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Principais Tecnologias de Manufatura Aditiva 2 PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, SEM AUTORIZAÇÃO. Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais 3 Principais Tecnologias de Manufatura Aditiva Introdução A Manufatura Aditiva (MA) surgiu como um novo princípio de fabricação, baseado na adição sucessiva de camadas de material, que é uma abordagem completamente distinta dos métodos tradicionais de fabricação. No contexto atual, o uso da MA está se expandindo, oferecendo novas possibilidades para a criação de componentes com geometria complexa e personalizada, além de possibilitar a fabricação mais rápida e econômica de protótipos e produtos finais. Desenvolvimento 1. FDM (Fused Deposition Modeling) O FDM é uma das tecnologias mais amplamente utilizadas na Manufatura Aditiva. De acordo com Volpato (2016), o processo de FDM envolve a extrusão de filamentos termoplásticos aquecidos, que são depositados camada por camada, criando a geometria do objeto. O material utilizado pode variar entre ABS, PLA, nylon, policarbonato, entre outros. O filamento é fundido localmente antes de ser resfriado rapidamente, formando camadas que se aderem entre si. O FDM é particularmente eficaz para a produção de protótipos funcionais e modelos de encaixe, sendo uma escolha comum para a fabricação de gabaritos e dispositivos de baixo custo. É uma das tecnologias mais acessíveis e amplamente utilizadas para prototipagem rápida, especialmente em materiais termoplásticos. No entanto, apresenta limitações quanto ao acabamento superficial e à precisão, especialmente quando comparado a outras tecnologias de MA, como o SLA/DLP. A precisão e o acabamento podem ser melhorados com o uso de impressões com camadas finas, mas a qualidade ainda fica abaixo de outras opções como SLA/DLP. 2. SLA/DLP (Estereolitografia e Processamento de Luz Digital) Essas duas tecnologias se baseiam na fotopolimerização, um processo em que a luz é usada para curar camadas de resina líquida fotopolimerizável. A Estereolitografia (SLA) utiliza um feixe laser para curar as resinas, enquanto o DLP projeta uma imagem ou máscara digital sobre a superfície da resina para curar uma camada inteira de uma vez, o que resulta em uma fabricação mais rápida. As vantagens dessas tecnologias incluem uma alta precisão dimensional e excelente acabamento superficial. Elas são ideais para a criação de protótipos estéticos e peças que exigem uma alta qualidade visual, como modelos médicos e odontológicos. Contudo, as resinas utilizadas são de custo elevado, o que pode limitar a aplicação para peças funcionais que exigem resistência mecânica. O SLA é mais preciso que o DLP em termos de resolução, enquanto o DLP pode ser mais rápido, devido ao seu processo de cura em 4 camada única. 3. SLS (Sinterização Seletiva a Laser de Polímeros) O processo de SLS utiliza um laser CO₂ para sinterizar seletivamente camadas de pó polimérico. O material utilizado pode ser PA (poliamida), PE (polietileno), entre outros, e a sinterização ocorre de forma seletiva, unindo as partículas de pó. Uma das principais vantagens do SLS é a maior liberdade geométrica, pois o pó não sinterizado atua como suporte, permitindo a criação de peças mais complexas sem a necessidade de estruturas de suporte adicionais. Além disso, o SLS é ideal para a produção de protótipos funcionais e peças de uso final em polímeros. No entanto, o acabamento superficial pode ser mais áspero em comparação com outras tecnologias, como SLA/DLP, e o pós-processamento, como jateamento de areia ou polimento, pode ser necessário para melhorar a qualidade da peça. 4. SLM/DMLS/EBM (Fusão de Leito de Pó Metálico) Essas tecnologias utilizam lasers (SLM/DMLS) ou feixes de elétrons (EBM) para fundir completamente o pó metálico, criando peças com alta densidade e excelentes propriedades mecânicas. De acordo com Volpato (2016), essas tecnologias são altamente eficazes para a produção de peças finais funcionais, especialmente em aplicações aeroespaciais e biomédicas. As vantagens incluem a capacidade de fabricar geometrias complexas e peças com alta resistência mecânica, sendo ideais para a produção de componentes críticos. O SLM/DMLS oferece maior precisão e melhor acabamento em comparação com o EBM, mas o EBM é mais eficaz para materiais com alta fusão, como titânio, sendo útil em ambientes de alta temperatura, como na indústria aeroespacial. O custo elevado dos equipamentos e a necessidade de um ambiente controlado (como atmosferas inertes para SLM/DMLS) limitam a acessibilidade dessa tecnologia, tornando-a mais adequada para indústrias de alta performance. 5. Binder Jetting e Sheet Lamination O processo de Binder Jetting envolve o depósito seletivo de um agente aglutinante sobre camadas de pó. Esse processo pode ser utilizado com uma ampla gama de materiais, incluindo metais, polímeros, cerâmicas e areia, mas, como mencionado, exige pós- processamento para consolidar a peça final. O Binder Jetting é eficiente para a produção de peças grandes e complexas, mas as peças finais precisam ser sinterizadas para obter resistência mecânica. Já o Sheet Lamination utiliza lâminas finas que são coladas para formar a geometria do 5 objeto. Essa tecnologia oferece a capacidade de trabalhar com materiais como papel, polímeros e metais. É especialmente útil para a produção de componentes grandes e complexos a partir desses materiais. Ambas as tecnologias oferecem vantagens, como a versatilidade na escolha de materiais, mas apresentam limitações quanto ao acabamento superficial e à resistência mecânica sem pós-processamento adequado. 6. Deposição com Energia Direcionada (DED) A tecnologia DED é usada para processar materiais como metais, polímeros e cerâmicas, depositando-os camada por camada enquanto são fundidos por energia térmica. O DED é particularmente útil para reparação de peças e em aplicações que exigem a deposição rápida de material. As vantagens do DED incluem a alta taxa de deposição e a flexibilidade para trabalhar com múltiplos materiais, o que é particularmente útil em aplicações de manutenção e reparo de peças grandes. No entanto, a precisão do DED é relativamente baixa em comparação com outras tecnologias, e a peça final geralmente requer pós-processamento, como usinagem, para alcançar o acabamento desejado. Conclusão A Manufatura Aditiva tem se consolidado como uma solução inovadora para a fabricação de componentes e protótipos, oferecendo vantagens como maior liberdade geométrica, personalização e redução de desperdício de material. No entanto, cada tecnologia possui suas vantagens e limitações, e a escolha do processo ideal depende da aplicação específica, dos requisitos de precisão e das propriedades mecânicas desejadas. À medida que a MA continua a evoluir, espera-se que as limitações de custos e precisão sejam superadas, ampliando ainda mais suas aplicações em diferentes indústrias, incluindo a aeroespacial, biomédica e automotiva.