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Histórico dos problemas ambientais
O histórico dos problemas ambientais, a relação da atividade humana, do modelo de sociedade e do
desenvolvimento predominante e os consequentes problemas ambientais.
Profª. Juliana Velloso Durão
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender a forma como a ação humana tem provocado crescentes impactos e desafios ambientais é
fundamental para o profissional de meio ambiente e sustentabilidade, que deve conhecer os principais
problemas ambientais da atualidade e sua associação com o atual modelo de desenvolvimento para uma
atuação profissional eficiente na área.
Objetivos
Reconhecer o histórico de problemas ambientais enfrentados pela humanidade desde a 
industrialização.
Identificar os principais marcos ambientais.
Descrever o modelo de desenvolvimento atual como promotor de problemas ambientais.
Listar as nove fronteiras planetárias.
Introdução
É inevitável que o ser humano cause algum impacto ambiental como consequência de suas ações e escolhas.
Entretanto, esses impactos se tornaram expressivos a partir da industrialização, mais especificamente, a partir
do estabelecimento da sociedade de consumo, que segue a lógica produção-consumo-descarte. 
O modelo de desenvolvimento atual baseado em crescimento contínuo, cujo indicador de progresso é medido
pelo produto interno bruto (PIB), só tem ampliado e agravado o histórico de problemas ambientais. 
Diante disso, desde a metade do século XX, a humanidade vem enfrentando desafios ambientais cada vez
mais complexos, tanto locais como globais. Com o passar do tempo, devido à falta de priorização dessas
questões, tais desafios ganharam cada vez mais relevância e passaram a representar grande ameaça para a
vida da Terra. 
Atualmente, a partir de muitos relatórios e estudos científicos, sabe-se que a humanidade enfrenta o maior
desafio ambiental de todos os tempos: a questão climática. Além disso, sabe-se também que ultrapassamos a
maioria das nove fronteiras planetárias, que são essenciais para a sobrevivência da espécie humana no
planeta. A partir de agora, prepare-se para a reflexão sobre um assunto que envolve todos nós. 
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1. Histórico da relação do homem com o meio ambiente
O homem e o meio ambiente antes da Revolução
Industrial
Nós, humanos, somos moradia de outros seres vivos, nutrimo-nos de outros organismos e, quando morremos,
os micro-organismos reaproveitam a matéria orgânica que formava nossos corpos. A história humana diz
respeito ao modo como a humanidade se relaciona entre si e com a natureza externa a ela, que chamamos de
meio ambiente (ALBUQUERQUE, 2007). 
Ao longo do tempo, a humanidade vem se relacionando de diferentes maneiras com o meio ambiente. Desde a
descoberta do fogo, da agricultura e da pecuária, a capacidade de transformar e alterar a natureza
gradualmente se tornou cada vez mais expressiva. No início, os humanos mais se adaptavam ao meio do que
tentavam alterá-lo; no entanto, em algum momento, começaram a alterá-lo para colocá-lo a seu serviço e,
utilizando suas potencialidades, construíram diversas civilizações, dominaram o fogo, inventaram a roda,
plantaram sementes escolhidas e domesticaram animais (ALBUQUERQUE, 2007, p. 27). 
Impactos ambientais ocorrem desde que o homem surgiu no planeta. Recursos naturais importantes, como
madeira, por exemplo, já se tornaram elementos escassos para diferentes civilizações e em diferentes
períodos, como na Grécia, no final do século V a.C. Os romanos, em período a.C., já reclamavam da poluição
do ar, demonstrando a ocorrência de impactos ambientais a partir da ação humana em diferentes épocas e
contextos. 
A grande questão, no entanto, é a magnitude e a escala do impacto do homem no meio ambiente. Nem
sempre as interferências causadas pela humanidade geraram tantos problemas como estes com que nos
deparamos hoje. 
Como tem sido a relação da humanidade com o meio ambiente desde a industrialização?
A Revolução Industrial pode ser considerada um marco emblemático. A partir dela, mais precisamente do
estabelecimento da sociedade de consumo, os impactos ambientais da raça humana sobre o meio ambiente
se tornaram insustentáveis e destrutivos.
Revolução Industrial: marco da relação do homem com o meio
ambiente
A Revolução Industrial é um símbolo relevante da mudança de trajetória da espécie humana no planeta, pois
alteram-se os padrões de produção e consumo nos séculos XVIII e XIX, que começam a basear-se na
exploração crescente de recursos naturais e do trabalho que se tornou predatória para obtenção de crescente
capital e alterou significativamente as relações entre o homem e o meio ambiente. 
Saiba mais
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, institucionalizou o capitalismo
industrial com novas formas de produção apoiadas no uso de máquinas, na produção em grande escala
e no consumismo como alicerce da economia (LEAL et al., 2018). 
Quando as primeiras indústrias foram criadas, os problemas ambientais eram pouco expressivos, pois ainda
não havia concentração populacional e a produção era de baixa escala. Não existiam exigências ambientais e
o símbolo do progresso era a fumaça saindo de chaminés das fábricas sem nenhuma ou pouca associação à
poluição que já era gerada. 
Ilustração de fábrica em pleno funcionamento, em 1860.
O agravamento da situação começou com a Segunda Revolução Industrial, quando é estabelecida e
consolidada a sociedade de consumo. Empresas passam a aumentar suas escalas produtivas e precisam
escoar a produção. Os cidadãos se tornam consumidores, que precisam consumir de forma contínua e
crescente. 
Ilustração demonstrando despejo de poluentes
industriais.
Paul Crutzen (1933-2021)
A Revolução Industrial é um importante marco histórico da epistemologia ambiental. Foi naquele
momento em que as cidades ou a burguesia ganhavam forças perante o sistema feudal/absolutismo, que
a noção de apropriação da natureza ganhava coro, tornando o grau de desenvolvimento e progresso de
determinada sociedade totalmente vinculados à capacidade de dominação e emancipação do homem
perante o meio. 
(NAVES; BERNARDES, 2014, p. 21)
Com a industrialização e a sociedade moderna, foram criadas novas tecnologias e, com isso, a indústria
começa a ganhar escala e produtividade. À medida que mais produtos são fabricados, mais recursos naturais
são necessários, mais itens são consumidos e mais resíduos são gerados, ocasionando maior poluição do ar,
do solo e da água. Assim, mais impactos ambientais são evidenciados e acirrados. 
Nesse momento, consolidou-se a ideia de que uma natureza intocável é um entrave ao desenvolvimento da
economia dos países, bem como pensou-se que não é possível ter crescimento econômico sem a apropriação
dos recursos naturais. É importante ressaltar a incoerência existente, pois os recursos naturais, apesar de
abundantes, são finitos, em sua grande maioria. 
A consolidação da industrialização fez crescer a construção
de fábricas, que se concentravam e geravam mais
ambientes urbanos, tornando-se um espaço de grande
circulação de recursos materiais e humanos, com geração
exacerbada de resíduos, assim como grandes quantidades
de poluentes lançados no ar, na água e no solo.
Um marco na relação homem-meio
ambiente: Antropoceno
Antropoceno é um termo cunhado por Paul Crutzen, Prêmio
Nobel de Química em 1995, e demonstra o momento que
vivemos, no qual o humano (antropo) domina a atual era
geológica (ceno).
Estamos na Era dos Humanos, com uma
população de mais de sete bilhões de pessoas,
que segue crescendo e dominando todas as
outras espécies do planeta. Não existe
atualmente uma região na Terra que não seja
afetada direta ou indiretamente pela espécie
humana e isso é inédito. 
De acordo com Alves (2020), o Homo sapiens
surgiu e se espalhou pelo mundo no
Pleistoceno e apenas no Holoceno a civilização
emergiu e a espécie humana se tornou
onipresente no planeta. A população mundial
era de cerca de 5 milhões de habitantes no
princípio do período Holoceno, há 12 mil anos.
publicado no portal da Firjan, e veja como é estruturada a economia donut.
Acesse a página de Stockholm Resilience Centre e, em Planetary Boundaries, aprofunde os
conhecimentos sobre limites planetários.
Assista ao documentário A História das Coisas, disponível no YouTube, que trata dos impactos gerados
pelo consumismo.
Referências
ALBUQUERQUE, B. P. As relações entre o homem e a natureza e a crise sócio-ambiental. Rio de Janeiro:
EPSJV, 2007.
 
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ALVES, J. E. D. Antropoceno: a era do colapso ambiental. Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, 16 jan.
2020.
 
BASSI, M. C. P. C.; LOPES, C. C. A sociedade do consumo e suas consequências socioambientais. Caderno
PAIC, v. 18, n. 1, p. 100-125, 2017.
 
BAUMAN. Z. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
 
CARRANÇA, T. Agrotóxico mais usado do Brasil está associado a 503 mortes infantis por ano, revela estudo.
BBC News Brasil, 25 maio 2021.
 
CIDREIRA-NETO, I. R. G.; RODRIGUES, G. G. Relação homem-natureza e os limites para o desenvolvimento
sustentável. Revista Movimentos Sociais e Dinâmicas Espaciais, v. 6, n. 2, p.142-156, 2017.
 
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. IBAMA. Protocolo de
Montreal. Brasil, 2021.
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. IDEF. Entenda o que é obsolescência programada. 18
jun. 2012.
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE. População urbana e rural. IBGEeduca. Brasil,
2021.
 
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. IPEA. História Rio-92. Ano 7, 56. ed. 10 de dez. 2009.
 
LEAL, G. C. de G. et al. O processo de industrialização e seus impactos no meio ambiente urbano. QUALIT@S
Revista Eletrônica, v. 7, n. 1, 2008.
 
MENDONÇA, R. Conservar e criar: natureza, cultura e complexidade. São Paulo: Editora Senac São Paulo,
2005.
 
NAVES, J. G.; BERNARDES, M. B. J. A relação histórica homem/natureza e sua importância no enfrentamento
da questão ambiental. Geosul, v. 29, n. 57, p. 7-26, jan./jun. 2014.
 
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE. PNUMA. Protocolo de Montreal mira novos
desafios após 30 anos de sucesso. 15 nov. 2019.
 
STOCKHOLM RESILIENCE CENTRE. Planetary Boundaries. set. 2021.
 
WWF. Pegada ecológica: nosso estilo de vida deixa marcas no planeta. Brasília, jun. 2013.
	Histórico dos problemas ambientais
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Histórico da relação do homem com o meio ambiente
	O homem e o meio ambiente antes da Revolução Industrial
	Revolução Industrial: marco da relação do homem com o meio ambiente
	Saiba mais
	Um marco na relação homem-meio ambiente: Antropoceno
	Comentário
	Pegada ecológica
	Carbono
	Áreas de cultivo
	shutterstock.com
	Florestas
	Áreas construídas
	Estoques pesqueiros
	Atenção
	Dia da Sobrecarga Global
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Você já ouviu falar do antropoceno?
	Conteúdo interativo
	Você já mediu sua pegada ecológica?
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Principais marcos ambientais
	O livro Primavera silenciosa e sua importância na questão ambiental
	Glifosato
	A importância do livro Primavera silenciosa
	Conteúdo interativo
	O relatório Limites do Crescimento
	Conferência de Estocolmo
	Saiba mais
	Relatório de Brundtland
	Protocolo de Montreal
	Curiosidade
	Rio-92
	Protocolo de Quioto
	Rio+20
	Comentário
	Acordo de Paris
	Objetivo 1
	Objetivo 2
	Objetivo 3
	Objetivo 4
	Vem que eu te explico!
	Rio+20 – A Agenda 21
	Conteúdo interativo
	Mudanças climáticas – a COP26
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Modelo de desenvolvimento e urbanização da sociedade
	Modelo de desenvolvimento da sociedade atual
	Urbanização como vetor de problemas ambientais
	Primeira fase
	Segunda fase
	E como ocorreu o processo de urbanização no Brasil?
	Poluição
	Ilhas de calor
	Inversão térmica
	Chuva ácida
	Enchentes
	Deslizamentos de terra
	Indicadores de Desenvolvimento Sustentável instituídos pelo IBGE
	Conteúdo interativo
	Sociedade de consumo
	Você sabe o que é obsolescência programada?
	Mazelas ambientais associadas ao modelo de sociedade atual
	Vem que eu te explico!
	A sociedade de consumo
	Conteúdo interativo
	Mazelas ambientais associadas ao modelo de sociedade atual
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. As nove fronteiras planetárias
	Introdução às nove fronteiras planetárias
	Por que definir as fronteiras planetárias e seus limites?
	Saiba mais
	Quais são as fronteiras planetárias?
	Saiba mais
	Limites das fronteiras planetárias
	Mudanças climáticas
	Acidificação oceânica
	Ozônio estratosférico
	Ciclos biogeoquímicos
	Utilização da água doce
	Mudança do sistema terrestre
	Perda de integridade da biosfera
	Importância da definição das fronteiras planetárias
	Comentário
	A economia donut e os limites planetários
	Amsterdã: cidade que está seguindo as diretrizes da economia donut
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	As Nove Fronteiras Planetárias
	Conteúdo interativo
	A economia donut e os limites planetários
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	5. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referências
O termo antropoceno foi criado com base na dimensão do impacto destruidor das atividades humanas sobre o
ambiente, legitimando a época da dominação humana. O Antropoceno representa algo negativo, um período
da história da Terra em que o ser humano se tornou a grande força por trás da degradação ambiental e o
propulsor de ações que provavelmente levarão a catástrofes ecológicas. 
A destruição de florestas através das queimadas provocadas pelo homem.
O Antropoceno simboliza uma expressiva mudança da relação do homem com o meio ambiente, na qual a
humanidade se destaca das demais espécies animais por seu impacto crescente e negativo no planeta. O
homem se converteu em uma força geológica, assemelhando-se a forças naturais, no que diz respeito ao
impacto e à capacidade de modificar o planeta. Assumiu, portanto, papel de destaque na geologia e na
ecologia. Considerando a perspectiva química, biológica e das ciências ambientais, vive-se hoje o momento
em que o ser humano alterou e está alterando cada vez mais o equilíbrio do sistema terrestre.
Comentário
Sabemos que o homem tem modificado o planeta e, em alguns casos, de forma irreversível. Sabemos
ainda que os conceitos do Holoceno não podem mais ser usados. Logo, o futuro da humanidade no
planeta depende do estabelecimento de ações urgentes para otimizar a relação do homem com o meio
ambiente. 
Pegada ecológica
A pegada ecológica é uma metodologia criada por pesquisadores da instituição Global Footprint Network
(GFN), em 1993, para mensurar os impactos do consumo humano sobre os recursos naturais. Ela fornece
elementos para repensar nosso impacto e nossos hábitos de consumo, bem como estabelecer atitudes para
adequá-los à capacidade ecológica do planeta. 
É uma metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do consumo da humanidade sobre os
recursos naturais. Ela permite comparar diferentes padrões de consumo e verificar se são compatíveis com a
capacidade ecológica da Terra. Permite também avaliar a demanda humana por recursos naturais renováveis
com a capacidade regenerativa do planeta. 
A pegada ecológica equivale ao tamanho da área produtiva de terra e de mar necessária para gerar produtos,
bens e serviços utilizados no cotidiano. É um meio de interpretar, em hectares (ha), a extensão territorial que
uma pessoa ou uma sociedade utiliza, em média, para sustentar seu consumo. O cálculo é feito somando as
áreas necessárias para fornecer os recursos naturais renováveis utilizados, com as que são ocupadas por
infraestrutura, como cidades, por exemplo, e as áreas necessárias para a absorção de gases de efeito estufa
— GEE (WWF, 2013). 
A pegada ecológica do Brasil é mensurada pela instituição ambiental WWF e, segundo a organização (WWF,
2013), estudos recentes acenderam um alerta vermelho ao demonstrar que o consumo exagerado e sem
controle está extrapolando a capacidade ecológica do planeta. 
Desde a década de 1960, a demanda mundial por recursos naturais tem crescido de forma expressiva a cada
ano e, a partir de 1966, dobrou. Atualmente, a humanidade demanda o equivalente a um planeta e meio para
suprir o estilo de vida da sociedade. 
O cálculo da pegada ecológica envolve: 
Carbono Áreas de cultivo
shutterstock.com Florestas
Áreas construídas Estoques pesqueiros
A pegada ecológica brasileira é de 2,9 hectares globais por habitante, indicando que o consumo médio de
recursos ecológicos pelo brasileiro é bem próximo da média mundial da pegada ecológica por habitante, de
2,7 hectares globais. 
Atenção
Você sabe o que é biocapacidade? Representa a capacidade dos ecossistemas em produzir materiais
biológicos úteis e absorver os resíduos gerados. Assim como a pegada ecológica, a biocapacidade é
expressa em uma unidade comum, o hectare global (gha). 
Dia da Sobrecarga Global
Acompanhe agora a especialista Juliana Velloso Durão apresentando o conceito de Dia da Sobrecarga da
Terra. Vamos lá!
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Após apresentarmos esses conceitos, temos uma pergunta para a sua reflexão: 
Qual é o tamanho da sua pegada ecológica? 
Você troca os aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos a cada modelo novo que surge no mercado e adora
um importado? E como você se locomove pela cidade? Usa o carro para tudo? Ou utiliza mais o transporte
público, a bicicleta? E na hora de se alimentar, o que você escolhe? Seus alimentos são produzidos perto de
casa ou você consome apenas produtos industrializados e importados? Você come carne, frango ou peixe
todo dia ou consome mais legumes e vegetais frescos? 
As perguntas acima parecem estranhas, mas as respostas a elas interferem na sua pegada ecológica. Embora
não percebamos, todas as decisões que tomamos no nosso dia a dia geram impactos sobre o planeta. 
Nossa passagem pela Terra deixa marcas, ou pegadas, que podem ser maiores ou menores, só depende da
escolha diária que fazemos como cidadãos e consumidores. 
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Você já ouviu falar do antropoceno?
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Você já mediu sua pegada ecológica?
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A Revolução Industrial é considerada um marco na relação do homem com o meio ambiente, quando os
impactos ambientais se tornam cada vez maiores e desafiadores. Indique a mudança provocada pela
Revolução Industrial que agravou a relação entre o ser humano e o meio ambiente:
A
A Revolução Industrial diminuiu o consumo de recursos naturais e legitimou uma trajetória de crescimento
contínuo na economia.
B
A Revolução Industrial alterou os padrões de produção e consumo, que começaram a basear-se em
exploração crescente de recursos naturais e do trabalho, institucionalizando a busca por um crescimento
econômico contínuo.
C
Com a Revolução Industrial, a sociedade passou a se desenvolver em termos socioeconômicos e a buscar
alternativas para diminuir os impactos ambientais, que têm diminuído ao longo do tempo.
D
A Revolução Industrial trouxe avanços expressivos para a sociedade; com os aprimoramentos tecnológicos,
promoveu o aumento expressivo do consumo e, consequentemente, da qualidade de vida da humanidade.
E
A Revolução Industrial alterou os padrões de consumo e produção que começaram a basear em consumo
apenas de recursos renováveis, promovendo o crescimento econômico contínuo concomitante à diminuição
das desigualdades.
A alternativa B está correta.
A Revolução Industrial promoveu a alteração dos padrões de produção e consumo da sociedade, que
passaram a se basear em exploração crescente de recursos naturais e do trabalho. Além disso, a revolução
preconiza a busca por um crescimento econômico contínuo pela sociedade.
Questão 2
A pegada ecológica é uma metodologia que permite mensurar o impacto ambiental individual ou de uma
sociedade ao longo de um período definido. Os componentes utilizados para o cálculo da pegada ecológica
são
A
carbono, áreas de cultivo, pastagens, florestas, áreas construídas e estoques pesqueiros.
B
carbono, área industrial, agricultura, florestas, área desmatada e estoques pesqueiros.
C
emissão de oxigênio, recursos hídricos, agricultura, área plantada, área desmatada e estoques agrícolas.
D
carbono, área urbana, área rural, transportes, agricultura, florestas, área desmatada e estoques pesqueiros.
E
carbono, área industrial, área rural, florestas, estoques alimentícios e estoques pesqueiros.
A alternativa A está correta.
A pegada ecológica é calculada com base em: carbono, áreas de cultivo, pastagens, florestas, áreas
construídas e estoques pesqueiros.
Rachel Louise Carson (1907-1964)
2. Principais marcos ambientais
O livro Primavera silenciosa e sua importância na questão
ambiental
Em 1962, a bióloga Rachel Louise Carson
lançou o livro Primavera silenciosa e se tornou
responsável pela maior revolução ecológica
dos
Estados Unidos e do mundo. Embora o título
remeta a um romance ou a uma poesia, seu
objetivo foi denunciar a presença duradoura de
produtos químicos tóxicos na água e na terra, a
presença de DDT(Dicloro-difenil-tricloroetano)
até no leite materno, bem como sua ameaça a
outras criaturas, especialmente pássaros
canoros.
Carson documentou no livro a observação de
quatro anos dos perigos do uso de pesticidas e
herbicidas. Seu título era uma referência ao
silêncio dos pássaros mortos pela
contaminação dos agrotóxicos. Nunca um livro
havia feito tanto barulho a favor do meio ambiente. 
Em seu primeiro capítulo, intitulado “Uma fábula para o
amanhã”, descreve, de forma lírica, um lugar onde as
árvores não davam folhas, os animais morriam, os rios
contaminados não tinham peixes e, principalmente, os
pássaros que cantavam na primavera haviam sumido. Você
relaciona essa paisagem descrita na década de 1960 com o
que vivenciamos hoje? 
O livro é considerado o ponto de partida que fez a
sociedade olhar com mais atenção para os descasos
ambientais. Ele divulgou de forma clara, em uma linguagem
não científica, os problemas ambientais ocasionados pelo uso indiscriminado de pesticidas agrícolas e o
processo de bioacumulação deles nos organismos. 
Agricultor utilizando pesticidas agrícolas.
A partir da publicação do livro e ao longo dos 16 anos seguintes, Carson explicou e denunciou o perigo dos
pesticidas para o mundo. Seu livro é emblemático na área ambiental e é um dos grandes marcos que
demonstram o agravamento da relação do homem com o meio ambiente. 
Em 1972, o uso do DDT foi proibido nos Estados Unidos, e a revista Time incluiu a autora na lista das 100
pessoas mais influentes do século XX. Em 1992, um grupo de escritores americanos elegeram Primavera
silenciosa como o livro mais influente dos últimos 50 anos naquele país e no mundo. 
Você sabia que os defensivos agrícolas mais utilizados no mundo são os herbicidas à base de glifosato? 
Glifosato
O glifosato foi descoberto pela Monsanto em 1970 e é o agrotóxico mais popular do Brasil. O
defensivo é usado para eliminação de ervas daninhas na agricultura.
O glifosato é um herbicida não seletivo, ou seja, mata a maioria dos vegetais. Por conta disso, seu uso
na agricultura se popularizou associado a culturas geneticamente modificadas para resistir ao
princípio ativo.
Na União Europeia, desde 2015, há um amplo debate sobre a possibilidade de proibição do uso do
glifosato, após um relatório da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) ter classificado a
substância como "provável carcinógeno humano", ou seja, como possível agente causador de câncer.
Na Europa, atualmente, a autorização do uso do glifosato vale até dezembro de 2022. A Áustria se
tornou o primeiro país da região a banir o produto, em 2019, enquanto a Alemanha planeja prescindir
do herbicida a partir de 2024.
A água brasileira pode ser considerada potável contendo até 500 microgramas de glifosato por litro,
enquanto a água da União Europeia pode ter no máximo 0,1 micrograma de glifosato, o que demonstra
que o limite brasileiro é 5 mil vezes maior do que o limite da União Europeia. (CARRANÇA, 2021.)
A importância do livro Primavera silenciosa
Neste vídeo, a especialista Juliana Velloso falará sobre a importância do livro Primavera silenciosa, de Rachel
Carson, para a sensibilização acerca do impacto da ação humana no meio ambiente. Vamos lá!
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O relatório Limites do Crescimento
Outro marco importante para demonstrar o agravamento dos problemas ambientais foi a divulgação do
relatório do Clube de Roma denominado Limites do Crescimento em 1972. O relatório foi encomendado pelo
Clube de Roma, um grupo de cientistas liberais, economistas e políticos, fundado em 1968. 
Naquele ano, o empresário italiano Aurelio Peccei, presidente honorário da Fiat, e o cientista escocês
Alexander King se juntaram para promover um encontro com o objetivo de discutir o futuro da humanidade na
Terra e avaliar questões de ordem política, econômica e social com relação ao meio ambiente. 
Dennis Meadows.
Em 1972, o grupo pediu a uma equipe de
cientistas do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT), liderada por Dennis e
Donella Meadows, para elaborar um estudo que
simulasse a interação do homem com o meio
ambiente, levando em consideração o aumento
populacional e o esgotamento dos recursos
naturais.
 
O relatório produzido sinalizou uma perspectiva
sombria sobre o futuro da humanidade na
Terra, defendendo que o crescimento
econômico e populacional esgotaria os
recursos do planeta e causaria o colapso
econômico antes de 2070.
Por meio do relatório, chegou-se à conclusão de que se a humanidade continuasse a consumir os
recursos naturais como na época, por consequência da industrialização, eles se esgotariam
rapidamente e levariam a problemas ambientais cada vez mais graves. 
Quase meio século após seu lançamento, as principais conclusões do relatório continuam atuais.
Recentemente, um grupo de pesquisadores independentes atualizaram o trabalho usando ferramentas
analíticas mais sofisticadas, e as perspectivas não são nada otimistas. Segundo a atualização do relatório, o
mundo não conseguirá atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas — um
conjunto de metas sociais, ambientais e de prosperidade para 2030. 
Conferência de Estocolmo
A partir da crescente preocupação científica e da sociedade sobre questões ambientais, a Organização das
Nações Unidas (ONU) elaborou a Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente em 1972. 
Durante essa conferência histórica, também chamada de Conferência de Estocolmo, foi dado o primeiro
grande alerta mundial sobre os graves riscos ambientais sofridos pelo planeta. A preocupação da comunidade
internacional com os assuntos ambientais era crescente e já se refletia em medidas de racionalização dos
recursos naturais, no planejamento industrial e urbano, e em esforços para controle da poluição, sobretudo
atmosférica e marinha. 
A Conferência de Estocolmo é reconhecida como um marco nas tentativas de melhorar a relação do
homem com o meio ambiente, e também por ter instaurado a busca por equilíbrio entre
desenvolvimento econômico e redução da degradação ambiental, que mais tarde evoluiria para a
noção de desenvolvimento sustentável. 
Essa conferência contou com a presença de chefes de 113 países e de mais de 400 instituições
governamentais e não governamentais. Uma das maiores divergências encontradas foi entre os países em
desenvolvimento e os países desenvolvidos. 
Se, por um lado, os países desenvolvidos buscavam compromissos maiores com o meio ambiente, em
detrimento do crescimento industrial, por outro lado, os países em desenvolvimento visavam ao crescimento
industrial independentemente das questões ambientais. 
Gro Harlem Brundtland
Saiba mais
Embora não tenha sido possível atingir um acordo que estabelecesse metas concretas a serem seguidas
pelos países participantes, durante a conferência foi concebido um importante documento político
denominado Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, publicado
em 6 de junho de 1972. Este foi o primeiro documento do direito internacional a reconhecer o direito do
ser humano a ter um meio ambiente de qualidade que permita que ele viva com dignidade. 
Nas duas décadas seguintes à conferência, observou-se um crescente aperfeiçoamento das legislações
nacionais, acompanhado de um cuidado gradual em estender a cooperação internacional à preservação e
melhoria do meio ambiente. 
Relatório de Brundtland
Em 1987, foi lançado o relatório Brundtland, também conhecido pelo seu título Nosso Futuro Comum. Esse
documento foi emblemático por cunhar o termo, muito usado até hoje, de desenvolvimento sustentável. 
Em 1983, a médica Gro Harlem Brundtland, mestre em
Saúde Pública e ex-primeira ministra da Noruega,
estabeleceu e presidiu a Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento.
Brundtland foi escolhida para
essa posição por ser responsável por um trabalho pioneiro à
época, buscando enxergar a saúde relacionada ao meio
ambiente e ao desenvolvimento humano.
O relatório já abordava temáticas relevantes para a
humanidade, como o aquecimento global e a destruição da
camada de ozônio, mas que ainda eram pouco difundidas
na sociedade. Além disso, ele estabeleceu uma série de
metas que deveriam ser seguidas pelos países para evitar a
trajetória de destruição ambiental e conter o aquecimento global. Foi a primeira vez que as nações tentaram
criar um consenso para buscar uma trajetória de desenvolvimento sustentável. 
O termo desenvolvimento sustentável é definido pelo relatório como o desenvolvimento capaz de
suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às
necessidades das futuras gerações. Uma trajetória que não esgote os recursos naturais para uso
futuro. 
Entre as medidas apontadas pelo relatório, constam soluções, como: 
O CFC presente em aerossóis é muito prejudicial à
camada de ozônio.
Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo.
Atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia).
Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas.
Limitação do crescimento populacional.
Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas
renováveis.
Aumento da produção industrial nos países não industrializados com base em tecnologias
ecologicamente adaptadas.
Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores.
Protocolo de Montreal
A Terra é envolta por um gás chamado ozônio (O3). Ele filtra os raios ultravioleta, protegendo animais, plantas
e seres humanos. Sem a camada de ozônio, os raios ultravioleta poderiam acabar com a vida no planeta. No
entanto, na superfície terrestre, ela contribui para agravar a poluição do ar das cidades e a chuva ácida. 
Proteção da Terra pela camada de ozônio em relação aos raios solares.
Cientistas britânicos detectaram, em 1977, um buraco na camada de ozônio sobre a Antártida. Desde então,
há diversos registros de que a camada está se tornando cada vez mais fina em diversas localidades do
mundo, especialmente nas áreas próximas aos polos. 
O problema é que diferentes substâncias químicas destroem o ozônio quando reagem com ele. 
A lista dos produtos que impactam
negativamente a camada de ozônio inclui os
óxidos nítricos e nitrosos expelidos por
exaustores dos veículos e o CO2 produzido pela
queima de combustíveis fósseis, como o carvão
e o petróleo.
Os mais destrutivos, no entanto, são os
clorofluorcarbonetos, CFCs, que são
geralmente usados como propelentes em
aerossóis, como isolantes em equipamentos de
refrigeração e para a produção de materiais
plásticos.
De acordo com o Ibama (2021), o Protocolo de
Montreal foi acordado com o objetivo de
proteger a camada de ozônio. Para isso, definiu
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a necessidade de eliminar a produção e o consumo das substâncias que causam sua destruição. Esse tratado
é consequência da Convenção de Viena para Proteção da Camada de Ozônio, da qual o Brasil é um dos países
signatários. 
Tal protocolo destaca-se como um dos tratados ambientais mais bem-sucedidos. Isso porque, desde sua
origem, países foram estimulados a assumir o compromisso com a eliminação gradual da produção e do
consumo das substâncias anteriormente referidas. 
Curiosidade
O protocolo de Montreal é o único acordo ambiental das Nações Unidas a ser ratificado por todos os
países do mundo, onde as partes participantes eliminaram 98% das substâncias que destroem a camada
de ozônio e com isso cerca de dois milhões de pessoas são salvas do câncer de pele todos os anos.
(PNUMA, 2019). 
Rio-92
Em 1992, o Rio de Janeiro foi sede da Conferência das
Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
que ficou conhecida como Eco-92 ou Rio-92. A conferência
fez com que a conscientização ambiental e ecológica
entrasse definitivamente na agenda dos cinco continentes
do mundo (IPEA, 2009). 
Delegações de 175 países, entre chefes de Estado e
ministros, se reuniram para definir medidas a fim de
enfrentar os problemas crescentes da emissão de gases
causadores do efeito estufa, entre outros desafios
ambientais. 
Representantes de movimentos sociais, da sociedade civil e da iniciativa privada também estiveram presentes
em peso com o objetivo de propor e apoiar um novo modelo de desenvolvimento econômico que
contemplasse a proteção da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais. 
Entre os principais consensos da Rio-92, concluiu-se que as nações mais desenvolvidas eram as
maiores responsáveis pela destruição do meio ambiente e que os países em desenvolvimento, como
o Brasil, ainda necessitavam de suporte financeiro e tecnológico para atingir um modelo sustentável
de crescimento. 
Como resultado da conferência, foi ratificada a Agenda 21, que estabelecia diversas políticas e ações
compromissadas com a responsabilidade ambiental. Além disso, apontava as mudanças necessárias dos
padrões de consumo, em relação à proteção dos recursos naturais e ao desenvolvimento de tecnologias
capazes de melhorar a gestão ambiental dos países. Também foram estabelecidos outros importantes
tratados, como as convenções da Biodiversidade, das Mudanças Climáticas e da Desertificação, a Carta da
Terra e a Declaração sobre Florestas. 
Protocolo de Quioto
O Protocolo de Quioto é um acordo que resultou da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas (UNFCC). Com o objetivo de combater o aquecimento global, foi negociado e adotado no Japão, na
cidade de Quioto, em 1997, e entrou em vigor em fevereiro de 2005. 
A redução da emissão de gases do efeito estufa (GEE)
foi um dos compromissos discutidos no protocolo de
Quioto.
Os países signatários se comprometeram a reduzir suas
emissões de gases de efeito estufa (GEE), que são os
causadores do aquecimento global. À data do início de
vigência, o acordo alcançou a meta de 50% de ratificações
dentre os 84 signatários originais.
O protocolo tem por base premissas comprovadas
pela ciência de que o aquecimento global é real e
causado pela ação antrópica. Ele foi considerado um
dos compromissos ambientais mais importantes já
firmado no mundo, visto que as mudanças climáticas,
consequência do aquecimento global, representam o
maior desafio ambiental já enfrentado pela
humanidade. 
O protocolo foi ratificado por 192 países, além da União Europeia (UE) — embora os Estados Unidos tenham
assinado, se negaram a ratificá-lo. Segundo o acordo, 37 economias industrializadas (denominadas países do
Anexo 1) se comprometeram a reduzir as emissões totais dos seis principais gases — dióxido de carbono
(CO2), metano (CH4), óxido de nitrogênio (N20) e três fluoretos (HFC, PFC, SF6) — em pelo menos 5% até
2012 em comparação com os níveis de 1990. 
Os países em desenvolvimento (do Anexo 2) não foram associados a um compromisso de reduzir os GEE por
ainda precisarem avançar em aspectos socioeconômicos. Eles se comprometeram somente a buscar reduzir a
poluição, sob o princípio de que os países ricos são os responsáveis históricos pelo aquecimento global e
deveriam se comprometer mais fortemente para as mudanças necessárias. 
Rio+20
Em 2012, 20 anos após a Rio-92, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, na cidade do Rio de Janeiro, também denominada Rio+20. Essa conferência também teve ampla
participação de líderes mundiais e de representantes de diversos setores da sociedade civil. 
Participantes da Rio+20.
O objetivo da conferência foi reafirmar o compromisso dos países e demais instituições com a busca por um
desenvolvimento sustentável. Os principais temas abordados foram: economia verde, inclusão social, pobreza
e, obviamente, desenvolvimento sustentável. 
O documento final da Rio+20 estabeleceu compromissos, como o desenvolvimento sustentável com
erradicação da pobreza, o fortalecimento do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA) e a criação de um Fórum Político de Alto Nível Internacional, entre outros. 
Infelizmente, a Rio+20 não obteve êxito em razão de seus impasses, principalmente entre os interesses dos
países desenvolvidos e em desenvolvimento. O documento final apresentou diversas intenções e encaminhou,
para os próximos anos, a definição de medidas práticas para garantir a proteção do meio ambiente. 
Comentário
Muitos analistas defenderam que a crise econômica mundial iniciada em 2008, principalmente nos
Estados Unidos e na Europa, acabou impactando negativamente as negociações, as tomadas de
decisões e o estabelecimento de compromissos durante a conferência. 
Acordo de Paris
O Acordo de Paris é um tratado mundial que possui um único objetivo: promover a redução do aquecimento
global. Ele foi discutido entre 195 países durante a COP21, no ano de 2015, em Paris. Aprovado em 12 de
dezembro de 2015, entrou em vigor oficialmente no dia 4 de novembro de 2016, um tempo recorde para um
acordo climático tão relevante para a sociedade. No ano de 2020, passou a vigorar como substituto do
Protocolo de Quioto. 
Esse tratado tem como principal objetivo a busca pela redução das emissões de GEE para limitar o aumento
médio de temperatura global a 2°C, quando comparado a níveis pré-industriais. No entanto, idealmente, para
que as consequências não sejam tão drásticas, o esforço maior deveria ser para limitar o aumento de
temperatura a 1,5°C. 
Uma grave consequência do aquecimento da temperatura no planteta é o
derretimento das calotas polares.
O acordo também prevê recomendações quanto à adaptação dos países signatários às mudanças climáticas,
em especial para os países menos desenvolvidos, com os seguintes objetivos: 
Objetivo 1
Reduzir a vulnerabilidade a eventos climáticos
extremos.
Objetivo 2
Fomentar o suporte financeiro e tecnológico
dos países desenvolvidos para os países em
desenvolvimento e mais vulneráveis.
Objetivo 3
Promover o desenvolvimento tecnológico e
transferência de tecnologia e capacitação para
adaptação às mudanças climáticas.
Objetivo 4
Estimular a cooperação entre a sociedade civil,
o setor privado, instituições financeiras,
cidades, comunidades e povos indígenas para
ampliar e fortalecer ações urgentes de
mitigação e adaptação do aquecimento global.
Em relatório publicado em agosto de 2021, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)
evidenciou que não é inequívoco a ação humana como causador do aquecimento global e, caso ações
drásticas não sejam colocadas em prática e o uso de combustíveis fósseis não diminua de forma expressiva,
as consequências climáticas serão desastrosas e poderão tornar o planeta um lugar inóspito para
sobrevivência humana e de outras espécies. 
O relatório do IPCC deixa claro que não estamos lidando com uma crise climática, e sim com uma
emergência climática. 
A partir de todos os marcos apresentados, salienta-se o agravamento dos problemas ambientais: hoje a
sociedade se encontra em um momento crucial para sua sobrevivência no planeta. Além da questão climática,
a ação humana tem provocado diversos outros impactos ambientais que trazem consequências desastrosas
para a vida no planeta. 
Devastação provocada pelas chuvas em cidade da Bélgica em julho de 2021.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Rio+20 – A Agenda 21
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Mudanças climáticas – a COP26
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Desde a década de 60, quando a questão ambiental começou a ter relevância na sociedade, a humanidade
iniciou a tomada de consciência sobre seu impacto ambiental. Um dos livros que legitimaram a necessidade
de se olhar para esse tema foi escrito por Rachel Carson. Qual era o assunto abordado?
A
Destruição da floresta amazônica
B
Uso indiscriminado de herbicidas
C
Extinção de animais silvestres
D
Acidificação dos oceanos
E
Mudanças climáticas
A alternativa B está correta.
O livro Primavera silenciosa trouxe à tona o resultado do uso de herbicidas nos Estados Unidos, que estava
provocando o desaparecimento de diversas espécies da fauna e da flora.
Questão 2
As mudanças climáticas representam o grande desafio ambiental enfrentado hoje pela humanidade. Caso o
aquecimento global não seja contido, trará consequências desastrosas para a vida no planeta. Qual opção
abaixo representa marcos importantes na agenda climática?
A
Protocolo de Quioto e Acordo de Paris.
B
Eco-92 e Rio+20.
C
Conferência de Estocolmo e relatório Brundtland.
D
Primavera silenciosa e Limites do Crescimento.
E
Desenvolvimento sustentável e relatório Brundtland.
A alternativa A está correta.
O Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris representam os acordos globais em prol da contenção do
aquecimento global, o maior desafio que a humanidade já enfrentou em termos ambientais.
3. Modelo de desenvolvimento e urbanização da sociedade
Modelo de desenvolvimento da sociedade atual
O modelo de desenvolvimento atual se baseia na produção e consumo crescentes de bens e serviços, com
leis do mercado que ditam as regras na perspectiva do individualismo e da competitividade. Nesse sentido,
nossa sociedade se fundamenta em um modelo industrial/tecnológico de globalização da economia, no qual
os interesses econômicos são sempre colocados na frente de questões sociais e ambientais. 
Um dos principais indicadores que mensura o
progresso da sociedade atual é o produto
interno bruto (PIB). Ele é a soma de todos os
bens e serviços finais produzidos por um país,
estado ou cidade, geralmente em um ano.
Todos os países calculam o seu PIB nas suas
respectivas moedas e mensuram o
desenvolvimento de suas economias a partir
dele. 
O modelo contemporâneo preconiza o
crescimento constante do PIB a partir da
utilização crescente de recursos naturais e de uma maior produção, maior consumo e, consequentemente,
maior descarte. Ele propõe que a mão invisível do mercado consegue resolver todas as questões mediante a
lei da oferta e demanda, no entanto, isso não acontece na prática. 
O crescimento econômico pode ajudar na promoção de melhorias em aspectos sociais, quando os recursos
financeiros são bem alocados com esse objetivo. Contudo, a sociedade atual enfrenta níveis de desigualdade
exorbitantes e outras inúmeras mazelas. Enquanto poucos concentram a maior parte da riqueza, a grande
maioria vive na pobreza e sem acesso a bens e serviços necessários para uma vida digna. É importante
ressaltar que há regiões do mundo menos desiguais, entretanto, na América Latina, onde fica o Brasil, a
desigualdade é gritante. 
A desigualdade social é um dos grandes problemas de muitos países.
Embora o processo de globalização tenha alguns aspectos positivos, como a promoção de maior riqueza e
bem-estar social e o acesso a diferentes bens e serviços, isso não ocorreu de forma homogênea no mundo.
Iniciada na década de 90, a globalização possibilitou o aumento das relações comerciais entre os países, que
começaram a produzir mais para exportar e, ao mesmo tempo, a demandar mais produtos de outras nações.
Nesse sentido, trouxe consigo muitas consequências negativas: acirrou desigualdades e problemas sociais e
descaracterizou muitas culturas, tornando hegemônico o viés em prol do consumo. Assim, configurou e
disseminou o modelo seguido pela sociedade atualmente. 
Os descartáveis, principalmente os plásticos, causam
grande impacto ambiental.
O que antes era produzido localmente, em menor escala e
velocidade, passou a ser produzido em diferentes partes do
mundo e transacionado por meio de longas distâncias. Além
disso, com os avanços tecnológicos e com o crescimento
do uso de combustíveis fósseis e de plástico, se
estabeleceu também a sociedade do descartável: antes os
itens eram produzidos para durar e serem consumidos em
menor velocidade, com embalagens retornáveis.
Com o
estabelecimento do modelo atual de desenvolvimento,
instituiu-se a sociedade do consumo excessivo e contínuo,
e os cidadãos se tornaram consumidores.
Anteriormente em um contexto rural, muitas vezes baseado
no setor agrícola e na economia de subsistência, as
cidades, principalmente as grandes, começaram a ser polos
de produção e a atrair novos habitantes, promovendo uma
mudança expressiva na população rural e urbana no mundo. 
Com a urbanização, agravou-se ainda mais a problemática ambiental: cidades começaram a crescer e a se
tornar polos de produção, consumo, poluição, degradação, pobreza, violência e desigualdade. É importante
mencionar que há exceções, mas, de forma geral, a urbanização trouxe consigo mais mazelas do que
benefícios para a maior parte da população. 
Urbanização como vetor de problemas ambientais
Nem sempre a humanidade viveu em cidades. Os primeiros habitantes eram nômades e, por isso, não tinham
residência fixa e viviam da caça, pesca e coleta. Nessa fase, o impacto ambiental associado ao ser humano
era muito inexpressivo. 
Com o passar do tempo, a maioria das comunidades nômades deixou essa condição para se tornarem
produtores. Esse foi o início do processo de aglomeração em localidades, que se transformaram em cidades.
O ser humano, com o desenvolvimento de atividades econômicas, foi se concentrando em centros urbanos. 
A urbanização é caracterizada pelo deslocamento de pessoas das zonas rurais para as cidades,
formando aglomerações de pessoas em áreas delimitadas. Na maioria das vezes, essas pessoas
estão buscando empregos nas diversas atividades produtivas e no setor de serviços. Essas áreas
deixam de ser agrícolas para se tornarem áreas industriais, onde o comércio e a prestação de
serviços também predominam. 
O processo de urbanização pode ser dividido em duas fases marcantes: 
Primeira fase
Ocorreu no período da Revolução Industrial, no
fim do século XVIII, com a enorme migração de
pessoas das áreas rurais rumo às cidades.
Nesse período, entretanto, a urbanização
concentrava-se apenas nos países envolvidos
na revolução.
Segunda fase
Aconteceu após a Segunda Guerra Mundial.
Essa urbanização não foi motivada pela
industrialização, mas sim pela crença de que as
cidades seriam melhores para se viver e
ofereceriam melhores condições de vida,
oportunidades de estudo e trabalho.
Conforme vimos, a urbanização não ocorreu simultaneamente no mundo, iniciou-se nos países
industrializados. No caso dos países em desenvolvimento e de industrialização tardia, como é o caso do Brasil,
o crescimento urbano aconteceu mais tarde, de forma acelerada e muito desordenada. A falta de
planejamento dessa migração rural-urbana tem promovido a proliferação de graves problemas, como
favelização, falta de infraestrutura, violência, poluição de todos os tipos, desemprego e pobreza. 
Com o crescimento acelerado e desordenado
das áreas urbanas, a maior parte do
contingente que migra da área rural para as
cidades acaba em favelas, onde os serviços de
água, luz e esgotamento geralmente são
precários ou inexistentes. Isso acontece
porque, muitas vezes, o Estado não consegue
acessar tais locais para oferecer serviços
básicos, como esgotamento sanitário, devido à
violência, que institui um estado paralelo. Com
isso, acabam-se acirrando os impactos
ambientais. 
E como ocorreu o processo de urbanização no Brasil?
Durante as décadas de 1970 e 1980, o Brasil sofreu um intenso processo de êxodo rural, resultado da
mecanização da produção agrícola, que expulsou trabalhadores do campo para as cidades em busca
de oportunidades de trabalho e sobrevivência. Atualmente, o deslocamento do campo para a cidade é
bem menor (IBGE, 2021).
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2015, a maior
parte da população brasileira, 84,72%, vive em áreas urbanas, enquanto 15,28% da população vive em
áreas rurais (IBGE, 2021).
Esse intenso processo de urbanização vivido no Brasil gerou o fenômeno chamado de 
metropolização, que define a ocupação urbana que ultrapassa os limites das cidades. Com isso, foram
desenvolvidos grandes centros metropolitanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre,
Salvador, Goiânia, Manaus, entre outros, que enfrentam diversos problemas sociais e ambientais.
Os problemas ambientais urbanos impactam de maneira significativa o meio ambiente das cidades e podem
se originar de causas naturais, mas geralmente ocorrem pela ação antrópica. Dentre eles, destacamos os
principais: 
Poluição Ilhas de calor
Inversão térmica Chuva ácida
Enchentes Deslizamentos de terra
No Brasil, esses transtornos estão relacionados à expansão desordenada dos centros urbanos, o que tem
ocorrido nas últimas décadas. Eles geram consequências econômicas e ambientais graves, impactando a
disponibilidade e a qualidade dos recursos ambientais, bem como resultam em inúmeras vidas perdidas
devido aos grandes desastres naturais. 
Com a geração de resíduos pelo consumo crescente, cria-se um modelo de sociedade insustentável. É bom
lembrar que nosso planeta possui recursos finitos e que a humanidade convive com diversas outras espécies
e formas de vida. 
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável instituídos pelo IBGE
Está na hora de falarmos sobre a sociedade de consumo e seus impactos negativos na saúde humana e do
planeta. Com a palavra a especialista Juliana Velloso. 
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Sociedade de consumo
Consumir é um ato necessário para a manutenção da vida, seja um insumo, um alimento, um vestuário, um
produto qualquer, ou algum serviço. No entanto, nunca se viu uma oferta de produtos e serviços tão
expressiva quanto se observa nos dias de hoje, nem tanta demanda para produtos descartáveis, feitos para
durar pouco (BASSI e LOPES, 2017). 
O consumo é importante para suprir as necessidades do ser humano, entretanto, após a Revolução Industrial,
a produção de bens de consumo passou a ser acelerada e em escala. Assim, o ato de consumir extrapolou o
necessário, chegando a um consumismo desenfreado e muitas vezes irracional, cultural, fomentado para
sustentar o modelo capitalista que vigora na sociedade. 
Somado à crescente produção de bens de consumo, a televisão e, bem mais recentemente, a internet, com
elaboradas estratégias de marketing e muitas propagandas, estimulam o consumo descontrolado. Além disso,
os produtos são feitos para durar determinado período, quando, na verdade, poderiam durar muito mais,
fenômeno chamado de obsolescência programada. Desse modo, as empresas induzem os consumidores a
sempre comprarem novos itens de consumo. 
Você sabe o que é obsolescência programada?
Ocorre quando um produto vem de fábrica com a predisposição a se tornar obsoleto ou parar de
funcionar após um período específico de uso — geralmente um tempo curto. Dessa forma, as
empresas lançam produtos no mercado para que sejam rapidamente descartados e substituídos por
outros.
Por exemplo: apesar do avanço tecnológico, hoje nossos eletrodomésticos duram muito menos do
que há 50 anos. Os produtos são fáceis de comprar, mas são desenhados para não durar. Como
efeito, os consumidores são obrigados a descartar os produtos adquiridos em um prazo
consideravelmente menor e substituí-los por novos, que provavelmente também tiveram sua
durabilidade alterada. Além do prejuízo ao consumidor, essa ação causa um impacto ao meio
ambiente, pelo uso de recursos naturais e de energia e pela geração de resíduos.
A máquina de lavar roupas, por exemplo, tem sido um grande alvo da obsolescência programada.
Quando criada, ela durava muitos anos, mas as fabricantes notaram que venderiam apenas um
número limitado de unidades. Por isso, passaram a disponibilizar no mercado modelos menos
duradouros e com uma eficiência menor, embora o objetivo do eletrodoméstico continuasse o mesmo.
Na área tecnológica, a obsolescência programada pode ser vista com maior frequência. Geralmente,
durante o período de garantia, smartphones, desktops e notebooks
de alguns fabricantes funcionam
normalmente. No entanto, após o fim desse prazo, passam a apresentar defeitos. Na quase totalidade
dos casos, o preço do conserto é tão alto que não vale a pena, e os consumidores são impelidos a
adquirir um produto novo. (IDEC, 2018)
Resumidamente, nossa sociedade é moldada pelo consumismo, caracterizado pelo desperdício e pelo
excesso. O resultado disso é uma sociedade que não vivencia o bem-estar associado ao consumo, apresenta
inúmeros problemas ambientais e sociais, além de ser formada por muitos cidadãos com crescentes
problemas psicológicos sérios. O modo de vida é orientado por uma busca crescente pelo consumo de bens
ou serviços, em sua relação simbólica com prazer, sucesso, felicidade, que acabam não ocorrendo na prática.
Isso demonstra que a sociedade de consumo falhou em diversos aspectos e é necessário mudar radicalmente
essa trajetória. 
Bauman traz uma boa reflexão sobre essa condição: 
A sociedade de consumidores representa o tipo de sociedade que
promove, encoraja ou reforça a escolha de um estilo de vida e uma
estratégia existencial consumistas, e rejeita todas as opções culturais
alternativas. Uma sociedade em que se adaptar aos preceitos da cultura de
consumo e segui-los estritamente é, para todos os fins e propósitos
práticos, a única escolha aprovada de maneira incondicional. Uma escolha
viável e, portanto, plausível — e uma condição de afiliação. 
(BAUMAN, 2008, p. 54) 
O ato de consumir acabou estabelecendo relações de poder: é mais poderoso aquele que mais consome. A
sociedade se submeteu à lógica do mercado e segue os padrões e diretrizes ditados pela indústria do
marketing, da publicidade e da propaganda. 
A lógica consumista se baseia na ganância, buscando sempre consumir mais, mesmo sem nenhuma
necessidade. Com esse modo de vida, exaurimos nossos recursos naturais, que são finitos e muitas vezes
escassos, além de gerarmos crescente poluição e inúmeros outros problemas ambientais que, segundo muitos
cientistas, estão levando a humanidade ao colapso de sua espécie. 
O consumo desenfreado pode ser causador do
esgotamento de nossos recursos naturais, como a
água.
De acordo com Bassi e Lopes (2017), o
consumismo é o lado perverso do consumo e
trouxe malefícios para a sociedade em termos
econômicos, sociais e ambientais, tais como a
condição de massificação na relação com as
pessoas; a publicidade exagerada e enganosa;
a ausência de civismo; a crescente e acelerada
exaustão dos recursos naturais; a
descartabilidade como conduta padrão; e a
exclusão social crescente e insustentável. 
Mazelas ambientais associadas ao modelo de sociedade
atual
Como já vimos, o modelo de desenvolvimento atual, baseado no consumismo desenfreado, trouxe
consequências ambientais sérias e irreversíveis. Dentre os inúmeros problemas, podemos citar:
 
extinção crescente de espécies;
buracos na camada de ozônio;
desertificações;
alteração da acidez dos mares;
degelo das calotas polares;
poluição plástica nos oceanos;
alterações climáticas;
alterações das correntes marítimas;
improdutividade das terras;
contaminação por uso de agrotóxicos.
Com o estabelecimento da sociedade do
consumo e o crescente aumento da velocidade
da compra e do descarte, caminhamos para o
esgotamento dos recursos naturais e para o
atingimento de índices insustentáveis de
poluição da atmosfera, da água e dos solos.
Perdemos, dia após dia, nossa biodiversidade e
a água potável, já escassa para tantos, se torna
cada vez mais rara e preciosa.
Há uma relação destrutiva entre o consumismo
e o meio ambiente. O modelo de
desenvolvimento insustentável em que vivemos
tem feito a sociedade caminhar para pontos
irreversíveis, o que pode tornar a terra
inabitável para a espécie humana e para outras
espécies. Nunca a humanidade gerou tamanho impacto ambiental e atingiu níveis tão alarmantes, que
poderão, em breve, se tornar inalteráveis, caso a rota de desenvolvimento e o modelo baseado em consumo
irracional e excessivo não sejam alterados. 
Vem que eu te explico!
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A sociedade de consumo
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Mazelas ambientais associadas ao modelo de sociedade atual
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Verificando o aprendizado
Questão 1
O modelo de desenvolvimento atual, baseado no consumismo desenfreado, trouxe consequências ambientais
sérias e irreversíveis. Dentre as opções a seguir, indique a aquela não representa uma consequência ambiental
negativa do modelo de desenvolvimento predominante no mundo:
A
Acidificação dos oceanos
B
Aquecimento global
C
Escassez hídrica
D
Aumento da produção de alimentos
E
Poluição plástica nos oceanos
A alternativa D está correta.
O aumento da produção de alimentos, mesmo trazendo consigo impactos ambientais expressivos, não
pode ser considerado uma consequência ambiental negativa do modelo de desenvolvimento predominante
na nossa sociedade.
Questão 2
A obsolescência programada pode ser caracterizada como:
A
uma forma de as empresas aumentarem sua produtividade e lucratividade.
B
um produto que vem de fábrica com a predisposição a se tornar obsoleto ou parar de funcionar após um curto
período de uso.
C
uma forma de produzir minimizando os impactos ambientais associados.
D
um produto que é produzido para durar um longo período e que pode ser facilmente reparado quando
quebrado.
E
um produto fabricado de forma ecoeficiente e que não gera impactos ambientais durante seu uso.
A alternativa B está correta.
A obsolescência programada ocorre quando um produto vem de fábrica com a predisposição a se tornar
obsoleto ou parar de funcionar após um curto período de uso, para que sejam rapidamente descartados e
substituídos por outros.
4. As nove fronteiras planetárias 
Introdução às nove fronteiras planetárias 
Em 2009, o ex-diretor do Stockholm Resilience Centre (SRC), Johan Rockström coordenou um grupo de 28
cientistas de renome internacional para identificar os nove processos que regulam a estabilidade e a
resiliência do sistema terrestre. 
Os cientistas propuseram limites quantitativos planetários dentro dos quais a humanidade pode continuar a se
desenvolver e prosperar pelas próximas gerações. Atravessar essas fronteiras aumenta o risco de gerar
mudanças ambientais abruptas ou irreversíveis em larga escala, podendo impedir a vida humana na Terra. 
As fronteiras planetárias e as interações complexas entre elas podem ser difíceis de entender em um primeiro
momento, mas precisam ser tomadas como prioridade na agenda de toda sociedade para que possamos
pensar em um futuro viável para a raça humana no planeta. 
Nos tópicos seguintes, apresentaremos as linhas gerais das fronteiras planetárias. 
Por que definir as fronteiras planetárias e seus limites?
Os limiares definem-se como transições não lineares no funcionamento de sistemas humanos-ambientais, por
exemplo, o recuo do gelo marinho do Ártico causado pelo aquecimento global antropogênico. São
características intrínsecas desses sistemas e são frequentemente definidos por uma posição ao longo de uma
ou mais variáveis de controle, como temperatura e feedback gelo-albedo no caso do gelo marinho. 
Alguns processos do sistema terrestre, como a mudança no uso da terra, não estão associados a limites
conhecidos na escala continental e global, mas podem, por meio do declínio contínuo das principais funções
ecológicas (como sequestro de carbono), causar colapsos funcionais, gerando feedbacks que desencadeiam
e aumentam a probabilidade de um limiar global em outros processos (como mudanças climáticas). 
Tais processos podem, no entanto, desencadear dinâmicas não lineares em escalas mais baixas, por exemplo,
cruzamento de limiares em lagos, florestas e savanas, como resultado da mudança no uso da terra e da água
e de alterações no carregamento de nutrientes. Essas
mudanças não lineares, de um estado desejado para
um indesejável, podem se tornar uma preocupação global para a humanidade, se ocorrerem em todo o
planeta. 
Os limites, por outro lado, são valores, determinados pelo homem, da variável de controle definida a uma
distância segura de um nível perigoso (para processos sem limites conhecidos nas escalas continental e
global) ou de seu limite global. Determinar uma distância segura envolve julgamentos normativos de como as
sociedades escolhem lidar com o risco e a incerteza. A escolha da variável de controle para cada limite
planetário foi baseada em uma avaliação da variável que, em equilíbrio, pode fornecer o parâmetro mais
abrangente, agregado e mensurável para limites individuais. Cada posição limite, proposta para cada fronteira,
assume que nenhuma outra fronteira foi transgredida e foi baseada no conhecimento existente hoje sobre
cada tema. 
O conceito proposto de fronteiras planetárias estabelece as bases para mudar as abordagens usuais que se
baseiam essencialmente em análises setoriais dos limites do crescimento, visando minimizar apenas as
externalidades negativas. 
Saiba mais
Com a definição das fronteiras planetárias, objetivou-se definir uma estimativa do espaço seguro para o
desenvolvimento humano. As fronteiras planetárias determinam, por assim dizer, as fronteiras do “campo
de jogo planetário” para a humanidade, se o objetivo for evitar grandes mudanças ambientais induzidas
pelo homem em uma escala global. 
Quais são as fronteiras planetárias?
Os cientistas identificaram nove processos e sistemas da Terra, bem como suas fronteiras que marcam a zona
segura para o planeta, como fatores fundamentais para o desenvolvimento sustentável e para a manutenção
da humanidade no planeta. 
Com o rápido crescimento do uso de combustíveis fósseis e da sociedade industrial de consumo, as
atividades antrópicas alcançaram níveis considerados irreversíveis e que podem causar mudanças ambientais
abruptas, criando condições desfavoráveis para a vida humana no planeta. 
As pressões antropogênicas no sistema terrestre alcançaram uma escala em que mudanças ambientais
globais abruptas não podem mais ser descartadas. Ao definir as fronteiras planetárias, foram definidos os
limites planetários dentro dos quais espera-se que a humanidade possa operar com segurança. Transgredir
uma ou mais fronteiras planetárias pode ser catastrófico devido ao risco de cruzar limiares que
desencadearão mudanças ambientais abruptas e não lineares em sistemas de escala continental a planetária. 
As nove fronteiras planetárias são: 
Mudanças climáticas
Perda da integridade da biosfera (perda de biodiversidade e extinção de espécies)
Destruição do ozônio estratosférico
Acidificação dos oceanos
Fluxos biogeoquímicos (ciclos do fósforo e do nitrogênio)
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 
Mudança do sistema terrestre (por exemplo, o desmatamento)
Utilização da água doce
Carga atmosférica de aerossóis (partículas microscópicas na atmosfera que afetam o clima e os
organismos vivos)
Introdução de novas entidades (por exemplo, poluentes orgânicos, materiais radioativos, nanomateriais
e microplásticos)
As nove fronteiras planetárias.
Duas dessas fronteiras, mudança climática e integridade da biosfera, são o que os cientistas chamam de
limites centrais e fundamentais para a sobrevivência humana na Terra. A alteração significativa de qualquer
um desses limites levaria o Sistema Terra a um novo estado, que nem os cientistas conseguem ainda saber
qual seria. 
Saiba mais
O estudo atualizado das fronteiras planetárias, publicado na revista Science em janeiro de 2015, revelou
que já foram ultrapassadas as fronteiras de mudanças climáticas, de perda de integridade da biosfera,
de mudança do sistema terrestre e de alteração de ciclos biogeoquímicos (fósforo e nitrogênio). 
Limites das fronteiras planetárias
Das nove fronteiras planetárias identificadas, foram propostas quantificações para sete delas. 
6. 
7. 
8. 
9. 
Mudanças climáticas
A concentração de CO2 na atmosfera precisa ser menor que 350ppm.
Acidificação oceânica
O estado de saturação média da água do mar superficial em relação à aragonita precisa ser maior ou
igual a 80% dos níveis pré-industriais.
Ozônio estratosférico
É preciso haver redução menor que 5% na concentração de O3 do nível pré-industrial de 290
unidades Dobson.
Ciclos biogeoquímicos
Em relação ao ciclo biogeoquímico de nitrogênio (N), é preciso limitar a fixação industrial e agrícola de
N2 a 35Tg N ano-1 e o ciclo de fósforo (P) não deve exceder 10 vezes o intemperismo natural de fundo
de P, que é enviado para os oceanos.
Utilização da água doce
É preciso ser menor que 4.000km3 ano-1 de uso consumptivo de recursos de escoamento.
Mudança do sistema terrestre
É preciso ter menos que 15% da superfície da Terra como áreas cultiváveis.
Perda de integridade da biosfera
Acerca da taxa na qual a diversidade biológica é perdida, é fundamental que a taxa anual de extinção
por milhão de espécies seja menor do que 10.
Os dois limites planetários adicionais, poluição química e o carregamento de aerossóis atmosféricos, ainda
não tiveram seus limites calculados por dificuldades científicas para tal. As fronteiras planetárias são
interdependentes, porque transgredir uma pode mudar a posição de outras fronteiras ou fazer com que sejam
transgredidas. Os impactos sociais da transgressão de fronteiras serão uma função da resiliência
socioecológica das sociedades afetadas. 
Importância da definição das fronteiras planetárias
As atividades humanas influenciam cada vez mais o clima da Terra e os ecossistemas. O planeta entrou em
uma nova época, o Antropoceno, na qual os humanos constituem o condutor dominante da mudança do
sistema terrestre. O crescimento exponencial das atividades humanas está aumentando a pressão sobre o
sistema, o que poderia desestabilizar sistemas biofísicos críticos e desencadear mudanças ambientais
abruptas ou irreversíveis. Esse é um dilema profundo porque o paradigma predominante de desenvolvimento
social e econômico permanece amplamente alheio ao risco de desastres ambientais induzidos pelo homem
em escalas continentais a planetárias. 
As fronteiras planetárias apresentaram um novo conceito para estimar um espaço operacional seguro para a
humanidade no que diz respeito ao funcionamento do sistema terrestre. Primeiramente, identificaram-se os
principais processos do sistema terrestre e depois se quantificou, para cada processo, o limite que não deve
ser transgredido para evitarmos mudanças ambientais globais inaceitáveis. 
O ambiente relativamente estável do Holoceno, o atual
período interglacial que começou há cerca de 10 mil anos,
permitiu que a agricultura e as sociedades complexas,
incluindo a atual, se desenvolvessem e florescessem.
Essa estabilidade induziu os humanos, pela primeira vez, a
investir de forma importante em seu ambiente natural, em
vez de meramente explorá-lo.
Apesar de algumas flutuações ambientais naturais nos
últimos 10 mil anos (por exemplo, padrões de chuva,
distribuição da vegetação, ciclo de nitrogênio), a Terra
permaneceu dentro do domínio de estabilidade do
Holoceno. A resiliência do planeta o manteve dentro da faixa de variação associada ao estado do Holoceno,
com os principais parâmetros biogeoquímicos e atmosféricos flutuando dentro de uma faixa relativamente
estreita. 
Ao mesmo tempo, ocorreram mudanças marcantes na dinâmica do sistema regional durante esse período.
Embora a marca das primeiras atividades humanas seja vista em escala regional (por exemplo, regimes de
fogo alterados, extinções de megafauna), não há evidências claras de que os humanos tenham afetado o
funcionamento do sistema terrestre em escala global até muito recentemente. No entanto, desde a Revolução
Industrial (o advento do Antropoceno), os humanos estão efetivamente empurrando o planeta para fora da
faixa de variabilidade do Holoceno em muitos processos-chave do sistema terrestre. Sem essas pressões, o
estado do Holoceno
poderia ser mantido por mais milhares de anos futuros. 
Até recentemente, a ciência havia fornecido avisos sobre os riscos planetários de ultrapassar os limiares nas
áreas de mudança climática e ozônio estratosférico. No entanto, a crescente pressão humana no planeta
requer atenção a outros processos biofísicos que são importantes para a resiliência dos subsistemas da Terra
e do sistema terrestre como um todo. 
A resiliência dos subsistemas do planeta está ameaçada quando longos períodos de condições
aparentemente estáveis são seguidos por períodos de mudança abrupta e não linear, refletida em
transições críticas de um domínio de estabilidade para outro quando os limiares são ultrapassados. 
O Antropoceno levanta uma nova questão: quais são as precondições planetárias inegociáveis que a
humanidade precisa respeitar para evitar o risco de mudanças ambientais deletérias ou mesmo catastróficas
em escalas continentais a globais? 
O estabelecimento das fronteiras planetárias é uma primeira tentativa de identificar os limites planetários para
os principais processos do sistema terrestre associados a limiares perigosos, cujo cruzamento poderia
empurrar o planeta para fora do estado Holoceno desejado. 
Comentário
Esse esforço científico foi extremamente relevante para dar ciência à humanidade dos grandes desafios
ambientais que enfrentamos e que podem provocar a extinção da raça humana neste planeta. 
Kate Raworth.
A economia donut e os limites planetários 
A economista Kate Raworth, da Universidade de Oxford,
propôs um modelo econômico simples, ambicioso,
revolucionário e original: a economia donut. Ela defende a
ideia de que devemos incluir os limites planetários na
concepção de um novo modelo de desenvolvimento
socioeconômico. A economista propõe expandir os
horizontes do pensamento econômico, que ainda é bastante
retrógrado ao não incorporar a questão ambiental como
central em seus modelos, premissas e propostas.
Na proposta da economia donut, a autora afirma que o
modelo econômico vigente é ultrapassado e não contempla
os grandes desafios contemporâneos. Ressalta a
necessidade de transformarmos o capitalismo, que sustenta
a sociedade de consumo, em um sistema sustentável do
ponto de vista social e ambiental. 
Na economia donut, o bem-estar da humanidade estaria em primeiro lugar, ou seja, à frente de sistemas e
modelos de desenvolvimento que perseguem o crescimento econômico infinito e desumano a qualquer custo.
Nesse modelo, a economia é associada ao formato de uma rosquinha (daí o nome donut), na qual o círculo
interno representa a base social — serviços e produtos como alimentos, saúde e habitação — enquanto o
externo está associado às fronteiras planetárias. No espaço entre um e outro, vemos um ambiente seguro e
justo para a humanidade viver e devemos compreender e aceitar que temos que estar dentro desse espaço. 
Diagrama da economia .
A sociedade, nesse sistema econômico, é considerada próspera quando todas as bases sociais são atendidas
sem ultrapassarmos nenhum dos limites planetários, tais como mudanças climáticas, acidificação dos
oceanos, poluição química, poluição por nitrogênio e fósforo, excesso de uso de água doce, danos à Terra,
perda de biodiversidade, poluição do ar, destruição da camada de ozônio, entre outros. O grande desafio da
humanidade para o século atual é atender e incluir todos dentro das possibilidades do planeta, ou seja, as
fronteiras sociais e planetárias devem nortear o modelo de desenvolvimento da sociedade. 
Amsterdã: cidade que está seguindo as diretrizes da economia donut
Acompanhe agora o caso da cidade de Amsterdã, que tem buscado incorporar, desde 2020, as diretrizes da
economia donut. Com a palavra a especialista Juliana Velloso. 
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
As Nove Fronteiras Planetárias
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A economia donut e os limites planetários
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Verificando o aprendizado
Questão 1
As fronteiras planetárias foram divulgadas em 2009, após ampla pesquisa científica. Entre as opções abaixo,
sinalize aquela que representa uma das fronteiras planetárias.
A
Fluxos climáticos
B
Queima de combustíveis fósseis
C
Degradação ambiental
D
Acidificação dos rios
E
Utilização da água doce
A alternativa E está correta.
As fronteiras planetárias são: mudanças climáticas, perda da integridade da biosfera, destruição do ozônio
estratosférico, acidificação dos oceanos, fluxos biogeoquímicos, mudança do sistema terrestre, utilização
da água doce, carga atmosférica de aerossóis e introdução de novas entidades.
Questão 2
Sobre a economia donut, que incorpora em seu modelo as fronteiras planetárias, podemos afirmar que ela
A
defende um modelo de desenvolvimento baseado no crescimento econômico, no qual o PIB é o principal
indicador de bem-estar econômico, social e ambiental.
B
defende que os aspectos ambientais são mais relevantes do que questões sociais e que o bem-estar da
humanidade não é relevante.
C
defende uma mudança de paradigma, pois considera que o modelo econômico vigente é ultrapassado e não
contempla os grandes desafios contemporâneos.
D
defende que a sociedade de consumo é importante para promover o bem-estar da população que precisa
aferir sempre bens de consumo.
E
defende o modelo de desenvolvimento baseado no capitalismo, sem mudanças relevantes, mas incorporando
a variável ambiental nas tomadas de decisão.
A alternativa C está correta.
A proposta da economia donut defende uma mudança de paradigma, pois defende que o modelo
econômico vigente é ultrapassado e não contempla os grandes desafios contemporâneos. Ressalta a
necessidade de transformarmos o capitalismo, que sustenta a sociedade de consumo, em um sistema
sustentável do ponto de vista social e ambiental.
5. Conclusão
Considerações finais
O sistema político e a indústria frequentemente tentaram negar previsões climáticas, que eram consideradas
catastróficas e exageradas. Contudo, hoje enfrentamos cada vez mais desastres naturais relacionados a
questões ambientais causadas pela ação humana e temos inúmeras e incontestáveis evidências científicas do
impacto da humanidade no planeta. Logo, fica claro que mudar a trajetória do impacto ambiental antrópico é
fundamental para a sobrevivência do ser humano na Terra. 
O que a humanidade viveu a partir de 2020, com a pandemia global do novo coronavírus, talvez já seja reflexo
da ação humana. Embora mudanças estruturais e de paradigma sejam necessárias para que a humanidade
possa, quem sabe, mudar sua trajetória, é fundamental que cada indivíduo se sensibilize e faça sua parte. 
Um dos primeiros passos para começarmos a agir é mensurar a pegada ecológica e montar um plano de ação
para diminui-la em um espaço de tempo definido. Não adianta, infelizmente, esperar a ação de governos e
empresas apenas. O papel dos cidadãos, seja cobrando os seus representantes e as empresas das quais
consomem — ou parando de consumir delas — é fundamental! Afinal, as instituições, sejam elas governos ou
empresas, são formadas por pessoas. 
Pudemos perceber claramente o impacto da ação humana no planeta e a necessidade urgente de mudança de
rumo. Diante disso, esperamos sensibilizar e movimentar cada indivíduo em prol de um planeta mais próspero,
justo e sustentável. 
Podcast
Antes de finalizarmos, a especialista Juliana Velloso apresenta alguns casos de iniciativas sustentáveis e
que minimizam os impactos ambientais em cidades brasileiras e europeias.
Conteúdo interativo
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Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema:
 
Acesse a página da Pegada Ecológica para realizar sua medição.
Pesquise o artigo intitulado Kate Raworth e a economia donut: uma alternativa ao crescimento a
qualquer custo,

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