefonar para o cliente.
b) enviar uma carta registrada.
c) efetuar uma cobrança judicial via protesto.
d) negativar o nome do cliente.
e) executar cobrança judicial via advogado.
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Comentário: tendo sido tomadas todas as medidas cabíveis para uma 
cobrança de inadimplência, e a mesma persistindo, cabe, nesse caso, 
o papel de um juiz de direito para que a cobrança seja realmente 
levada a cabo.
5. Relacione a primeira coluna com a segunda.
Demonstrativos contábeis (DC).
Ciclo operacional (CO).
Aspectos estruturais (AE).
Política comercial (PC).
Questões gerenciais e legais (QG).
Relacionamento bancário (RB).
(DC) Crescimento excessivo do saldo de 
duplicatas a receber.
(CO) Prazo de compras muito curto.
(AE) Inexistência de uma política de 
renovação do parque fabril.
(PC) Inexistência de produto-chave.
(QG) Alteração na natureza de negócios da 
empresa.
(QG) Sistema atlas de gestão.
(RB) Planejamento financeiro deficiente.
(RB) Prática crônica de antecipação de 
recebíveis.
(PC) Política de divulgação incipiente.
(AE) Estrutura velha e ineficiente.
(CO) Crescimento na inadimplência de 
clientes.
(DC) Aumento das despesas financeiras por 
insuficiência crônica de recursos. 
Questões para revisão
1. Elabore um comunicado de cobrança a um cliente inadimplente a 
mais de dez dias e apresente-o aos seus colegas. Colha suas opiniões e 
melhore esse comunicado, caso necessário.
2. Discuta com seus colegas quais seriam as melhores medidas de cobrança 
aos inadimplentes em sua empresa e determine os pontos em que essa 
cobrança poderia ser melhorada.
3. Pesquise, nos meios de imprensa, dois casos de grandes empresas que 
entraram em default e identifique os indícios citados no presente capítulo.
4. Em conjunto com seus colegas, determine se sua empresa possui indí-
cios de default e, em caso positivo, quais medidas seriam necessárias 
para reverter essa situação.
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Nos exercícios que seguem, indique a alternativa correta.
5. "Decorrente de acordo entre as partes, por meio da qual a figura do juiz 
de falências não é acionada. Nesse caso, chega-se a bom termo no que 
se refere ao valor, aos juros e aos prazos que deverão ser respeitados 
tanto pelo devedor quanto pelo credor. Caso esse tipo de cobrança não 
seja respeitado pelo devedor, surge a possibilidade de cobrança judicial". 
Essa descrição diz respeito à:
a) conjunção judicial.
b) cobrança via protesto em cartório.
c) cobrança extrajudicial.
d) negativação. 
e) pedido de falência. 
6. Situação em que, por força de decisão judicial, uma empresa é decla-
rada insolvente, ou seja, incapaz de saldar seus débitos nos prazos 
contratuais estabelecidos.
a) Falência.
b) Recuperação judicial.
c) Cobrança judicial.
d) Cobrança extrajudicial.
e) Protesto em cartório.
7. Recurso jurídico que permite a continuação das atividades da empresa 
insolvente.
a) Falência.
b) Recuperação judicial.
c) Cobrança judicial.
d) Cobrança extrajudicial.
e) Protesto em cartório.
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Juros e crédito
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Conteúdos do capítulo
• Conceito de inflação.
• Relação entre inflação e risco de mercado.
• Conceito de juros.
• Determinação de juros em mercado.
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 
1. entender a relação entre juros e inflação;
2. determinar o risco de mercado de acordo com o comportamento das 
taxas de juros.
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9.1 Juros versus inflação
Para que possamos entender o que é juro, citado no primeiro capítulo, é 
necessário que entendamos o conceito de inflação, visto que os dois indica-
dores de risco estão relacionados.
A inflação pode ser definida como uma alta generalizada dos preços de 
mercado, que não possui expectativa de quebra ou parada em curto prazo. 
Dito de outra forma, a inflação é a alta dos preços de todos os produtos e 
dos serviços comercializados em nossa economia.
Diante disso, façamos o seguinte raciocínio:
Se sabemos que a inflação é a alta generalizada dos preços e que 
todas as relações comerciais necessitam de dinheiro para serem reali-
zadas, podemos dizer que essas mesmas relações ficam mais caras a cada 
momento?
Se essas relações ficam mais caras e, nem sempre, os trabalhadores e 
os empresários conseguem repassar o ajuste de preços para seus “bolsos”,podemos dizer que ficamos mais pobres a cada mês, pois nosso dinheiro 
compra cada vez menos? Da mesma forma, podemos dizer que qual-
quer valor emprestado a alguém, quando devolvido ao credor, volta 
“comprando menos”?
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É justamente dessa perda de poder de compra que surge o conceito e 
utilização da ferramenta juros. Vimos no primeiro capítulo que os juros 
podem ser definidos como uma espécie de “aluguel” pago pelo devedor ao 
credor pelo uso do dinheiro. Entretanto, os juros também são uma ferra-
menta de correção do valor da moeda e dos contratos comerciais a prazo. 
Em outras palavras, os juros são uma forma de correção de uma falha 
existente no sistema capitalista. 
E que falha seria essa?
Sigamos o seguinte raciocínio: 
1. se os juros são um instrumento de correção de uma falha denomina-
da inflação;
2 se a inflação é a alta geral e desenfreada dos preços em uma economia; 
3. se os preços são formados por meio do exercício de oferta e procura 
no mercado, concluímos que: 
A inflação é resultado de um desequilíbrio entre a oferta e a demanda do 
mercado e, portanto, quanto maior for esse desequilíbrio, maior será o risco 
de mercado, uma vez que os preços não param de subir. Além disso, quanto 
maiores forem os juros, maior será a instabilidade (desequilíbrio) de mercado. 
Em outras palavras, quanto maior for o desequilíbrio de mercado, 
evidenciado pela inflação, maiores serão os juros praticados pela economia 
como forma de correção dos desequilíbrios de preços entre oferta e procura.
O gráfico a seguir demonstra essa relação entre inflação e juros.
Gráfico 9.1 – Relação inflação versus juros (1995 a 2009)
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taxa Selic IGP-M Linear (IGP-M) Linear (taxa Selic)
Fonte: Adaptado de Debit.com.br, 2011.
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9.2 Determinação de juros em mercado
O principal indicador de inflação no Brasil é o Índice Geral de Preços (IGP). 
Em relação aos juros, o melhor indicador utilizado é a taxa Selic. Ambos 
servem de referência para 100% das operações a crédito efetuadas no país. 
Mas como é que a taxa Selic influencia as demais taxas de juros utili-
zadas nas relações comerciais a prazo praticadas no país?
Dentro do SFN, as principais instituições, privadas e públicas, respon-
sáveis pelas operações de crédito no país são os bancos. A maioria dessas 
operações é realizada entre os próprios bancos via um sistema utilizado 
apenas por eles: a Central de Custódia e Liquidação de Títulos Privados 
(Cetip1). 
Esse sistema funciona da seguinte maneira: todos os bancos, no início 
do dia, determinam o quanto de dinheiro terão como sobra de caixa ou 
como necessidade de caixa para cumprir suas obrigações. De posse desses 
dados, eles entram em contato entre si e realizam operações de tomada e 
empréstimo, registradas mediante um documento chamado Certificado 
de Depósito Interbancário (CDI), que fica armazenado na Cetip.
Da mesma forma que empréstimos para pessoas físicas e jurídicas, as 
operações de empréstimo entre bancos também oferecem riscos. Nenhum 
banco empresta para outro sem a devida certeza de repagamento ou sem 
a cobrança de um “aluguel” (juros) que valha a pena.
A figura a seguir mostra essa relação de empréstimos entre os bancos: 
Figura 9.1 – Operações de empréstimos interbancários
BANCo 1
BANCo 2
tesouraria 1
Mesa2
Mesa 1
Cetip
tesouraria 2
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A taxa cobrada pelos bancos entre si é, justamente, a taxa Selic, deter-
minada pelo Copom. Em outras palavras, a Selic é a taxa de juros que o 
governo federal utiliza para pagar aos seus credores.
Como sabemos, numa comparação direta entre qualquer pessoa, 
física ou jurídica, e o governo, este é economicamente mais forte. Assim, 
podemos dizer que, em tese, as chances de um governo “quebrar” são 
muito menores que as de qualquer outra pessoa. Diante disso, os bancos 
se fazem a seguinte pergunta antes de emprestar dinheiro para outro 
banco ou outro credor qualquer: “Por que eu emprestaria dinheiro a você, 
com todo o risco que você oferece, se o Governo Federal me paga a Selic 
praticamente sem risco algum”? A resposta a esta pergunta é simples: “Eu 
lhe pago uma taxa de juros superior à Selic, pois o meu risco é maior do 
que o oferecido pelo Governo Federal”. 
Assim, podemos concluir que quanto maior for a taxa Selic, maior será 
o risco de mercado.
Síntese
A inflação é um importante indicador de risco, pois é o resultado do dese-
quilíbrio entre oferta e demanda.
Os juros são uma das ferramentas utilizadas para corrigir esse 
desequilíbrio.
Quanto maiores forem os juros, maior será o desequilíbrio e, portanto, 
maior será o risco de mercado.
A principal base de juros utilizada pelos bancos e instituições finan-
ceiras é a taxa Selic, que o governo utiliza para pagar aos seus credores.
Quanto mais alta for a Selic, maior será o risco percebido pelos bancos 
e maiores serão os juros a serem cobrados dos credores.
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Exercícios resolvidos
1. Instituição responsável pelo registro e acompanhamento das transa-
ções financeiras ocorridas entre os bancos.
a) Selic.
b) FGV.
c) Cetip.
d) Inflação.
e) Conjuntura	Econômica.
Comentário: a Cetip consiste num sistema de registro on-line e real time de 
100% do movimento financeiro diário do Brasil.
Questões para revisão
1. Discuta com seus colegas a respeito das atuais medidas econômicas do 
governo federal, referentes à inflação, e de que forma estas afetam as 
atividades de sua empresa.
2. Analise se a sua empresa orienta as atividades financeiras de acordo 
com a variação da taxa Selic e, em caso negativo, se há viabilidade de 
adotar a prática dessa orientação.
Nos exercícios que seguem, indique a alternativa correta. 
3. O processo de alta generalizada dos preços praticados em mercado, 
sem uma expectativa de paralisação dessa alta em curto prazo, recebe 
o nome de:
a) inflação.
b) juros.
c) Selic.
d) Cetip.
e) FGV.
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4. A taxa de juros, por meio da qual o governo federal remunera seus 
endividamentos perante credores, recebe o nome de:
a) Cetip.
b) inflação.
c) Selic.
d) títulos públicos.
e) FGV.
5. Indicador de risco de mercado que influencia diretamente na compo-
sição e nível da taxa Selic: 
a) Cetip.
b) inflação.
c) juros.
d) títulos públicos.
e) FGV.
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Para concluir...
Ao longo deste livro, vimos que os pontos principais da análise de crédito 
são o levantamento, a comprovação e o cruzamento de informações, de 
forma que o risco de inadimplência por parte dos clientes seja o mínimo 
possível. O levantamento das informações deve envolver todos os setores 
da organização responsáveis pelo relacionamento com o cliente, pois a 
justaposição dos dados obtidos é de suma importância para a determi-
nação do perfil deste.
Nesse contexto, procuramos auxiliar-lhe na identificação dessas 
infor mações, bem como das fontes de cada uma delas, sejam de nível 
macroeconômico, sejam exclusivas do cliente analisado.
A ideia de desenvolver um procedimento básico de elaboração e análise 
de crédito reside no fato de que a grande maioria das empresas não o faz, 
definindo crédito aos seus clientes apenas pela sensibilidade ( feeling), o 
que se mostra uma prática muito perigosa.
Não podemos esquecer que, mesmo com um processo bem estruturado 
de crédito nas empresas, ainda há o risco de inadimplência e, nesses casos, 
os procedimentos necessários vão desde uma simples ligação telefônica 
até uma ação de cobrança judicial.
O ideal é um trabalho cada vez mais embasado numa boa coletânea de 
dados, sempre dinâmica, atualizada e sistematizada, de maneira tal que 
os níveis de perdas em operações comerciais sejam os menores possíveis. 
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Bacen – Banco Central do Brasil. Resolução n. 2.682, de 21 de dezembro de 
1999. Diário	Oficial	da	União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1999. 
Disponível em: <http://www.diariodasleis.com.br/busca/ 
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_______. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário	Oficial	da	União, Poder 
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Referências
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Schrickel, W. K. Análise de crédito: concessão e gerência de empréstimos. São 
Paulo: Atlas, 1998.
Securato, J. R. Crédito: análise e avaliação do risco – pessoas físicas e jurídicas. 
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Tsuru, S. K.; CENTA, S. A. Crédito no varejo para pessoas físicas e jurídicas. 
Curitiba: Ibpex, 2007.
Vasconcellos, M. A. S. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2000.
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Modelo de proposta de crédito de pessoas jurídicas
Arquivo permanente 
Informações cadastrais
Empresa: CNPJ: 
Endereço: Tel.: 
Setor de atividade: Unidade de negócios: 
Contato na empresa: Tel.:Executivo: Tel.:
Apêndice
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Controle acionário/empresas controladas e coligadas
Controle acionário 
Acionista CNPJ ou CPF
Participação 
(%)
Função Idade
Tempo de 
empresa
25 Sócio-proprietário
25 Sócio-proprietário
25 Sócio-proprietário
25 Sócio-proprietário
SUCESSORES NA EMPRESA
Nome Idade Função
Tempo de 
empresa
INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Devemos destacar qualquer informação considerada relevante a 
respeito da situação não só dos sócios, mas também de seus sucessores 
(problemas graves de saúde, vida pregressa dos sócios, ausência de 
sucessor, disputas familiares etc.).
PATRIMÔNIO DOS SÓCIOS
Tipo do bem Quantidade Valor (R$ Mil) Ônus 
Automóvel, terreno, 
casa etc.
Preços de 
mercado.
Está alienado ou não. 
Por quanto e quem é 
o agente alienante.
Conforme IR em anexo. Conseguindo o IR, confirmam-se os dados fornecidos pelos 
clientes. 
INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Nesse quadro consideramos, principalmente, os bens com os quais os 
sócios estariam dispostos a compor o colateral da operação de crédito.
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Empresas coligadas/controladas
Empresa CNPJ Participação (%) Extensividade da LC (%) Atividade
Sim ( ) Não (x)
Sim ( ) Não (x)
Sim ( ) Não (x)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Nesse quadro devem constar informações a respeito da situação 
de crédito das empresas obtidas nos sistemas de consulta de crédito – 
Serasa, SPC, associação comercial etc. 
Quanto à coluna de extensividade, devemos apontar se a presente 
proposta de crédito será utilizada, também, por essas demais empresas 
do grupo. 
Principais executivos
Nome CPF Cargo
Tempo de 
empresa
Sócio-proprietário
Sócio-proprietário
Sócio-proprietário
Sócio-proprietário
INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Nesse campo devemos destacar a forma com que a empresa é gerida – 
administração familiar, corporativa, centralizada, descentralizada etc. –, 
bem como os problemas percebidos pelo analista quanto a esse assunto.
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Histórico do cliente
Esta empresa foi constituída, em 1991, pelo sr. Carlos Augusto (nome 
fictício), por meio de capital próprio. No decorrer dos anos, adquiriu experi-
ência e conhecimento em seu ramo de atuação. Atualmente, é reconhecida 
e possui ótimo relacionamento no mercado. Atua em todo território 
nacional e possui uma carteira de clientes que abrange segmentos do 
mercado privado, corporativo e estatal (municipal, estadual e federal).
Realiza negócios na área de comércio, importação e exportação de 
computadores, e produtos eletrônicos, além de prestar serviços nas áreas 
de informática, processamentos de dados, terceirização de informática, 
call center, teleatendimento ativo e receptivo, locação de serviços de 
informática, mão de obra especializada em informática, cursos básicos e 
treinamento em informática, serviços de microfilmagem convencional e 
recuperação de documentos, operações de telemarketing e tratamento de 
dados, caracteres óticos (OCR), reconhecimento inteligente de caracteres 
(ICR), reconhecimento de marca ótica (MRO), conversão de sistemas, 
arquivamento, armazenamento de documentos e disponibilização de 
imagens e documentos em mídia eletrônica.
A organização conta com funcionários altamente treinados e 
qualificados. Sua equipe técnica é capaz de executar com qualidade os 
projetos de tecnologia da informação (TI), possui a certificação BS EN 
ISO 9001:2000 e, no que se refere à metodologia para o desenvolvimento 
de seus projetos, faz uso das últimas inovações.
Histórico do relacionamento com o banco/empresa
Última visita realizada em: / / Participantes: 
Cliente desde: / Prospect: (x)
Funcionários: 420
INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
É considerada uma das melhores empresas no ramo de consultoria e 
serviços de processamento de dados do Sudeste do país.
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Principais produtos
Participação (%)
no faturamento
Participação 
de mercado
Concorrentes
Participação 
de mercado
Principais produtos/ 
serviços
Último 
exercício
Exercício 
atual
% %
INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Nesse quadro devemos destacar as vantagens e as desvantagens dos 
produtos, o perfil do mercado consumidor e dos concorrentes etc. O 
objetivo é mostrarmos ao Departamento de Crédito quem são os princi-
pais integrantes do mercado.
Principais clientes/Fornecedores
Principais clientes
Empresa
Prazo de recebimento de 
vendas – Dias corridos
Produto % das 
vendas
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INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Devemos mencionar quaisquer pontos considerados importan tes, 
pertinentes ao relacionamento da empresa com seus clientes. Programas 
de fidelidade, formas de divulgação de vendas, problemas com algum 
cliente etc.
Principais fornecedores
Empresas Prazo Produto % das compras
INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Devemos mencionar quaisquer pontos considerados importantes, 
perti nentes ao relacionamento da empresa com seus fornecedores. 
Informações financeiras
Faturamento
2007 2008 2009 2010
R$ Mil
Mercado 
interno
Mercado 
externo
Mercado 
interno
Mercado 
externo
Mercado 
interno
Mercado 
externo
Mercado 
interno
Mercado 
externo
Jan.
Fev.
Mar.
 (continua)
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Abr.
Maio
Jun.
1º Sem.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
2º Sem.
Total
Média/
Mês
Evolução 
(%)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Nessa etapa identificamos os motivos que levaram ao crescimento 
ou à queda do faturamento da empresa, as principais medidas que irão 
suportar ou corrigir o faturamento futuro da empresa e os problemas 
identificados na empresa que tenham impacto direto sobre as vendas.
Perfil das vendas (mercado interno)
Perfil vendas % Prazo
À vista
A prazo
Duplicatas
Cheques pré
Crédito em c/c
 (conclusão)
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Posição das contas a receber
INADIMPLÊNCIA – Data Base: 12/01/2009 
Prazo Valor (R$ Mil) % Total Observações
Carteira a vencer
Carteira vencida
1 a 30 dias
31 a 60 dias
61 a 90 dias
91 a 180 dias
181 a 360 dias
Acima de 360 dias
TOTAL
INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Devemos destacar ou citar a relação de contratos em andamento ou 
similar.
Posição no mercado externo
COMÉRCIO EXTERIOR
Importação US$ Mil Mercados/Produtos
2007
2008 
2009 (previsão)
Exportação US$ Mil Mercado/Produtos/Obs.
2007
2008
2009 (previsão)
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Endividamento bancário
Linhas de crédito – Data base.
Banco Produto Limite Em Uso Garantia Vencto.
R$ Mil R$ Mil
Total
INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Destacar os motivos que levaram a empresa a assumir esse passivo 
bancário.
Destacar as medidas que a empresa toma ou tomará para reduzir 
suas dívidas bancárias ou as medidas que tomará que justificam novas 
tomadas de empréstimos.
Identificar o possível empenho de novas garantias (colaterais), bem 
como dívidas que estejam em aberto (inadimplentes).
Impostos pendentes ou renegociados (data base da consulta)
Natureza
Valor principal 
(R$ Mil)
Valor PMT
 (R$ Mil)
Prazo/Vencto.
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 4 
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Status dos impostos
1
2
3
4
Restritivos
Data base da consulta:
Tipo de restritivo
Valor
(R$ Mil)
Data
Detalhes de baixa, regularização ou 
motivo da pendência
-- -- --
INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Devemos destacar quaisquer informações pertinentes aos restritivos 
em nome do cliente. Precisamos verificar se estes são devidos ou inde-
vidos, quem está acionando os restritivos, em que situação está a sua 
contestação dos restritivos indevidos etc.
Ativo fixo
Tipo do bem Área total (m2) Área constr. (m2)
Valor venal estimado 
(R$ Mil)
Ônus
Investimentos realizados
Valor (R$ Mil) Data Descrição
Renovação instalação 
operacional
Renovação máquinas/
equipamentos
Outros
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INFORMAÇÕES ADICIONAIS/COMENTáRIOS
Devemos destacar os benefícios que tais investimentos irão proporcionar 
à empresa, bem como o cronograma de implantação desses investimentos.
Risco ambiental
Pergunta Sim Não N/A
A empresa oferece riscos ambientais?
Está certificada pelos órgãos competentes?
Possui contingência ambiental (multas, processos ambientais 
em ação)?
Identifica valores de multas para regularização de 
pendências?
Memorando de crédito
Produto
Valor 
(R$ Mil)
Prazo 
(dias)
Garantia Extensividade
1. Cheque especial 50 90 Aval
2. Capital de giro 1.000 18
Até R$ 350 mil aval; 
acima deste valor, aval 
+ garantia de veículos
3. Conta garantida 400 90
Até R$ 200 mil aval; 
acima deste valor, aval 
+ garantia de veículos
TOTAL 1.450
Fundamentos e objetivo da proposta
O objetivo da proposta é suprir as necessidades da organização: furos 
de caixa, necessidades de giro, 13º salário, investimentos/expansão em 
informática e execução de contratos.
Embora a empresa receba, geralmente sem atraso, o pagamento de seus 
clientes, o investimento inicial para execução e prestação de serviço é 
elevado. Isso é justificado pela necessidade de máquinas, equipamentos e 
componentes de informática, já de imediato, no primeiro mês de execução, 
independente do prazo do contrato.
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Destacamos que a maioria dos contratos de prestação de serviços é 
por tempo indeterminado.
Justificativa para linhas considerando ciclo do cliente
1. Produto de relacionamento com a finalidade de resguardar de 
eventual necessidade na compensação diária de cheques.
2. O limite solicitado permitirá a empresa arcar com eventuais furos em 
seu fluxo de caixa.
3. O limite solicitado pretende fazer frente às necessidades de giro, 
13º salário, investimentos/expansão em informática e execução de 
contratos.
Empresa com ciclo financeiro na ordem de 30 dias.
Análise financeira
O faturamento da empresa apresentou um crescimento gradual e 
sustentável nos últimos anos. Em 2008, o faturamento atingiu seu pico. 
Foi quando houve a execução de contrato com uma grande empresa da 
área de processamento de dados. Apesar da estabilidade apresentada no 
balancete de setembro/09 em face de dezembro/10 (crescimento médio de1,09%), o resultado obtido na atividade (Ebitda) passou de 10% para 17%, 
em 2010. Assim, se considerarmos o moderado endividamento bancário, 
a participação das despesas financeiras (2,4%) foi adequada. Esses dados 
mostram que a instituição teve boa rentabilidade (13%) e que, de modo 
geral, a situação econômico-financeira foi satisfatória.
Os sócios possuem alta dotação patrimonial (7,2 MM), inclusive com 
bens de alta liquidez, conforme IR em anexo.
Fatores de risco e desvios na matriz de contorno
A empresa possui estrutura confiável e os seus funcionários, são altamente 
qualificados. 
Empresa com baixa concentração em seus clientes ou fornecedores. Ela, 
devido ao valor, à qualidade de seus serviços e ao conceito no mercado, é 
líder no Sudeste do país.
Sua clientela está concentrada em empresas estatais, públicas e 
órgãos públicos, devido ao valor dos contratos e ao retorno sobre o 
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capital investido e sem atraso no pagamento, embora também atenda 
às empresas privadas. Presta esse tipo de serviços há mais de 20 anos, 
consta no quadro de fornecedores desses órgãos e é sempre contemplada 
sempre na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano de exercício.
Conclusão
Esta empresa foi constituída, em 1991, pelo sr. Carlos Augusto, por meio 
de capital próprio. No decorrer dos anos, adquiriu experiência e conheci-
mento em seu ramo de atuação. Atualmente, é reconhecida e possui ótimo 
relacionamento no mercado. Atua em todo território nacional e possui 
uma carteira de clientes que abrange segmentos do mercado privado, 
corporativo e estatal (municipal, estadual e federal).
Realiza negócios na área de comércio, importação e exportação de 
computadores, e produtos eletrônicos, além de prestar serviços nas áreas 
de informática, processamentos de dados, terceirização de informática, 
call center, teleatendimento ativo e receptivo, locação de serviços de 
informática, mão de obra especializada em informática, cursos básicos e 
treinamento em informática, serviços de microfilmagem convencional e 
recuperação de documentos, operações de telemarketing e tratamento de 
dados, caracteres óticos (OCR), reconhecimento inteligente de caracteres 
(ICR), reconhecimento de marca ótica (MRO), conversão de sistemas, 
arquivamento, armazenamento de documentos e disponibilização de 
imagens e documentos em mídia eletrônica.
É considerada uma das melhores empresas no ramo de consultoria e 
serviços de processamento de dados do Sudeste do país.
No seu segmento de atuação, devido à clientela, aos contratos, aos 
serviços prestados e ao porte da empresa, ela é líder no mercado. 
Especificamente, no Espírito Santo, abrange cerca de 80% do mercado. 
Encontram-se entre seus principais clientes empresas de 1ª linha –
privadas, públicas, estatais, órgãos públicos e secretarias –, com 
recebimento mensal em conta-corrente. Embora haja a concentração de 
sua carteira em órgãos públicos e autarquias, a empresa presta esse tipo de 
serviços há mais de 20 anos e, além de constar no quadro de fornecedores 
desses órgãos, é sempre contemplada na LDO do ano de exercício.
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O prazo para pagamento dos fornecedores gira em torno de 30 a 60 dias.
A organização recebe em conta-corrente pelo sistema de pagamentos 
mensais. Devido ao segmento de atuação, suas vendas são 100% a prazo.
O cliente não possui fornecedores fixos; faz uso do critério de preço, 
prazo e qualidade dos produtos.
Em 2008, o faturamento foi superior aos demais anos em função da 
execução de contrato com uma grande empresa. Esta continua a ser cliente 
e possui outros contratos de prestação de serviços em andamento. No 
entanto, aquele contrato em específico era para a troca de estrutura/rede 
de informática, softwares e locação de mão de obra, contrato na ordem de 
R$ 5MM. Foi um faturamento pontual no ano de 2008.
A empresa trabalha com conta garantida para suprir furos em seu 
fluxo de caixa, durante a execução de contratos, com recebimento mensal 
em conta e capital de giro a longo prazo (24 prestações), 13º salário, 
investimentos e expansão em informática e execução de contratos.
Do endividamento total, 74% estão em empréstimos de longo prazo 
(66,79% em capital de giro e leasing, 7,34% em 36 PMTs). Correspondem a 
parcelas mensais de R$ 79.950,00, correspondendo a 6,52% do FMM.
A empresa não apresenta inadimplência significativa em sua carteira de 
vendas. Quando há problemas com pagamentos, a prestação do serviço e 
dos equipamentos é interrompida. Em casos esporádicos, se algum cliente 
não pagar a duplicata na data de vencimento, esta é liquidada dentro do 
mês de vencimento.
Considerando os fatores citados - analise financeira da empresa, fatores 
de risco e dotação patrimonial dos sócios -, neste caso, o analista foi favo-
rável ao proposto.
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Resolução nº 2.682 de 21/12/1999/BACEN – Banco Central do Brasil 
(D.O.U. 23/12/1999)
Dispõe sobre critérios de classificação das operações de crédito e regras 
para constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa. 
O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 
31 de dezembro de 1964, torna público que o CONSELHO MONETÁRIO 
NACIONAL, em sessão realizada em 21 de dezembro de 1999, com base no 
art. 4º, incisos XI e XII, da citada Lei, resolveu: 
Art. 1º Determinar que as instituições financeiras e demais instituições 
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem classificar as 
operações de crédito, em ordem crescente de risco, nos seguintes níveis: 
I – nível AA; 
II – nível A; 
III – nível B; 
IV – nível C; 
V – nível D; 
Anexo
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VI – nível E; 
VII – nível F; 
VIII – nível G; 
IX – nível H. 
Art. 2º A classificação da operação no nível de risco correspondente é de 
responsabilidade da instituição detentora do crédito e deve ser efetuadacom base em critérios consistentes e verificáveis, amparada por informações 
internas e externas, contemplando, pelo menos, os seguintes aspectos: 
I – em relação ao devedor e seus garantidores: 
a) situação econômico-financeira; 
b) grau de endividamento; 
c) capacidade de geração de resultados; 
d) fluxo de caixa; 
e) administração e qualidade de controles; 
f) pontualidade e atrasos nos pagamentos; 
g) contingências; 
h) setor de atividade econômica; 
i) limite de crédito; 
II – em relação à operação: 
a) natureza e finalidade da transação; 
b) características das garantias, particularmente quanto à suficiência e 
liquidez; 
c) valor. 
Parágrafo único. A classificação das operações de crédito de titularidade 
de pessoas físicas deve levar em conta, também, as situações de renda e de 
patrimônio bem como outras informações cadastrais do devedor. 
Art. 3º A classificação das operações de crédito de um mesmo cliente ou 
grupo econômico deve ser definida considerando aquela que apresentar 
maior risco, admitindo-se excepcionalmente classificação diversa para 
determinada operação, observado o disposto no art. 2º, inciso II. 
Art. 4º A classificação da operação nos níveis de risco de que trata o art. 
1º deve ser revista, no mínimo: 
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I – mensalmente, por ocasião dos balancetes e balanços, em função de 
atraso verificado no pagamento de parcela de principal ou de encargos, 
devendo ser observado o que segue: 
a) atraso entre 15 e 30 dias: risco nível B, no mínimo; 
b) atraso entre 31 e 60 dias: risco nível C, no mínimo; 
c) atraso entre 61 e 90 dias: risco nível D, no mínimo; 
d) atraso entre 91 e 120 dias: risco nível E, no mínimo; 
e) atraso entre 121 e 150 dias: risco nível F, no mínimo; 
f) atraso entre 151 e 180 dias: risco nível G, no mínimo; 
g) atraso superior a 180 dias: risco nível H; 
II – com base nos critérios estabelecidos nos arts. 2º e 3º: 
a) a cada seis meses, para operações de um mesmo cliente ou grupo 
econômico cujo montante seja superior a 5% (cinco por cento) do pa-
trimônio líquido ajustado; 
b) uma vez a cada doze meses, em todas as situações, exceto na hipótese 
prevista no art. 5º. 
§ 1º As operações de adiantamento sobre contratos de câmbio, as de 
financiamento à importação e aquelas com prazos inferiores a um mês, 
que apresentem atrasos superiores a trinta dias, bem como o adianta-
mento a depositante a partir de trinta dias de sua ocorrência, devem ser 
classificados, no mínimo, como de risco nível G. 
§ 2º Para as operações com prazo a decorrer superior a 36 meses admite-se 
a contagem em dobro dos prazos previstos no inciso I. 
§ 3º O não atendimento ao disposto neste artigo implica a reclassifi-
cação das operações do devedor para o risco nível H, independentemente 
de outras medidas de natureza administrativa. 
Art. 5º As operações de crédito contratadas com cliente cuja responsa-
bilidade total seja de valor inferior a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) 
podem ter sua classificação revista de forma automática unicamente 
em função dos atrasos consignados no art. 4º, inciso I, desta Resolução, 
observado que deve ser mantida a classificação original quando a revisão 
corresponder a nível de menor risco. 
§ 1º O Banco Central do Brasil poderá alterar o valor de que trata este 
artigo. 
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§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às operações contratadas até 29 de 
fevereiro de 2000, observados o valor referido no caput e a classificação, no 
mínimo, como de risco nível A. 
Art. 6º A provisão para fazer face aos créditos de liquidação duvidosa 
deve ser constituída mensalmente, não podendo ser inferior ao soma-
tório decorrente da aplicação dos percentuais a seguir mencionados, sem 
prejuízo da responsabilidade dos administradores das instituições pela 
constituição de provisão em montantes suficientes para fazer face a perdas 
prováveis na realização dos créditos: 
I – 0,5% (meio por cento) sobre o valor das operações classificadas como 
de risco nível A; 
II – 1% (um por cento) sobre o valor das operações classificadas como 
de risco nível B; 
III – 3% (três por cento) sobre o valor das operações classificadas como 
de risco nível C; 
IV – 10% (dez por cento) sobre o valor das operações classificadas como 
de risco nível D; 
V – 30% (trinta por cento) sobre o valor das operações classificadas como 
de risco nível E; 
VI – 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor das operações classificadas 
como de risco nível F; 
VII – 70% (setenta por cento) sobre o valor das operações classificadas 
como de risco nível G; 
VIII – 100% (cem por cento) sobre o valor das operações classificadas 
como de risco nível H. 
Art. 7º A operação classificada como de risco nível H deve ser transfe-
rida para conta de compensação, com o correspondente débito em provisão, 
após decorridos seis meses da sua classificação nesse nível de risco, não 
sendo admitido o registro em período inferior. 
Parágrafo único. A operação classificada na forma do disposto no caput 
deste artigo deve permanecer registrada em conta de compensação pelo 
prazo mínimo de cinco anos e enquanto não esgotados todos os procedi-
mentos para cobrança. 
Art. 8º A operação objeto de renegociação deve ser mantida, no mínimo, 
no mesmo nível de risco em que estiver classificada, observado que aquela 
registrada como prejuízo deve ser classificada como de risco nível H. 
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§ 1º Admite-se a reclassificação para categoria de menor risco quando 
houver amortização significativa da operação ou quando fatos novos rele-
vantes justificarem a mudança do nível de risco. 
§ 2º O ganho eventualmente auferido por ocasião da renegociação deve 
ser apropriado ao resultado quando do seu efetivo recebimento. 
§ 3º Considera-se renegociação a composição de dívida, a prorrogação, 
a novação, a concessão de nova operação para liquidação parcial ou inte-
gral de operação anterior ou qualquer outro tipo de acordo que implique 
na alteração nos prazos de vencimento ou nas condições de pagamento 
originalmente pactuadas. 
Art. 9º É vedado o reconhecimento no resultado do período de receitas 
e encargos de qualquer natureza relativos a operações de crédito que apre-
sentem atraso igual ou superior a sessenta dias, no pagamento de parcela 
de principal ou encargos.Art. 10. As instituições devem manter adequadamente documentadas 
sua política e procedimentos para concessão e classificação de operações 
de crédito, os quais devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil e 
do auditor independente. 
Parágrafo único. A documentação de que trata o caput deste artigo deve 
evidenciar, pelo menos, o tipo e os níveis de risco que se dispõe a adminis-
trar, os requerimentos mínimos exigidos para a concessão de empréstimos 
e o processo de autorização. 
Art. 11. Devem ser divulgadas em nota explicativa às demonstrações 
financeiras informações detalhadas sobre a composição da carteira de 
operações de crédito, observado, no mínimo: 
I – distribuição das operações, segregadas por tipo de cliente e ativi-
dade econômica; 
II – distribuição por faixa de vencimento; 
III – montantes de operações renegociadas, lançados contra prejuízo e 
de operações recuperadas, no exercício. 
Art. 12. O auditor independente deve elaborar relatório circunstanciado 
de revisão dos critérios adotados pela instituição quanto à classificação 
nos níveis de risco e de avaliação do provisionamento registrado nas 
demonstrações financeiras. 
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Art. 13. O Banco Central do Brasil poderá baixar normas complemen-
tares necessárias ao cumprimento do disposto nesta Resolução, bem como 
determinar: 
I – reclassificação de operações com base nos critérios estabelecidos 
nesta Resolução, nos níveis de risco de que trata o art. 1º; 
II – provisionamento adicional, em função da responsabilidade do 
devedor junto ao Sistema Financeiro Nacional; 
III – providências saneadoras a serem adotadas pelas instituições, 
com vistas a assegurar a sua liquidez e adequada estrutura patrimonial, 
inclusive na forma de alocação de capital para operações de classificação 
considerada inadequada; 
IV – alteração dos critérios de classificação de créditos, de contabili-
zação e de constituição de provisão; 
V – teor das informações e notas explicativas constantes das demonstra-
ções financeiras; 
VI – procedimentos e controles a serem adotados pelas instituições. 
Art. 14. O disposto nesta Resolução se aplica também às operações 
de arrendamento mercantil e a outras operações com características de 
concessão de crédito. 
Art. 15. As disposições desta Resolução não contemplam os aspectos 
fiscais, sendo de inteira responsabilidade da instituição a observância das 
normas pertinentes. 
Art. 16. Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação, produ-
zindo efeitos a partir de 1º de março de 2000, quando ficarão revogadas as 
Resoluções nº 1.748, de 30 de agosto de 1990, e 1.999, de 30 de junho de 1993, 
os arts. 3º e 5º da Circular nº 1.872, de 27 de dezembro de 1990, a alínea “b” 
do inciso II do art. 4º da Circular nº 2.782, de 12 de novembro de 1997, e o 
Comunicado nº 2.559, de 17 de outubro de 1991. 
Armínio Fraga Neto 
Presidente
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Capítulo 1
Questões para revisão
1. Nessa conversa com seus colegas, procure identificar como o crédito 
influencia as relações comerciais de sua empresa, do seu dia a dia e 
como, tanto na empresa em que você trabalha quanto nas empresas em 
que faz compras, esse assunto é tratado.
2. Simule uma operação de venda a prazo com seus colegas e escreva 
numa folha as perguntas que você acha pertinentes, sem que eles vejam. 
Tendo feito isso, troque uma ideia com seu grupo para identificar as 
perguntas que, porventura, não tenha feito, e vice-versa, para completar 
seu questionário. Após completá-lo, aplique-o no grupo e encontre os 5 
Cs de cada um.
3. a
4. c
5. d
Respostas
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Capítulo 2
Questões para revisão
1. Bancos comerciais: Bradesco, Itaú, Santander, Panamericano etc.
Bancos públicos: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil.
Agência de fomento: Agência de Fomento do Paraná (AFPR). 
Financeiras: BV Financeira, CV Financeira, Sul Financeira etc.
Operadoras de cartão de crédito => Cielo, Redecard, American Express etc.
2. O importante numa análise de relacionamento é identificar quais são 
os principais parceiros da empresa, quais produtos financeiros (linhas 
de crédito) estão à disposição e se estes estão devidamente ade quados às 
necessidades da companhia.
3. c
4. b
5. d
Capítulo 3
Questões para revisão
1. Nesse caso, conta o levantamento de artigos jornalísticos que tracem 
comentários a respeito da situação atual e futura do PIB. É importante 
fazer uma relação direta e simples entre PIB e crédito, pois ambos 
andam juntos, ou seja, o crescimento do PIB necessita do crédito e vice-
-versa. Quanto maior o crédito, maiores serão as chances de crescimento 
do crédito e quanto maior o PIB, maior a necessidade por crédito.
2. É importante levantar o crescimento de vendas do setor ou da região, os 
níveis de inadimplência dos clientes atendidos por empresas desse setor, 
notícias referentes aos investimentos das empresas do setor etc. Feito 
esse levantamento, deve-se comparar a empresa aos dados do setor.
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3. 
(1) Referências comerciais.
(2) Dados econômico-financeiros.
(3) Comportamento pregresso.
( 1 ) Serasa.
( 1 ) Associação Comercial.
( 1 ) Sindicheque.
( 2 ) Holerite.
( 2 ) Declaração de Imposto de Renda Pessoa 
Jurídica (DIRJ).
( 2 ) Balanço patrimonial.
( 2 ) Demonstração de resultados do exercício (DRE).
( 2 ) Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
( 3 ) Últimas compras realizadas pelo cliente.
( 3 ) Levantamento dos pagamentos em atraso em 
relação à empresa.
( 3 ) Intervalo entre os negócios fechados entre a 
empresa e o cliente.
4. b
5. c
Capítulo 4
Questões para revisão
1. É importante levantar o crescimento de vendas, os níveis de inadim-
plência dos clientes, as notícias referentes aos investimentos das empresas 
do setor estudado. Feito isso, deve-se comparar os dados levantados.2. A empresa deve fazer um acompanhamento da taxa Selic, do PIB, da 
renda per capita para que, de posse desses dados, possa traçar estraté-
gias comerciais e de crédito. O importante é pensar em soluções que 
possibilitem à empresa criar, atualizar e entender um banco de dados 
que lhe possibilite essas inferências.
3. O melhor caminho para a resolução deste exercício é anotar todas as 
perguntas que lhe sejam pertinentes. Primeiramente, faça perguntas 
referentes aos dados que possam identificar o cliente: RG, CPF etc. Em 
seguida, levante informações a respeito de seus dados comerciais, suas 
referências profissionais e canais de contato (telefone, e-mail etc.). Por fim, 
pergunte os motivos que justificam o pedido de crédito feito pelo cliente. 
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4. Idem à questão anterior. Entretanto, neste exercício, busque documentos 
fiscais e contábeis a respeito da empresa – balanço patrimonial, DRE e 
IR – acompanhados do contrato social e do cartão CNPJ.
5. d
6. d
7. b
Capítulo 5
Questões para revisão
1. O importante é lembrar que o modelo sugerido pelo livro é um modelo 
genérico e que pode ser diminuído, ou ampliado, conforme a necessi-
dade. O melhor caminho para essa modificação é ter claro o tipo de 
produto vendido pela empresa, bem como o tipo de cliente atendido.
2. O primeiro ponto de análise dos dados na ficha é a comprovação 
documental e, em seguida, das referências citadas nela.
3. b
4. c
5. d
Capítulo 6
Questões para revisão
1. Em grupo, identifique como a empresa em que você trabalha trata as 
esferas da análise de crédito e determine os pontos em que ela é melhor 
que as empresas desses mesmos colegas. Feito isso, levante o máximo 
de informações possíveis a respeito da sua empresa e tente expô-la a 
todas as esferas de análise de crédito citadas no capítulo. 
2. Solvência:
LG = R$ 3,37;
LC = R$ 1,58;
LS = R$ 0,70;
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EG = 10,99%;
ECP = 42,86%;
EBL = 42,86%.
3. Eficiência:
MB = 39,79%;
MO = 35,96%;
ML = 32,12%.
4. Ciclo operacional:
PMPF = 31 dias;
PMRE = 62 dias;
PMRV = 30 dias;
CO = 61 dias.
Capítulo 7
Questões para revisão
1. A primeira recomendação, nesse caso, é anotar parte das práticas 
definidas pela resolução e compará-las com as medidas adotadas por 
sua empresa. Em seguida, elabore um programa de implantação das 
práticas mais adequadas à organização.
2. Converse com seus colegas a respeito de rating, bem como a respeito do 
conhecimento por parte das empresas das quais fazem parte. Discuta o 
papel do rating na vida das empresas e identifique situações que podem 
ser melhoradas com a adoção dessa prática.
3. Pontuação = 25,6 (nível médio de risco).
4. Uma observação importante: como os demonstrativos referem-se a 
vários anos, tome como base sempre o ano mais recente. 
Pontuação = 40,5 (risco médio).
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Capítulo 8
Questões para revisão
1. Sugestão de comunicado de cobrança: 
Cidade, dia, mês, ano.
Caro(a) Senhor(a) Fulano de tal.
Ao verificar nossos sistemas, constatamos que sua fatura de nº. Xxx-01 
não foi paga e que se encontra atrasada a mais de 10 (dez) dias.
Para evitar a negativação de seu nome no Sistema de Proteção ao Crédito, 
pedimos que entre em contato imediato com nossa equipe de cobrança – 
cobrança@cobrança.com.br ou 0800-00-0800 – para a devida regulari-
zação desse apontamento.
Desde já agradecemos pela gentileza da prestação prestada.
Gerente de Crédito.
2. Levante os formulários básicos utilizados por sua empresa, converse com 
os responsáveis pelo setor de crédito e, com base no que foi visto neste 
livro, elabore uma planilha comparativa entre o que sua empresa utiliza 
e as práticas citadas. Feito isso, identifique as práticas oferecidas pelo 
livro que não são usadas por sua empresa e analise se as mesmas são 
cabíveis a sua rotina.
3. Resposta pessoal.
4. Elabore uma tabela “fechada”, em que as questões possam ser respon-
didas apenas com “sim” ou “não”. Aponte as suas impressões e, tendo 
preenchido todos os pontos, se o número de questões afirmativas dos 
indícios for maior, possivelmente a empresa esteja entrando em processo 
de default.
5. a
6. a
7. b
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Capítulo 9
Questões para revisão
1. O principal ponto é identificar se a empresa possui uma política defi-
nida de reajustes de preços de vendas, de acordo com a oscilação da 
inflação, e os reajustes que venha a sofrer em seus custos de produção. 
Se tiver, identifique como essa política pode ser melhorada. Caso 
contrário, sugira a implantação de uma.
2. O principal ponto é identificar se a empresa possui uma política defi-
nida de reajustes de juros, cobrados dos clientes e dos padrões mínimos, 
para concessão de crédito, de acordo com as medidas monetárias divul-
gadas pela imprensa. Se tiver, identifique como essa política pode ser 
melhorada e, caso contrário, sugira a implantação de uma.
3. a
4. c
5. b
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Chrystian Marcelo Rodrigues é natural da cidade de Curitiba (PR). Formou-se 
em Ciências Econômicas pela Faculdade Católica de Administração e 
Economia do Paraná (FAE), em 1998, e tornou-se especialista em Finanças 
e Planejamento Estratégico, em 2001, pela mesma instituição. 
Com 15 anos de carreira, sempre atuou na área de consultoria e 
assessoria empresarial em grandes empresas e bancos. Professor há 7 anos, 
atualmente ministra aulas no Grupo Uninter nos cursos tecnológicos 
presenciais, a distância e de bacharelado presencial. Além disso, é sócio-
-fundador de um escritório de consultoria e gestão financeiras.
Sobre o autor
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ANÁLISE DE CRÉDITO E RISCO 
Logicamente, isso acontece pela concessão de 
crédito e pela garantia de que vão receber! 
Porém, mesmo que esse tipo de transação traga 
vantagens às partes interessadas, merece atenção 
redobrada: SEMPRE HÁ RISCO DE INADIMPLÊNCIA.
Você, que já comprou algo parcelado ou que deseja possibilitar 
esse tipo de conveniência aos seus clientes, já parou pra pensar 
em como as empresas conseguem vender algo pelo qual só 
receberão ao longo de vários meses?
É com base na experiência de empresas e consumidores, 
retratada por meio de exercícios e cases do cotidiano, que 
esta obra aborda temas essenciais a respeito da análise de 
crédito e risco, demonstrando ao leitor A IMPORTÂNCIA DA 
INFORMAÇÃO para evitar prejuízos e minimizar riscos, por 
meio das seguintes temáticas: 
Série
Gestão 
Financeira
	Blank Page
	Blank Page

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