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O GUIA DO AEE PRÁTICO DA PROFESSORA M O R G A N A D A C R U Z Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 CAPÍTULO 1: O AEE NA PERSPECTIVA DA RESOLUÇÃO 04 DE 2009 SUMÁRIO 05APRESENTAÇÃO 13INTRODUÇÃO 16 O que é o AEE? Qual a função do AEE? Público alvo do AEE Formação e atribuições do professor A sala de recurso multifuncional A importância de conhecer a legislação Vou trabalhar no AEE, o que fazer primeiro? do AEE da Educação Especial e Inclusiva 17 18 18 20 22 23 23 CAPÍTULO 2: QUAL O CAMINHO A PERCORRER ATÉ O PRIMEIRO ATENDIMENTO? Documentos pertinentes no AEE O modelo de cada documento O que fazer no primeiro atendimento? 25 26 28 32 Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 CAPÍTULO 3: O PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO NO AEE. 34 A BNCC e as práticas pedagógicas Como planejo os meus A importância da hora-atividade Avaliação diagnóstica no AEE. atendimentos. no AEE. 36 41 45 45 CAPÍTULO 4: O LÚDICO, A ADAPTAÇÃO CURRICULAR E O CURRÍCULO FUNCIONAL NATURAL 48 A importância da valorização e do respeito ao professor do AEE Por que é importante conhecer as deficiências? A adaptação curricular como Conhecendo o Currículo Natural Funcional estratégia de aprendizagem. 50 51 56 51 CAPÍTULO 5: FIZ O MEU ATENDIMENTO O QUE DEVO FAZER DEPOIS? 68 A importância dos registros no AEE O que observar no meu aluno? 69 68 Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 Avaliação pedagógica no AEE Relatórios pedagógicos para profissionais 71 75 77CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 80 Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 05 Sou a Professora Morgana Silva da Cruz, tenho 33 anos, sou casada e tenho um filho de 2 anos e 3 meses. Moro em Urussanga, Santa Catarina. Amo a natureza e estudar. Sempre fui uma aluna nota 10 e muito comprometida com meus estudos. No trabalho, não é diferente. Sempre estou em busca de conhecimento para poder contribuir com meus alunos, professores e famílias e agora, também com professores que tem o mesmo objetivo que eu, evoluir sempre. Comecei a trabalhar aos 15 anos, vendendo lingeries e lençóis. Aos 18 anos, em 2008 comecei a trabalhar em uma empresa como estagiária do setor do Almoxarifado. Fui contratada após seis meses de estágio para atuar no setor de compras. Trabalhei até 2010 e neste mesmo ano, iniciei a minha trajetória na Educação. Tive o prazer de trabalhar por 4 anos em uma Escola Especial, uma experiência que me trouxe muito conhecimento, empatia e senso de superação. Nas escolas regulares, trabalhei como professora titular e também como segunda professora. Olá, prazer… Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 06 No final de 2015, surgiu a oportunidade de fazer um Concurso Público. Me inscrevi para concorrer a uma vaga de professor do AEE. Logo comecei a estudar e fiz a prova em meados de janeiro de 2016. Tive o prazer de ser aprovada em primeiro lugar e assumir a vaga no dia 16 de fevereiro de 2016. Como em todo serviço novo, estava eu com frio na barriga de conhecer a nova escola, mais ao mesmo tempo com a sensação de alívio por poder ter um trabalho fixo e, melhor ainda, fazer o que me faz bem: trabalhar com a Educação Inclusiva. Nesta escola trabalhava todas as manhãs. Minha sala era espaçosa porém, desorganizada. Era um amontoado de jogos e brinquedos feitos de materiais reciclados e boa parte deles, eram muito mal elaborados e sem clareza de qual a sua utilidade. Aos poucos, fui começando a organizar o ambiente, jogando para a reciclagem àquilo que não fazia mais sentido. Arrumei cada armário, anotando o que tinha de recurso. Fiz muitos recursos novos e bem feitos, para que tivessem bastante durabilidade. Quando cheguei no armário arquivo, tive a maior surpresa: Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 07 não havia documentos dos alunos atendidos nos anos anteriores. Sim, precisei começar do zero, pois era como não houvesse alunos em atendimentos nos anos anteriores. Precisei reestruturar o meu AEE em todos os aspectos: físico, pedagógico e técnico. Comecei a estudar e a conversar com professores que trabalhavam ou já haviam trabalhado em Salas de recursos, li muitos livros e fiz cursos diversos na área, que me permitiram ir aperfeiçoando a minha prática. Foi fácil? Não. Por muitas vezes chorei sozinha, até porque, sou a única professora do AEE de minha escola. Na rede, somos somente em duas. Me sentia sozinha e sem com quem partilhar as dificuldades que tinha. Mesmo assim, continuei, errei muito e fui corrigindo a minha prática e também, meu modo de ser. Me tornei aquela mais apaixonada do que nunca, pelo meu trabalho e meu alunos. Respeitando e amando cada um com suas especificidades, entendo o modo de aprender e interagir com seus pares e o mundo. Sou aquela sonhadora que Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 08 acredita que podemos tornar nossas escolas cada vez mais Inclusivas. Em 2020, assim como todos, eu também tive que enfrentar o medo do trabalho online. A pandemia nos fez se reinventar profissionalmente. Na ocasião, já no final de abril, fui convidada pela secretária de Educação do município na qual eu trabalho, para fazer uma formação para os estagiários de inclusão, logo aceitei e organizei tudo. Foram 16 estagiários inicialmente na formação, que acontecia nas segundas e sextas-feiras as 8:00 da manhã. Na segunda-feira, eu fazia a explanação do tema inclusivo e lançava uma tarefa que precisava ser entregue por email. Na sexta-feira, era o dia do feedback da tarefa dada e dúvidas que surgiram durante a semana. A formação foi um sucesso e ao final de dois meses, veio o acréscimo de mais estagiários, aumentando consideravelmente o grupo a ser atendido por mim. Éramos 93 em julho e todos com muita ânsia por conhecimento e as discussões ficavam cada vez mais cheias de conteúdos. Fomos até o dia 13 de novembro de 2020. Pois no dia 14, estava Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 09 agendada a minha cesárea. Foi um misto de sentimentos, pois meu coração era só gratidão, pois era muito prazeroso compartilhar meu conhecimento e minhas vivências da Educação Especial e Inclusiva com tantos jovens afoitos por me ouvir. Foi neste momento que a minha mente se abriu para novos horizontes, percebendo que por meio da tecnologia eu poderia construir uma rede de professores que possuem os mesmos objetivos que eu: lutar por uma educação mais empática e inclusiva. Foi aí que eu percebi, que dessa forma eu não estaria mais sozinha e que eu teria muito para contribuir com os professores. Passei a minha licença maternidade estudando e lendo e obviamente, cuidando do João Maurício. No dia 10 de junho de 2021, já retornando ao trabalho, recebo uma ligação de meu pai, dizendo que não era para eu ir na casa dele, pois ele havia acabado de sair do laboratório e testado positivo para o COVID, logo me deu uma tristeza e um medo enorme. No dia 13, domingo. Peguei o carro, coloquei o João na cadeirinha e fui até na frente da casa dos meus pais. Lembro Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 10 como se fosse hoje, meu pai dizendo para eu não entrar, pois tinha muito medo que eu e o João pegasse o vírus. Meu pais se debruçava na janela, e dizia que não estava bem e que teria que ir no hospital, logo me ofereci, ele não aceitou e foi sozinho para o hospital, duas horas depois a enfermeira ligou e avisou que ele ficaria internado e que teríamos que levar roupas e buscar o carro, assim fizemos. Tínhamos notícias somente uma vez por dia e pela enfermeira, tornando a aflição maior. No dia 17 a noite meu pai teve que ser entubado e no dia 18 às 15:30 horas deu entrada na UTI. Nesse momentomeu mundo caiu no chão, as dúvidas e incertezas me tomaram. Trabalhava e minha cabeça estava bastante confusa e pensativa. Os próximos meses foram de muita tristeza e resiliência, precisei por muitas vezes me fazer forte e tinha comigo sempre que eu precisa de alguma forma partilhar o meu conhecimento. Comecei 2022, com a ideia de me reinventar profissionalmente e foi nessa procura, que encontrei a Sabrina e sua mentoria, não pensei duas vezes. Logo comprei e iniciei o curso. Foi no dia 19 de Fevereiro de 2022 Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 11 que nasceu o perfil profissional @morganadacruzz, que foi criado com o intuito inicial de trabalhar a Educação Inclusiva, aos poucos foi afunilando o Nicho e hoje falo com muita alegria e prazer para professores de AEE, segundo professores, professores titulares, coordenadores de inclusão. Inclusive, se ainda não conhece o meu Instagram, já clica no link abaixo e me acompanhe diariamente através dele. CLIQUE E ACESSE O INSTAGRAM Tenho mais de 5.000 seguidores, que estão ali em busca de conhecimento e partilha de experiências. Por isso quero te fazer um convite para além desse Ebook. Se você deseja fazer parte de uma comunidade de professores do AEE, descomplicar os processos burocráticos, com acompanhamento e com conteúdo aprofundado, conheça o Curso Descomplique o AEE. Já somos mais de 120 professoras por todo o Brasil. 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O aluno com deficiência, assim como tantos outros, necessitam ter seus direitos respeitados e encontrar professores que verdadeiramente os incluam em ações pedagógicas significativas. Que os considerem como alunos que querem aprender e aprendem. Aprendem os conteúdos curriculares, se expressam e constroem coletivamente uma aprendizagem cheia de desafios. INTRODUÇÃO Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 14 Não podemos aceitar nos dias de hoje somente o “respeito”, o “aceitar” ou “tolerar”, isso deve ser o mínimo, precisamos ir além disso, planejando ações pedagógicas que ensinem e incluam verdadeiramente o nosso aluno. Não podemos também aceitar, o discurso de que “a escola não está preparada para atender e entender a inclusão”. Como assim? E quando estará preparada? A partir do momento que todos se sentirem responsáveis em consolidar a prática pedagógica inclusiva e perceber a inclusão como meio para alcançar uma sociedade mais justa e tolerante. Por isso, necessitamos de professores que abracem a causa da inclusão. Da inclusão que protege, acolhe e ensina, respeitando a forma de aprender e acima de tudo, que proponha formas diferenciadas de ensinar. Nossos alunos não necessitam de julgamento e muito menos de “pena”. A inclusão já esteve mais distante de ser real, não somente nas escolas mas também na sociedade. Distante de ser ideal, pois mesmo nas escolas há preconceito no trabalho com a pessoa com deficiência. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 15 O educador precisa se sentir parte do processo inclusivo e torná-lo um momento sempre natural, considerando o ser humano antes da deficiência. Lembrar que ali tem uma criança, adolescente ou jovem, que necessita ser aceito e compreendido na sua totalidade, que o professor que ali está, acredite em suas habilidades e potencialidades, garantindo uma aprendizagem significativa. Portanto, considero importante ter em mente que todo ser humano aprende e tem direito a aprender, então, proporcione um currículo adaptado, recursos e atividades diversas. Independente da vaga que você esteja, seja na sala regular como segundo professor (professor de apoio) ou no AEE, faça a inclusão acontecer. Lute, defenda, ame os nossos aluno, pois é por eles que estamos trabalhando. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 16 Para termos um trabalho de sucesso precisamos termos conhecimento técnico e embasado em legislações, visando atender nossos alunos e familiares com qualidade e eficiência, por isso, é importante conhecer as legislações que permeiam o trabalho na Educação Especial, na educação Inclusiva e no AEE. Para o trabalho no AEE, é de fundamental importância conhecer a Resolução Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009 que institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Agora, vamos conhecer as entre linhas da Resolução 4 de 2009: CAPÍTULO 1 O AEE NA PERSPECTIVA DA RESOLUÇÃO 04 DE 2009 Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 17 O AEE (Atendimento Educacional Especializado) é um serviço da Educação Especial ofertado na escola regular, realizado em Sala de Recursos Multifuncionais. Art. 5º O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, também, em centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios. Art. 6º Em casos de Atendimento Educacional Especializado em ambiente hospitalar ou domiciliar, será ofertada aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a Educação Especial de forma complementar ou suplementar. O que é o AEE? Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 18 Qual a função do AEE? Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem. Público alvo do AEE: I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial. II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 19 III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade. Art. 7º Os alunos com altas habilidades/superdotação terão suas atividades de enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito de escolas públicas de ensino regular em interface com os núcleos de atividades para altas habilidades/superdotaçãoe com as instituições de ensino superior e institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes e dos esportes. Uma das mais polêmicas mudanças no DSM 5- (O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição ou DSM-5 é um manual diagnóstico e estatístico feito pela Associação Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais.), é a inclusão da Síndrome de Asperger e de todas as variantes do Autismo em apenas uma classificação, que passa a ter graus de severidade e não de Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 20 divisões. Essas variações são os chamados Transtorno do Espectro Autista. E o TDAH? Na lei 14254/21, de 30 de novembro de 2021, é novíssima. Dispõe sobre o acompanhamento integral para educandos com dislexia ou Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou outro transtorno de aprendizagem. Porém em seu texto não deixa claro se é público alvo do AEE. Quem precisa fazer isso são os municípios regulamentando a lei, criando assim diretrizes para que ela se efetive. Por isso se faz importante, observar as leis do município e estado na qual você trabalha. Formação e atribuições do professor do AEE Art. 12. Para atuação no AEE, o professor deve ter formação inicial que o habilite para o exercício da docência e formação específica para a Educação Especial. Art. 13. São atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 21 I – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da Educação Especial; II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade; III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais; IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola; V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade; VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno; VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia e participação; Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 22 VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares. A sala de recurso multifuncional O Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008 nos traz o que é a Sala de recurso Multifuncional: Art. 3º O Ministério da Educação prestará apoio técnico e financeiro às seguintes ações voltadas à oferta do atendimento educacional especializado, entre outras que atendam aos objetivos previstos neste Decreto: § 1º As salas de recursos multifuncionais são ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 23 A importância de conhecer a legislação da Educação Especial e Inclusiva Como professor do AEE, é imprescindível conhecer a legislação da Educação Especial e Inclusiva. Conhecer e estudá-la para atuar com segurança na orientação de professores e famílias, com embasamento técnico e teórico. O conhecimento de leis também nos permite, ampliar horizontes relacionados a prática mais inclusiva, consciente da formação cognitiva e social do aluno com deficiência. Vou trabalhar no AEE, o que fazer primeiro? Ao chegar em uma escola para assumir a vaga no AEE, procure conversar com a orientação ou direção da escola para saber como era o funcionamento da sala nos anos anteriores. Além disso, conheça a sua sala e os recursos que você terá disponível para seus atendimentos. Passear pela escola, conhecendo os espaços e as turmas. Dessa forma, o Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 24 Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva/ 2008; Resolução 04/2009; Lei Brasileira de Inclusão Nº 13.146/2015; Coleção Saberes e práticas da Inclusão (publicação do MEC) professor já conhece os alunos típicos e atípicos da unidades escolar. É importante também, estudar e ler sobre Educação Especial e Inclusiva, sobre o Atendimento Educacional Especializado e seus desafios, conhecer as legislações sobre essas temáticas, garantindo ações pautadas em conhecimento técnico e pedagógico. Veja alguns documentos importantes para serem estudados: Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 25 Comece conhecendo os alunos que serão atendidos no AEE. Para isso, vá até o secretário escolar e peça a lista dos alunos matriculados com deficiência. Com essa lista, você verificará o arquivo da sala e o que tem de documento de cada aluno (fichas, laudos, avaliações), lendo cada um com muita atenção. Depois de ler esses documentos, chame cada família em horário pré-agendado para realizar a entrevista (anamnese). No final da entrevista, converse com a família ofertando um horário para o atendimento, entregando a ficha de autorização e de uso de imagem para serem assinadas. CAPÍTULO 2 QUAL O CAMINHO A PERCORRER ATÉ O PRIMEIRO ATENDIMENTO? Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 26 Autorização: Para frequentar o AEE, contendo dia ou dias da semana e o horário, deve conter a assinatura dos pais ou responsáveis; Ficha de presença: ela tem por objetivo registrar a frequência dos atendimentos, além disso, cada atendimento o aluno escreve o seu nome por completo, memorizando a escrita dele. Aqui é necessário estabelecer uma regra, deixando claro para o responsável que três faltas consecutivas sem justificativa, pode perder a vaga no AEE e a mesma ser disponibilizada para outro aluno. Importante sensibilizar para a vinda no atendimento e da importância de não faltar. Faltar apenas quando necessário; Veja quais são esses documentos que precisamos construir no AEE e sua importância: Anamnese: Entrevista que tem por objetivo, reunir dados do desenvolvimento do aluno com deficiência na concepção, durante e após a gestação; Documentos pertinentes no AEE. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 27 Ficha de desistência: Utilizada quando a família ou o responsável não quer a vaga no AEE ou possui muitas faltas sem justificativa. (documento que protege o professor e a escola); Autorização do uso de imagem: Importante os pais ou responsáveis assinarem junto a autorização para frequentar o AEE (utilizo essas imagens apenas para uso escolar, nunca em redes sociais); Estudo de caso: São dados reunidos em um relatório com informações relevantes da vida escolar do educando com deficiência; Avaliação Diagnóstica: Tem por objetivo registrar as habilidades e dificuldades do aluno com deficiência; PDI ou PEI: Plano de Desenvolvimento Individual ou Plano Educacional Individual. Tem por objetivo reunir os dados da avaliação diagnóstica, registrar os objetivos e habilidades e traças o plano de intervenção; Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 28 Planejamento: Planejar as atividades e jogos que serão utilizados em cada atendimento; Registro de observação dos atendimentos: Todo atendimento deve ser registrado como forma de percebermos os progressos na aprendizagem,facilitando assim, a construção da avaliação descritiva Pedagógica do Educando; Avaliação Descritiva: Reunir informações acerca do processo evolutivo de cada educando, podendo ser semestral ou até mesmo anual; O modelo de cada documento. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 29 Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 30 Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 31 Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 32 O que fazer no primeiro atendimento? O primeiro dia de aula, o primeiro atendimento sempre traz uma pontinha de ansiedade, mesmo que você seja um profissional experiente, pois cada turma ou aluno são únicos. Por isso, neste primeiro atendimento, faça o que estiver em seu alcance para acolher bem o seu aluno. Ele precisa se sentir bem e seguro. É o momento, de estabelecer vínculo afetivo, pautado no respeito e na empatia, fazer os combinados, criando uma rotina visual. Apresente a sala para o aluno e faça uma proposta de atividade lúdica. O momento é de cativar! É importante dar oportunidade para o aluno expressar seus gostos e adaptar isso na rotina do atendimento, intercalando entre o que o aluno gosta e o que é necessário para a sua aprendizagem. Isso se chama empatia, se colocar no lugar dele, verificando o seu gosto para adaptar nas atividades pedagógicas. Jogos são ótimos para estabelecer vínculo afetivo e Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 33 conhecer o aluno, percebendo quais as dificuldades e habilidades que precisam serem estimuladas. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 34 Com base nas dificuldades e potencialidades em destaque na Avaliação Diagnóstica você terá subsídios para iniciar planejamento pedagógico. É importante não deixar passar nada e ser bastante cuidadoso no levantamento das informações, para que o planejamento seja o mais adequado à realidade do aluno. E aqui trago uma pergunta que sempre chega no perfil. O planejamento do professor do AEE é diferente do professor da turma? A resposta é sim. O planejamento do AEE é diferenciado para tornar acessível o currículo escolar. CAPÍTULO 3 O PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO NO AEE. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 35 Sendo assim, o que deve ser feito é identificar junto com o professor regular e o seu planejamento, o que é importante trabalhar com o aluno, quais habilidades é importante estimular, respeitando assim, seu tempo de aprendizagem. É por isso que é tão importante a articulação de todos os profissionais da educação. Professor regente, Professor de Apoio, Professor de Sala de Recursos, orientador, diretor escolar. Cada um deles, dentro de sua área de competência, terá contribuições importantes para o desenvolvimento do trabalho pedagógico. Ao pensar no planejamento pedagógico nossa preocupação principal deve ser focar em organizar o espaço, o tempo, os materiais, as atividades, as estratégias de trabalho e, ainda, propor novas ações a partir da reflexão do trabalho diário e do que foi identificado. O planejamento precisa ser flexível, com possíveis aperfeiçoamentos das práticas metodológicas e pedagógicas e da autoanálise do seu trabalho. É importante garantir que o aluno seja protagonista da sua própria aprendizagem podendo falar, ouvir, brincar, ler histórias, desenhar, Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 36 pintar, comer, criar e recriar, promovendo o contato com o conhecimento. Ao planejar, precisamos considerar os conteúdos a serem ensinados e estabelecidos na BNCC, conforme o ano escolar. O planejamento também proporciona identificar as condições a eficácia das estratégias educacionais, do espaço físico, do horário e do calendário escolar. Possibilita também a adoção, a execução, a avaliação e o aperfeiçoamento das demais diretrizes. E finalmente, a prática educativa deve sempre estar carregada de intencionalidade, pois é ela que produz resultados educacionais satisfatórios. A BNCC e as práticas pedagógicas no AEE. A Base Nacional Comum Curricular - BNCC é o documento que determina os direitos de aprendizagem de todo aluno que cursa a Educação Básica no Brasil. Isso significa que o aluno da educação especial também deve ter acesso a esses direitos de aprendizagem. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 37 A Base apresenta uma lista de 10 Competências Gerais que devem ser desenvolvidas com o objetivo de levar as escolas a deixarem de ser apenas transmissoras de conteúdo, mas que apoie o estudante diante das questões que eles vivenciam em áreas como: emocional, cultural, tecnológica, socioambiental, responsabilidades, criatividades, entre outros. Essas competências devem ser vistas pelo professor como componentes que passam todas as áreas de conhecimento e etapas da educação. Devem serem aplicadas no trabalho que é desenvolvido na educação especial e não podem deixar de fazer parte da rotina que é aplicada em nossos AEEs. A Base Nacional Comum Curricular - BNCC é o documento que define os direitos de aprendizagem de todo aluno que cursa a Educação Básica no Brasil. Isso significa que o aluno com deficiência também deve ter acesso a esses direitos de aprendizagem, por isso é importante fazer referência a BNCC no nosso PDI. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 38 Vamos as competências? 10 competências Gerais da BNCC 1. CONHECIMENTO: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. PENSAMENTO CIENTÍFICO, CRÍTICO E CRIATIVO: Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. REPERTÓRIO CULTURAL: Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 39 4. COMUNICAÇÃO: Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital – bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos, além de produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. CULTURA DIGITAL: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. TRABALHO E PROJETO DE VIDA: Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 40 seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. ARGUMENTAÇÃO: Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos,a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO: Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo- se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 09. EMPATIA E COOPERAÇÃO: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 41 de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, suas culturas e suas potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. RESPONSABILIDADE E CIDADANIA: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Como planejo os meus atendimentos. E enquanto vamos organizando em nossa hora-atividade as documentações dos nossos alunos, precisamos ir fazendo atendimentos e observações, mesmo não tendo construído ainda o PDI. Pois os atendimentos não podem parar e o nosso aluno precisa continuar se desenvolvendo. No Atendimento Educacional Especializado atendemos o aluno individual ou no máximo em três alunos, juntando alunos com deficiências e dificuldades semelhantes. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 42 Com o planejamento não é diferente. Podemos planejar um atendimento e ao final dele analisarmos se esse atendimento contempla um outro aluno. E como planejamos um atendimento? 1º tenha em mente o tempo desse atendimento. 2º tenha o cronograma de alunos em mãos, conforme o dia da semana. 3º Planeje conforme os alunos atendidos naquele dia; Ex: Segunda-feira Matutino: Pedro Maria João Vespertino: Joana Nicolas Então, planeje por dia, aluno por aluno. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 43 Pedro Autista nível 1 + TDAH- 5° ano Entregue a ficha de presença para ser assinada. Proposta: - 6 situações problemas envolvendo multiplicação e divisão; - Leitura do livro como se fosse dinheiro de Ruth Rocha; Objetivos: - Estimular a leitura em voz alta, bem como a interpretação das situações problemas; - Organizar o cálculo seguindo o conceito do sistema de numeração decimal - Unidade- dezena- centena; - Construir a resposta por meio da sistematização das ideias, considerando o sistema de escrita e sua hipótese; - Favorecer a oralidade por meio da expressão da opinião diante do livro proposto. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 44 Outra exemplo de planejamento: Cada professor deve definir qual melhor modelo de planejamento se adapta, além de definir se fará ele manuscrito em um caderno ou digitado. O que importa mesmo, é que seja planejado atendimentos que venham ao encontro das necessidades de aprendizagem dos nossos alunos. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 45 Todo professor tem direito a hora-atividade, assim é com o professor da que trabalha com o Atendimento Educacional Especializado, pois como qualquer outro professor, ele precisa planejar seus atendimentos, construir as documentações para cada aluno e até os recursos pedagógicos. A Lei que ampara a hora-atividade de todo professor, a Lei 11.738/ 2008. A importância da hora- atividade no AEE. Avaliação diagnóstica. A Avaliação Diagnóstica Inicial é um instrumento importantíssimo para o início do trabalho pedagógico. É através dela que o professor terá condições pedagógicas de levantar as necessidades de aprendizagem do aluno. Não é um instrumento para julgar o que o aluno não sabe, mas para o professor ter um ponto de partida para iniciar seu planejamento. É a partir dela, por exemplo, que é possível identificar o potencial, as habilidades e também as limitações do aluno para que Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 46 Funções Cognitivas: é a percepção, atenção, memória, linguagem, raciocínio lógico. seja possível elaborar a melhor estratégia de acompanhamento e de desenvolvimento educacional. Assim, o professor vai ter subsídios para levá-lo aos níveis mais elevados de ensino e garantir o acesso de qualidade à educação. Você vai encontrar a seguir uma sequência de referências para a elaboração de uma Avaliação Diagnóstica Inicial. Elas são apenas um parâmetro, uma bússola para uma melhor compreensão do conhecimento escolar do aluno. Essas são apenas sugestões que servirão de norte para pensar em como propor a avaliação diagnóstica inicial, mas você pode acrescentar a elas outras informações que forem necessárias. Esse é o momento que o professor terá para levantar, trabalhar e aprofundar no conhecimento sobre o aluno, sobre suas necessidades de adaptação, suas limitações e suas potencialidades. 1. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 47 Identificação; Escrita; Leitura; Raciocínio Lógico; Percepção Visual. 2. Funções Interpessoal/ Afetivo / Social: autoimagem, autoestima, autonomia, independência, sociabilidade. A avaliação diagnóstica pode conter: Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 48 Utilizar o lúdico como recurso pedagógico no AEE é uma forma importante para estabelecer e fortalecer vínculo com o aluno, além de observar as habilidades cognitivas e comportamental. Usar o lúdico é uma forma divertida de ensinar algo para alguém, fugindo das metodologias tradicionais. Os jogos, as histórias, as músicas e brincadeiras livres contribuem para o estímulo do processo de aprendizagem. CAPÍTULO 4 O LÚDICO, A ADAPTAÇÃO CURRICULAR E O CURRÍCULO FUNCIONAL NATURAL Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 49 A definição dada por Almeida nos leva refletir sobre a grande importância do lúdico no processo de aprendizagem, como uma ação pedagógica intencional do professor, encontrando o mesmo como mediador deste processo, auxiliando o educando na exploração de diferentes formas, cores ou tamanhos. O lúdico possibilita o estudo da relação do ser humano com o mundo, integrando estudos específicos na formação de sua personalidade. Por meio da atividade O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”. Se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. (ALMEIDA, 2004, p.40) Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 50 lúdica, o aluno forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas e, o mais importante, se socializa com o meio na qual está inserida. A utilização do lúdico como recurso didático deve ser pensada e organizada pelo professor passo a passo, considerando as potencialidades e individualidade de cada criança. A importância da valorização e do respeito ao professor do AEE O respeito e a própria valorização do professor do AEE começa por nós mesmos, valorizando o nosso trabalho e fazendo o melhor pelo nosso aluno. Por isso, falo muito da importância do empoderamento, baseado na construção de conhecimento técnico e pedagógico. A postura do professor fala muito sobre ele. Não ser provedor de discórdia e fofoca já é um grande passo para o empoderamento. A fofoca na qual eu falo, é o fato de falar de alunose professores, demonstrando a falta de ética. Outro detalhe importante, é o cuidado com a aparência, e não falo de vestir ou calçar Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 51 roupas de marcas, mas de manter-se com a aparência que transmita seriedade e profissionalismo. Por que é importante conhecer as deficiências? Estudar as deficiências é fundamental para conhecer as características e o funcionamento da aprendizagem, garantindo o manejo e o planejamento mais focado em estratégias para evoluir na aprendizagem do aluno com deficiência. A adaptação curricular como estratégia de aprendizagem. As adaptações curriculares estão relacionadas às possibilidades educacionais de atuar diante das dificuldades de aprendizagem dos alunos. Ela beneficia o desenvolvimento escolar do aluno e permite que eles participem, em conformidade com suas particularidades, da maioria das atividades comuns a toda a turma. A sala de aula é o principal lugar onde acontece o processo de ensino Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 52 aprendizado.É nela também, que acontece a convivência entre alunos e professores. É por isso, que a escolarização não pode acontecer aleatoriamente, mas deve ser mediada por processos que envolvem organização da rotina, dos métodos, das estratégias e dos recursos pedagógicos que vão garantir que o aprendizado realmente vai acontecer. Por isso, em algum momento serão necessárias adaptações ao currículo regular para torná-lo apropriado aos alunos da Educação Especial. Documentos que asseguram o direito a adaptações curriculares RESOL. CNE/CEB 02 DE 11/2001 - ART 8º III – Flexibilizações e adaptações curriculares que considerem o significado prático e instrumental dos conteúdos básicos, metodologias de ensino e recursos didáticos diferenciados e processos de avaliação adequados ao desenvolvimento dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, em consonância com o projeto pedagógico da escola, respeitada a frequência obrigatória. LBI 13.146/2015 – ART. 28- Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 53 III- projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia; V – adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar; XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e demais integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino. O Currículo adaptado inclui não só o aluno com deficiência, mais também os alunos com dificuldade ou transtorno de aprendizagem, alunos em vulnerabilidade social, o imigrante, entre outros. A adaptação curricular é dividida em dois grupos: grande porte e de pequeno porte. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 54 são ajustes que necessitam de aprovação técnica, política e administrativa (financeiro para custear) do município, estado ou do governo Federal para serem colocadas em prática, como: adequações no espaço físico da escola, aquisição de móveis ou equipamentos tecnológicos, número de alunos por turma. são adaptações feitas no currículo que são de responsabilidade do professor. Tais adaptações tem por objetivo garantir que o aluno com deficiência aprenda o conteúdo previsto para a turma na qual está inserido, como: adaptações de atividades e jogos, trabalhos em dupla ou equipe. Veja um exemplo: Grande porte Documentos que asseguram o direito a adaptações curriculares Pequeno porte Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 55 E não esqueça: ADAPTAR O CONTEÚDO NÃO É DIFÍCIL, É TRABALHOSO! Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 56 De acordo com LeBlanc (1992), um currículo desenhado para desenvolver ao máximo as potencialidades de uma pessoa portadora de necessidades educativas especiais deveria ser um conjunto dos objetivos a ensinar e procedimentos de como ensinar. Todo currículo deveria responder a três perguntas básicas: O Que Ensinar? OBJETIVOS Para Que Ensinar? PRINCÍPIOS NORTEADORES, FILOSOFIA Como Ensinar? PROCEDIMENTOS Tal currículo deveria ser também, funcional, natural e divertido. no sentido de que as habilidades (objetivos) que serão ensinadas tenham função para a vida, que possam ser utilizadas de imediato ou num futuro próximo. O aluno poderá utilizar as atividades aprendidas em sua própria vida ou para contribuir em sua família ou comunidade. Assim, não deveria ensinar, Conhecendo o Currículo Natural Funcional FUNCIONAL - Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 57 despendendo energia do aluno para aprender coisas que não têm significado para a sua vida. Como determinar o que é funcional? Depende de diferentes fatores. Aquela habilidade que pode ser considerada funcional numa determinada comunidade, poderá não ser em outra. Portanto, ao eleger-se os objetivos funcionais para ensinar, é necessário ter em mente aquilo que a pessoa portadora de deficiência necessita aprender para ser exitosa e aceitável em seu meio, como qualquer outra dessa mesma comunidade. Um exemplo: Uma família de um jovem portador de autismo de dezesseis anos, cujo pai estava sempre sendo transferido de um ponto do país a outro por questões de trabalho elegeu, junto com a equipe de professores, como habilidade necessária para seu filho, aprender a comportar-se em aeroportos e aviões. Para o jovem em questão, ‘’aprender a portar-se bem em aeroportos e aviões’’ representava uma habilidade funcional. Para outro jovem de dezesseis anos, de outra comunidade, que não necessite tal habilidade de imediato ou a médio prazo, ela não será funcional. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 58 Em qualquer momento da vida, o jovem da segunda hipótese poderia vir a necessitar aprender essa habilidade que, nesse momento, passaria a ser funcional para ele. Habilidades funcionais seriam, portanto, todas as habilidades necessárias para viver a vida de uma forma exitosa. Incluem-se neste conjunto desde as habilidades mais básicas até as acadêmicas, como ler e escrever. Habilidades como, por exemplo, identificar cores, a princípio não nos parecem funcionais, uma vez que na vida dificilmente vamos dizer ‘’Aquele pote azul tem açúcar’’. Diríamos tão somente: ‘’Aquele pote tem açúcar’’. Uma habilidade como esta entretanto, pode tornar-se necessária à vida do aluno, pode passar a ter uma função para ele. Se este aluno vai trabalhar numa loja de roupas e passa a ter como tarefa organizar as roupas por cores ou distribuí-las aos departamentos, conforme as cores lhe sejam solicitadas, nesse momento identificar cores passa a ser funcional para esse aluno. É hora de ensiná-lo. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 59 Um ponto importante é que quando algo tem sentido para nós, quando temos necessidade de aprendê-lo para logo o colocarmos em prática, aprendemos com mais facilidade. Não é diferente para nossos alunos. Quando falamos em habilidades que tenham utilidade para a vida, pode-se fazer a equivocada interpretação de que falamos tão somente de atividades de vida diária (AVDs), como tomar banho, fazer higiene após o uso do vaso sanitário, escovar dentes, comer adequadamente, etc. Contudo, aproposta trazida pelo Currículo Funcional Natural é muito mais ampla. Trata-se de toda e qualquer habilidade que uma pessoa necessitará para ter êxito na vida, estar melhor adaptada e ser mais aceitável em seu meio. Nesta perspectiva, as habilidades que comporão o currículo são irrestritas. Temos que ter em mente O QUÊ vamos ensinar a nossos alunos. A pergunta necessária é: Terá alguma utilidade para sua vida? Se a resposta for negativa, melhor buscarmos outra habilidade para ensinar. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 60 está relacionado ao ato de ensinar. Às situações de ensino, materiais selecionados e procedimentos utilizados, bem como à lógica na execução das atividades. O professor deveria encontrar oportunidades de ensino que sejam naturais, evitando situações artificiais. Por exemplo, um aluno chega a escola às oito horas com seu rosto lavado e dentes escovados. A professora, porém, tem em seu planejamento que às oito e meia deverá ensinar a escovar dentes e assim procede. Deveríamos nos perguntar: Qual seria o momento mais natural para ensiná-lo a escovar os dentes? Logicamente após o lanche. Essa seria a situação natural. Ele irá vivenciá-la muitas outras vezes na vida e, por conseguinte, generalizará o que aprendeu pela possibilidade de relacionar com uma situação real vivenciada. Os materiais são parte importante dentro dessa lógica. Eles deverão ser os mesmos que usualmente as pessoas utilizam para a mesma situação. Nunca esquecerei uma professora que conheci certa vez. Ela me mostrava o material que utilizava para ensinar seus alunos especiais a darem laço no tênis. Ela tinha um tênis de NATURAL - Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 61 aproximadamente quarenta centímetros de largura todo feito de isopor! Conversamos e perguntei-lhe como havia ensinado a seus filhos a dar laço no tênis. Respondeu-me que lhes ensinava quando estavam preparando-se para irem a escola ou para passear. Nesse momento, tinham o tênis nos pés. Havia, portanto, uma lógica, além do material utilizado ser natural, real. Por que, então ensinarmos as pessoas especiais de outra maneira? Buscar um enfoque natural para ensinar, significa procurar caminhos mais naturais possíveis para fazê-lo. Podemos ensinar o nome e contar, utilizando formas naturais de fazê-lo. Natural também diz respeito à idade. Deveríamos buscar trabalhar com adultos utilizando materiais e situações destinados a adultos, e com crianças, materiais próprios para crianças. Assim não apresentaríamos aos adultos jogos infantis, nem os colocaríamos em situações onde devam portar-se como crianças. Segundo LeBlanc, o ato de aprender deveria ser reforçador em si DIVERTIDO - Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 62 mesmo. Aprender deveria ser um prazer. Nessa medida, as aulas enfadonhas estão proibidas. O aluno deve gostar de fazer a atividade proposta. Em outras palavras, deve desejar estar envolvido. Deve querer aprender. Se o aluno não está se divertindo como o que está fazendo, há uma grande probabilidade de não querer permanecer no ambiente de trabalho. Como já foi dito, se a atividade é divertida, é mais fácil ao aluno engajar-se nela. Assim, a probabilidade de manifestação de condutas inadequadas torna-se muito menor. A atividade deve ser igualmente divertida para o professor. Com seu entusiasmo, ele terá maior possibilidade de envolver a turma, além de não sentir- se, ele mesmo, enfadado. Através de atividades divertidas, os alunos poderão aprender muitas habilidades e para o professor será um prazer ensiná-las. PRINCÍPIOS NORTEADORES A filosofia que orienta todas as ações dos profissionais e familiares envolvidos no trabalho do CFN tem como máxima o respeito à pessoa a) A Pessoa como centro: Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 63 portadora de necessidades educativas especiais. Entendemos que a pessoa com habilidades diferentes, conforme nomeia Judith LeBlanc, deve ser tratada como qualquer outra pessoa gostaria de ser. Esse trato é chamado ‘’Trato de Pessoa’’ ou ‘’Trato Amigo’’. É definido pela máxima: ‘’Não devo fazer com os outros, aquilo que não gostaria que fizessem a mim’’. Quando falamos de concentração nas habilidades, estamos dizendo: concentre sua ação/atenção naquilo que a pessoa portadora de deficiência pode fazer, naquilo que ela faz bem. Que os comportamentos inapropriados passem a ser o fundo e as habilidades passem a ser figura que detém a nossa atenção. Quando nos concentramos nas habilidades nossa tarefa de educar torna-se menos árdua, uma vez que nosso olhar está voltado para as possibilidades. “As maiores dificuldades não estão na aprendizagem, mas no ensino”. As pessoas portadoras de deficiências podem aprender muitas coisas, porém, o professor necessita b) Concentração nas habilidades: c) Todos podem aprender, visualizando situações de ensino: Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 64 analisar qual a melhor forma de ensinar, quais os melhores procedimentos, os melhores materiais. A filosofia do CFN vê a participação da família no processo educacional da pessoa especial como peça fundamental para o avanço da mesma. LeBlanc (1990) atribui à família 70% do trabalho a ser desenvolvido e 30% aos profissionais. É uma questão simples se pensarmos que a maior parte do tempo a pessoa especial esta com a família. Mayo e LeBlanc (1990) consideram os pais os melhores professores para seus filhos. d) A participação da família no processo de aprendizagem: PROCEDIMENTOS: COMO ENSINAR? O CFN está proposto como um conjunto de habilidades a serem ensinadas e procedimentos de ensino a serem implementados pelo professor. A partir do texto “Currículo para comportamentos adequados e aquisição máxima de habilidades” (LeBlanc, 1998), são apontados dos procedimentos básicos para que ocorra a aprendizagem: Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 65 1- O educador deve ensinar com entusiasmo e motivação. 2- O tom de voz e a linguagem usada com o aluno devem ser o mais natural possível, sem gritos e tons muito altos. 3- As habilidades do aluno devem ser mais enfatizadas que suas fraquezas. O “não” deve ser pouco usado. 4- A atenção do aluno deve ser garantida antes de ser dada uma ordem ou fazer um pedido. 5- As ordens dadas devem ser claras. 6- As ordens dadas devem ser apenas aquelas indispensáveis. 7- As ordens não devem ser repetidas mais de duas vezes. 8- Deve ser dado um tempo suficiente para a resposta do aluno. 9- O educador deve manter-se calmo. 10- O educador deve brincar e interagir como um amigo com seu aluno. 11- Elogios devem ser descritivos, quando necessário. 12- Ajudas físicas devem ser evitadas, de forma a dar ao aluno a oportunidade de fazer sozinho. 13- Os interesses do aluno devem ser aproveitados para ensino de novas habilidades. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 66 Um currículo funcional natural é composto de uma filosofia que norteie as práticas educacionais, objetivos e procedimentos de ensino que facilitem a apropriação, por parte do aluno, daquilo que é ensinado. O currículo também deve ser passível de constante avaliação possibilitando ao educador a análise constante do processo de ensino-aprendizagem de modo que possa perceber os avanços do aluno como também os entraves que se apresentem. A avaliação constante do processo de ensinar conduz o professor a julgar a eficácia dos procedimentos que vinha utilizando os quais, talvez, necessitem ser modificados. E o que são habilidades? Habilidades Ou, em outraspalavras, são aptidões. Quando alguém é capaz de realizar uma tarefa bem feita, dizemos que essa pessoa é habilidosa. Esse adjetivo, por sua vez, remete a outras qualidades, como inteligência, agilidade e destreza. As habilidades são determinadas conforme a necessidade do que precisa ser feito. são características de um indivíduo hábil. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 67 Nós enquanto professores do AEE, precisamos definir prioridades do currículo escolar do aluno, seguindo a BNCC, além de priorizar aquilo que é funcional. Podemos trabalhar de três a quatro objetivos, intercalando entre objetivos da BNCC e objetivos definidos pelo professor, pré-estabelecidos no PDI. Por isso, a importância de conhecer o aluno e suas necessidades, estabelecendo o que é pertinente ser aprendido por ele a curto e médio prazo. E como podemos pensar no currículo funcional se temos a BNCC? Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 68 Esse momento, é a oportunidade que o professor tem de fazer o registro do que aconteceu no atendimento, como o aluno reagiu frente ao que foi proposto, se realizou com autonomia. É importante não esquecer de fazer sempre ao final de cada atendimento, para não correr o risco de esquecer algo importante CAPÍTULO 5 FIZ O MEU ATENDIMENTO O QUE DEVO FAZER DEPOIS? A importância dos registros no AEE O registro das observações é uma ferramenta que auxiliará, posteriormente, a construção da avaliação pedagógica Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 69 do AEE. A avaliação pedagógica deve ser feita semestralmente ou anualmente. Os registros devem ser feitos a cada atendimento, sem deixar passar, para que não haja esquecimento de detalhes pertinentes. Recomendo que o atendimento seja de uma hora, sendo 50 minutos para o atendimento e 10 minutos para fazer o registro. Anote sempre a essência do atendimento, aquilo que você observou que foi mais relevante, tanto na aprendizagem, quanto no comportamento. O que observar no meu aluno? Trago aqui as habilidades que devem serem observadas no aluno, tanto na sala de AEE quanto nos demais espaços da Unidade escolar: sala de aula, pátio, educação física, recreio, analisando como manifesta as habilidades descritas. Referem-se ao uso das funções executivas, como: atenção, concentração, memória, controle inibitório, controle de impulsos, controle de comportamentos, criatividade, resoluções de problemas; COGNITIVO: Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 70 Descrever detalhadamente como o aluno faz uso e como se expressa em relação à leitura e escrita, bem como qual é o apoio dado ao mesmo nestas atividades. Observar qual o nível de escrita, fluência leitora, autonomia para a escrita, compreensão do que foi lido. São habilidades de autoconsciência, autogestão, consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável. Autoestima, empatia, autoconhecimento, confiança, respeito, inteligência emocional, resiliência. Referem-se a habilidades de coordenação motora global (ampla), coordenação motora fina, lateralidade, organização espaço-temporal e esquema corporal. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: SOCIOEMOCIONAIS: PSICOMOTORAS: Escutar, falar, ler e escrever são quatro habilidades básicas que nos permitem agir socialmente no uso da língua. ORALIDADE: Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 71 Referem-se às habilidades para fazer escolhas, tomar iniciativa, cumprir planejamentos, atender aos próprios interesses, cumprir tarefas, resolver conflitos, defender-se, explicar-se e solicitar ajuda. AUTONOMIA: Avaliação pedagógica no AEE Avaliação deve considerar o desenvolvimento do aluno enquanto o processo de construção do conhecimento acontece, e ainda, avaliar continuamente os avanços e progressos alcançados. Ao tornar contínuo o processo de avaliação, o professor será capaz de acompanhar o desenvolvimento e assim reavaliar a rota de aprendizagem caso o aluno apresente sinais de que não está avançando. Isso porque, à medida que os alunos vão desenvolvendo a aprendizagem, surgem progressos, dificuldades e obstáculos não previstos e a observação contínua consegue ajustar o processo de aprendizagem. A prática de avaliar e reavaliar impede que o não aprendizado do aluno só seja detectado ao final de longos períodos, Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 72 O que posso considerar como avaliação Dilação do tempo destinado à avaliação; Uso de materiais concretos ou recursos pedagógicos que facilitam o raciocínio; Uso de recursos tecnológicos (lupa eletrônica, calculadora, gravador, computadores com softwares leitores de telas, etc.); Uso de recursos humanos (ledor ou intérprete de Libras); Adaptações na forma da avaliação (ampliação da fonte, uso de desenhos, ou pictogramas, provas em Braille ou em outros meios de comunicação); Adaptações no conteúdo da avaliação ou até mesmo supressão de conteúdos conforme a necessidade especial do aluno. Mesmo o modelo mais tradicional de avaliação pode ser usado se considerarmos que ele pode ser adaptado à necessidade do aluno. Os tipos de avaliação na sala regular para o aluno da inclusão são diversos, avaliações orais, escritas, trabalhos e inviabilizando a intervenção e contribuindo para aumentar os índices de retenção e reprovação. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 73 observações. Já no AEE, considero a observação e o registro como forma de avaliação mais assertiva para o nosso aluno com deficiência AUTOAVALIAÇÃO E AVALIAÇÃO COMPARTILHADA Ouvir, quando for possível, o próprio aluno e os seus colegas sobre as suas facilidades e dificuldades na aprendizagem, propicia ao professor refletir sobre o processo de ensino. Compartilhar suas considerações com a família e até mesmo com outros profissionais que ofertam o atendimento traz ao professor a possibilidade de conhecer a opinião de atores externos ao processo que somada ao parecer dos profissionais da educação, ajuda a construir um processo educacional mais próximo à realidade e necessidade dos alunos. AVALIAÇÃO DESCRITIVA O , parecer ou avaliação consiste em um método de avaliação da aprendizagem do aluno, relatório descritiva Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 74 tendo em vista o desempenho apresentado nas atividades de um determinado período — bimestre, trimestre, semestre ou anual. É importante lembrar que a comparação do desempenho sempre é feita considerando o estado inicial e seu estado ao final do período estabelecido, em outras palavras, como ele chegou e o que ele alcançou. Não entregue o resultado alcançado pelo aluno apenas através de uma nota ou conceito. Apresente para o aluno e/ou familiar o desempenho que foi alcançado e o quanto ele é capaz de avançar. Mostre o que a nota alcançada representa e qual foi a estratégia e atividades desenvolvidas que o levaram àquele resultado. Acompanhe o modelo que utilizo: Importante: Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 75 Relatórios pedagógicos para profissionais. O relatório pedagógico dirigido para um profissional, seja ele da educação ou da saúde deve ter descrito nele questões pedagógicas do Deixando de fácil entendimento como o aluno é. Avaliações e relatórios precisam serem claros e escritos respeitando a norma ortográfica. É imprescindível passar por mais de dois profissionais lendo o texto, para garantir que chegue a família ou processo de aprendizagem do educando ecomportamentais. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 76 outros profissionais, um texto que cumpra o papel de descrever o aluno, garantindo a reflexão e análise sobre sua aprendizagem e seu comportamento. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 77 Estar concluindo este e-book me traz uma sensação de dever cumprido, pois sei que de alguma forma estarei auxiliando você com o meu conhecimento e a minha prática. Procurei trazer esclarecimentos em diversos aspectos importantes no AEE, de forma clara e objetiva aquilo que muitas vezes é visto como difícil. Tratei de temas assertivos para qualificar e facilitar a prática. Procurei escrever de uma forma que respondessem muitas das dúvidas dos professores que chegam até no meu perfil, alegando que nunca trabalharam no AEE, estão iniciando ou até mesmo, trabalham a mais tempo e possuem muitas dúvidas. É importante dizer, que estar na sala de recurso me possibilitou um crescimento profissional e pessoal de uma forma bastante exitosa. CONSIDERAÇÕES FINAIS Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 78 A construção desse processo foi cheia de desafios, resiliência e muito estudo, para criar e recriar o meu AEE, tudo testado e aprovado por mim, que trabalho desde 2016 na sala. Quero reafirmar para você e que fique na sua memória QUE TODO SER HUMANO APRENDE E TEM DIREITO A APRENDER. Partindo desse pressuposto, teremos um caminho mais leve e sem tantas cobranças, respeitando o tempo, a forma e o espaço que cada aluno com deficiência necessita para aprender. Deixo também, um questionamento para você refletir: eu faço a diferença na vida do meu aluno com deficiência? Eu proponho atividades que venham ao encontro com o seu processo de aprendizagem? Analise e responda com todo o seu coração. Seja verdadeiro consigo mesmo, pois só assim, as práticas se tornaram mais inclusivas. Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 79 CLIQUE AQUI Me acompanhe no Instagram ↓ Entre em contato no e-mail ↓ suporte@morganadacruz.com.br Se você deseja fazer parte de uma comunidade de professores do AEE, descomplicar os processos burocráticos, com acompanhamento e com conteúdo aprofundado, conheça o Curso Descomplique o AEE. Já somos mais de 120 professoras por todo o Brasil. CLIQUE AQUI E SAIBA MAIS INFORMAÇÕES DO CURSO Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 https://www.instagram.com/morganadacruzz/ https://www.instagram.com/morganadacruzz/ https://www.instagram.com/morganadacruzz/ https://www.instagram.com/morganadacruzz/ https://www.instagram.com/morganadacruzz/ https://morganadacruz.com.br/descomplique-espera/ https://morganadacruz.com.br/descomplique-espera/ https://morganadacruz.com.br/descomplique-espera/ https://morganadacruz.com.br/descomplique-espera/ https://morganadacruz.com.br/descomplique-espera/ 80 ALMEIDA, M.T.P. Petrópolis: Vozes, 2004. BRASIL. Ministério da Educação. Brasília: MEC, 2003; _________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Secretaria de Educação Especial - MEC/SEESP, 2001. ______. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, 06 de julho de 2015. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Jogos divertidos e brinquedos criativos. Parâmetros Curriculares Nacionais – Adaptações Curriculares, Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Lei nº 13.146, Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873 81 CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Câmara de Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, 11 de setembro de 2001. SEESP/MEC. [2. ed.] / coordenação geral. - Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 92 p. (Série: Saberes e práticas da inclusão). Suplino, Maryse. - Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; Maceió: ASSISTA, 2005. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Resolução CNE/CEB 2/2001. Saberes e práticas da inclusão: avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais. Currículo funcional natural: guia prático para a educação na área do autismo e deficiência mental Licensed to Verônica Nascimento - veronicabomfim050@gmail.com - HP157416911373873