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1a Lista de Exerc´ıcios de Equac¸o˜es Diferenciais I∗ Cleber Cavalcanti UFMa 25 de marc¸o de 2014 1. Considere a equac¸a˜o diferencial dy dx = −ay + b na qual a e b sa˜o nu´meros reais positivos. i) Resolva a equac¸a˜o diferencial. ii) Esboce um gra´fico da soluc¸a˜o para diversos dados iniciais, escolhendo- os convenientemente. iii) Descreva a mudanc¸a das soluc¸o˜es sob cada uma das condic¸o˜es: a) a aumenta, e b constante; b) b aumenta, e a constante; c) Tanto a quanto b aumentam, mas a raza˜o ab permanece a mesma. 2. A populac¸a˜o p = p (t) de ratos em um certo campo, medida em dias, satisfaz a equac¸a˜o diferencial dp dt = 12 p− 450. i) Se p (0) = 850, encontre o tempo a partir do qual a populac¸a˜o estara´ extinta. ii) Encontre o tempo de extinc¸a˜o se p (0) = p0, com 0 < p0 < 900. iii) Encontre a populac¸a˜o inicial p0 sabendo-se que a populac¸a˜o estara´ extinta em 1 ano. iv) O que acontece se p (0) = p0 ≥ 900 ? ∗Na˜o ha´ qualquer garantia de que a avaliac¸a˜o seja composta de questo˜es oriundas desta lista de exerc´ıcios. 1 3. A velocidade v = v (t) de certo objeto em queda livre satisfaz ao problema de valor inicial ∣∣∣∣∣∣ dv dt = g − 15 v v (0) = 0, no qual g denota a acelerac¸a˜o da gravidade (fac¸a g igual a 9, 8m/s2). i) Encontre o tempo gasto para o objeto alcanc¸ar 98% de sua velocidade limite. ii) Qual a distaˆncia percorrida por esse objeto no instante encontrado em i) ? 4. De acordo com a Lei de Newton do resfriamento, a temperatura u (t) de um objeto satisfaz a equac¸a˜o diferencial du dt = −k (u− T ) , na qual T e´ uma temperatura ambiente constante e k e´ uma constante positiva. Suponha que a temperatura inicial do objeto seja u (0) = u0. i) Encontre a temperatura do objeto em um instante t > 0 qualquer. ii) Seja τ o tempo no qual a diferenc¸a inicial de temperatura u0−T tenha reduzido-se pela metade. Encontre a relac¸a˜o entre k e τ . 5. Considere um circuito ele´trico contendo um capacitor com capacitaˆncia C constante conhecida, um resistor com resisteˆncia R constante conhecida, e uma fonte cuja tensa˜o V = V (t) varia de maneira conhecida, ligados em se´rie. A carga Q = Q (t) do capacitor satisfaz a equac¸a˜o diferencial R dQ dt + 1 C Q = V (t) . i) Se V for constante e Q = Q (0), encontre Q = Q (t) e esboce o seu gra´fico. ii) Se V for constante, encontre o valor limite QL do que Q = Q (t) aproxima-se depois de um longo tempo. 2 iii) Suponha que Q (t1) = QL e nesse instante, remova a bateria fechando o circuito. Encontre Q = Q (t) para t > t1 e esboce o seu gra´fico. iv) Se V e´ dada por V (t) = Vmax sen (ωt) e Q (0) = 0, encontre Q = Q (t) e esboce seu gra´fico. 6. Mostre que se a e λ sa˜o constantes positivas, e b um nu´mero real qualquer, enta˜o toda soluc¸a˜o de y′ + ay = be−λx tem a propriedade lim x→∞ y (x) = 0 (Sugesta˜o: Considere os casos a = λ e a 6= λ separadamente). 7. Considere o seguinte me´todo de resoluc¸a˜o de EDO linear geral de primeira ordem: y′ + p (x) y = q (x) . (∗) i) Se q (x) = 0 para todo x, mostre que a soluc¸a˜o e´ y (x) = A exp ( − ∫ p (x) dx ) , (∗∗) na qual A e´ constante. ii) Se q na˜o for sempre nula, suponha que a soluc¸a˜o da equac¸a˜o (∗) seja da forma y (x) = A (x) exp ( − ∫ p (x) dx ) , (∗ ∗ ∗) na qual A e´ uma func¸a˜o de x. Substituindo y na equac¸a˜o diferencial dada, mostre que A deve satisfazer a condic¸a˜o A′ (x) = q (x) exp (∫ p (x) dx ) . (∗ ∗ ∗ ∗) iii) Encontre A = A (x) por (∗ ∗ ∗ ∗). Substitua A em (∗ ∗ ∗) determine y. Verifique que a soluc¸a˜o assim obtida esta´ de acordo com aquela encontrada em sala de aula. Esta te´cnica e´ conhecida como o me´todo da variac¸a˜o dos paraˆmetros. 8. Suponha que um tanque contendo um certo l´ıquido tem um furo perto do fundo. Seja h (t) a altura da superf´ıcie do l´ıquido acima do furo no instante t. O princ´ıpio de Torricelli estabelece que a velocidade v do escoamento pelo furo e´ igual a velocidade de uma part´ıcula caindo livremente de uma altura h. i) Mostre que v = √ 2gh, na qual g e´ a acelerac¸a˜o devida a` gravidade. 3 ii) Equacionando a taxa do escoamento com a taxa do l´ıquido dentro do tanque, mostre que h (t) satisfaz a equac¸a˜o A (h) dh dt = −αa √ 2gh, na qual A (h) e´ a a´rea da secc¸a˜o transversal do tanque na altura h e a e´ a a´rea do furo. A constante α e´ um coeficiente de contrac¸a˜o que leva em conta o fato observado de que a secc¸a˜o transversal de um escoamento (suave) e´ menor do que a. iii) Considere um tanque com a´gua (use α = 0, 6) na forma de um cilindro circular reto na vertical com 3 metros acima do furo. O raio do tanque e´ 1 metro e o raio do furo e´ 0, 1 metro. Se o tanque estiver inicialmente cheio de a´gua, determine como sera´ o esvaziamento do tanque ate´ o n´ıvel do buraco ao longo do tempo. 9. A populac¸a˜o de mosquitos em uma certa a´rea aumenta com uma taxa pro- porcional a` populac¸a˜o atual, e na auseˆncia de outros fatores, a populac¸a˜o dobra a cada semana. Ha´ 200.000 mosquitos em uma a´rea inicialmente, e a populac¸a˜o de predadores (pa´ssaros, morcegos e similares) come 20.000 mosquitos por dia. Determine a populac¸a˜o de mosquitos na a´rea em func¸a˜o do tempo. 10. A lei de Newton do resfriamento estabelece que a temperatura de um objeto muda com uma taxa proporcional a` diferenc¸a entre sua tempertura e a temperatura do ambiente. Suponha que a temperatura de um copo de cafe´ obedec¸a a` lei de Newton do resfriamento. Se o cafe´ tem uma temperatura de 200oF imediatamente apo´s servido, e 1 minuto depois esfriou para 190oF em uma sala a 70oF, determine quando o cafe´ atingira´ a temperatura de 150oF. 11. Transfereˆncia de calor de um corpo para o seu ambiente por radiac¸a˜o, baseado na lei de Stefan-Boltzmann, e´ descrita pela equac¸a˜o diferencial du dt = −α (u4 − T 4) , (†) na qual u (t) e´ a temperatura absoluta do corpo no tempo t, T e´ a tem- peratura absoluta do ambiente, e α e´ uma constante que depende de paraˆmetros f´ısicos do corpo. Entretanto, se u e´ muito maior do que T , enta˜o as soluc¸o˜es de (†) sa˜o bem aproximadas pelas soluc¸o˜es da equac¸a˜o mais simples du dt = −αu4. (‡) Suponha que um corpo com temperatura inicial 2.000oK esta´ em um am- biente com 300oK e que α = 2 · 10−12 oK−3/s. i) Determine a temperatura do corpo para qualquer instate de tempo t resolvendo a equac¸a˜o (‡). 4 ii) Esboce um gra´fico de u por t. iii) Encontre o tempo τ no qual u (τ) = 600, ou seja, duas vezes a tem- peratura ambiente. Ate´ esse instante o erro causado pelo uso de (†) na˜o e´ maior que 1%. 12. Considere uma caixa coberta (um edif´ıcio talvez) com temperatura interna u (t). De acordo com a lei de Newton do resfriamento, u (t) satisfaz a equac¸a˜o diferencial du dt = −k [u (t)− T (t)] , (?) na qual T (t) e´ a temperatura ambiente (externa). Suponha que T (t) varie senoidalmente, por exemplo, considere T (t) = T0 + T1 cos (ωt). i) Resolva a equac¸a˜o (?) e expresse u (t) em termos de t, k, T0, T1 e ω. Observe que parte de sua soluc¸a˜o aproxima-se de zero quando t torna- se grande; esse termo e´ denominado parte transiente. O restante da soluc¸a˜o e´ chamado de estado esta´vel ; denota-se por S (t). ii) Suponha que t seja medido em horas e que ω = pi/12, correspondendo a um per´ıodo de 24 horas para T (t). Em seguida, seja T0 = 60 oF, T1 = 15 oF, e k = 0, 2/h. Desenhe no mesmo eixo gra´ficos de T (t) e S (t) por t. Tambe´m estime a diferenc¸a de tempo τ correspondente entre o ma´ximo de T (t) e S (t). 13. Um corpo de massa constante m e´ projetado verticalmente para cima com velocidade inicial v0 em um meio oferecendo uma resisteˆncia k |v|. Despreze mudanc¸as na forc¸a gravitacional. i) Encontre a altura ma´xima xm alcanc¸ada pelo corpoe o tempo tm no qual a altura ma´xima e´ alcanc¸ada. ii) Mostre que se kv0 mg < 1, enta˜o tm e xm podem ser expressos como tm = v0 g [ 1− 1 2 kv0 mg + 1 3 ( kv0 mg )2 − · · · ] , xm = v20 2g [ 1− 2 3 kv0 mg + 1 2 ( kv0 mg )2 − · · · ] . iii) Encontre a velocidade v (t) do corpo para cada instante t. iv) Use a parte iii) para calcular o limite de v (t) quando k → 0+, ou seja, quando a resisteˆncia tende a zero. Este resultado esta´ de acordo com a velocidade de uma massa m projetada para cima com velocidade inicial v0 no va´cuo? v) Use a parte iii) para calcular o limite de v (t) quando m → 0+, ou seja, a massa tende a zero. 5 14. Um dos mais famosos problemas da histo´ria da matema´tica e´ a bra- quisto´crona: encontrar uma curva ao longo da qual uma part´ıcula des- lizara´ sem fricc¸a˜o em um tempo mı´nimo do ponto P a outro ponto Q, sendo o segundo ponto mais baixo do que o primeiro, mas na˜o na mesma linha vertical. Este problema foi proposto por Johann Bernoulli em 1696 como um desafio aos matema´ticos da e´poca. “Datis in plano verticali punctis P et Q, assignare mobili M viam PMQ, per quam gravitate sua descends, et moveri incipiens a puncto P , brevis- simo tempore perveniat ad alterum punctum Q.” Soluc¸o˜es corretas foram encontradas por Johann Bernoulli e seu irma˜o Jakob Bernoulli, por Isaac Newton, Gottfried Leibniz, e pelo Marqueˆs de L’Hopital. O problema da braquisto´crona e´ importante no desenvolvi- mento da matema´tica como um dos precursores do Ca´lculo das Variac¸o˜es. Na soluc¸a˜o desse problema e´ conveniente tomar a origem como sendo o ponto superior P e orientar os eixos como na figura abaixo. O ponto mais baixo Q tem coordenadas (x0, y0). Enta˜o e´ poss´ıvel mostrar que a curva de tempo mı´nimo e´ dada pela func¸a˜o y = φ (x) que satisfaz a equac¸a˜o diferencial [ 1 + (y′)2 ] y = k2, (??) na qual k2 e´ uma certa constante positiva a ser determinada depois. i) Explicite y′ na equac¸a˜o (??). Por que e´ necessa´rio escolher a raiz quadrada positiva? ii) Introduza uma nova varia´vel t pela relac¸a˜o y = k2 sen2 t. (? ? ∗) 6 Mostre que a equac¸a˜o encontrada na parte i) assume a forma dx dt = 2k2 sen2 t, (? ? ∗ ∗) iii) Fazendo θ = 2t, mostre que a soluc¸a˜o de (? ? ∗ ∗) para a qual x = 0 quando y = 0 e´ dada por x = 12 k 2 (θ − sen θ) y = 12 k2 (1− cos θ) . (? ? ∗ ∗′) As equac¸o˜es (??∗ ∗′) sa˜o equac¸o˜es parame´tricas da soluc¸a˜o da equac¸a˜o (??) que passa em (0, 0). O trac¸o da curva θ 7→ (x, y) com x e y dados pelas equac¸o˜es (? ? ∗ ∗′) e´ chamado de ciclo´ide. iv) Se fizermos uma escolha conveniente da constante k, enta˜o a ciclo´ide tambe´m passara´ pelo ponto (x0, y0) e sera´ soluc¸a˜o do problema da braquisto´crona. Encontre k se (x0, y0) = (1, 2). 15. Determine se cada uma das equac¸o˜es abaixo e´ exata. Em caso afirmativo, encontre a soluc¸a˜o geral. i) (2x− 2y) y′ + (2x+ 4y) = 0 ii) (2y − 2) y′ + (2x+ 3) = 0 iii) ( 2x2y + 2x ) y′ + ( 2xy2 + 2y ) = 0 iv) dy dx = −ax+ by bx+ cy , a, b, c > 0 v) y (x2 + y2) 3/2 y′ + x (x2 + y2) 3/2 = 0 vi) dy dx = −ax− by bx− cy , a, b, c > 0 vii) (lnx− 2) y′ + ( yx + 6x) = 0, x > 0 viii) (3x− ex sen y) y′ − (ex sen y + 3y) = 0 ix) ( 6y2 − x2 + 3) y′ + (3x2 − 2xy + 2) = 0 x) (y lnx+ xy) y′ + (x ln y + xy) = 0, x > 0, y > 0 xi) (ex cos y + 2 cosx) y′ + (ex sen y − 2y senx) = 0 xii) (xexy cos 2x− 3) y′ + (yexy cos 2x− 2exy sen 2x+ 2x) = 0. 16. Mostre que as equac¸o˜es abaixo na˜o sa˜o exatas mas podem vir a tornar-se exatas depois de multiplicadas pelo fator integrante indicado. Resolva-as i) ( cos y + 2e−x cosx y ) y′ + ( sen y y − 2e−x senx ) = 0, µ (x, y) = yex ii) x ( 1 + y2 ) y′ − (x2y3) = 0, µ (x, y) = 1xy3 iii) (2x− yey) y′ + y = 0, x > 0, y > 0, µ (x, y) = y iv) x cos (y) y′ + (x+ 2) sen y = 0, µ (x, y) = xex. 7 17. Solucione a equac¸a˜o diferencial( x2 + xy ) y′ + ( 3xy + y2 ) = 0 usando o fator integrante µ (x, y) = 1 xy (2x+ y) . Verifique que a soluc¸a˜o e´ a mesma daquela obtida em sala de aula usando um fator integrante diferente. 18. Por meio da mudanc¸a de varia´veis estabecida em sala de aula (u = yx ) resolva as seguintes equac¸o˜es diferenciais homogeˆneas i) xy′ + x− y = 0 ii) xy′ + x+ y = 0 iii) (y − 2x) y′ + x = 0 iv) 2 (x+ y) y′ = y v) −x2y′ + y2 + xy vi) x2y′ + y2 + xy = 0 vii) y′ = y − x y + x viii) y′ = x+ 3y 3x+ y ix) ( x+ √ xy ) y′ − y = 0 x) xy′ = y + √ x2 − y2, x > 0 19. Usando o me´todo desenvolvido em sala de aula, resolva as equac¸o˜es do tipo Bernoulli abaixo. i) x2y′ + 2xy − y3 = 0, x > 0. ii) y′ = ry − ky2, r > 0, k > 0. iii) y′ = �− σy3, � > 0, σ > 0. iv) y′ = (Γ cos t+ T ) y − y3, Γ e T sa˜o constantes. 20. No Ca´lculo de curvas planas, aprende-se que a curvatura κ de uma curva y = y (x) no ponto (x, y) e´ dada por κ = |y′′ (x)|[ 1 + (y′ (x))2 ]3/2 e que a curvatura de uma circunfereˆncia de raio r e´ κ = 1r . Reciproca- mente, conclua que as u´nicas curvas planas com curvatura constante 1r sa˜o as circunfereˆncias na forma (x− x0)2 + (y − y0)2 = r2 . 8 21. A propagac¸a˜o de uma u´nica ac¸a˜o em uma grande populac¸a˜o (por exemplo, motoristas furando o sinal vermelho ao poˆr do Sol) depende frequente- mente em parte das circunstaˆncias externas (cair da noite) e em parte da tendeˆncia de imitar outra pessoa que ja´ realizou a ac¸a˜o em questa˜o. Neste caso, a proporc¸a˜o y (t) de pessoas que realizaram a ac¸a˜o pode ser descrita pela equac¸a˜o dy dt = (1− y) [x (t) + by] , na qual x (t) mede o est´ımulo externo no tempo t e b e´ o coeficiente de imitac¸a˜o. i) Observe que a equac¸a˜o acima e´ do tipo Riccati, e que y1 (t) = 1 e´ uma soluc¸a˜o particular. Usando a transformac¸a˜o mostrada em sala de aula, encontre a equac¸a˜o linear satisfeita por v = v (t). ii) Encontre v = v (t) no caso em que x (t) = at, na qual a e´ uma cons- tante. Deixe sua resposta sob a forma de uma integral. 22. Em um trabalho de Daniel Bernoulli de 1760, seu objetivo era avaliar a eficieˆncia de um controverso me´todo de vacinac¸a˜o contra a var´ıola, que em seu tempo era a maior ameac¸a a` sau´de pu´blica. Seu modelo e´ igual- mente bem aplicado a qualquer doenc¸a que, uma vez contra´ıda e tenha sobrevivido, confere um tempo de vida a` imunidade. Considere o grupo de indiv´ıduos nascidos em um dado ano (t = 0), e seja n (t) o nu´mero de in- div´ıduos que sobreviveram t anos depois. Seja x (t) o nu´mero de membros desse grupo que na˜o tiveram var´ıola ate´ o ano t, e que esta˜o dessa maneira ainda suscept´ıveis. Sejam β a taxa com que indiv´ıduos suscept´ıveis a con- tra´ıem var´ıola e ν a taxa de indiv´ıduos que contraem var´ıola e morrem dessa doenc¸a. Finalmente seja µ (t) a taxa de mortes com outras causas (todas as causas exceto var´ıola). Enta˜o dx dt , a taxa na qual o nu´mero de indiv´ıduos suscept´ıveis diminui, e´ dada por dx dt = −βx− µ (t)x ; (}) no segundo membro, o primeiro termo e´ a taxa com que indiv´ıduos sus- cept´ıveis contraem var´ıola, enquanto o segundo termo e´ a taxa com a qual esses indiv´ıduos morrem de outras causas. Tambe´m, dn dt = −νβx− µ (t)n, (}}) na qual dn dt e´ a taxa de morte no grupo todo, o primeiro termo do segundo membro e´ a taxa de mortes devida a` var´ıola, e o segundo termo do segundo membro a taxa de mortes devida a` outras causas. 9 i) Seja z = x n e mostre que z satisfaz ao problema de valor inicial∣∣∣∣∣∣ dz dt = −βz (1− νz) z (0) = 1. (}}}) Observe que o problema de valor inicial (}}}) na˜o depende de µ (t). ii) Encontre z = z (t) resolvendo o problema (}}}). iii) Bernoulli estimou ν = β = 18 . Usando esses valores, determine a pro- porc¸a˜o de indiv´ıduoscom 20 anos de idade que na˜o tiveram var´ıola.1 23. Mostre que a substituic¸a˜o v = ln y transforma a equac¸a˜o diferencial dy dx + P (x) y = Q (x) (y ln y) na equac¸a˜o diferencial linear dv dx −Q (x) v + P (x) = 0 . 24. Uma equac¸a˜o na forma y = xy′ + g (y′) (⊕) e´ chamada de uma Equac¸a˜o de Clairaut. Mostre que a famı´lia a um paraˆmetro de linhas retas descrita por y (x) = Cx+ g (C) e´ uma soluc¸a˜o geral de (⊕). “Quando eu estiver contigo no fim do dia, podera´s ver as minhas cicatrizes, e enta˜o sabera´s que eu me feri e tambe´m que me curei.” Rabindranath Tagore (1861-1941) 1Baseado no modelo acima descrito, e usando os melhores dados de mortalidade dispon´ıveis na e´poca, Bernoulli calculou que se as mortes por var´ıola pudessem ser eliminadas (ν = 0), enta˜o aproximadamente treˆs anos poderiam ser adicionados a` expectativa de vida me´dia (em 1760) de 26 anos e 7 meses. Ele portanto apoiou o programa de vacinac¸a˜o. 10
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