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Regulamentação da Aviação Civil

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Sarah Caldas

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REGULAMENTAÇÃO DA 
AVIAÇÃO CIVIL – RAC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
André Luiz Braga 
2025 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
O Papel da Disciplina do Curso ................................................................................................ 3 
Objetivos da Disciplina .............................................................................................................. 3 
I Direito Aeronáutico e Autoridade Aeronáutica ................................................................... 4 
II Aeronaves, Matrícula E Nacionalidade ............................................................................... 8 
III Aplicação do CBA ................................................................................................................ 10 
IV Liberdades do Ar ................................................................................................................. 11 
V Serviços Aéreos e Transporte Aéreo ................................................................................ 13 
VI Condições de Tráfego Aéreo ............................................................................................. 15 
VII Aeródromos......................................................................................................................... 18 
VIII Documentação no CBA .................................................................................................... 20 
IX Licenças e Certificados ...................................................................................................... 22 
X Tripulações e Comandante da Aeronave .......................................................................... 24 
XI Infrações ao CBA ................................................................................................................. 27 
Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DA DISCIPLINA NO CURSO 
A disciplina pretende proporcionar ao aluno o conhecimento dos principais 
tópicos do Código Brasileiro de Aeronáutica relacionados à função, que pretende 
desempenhar, fornecendo-lhe embasamento legal em aspectos que farão parte 
de sua rotina profissional. 
 
OBJETIVOS DA DISCIPLINA 
Compreender as origens do moderno Direito Aeronáutico (Cp); 
Conceituar Direito Aeronáutico (Cp); 
Explicar a finalidade e abrangência do Direito Aeronáutico (Cp); 
Reconhecer o CBA como documento normativo do Direito Aeronáutico Brasileiro 
(Cn); e 
Identificar principais tópicos do CBA (Cn).
rAc 
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL 
CÓDIGO BRASILEIRO DE AERONÁUTICA - CBA 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
4 
I Direito Aeronáutico e Autoridade Aeronáutica 
 
Conceito 
O Direito Aeronáutico, também referido como Direito Aéreo é a junção de normas, 
preceitos e princípios do direito público e privado que regem as relações 
domésticas ou internacionais, relativas ao uso de aeronaves como meio de 
transporte ou lazer. 
 
Desta forma, a legislação que regulamenta a atividade aeronáutica brasileira, 
também chamada direito aeronáutico brasileiro, é composta pelos acordos, 
tratados e convenções internacionais que o Brasil tenha ratificado, pelo Código 
Brasileiro de Aeronáutica, disposto pela Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, 
e pela legislação complementar. 
 
Legislação Complementar 
Para além da Lei 7.565/86, determinados aspectos do direito aeronáutico terão 
sua complementação baseada no seguinte arcabouço legal: 
Anexo 1*/Convenção de Chicago – Licença de Pessoal; 
RBAC 63 – Mecânico de Voo e Comissários de Voo; 
RBAC 121 – Transporte Aéreo Regular; 
RBAC 135 – Transporte Aéreo Não Regular; 
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas; e 
Acordos Coletivos ou Convenções Coletivas de Trabalho. 
 
No Brasil, os Comissários de Voo, os pilotos e os Mecânicos de Voo formam uma 
categoria profissional a parte – os Aeronautas. Esta profissão é tão importante 
para o Sistema de Aviação Civil brasileiro que possui uma Lei específica para 
regulamentá-la, a Lei 13.475 de 28 de agosto de 2017. Entretanto, este assunto 
será tratado em outro momento do curso. 
 
O Direito Aeronáutico na Constituição Federal de 1988 
A Constituição Federal de 1988 traz em seu Artigo 22 a seguinte definição para 
o Direito Aeronáutico: “é o ramo do direito que regula o transporte pelo espaço 
aéreo, por meio de aeronaves, de pessoas e coisas e suas relações jurídicas 
decorrentes”. 
 
O Direito aeronáutico versa sobre os atos e relações envolvendo o uso das 
aeronaves, limitado a altitude de 80 Km, a partir da qual passa a operar outro tipo 
de direito, o Direito Aeroespacial. 
 
 
 
5 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
 
 
Histórico do Direito Aeronáutico 
 
No mundo: 
Um dos primeiros registros do Direito Aeronáutico está na Primeira Conferência 
Internacional de Direito Aeronáutico, ocorrida em Paris em 1889, para deliberar 
justamente sobre o uso dos balões e para traçar os limites sobre o espaço aéreo. 
 
Há ainda três destaques sobre o direito aeronáutico internacional, as 
Convenções e Conferências Internacionais de Aviação Civil, ocorridas em Paris - 
1919, Varsóvia - 1929, Roma – 1933 e Chicago – 1944. Efetivamente, nunca 
houve interrupção nas tratativas sobre o direito aeronáutico internacional. O 
debate sobre o assunto acompanhou o desenvolvimento do transporte aéreo ao 
longo dos anos. Cabe aqui apenas ressaltar estes pontos anteriores como mais 
relevantes. 
 
No Brasil: 
Há também, no acompanhamento do histórico do direito aeronáutico no Brasil, 
três destaques: A publicação da primeira lei específica para a aviação brasileira 
(Código Brasileiro do Ar), em 1938; A promulgação do novo Código Brasileiro do 
Ar – A Política de estímulo à fusão e associação de Empresas e Controle sobre 
valores das passagens aéreas, em 1966; e a promulgação da Lei 7.565, o Código 
Brasileiro de Aeronáutica, em 1986, ainda em vigor. 
 
A Composição do Direito Aeronáutico Brasileiro 
O Código Brasileiro de Aeronáutico, o qual será estudado a seguir, traz em seu 
texto a composição do Direito Aeronáutico Brasileiro, vejamos: 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
6 
Art. 1° O Direito Aeronáutico é regulado pelos Tratados, Convenções e Atos 
Internacionais de que o Brasil seja parte, por este Código e pela legislação 
complementar. 
§ 3° A legislação complementar é formada pela regulamentação prevista neste 
Código (Lei 7.565/86 - CBA), pelas leis especiais, decretos e normas sobre 
matéria aeronáutica. 
Ex.: Lei do Aeronauta 13.475/2017, 
Resoluções, Portarias, Regulamentos e etc. 
Regulamentação da Aviação Civil 
 
Em síntese, o Direito Aeronáutico Brasileiro apresenta a seguinte composição: 
Tratados; 
Convenções e Atos Internacionais. 
Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7.565/86) legislação complementar: 
leis especiais; 
Decretos; e 
Normas sobre matéria aeronáutica. 
 
O CBA 
Um Código é o conjunto sistemático de normas jurídicas sobre determinado 
assunto e o “sobrenome” de aeronáutica qualifica este código nas atividades 
vinculadas, direta ou indiretamente, ao uso de aeronaves. Para fins de regular a 
atividade aérea brasileira, foi promulgada a Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 
1986, denominada Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA. 
 
Vale ainda ressaltar que o CBA trata das aeronaves civis, conforme seu artigo 
107 § 5º: “Salvo disposição em contrário, os preceitos deste código não se 
aplicam às aeronaves militares, reguladas por legislação especial”. Portanto faz 
parte do que podemos chamar de direito aeronáutico civil. 
 
Segundo o § 3º do Art. 1º do CBA: “A legislação complementar é formada pela 
regulamentação prevista neste Código, pelas leis especiais, decretos e normas 
sobre matéria aeronáutica”. Como exemplo desta tem-se a Lei 13.475/2017, que 
dispõe sobre a Regulamentação da Profissão de Aeronauta – RPA. 
 
O CBA estáorganizado segundo as partes a seguir: 
- Uso do espaço aéreo; - infraestrutura aeronáutica e aeroportuária; - aeronaves; 
- tripulação; - serviços aéreos; - contrato de transporte aéreo; - responsabilidade 
civil; e - infrações e sanções. 
 
Autoridade Aeronáutica e Autoridade de Aviação Civil 
Para que não haja confusão em relação à Autoridade de Aviação no Brasil, deve-
se observar a legislação que estabelece dois tipos de autoridade, quando o 
assunto é a aviação: A Autoridade Aeronáutica Brasileira e a Autoridade de 
Aviação Civil Brasileira. A Autoridade Aeronáutica Brasileira cabe ao Ministério 
da Defesa e é executada pelo Comando da Aeronáutica, através do DECEA 
Departamento de Controle do Espaço Aéreo, órgão responsável pelo Controle do 
 
 
 
7 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
Tráfego Aéreo, Meteorologia Aeronáutica e Auxílios à Navegação Aérea entre 
outros assuntos. 
 
A Autoridade de Aviação Civil Brasileira cabe ao Ministério da Infraestrutura e é 
executada pela Secretaria de Aviação Civil através da ANAC - Agência Nacional 
de Aviação Civil, órgão responsável pela Regulação do Setor Aéreo, formação de 
aeronautas, Serviços Aéreos e fiscalização da aviação civil, dentre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
8 
II Aeronaves, Matrícula E Nacionalidade 
 
Definição de Aeronave 
O Artigo 106 do CBA traz a seguinte definição: “Considera-se aeronave todo 
aparelho manobrável em voo, que possa sustentar-se e circular no espaço aéreo, 
mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou coisas”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação das Aeronaves 
O Artigo 107 em seus quatro parágrafos traz uma classificação das aeronaves 
em militares, civis públicas e civis privadas, que segundo seus parágrafos assim 
são definidas: 
§ 1º Consideram-se militares as integrantes das Forças Armadas, inclusive as 
requisitadas na forma da lei, para missões militares. 
§ 2º As aeronaves civis compreendem as aeronaves públicas e as aeronaves 
privadas. 
§ 3º As aeronaves públicas são as destinadas ao serviço do Poder Público, 
inclusive as requisitadas na forma da lei; todas as demais são aeronaves 
privadas. 
§ 4º As aeronaves a serviço de entidades da Administração Indireta Federal, 
Estadual ou Municipal são consideradas, para os efeitos deste Código, 
aeronaves privadas. 
 
Simplificando: as aeronaves se dividem em civis e militares; as aeronaves civis 
se dividem em públicas e privadas públicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
Nacionalidade e Matrícula 
Em seu Art. 109, o CBA estabelece que “O Registro Aeronáutico Brasileiro, no ato 
da inscrição, após a vistoria técnica, atribuirá as marcas de nacionalidade e 
matrícula, identificadoras da aeronave”. 
 
§ 1º: “A matrícula confere nacionalidade brasileira à aeronave e substitui a 
matrícula anterior, sem prejuízo dos atos jurídicos realizados anteriormente. 
 
§ 2º Serão expedidos os respectivos certificados de matrícula e nacionalidade e 
de aeronavegabilidade. 
 
Para fins de matrícula a OACI destinou ao Brasil as seguintes famílias de 
matrículas: PP, PT, PR, PS e PU, todas começando por estas iniciais seguidas de 
um grupo de três letras por ordem combinatória de AAA à ZZZ. Desta forma 
sempre que for observada uma aeronave com estas matrículas tratar-se-á de 
uma aeronave brasileira. Como por exemplo: PP-BRG; PR-WGL e; PT-AND. 
 
Registro Aeronáutico Brasileiro, RAB 
No Brasil, o registro aeronáutico é competência do Governo Federal. O registro 
deve ser único e centralizado e cabia ao Departamento de Aviação Civil – DAC. 
Com o advento da ANAC, a administração do RAB Registro Aeronáutico 
Brasileiro ficou a cargo de sua Superintendência de Aeronavegabilidade. 
Funções do RAB 
De acordo com o Art. 72 do CBA são: “O Registro Aeronáutico Brasileiro será 
público, único e centralizado, destinando-se a ter, em relação à aeronave, as 
funções de: 
a) Emitir certificados de matrícula, de aeronavegabilidade e de nacionalidade de 
aeronaves sujeitas à legislação brasileira; 
b) Reconhecer a aquisição do domínio na transferência por ato entre vivos e dos 
direitos reais de gozo e garantia, quando se tratar de matéria regulada por este 
Código; 
c) Assegurar a autenticidade, inalterabilidade e conservação de documentos 
inscritos e arquivados; e 
d) Promover o cadastramento geral. 
 
§ 1º É obrigatório o fornecimento de certidão do que constar do Registro; 
 
§ 2º O Registro Aeronáutico Brasileiro será regulamentado pelo Poder 
Executivo”. 
 
 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
10 
III Aplicação do CBA 
 
Jurisdição do Brasil 
De acordo com o Art. 2º da Lei nº8.617, de 4 de janeiro de 1993, “A soberania do 
Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente, bem como ao 
seu leito e subsolo”. 
 
E o Art. 1º da Lei nº 8.617, já referida define que: “O mar territorial brasileiro 
compreende uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da 
linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas 
náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente Soberania Nacional 
 
Sobre a Soberania Nacional, o Art. 11 do CBA afirma: “O Brasil exerce completa 
e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar 
territorial”. 
 
Lei 7.565/86 – CBA 
O Código Brasileiro do Ar se aplica a nacionais e estrangeiros, em todo o 
Território Nacional, assim como, no exterior, até onde for admitida a sua 
extraterritorialidade. 
 
Extraterritorialidade 
Cabe, então, uma explicação sobre o conceito de extraterritorialidade: pelo 
instituto da extraterritorialidade reconhece-se a eficácia da legislação, jurisdição 
e administração de um estado, além das fronteiras de seu território e águas 
territoriais, ou seja, estar na extraterritorialidade significa ser considerado em 
território de seu país onde quer que se encontre como no exemplo das 
embaixadas oficiais. 
Estão enquadradas neste caso, segundo o CBA: 
 
Consideram-se situadas no território do Estado de sua nacionalidade: 
a) As aeronaves militares, bem como as civis de propriedade ou a serviço do 
Estado, por este diretamente utilizadas; 
b) As aeronaves de outra espécie, quando em alto-mar ou região que não 
pertença a qualquer Estado; Salvo na hipótese de estar a serviço do Estado, 
 
Atenção: não prevalece extraterritorialidade em relação à aeronave privada, que 
se considera sujeita à lei do Estado onde se encontre. 
 
Aplicação de Leis sobre aeronaves 
Nenhuma aeronave governamental, a serviço de um estado ou militar, poderá 
sobrevoar o território de outro Estado e suas águas territoriais, sem autorização. 
 
Em voo no espaço aéreo brasileiro ou em pouso no território de nosso país, a 
aeronave civil privada estrangeira se sujeita às leis, à jurisdição e às autoridades 
administrativas brasileiras. Não há que se falar em extraterritorialidade. 
Entretanto, se estiver em alto mar ou região que não pertença a qualquer Estado, 
considerar-se-á sujeita à legislação e jurisdição do estado de sua nacionalidade. 
 
 
 
11 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
IV Liberdades do Ar 
 
As Liberdades do Ar 
Para possibilitar o comércio aéreo internacional, os Estados celebram acordos 
bilaterais ou multilaterais e realizam ações de cooperação entre si. Dentre estas 
ações estão as chamadas liberdades do ar, que são direitos de tráfego, 
negociados entre os Estados, que permitem às empresas aéreas de um país 
operar no território do outro país ou além deste. As liberdades do ar surgem, 
formalmente, a partir da Conferência de Chicago como aprimoramento das 
parcerias comerciais, em matéria de serviços aéreos. 
 
As duas primeiras liberdades são consideradas como básicas ou elementares, 
sem as quais o transporte aéreo internacional seria inviável. São elas: 
 
1ª Liberdade - a de sobrevoo dentro do território, tendo o Estado subjacente o 
direito de proibir certas áreas em nome da segurança, mas em bases nãodiscriminatórias; 
 
2ª Liberdade - direito de pouso técnico para reabastecimento e reparação de 
pane verificada na aeronave. 
 
As demais liberdades são classificadas como Marecantis ou Comerciais, uma 
vez que envolvem tráfego entre os Estados com movimentação comercial 
relativa ao transporte de passageiros, mala postal e carga. São elas: 
 
3ª Liberdade - desembarcar passageiros, mercadorias e mala postal 
provenientes do Estado de matrícula da aeronave; 
4ª Liberdade - embarcar passageiros, mercadorias e mala postal com destino ao 
Estado de matrícula da aeronave; 
Estas duas liberdades se completam e são tecnicamente o que é reconhecido 
como direito ao comério direto entre dois estados. 
 
5ª Liberdade - permitir que as aeronaves do outro Estado embarquem e 
desembarquem, em seu território, passageiros e mercadorias, com destino a – 
ou provenientes de – outros países membros da OACI. 
 
6ª Liberdade - direito de transportar passageiros e carga, através do território do 
País de matrícula da aeronave, entre o território de um terceiro Estado e o 
território do outro Estado contratante. 
Tomando como exemplo uma empresa brasileira, seria: direito de a empresa 
brasileira designada transportar passageiros, mala postal e carga entre dois 
outros países, com pouso intermediário no Brasil. 
 
7ª Liberdade - direito de transportar passageiros, mala postal ou carga comercial 
de um Estado para outro sem passar pelo Estado de bandeira da aeronave; 
 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
12 
8ª Liberdade - direito de transportar passageiros, mala postal ou carga comercial 
entre dois pontos do território de um Estado diferente daquele do da bandeira da 
aeronave; 
 
9ª Liberdade - direito de transportar passageiros, mala postal ou carga comercial 
entre dois pontos no território do outro Estado. Esta ação é denominada 
Navegação de Cabotagem e raramente é permitida. 
 
 
 
 
 
 
13 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
V Serviços Aéreos e Transporte Aéreo 
 
Conceito de Serviços Aéreos 
Art 174-A. Os serviços aéreos são considerados atividades econômicas de 
interesse público submetidas à regulação da autoridade de aviação civil, na 
forma da legislação específica. 
 
Exploração dos Serviços Aéreos 
Art. 181. A concessão ou a autorização somente será concedida a pessoa 
jurídica constituída sob as leis brasileiras, com sede e administração no País. 
 
Art. 193-A. É aberta a qualquer pessoa, natural ou jurídica, a exploração de 
serviços aéreos, observadas as disposições deste Código e as normas da 
autoridade de aviação civil. 
 
Transporte Aéreo 
Os Serviço de transporte aéreo de passageiros, carga ou mala postal serão 
classificados como: regular ou não regular, doméstico ou internacional. 
 
Transporte Aéreo Regular: aquele que tem periodicidade. As empresas 
receberão da Autoridade Aeronáutica Concessão para explorar o serviço. 
 
Transporte Aéreo Não regular: aquele que ocorre por fretamento. As empresas 
receberão da Autoridade Aeronáutica Autorização para explorar o serviço. 
 
Classificação dos transportes 
Os Serviço de transporte aéreo de passageiros, carga ou mala postal serão 
classificados como: regular ou não regular, doméstico ou internacional. 
 
Transporte Aéreo Internacional: Aeródromos de partida e destino situados em 
países diferentes; 
 
Transporte Aéreo Doméstico: Aeródromos de partida e destino situados em um 
mesmo país; 
 
O Transporte aéreo doméstico pode ser classificado como: 
a) Transporte Doméstico Nacional: opera em Capitais de estados e cidades com 
mais que 1 milhão de habitantes; e 
b) Transporte Doméstico Regional: opera nas demais cidades. 
 
Transporte Aéreo Doméstico 
Todo transporte em que os pontos de partida, intermediários e de destino 
estejam situados em Território Nacional. 
 
Parágrafo único. O transporte não perderá esse caráter se, por motivo de força 
maior, a aeronave fizer escala em território estrangeiro, estando, porém, em 
território brasileiro os seus pontos de partida e destino. 
 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
14 
 
Transporte Aéreo Internacional 
“Aquele que é realizado tendo como pontos de partida e de destino pertencentes 
a Estados diferentes”. 
 
Art. 203. Os serviços de transporte aéreo internacional podem ser realizados por 
empresas nacionais ou estrangeiras. 
 
Parágrafo único. A exploração desses serviços sujeitar-se-á: 
 a) às disposições dos tratados ou acordos bilaterais vigentes com os 
respectivos Estados e o Brasil; 
 b) na falta desses, ao disposto neste Código (CBA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
VI Condições de Tráfego Aéreo 
 
Tráfego Aéreo no Brasil 
Art. 14. No tráfego de aeronaves no espaço aéreo brasileiro, observam-se as 
disposições estabelecidas nos Tratados, Convenções e Atos Internacionais de 
que o Brasil seja parte, neste Código e na legislação complementar. 
 
A autoridade para assuntos de tráfego aéreo no Brasil é o Comando da 
Aeronáutica, que as atividades do setor através do Departamento de Controle de 
Espaço Aéreo – DECEA. (Autoridade Aeronáutica). 
 
Entrada No Espaço Aéreo Brasileiro 
É livre o tráfego de aeronave dedicada a serviços aéreos privados, mediante 
informações prévias sobre o voo planejado. 
 
A entrada e o tráfego, no espaço aéreo brasileiro, da aeronave dedicada a 
serviços aéreos públicos, dependem de autorização, ainda que previstos em 
acordo bilateral. 
 
Uso do Espaço Aéreo Brasileiro 
Art. 20. Salvo permissão especial, nenhuma aeronave poderá voar no espaço 
aéreo brasileiro, aterrissar no território subjacente ou dele decolar, a não ser que 
tenha: 
- Marcas de nacionalidade e matrícula, e esteja munida dos respectivos 
certificados de matrícula e aeronavegabilidade; 
- Equipamentos de navegação, de comunicações e de salvamento, instrumentos, 
cartas e manuais necessários à segurança do voo, pouso e decolagem; 
- Tripulação habilitada, licenciada e portadora dos respectivos certificados, do 
Diário de Bordo (artigo 84, parágrafo único) da lista de passageiros, manifesto 
de carga ou relação de mala postal que, eventualmente, transportar. 
 
Transporte de Artigos Perigosos 
Art. 21. Salvo com autorização especial de órgão competente, nenhuma 
aeronave poderá transportar explosivos, munições, arma de fogo, material 
bélico, equipamento destinado a levantamento aerofotogramétrico ou de 
prospecção, ou ainda quaisquer outros objetos ou substâncias consideradas 
perigosas para a segurança pública, da própria aeronave ou de seus ocupantes. 
 
Porte de Aparelhos Fotográficos 
O porte de aparelhos fotográficos, cinematográficos, eletrônicos ou nucleares, a 
bordo de aeronave, poderá ser impedido quando a segurança da navegação 
aérea ou o interesse público assim o exigir. 
 
Tarifação 
A utilização do espaço aéreo brasileiro, por qualquer aeronave, fica sujeita às 
normas e condições estabelecidas, assim como às tarifas de uso das 
comunicações e dos auxílios à navegação aérea em rota. 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
16 
Estão isentas das tarifas previstas no parágrafo anterior as aeronaves: 
pertencentes aos aeroclubes; Aeronaves militares; 
Aeronaves que retornam em emergência ou condições meteorológicas; e 
Voo de experiência do produtor. 
 
Aeroclubes e Escolas de Aviação (CIAC) 
Sociedade civil cujos objetivos principais são: 
formação de pessoal para a aviação civil; o ensino e a prática da aviação civil; 
recreio e desportos. 
 
Os aeroclubes e as demais entidades afins, uma vez autorizadas a funcionar, são 
considerados como de utilidade pública. 
 
Espaços Aéreos Condicionados 
Art. 15. Por questão de segurança da navegação aérea ou por interesse público, 
é facultado fixar zonas em que se proíbe ou restringe o tráfego aéreo, estabelecer 
rotas de entrada ou saída, suspender total ou parcialmente o tráfego, assim 
como o uso de determinada aeronave, ou a realização de certos serviços aéreos. 
A Autoridade Aeronáutica para estes assuntos é o DECEA. 
 
Aerodesporto 
A prática de esportes aéreos tais como balonismo, volovelismo,asas voadoras 
e similares, assim como os voos de treinamento, far-se-ão em áreas delimitadas 
pela autoridade aeronáutica; 
 
A utilização de veículos aéreos desportivos para fins econômicos, tais como a 
publicidade, submete-se às normas específicas. 
 
Sobrevoo de Propriedades 
Art. 16 Ninguém poderá opor-se, em razão de direito de propriedade na 
superfície, ao sobrevoo de aeronave, sempre que este se realize de acordo com 
as normas vigentes. 
 
§ 1° No caso de pouso de emergência ou forçado, o proprietário ou possuidor do 
solo não poderá opor-se à retirada ou partida da aeronave, desde que lhe seja 
dada garantia de reparação do dano. 
 
§ 2° A falta de garantia autoriza o sequestro da aeronave e a sua retenção até 
que aquela se efetive. 
 
Lançamento de Objetos de Bordo 
O lançamento de coisas, de bordo de aeronave, dependerá de permissão prévia 
de autoridade aeronáutica, salvo caso de emergência, devendo o Comandante 
proceder de acordo com o disposto no artigo 171 do CBA. 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
Acrobacia e Evoluções 
Art. 17. É proibido efetuar, com qualquer aeronave, voos de acrobacia ou 
evolução que possam constituir perigo para os ocupantes do aparelho, para o 
tráfego aéreo, para instalações ou pessoas na superfície. 
 
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição, os voos de prova, produção e 
demonstração quando realizados pelo fabricante ou por unidades especiais, 
com a observância das normas fixadas pela autoridade aeronáutica. 
 
Ordem Para Pouso 
Art. 18. O Comandante de aeronave que receber de órgão controlador de voo 
ordem para pousar deverá dirigir-se, imediatamente, para o aeródromo que lhe 
for indicado e nele efetuar o pouso. 
 
§ 1° Se razões técnicas, a critério do Comandante, impedirem de fazê-lo no 
aeródromo indicado, deverá ser solicitada ao órgão controlador a 
determinação de aeródromo alternativo que ofereça melhores condições de 
segurança; 
 
§ 2° No caso de manifesta inobservância da ordem recebida, a autoridade 
aeronáutica poderá requisitar os meios necessários para interceptar ou deter a 
aeronave; 
 
§ 3° Na hipótese do parágrafo anterior, efetuado o pouso, será autuada a 
tripulação e apreendida a aeronave. 
 
Operações de Pouso e Decolagem 
Art. 19. Salvo motivo de força maior, as aeronaves só poderão decolar ou pousar 
em aeródromo cujas características comportarem suas operações. 
 
Entrada e Saída do Espaço Aéreo Brasileiro 
Art. 22. Toda aeronave proveniente do exterior fará, respectivamente, o primeiro 
pouso ou a última decolagem em aeroporto internacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
18 
VII Aeródromos 
 
Definição de Aeródromo 
Segundo o Art. 27.do CBA, Aeródromo é toda área destinada a pouso, decolagem 
e movimentação de aeronaves. Há pistas de variados pisos e pavimentos, desde 
asfalto até água, passando por grama, areia, brita (pedras) e barro. 
 
Para a OACI: determinada área de terra ou de água (que inclui todas as 
edificações, instalações e equipamentos) destinada a chegada, partida e 
movimento de aeronaves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação e cadastro de Aeródromos 
Os aeródromos, assim como as aeronaves, são classificados em civis e 
militares. Aeródromo civil é o destinado ao uso de todas as aeronaves, já um 
aeródromo militar é o destinado apenas ao uso de aeronaves militares. 
Os aeródromos militares poderão ser utilizados por aeronaves civis, se 
previamente permitido pela autoridade militar responsável pelo aeródromo. 
 
Os aeródromos civis são classificados em públicos e privados. 
Nenhum aeródromo civil poderá ser utilizado sem estar devidamente 
cadastrado. 
Os aeródromos públicos e privados serão abertos ao tráfego através de 
processo, respectivamente, de homologação e registro. 
 
Os aeródromos privados só poderão ser utilizados com permissão de seu 
proprietário, vedada sua exploração comercial. 
 
Nos aeródromos públicos que forem sede de Unidade Aérea Militar, também 
denominados aeródromos mistos, as esferas de competência das autoridades 
civis e militares, quanto à respectiva administração, serão definidas em 
regulamentação especial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
Aeroportos 
Aeroportos são aeródromos públicos dotados de instalações e facilidades para 
apoio de operações de aeronaves e de embarque e desembarque de pessoas e 
cargas. 
 
Os aeroportos destinados às aeronaves nacionais ou estrangeiras na realização 
de serviços internacionais, regulares ou não regulares, serão classificados como 
aeroportos internacionais. 
O Aeroporto Internacional conta com os seguintes serviços: 
a) Alfândega - entrada e saída de mercadorias; 
b) Vigilância Sanitária; 
c) Polícia Federal; e 
d) Controle de Fronteiras – Visto. 
 
Helipontos e Heliportos 
Helipontos são aeródromos destinados exclusivamente a helicópteros. 
Heliportos são helipontos públicos, dotados de instalações e facilidades para 
apoio de operações de helicópteros e de embarque e desembarque de pessoas 
e cargas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Helipontos 
Civis 
Militares 
Públicos 
Privados 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
20 
VIII Documentação no CBA 
 
Contrato de Transporte Aéreo 
Art. 222. Pelo contrato de transporte aéreo, obriga-se o empresário a transportar 
passageiro, bagagem, carga, encomenda ou mala postal, por meio de aeronave, 
mediante pagamento; 
São três tipos de contrato: 
Contrato de transporte de passageiros; 
Contrato de carga; e 
Contrato de bagagem. 
 
Art. 233. A execução do contrato de transporte aéreo de passageiro compreende 
as operações de embarque e desembarque, além das efetuadas a bordo da 
aeronave. 
 
Operações de Embarque e Desembarque 
Considera-se operação de embarque a que se realiza desde quando o 
passageiro, já despachado no aeroporto, transpõe o limite da área destinada ao 
público em geral e entra na respectiva aeronave, abrangendo o percurso feito a 
pé, por meios mecânicos ou com a utilização de viaturas. A operação de 
desembarque inicia-se com a saída de bordo da aeronave e termina no ponto de 
intersecção da área interna do aeroporto e da área aberta ao público em geral. 
 
Bilhete de Passagem 
Art. 227. No transporte de pessoas, o transportador é obrigado a entregar o 
respectivo bilhete individual ou coletivo de passagem, que deverá indicar o lugar 
e a data da emissão, os pontos de partida e destino, assim como o nome dos 
transportados. 
 
Bilhete de passagem é prova de existência de contrato e deve conter: 
Lugar e data de emissão 
Pontos de partida e destino; 
Os nomes dos transportados. 
 
A falta, irregularidade ou perda do bilhete de passagem, nota de bagagem ou 
conhecimento de carga não prejudica a existência e eficácia do respectivo 
contrato; 
 
Art. 228. O bilhete de passagem terá a validade de 1 (um) ano, a partir da data de 
sua emissão. 
 
Art. 229. O passageiro tem direito ao reembolso do valor já pago do bilhete se o 
transportador vier a cancelar a viagem. 
 
Art. 230. Em caso de atraso da partida por mais de 4 (quatro) horas, o 
transportador providenciará o embarque do passageiro, em voo que ofereça 
serviço equivalente para o mesmo destino, se houver, ou restituirá, de imediato, 
se o passageiro o preferir, o valor do bilhete de passagem. 
 
 
 
21 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
 
Art. 231. Quando o transporte sofrer interrupção ou atraso em aeroporto de 
escala por período superior a 4 (quatro) horas, qualquer que seja o motivo, o 
passageiro poderá optar pelo endosso do bilhete de passagem ou pela imediata 
devolução do preço. 
 
Parágrafo único. Todas as despesas decorrentes da interrupção ou atraso da 
viagem, inclusive transporte de qualquer espécie, alimentação e hospedagem, 
correrão por conta do transportador contratual, sem prejuízo da 
responsabilidade civil. 
 
Obrigações dos Passageiros 
Art. 232. A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas legais constantes do 
bilhete ou afixadas à vista dos usuários, abstendo-se de ato que causeincômodo 
ou prejuízo aos passageiros, danifique a aeronave, impeça ou dificulte a 
execução normal do serviço. 
 
Contrato de Transporte de Bagagem 
Nota de bagagem: Documento que comprova contrato de transporte de 
bagagem. 
 
Art. 234. No contrato de transporte de bagagem, o transportador é obrigado a 
entregar ao passageiro a nota individual ou coletiva correspondente, em 2 (duas) 
vias, com a indicação do lugar e data de emissão, pontos de partida e destino, 
número do bilhete de passagem, quantidade, peso e valor declarado dos 
volumes. 
 
Execução do contrato de bagagem 
Inicia-se com a entrega ao passageiro da respectiva nota e termina com o 
recebimento da bagagem. 
 
Poderá o transportador verificar o conteúdo dos volumes sempre que haja valor 
declarado pelo passageiro. 
 
Além da bagagem registrada, é facultado ao passageiro conduzir objetos de uso 
pessoal, como bagagem de mão. 
 
O recebimento da bagagem, sem protesto, faz presumir o seu bom estado. O 
protesto se fará mediante ressalva lançada no documento de transporte ou 
mediante qualquer comunicação escrita, encaminhada ao transportador. 
 
Protesto por avaria - será feito dentro do prazo de sete dias a contar do 
recebimento. 
 
Protesto por atraso - será feito dentro do prazo de quinze dias a contar da data 
em que a carga haja sido posta à disposição do destinatário. 
 
 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
22 
IX Licenças e Certificados 
 
Licenças e Certificados 
Art. 160. A licença de tripulantes e os certificados de habilitação técnica e o 
certificado médico aeronáutico serão concedidos pela autoridade de aviação 
civil, na forma de regulamentação específica. 
 
Parágrafo único. A licença terá caráter permanente e os certificados vigorarão 
pelo período neles estabelecido, podendo ser revalidados. A Autoridade de 
Aviação Civil para questões de licenças e certificados é a ANAC. 
 
Licença 
Documento emitido pela autoridade de aviação civil, que certifica o detentor, 
aeronauta ou aeroviário, o cumprimento de certos requisitos de idade, 
conhecimentos, experiência, instrução de voo, perícia e aptidão psicofísica, bem 
como estabelece suas prerrogativas. 
 
Certificado de Habilitação Técnica – CHT 
Documento emitido pela Autoridade de Aviação Civil, averbado à respectiva 
Licença, no qual estão contidas habilitações técnicas de classe, de tipo e de 
operações que especificam as qualificações, condições especiais, atribuições 
ou restrições ao exercício das prerrogativas da referida Licença. 
 
Obtenção da Licença e dos Certificados 
Certificado de Habilitação Técnica: Após Curso da Aeronave e Estágio em 
Voo. 
Licença: será emitida após o cumprimento das etapas de para obtenção do CHT. 
 
Prazos da Licença e Certificados 
A licença tem caráter permanente e os certificados são temporários e vigorarão 
pelo período neles estabelecidos, podendo ser revalidados. 
 
Cessada a validade do certificado de habilitação técnica ou de capacidade física, 
o titular ficará impedido do exercício da função nela especificada. 
 
Sempre que o titular de licença apresentar indício comprometedor de sua 
aptidão técnica ou das condições físicas estabelecidas na regulamentação 
específica, poderá ser submetido a novos exames técnicos ou de capacidade 
física, ainda que válidos estejam os respectivos certificados. 
 
Qualquer dos certificados poderá ser cassado pela autoridade aeronáutica se 
comprovado, em processo administrativo ou em exame de saúde, que o 
respectivo titular não possui idoneidade profissional ou não está capacitado 
para o exercício das funções especificadas em sua licença. 
 
Segundo o Art. 72. da Lei 13.475/17 é de responsabilidade do empregador o 
custeio do certificado médico e de habilitação técnica de seus tripulantes, sendo 
 
 
 
23 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
responsabilidade do tripulante manter em dia seu certificado médico, como 
estabelecido na legislação em vigor. 
 
§ 1º Cabe ao empregador o controle de validade do certificado médico e da 
habilitação técnica para que sejam programadas, na escala de serviço do 
tripulante, as datas e, quando necessárias, as dispensas para realização dos 
exames necessários para a revalidação. 
 
§ 2º É dever do empregador o pagamento ou o reembolso dos valores pagos 
pelo tripulante para a revalidação do certificado médico e de habilitação técnica, 
tendo como limite os valores definidos pelos órgãos públicos, bem como dos 
valores referentes a exames de proficiência linguística e a eventuais taxas 
relativas a documentos necessários ao exercício de suas funções contratuais. 
 
É vedado à empresa escalar tripulante com certificado vencido, ainda que esteja 
aguardando resultado de exames de revalidação. 
 
É vedada a expedição de certificados provisórios, bem como revalidação ou 
prorrogação aos aeronautas, sem que o resultado da realização dos exames seja 
publicado pela ANAC. 
 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
24 
X Tripulações e Comandante da Aeronave 
 
Tripulantes 
Art. 156. São tripulantes as pessoas devidamente habilitadas que exercem 
função a bordo de aeronaves. 
 
§ 1o A função remunerada a bordo de aeronaves, nacionais ou estrangeiras, 
quando operadas por empresa brasileira no formato de intercâmbio, é privativa 
de titulares de licenças específicas emitidas pela autoridade de aviação civil 
brasileira e reservada a brasileiros natos ou naturalizados. 
 
§ 2° A função não remunerada, a bordo de aeronave de serviço aéreo privado 
pode ser exercida por tripulantes habilitados, independentemente de sua 
nacionalidade. 
 
§ 3° No serviço aéreo internacional poderão ser empregados comissários 
estrangeiros, contanto que o número não exceda 1/3 (um terço) dos 
comissários a bordo da mesma aeronave. 
 
Art. 157. Desde que assegurada a admissão de tripulantes brasileiros em 
serviços aéreos públicos de determinado país, deve-se promover acordo 
bilateral de reciprocidade. 
 
Na falta de tripulantes de voo brasileiros, instrutores estrangeiros poderão ser 
admitidos em caráter provisório, por período restrito ao da instrução, de acordo 
com regulamento exarado pela autoridade de aviação civil brasileira 
 
Conceito 
Art. 165. Toda aeronave terá a bordo um Comandante, membro da tripulação, 
designado pelo proprietário ou explorador e que será seu preposto durante a 
viagem. 
 
Art. 166. O Comandante é responsável pela operação e segurança da aeronave. 
O Comandante será também responsável pela guarda de valores, mercadorias, 
bagagens despachadas e mala postal, desde que lhe sejam asseguradas pelo 
proprietário ou explorador condições de verificar a quantidade e estado das 
mesmas. 
 
Autoridade do Comandante 
Art. 167. O Comandante exerce autoridade inerente à função desde o momento 
em que se apresenta para o voo até o momento em que entrega a aeronave, 
concluída a viagem. 
 
No caso de pouso forçado, a autoridade do Comandante persiste até que as 
autoridades competentes assumam a responsabilidade pela aeronave, pessoas 
e coisas transportadas. 
 
 
 
 
25 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
Os demais membros da tripulação ficam subordinados, técnica e 
disciplinarmente, ao Comandante da aeronave. 
Durante a viagem, o Comandante é o responsável, no que se refere à tripulação, 
pelo cumprimento da regulamentação profissional no tocante a: limite da 
jornada de trabalho; limites de voo; intervalos de repouso; fornecimento de 
alimentos. 
 
Art. 168 Durante o período previsto no artigo 167, o Comandante exerce 
autoridade sobre as pessoas e coisas que se encontrem a bordo da aeronave e 
poderá: 
- Desembarcar qualquer delas, desde que comprometa a boa ordem, a disciplina, 
ponha em risco a segurança da aeronave ou das pessoas e bens a bordo; 
- Tomar as medidas necessárias à proteção da aeronave e das pessoas ou 
bens transportados; 
- Alijar a carga ou parte dela, quando indispensável à segurança de voo. 
 
Adiamento e Suspensão da Partida 
Art. 169. Poderá o Comandante, sob sua responsabilidade, adiar ou suspender a 
partida da aeronave,quando julgar indispensável à segurança do voo. 
 
Delegação de Atribuições 
Art. 170. O Comandante poderá delegar a outro membro da tripulação as 
atribuições que lhe competem, menos as que se relacionem com a segurança 
do voo. 
 
Diário de Bordo 
É o livro de registro de voo, jornada e ocorrências da aeronave e de seus 
tripulantes, em conformidade com estabelecido no CBA, confeccionado de 
acordo com as instruções contidas na Portaria N°128-2019/SPO/SAR. 
 
Registro no Diário de Bordo 
Art. 171. As decisões tomadas pelo Comandante na forma dos artigos parágrafo 
único, inclusive em caso de alijamento, serão registradas no Diário de Bordo e, 
concluída a viagem, imediatamente comunicadas à autoridade aeronáutica. 
 
Art. 172. O Diário de Bordo, além de mencionar as marcas de nacionalidade e 
matrícula, os nomes do proprietário e do explorador, deverá indicar para cada 
voo a data, natureza do voo (privado aéreo, transporte aéreo regular ou não 
regular), os nomes dos tripulantes, lugar e hora da saída e da chegada, incidentes 
e observações, inclusive sobre infraestrutura de proteção ao voo que forem de 
interesse da segurança em geral. 
O Diário de Bordo deverá estar assinado pelo piloto Comandante, que é o 
responsável pelas anotações, aí também incluídos os totais de tempos de voo e 
de jornada. 
 
Art. 173. O Comandante procederá ao assento, no Diário de Bordo, dos 
nascimentos e óbitos que ocorrerem durante a viagem, e dele extrairá cópia para 
os fins de direito. 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
26 
Parágrafo único. Ocorrendo mal súbito ou óbito de pessoas, o Comandante 
providenciará, na primeira escala, o comparecimento de médicos ou da 
autoridade policial local, para que sejam tomadas as medidas cabíveis. 
 
 
 
 
 
27 
 REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC 
XI Infrações ao CBA 
 
Infrações 
Art. 289. Na infração aos preceitos deste Código ou da legislação complementar, 
a autoridade aeronáutica poderá tomar as seguintes providências 
administrativas: 
a) multa; 
b) suspensão de certificados, licenças, concessões ou autorizações; 
c) cassação de certificados, licenças, concessões ou autorizações; 
d) detenção, interdição ou apreensão de aeronave, ou do material transportado; 
e) intervenção nas empresas concessionárias ou autorizadas. 
 
Art. 295. A multa será imposta de acordo com a gravidade da infração, podendo 
ser acrescida da suspensão de qualquer dos certificados ou da autorização ou 
permissão. 
 
Art. 296. A suspensão será aplicada para período não superior a 180 (cento e 
oitenta) dias, podendo ser prorrogada uma vez por igual período. 
Multas 
 
Art. 299. Será aplicada multa de até 1.000 (mil) valores de referência, ou de 
suspensão ou cassação de quaisquer certificados de matrícula, habilitação, 
concessão, autorização, permissão ou homologação expedidos segundo as 
regras deste Código, nos seguintes casos: 
a) procedimento ou prática, no exercício das funções, que revelem falta de 
idoneidade profissional para o exercício das prerrogativas dos certificados de 
habilitação técnica; 
b) fornecimento de dados, informações ou estatísticas inexatas ou adulteradas; 
c) preencher com dados inexatos documentos exigidos pela fiscalização; 
d) impedir ou dificultar a ação dos agentes públicos, devidamente credenciados, 
no exercício de missão oficial; 
e) tripular aeronave com certificado de habilitação técnica ou de capacidade 
física vencidos, ou exercer a bordo função para a qual não esteja devidamente 
licenciado ou cuja licença esteja expirada; 
f) participar da composição de tripulação em desacordo com o que estabelece 
este Código e suas regulamentações; 
g) desobedecer às determinações da autoridade do aeroporto ou prestar-lhe 
falsas informações; 
h) inobservar os preceitos da regulamentação sobre o exercício da profissão; 
i) inobservar as normas sobre assistência e salvamento; 
j) infringir regras, normas ou cláusulas de Convenções ou atos internacionais; 
k) infringir as normas e regulamentos que afetem a disciplina a bordo de 
aeronave ou a segurança de voo; 
l) exceder, fora dos casos previstos em lei, os limites de horas de trabalho ou de 
voo; 
m) operar a aeronave em estado de embriaguez; 
n) ministrar instruções de voo sem estar habilitado. 
 
 
 
 
 ANDRÉ LUIZ BRAGA 
28 
Referências Bibliográficas 
 
BRASIL, Agência Nacional de Aviação Civil – RBAC 63. 
 
_____, Lei nº 13.475, de 28/08/2017 – dispõe sobre a Regulamentação da 
Profissão do Aeronauta. 
 
_____, Lei nº 7.565, de 19/12/86 – dispõe sobre o Código Brasileiro de 
Aeronáutica. 
 
_____, Agência Nacional de Aviação Civil - Regulamentos Brasileiros de 
Homologação Aeronáutica (RBHA) 63 (“Mecânico de Voo e Comissário de 
Voo”). 
 
_____, Agência Nacional de Aviação Civil - Regulamentos Brasileiros de Aviação 
Civil (RBAC) 121 (“Requisitos Operacionais: Operações Domésticas, de 
Bandeira e Suplementares”) 
 
_____, Agência Nacional de Aviação Civil - Regulamentos Brasileiros de Aviação 
Civil (RBAC) 135 (“Requisitos Operacionais: Operações Complementares e por 
Demanda”). 
 
BRAGA, André Luiz da Cunha. Regulamentação da Aviação Civil – Comissários 
de Voo Volume I. Editora Bianch Pilot Training – São Paulo: 2013. 
 
BRASIL. Instituto Histórico-cultural da Aeronáutica. História Geral da 
Aeronáutica Brasileira vol 1. Editora Itatiaia Ltda. 
 
OLIVEIRA, Fortunato Câmara. Santos-Dumont. Rio de Janeiro: Adler, 2006. 
 
BARROS, M.L.; CLARO JÚNIOR, Oswaldo. Acervo Histórico – Museu 
Aeroespacial. ISBN: 9788589015233. Rio de Janeiro: Adler, 2005. 
 
RODEGUERO, Miguel Ângelo e BRANCO, Humberto. Gerenciando o Risco na 
Aviação Geral. São Paulo: Editora Bianch Pilot Training, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	SUMÁRIO
	O PAPEL DA DISCIPLINA NO CURSO
	OBJETIVOS DA DISCIPLINA
	i Direito Aeronáutico e Autoridade Aeronáutica
	II Aeronaves, Matrícula E Nacionalidade
	III Aplicação do cba
	IV Liberdades do Ar
	V Serviços Aéreos e Transporte Aéreo
	VI Condições de Tráfego Aéreo
	VII Aeródromos
	VIII Documentação no cba
	IX Licenças e Certificados
	X Tripulações e Comandante da Aeronave
	XI Infrações ao CBA
	Referências Bibliográficas

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