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Gestão de projetos em segurança e
saúde ocupacional
Estudo e implementação dos projetos de segurança e saúde ocupacional nas organizações por meio dos
processos de gerenciamento dos diversos riscos presentes nos ambientes de trabalho.
Prof. Márcio Jorge Gomes Vicente
1. Itens iniciais
Propósito
Apresentar os sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional nas organizações alinhados às normas
regulamentadoras (NRs), bem como aos aspectos estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), especialmente aqueles realizados pela NBR ISO 45001, pois implementar, manter e
monitorar a segurança e a saúde ocupacional de uma empresa é um dos papéis essenciais do engenheiro de
segurança do trabalho.
Preparação
Antes de iniciar a leitura deste conteúdo, tenha em mãos papel, caneta e a calculadora de seu smartphone/
computador.
Objetivos
Descrever um sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional.
Identificar a aplicação dos indicadores de gestão em segurança e saúde ocupacional.
Reconhecer os benefícios de um projeto em segurança e saúde ocupacional.
Projetos em segurança e saúde ocupacional 
Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo e entenda sobre projetos em segurança e saúde ocupacional. 
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
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1. Sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional
Aspectos essenciais da gestão de segurança e saúde
ocupacional
Importância de um sistema de gestão
Neste vídeo, conheça mais sobre a importância de um sistema de gestão. 
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Inicialmente, é fundamental entendermos que segurança do trabalho e saúde ocupacional não estão limitados
ao cumprimento das NRs. Muitas vezes, os limites de tolerância estabelecidos por nossa legislação não
garantem a proteção de todos os trabalhadores expostos aos chamados riscos ocupacionais.
É preciso muito mais para que o trabalhador tenha a garantia de que o meio ambiente de
trabalho lhe proporcione um bem-estar que, com certeza, vai se refletir na sua qualidade
de vida profissional e, consequentemente, ampliar sua possibilidade de produzir.
Porém, para haver um ambiente de trabalho seguro, é fundamental que as empresas implementem um bom
programa ocupacional a partir de uma gestão de segurança e saúde ocupacional, já que isso lhes dará
excelentes resultados corporativos – a começar pela própria saúde do trabalhador. Vejamos alguns dos
benefícios que um sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional pode proporcionar:
 
Melhoria das condições de trabalho.
Cultura de segurança a partir da alta administração.
Condições seguras do empregador e comportamento seguro dos empregados.
Redução dos afastamentos dos trabalhadores em decorrência de acidentes e doenças ocupacionais.
Redução do custeio previdenciário para as empresas com reflexos nas alíquotas do seguro de acidente
de trabalho.
 
Observe que, conforme apresentamos acima, vários são os benefícios na implantação de um sistema de
gestão de segurança e saúde ocupacional por parte de uma organização. Sem dúvida alguma, o principal será
sempre a garantia da integridade física e da saúde dos trabalhadores.
1. 
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Atenção
É fundamental ressaltar que a empresa pode inclusive ampliar esses benefícios por meio de: Melhoria de
sua imagem perante a sociedade e acionistas.Ampliação de parcerias comerciais.Possibilidade de
certificações em segurança e saúde ocupacional, como, por exemplo, a NBR ISO 45001. Quando
proporcionamos um ambiente seguro, com foco na qualidade de vida dos trabalhadores, todos ganham
nesse processo: os próprios trabalhadores, em primeiro plano; a empresa, em sua gestão de negócios; e
a sociedade, como um todo. 
Observe, a seguir, a utilização de um equipamento de proteção individual (EPI) para a segurança do
trabalhador. Isso combate o estresse e a degradação de sua saúde. Além de a sociedade ganhar como um
todo, evita-se a produção de um cidadão enfermo física ou psicologicamente capaz de, entre outras coisas,
causar acidentes.
A utilização de EPI protege o trabalhador.
Você sabia que há um grande equívoco por parte de muitos, incluindo os profissionais de segurança do
trabalho, que consideram a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPIs) um bom projeto
preventivo? Mas isso está errado! Um sistema de gestão pode – e deve – proporcionar um projeto preventivo
(e preditivo), uma vez eliminado o risco na fonte de emissão; com isso, evita-se que o trabalhador passe a
maior parte de seu dia fazendo o uso desconfortável de um EPI.
 
Nesse sentido, um sistema de gestão deve seguir, na ordem, o seguinte alinhamento:
Etapa 1
Elaboração de projetos coletivos.
Etapa 2
Implementação de medidas administrativas.
Etapa 3
Adoção de recursos individuais.
Observe o fluxo acima e suas características: projeto, medidas e recursos. Trata-se, sem dúvida, do objetivo
preventivo de um sistema de gestão, no qual se obtém, reafirmo, o ganha-ganha ocupacional.
Exemplo
Na linha de montagem em determinada indústria, quatro trabalhadores estão na mesma diretividade de
uma fonte de ruído contínuo emitido por um equipamento. Esse ruído apresenta-se estável na faixa de
83dB (A) por oito horas diárias. Note que, se seguirmos exclusivamente a norma regulamentadora (NR),
em que o limite de tolerância é de 85dB (A)/8h, pensaríamos que todos os trabalhadores estariam
protegidos nesse cenário, mas isso não é verdade. 
O limite de tolerância representa um valor no qual, acredita-se, a maioria dos trabalhadores
expostos – e não todos eles – está protegida. É exatamente nesse ponto que um sistema de
gestão pode contribuir para a melhoria de tal ambiente. Como por exemplo, evitar que um
trabalhador tenha perda auditiva ou até um “agravo à sua saúde”, mesmo que ele atue abaixo
dos limites citados no exemplo anterior. Nesse sentido, um sistema de gestão pode propor as
seguintes soluções:
Solução 1
Realizar um projeto coletivo com a eliminação desse ruído na fonte de sua emissão, isolando o
equipamento ou colocando abafadores ou filtros que garantam níveis sonoros aceitáveis.
Solução 2
Cumprir, durante a implantação desses projetos na fonte, o revezamento dos postos de trabalho,
como, por exemplo, a redução do tempo de exposição dos trabalhadores para outros setores,
reduzindo o risco ocupacional.
Solução 3
Adotar – e apenas nesse período de implantação do projeto coletivo – os EPIs de forma temporária.
Pode-se observar que um sistema de gestão leva sempre em considerações as características dos
trabalhadores, suas condições profissiográficas e as abordagens deles nos ambientes de trabalho, tendo, por
isso, uma natureza inclusiva. Desse modo, um bom sistema de gestão é capaz de garantir que um trabalhador
não tenha agravos à sua saúde.
Atenção
É importante entender a dimensão dos benefícios sociais e empresariais na implementação de um bom
programa de segurança e saúde ocupacional – e não obter apenas um modelo “legalista” que não seja
preventivo. Modelos legalistas são, ao contrário, corretivos e reativos, punindo, em muitos casos,
trabalhadores que não seguem as regras de segurança em vez de garantir ambientes de trabalho
seguros e livres das chamadas nocividades. 
Observe que ainda temos um número extremamente elevado de acidentes de trabalho e de
doenças ocupacionais, o que inclui os agravos aos trabalhadores.
Exemplo
Em muitas situações, o trabalhador é colocado para desenvolver uma atividade que não condiz com suas
características físicas. Mesmo isso podendo causar seu afastamento, ele, em geral, não tem outras
opções (trata-se, afinal, de um meio de sobrevivência). Reverter esse quadro é uma responsabilidade de
todos nós, ou seja, do governo, das empresas, dos trabalhadores e da própria sociedade. 
Os riscos ocupacionais (meio ambiente do trabalho)
Como vimos, o meio ambiente do trabalho possuirá diversos riscos para a saúde e a integridade física dos
trabalhadores caso não exista um bom projetode segurança e saúde ocupacional, com a implantação de uma
cultura de segurança baseada em comportamento.
Tendo isso em vista, apresentaremos agora os riscos ambientais, assim como suas
respectivas considerações e abordagens.
Existem muitas dúvidas e equívocos de entendimento no caso dos riscos ambientais. Por isso, deixemos algo
bem claro para que não haja nenhuma dúvida: a higiene do trabalho, ocupacional ou industrial diz respeito
apenas aos chamados riscos ocupacionais.
Saiba mais
Riscos ocupacionais são os riscos físicos, químicos e biológicos que causam doenças e agravos à saúde
dos trabalhadores. Porém, quando tratamos de riscos ambientais, também estamos nos referindo aos
riscos ergonômicos e de acidentes. Esse será nosso alinhamento ao longo deste conteúdo. 
Descrição
Faremos, a seguir, uma breve descrição dos riscos ocupacionais:
Riscos físicos
Os agentes físicos são, em última análise, alguma forma de energia liberada pelas condições de
processos e equipamentos.
Exemplo:
Ruído, vibrações, calor e frio, assim como umidade, radiações ionizantes e não ionizantes e pressões
anormais.
Riscos químicos
Não por sua característica individual, e sim por sua dimensão físico-química, os agentes químicos são:
Gases.
Vapores.
Aerodispersoides, como as poeiras.
Fumos.
Névoas.
Neblinas.
Fibras.
Podemos entender os agentes químicos como todas as substâncias puras, compostos ou produtos
(misturas) capazes de entrar em contato com o organismo por uma multiplicidade de vias, expondo o
trabalhador.
Dica:
Cada caso tem sua toxicologia específica. Também é possível agrupar os agentes químicos em
famílias químicas por conta de sua importância toxicológica, como os hidrocarbonetos aromáticos,
por exemplo. Normalmente, esses agentes ingressam por:
Ingestão.
Via respiratória.
Via cutânea.
Via dérmica.
Riscos biológicos
Os agentes biológicos são representados por todas as classes de micro-organismos patogênicos
(algumas vezes somados a organismos mais complexos, como insetos e animais peçonhentos), como,
por exemplo, vírus, bactérias e fungos.
Atenção:
Esses agentes apresentam características bem diferentes dos riscos físicos e dos químicos.
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Riscos ergonômicos
Entre outros fatores que podem causar agravos aos trabalhadores, os riscos ergonômicos são
caracterizados por:
Movimentos repetitivos.
Posturas incorretas.
Mobiliários indevidos.
Armazenamento incorreto de produtos que exigem algum esforço dos trabalhadores.
Transporte manual de peso.
Jornadas prolongadas que causam fadigas.
Comentário:
Outros agentes que, por sua natureza, não seriam “ergonômicos” assim são classificados, pois não
existe, no momento, outra forma de enquadrá-los. Esse é o caso da ansiedade, da pressão por
produção e até mesmo da depressão, já que elas são geradas por diversas síndromes características
dos ambientes de trabalho.
Riscos de acidentes
Nenhum ambiente está isento de riscos. Desse modo, a possibilidade de ocorrer um acidente é real,
principalmente partindo da premissa de que há locais de trabalho sem as medidas de proteção
devidas, o que, devido à omissão e à negligência, amplia os riscos de acidentes.
Os seguintes desvios constituem exemplos de riscos de acidentes:
Fios desencapados e expostos.
Máquinas sem proteção.
Ausências de equipamentos coletivos e individuais.
Pisos escorregadios.
Falta de comunicação visual.
Ausência de treinamentos e orientações de segurança.
Cores
Para facilitar o entendimento dos conceitos apresentados anteriormente, a segurança do trabalho utiliza um
sistema de cores. Esse sistema constitui uma forma bem didática de compreensão da presença dos riscos –
especialmente para os trabalhadores.
 
Os riscos físicos são representados pela cor verde.
Os riscos químicos são representados pela cor vermelha.
Os riscos biológicos são representados pela cor marrom.
Os riscos ergonômicos são representados pela cor amarela.
Os riscos de acidentes são representados pela cor azul.
 
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Observe a representação desses riscos, a seguir:
Quadro: Sistema de cores da segurança do trabalho.
Esse entendimento será ainda mais ampliado e facilitado quando os membros da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA) elaborarem e divulgarem os chamados “mapas de riscos ambientais”. Esses
mapas são realizados pela CIPA a partir de dados apurados com os trabalhadores nesses ambientes.
Mapa de risco.
O meio ambiente do trabalho: condições x
comportamento
Como já possuímos excelentes e relevantes
informações do ambiente de trabalho – e
especialmente dos riscos ambientais –,
apresentaremos agora a relação entre as
condições (in)seguras e o comportamento
(in)seguro. Não falaremos mais sobre os atos
inseguros, uma vez que não existe mais esse
termo para definir atos nos quais as pessoas se
expõem consciente ou inconscientemente a
riscos de acidentes. Nossa abordagem está
voltada para o comportamento devido ao novo
conceito de cultura de segurança por parte das
organizações.
Com isso, podemos garantir um bom
entendimento das causas reais dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais (incluindo os agravos
para os trabalhadores). É possível afirmar, afinal, que as atitudes do homem e as condições do ambiente de
trabalho – associadas ou não – dão origem aos acidentes.
 
Para efeito de prevenção, as causas são classificadas em duas categorias: Causas Diretas e Indiretas.
Conheça melhor cada uma delas a seguir!
Causas diretas
São as causas conhecidas por:
Comportamentos inseguros
Ocorrem no exato momento em que o acidente acontece, ou seja, estão relacionados às
atitudes inadequadas do homem. Como exemplos de comportamento inseguros, podemos
citar como as pessoas se expõem, consciente ou inconscientemente, aos riscos de acidentes
ao:
 
Não utilizar seus equipamentos individuais de modo correto.
Correr no local de trabalho.
Fumar em local proibido.
Brincar de maneira deliberada, distraindo-se ou distraindo seus colegas de trabalho.
Limpar máquinas em movimento.
Usar ferramentas defeituosas ou inadequadas.
Não seguir as normas de segurança.
Levantar peso em excesso.
Sobrecarregar máquinas.
Posicionar-se embaixo de cargas.
Obstruir equipamentos de combate a incêndios.
Condições inseguras
São caracterizadas pelas condições inadequadas do ambiente de trabalho, isto é, por suas
más condições, seja por omissão, negligência ou até mesmo por desconhecimento do
empregador.
 
Elas colocam em risco a saúde e a integridade física de todos que necessitam atuar nesses locais. Podemos
exemplificar como características de um ambiente inseguro:
 
Falta de EPI.
Pisos irregulares ou escorregadios.
Escadas irregulares.
Recipientes sem identificação.
Ruído excessivo.
Baixo nível de iluminação.
Máquinas com partes móveis sem nenhuma proteção.
Falta de sinalizações.
Falta de organização e sujeira nos ambientes.
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Ferramentas defeituosas.
Imprevistos
As questões classificadas como situações de imprevistos podem causar acidentes ou doenças, não sendo
enquadradas como comportamento ou condição insegura, pois estão, de alguma maneira, fora de nosso
controle. Por exemplo, as inundações, tempestades e vendavais.
Causas Indiretas
São os fatores pessoais e administrativos que levam o trabalhador a praticar comportamentos
inseguros e a empresa a permitir o surgimento ou não eliminar condições inseguras de
trabalho. Analise as cenas a seguir:
Esmagadura de dedo
Desequilíbrio e queda
Escorregão em chão molhado
• 
Queda de equipamento
As cenas anteriores nos levam aos seguintes questionamentos:
Por que há condições inseguras? 
Condições inseguras decorrem de
fatores empresariais de ordem técnica,
econômica, conceitual ou cultural que
levam ao seu surgimento ou à sua não
eliminação quando eles já existem. 
 
Como exemplo, podemos citar: 
um projeto mal executado,com matéria-
prima barata e de baixa qualidade, um
não entendimento dos benefícios da
prevenção de acidentes, a falta de
disciplina empresarial ou
responsabilidades não assumidas.
Quais são as causas do comportamento
inseguro?
Este comportamento pode surgir de
fatores cuja origem é pessoal,
hereditária, congênita, social,
educacional, profissional e psicológica.
Pode haver, também, doenças que levam
o indivíduo a praticá-los. As empresas
devem entender tais aspectos e
colaborar com soluções, pois eles
apresentam um claro contexto social. A
atuação de trabalhadores – com
doenças, como diabetes, com alguma
deficiência física, como a auditiva, com
brigas em família, baixa escolaridade,
não adaptação ao trabalho ou dívidas,
entre tantos outros fatores – pode estar
relacionada ao comportamento inseguro.
Resumindo, é importante fazer uma análise profunda sobre esse tema e mergulhar nos ambientes de trabalho,
identificando e eliminando os riscos, entendendo as necessidades dos trabalhadores e reduzindo as
condições inseguras, assim como as possíveis ações relacionadas ao comportamento inseguro.
Saúde ocupacional e qualidade de vida no trabalho
O ambiente de trabalho possui extrema importância na vida do ser humano. Nós, em muitos
casos, passamos mais tempo nesse ambiente do que em convívio familiar ou mesmo em
atividades sociais. Dessa maneira, a qualidade de vida no trabalho reflete, com total certeza, a
própria qualidade de nossos relacionamentos diários. Também é verdadeira a premissa de que
uma vida familiar e social equilibrada pode refletir uma boa produção no trabalho.
Reflexão
Já percebeu que, quando temos algum problema familiar, como a doença de nossos pais ou filhos, temos
muitas dificuldades em nos concentrar no nosso trabalho? Muitos acidentes ocorrem justamente pela
falta dessa concentração, pois o trabalhador está com o pensamento muito longe de suas atividades
laborais. Quando estamos com problemas pessoais de qualquer natureza e a pressão por produção é
grande, há um aumento do nível de estresse, e nosso organismo pode responder por meio de alguma
doença ou enfermidade. Quantos de nós não presenciamos ou temos a informação de que um
trabalhador foi acometido de um problema cardíaco durante suas atividades ou que se afastou delas
para tratamentos psiquiátricos? 
Muitos são os relatos de doenças ou mesmo de acidentes que poderiam ser evitados (e todos podem) se nós,
profissionais de segurança do trabalho e saúde ocupacional, não nos limitássemos a implementar, entre outras
medidas importantes, NRs e ordens de serviços que, a despeito de sua importância, não são suficientes para
tornar o ambiente mais seguro e saudável.
 
Observe quantos trabalhadores são subjugados ou até recebem punições, inclusive verbais, na frente dos
demais colegas por baixa produção ou por não corresponder ao esperado. Muitas empresas não conseguem
entender a necessidade de uma investigação mais aprofundada e individualizada de cada caso específico.
Exemplo
Um trabalhador que se alimenta mal em seu dia a dia muitas vezes aguarda “ansiosamente” pelo horário
da refeição realizada na empresa. Algumas perguntas precisam ser feitas nesse contexto: Será que ele
está produzindo bem?Seria ele um sério candidato a alguma doença ou agravo em função de sua
condição social?Quais medidas a empresa deveria tomar para reduzir esse cenário? Esses
questionamentos dizem respeito à qualidade de vida no trabalho. Implementados corretamente, eles
podem garantir um equilíbrio na relação produção x ambiente, tendo reflexos extremamente positivos
para a sociedade. 
Os empregadores não podem mais acreditar que, pelo fato de pagarem as alíquotas do seguro de acidente de
trabalho (SAT), estão isentos de suas responsabilidades em casos de afastamentos dos trabalhadores,
mesmo que a origem disso não esteja no próprio ambiente. A verdade é justamente o contrário disso. Os
empregadores precisam compreender que a qualidade de vida no trabalho inicia-se com:
 
Um ambiente seguro.
Uma interlocução ativa ao se permitir que os trabalhadores apresentem suas queixas ou
incomodidades
Um entendimento das relações entre as características físicas deles e o ambiente de trabalho.
 
Muitos ambientes de riscos acentuados poderão ser fontes de perigos caso o trabalhador não esteja em
plenas condições físicas e/ou mentais para desenvolver suas atividades. Trabalhos realizados em altura, por
exemplo, exigem uma grande concentração de todos os envolvidos.
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Você sabia que a qualidade de vida no trabalho passa por diversas questões, como as de natureza
biofisiológica e aquelas relativas à profissiografia do trabalhador, na relação entre sua estrutura física e o
ambiente proposto?
Exemplo
Uma trabalhadora portadora de cistite crônica, doença do aparelho urinário, que pretenda atuar como
“caixa de um supermercado” poderá ter sérios prejuízos em suas atividades caso não tenha condições
de consumir determinada quantidade de água durante o dia ou não possa se locomover para o banheiro
sempre que tiver a necessidade de urinar. 
Percebeu no exemplo acima como a ausência da qualidade de vida no trabalho pode ser
determinante para que o trabalhador tenha agravos em sua saúde?
Verificando o aprendizado
Questão 1
Um sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional poderá gerar grandes benefícios
para uma empresa e, consequentemente, para os trabalhadores. Para que o sistema obtenha
os resultados pretendidos, o empregador deverá garantir as condições seguras no meio
ambiente do trabalho. Marque a única opção que corresponde às condições seguras nesse
ambiente.
A
Adoção de medidas coletivas no ambiente do trabalho.
B
Uso correto dos equipamentos de proteção individual.
C
Atendimento às orientações de segurança.
D
Colaboradores que seguem os protocolos ocupacionais.
E
Participação dos trabalhadores em treinamentos.
A alternativa A está correta.
Todas as opções acima estão relacionadas ao sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional, porém
apenas a adoção de medidas coletivas constitui efetivamente uma atuação direta de responsabilidade do
empregador, ou seja, ela garante a eliminação ou a minimização dos riscos de forma coletiva ou na fonte.
As demais opções são de natureza individual, isto é, estão relacionadas ao comportamento seguro.
Questão 2
Aponte a alternativa que corresponde a um dos benefícios da implementação de um sistema
de gestão em segurança e saúde ocupacional.
A
Possibilidade de punir corretamente os trabalhadores que sofrem acidentes de trabalho.
B
Cultura de segurança limitada à base dos trabalhadores.
C
Gestão baseada em administração dos riscos com a adoção de equipamentos de proteção individual.
D
Redução do custeio previdenciário para as empresas com reflexos nas alíquotas do seguro de acidente de
trabalho.
E
Garantia das condições seguras implementadas pelos empregados.
A alternativa D está correta.
Diversos são os impactos positivos em relação à implementação correta de um sistema de gestão em
segurança e saúde do trabalhador. Certamente, um deles é o tributário, ou seja, quanto mais protegidos os
trabalhadores, menores serão os riscos de afastamento e consequentemente as reduções no custeio
previdenciário.
2. Aplicação dos indicadores de gestão em segurança e saúde ocupacional
A importância dos indicadores ocupacionais
Neste vídeo, conheça mais sobre os indicadores ocupacionais.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
A gestão de segurança e saúde ocupacional é tratada atualmente como tema estratégico pelas organizações.
Foi-se a época em que segurança do trabalho era meramente um subsistema de recursos humanos como
forma de, em sua maioria, garantir o cumprimento das NRs.
 
Na contratação de um profissional dessa área, era muito comum ouvir de um gestor as seguintes frases:
Frase 1
“Somos uma empresa legalista” e “Sua
contratação é para garantir que não
receberemos nenhuma multa”.
Frase 2
“Você sabe que sua contratação é para
cumpriros dispositivos legais da NR-4,
que trata dos serviços especializados
em engenharia de segurança e medicina
do trabalho”.
Claro que ainda há muitas empresas no Brasil que seguem esse modelo. Várias sequer conhecem tais
questões legais, só tomando conhecimento delas após a visita de um auditor do trabalho e a consequente
aplicação de multas.
Saiba mais
O cenário no país, porém, mudou bastante. A área de segurança do trabalho e saúde ocupacional, assim
como a da gestão do meio ambiente, configura um “forte” subsistema e, em muitas organizações, uma
gerência estratégica muito conhecida como gestão de SMS – Segurança, meio ambiente e saúde. 
Em algumas empresas, as questões do meio ambiente ficam diretamente relacionadas à qualidade, ou seja,
cada empresa tem sua estrutura organizacional. Desse modo, as organizações investem em segurança,
deixando de lado o equívoco de considerá-la um custo. Seguindo seu sistema de gestão, elas implementam
ferramentas que podem “mensurar” os resultados obtidos com tais recursos investidos. Em um sistema de
gestão, os indicadores são fundamentais para entender a relação custo x benefício nesse processo ou mesmo
se as tomadas de decisões preventivas foram as mais corretas.
Exemplo
Trabalhadores de uma indústria química que atuam no setor de envase reclamam com seus gerentes que
determinado calçado de segurança, os chamados EPIs, vêm gerando desconforto e, em muitos casos,
acidentes, como quedas em função do pouco atrito entre o solado desse calçado e o tipo de piso do
ambiente de trabalho.Ocorre que a empresa não tem, nesse momento, como modificar o tipo de piso de
todo o setor, já que isso levaria muito tempo e paralisaria a produção. Foi realizado um estudo com o
próprio fabricante, levando-se em considerações os aspectos apontados pela medicina do trabalho em
função dos afastamentos por quedas ou até em função de lesões que os calçados vêm gerando.Decidiu-
se fazer a troca de todos os calçados após um mês de testes experimentais com a amostragem de 10%
dos trabalhadores da área. O resultado naquele ano foi espetacular: nenhum acidente de trabalho e
afastamento por lesões nos membros inferiores, além de uma grande satisfação dos trabalhadores em
função de a empresa ter-lhes escutado e resolvido o problema. 
Qual lição podemos tirar desse caso, o qual, na verdade, ocorre com frequência nas
empresas? Que investir em segurança e saúde ocupacional é uma excelente decisão e que
tais ações podem e devem ser avaliadas, inclusive sob o ponto de vista financeiro. No caso
anterior, o retorno será maior que o valor investido se considerarmos os seguintes
indicadores:
Indicador 1
Número de acidentes com ou sem afastamentos.
Indicador 2
Número de homens /hora afastados.
Indicador 3
Número de atestados médicos e aumento do absenteísmo.
Indicador 4
Custeio previdenciário, especialmente em relação às alíquotas do SAT.
Indicador 5
Riscos de interdições por parte das fiscalizações do trabalho, incluindo as multas recorrentes.
Observe que é possível, a partir dos indicadores de um sistema de gestão, demonstrar os grandes benefícios,
em primeiro plano, para a qualidade de vida dos trabalhadores e o consequente aumento da produção, além
dos impactos extremamente positivos na redução da carga tributária. Com isso, adotar um sistema que
mensure e quantifique as ações em segurança do trabalho e saúde ocupacional é fundamental.
Não estamos, portanto, limitando os
indicadores, inclusive de desempenho (os
KPIs), apenas em relação à medição do número
de acidentes de trabalho. Tal realidade
obviamente não é nosso objetivo; ao contrário,
tais indicadores devem servir para a
implementação de medidas preventivas, sejam
elas coletivas, administrativas ou individuais,
capazes de determinar a melhor estratégia de
gestão em segurança do trabalho e saúde
ocupacional.
Tipos de indicadores de
um sistema de gestão
Listaremos a seguir alguns dos indicadores que podem fazer parte de um sistema de gestão em segurança e
saúde ocupacional, garantindo um ambiente mais seguro a partir dos dados obtidos no meio ambiente do
trabalho:
Registros de acidentes de trabalho
Com ou sem afastamentos, este item é realmente fundamental e muito utilizado pelas organizações
para garantir as corretas medidas preventivas, ou mesmo as corretivas, para a melhoria das
condições. A apuração será de acordo com o próprio sistema de gestão, podendo ser mensal, anual
ou mesmo por tempo determinado de horas trabalhadas.
Nesse sentido, é importante não incluir os incidentes, também chamados de “quase acidentes”, pois
os acidentes efetivamente não ocorreram. A inclusão deles, afinal, comprometeria os dados
abrangidos, já que o número de acidentes determina justamente o alinhamento a ser tomado pela
empresa de acordo com a gravidade deles.
Registros de doenças ocupacionais
Muitas vezes, uma empresa divulga a quantidade de dias sem acidentes de trabalho, mas não informa
tal quantidade em relação aos afastamentos por doenças ocupacionais. Especialmente por meio do
coordenador do Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO), a medicina
ocupacional das empresas pode mensurar as doenças relacionadas ao trabalho e as de natureza
social ou de origem genética, por exemplo.
Esses dados também serão fundamentais para as adoções de medidas que possam melhorar as
atividades dos trabalhadores em seu dia a dia. Nesse item, é fundamental uma correta avaliação para
se identificar a origem de determinada doença que pode ter sido adquirida no ambiente do trabalho
ou fora dele. É o caso, por exemplo, de perda auditiva, fadiga ou depressão.
Inspeções de segurança
Elas são fundamentais para identificar se as atividades laborais estão sendo conduzidas de forma
correta ou não.
Exemplo:
Constantes verificações para averiguar se os trabalhadores estão utilizando corretamente seus EPIs
podem gerar excelentes indicadores de gestão. Essas inspeções identificam oportunidades de
melhorias ao reduzir ou eliminar riscos. Elas podem inclusive eliminar o pagamento dos adicionais de
insalubridade.
Mas atenção! As inspeções de segurança não têm o objetivo de punir trabalhadores.
Avaliação contínua de máquinas e equipamentos
Etapa na qual se identifica o nível de confiabilidade de máquinas e equipamentos. Quanto mais
rastreado o ambiente, garantindo-se, assim, um maquinário seguro, menor é o risco de acidentes de
trabalho e de doenças ocupacionais. Utilizamos frequentemente um conceito de confiabilidade para
sua manutenção com a seguinte relação: 
Em que:
 é a confiabilidade do equipamento.
 é a taxa de frequência de ações corretivas.
Logo, quanto menor for TF, maior será a confiabilidade. Trata-se de um excelente indicador
preventivo, especialmente nas indústrias. Muitos afastamentos dos trabalhadores ocorrem por falhas
totalmente previsíveis em seus equipamentos.
Desvios
Como sabemos, os desvios significam:
Ações incorretas em relação à segurança, isto é, ações de não conformidade, como, por
exemplo, os improvisos ou a falta do uso de equipamentos individuais.
Não seguir as regras e os treinamentos recebidos.
A solução dos desvios em determinado período é fundamental. Algumas empresas estabelecem
indicadores de soluções dos desvios com suas equipes de manutenção conforme o nível de risco
verificado.
Exemplo:
Relacionar os desvios em três níveis de severidade, ou seja, baixo, médio e grande. O desvio baixo
pode ser resolvido em uma semana; o médio, em um dia; e o alto, em uma hora. Mensurá-los é
fundamental na gestão de segurança do trabalho.
As ações acima somente poderão gerar resultados caso o sistema de gestão envolva toda a empresa,
e não apenas os trabalhadores, uma vez que a participação da alta administração é um fator
determinante para a credibilidade de um sistema de gestão.
Há indicadores proativos, ou seja, aqueles que são de extrema utilidade para entender se o sistema
de gestão da empresa está bem alinhado com as medidas preventivas e se vem ocorrendo a redução
de afastamentos, por exemplo.
No entanto, tambémexistem os indicadores reativos, que são utilizados após os acidentes,
especialmente com afastamentos, no período pós-falha, seja por conta de condições inseguras ou de
comportamento inseguro.
Indicadores na prática
Verificaremos a seguir como os indicadores podem ser utilizados na prática. Para tanto, vamos definir os
seguintes pontos:
Dias perdidos (Dp)
São os dias de afastamento de cada acidentado contados a partir do primeiro dia afastado até,
segundo orientação médica, o dia anterior à data de retorno ao trabalho.
Dias debitados (Db) (ou dias a debitar)
São os dias que devem ser debitados devido à morte ou à incapacidade permanente, total ou parcial.
No caso de morte ou incapacidade permanente total, devem ser debitados 6.000 dias.
Já no caso de incapacidade permanente parcial, os dias a serem debitados têm de ser retirados da
ABNT NBR 14.280 (cadastro de acidentes), mesmo que os dias efetivamente perdidos sejam maiores
que o número de dias a debitar ou até mesmo quando não houver dias perdidos.
• 
• 
Taxa de Frequência (TF)
Trata-se do número de acidentes ou acidentados (com e sem lesão) por milhão de horas-homem de
exposição ao risco em determinado período.
A TF é calculada por esta fórmula:
Em que:
N é o número de acidentados.
H é o número de homens hora de exposição ao risco.
Taxa de gravidade (TG)
É o tempo computado por milhão de horas-homem de exposição ao risco. A TG precisa ser expressa
em números inteiros e calculada por esta fórmula:
Em que:
T é o tempo computado (dias perdidos + dias debitados).
H representa homens - hora de exposição ao risco.
Vamos aos cálculos?
 
Os cálculos demonstrados, a seguir, estão divididos nas seguintes etapas:
Etapa 1
Multiplique o número de trabalhadores pelo número de horas que eles trabalham para
calcular o valor homem-hora.
Por exemplo, se 56 pessoas trabalham 40 horas por semana durante um ano (50
semanas de trabalho), então os homens-hora por ano serão 56 pessoas x 40 horas/
semana x 50 semanas = 112.000 horas.
Etapa 2
Divida o número de acidentes pelo valor do homens-hora para calcular o número de
acidentes por hora de trabalho.
Se o número de acidentes por ano for 145, haverá:
145/112.000=0,001295 acidentes/hora de trabalho.
Etapa 3
Multiplique o número de acidentes por hora trabalhada por 100 mil para calcular a taxa
a cada 100.000 horas.
Neste exemplo, a taxa de frequência de acidentes seria: 0,001295×100.000=129,5.
Etapa 4
Multiplique o número de acidentes por hora de trabalho por 200 mil para calcular a
taxa a cada 200 mil horas.
Neste exemplo, ela seria: 0,001295×200.000=259.
Etapa 5
Multiplique o número de acidentes por hora de trabalho por 1.000.000 para calcular a
taxa a cada 1.000.000 horas.
Neste exemplo, ela seria: 0,001295×1.000.000=1.295.
Observe o quanto um sistema de gestão bem implementado pode aproveitar os indicadores para as tomadas
de decisão. 
Exemplo
Uma empresa com 700 empregados registrou 3 acidentes do trabalho típicos e 2 acidentes de trajeto em
determinado mês. Sabendo que sua jornada de trabalho mensal é de 200 horas, qual é a taxa de frequência?
 
Número de empregados: 700.
Jornada de trabalho mensal: 200h.
Acidentes típicos: 3.
Acidentes de trajeto: 2.
 
Fórmulas:
Em que:
 
T= DD + DP
• 
• 
• 
• 
• 
DD (dias debitados) = 300
DP (dias perdidos) = 1×3+1×5+2×12=32
H=50.000
Atenção
Os acidentes de trajeto devem ser tratados à parte, não sendo incluídos, conforme prevê a NBR 14280,
no cálculo usual das taxas de frequência e de gravidade. 
Note que os dados obtidos no exemplo poderão ser decisivos em ações e medidas conforme os indicadores
identificados. O sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional será capaz de, a partir de tais dados,
ampliar as medidas preventivas ou corretivas para as organizações, podendo até garantir mais adiante
algumas reduções tributárias com o SAT conforme o fator acidentário de prevenção (FAP).
Verificando o aprendizado
Questão 1
Os indicadores de segurança e saúde ocupacional são fundamentais em um sistema de
gestão para as corretas tomadas de decisão. Seguindo esse alinhamento, qual indicador
abaixo pode contribuir para a melhoria dos ambientes de trabalho?
A
Ampliação das atividades econômicas de uma empresa perante a Receita Federal.
B
Quantidade de demissões por justa causa ou de punições aos trabalhadores.
C
Pagamentos de adicionais de periculosidade aos trabalhadores.
D
Registros de acidentes de trabalho, com ou sem afastamentos, que são fundamentais para garantir as
corretas medidas preventivas.
• 
• 
• 
E
Garantia de registros de pontos biométricos para os trabalhadores.
A alternativa D está correta.
Efetivamente, os registros de acidentes de trabalho poderão garantir excelentes resultados preventivos a
partir dos indicadores apurados nos ambientes de trabalho ou em relação aos afastamentos
previdenciários. Baseadas em tais indicadores, medidas preventivas, considerando a quantidade de dias de
afastamentos e a gravidade do acidente, entre outras variáveis, serão fundamentais em um novo e eventual
direcionamento preventivo ou corretivo.
Questão 2
Em uma empresa, 80 pessoas trabalham 40 horas por semana durante um ano ou 50 semanas
de trabalho, tendo sido registrados 200 acidentes de trabalho no período. Qual é o número de
acidentes por hora de trabalho nessa empresa para as tomadas de decisão e de medidas
preventivas pelo setor de segurança do trabalho?
A
0,00125.
B
0,01678.
C
0,10201.
D
0,00256.
E
0,06260.
A alternativa A está correta.
Nesse caso, 80 pessoas trabalham 40 horas por semana durante um ano; então, os homens-hora por ano
são 80 × 40 horas/semana x 50 semanas = 160.000 horas. Logo, dividindo-se a quantidade de acidentes
por ano, ou seja, 200 acidentes, por 160.000 horas, obtém-se um total de 0,00125 acidentes por hora em
um ano.
3. Reconhecer os benefícios de um projeto em segurança e saúde ocupacional
O sistema de gestão na prática
Benefícios de um projeto de gestão ocupacional
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Muitas empresas, especialmente as nacionais, têm uma visão muito distorcida em relação à segurança do
trabalho e à saúde ocupacional.
 
O simples fato de cumprir determinadas normas
e legislações vigentes não significa a
implementação de um sistema de gestão nessa
área. Tal constatação é muito comum quando
uma empresa passa por uma auditoria do
Ministério da Economia (por meio da Secretaria
Nacional do Trabalho) e não sofre nenhuma
autuação ou multa.
Contudo, isso não é o suficiente para um
sistema de gestão – é necessário muito mais.
Por algum motivo (em geral, comercial), em
função de novas oportunidades de parcerias e
negócios, a mesma empresa precisará iniciar um processo de certificação em segurança e saúde ocupacional.
Comentário
Suas auditorias apresentam relatórios robustos, comprovando que ela cumpre as legislações, porém os
indicadores acidentários são relevantes. Infelizmente, não existe uma política implementada para a
redução de tais indicadores. Ou pior ainda: constata-se que a alta administração não se envolve ou
sequer estimula as práticas prevencionistas. 
O cenário só decai mais quando os auditores verificam as reclamações dos membros da CIPA, que abordam as
dificuldades de se colocar em prática as sugestões tratadas em reuniões mensais. Eles relatam inclusive um
fluxo reprimido quanto às suas solicitações, pois elas nunca chegam ao conhecimento da alta administração.
 
Observe que a empresa cumpre a legislação, mas atua com negligência no campo da prevenção. O resultado
só pode ser um: ela não conseguirá sua certificação NBR ISO 45001! Por isso, essa organização obviamente
deverá implementar um sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional com projetos robustos e que
resultem claramente na redução de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
Seu objetivo, afinal, é demonstrar que está
eliminando os chamados desvios (ou as não
conformidades), ampliando as condições
seguras nosdiversos postos de trabalho. Nesse
sentido, é fundamental deixar claro que a
implementação de medidas preventivas não
pode passar por adoções de práticas
equivocadas, como, por exemplo, punir o
trabalhador que sofre acidente de trabalho,
inclusive com demissão, ou conferir uma
bonificação financeira a quem “supostamente”
não sofrer esse tipo de acidente.
Você sabia que tais atitudes são consideradas
medidas reativas, as quais, com certeza, serão
amplamente avaliadas em um processo de auditoria do sistema de gestão como não conformidades em maior
nível, o que acarretará a não continuidade do processo? Por isso, é fundamental que uma organização
entenda que se tivesse investido em gestão de segurança em sua base, e não apenas no mero cumprimento
normativo, teria grandes chances de seguir adiante com seu processo de certificação, ampliando suas
possibilidades de negócios.
Essa compreensão demonstra que segurança e saúde ocupacional são fortes valores
agregados ao negócio, dando retorno à empresa em todos os níveis de sua operação.
Um sistema de gestão possibilitará que as empresas tenham os seguintes benefícios:
 
Reduzir a ocorrência de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais.
Aumentar sua produtividade.
Reduzir as perdas materiais e impactos ambientais.
Reduzir as alíquotas do SAT.
Ter ótima imagem perante a sociedade em geral.
Ampliar as parcerias em seus negócios.
A importância da NBR ISO 4001 em um sistema de gestão
Implementar um sistema de gestão em
segurança e saúde ocupacional é um grande
desafio para as organizações, pois isso
dependerá muito do envolvimento de todos, a
começar pela própria alta administração, que
deverá disponibilizar recursos humanos,
financeiros, logísticos etc. Mas o retorno é, sem
dúvida alguma, formidável. Estas são algumas
das perguntas que sempre recebemos: Por
onde começar? Existe um “manual” para a
implementação desse sistema de gestão?
Tais perguntas, assim como os demais
questionamentos, são bem comuns,
especialmente em empresas que não têm uma
cultura de segurança em sua filosofia. Isso não significa que elas não se preocupam com seus funcionários, e
sim que precisam de um “roteiro” para iniciar seus projetos e processos!
• 
• 
• 
• 
• 
• 
 
Atualmente, a ISO 45001 contém todo o roteiro de implementação de um sistema de gestão em segurança e
saúde ocupacional, mesmo para aquelas empresas que não pretendam, nesse momento, sua certificação.
Ainda assim, é uma prática muito comum (e correta) adotar os princípios dessa norma como um “filtro de
significância” em suas ações.
Se, no futuro, a empresa se decidir pela
certificação propriamente dita, o “caminho” a
ser percorrido será bem menor, pois a ISO
45001 tem como uma de suas bases a cultura
da segurança total, a qual, por sua vez, se
baseia no comportamento e no envolvimento
de todos os atores de uma organização. Trata-
se, portanto, da melhor decisão corporativa
quando se deseja implementar um sistema de
gestão em segurança e saúde ocupacional.
A NBR ISO 45001 é o novo padrão para a
implementação de um sistema de gestão em
segurança e saúde ocupacional para as
empresas. Ela, porém, confronta um triste
cenário brasileiro graças ao número absurdo de acidentes de trabalho todos os anos. Dados da Secretaria
Nacional do Trabalho constatam que a média no país é de 700 mil acidentes a cada ano (isso mesmo, todos
os anos). 
 
Possuir uma excelente legislação, como, por exemplo, as NRs brasileiras reconhecidas internacionalmente,
não significa uma prática suficiente no campo da prevenção. No cenário mundial, isso não é diferente,
especialmente em países como Índia, China, Rússia e México, para citar apenas alguns que, além do Brasil,
são considerados industrializados ou emergentes.
Dados estatísticos apontados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2014 registram
um alarmante cenário. 
Vejamos a seguir alguns desses dados:
Dado 1
No mundo, a cada quinze segundos, ocorre
uma morte e 153 acidentes.
Dado 2
Por ano, são 2,3 milhões de mortes e 317
milhões de acidentes.
Trata-se de um triste cenário mundial. Muitos desses acidentes ocorrem em empresas que lideram o mercado,
o qual, por sua vez, possui um nível de consumo extremamente alto pela sociedade.
Comentário
Diante desse quadro desafiador, em que os acidentes de trabalho matam mais do que qualquer guerra,
foi necessária a implementação pelo Sistema Internacional de Certificação de uma norma que garantisse
as melhores condições de trabalho, reduzindo os riscos presentes no dia a dia dos trabalhadores e que
tanto lhes causa prejuízos, seja pelos acidentes e pelas doenças relacionadas ao trabalho seja pelos
óbitos decorrentes deles. 
Desenvolveu-se, desse modo, a ISO 45001, que é o novo padrão de sistema de gestão de saúde e segurança
ocupacional. Sua finalidade, entre outras coisas, é:
 
Ajudar as organizações a minimizar os riscos nos locais de trabalho.
Melhorar as condições de trabalho.
Padronizar e integrar os requisitos normativos no sistema de gestão da organização.
Essa norma é aplicável a toda empresa de qualquer seguimento econômico, possuindo
abrangência irrestrita. Com isso, tanto uma pequena empresa, com um número limitado de
colaboradores, quanto uma indústria de grande porte podem implementar tal sistema de
gestão.
Reiteramos que o objetivo central é implementar procedimentos e padrões estabelecidos pela 45001
por meio dos requisitos do próprio sistema de gestão de segurança e saúde do trabalho (SST), com
orientações para a utilização dela, para que as organizações melhorem de forma proativa seus
desempenhos da SST na prevenção de lesões e doenças.
As normas regulamentadoras e o sistema de gestão de
segurança
A implementação de um sistema de gestão só conseguirá bons resultados a partir de uma cultura de
segurança de todos os envolvidos, especialmente da alta administração. Porém, quando uma inicia o processo
de implementação de um sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional, uma empresa tem como uma
de suas premissas o cumprimento de normas e legislações vigentes no Brasil.
Atenção
A base de suas operações, portanto, precisa estar alinhada com as obrigações legais do país. Por isso, a
correta implementação das NRs de segurança, higiene e saúde do trabalho, conforme estabelece a
Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, é parte integrante do sistema de gestão, sendo o “primeiro
passo” para sua correta concretização. 
• 
• 
• 
As NRs são obrigatórias para todas as empresas, sejam elas públicas ou privadas, desde que
seus trabalhadores sejam admitidos em regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Essas normas estabelecem padrões de proteção dos trabalhadores expostos a diversos riscos
ambientais, ou seja, de natureza física, química, biológica, ergonômica ou de acidente, que
possam afastá-los do trabalho tanto por acidente quanto por adoecimento, podendo levá-los
inclusive a óbito.
Estabelecidas originalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, as NRs estão atualmente sob a
responsabilidade do Ministério da Economia.
As NRs são revisadas periodicamente em função de diversos aspectos. Elencaremos alguns deles a seguir:
 
Mudanças tecnológicas.
Novas abordagens do trabalho.
Aumento de registros de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
Novos modelos operacionais.
Por conta disso, as NRs do Ministério do
Trabalho e do Emprego referem-se ao conjunto
dos requisitos e procedimentos que diz respeito
à segurança e à medicina do trabalho, bem
como à preservação e à proteção do meio
ambiente e dos recursos naturais. Está bem
claro que um sistema de gestão de segurança e
saúde ocupacional deverá obrigatoriamente
passar pela correta implementação dessas
normas em sua base ou início de projeto.
Não pode existir, afinal, um sistema de gestão
nas empresas que não as cumprem! O correto
cumprimento das NRs é um dos primeiros
passos de um sistema de gestão eficaz, além
de evitar que a empresa sofra com penalidades, multas e interdições, como previsto na legislação brasileira.Saiba mais
Sem dúvida alguma, essas normas possibilitaram a redução dos acidentes de trabalho no Brasil desde
sua promulgação, em 1978, pois os registros anteriores eram ainda maiores. Entre outros motivos, tais
números obviamente se deviam muito à informalidade do trabalho. 
No entanto, é preciso avançar muito além das NRs. Agora, é necessário falar sobre a cultura de segurança. Um
sistema de gestão pode, nesse sentido, garantir uma mudança conceitual nas organizações devido a novos
padrões preventivos.
 
Podemos concluir então que as NRs objetivam:
• 
• 
• 
• 
Objetivo 1
A prevenção de acidentes e doenças provocadas ou agravadas pelo trabalho.
Objetivo 2
O estabelecimento de padrões mínimos e as corretas instruções sobre segurança conforme cada
atividade ou função desempenhada.
Objetivo 3
O norteamento quanto às ações dos trabalhadores e às suas respectivas orientações, transformando
o trabalho em um ambiente seguro e livre das nocividades que tanto os acompanham.
Os projetos de um sistema de gestão
Quando implementamos um sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional, precisamos, em primeiro
lugar, entender que todos os acidentes e doenças ocupacionais possuem uma causa direta ou diversas
variáveis em sua ocorrência. Esse entendimento é fundamental para que não limitemos nossas ações às
medidas corretivas dos acidentes.
Exemplo
Ana é uma técnica de enfermagem em um hospital de grande porte. Em certo dia, após realizar um
procedimento em um paciente, ela sofre um acidente perfurocortante ao tentar reencapar uma agulha. A
supervisora dela imediatamente lhe dá uma advertência e, em seguida, elabora a sua comunicação de
acidente de trabalho (CAT), lhe informando que, da próxima vez, seria demitida.Esse tipo de cenário é
muito comum no Brasil. Trabalhadores, como a Ana, sofrem acidentes e ainda são advertidos como se a
“causa” raiz tivesse sido realmente o lamentável reencape da agulha. Esse procedimento, porém, foi
apenas um item que caracteriza a ausência de um sistema de gestão por parte do empregador. 
Após uma investigação imparcial do acidente de nosso exemplo, foi constatado que:
 
A trabalhadora tinha sido contratada há menos de um ano e, até o dia do acidente, não tinha recebido
nenhum treinamento ou orientações de segurança.
Era uma prática os trabalhadores acidentados sofrerem algum tipo de retaliação ou punição por parte
da gestão da empresa.
Foi constatado uma enorme quantidade de comunicações de acidentes de trabalho por parte da
empresa sem haver, no entanto, nenhuma ação ou medida preventiva para evitar a recorrência dos
mesmos tipos de acidentes.
A empresa sofria com as auditorias do ministério do trabalho, recebendo diversas multas e autuações
por parte dos auditores.
A CIPA não se reunia periodicamente, pois seus gestores não os liberavam conforme as datas
agendadas.
• 
• 
• 
• 
• 
Não existia um plano de atuação, como, por exemplo, a formação de um comitê específico para a
prevenção de acidentes perfurantes.
Os equipamentos individuais eram limitados e pouco eficientes para as operações.
Não foi implementado um dispositivo coletivo de segurança para operações com agulhas.
 
Poderíamos ilustrar esse exemplo com diversos itens de não conformidades, os quais, com certeza, foram os
grandes causadores do acidente de Ana. Base da pirâmide de eventos adversos em uma empresa, as “não
conformidades” (ou desvios) devem ser eliminadas de forma contínua para que os riscos sejam minimizados e,
em algumas situações, eliminados.
 
Um sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional inicia suas ações na “base da pirâmide de eventos”
com a identificação e eliminação dos desvios:
Pirâmide de eventos.
A pirâmide de eventos da figura representa o ponto de partida de um sistema de gestão em segurança e
saúde ocupacional. Observe que, quanto mais desvios forem eliminados, menores serão as chances de haver
acidentes, especialmente os graves ou fatais.
Implantação de um projeto de gestão em segurança e
saúde ocupacional
Apresentaremos agora as principais ações para a implantação de um projeto de gestão em segurança e saúde
ocupacional. Elas estão divididas em 11 etapas:
Etapa 1
Mantenha todas as NRs rigorosamente em dia, avaliando constantemente sua eficácia com os
trabalhadores.
• 
• 
• 
Etapa 2
Registre todas as ocorrências, ou seja, os desvios, os incidentes e os acidentes em geral. Esses
dados serão fundamentais para a garantia de medidas corretivas e evitarão que elas ocorram
novamente.
Etapa 3
Priorize sempre as capacitações e os treinamentos dos funcionários, incluindo os diálogos diários de
segurança até mesmo para operações bem simples.
Etapa 4
Garanta a autonomia da CIPA, permitindo que seus membros realizem reuniões frequentes e
procedendo na realização de ajustes nos ambientes de trabalho conforme os riscos apurados.
Etapa 5
Dê liberdade de atuação aos membros dos serviços especializados em segurança e medicina do
trabalho (SESMT), não permitindo o desvio de função deles para outras operações.
Etapa 6
Crie um comitê interno para as investigações e as avaliações de riscos de forma independente,
estabelecendo e cumprindo os prazos para as soluções deles.
Etapa 7
Jamais remunere trabalhadores que não sofreram acidentes de trabalho ou se ausentaram por
doenças ocupacionais. Além de ser contrário à legislação trabalhista, isso é um grande retrocesso em
gestão.
Etapa 8
Divulgue o sistema de gestão internamente, deixando registrado o compromisso da alta
administração com as medidas preventivas constantes nele. Não permita que esse sistema fique
limitado a um documento formal.
Etapa 9
Estabeleça sempre um destes quesitos: medidas preventivas conforme a hierarquia das ações, ou
seja, garanta, sempre que possível, os equipamentos de proteção coletiva para a eliminação dos
riscos na fonte; redução do tempo de exposição do trabalhador ou de sua jornada de trabalho com
exposição ao risco por intermédio de medidas administrativas, como, por exemplo, o revezamento
dos postos de trabalho; e, em último caso, siga os parâmetros técnicos estabelecidos pela NR-6, que
trata especificamente do tema, com a adoção de EPIs. Para um correto projeto de sistema de gestão,
o uso dos EPIs não deve ser a primeira medida preventiva.
Etapa 10
Padronize os processos que fazem parte do sistema de gestão de segurança e saúde. Nesse sentido,
é importante definir os responsáveis por cada tarefa, bem como os passos para que ela seja
cumprida.
Etapa 11
Lembre-se de que os indicadores são fundamentais para o sistema de gestão: acidentes ocorridos,
desvios eliminados, treinamentos realizados, reuniões da CIPA realizadas, programas ocupacionais
revisados, auditorias internas e externas realizadas, além de seus respectivos resultados.
Palavras finais
Apontamos acima os passos importantes de um
projeto de um sistema de gestão em segurança
e saúde ocupacional de uma organização,
indicando ainda sua correta implantação. Com
certeza, isso reduzirá os afastamentos dos
trabalhadores devido a acidentes ou doenças
ocupacionais, permitindo condições seguras,
baixo nível de afastamentos, melhoria da
qualidade de vida com aumento da
produtividade, eliminação de multas e redução
das alíquotas do SAT. Esses são apenas alguns
dos excelentes benefícios decorrentes dos
projetos em segurança do trabalho e saúde
ocupacional.
Verificando o aprendizado
Questão 1
As empresas poderão garantir excelentes resultados com a implementação de um sistema de
gestão em segurança e saúde ocupacional. Marque a opção que representa um benefício
desse sistema.
A
O maior benefício de um sistema de gestão é a elaboração da comunicação de acidente de trabalho (CAT)
para os trabalhadores.
B
Um sistema de gestão tem como objetivo fundamental o aumento da arrecadação e dos lucros para uma
organização.
C
Um sistema de gestão permite que as empresas punam os trabalhadores que não seguirem as regras de
segurança.
D
O grande benefício de um sistema de gestão são as bonificações para ostrabalhadores por eles não sofrerem
acidentes de trabalho.
E
O maior benefício de um sistema de gestão é a garantia de um ambiente seguro para os trabalhadores, o que
evitará afastamentos por acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.
A alternativa E está correta.
A implementação de um sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional possibilita a redução dos
indicadores de acidentes de trabalho de uma empresa, o que gerará uma excelente imagem interna e
externa, a ampliação de parceiros comerciais e a redução do custeio do seguro de acidentes de trabalho.
Questão 2
Para que um sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional alcance seus reais
objetivos, alguns projetos devem ser implementados pelas organizações. Indique a alternativa
que mais representa um projeto de segurança e saúde ocupacional.
A
Um projeto de segurança e saúde ocupacional deve priorizar suas ações nas medidas corretivas dos
acidentes de trabalho.
B
Para que um projeto de segurança apresente resultados, a alta administração deve interferir diretamente nos
andamentos da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
C
Um bom projeto de segurança e saúde ocupacional precisa limitar-se ao cumprimento das normas
regulamentadoras.
D
Em um sistema de gestão, os indicadores são fundamentais, como os registros dos acidentes ocorridos, os
desvios eliminados, os treinamentos realizados, as reuniões da CIPA realizadas, os programas ocupacionais
revisados, as auditorias internas e externas realizadas e seus respectivos resultados.
E
Atuar em um sistema de gestão significa eliminar, em primeiro plano, os incidentes ocorridos durante as
atividades do trabalho.
A alternativa D está correta.
Os indicadores e os registros, em geral, são fundamentais para o estabelecimento dos projetos de um
sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional, pois, a partir desses dados, é possível realizar
ações corretivas e preventivas em um processo de melhoria contínua do ambiente de trabalho.
4. Conclusão
Considerações finais
Constatamos neste conteúdo que a implementação de um projeto em segurança e saúde ocupacional
garantirá excelentes benefícios para todos, uma vez que um ambiente seguro reduz os afastamentos por
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Além disso, esse ambiente diminui os indicadores de não
conformidade (ou desvios) e os níveis de absenteísmo (até mesmo pelas doenças não relacionadas ao
trabalho) ao mesmo tempo que eleva a produtividade e a redução tributária em relação às alíquotas do SAT.
 
Com isso, ganham os trabalhadores e as empresas, pois fica claro que o melhor investimento de uma
organização é em seu bem maior: seus funcionários. Eles são seu grande patrimônio e sua força motriz, pois
um ambiente seguro garante um aumento da produtividade com qualidade de vida e satisfação geral.
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Referências
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	Aspectos essenciais da gestão de segurança e saúde ocupacional
	Importância de um sistema de gestão
	Conteúdo interativo
	É preciso muito mais para que o trabalhador tenha a garantia de que o meio ambiente de trabalho lhe proporcione um bem-estar que, com certeza, vai se refletir na sua qualidade de vida profissional e, consequentemente, ampliar sua possibilidade de produzir.
	Atenção
	Etapa 1
	Etapa 2
	Etapa 3
	Exemplo
	O limite de tolerância representa um valor no qual, acredita-se, a maioria dos trabalhadores expostos – e não todos eles – está protegida. É exatamente nesse ponto que um sistema de gestão pode contribuir para a melhoria de tal ambiente. Como por exemplo, evitar que um trabalhador tenha perda auditiva ou até um “agravo à sua saúde”, mesmo que ele atue abaixo dos limites citados no exemplo anterior. Nesse sentido, um sistema de gestão pode propor as seguintes soluções:
	Solução 1
	Solução 2
	Solução 3
	Atenção
	Observe que ainda temos um número extremamente elevado de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais, o que inclui os agravos aos trabalhadores.
	Exemplo
	Os riscos ocupacionais (meio ambiente do trabalho)
	Tendo isso em vista, apresentaremos agora os riscos ambientais, assim como suas respectivas considerações e abordagens.
	Saiba mais
	Descrição
	Riscos físicos
	Riscos químicos
	Riscos biológicos
	Riscos ergonômicos
	Riscos de acidentes
	Cores
	O meio ambiente do trabalho: condições x comportamento
	Causas diretas
	Comportamentos inseguros
	Ocorrem no exato momento em que o acidente acontece, ou seja, estão relacionados às atitudes inadequadas do homem. Como exemplos de comportamento inseguros, podemos citar como as pessoas se expõem, consciente ou inconscientemente, aos riscos de acidentes ao:
	Condições inseguras
	São caracterizadas pelas condições inadequadas do ambiente de trabalho, isto é, por suas más condições, seja por omissão, negligência ou até mesmo por desconhecimento do empregador.
	Imprevistos
	Causas Indiretas
	São os fatores pessoais e administrativos que levam o trabalhador a praticar comportamentos inseguros e a empresa a permitir o surgimento ou não eliminar condições inseguras de trabalho. Analise as cenas a seguir:
	Esmagadura de dedo
	Desequilíbrio e queda
	Escorregão em chão molhado
	Queda de equipamento
	Por que há condições inseguras?
	Condições inseguras decorrem de fatores empresariais de ordem técnica, econômica, conceitual ou cultural que levam ao seu surgimento ou à sua não eliminação quando eles já existem.
	Como exemplo, podemos citar:
	um projeto mal executado, com matéria-prima barata e de baixa qualidade, um não entendimento dos benefícios da prevenção de acidentes, a falta de disciplina empresarial ou responsabilidades não assumidas.
	Quais são as causas do comportamento inseguro?
	Este comportamento pode surgir de fatores cuja origem é pessoal, hereditária, congênita, social, educacional, profissional e psicológica. Pode haver, também, doenças que levam o indivíduo a praticá-los. As empresas devementender tais aspectos e colaborar com soluções, pois eles apresentam um claro contexto social. A atuação de trabalhadores – com doenças, como diabetes, com alguma deficiência física, como a auditiva, com brigas em família, baixa escolaridade, não adaptação ao trabalho ou dívidas, entre tantos outros fatores – pode estar relacionada ao comportamento inseguro.
	Saúde ocupacional e qualidade de vida no trabalho
	O ambiente de trabalho possui extrema importância na vida do ser humano. Nós, em muitos casos, passamos mais tempo nesse ambiente do que em convívio familiar ou mesmo em atividades sociais. Dessa maneira, a qualidade de vida no trabalho reflete, com total certeza, a própria qualidade de nossos relacionamentos diários. Também é verdadeira a premissa de que uma vida familiar e social equilibrada pode refletir uma boa produção no trabalho.
	Reflexão
	Exemplo
	Exemplo
	Percebeu no exemplo acima como a ausência da qualidade de vida no trabalho pode ser determinante para que o trabalhador tenha agravos em sua saúde?
	Verificando o aprendizado
	Um sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional poderá gerar grandes benefícios para uma empresa e, consequentemente, para os trabalhadores. Para que o sistema obtenha os resultados pretendidos, o empregador deverá garantir as condições seguras no meio ambiente do trabalho. Marque a única opção que corresponde às condições seguras nesse ambiente.
	Aponte a alternativa que corresponde a um dos benefícios da implementação de um sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional.
	2. Aplicação dos indicadores de gestão em segurança e saúde ocupacional
	A importância dos indicadores ocupacionais
	Conteúdo interativo
	Frase 1
	“Somos uma empresa legalista” e “Sua contratação é para garantir que não receberemos nenhuma multa”.
	Frase 2
	“Você sabe que sua contratação é para cumprir os dispositivos legais da NR-4, que trata dos serviços especializados em engenharia de segurança e medicina do trabalho”.
	Saiba mais
	Exemplo
	Qual lição podemos tirar desse caso, o qual, na verdade, ocorre com frequência nas empresas? Que investir em segurança e saúde ocupacional é uma excelente decisão e que tais ações podem e devem ser avaliadas, inclusive sob o ponto de vista financeiro. No caso anterior, o retorno será maior que o valor investido se considerarmos os seguintes indicadores:
	Indicador 1
	Indicador 2
	Indicador 3
	Indicador 4
	Indicador 5
	Tipos de indicadores de um sistema de gestão
	Registros de acidentes de trabalho
	Registros de doenças ocupacionais
	Inspeções de segurança
	Avaliação contínua de máquinas e equipamentos
	Desvios
	Indicadores na prática
	Dias perdidos (Dp)
	Dias debitados (Db) (ou dias a debitar)
	Taxa de Frequência (TF)
	Taxa de gravidade (TG)
	Vamos aos cálculos?
	Etapa 1
	Multiplique o número de trabalhadores pelo número de horas que eles trabalham para calcular o valor homem-hora.Por exemplo, se 56 pessoas trabalham 40 horas por semana durante um ano (50 semanas de trabalho), então os homens-hora por ano serão 56 pessoas x 40 horas/semana x 50 semanas = 112.000 horas.
	Etapa 2
	Divida o número de acidentes pelo valor do homens-hora para calcular o número de acidentes por hora de trabalho.Se o número de acidentes por ano for 145, haverá:
	Etapa 3
	Multiplique o número de acidentes por hora trabalhada por 100 mil para calcular a taxa a cada 100.000 horas.Neste exemplo, a taxa de frequência de acidentes seria: 0,001295×100.000=129,5.
	Etapa 4
	Multiplique o número de acidentes por hora de trabalho por 200 mil para calcular a taxa a cada 200 mil horas.Neste exemplo, ela seria: 0,001295×200.000=259.
	Etapa 5
	Multiplique o número de acidentes por hora de trabalho por 1.000.000 para calcular a taxa a cada 1.000.000 horas.Neste exemplo, ela seria: 0,001295×1.000.000=1.295.
	Exemplo
	Atenção
	Verificando o aprendizado
	Os indicadores de segurança e saúde ocupacional são fundamentais em um sistema de gestão para as corretas tomadas de decisão. Seguindo esse alinhamento, qual indicador abaixo pode contribuir para a melhoria dos ambientes de trabalho?
	Em uma empresa, 80 pessoas trabalham 40 horas por semana durante um ano ou 50 semanas de trabalho, tendo sido registrados 200 acidentes de trabalho no período. Qual é o número de acidentes por hora de trabalho nessa empresa para as tomadas de decisão e de medidas preventivas pelo setor de segurança do trabalho?
	3. Reconhecer os benefícios de um projeto em segurança e saúde ocupacional
	O sistema de gestão na prática
	Benefícios de um projeto de gestão ocupacional
	Conteúdo interativo
	Comentário
	Essa compreensão demonstra que segurança e saúde ocupacional são fortes valores agregados ao negócio, dando retorno à empresa em todos os níveis de sua operação.
	A importância da NBR ISO 4001 em um sistema de gestão
	Dado 1
	Dado 2
	Comentário
	Essa norma é aplicável a toda empresa de qualquer seguimento econômico, possuindo abrangência irrestrita. Com isso, tanto uma pequena empresa, com um número limitado de colaboradores, quanto uma indústria de grande porte podem implementar tal sistema de gestão.
	As normas regulamentadoras e o sistema de gestão de segurança
	Atenção
	As NRs são obrigatórias para todas as empresas, sejam elas públicas ou privadas, desde que seus trabalhadores sejam admitidos em regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Essas normas estabelecem padrões de proteção dos trabalhadores expostos a diversos riscos ambientais, ou seja, de natureza física, química, biológica, ergonômica ou de acidente, que possam afastá-los do trabalho tanto por acidente quanto por adoecimento, podendo levá-los inclusive a óbito.
	Saiba mais
	Objetivo 1
	Objetivo 2
	Objetivo 3
	Os projetos de um sistema de gestão
	Exemplo
	Implantação de um projeto de gestão em segurança e saúde ocupacional
	Etapa 1
	Etapa 2
	Etapa 3
	Etapa 4
	Etapa 5
	Etapa 6
	Etapa 7
	Etapa 8
	Etapa 9
	Etapa 10
	Etapa 11
	Palavras finais
	Verificando o aprendizado
	As empresas poderão garantir excelentes resultados com a implementação de um sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional. Marque a opção que representa um benefício desse sistema.
	Para que um sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional alcance seus reais objetivos, alguns projetos devem ser implementados pelas organizações. Indique a alternativa que mais representa um projeto de segurança e saúde ocupacional.
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referências

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