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O BEM-ESTAR DOS BOVINOS DE CORTE Introdução........................................................................................................................1 Nutrição............................................................................................................................2 Recomendações para Área...........................................................................................................4 Alimentos........................................................................................................................6 Ambiente.........................................................................................................................8 GerenciamentoGerenciamento............................................................................................................14 Saúde do Rebanho..................................................................................................................18 Transporte.....................................................................................................................21 Abate...............................................................................................................................22 Sumário INTRODUÇÃO 1 https://materiais.certifiedhumanebrasil.org/normas-bovinos-de-corte 2 Registros da alimentação É obrigação do produtor guardar os registros por escrito e/ou os rótulos da ração que é fornecida aos bovinos com todos os componentes e suas concentrações. Também é preciso manter um registro dos suplementos alimentares. Substâncias proibidas na alimentação É É proibido fornecer aos bovinos qualquer alimento que contenha proteína derivada de mamíferos ou aves, com exceção do leite e dos produtos derivados do leite. Os bovinos também não devem ser alimentados com antibióticos - o que inclui ionóforos, coccidiostáticos e outras substâncias que deliberadamente melhorem o desempenho ou a eficiência alimentar. Condição corporal EEm uma escala de 1 a 9 de escore de condição corporal (ECC), os níveis entre 4 e 6 são considerados os melhores para manter a produtividade e a saúde dos bovinos. Se o ECC de um animal chegar ao nível 2 ou menos, é imperativo tomar uma ação corretiva imediata. Nunca se deve transportar ou retirar da propriedade um bovino com ECC menor que 2, exceto com destino ao tratamento veterinário. Disponibilidade de alimentos É É necessário fornecer alimentação em quantidades adequadas para evitar competição por comida entre os bovinos. As medidas de espaço de comedouro devem ser cumpridas de acordo com o que é indicado no Anexo 1 do referencial, apresentado na tabela abaixo. 3 Espaço Linear 180 a 360kg (cm) 23-28 8-10 23-25 23-28 28-30 ____ ____ ____ ____ 61-76 66-76 76-91 10-15 10-15 ____ ____ 28-33 28-33 ____ ____ 46-56 56-66 56-66 ____ ____ (cm) (cm) (cm) (cm) 360 a 540kg 360kg 454kg 590kg Novilhos Novilhas Vacas VacasBovino em terminação 30-38 ____ 30-38 30-38 ____ 30-33 33-36 ____ ____ 13-15 13-15 ____ 30-38 30-38 ____ Espaço dos comedouros quando usados Uma vez por dia, acesso limitado ao alimento Duas vezes por dia, acesso limitado ao alimento Dieta altamente concentrada, livre Dieta forragem, livre Uma vez por dia Duas vezes por dia Escolha livre de grãos Alimentos ricos em fibras em auto-alimentação (1) Principalmente baseado no MWPS (1987) e adaptado do Guide for the Care and use of Agricultural Animals in Research and Teaching, FASS (1999). (2) Valores por animal em ambiente de curral. (3) Nos climas favoráveis, por exemplo, seco, as áreas de acomodações podem ser inferiores às indicadas nesta tabela. Recomendações para espaço de comedouro de gado 1, 2 e 3 4 Limpeza dos equipamentos de alimentação Os comedouros ou cochos dos bovinos devem ser mantidos sempre limpos e os alimentos mofados ou envelhecidos precisam ser removidos. Minimizando a contaminação da água por alimentos TantTanto os equipamentos para fornecimento de alimentos quanto os que fornecem água precisam ser projetados, construídos, posicionados e conservados de modo a minimizar a contaminação do alimento e da água dos animais. O piso que circunda a área de alimentação precisa ser mantido livre de lama ou com uma profundidade máxima que alcance a altura do tornozelo dos bovinos. 5 6 7 AMBIENTE 8 Currais com superfície compacta utilizados para repouso, para receber animais doentes ou sediar partos precisam conter material de cama ou superfície de borracha para prover aos animais um local seco para deitar. Podem ser listados como pisos compactos aceitáveis: concreto inacabado ou com ranhuras, vigas de concreto vazadas, metal expandido coberto por plástico, piso de borracha. Projeto das passagens OsOs portões, corredores e outras passagens precisam ter largura suficiente para que os animais passem livremente. Os corredores de serviço devem ser projetados para evitar que o gado empaque e consiga se mover tranquilamente pelo corredor em fila única. É preciso excluir da instalação ou minimizar ao máximo o número de corredores com pontos cegos, ou seja: com angulação que não permite ao animal enxergar à frente e ser seguido por outros. As superfícies inAs superfícies internas das instalações e baias precisam ser construídas com material fácil de limpar e desinfetar ou que possa ser facilmente substituído quando necessário. Ambiente térmico e ventilação As condições do pasto ou do campo precisam permitir que o gado tenha acesso aos recursos que oferecem alívio durante variações térmicas intensas - como água, sombra e abrigo como quebra-ventos naturais ou artificiais. Proporção do gado em alojamento interno O O galpão ou curral devem proporcionar espaço adequado a todos os bovinos e precisam estar de acordo com as recomendações para a área de piso descritas na página 10. 9 Área de piso ou solo 180 a 360kg (m²) 14-28 2 4-6 5-6 5-6 6-7 6-7 8-12 3 3 4 4 5-6 23-46 23-46 18-46 33-74 46 (m²) (m²) (m²) (m²) (m²) (m²) (m²) (m²) (m²) (m²) (m²) 360 a 540kg 360kg 454kg 590kg 680kg Novilhos Novilhas Vacas Vacas TourosBovino em terminação Espaço de elevação, 25% declive Espaço pavimentado, 2-4% declive Espaços não pavimentados com elevação (inclui elevação) 28-56 37-74 37-74 37-74 33-74 74Espaços não pavimentados, 4-8% declive, sem elevação Espaços abertos (sem estábulos) Estábulos (alojamento sem aquecimento) 1-2 2 2 1-2 2 2 2 2-3 3 3 3 3-4 4-5 4-5 2 2 2-3 4Frente aberta com piso de terra Piso com cama Piso com ranhuras Recomendações para a área de piso ou solo (1) Principalmente baseado no MWPS (1987) e adaptado do Guide for the Care and use of Agricultural Animals in Research and Teaching, FASS (1999). (2) Valores por animal em ambiente de curral. (3) Nos climas favoráveis, por exemplo seco, as áreas de acomodações podem ser inferiores às indicadas nesta tabela. 10 Termorregulação Os bovinos precisam ter acesso a instalações, abrigos e barreiras naturais e ainda dispor de espaço adequado para realizar ajustes no seu comportamento que auxiliam na termorregulação. Sombra DuDurante o período de calor no verão, os bovinos em confinamento precisam contar não apenas com uma área de sombra como também com um sistema de aspersão para que se refresquem. Confinamentos QuandQuando ocorrem períodos de umidade prolongada, é preciso controlar a profundidade da lama na área de repouso e para que os bovinos não tenham dificuldade para ir e voltar das áreas de alimentação e hidratação. A profundidade da lama não deve exceder a altura do metacarpo dos animais. Disponibilidade de espaço O O espaço disponível para o gado alojado em grupos deve ser calculado levando em consideração a idade, o sexo, o peso vivo, as necessidades comportamentais dos animais e o próprio ambiente como um todo. Também devem ser consideradas a existência ou ausência de chifres e o tamanho do grupo. Aprisionamento é proibido Não se deve confinar ou aprisionar os bovinos mesmoquando estão muito próximos uns dos outros. As exceções a seguir precisam levar o menor período de tempo possível: DuDurante qualquer exame, teste de rotina, coleta de sangue, tratamento veterinário; Enquanto for alimentado em qualquer ocasião específica; Com a finalidade de marcá-lo, lavá-lo ou pesá-lo; Durante a limpeza das acomodações; DuDurante o procedimento de inseminação artificial; Enquanto aguarda o embarque para o transporte. 11 Área do parto Os currais ou baias para os partos precisam dispor de área de repouso provida de cama e apresentar dimensões e acesso a meios de contenção para permitir que uma pessoa cuide das vacas e dos bezerros com segurança. Superfícies que permitem a limpeza Superfícies que permitem a limpeza As superfícies internas dos currais de parto e das baias-hospital precisam ser construídas com materiais fáceis de limpar e desinfetar. Monitoramento É É preciso inspecionar no mínimo uma vez ao dia as novilhas que vão parir no pasto ou no campo e aumentar a frequência das inspeções quando há sinais de proximidade do parto. Gerenciamento dos alojamentos para touros OOs touros devem ser alojados em baias ou currais em locais que permitam aos animais ver, ouvir e sentir o cheiro do restante do gado e observar as atividades gerais da fazenda. Equipamentos com laterais sólidas Recomenda-se utilizar laterais sólidas nos corredores de serviço, nos currais de manejo e nas rampas de carregamento para evitar que o gado fique empacado ou se distraia. Instalações para embarque AléAlém de serem mantidas limpas e bem iluminadas, as instalações para embarque devem ter uma rampa com no máximo 20% de inclinação. É É preciso aproximar as rampas de embarque dos portões traseiros da carroceria de transporte para prevenir que o gado escorregue e caia. As rampas de embarque devem ser projetadas de maneira apropriada e apresentar degraus espaçados para tração. 12 Instalações para bezerros estressados Se o parto for realizado no pasto, as pastagens devem ser selecionadas para garantir às vacas um ambiente seco para o parto. Também é preciso dar às vacas acesso a um abrigo artificial ou natural diante das condições climáticas. Projeto e manutenção de cercas Todas as cercas e portões devem ser inspecionados e conservados regularmente. No caso da adoção de cercas elétricas, elas devem ser projetadas, instaladas, usadas e conservadas de modo que o contato com a cerca não provoque nada além de um desconforto momentâneo aos bovinos. 13 Conhecimento sobre os padrões Os gerentes e encarregados da fazenda devem estar familiarizados e entender os padrões do Referencial de Bem-Estar Animal para Bovinos de Corte da HFAC. Atividades de gerenciamento e de registros OOs gerentes da fazenda devem criar e aplicar um treinamento adequado para os encarregados e oferecer oportunidades regulares de atualização para dar continuidade ao seu desenvolvimento profissional. Outro dever dos gerentes é possuir um Plano de Ação de Emergência com procedimentos que devem ser seguidos em caso de emergências como incêndio, inundação ou interrupção no fornecimento de energia. GERENCIAMENTO 14 Também é preciso assegurar que o Planejamento Sanitário dos Animais (PSA) seja implementado e atualizado com frequência e que os dados sejam registrados de forma adequada. Todos os animais a serem transportados, incluindo os de descarte, precisam estar aptos para chegar ao seu destino final. Quando há animais sem condições de serem transportados, é preciso adotar métodos alternativos - que incluem o sacrifício na propriedade, quando necessário. Atenuando problemas É É dever dos gerentes identificar as circunstâncias e os momentos em que os bovinos estão predispostos a sofrer problemas de bem-estar - e devem comprovar que possuem competência para perceber e lidar com esses problemas. Treinamento Os funcionários precisam ser apropriadamente treinados e/ou apresentar experiência em cumprir com seus deveres no trabalho antes de serem responsáveis pelo bem-estar dos bovinos. É necessário disponibilizar treinamento formal ou prático a eles. RReclamações aos produtores De acordo com o referencial da HFAC, uma operação só é certificada se mantiver algum sistema para receber, responder e documentar reclamações alegando falhas nas operações. Manejo com tranquilidade ÉÉ preciso manejar os animais com cuidado e impor a eles o mínimo de estresse possível, sempre levando em consideração as instalações e os arredores. Os manejadores devem conduzir os bovinos de forma tranquila e a um passo confortável, evitando ações e recursos que provoquem barulhos ou machucados nos animais para movê-los. 15 Manejo em corredores Os bovinos não devem ser conduzidos exceto se a saída ou o caminho à frente do primeiro animal estiver desimpedido. Manejo racional VVaras, bandeiras e as extensões dos braços podem ser usadas como ferramentas de manejo, nunca tocando ou batendo nos animais de forma agressiva. Nenhum bovino deve ser puxado ou suspenso pela cauda, pele, orelhas ou membros. A A torção da cauda é proibida e pode levar a sua fratura, especialmente nos bovinos jovens. Não se deve usar o bastão elétrico, exceto se a segurança do animal ou do manejador estiver em risco e apenas como último recurso de manejo. Puxar ou arrastar bezerros é terminantemente proibido. Diagnóstico e tratamento rápidos QuandQuando um bovino estiver doente, devem ser feitos todos os esforços para garantir um diagnóstico e um tratamento rápido e adequado. Animais incapazes de caminhar ÉÉ preciso tratar imediatamente todos os bovinos que não são capazes de caminhar. Com exceção para o tratamento veterinário, nenhum bovino pode deixar a fazenda ou ser transportado a menos que consiga caminhar sem ajuda. A intervenção por eutanásia na propriedade deve ser conduzida quando o prognóstico de recuperação de um bovino que não consegue caminhar for negativo. 16 Bezerros de origem externa Não se deve misturar bezerros de origens diferentes ao chegar na fazenda, até que o estado sanitário dos animais seja determinado. Equipamento de identificação ÉÉ proibida qualquer marcação de calor na face dos animais, a menos que determinado pela legislação local. Piques e cortes na orelha também são proibidos. A marcação do gado para identificação deve ser feita cuidadosamente por encarregados treinados para a tarefa. Monitoramento Os tratadores devem inspecionar os animais com frequência para assegurar o bem-estar dos bovinos. CControlando cães pastores Os cães devem ser apropriadamente treinados e não devem provocar ferimentos ou angústia nos bovinos. Cães devem ser mantidos sob controle em todos os momentos. 17 SAÚDE DO REBANHO 18 Atenuando problemas de comportamento Se um bovino desenvolver comportamentos anormais e repetitivos, um programa de modificação/enriquecimento ambiental deve ser adotado até que o problema seja superado. Controle de parasitas e predadores DeveDevem ser adotadas todas as medidas práticas para evitar ou controlar infestações parasitárias externas e internas de acordo com o PSA. Os planos de controle de pestes e predadores devem incluir métodos de exclusão física e remoção de elementos que possam atrair pestes e predadores aos arredores dos bovinos. Cuidado com os cascos Quando um problema é identificado, é preciso criar um plano de cuidados para os cascos como parte do PSA utilizando métodos apropriados às condições e à própria fazenda. Alterações físicas & controle e gestão da dor Alterações físicas & controle e gestão da dor O controle e a gestão da dor nos bovinos devem incluir o uso de medicação ou intervenção química com dosagem e via de aplicação selecionadas junto com o veterinário responsável pelo rebanho. Os procedimentos potencialmente invasivos permitidos na produção de bovinos de corte são: Amochamento: assim que o botão se torna proeminente, por volta dos 2 meses de idade, pode ser conduzido por cauterizaçãoa calor usando controle e gestão da dor. Remoção dos chifres de bezerros entre 2 e 6 meses de idade: deve ser realizadaRemoção dos chifres de bezerros entre 2 e 6 meses de idade: deve ser realizada com o uso de controle e gestão da dor. Descorna em bovinos com mais de 6 meses de idade: deve ser realizada por um veterinário com controle e gestão da dor e não deve ser um procedimento de rotina. 19 Ultrassom para detecção de prenhez Piques e cortes da orelha ao meio; Guia nasal como única forma de contenção do bovino. Se não forem veterinários, os encarregados que executam detecção de prenhez por ultrassom retal devem receber treinamento apropriado. Caso os bezerros sejam castrados, o procedimento deve ser realizado quando o animal for o mais jovem possível: São proibidos: Eutanásia A castração pode ser realizada pela aplicação do anel de borracha com até 7 dias de vida. Entre 7 dias e 6 meses de idade, os métodos de castração com anel podem ser usados com controle e gestão da dor. Bezerros com até 6 meses de idade podem ser castrados por procedimento cirúrgico, emasculador ou por esmagamento dos cordões espermáticos (Burdizzo). Devem ser aplicados controle e gestão da dor. A caA castração cirúrgica de bovinos com mais de 6 meses deve ser realizada por um veterinário com controle e gestão da dor e provisões para controle de sangramento. A fazenda deve estar preparada para a eutanásia imediata no caso de eventualidades. O procedimento deve ser realizado por um membro treinado da equipe ou por um veterinário. O método de eutanásia usado para cada grupo de idade deve estar especificado no PSA. 20 Tempo de transporte O O tempo de transporte dos bovinos não deve exceder oito horas - exceto caso não exista nenhuma planta frigorífica inspecionada e aprovada segundo os referenciais HFAC a uma distância de até oito horas da fazenda. Registros do transporte O O responsável deve manter o registro do transporte de todos os animais que deixaram a fazenda. TRANSPORTE 21 ABATE 22 https://certifiedhumanebrasil.org/ https://certifiedhumanebrasil.org/contato/ https://www.facebook.com/certifiedhumanebrasil https://www.instagram.com/certifiedamericalatina/ https://www.linkedin.com/company/certified-humane/ https://www.youtube.com/certifiedhumane