Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 1
[Aurum] NCPC Comentado - 
Livro II - Da Função Jurisdicional
Sumário
Sumário
Introdução
TÍTULO I  DA JUSRISDIÇÃO E DA AÇÃO Art. 16 a 20
Art. 16º 
Art. 17º 
Art. 18º 
Art. 4º 
Art. 5º 
Art. 6º 
Art. 7º 
Art. 8º 
Art. 9º 
Art. 10º 
Art. 11º 
Art. 12º 
Capítulo II  Da aplicação das normas processuais  Art. 13 a 15
Art. 13º 
Art. 14º 
Art. 15º 
Conheça os Colunistas
Sobre a Aurum
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 2
Introdução
Reunimos as principais informações aqui para tornar este conteúdo o seu guia de 
referência sobre o tema, disponibilizando o Novo CPC comentado pelos 
colunistas consagrados do Portal da Aurum.
O atual Código de Processo Civil conta com 1.072 artigos, cuja sistemática 
adotada para sua elaboração consiste na seguinte divisão: Parte Geral, Parte 
Especial e Disposições finais e transitórias. Neste e-book você vai encontrar 
comentários de todos os artigos do Livro II da Parte Geral Art. 16 a 69
TÍTULO I - DA JUSRISDIÇÃO E DA AÇÃO 
(Art. 16 a 20)
Art. 16º 
⚖ Art. 16º A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em 
todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.
“A jurisdição é o poder que o Estado possui de aplicar o direito material aos 
conflitos de interesses (lide) trazidos à sua apreciação (art. 2º, CPC/15. Decorre 
do monopólio coercitivo do Estado. A atividade jurisdicional é regulada pelos 
códigos processuais, como o Código de Processo Civil e o Código de Processo 
Penal, por exemplo.ˮ
Comentado por André Tisi
Art. 17º 
⚖ Art. 17º  Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
https://www.aurum.com.br/blog/
https://www.aurum.com.br/blog/glossario-juridico/jurisdicao/
https://www.aurum.com.br/blog/codigo-penal-brasileiro/
https://www.aurum.com.br/blog/codigo-penal-brasileiro/
https://www.aurum.com.br/blog/codigo-penal-brasileiro/
https://www.aurum.com.br/blog/author/andre-tisi/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 3
“Nos dizeres de Marinoni, “o interesse de agir concerne à necessidade e à 
utilidade da tutela jurisdicional pedida pelo demandanteˮ MARINONI, 
2021. A necessidade está atrelada à existência de litígio, ou seja, de um conflito 
de interesses resistido. A utilidade está presente sempre que a tutela jurisdicional 
for apta a fornecer ao autor alguma vantagem, proveito.
No âmbito do interesse de agir, Humberto Theodoro Jr. ainda menciona a 
necessidade de adequação do meio escolhido para se obter a tutela pretendida. 
THEODORO JR., 2017, p. 168. Nesse sentido, recomenda-se a leitura do REsp 
1.304.736/RS.
A legitimidade se desdobra em legitimidade para a causa (legitimatio ad causam) 
e em legitimidade processual (legitimatio ad processum). O artigo 17 se refere à 
legitimidade para a causa, que consiste na titularidade do direito invocado em 
juízo. Nos dizeres de Marco Tullio Zanzucchi, possuem legitimidade os “sujeitos 
titulares da própria relaçãoˮ ZANZUCCHI, 1946. Inexistindo o interesse e/ou a 
legitimidade, o processo será extinto sem resolução do mérito, nos termos do 
artigo 485, VI, do CPC/15.ˮ
Comentado por André Tisi
Art. 18º 
⚖ Art. 18º
Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando 
autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá 
intervir como assistente litisconsorcial.
Comentado por Bruno Molina Meles
Art. 4º 
https://www.aurum.com.br/blog/author/andre-tisi/
https://www.aurum.com.br/blog/author/bruno-molina/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 4
⚖ Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução 
integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
“O artigo possui fundamento no art. 5º, LXXVIII da Constituição Federal para 
estabelecer o direito à razoável duração do processo pelas partes. Assim, cabe 
aos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo) a criação de medidas para que 
essa norma seja aplicada e o processo possa ser solucionado em tempo razoável, 
que diz respeito não apenas ao prazo para prolação de uma sentença, mas 
também para a conclusão da atividade satisfativa.
Em outras palavras, o artigo determina que dentro de um prazo razoável devem 
ocorrer tanto o reconhecimento de um direito da parte quanto a sua efetiva 
realização. Ou seja, este dispositivo só estará preenchido se a sentença, os 
recursos, o cumprimento de sentença e a satisfação tiverem sido finalizados em 
um prazo adequado.
Jurisprudência 1: O CPC/2015, ao disciplinar o arrolamento sumário, transferiu 
para a esfera administrativa as questões atinentes ao imposto de transmissão 
causa mortis, evidenciando que a opção legislativa atual prioriza a agilidade da 
partilha amigável, ao focar, teleologicamente, na simplificação e na flexibilização 
dos procedimentos envolvendo o tributo, alinhada com a celeridade e a 
efetividade, e em harmonia com o princípio constitucional da razoável duração 
do processo. STJ. REsp n. 1.896.526/DF, relatora Ministra Regina Helena Costa, 
Primeira Seção, julgado em 26/10/2022, DJe de 28/10/2022.)
Jurisprudência 2: Os advogados devem lançar, em primeira mão, um olhar crítico 
sobre a viabilidade e probabilidade de êxito da demanda antes de iniciá-la. Em 
seguida, devem informar seus clientes com o máximo de transparência, para que 
juntos possam tomar a decisão mais racional considerando os custos de uma 
possível sucumbência. Promove-se, dessa forma, uma litigância mais 
responsável, em benefício dos princípios da razoável duração do processo e da 
eficiência da prestação jurisdicional. STJ. REsp n. 1.850.512/SP, relator Ministro 
Og Fernandes, Corte Especial, julgado em 16/3/2022, DJe de 31/5/2022.)ˮ
Comentado por Bruno Molina Meles
Art. 5º 
https://www.aurum.com.br/blog/prazos-processuais/
https://www.aurum.com.br/blog/cumprimento-de-sentenca/
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
https://www.aurum.com.br/blog/author/bruno-molina/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 5
⚖ Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve 
comportar-se de acordo com a boa-fé.
“Neste artigo, o processo naturalmente se pauta em um conflito de interesses 
antagônicos (autor e réu), mas algumas regras devem ser obedecidas para que 
se evite exageros e abusos, independentemente de ato intencional, como por 
exemplo, não se manifestar de forma contraditória no processo.
Assim, além dos deveres das partes e dos seus procuradores (arts. 77 a 80, o 
Código estabeleceu neste artigo uma regra geral (padrão) de boa conduta, por 
meio do princípio da boa-fé objetiva (também previsto no Código Civil e 
no Código de Defesa do Consumidor), de modo que todos devem agir com 
lealdade, honestidade e lisura.
Jurisprudência 1: Esta Corte Superior entende que a suscitação tardia da 
nulidade, somente após a ciência de resultado de mérito desfavorável e quando 
óbvio o conhecimento do referido vício muito anteriormente à arguição, configura 
a chamada nulidade de algibeira, manobra processual que não se coaduna com 
a boa-fé processual. STJ. AgInt nos EDcl no AgInt no AREsp n. 2.220.571/RS, 
relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 5/6/2023, DJe de 
7/6/2023.)
Jurisprudência 2: A recorribilidade vazia, infundada, como in casu, tão somente 
com nítido intuito protelatório, configura abuso do direito de recorrer e não é 
admissível em nosso ordenamento jurídico, notadamente em respeito aos 
postulados da lealdade e boa fé processual, além de se afigurar desvirtuamento 
do próprio cânone da ampla defesa. EDcl nos EDcl no AgRg no RE nos EDcl nos 
EDcl no RHC n. 59.542/PE, relatora Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Corte 
Especial, julgado em 21/11/2018, DJe de 28/11/2018.)
Jurisprudência 3: Não é qualquer erro na divulgação de informação pelo próprio 
Judiciário que se considera apto a gerar a devolução de prazo à parte para a 
prática do ato processual,mas aquele que, como na hipótese, atua como causa 
eficiente de um justificado e induzido equívoco da parte, ao ponto de tornar 
indelével a pecha da violação do dever de boa-fé processual exigido do órgão 
jurisdicional diante da repercussão causada. STJ. AgInt no REsp n. 1.800.327/SP, 
https://www.aurum.com.br/blog/principio-da-boa-fe/
https://www.aurum.com.br/blog/direito-do-consumidor/
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 6
relator Ministro Moura Ribeiro, Terceira Turma, julgado em 10/10/2022, DJe de 
13/10/2022.)ˮ
Comentado por Bruno Molina Meles
Art. 6º 
⚖ Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que 
se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
“Este artigo traz o princípio da cooperação, pelo qual além do dever de agir com 
boa-fé já previsto no artigo anterior, as partes devem cooperar para que se 
obtenha uma solução no processo em tempo razoável, buscando uma decisão 
justa e efetiva.
Assim, devem as partes colaborar com o juiz (e também entre si) levando ao 
processo alegações e provas que auxiliarão o juiz no seu convencimento, que 
passa a ser integrante do debate, permitindo a todos uma função democrática na 
formação da melhor decisão final. Essa cooperação pode se dar pelos deveres de 
esclarecimento, consulta e de prevenção no processo, como por exemplo, para 
evitar a declaração de nulidade de algum ato.
Jurisprudência 1: (… Os deveres de lealdade, esclarecimento, consulta e 
prevenção decorrem do princípio cooperativo previsto no art. 6º do CPC/2015, o 
qual, entretanto, não obsta a extinção do processo sem resolução do mérito 
quando presente vício de natureza insanável. (…) STJ. RMS n. 60.346/AP, 
relatora Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado em 13/6/2023, DJe 
de 15/6/2023.)
Jurisprudência 2: Todo aquele que, de qualquer forma, participe do processo, 
deve obediência ao dever de cooperação (art. 6.º do Código de Processo Civil). 
Nesse sentido, afigura-se contrário ao dispositivo legal em comento a 
impetração de mais de um habeas corpus, com o mesmo objeto – notadamente 
quando já transitada em julgado a anterior decisão desta Corte (…). STJ. AgRg 
no HC n. 800.240/PB, relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado em 
8/5/2023, DJe de 16/5/2023.)ˮ
Comentado por Bruno Molina Meles
https://www.aurum.com.br/blog/author/bruno-molina/
https://www.aurum.com.br/blog/nulidade/
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
https://www.aurum.com.br/blog/author/bruno-molina/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 7
Art. 7º 
⚖ Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao 
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos 
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao 
juiz zelar pelo efetivo contraditório.
“Trata-se de um princípio geral do processo consagrado pelo artigo 5º caput da 
Constituição Federal, pelo qual compete ao juiz assegurar às partes tratamento 
igualitário e imparcial, sem favorecimento de qualquer lado, por meio de direitos 
e deveres iguais, sempre mediante o contraditório.
Essa paridade, entretanto, não é apenas formal, mas isonômica, de modo que se 
as partes estiverem em posições desniveladas (como àquelas hipossuficientes ou 
em uma relação de consumo, por exemplo), o juiz deverá primeiro equilibrá-las 
processualmente (tais como a concessão de gratuidade ou inversão do ônus da 
prova), para que a partir disso, possam ter um tratamento igual no exercício 
desses direitos e faculdades processuais.
Jurisprudência: A inversão do ônus da prova cumpre papel ético-político, mas 
também jurídico, de equilibrar, no processo civil, as posições dos litigantes em 
conflito, de modo a evitar que a fraqueza processual gritante de um não 
corresponda tout court à vitória do outro, passaporte para negar àquele o que lhe 
cabe de direito. A “paridade de tratamento ,ˮ essência do art. 7º do CPC/2015, 
carrega sentido de genuína paridade real, e não apenas de oca paridade formal, 
garantia inútil por ser carente de efetividade. É dever do juiz assegurar a 
paridade real, inclusive com a inversão do ônus da prova. STJ. AREsp n. 
1.682.349/DF, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 
13/10/2020, DJe de 22/10/2020.)ˮ
Comentado por Bruno Molina Meles
Art. 8º 
https://www.aurum.com.br/blog/principios-gerais-do-direito/
https://www.aurum.com.br/blog/isonomia/
https://www.aurum.com.br/blog/relacao-de-consumo/
https://www.aurum.com.br/blog/onus-da-prova/
https://www.aurum.com.br/blog/onus-da-prova/
https://www.aurum.com.br/blog/onus-da-prova/
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
https://www.aurum.com.br/blog/glossario-juridico/onus-da-prova/#:~:text=O%20%C3%B4nus%20da%20prova%20%C3%A9,probandi%20incumbit%20ei%20qui%20dicit).
https://www.aurum.com.br/blog/author/bruno-molina/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 8
⚖ Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins 
sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a 
dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a 
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
“Esse artigo reforça a previsão contida no art. 5º da Lei de Introdução às normas 
do Direito Brasileiro Decreto-Lei nº. 4.657/42) para impor ao juiz o dever de 
solucionar o conflito dentro dos parâmetros dos fins sociais e exigências do bem 
comum, respeitando os princípios previstos nos arts. 1º, III e 37 caput da 
Constituição Federal.
Assim, o artigo determina que ao aplicar o direito (não apenas a legislação, mas 
igualmente princípios gerais, súmulas, jurisprudência, analogia e os costumes), o 
juiz deverá observar a proporcionalidade, razoabilidade, legalidade, publicidade 
e eficiência, de modo que essa observância não se limita ao direito material, mas 
também na interpretação das normas processuais, de modo que estas não podem 
ser aplicadas friamente, sem o atendimento da sua finalidade social e bem 
comum.
Jurisprudência 1: (… A adoção de medidas executivas atípicas apresenta-se 
como instrumento importante a viabilizar a satisfação da obrigação exequenda 
(…) é cabível desde que, verificando-se a existência de indícios de que o devedor 
possua patrimônio expropriável, tais medidas sejam adotadas de modo 
subsidiário, por meio de decisão que contenha fundamentação adequada às 
especificidades da hipótese concreta, com observância do contraditório 
substancial e do postulado da proporcionalidade. STJ. REsp n. 2.043.328/SP, 
relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 18/4/2023, DJe de 
20/4/2023.).
Jurisprudência 2: Na hipótese de cominação de ônus exorbitante a uma das 
partes, o art. 85 deverá ser interpretado em harmonia com os princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade (art. 8° do CPC em conjunto com os 
critérios previstos no art. 85 do Código de Processo Civil, sendo necessária a 
fixação dos honorários advocatícios por equidade. STJ. AgInt no REsp n. 
1.884.879/DF, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 
4/10/2021, DJe de 4/11/2021.)ˮ
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657.htm
https://www.aurum.com.br/blog/sumula-vinculante/
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 9
Comentado por Bruno Molina Meles
Art. 9º 
⚖ Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja 
previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I  à tutela provisória de urgência;
II  às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III 
;
III  à decisão prevista no art. 701
“Este artigo veda a prolação de decisão sem a oitiva da parte contrária, ou seja, 
protege o direito fundamental ao contraditório (previsto no art. 5º, LV daConstituição Federal), como o direito da parte contrária de se defender e poder 
influenciar a decisão judicial em uma paridade processual (art. 7º), proibindo 
também a decisão surpresa.
Com isso, se permite que essas decisões só poderão ocorrer sem a oitiva da 
parte contrária em caráter excepcional, quando se tratar de tutela de 
urgência (arts. 300 a 302, nos tipos de tutela de evidência previstos no art. 311, 
incisos II e III (não todos) e na ação monitória (art. 701.
Jurisprudência 1: Em busca de um contraditório efetivo, o normativo previu a 
paridade de tratamento, o direito a ser ouvido, bem como o direito de se 
manifestar amplamente sobre o substrato fático que respalda a causa de pedir e 
o pedido, além das questões de ordem pública, cognoscíveis de ofício, não 
podendo o magistrado decidir sobre circunstâncias advindas de suas próprias 
investigações, sem que antes venha a dar conhecimento às partesˮ STJ. REsp n. 
1755266/SC, DJe de 20/11/1998.
Jurisprudência 2: Não há violação ao princípio da não surpresa quando os fatos 
da causa foram submetidos ao contraditório e as partes tiveram a oportunidade 
de se manifestar sobre o fundamento da decisão em momento anterior. STJ. 
AgInt no AREsp n. 2.072.100/MG, relator Ministro João Otávio de Noronha, Quarta 
Turma, julgado em 8/5/2023, DJe de 10/5/2023.)ˮ
https://www.aurum.com.br/blog/author/bruno-molina/
https://www.aurum.com.br/blog/glossario-juridico/contraditorio/
https://www.aurum.com.br/blog/tutela-de-urgencia/
https://www.aurum.com.br/blog/tutela-de-urgencia/
https://www.aurum.com.br/blog/tutela-de-urgencia/
https://www.aurum.com.br/blog/tutela-de-evidencia/
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 10
Comentado por Bruno Molina Meles
Art. 10º 
⚖ Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base 
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes 
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a 
qual deva decidir de ofício.
“Esse artigo proíbe a decisão surpresa, ou seja, é proibido ao juiz ou ao Tribunal 
decidir qualquer questão no processo, ainda que de ordem pública, sem que as 
partes tenham tido oportunidade de se manifestarem previamente, o que está 
de acordo com os princípios do devido processo legal e do contraditório, 
previstos nos artigos 5º caput, LIV e LV da Constituição Federal.
Jurisprudência 1: O ‘fundamentoʼ ao qual se refere o art. 10 do CPC/2015 é o 
fundamento jurídico – circunstância de fato qualificada pelo direito, em que se 
baseia a pretensão ou a defesa, ou que possa ter influência no julgamento, 
mesmo que superveniente ao ajuizamento da ação -, não se confundindo com o 
fundamento legal (dispositivo de lei regente da matéria). A aplicação do princípio 
da não surpresa não impõe, portanto, ao julgador que informe previamente às 
partes quais os dispositivos legais passíveis de aplicação para o exame da 
causa. O conhecimento geral da lei é presunção jure et de jure STJ. EDcl no Resp 
n° 1.280.825/RJ, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, julgado em 
27/6/2017, DJe 1/8/2017.)
Jurisprudência 2: Decorrente do princípio do contraditório, a vedação a decisões 
surpresa tem por escopo permitir às partes, em procedimento dialógico, o 
exercício das faculdades de participação nos atos do processo e de exposição 
de argumentos para influir na decisão judicial, impondo aos juízes, mesmo em 
face de matérias de ordem pública e cognoscíveis de ofício, o dever de facultar 
prévia manifestação dos sujeitos processuais a respeito dos elementos fáticos e 
jurídicos a serem considerados pelo órgão julgador. STJ. REsp n. 2.016.601/SP, 
relatora Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado em 29/11/2022, 
DJe de 12/12/2022.).ˮ
Comentado por Bruno Molina Meles
https://www.aurum.com.br/blog/author/bruno-molina/
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
https://www.aurum.com.br/blog/author/bruno-molina/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 11
Art. 11º 
⚖ Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a 
presença somente das partes, de seus advogados, de defensores 
públicos ou do Ministério Público.
“A regra é que os processos e julgamentos sejam públicos como uma norma 
fundamental de transparência dos agentes públicos para fiscalização de seus 
atos, permitindo-se o sigilo apenas quando a lei ou o interesse público exigirem a 
limitação desta publicidade, de modo que nesta hipótese, o processo ficará 
restrito às partes e seus procuradores, conforme determina o art. 5º, LX da 
Constituição Federal.
Este artigo também determina que todas as decisões sejam fundamentadas, sob 
pena de 
nulidade, conforme previsto no art. 93, X da Constituição Federal, pois as partes 
possuem o direito de entender as razões de fato e de direito que justificaram 
determinada decisão.
No regime de transparência brasileiro, vige o Princípio da Máxima Divulgação: a 
publicidade é regra, e o sigilo, exceção, sem subterfúgios, anacronismos jurídicos 
ou meias-medidas. É dever do Estado demonstrar razões consistentes para 
negar a publicidade ativa e ainda mais fortes para rejeitar o atendimento ao 
dever de transparência passiva. STJ. REsp n. 1.857.098/MS, relator Ministro Og 
Fernandes, Primeira Seção, julgado em 11/5/2022, DJe de 24/5/2022.)
Este Tribunal Superior considera ser adequada a adoção da fundamentação por 
referência ou remissão (per relationem), quando exauriente e suficiente à 
completa solução da lide; situação inocorrente quando não serve ao 
enfrentamento de todos os argumentos relevantes invocados pelas partes. STJ. 
AgInt no REsp n. 1.967.259/RJ, relator Ministro Benedito Gonçalves, Primeira 
Turma, julgado em 13/2/2023, DJe de 16/2/2023.).
Não há falar em omissão, falta de fundamentação e/ou negativa de prestação 
jurisdicional, na medida em que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro dirimiu, 
https://www.aurum.com.br/blog/nulidade/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 12
fundamentadamente, a questão que lhe foi submetida, apreciando a controvérsia 
posta nos autos. STJ. AgInt no REsp n. 1.884.435/RJ, relator Ministro Moura 
Ribeiro, Terceira Turma, julgado em 12/6/2023, DJe de 14/6/2023.)ˮ
Comentado por Bruno Molina Meles
Art. 12º 
https://www.aurum.com.br/blog/author/bruno-molina/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 13
⚖ Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem 
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. Redação 
dada pela Lei nº 13.256, de 2016 Vigência)
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar 
permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na 
rede mundial de computadores.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput:
I  as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou 
de improcedência liminar do pedido;
II  o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica 
firmada em julgamento de casos repetitivos;
III  o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução 
de demandas repetitivas;
IV  as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V  o julgamento de embargos de declaração;
VI  o julgamento de agravo interno;
VII  as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho 
Nacional de Justiça;
VIII  os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham 
competência penal;
IX  a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por 
decisão fundamentada.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem 
cronológica das conclusões entre as preferências legais.
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o 
requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para 
a decisão, exceto quando implicar a reaberturada instrução ou a 
conversão do julgamento em diligência.
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à 
mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o 
caso, no § 3º, o processo que:
I  tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver 
necessidade de realização de diligência ou de complementação da 
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 14
instrução;
II  se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.
“O artigo determina, com base no direito fundamental da razoável duração do 
processo previsto no art. 5º LXXVIII da Constituição Federal, que os magistrados 
deverão dar preferência (sempre que possível) a ordem cronológica dos 
processos recebidos no gabinete para julgamento (conclusão), como uma forma 
de evitar que determinadas partes tenham sua decisão postergada em detrimento 
de outras, incidindo também o princípio da isonomia (arts. 10 e 11.
Para que este dever seja cumprido, inclusive em função do princípio da 
publicidade, a lista dos processos a serem julgados deverá ser disponibilizada no 
cartório, bem como pela internet para que possam ser acompanhados pelas 
partes.
Os incisos I a IX, entretanto, 
preveem as diversas exceções a essa regra geral, quando se tratar de processo 
criminal, homologação de acordo, julgamento de recursos repetitivos, preferência 
legal (exemplo: tramitação prioritária do idoso, mandado de segurança, etc.), 
dentre outros.
Enunciado 34 ENFAM Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento da 
Magistratura – A violação das regras dos arts. 12 e 153 do CPC/2015 não é causa 
de nulidade dos atos praticados no processo decidido/cumprido fora da ordem 
cronológica, tampouco caracteriza, por si só, parcialidade do julgador ou do 
serventuário.
O dever de observar a ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou 
acórdão, previsto no art. 12 do Código de Processo Civil, não tem natureza 
absoluta, e, caso não seja observado, não resulta por si só em nulidade 
processual.
 STJ. AgRg no HC n. 533.831/PR, relator Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, 
julgado em 1/9/2020, DJe de 9/9/2020.)ˮ
Comentado por Bruno Molina Meles
Capítulo II – Da aplicação das normas processuais - 
Art. 13 a 15
https://www.aurum.com.br/blog/isonomia/
https://www.aurum.com.br/blog/glossario-juridico/principio-da-publicidade/
https://www.aurum.com.br/blog/glossario-juridico/principio-da-publicidade/
https://www.aurum.com.br/blog/glossario-juridico/principio-da-publicidade/
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-seguranca/
https://www.aurum.com.br/blog/author/bruno-molina/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 15
Art. 13º 
⚖ Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais 
brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em 
tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja 
parte.
“Humberto Theodoro Júnior ensina-nos que “Lei Processual Civil é toda aquela 
que disciplina a função jurisdicional desenvolvida pelos juízes e tribunais, quando 
convocados pelos titulares de interesses jurídicos em conflito na órbita civil lato 
sensu.ˮ THEODORO JR., 2017, p.33.
Nesse contexto, ao fazer referência às “normas processuais brasileiras ,ˮ o 
CPC/15 reafirma que o processo civil não é regido apenas pelo Código de 
Processo Civil, mas também pelos princípios constitucionais, incluindo tratados 
internacionais aos quais o Brasil seja signatário (vide art. 5º, §§ 2º e 3º, da CF e 
RE 349.703/RSˮ
Comentado por André Tisi
Art. 14º 
⚖ Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável 
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos 
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a 
vigência da norma revogada.
“Observe que, conforme arts. 5º, XXXVI, da CF e 6º da Lei de Introdução às 
normas do Direito Brasileiro, deverão ser respeitados o ato jurídico perfeito, o 
direito adquirido e a coisa julgada.
Assim, quando uma nova norma processual passa a vigorar, os processos em 
curso passarão a ser regidos pela nova norma, mas os atos já praticados nesse 
mesmo processo, bem como os praticados nos processos já findos, sob vigência 
da norma revogada, não sofrerão quaisquer modificações. Discussão interessante 
foi a travada no tocante à nova sistemática de honorários sucumbenciais trazida 
https://www.aurum.com.br/blog/principios-constitucionais/
https://www.aurum.com.br/blog/author/andre-tisi/
https://www.aurum.com.br/blog/glossario-juridico/coisa-julgada/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 16
pelo artigo 85 e seguintes do CPC/15.
O STJ fixou a tese de que “O marco temporal para a aplicação das normas do 
Código de Processo Civil de 2015, a respeito da fixação e da distribuição dos 
honorários de sucumbência, é a data da prolação de sentença/acórdão que as 
impõe.ˮ AgInt no AREsp 1402297/SP e EAREsp 1255986/PR.
Outra tese importante fixada pelo STJ foi a de que “somente nos recursos 
interpostos contra decisão publicada a partir de 18 de março de 2016, será 
possível o arbitramento de honorários sucumbenciais recursais, na forma do art. 
85, § 11, do novo CPC.ˮ Enunciado administrativo nº 7.ˮ
Comentado por André Tisi
Art. 15º 
⚖ Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, 
trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão 
aplicadas supletiva e subsidiariamente.
“O art. 15 estabelece que não se aplica naquilo que não diga respeito ao processo 
civil, mas serve de norma supletiva e subsidiária (fonte do direito) nos 
processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos como forma de garantir, em 
casos de lacunas legislativas, um processo justo.ˮ
Comentado por André Tisi
https://www.aurum.com.br/blog/honorarios-de-sucumbencia/
https://www.aurum.com.br/blog/author/andre-tisi/
https://www.aurum.com.br/blog/processo-administrativo/
https://www.aurum.com.br/blog/author/andre-tisi/
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 17
Conheça os Colunistas
André Tisi
Advogado OAB/PR 52.439. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de 
Curitiba. Especialista em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas FGV. 
Sócio fundador da Tisi Advocacia, em Curitiba-PR, com atuação em Direito 
Empresarial, Direito Civil, Propriedade Intelectual e Direito Desportivo. Lecionei 
Direito Desportivo no programa Law Experience da FAE Centro Universitário de 
2019 a 2021. Sou membro efetivo da Comissão de Direito Empresarial e da 
Comissão de Direito Digital e Proteção de Dados da OAB/PR, membro associado 
do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo IBDD e integrante do Núcleo de 
Estudos de Direito e Economia da UFPR.
Aurum] NCPC Comentado  Livro II  Da Função Jurisdicional 18
Bruno Molina Meles
Advogado desde 2010, Contador desde 2019. Mestre em Direito, Justiça e 
Desenvolvimento. Pós Graduado em Direito Digital. Especialista em Direito 
Processual Civil e Direito Constitucional. Coautor de obras e artigos jurídicos. 
Titular do escritório Bruno Molina Sociedade Individual de Advocacia desde 2016, 
com atuação nas áreas do Direito Civil, Família e Sucessões.
Sobre a Aurum
A Aurum, empresa que desenvolve o software jurídico Astrea, está no ramo há 30 
anos, sempre proporcionando a união entre pessoas e tecnologia. Assim, nossos 
times são focados em ouvir os clientes e desenvolver novas soluções com base 
na inovação.
📩 Newsletter: https://materiais.aurum.com.br/assinar-newsletter
🔍 Portal: aurum.com.br/blog
📱 Instagram: instagram.com/aurum.br
💻 LinkedIn: linkedin.com/company/aurumbr
🎬 YouTube: youtube.com/AurumBr
https://materiais.aurum.com.br/assinar-newsletter
http://aurum.com.br/blog
http://instagram.com/aurum.br
http://linkedin.com/company/aurumbr
http://youtube.com/@AurumBr

Mais conteúdos dessa disciplina