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Unidade II
Unidade II
5 DOENÇAS VALVULARES E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
5.1 Valvopatias
As valvopatias são um grupo especial de doenças cardíacas, com características particulares, que, 
em geral, após a instalação, cursam um longo período sem manifestações clínicas. Porém, quando há 
o aparecimento de sintomas, o indivíduo pode ser um candidato a intervenções cirúrgicas (Tarasoutchi 
et al., 2005). 
O diagnóstico do tipo de doença valvar, assim como a gravidade, é feito por meio de exames de 
imagem, como radiografia de tórax, ecocardiografia, anamnese e eletrocardiografia, sendo que alguns 
indivíduos acometidos pela doença têm a necessidade de fazer um cateterismo. 
A doença valvar, a insuficiência e a estenose, uma vez diagnosticadas, podem ser divididas 
em leve, moderada e grave, levando em consideração as condições anatômicas e hemodinâmicas 
(Bonow et al., 1998). 
Adicionalmente, são avaliados os sintomas, como cansaço e falta de ar em esforço (dispneia), dor 
no tórax e desmaios. Feita a avaliação, a recomendação do tratamento ou de atividade física será 
realizada de acordo com o tipo de doença, a gravidade e os sintomas. Palpitações são muito comuns em 
pessoas com valvopatia mitral, enquanto dor torácica anginosa ao esforço e síncope ao esforço são mais 
frequentes em pacientes com valvopatia aórtica. A rouquidão (síndrome de Ortner) pode estar associada 
à estenose mitral. 
 Observação 
A síndrome de Ortner, também conhecida como síndrome cardiovocal, 
pode ocorrer em decorrência de muitos distúrbios cardiopulmonares. A 
hipertensão pulmonar ou alguma causa que leve à dilatação e ao aumento 
da tensão na artéria pulmonar, sendo temporária ou “dinâmica”, pode ser 
responsável pela paralisia da prega vocal. Além disso, a compressão do 
nervo entre a aorta e a artéria pulmonar sob tensão é um fator comum 
(Subramaniam et al., 2011). 
Todas as valvopatias podem evoluir com sintomas de insuficiência cardíaca (IC), como dispneia aos 
esforços, ortopneia, dispneia paroxística noturna, tosse, chiado, hemoptise, edema periférico e fadiga 
(Swedberg et al., 2005). 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
 Observação 
A ortopneia é caracterizada por dificuldade respiratória (dispneia) que 
ocorre quando a pessoa está deitada. 
5.1.1 Estenose mitral
A estenose mitral (EM) representa uma resistência ao fluxo sanguíneo na passagem pela válvula 
mitral (localizada entre o átrio e o ventrículo esquerdo) em razão do espessamento e da imobilidade 
dos folhetos da válvula. Entre outras possíveis causas, destacam-se a congênita, as doenças 
infiltrativas (mucopolissacaridoses), o lúpus eritematoso sistêmico, a artrite reumatoide e os estados 
serotoninérgicos (síndrome carcinoide) (Bonow et al., 2008). 
Na maioria dos casos, a causa da estenose mitral é reumática e desconhecida, atingindo indivíduos 
jovens, principalmente do sexo feminino. A gravidade da estenose mitral pode ser medida pela área 
valvar e pela estimativa de pressão nos pequenos capilares pulmonares em exercício, além da pressão 
sistólica da artéria pulmonar. Pode-se observar, a seguir, a tabela de classificação de comprometimento 
da estenose mitral: 
Tabela 23 – Gravidade da estenose mitral 
Área valvar Gradiente médio em repouso
Discreta > 1,5 cm2 10 mmHg
Fonte: Tarasoutchi et al. (2011, p. 6). 
Os indivíduos acometidos por estenose mitral leve, de maneira geral, conseguem realizar exercício 
físico sem ter sintomas (permanecendo assintomáticos). No caso de um acometimento de maior 
gravidade, é possível que o esforço provoque um aumento da pressão no átrio esquerdo, que, em 
conjunto com a estenose mitral mais grave, aumente a pressão nos capilares pulmonares, o que pode 
levar ao edema agudo dos pulmões. A estenose mitral, porém, em pouquíssimas condições, é causa de 
morte súbita em exercício (Bonow et al., 1998). 
 Observação 
O aumento das pressões no átrio esquerdo, no caso de um acometimento 
mais grave da doença, pode ter relação com o aumento do débito cardíaco 
e da frequência cardíaca proporcionada pelo exercício. 
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Unidade II
5.1.2 Insuficiência mitral
A insuficiência mitral (IM) é caracterizada pelo retorno do fluxo de sangue para o átrio esquerdo 
durante a contração ventricular. Pode acontecer em decorrência de anormalidades em toda a estrutura 
das valvas cardíacas, incluindo os folhetos, o ânulo, as cordas tendíneas e os músculos papilares. 
A insuficiência mitral pode ser classificada em primária (resultante de deformidade estrutural valvar) 
ou secundária (quando relacionada a outra doença cardíaca). No caso da primária, as causas envolvem o 
prolapso da valva mitral, a endocardite infecciosa, a febre reumática (FR), os traumas e as deformidades 
congênitas. Já a secundária relaciona-se à isquemia miocárdica, à cardiomiopatia hipertrófica e à 
disfunção ventricular esquerda do tipo sistólica. 
A prevalência do prolapso da valva mitral (PVM) na população geral varia de 1% a 2,5% (Devereux 
et  al., 1982 apud Tarasoutchi et al., 2011), mas, em grande parte dos casos, tem boa evolução e é 
favorável (Avierinos et al., 2002). 
Valva da aorta, válvula semilunar esquerda
Átrio esquerdo do coração
Válvula anterior
Válvula posterior
Ápice do coração
Valva atrioventricular direita, 
válvula posterior
Valva atrioventricular direita, 
válvula septal
Figura 33 – Ventrículos direito e esquerdo; corte longitudinal no eixo cardíaco; vista 
anterior esquerda; lateral. A seta indica a regurgitação de sangue para o átrio esquerdo 
Fonte: Putz e Pabst (2000, p. 82).
5.1.3 Estenose aórtica
A estenose aórtica (EAo) é a doença valvar aórtica adquirida com maior frequência e está presente 
em 4,5% da população acima de 75 anos (Schwartz; Zipes, 2008). É caracterizada pela obstrução da via 
de saída de sangue do VE (ventrículo esquerdo) pela calcificação das estruturas valvares. 
95
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Devido ao envelhecimento da população, a incidência dessa doença deve aumentar nos próximos 
anos, sendo que a sua causa tem relação com o processo fisiológico de envelhecimento. Suas 
principais causas são: EAo congênita, calcificação da valva aórtica bicúspide, calcificação da valva 
aórtica tricúspide, EAo degenerativa e FR. Esta última está invariavelmente associada à valvopatia 
mitral e, apesar da diminuição de sua incidência nos países desenvolvidos, continua frequente no 
Brasil e nos demais países da América Latina. Com a evolução da calcificação valvar, a EAo pode 
progredir para a hipertrofia ventricular concêntrica, levando à elevação das pressões de enchimento 
e, finalmente, à disfunção ventricular (Tarasoutch et al., 2011). 
Em geral, como a evolução dessa calcificação é gradual e lenta, os sintomas associados à EAo 
(dor torácica, síncope e dispneia) aparecem após os 60 anos de idade, sendo ainda mais tardios nos 
casos de EAo degenerativa. Quando os sintomas se iniciam, os indivíduos acometidos pela doença 
começam a apresentar mais riscos de morte súbita e uma piora considerável em seu prognóstico, 
com sobrevida média de dois a três anos (Bonow et al., 2008). Por isso, é de extrema importância a 
prevenção e a identificação precoce do surgimento de sintomas ou de disfunção cardíaca. 
5.1.4 Insuficiência aórtica
O desenvolvimento da lesão que leva à regurgitação na valva aórtica pode estar relacionado com várias 
causas, entre elas a dilatação idiopática (sem causa conhecida) da aorta, as anormalidades congênitas 
(valva bicúspide), a calcificação da valva, a doença reumática, a endocardite infecciosa, a hipertensão 
arterial sistêmica, a degeneração mixomatosa, a dissecção da aorta ascendente e a síndrome  de 
Marfan. Além dessas, existem outras causas menos frequentes, que incluem as lesões traumáticas, a 
espondilite anquilosante, a aortite sifilítica, a artrite reumatoide, a osteogênese imperfeita, a síndrome 
de Ehlers-Danlos, a síndrome de Reiter, a estenose subaórticamuscular e da elasticidade 
dos tendões e ligamentos (tecidos conectivos), bem como da viscosidade dos fluidos sinoviais. O autor 
relata a perda de massa muscular a partir dos 50 anos, sendo de 1,9 kg para homens e 1,1 kg para 
mulheres (por década). Essa diminuição é maior nos membros inferiores, e não há diferença entre os 
sexos (Fechine; Trompieri, 2012). 
Ocorre, com o envelhecimento, uma diminuição da secção transversa do músculo. O volume 
intramuscular é representado por maior conteúdo gorduroso e de colágeno, e essa atrofia muscular 
decorre da perda de fibras musculares, que chega a ser 20% menor do que a observada em adultos. 
Alcança-se o pico de força muscular aos 25 anos, e o declínio é lento até os 50 anos. Após esse período, 
é possível observar, por década, a perda entre 12% e 15% (Fechine; Trompieri, 2012; Souza; Jacob 
Filho, 1994). 
Consequentemente, a perda de massa muscular contribui para outras alterações, como a diminuição 
da densidade óssea, a menor sensibilidade à insulina, a menor capacidade aeróbia, a menor taxa de 
metabolismo basal, a menor força muscular e o menor nível de atividades físicas diárias. Nas pessoas 
idosas, o enrijecimento e a perda de elasticidade dos tendões e dos ligamentos associada à perda de 
força são fatores que desencadeiam torções, luxações e o aumento das quedas (Fechine; Trompieri, 
2012; Souza; Jacob Filho, 1994). 
Ao envelhecer, a redução da massa muscular se deve, possivelmente, à perda das fibras musculares 
de contração rápida do tipo II. Essa perda de força e potência muscular está relacionada com a 
121
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
perda da quantidade, assim como da qualidade, das proteínas nas unidades contráteis do músculo 
(Fechine; Trompieri, 2012; Fleck; Kraemer, 2006). A inatividade física é uma das grandes responsáveis 
pelo aceleramento do processo de envelhecimento (Câmara; Santarém; Jacob Filho, 2008; Cox, 2002; 
Fleck; Kraemer, 2006). As pessoas idosas que não fazem exercício físico apresentam maior porcentagem 
de gordura e menor teor de massa muscular quando comparados as pessoas idosas que praticam 
regularmente exercício físico (Cox, 2002; Fechine; Trompieri, 2012). 
A redução das atividades, a do gasto energético em repouso e a do efeito termogênico dos alimentos 
são fatores que favorecem o acúmulo de gordura. Juntas, elas induzem a um decréscimo substancial nas 
necessidades energéticas diárias (Fechine; Trompieri, 2012; Fleck; Kraemer, 2006). 
A literatura é clara e unânime ao comentar sobre os programas de exercícios físicos para pessoas 
idosas, principalmente os mais frágeis. Quanto ao exercício de musculação, é importante para a prevenção 
da perda e o aumento substancial da massa muscular, a manutenção e o aumento no desempenho das 
atividades diárias. Observa-se a diminuição da frequência de quedas em pessoas idosas que participam 
de programas de treinamento físico, os quais, de forma contínua, atuam como fator preventivo de 
doenças e incapacidades funcionais, como as observadas na sarcopenia, na distrofia muscular e na 
artrite reumatoide relacionadas ao envelhecimento, que incrementam a síndrome da fragilidade física 
das pessoas idosas (Câmara; Santarém; Jacob Filho, 2008; Fechine; Trompieri, 2012; Fleck; Kraemer, 2006). 
Sistema nervoso 
Durante o envelhecimento, as alterações mais importantes do sistema nervoso ocorrem no cérebro. 
O SNC (sistema nervoso central), responsável pelas sensações, pelos movimentos e pelas funções 
biológicas, é a parte mais comprometida com o envelhecimento (Fechine; Trompieri, 2012; Souza; Jacob 
Filho, 1994). 
O peso do cérebro diminui com a idade, assim como o seu volume. As menores perdas ocorrem 
a partir dos 45 anos, e, até os 90 anos, a perda pode chegar a, aproximadamente, 10% por década 
(Fechine; Trompieri, 2012). Ocorre certo grau de atrofia no córtex cerebral e um aumento volumétrico 
dos ventrículos encefálicos. 
 Lembrete 
O envelhecimento se relaciona com fatores biológicos associados 
ao estilo de vida, à condição socioeconômica e a doenças. Os aspectos 
biológicos estão ligados às questões moleculares, celulares, teciduais e 
orgânicas da pessoa. Na dimensão do psíquico, relaciona-se aos fatores 
cognitivos e psicoafetivos, que interferem na personalidade e no afeto. 
Com o envelhecimento e a reestruturação do cérebro, a pessoa idosa pode apresentar hipóxia. 
As alterações do sistema circulatório associadas à inatividade física contribuem para o declínio da 
oxigenação (Fechine; Trompieri, 2012). 
122
Unidade II
Perda da substância 
cinzenta em virtude da 
morte celular neuronal 
e/ou da atrofia cortical
Aumento dos ventrículos
Cérebro envelhecidoCérebro adulto normal
Perda da substância branca 
em virtude da perda 
axônica ou da diminuição 
da mielinização
Figura 42 – Diferenças entre cérebro jovem e envelhecido 
Fonte: Fechine e Trompieri (2012, p. 124).
A maior parte das células que compõem o córtex são as células nervosas (ou neurônios), mas há 
também as células da glia (responsáveis pela produção de bainha de mielina). Com o envelhecimento, as 
células nervosas, como outras células, apresentam acúmulo de um pigmento: a lipofuscina (trata-se de 
um pigmento de desgaste, tipo lixo celular, que tem como base os lipídeos). 
Muitas das células piramidais mostram alterações no envelhecimento de vários tipos, como os 
dendritos inchados na base, o desaparecimento de dendritos ou o número reduzido de espinhas em 
várias áreas do córtex. Essas alterações podem evoluir até a morte completa da célula. 
 Na medula espinal, somente após os 60 anos de idade se inicia a morte celular. A maneira como a 
perda de células nervosas pode afetar a função do sistema nervoso varia entre as pessoas e depende de 
vários fatores, entre os quais a região em que ela é mais intensa. 
A prática de exercícios físicos é fundamental para a manutenção do SNC e das atividades do sistema 
circulatório, além de gerar um aumento do fluxo sanguíneo para uma boa oxigenação, observada em 
pessoas idosas mais ativas com exercícios tanto aeróbios quanto contra resistência, mesmo naqueles que 
apresentam doenças crônicas (ACSM, 2014; Câmara; Santarém; Jacob Filho, 2008; Fechine; Trompieri, 
2012; Nordin; Frankel, 2014). 
123
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Sistema respiratório 
A função pulmonar aumenta na adolescência e se estabiliza aos 30 anos. Em seguida, inicia-se o seu 
declínio. Com o envelhecimento, são esperadas algumas alterações estruturais no aparelho respiratório. 
São observadas uma caixa torácica mais rígida e uma diminuição da elasticidade pulmonar. A capacidade 
vital diminui, e o volume residual aumenta. No entanto, na capacidade pulmonar total, observam-se 
poucas alterações (Fechine; Trompieri, 2012; Foss; Keteyian, 2000; Souza; Jacob Filho, 1994). 
Após os 30 anos de idade, há a redução do consumo máximo de oxigênio (VO2 max) com perda 
gradativa de, aproximadamente, 1%. A redução do VO2 associada à idade ocorre devido a fatores como 
redução arteriovenosa de oxigênio e diminuição do débito cardíaco máximo. As alterações fisiológicas 
no envelhecimento podem ser atribuídas às combinações entre alterações anatômicas e às reorientações 
das fibras elásticas dos pulmões. São alterações fisiológicas definidas pela diminuição da elasticidade 
pulmonar: a redução da capacidade da difusão do oxigênio, a redução dos fluxos expiratórios, o fecho 
prematuro de vias aéreas e a redução da complacência da parede torácica. 
Em exercícios intensos, as pessoas idosas costumam se queixar de dispneia. A capacidade aeróbia 
máxima diminui com o envelhecimento; no entanto, as pessoas idosas fisicamente ativas possuem 
capacidade aeróbia melhor do que as pessoas idosas com a mesma idade inativas, ou jovens e sedentárias 
(Câmara; Santarém; Jacob Filho, 2008; Fechine; Trompieri, 2012). 
Tendo em vista os aspectos positivos do exercício, os autores observam que o programa regular 
de exercício físico pode modificar váriosprocessos fisiológicos que diminuem com o envelhecimento, 
melhorando, assim, a eficiência cardíaca, a função pulmonar e os níveis de cálcio. É consenso que os 
adultos praticantes de atividades aeróbias têm minimizado muitos dos declínios respiratórios decorrentes 
do envelhecimento, com significativa melhora da qualidade de vida (ACSM, 2014; Câmara; Santarém; 
Jacob Filho, 2008; Fechine; Trompieri, 2012; Fleck; Kraemer, 2006). 
7.1.5 Recomendações para prescrição de exercícios físicos para pessoas idosas
Considerando as recomendações do ACSM (2018) e a segunda edição das Diretrizes de Atividades 
Físicas para Americanos (Physical Activity Guidelines Advisory Committee, 2018), a prescrição de 
exercícios físicos para pessoas idosas deve incluir exercícios aeróbios, de fortalecimento e de flexibilidade 
e, de acordo com as necessidades individuais, deve levar em conta a condição individual de saúde, o 
uso de medicamentos, os fatores de risco, as características comportamentais, os objetivos pessoais e as 
preferências de exercícios. Em decorrência das disfunções motoras e fisiológicas, deve-se incrementar 
com exercícios específicos, como os respiratórios, de equilíbrio, entre outros. 
A prescrição deve considerar os princípios do treinamento esportivo: 
•	 individualidade biológica; 
•	 especificidade; 
124
Unidade II
•	 sobrecarga; 
•	 adaptabilidade; 
•	 progressividade; 
•	 continuidade; 
•	 reversibilidade. 
As evidências quanto à prescrição devem ter base em: 
•	 melhora da aptidão física; 
•	 promoção da saúde; 
•	 redução de fatores de risco para doenças crônicas; 
•	 segurança; 
•	 interesses individuais, necessidades de saúde e condições. 
Quanto à frequência e duração das atividades, deve-se: 
•	 para atividades moderadas, acumular, pelo menos, de 30 a 60 minutos por dia (maior benefício), 
em episódios de, no mínimo, 10 minutos, para um total de 150 a 300 minutos por semana; 
•	 realizar de 20 a 30 minutos ou mais por dia de intensidade vigorosa, para um total de 
75 a 150 minutos por semana; 
•	 realizar uma combinação equivalente de atividade moderada e vigorosa; 
•	 treinar de 3 a 5 vezes por semana (treinar menos que 3 vezes aumenta o risco por excesso de 
carga por intensidade do treinamento); 
•	 utilizar, se necessário, alguma escala de percepção de esforço. 
7.1.6 Contraindicações
São conhecidos os diversos benefícios dos exercícios físicos para a população idosa, que é considerada, 
no entanto, uma das que mais possuem riscos de eventos adversos durante a prática de exercícios. 
Esse fato se deve às múltiplas comorbidades. Na literatura, é consenso encontrar a recomendação de 
que, ao aderir a um programa de atividade física, a pessoa idosa se submeta a uma avaliação médica 
125
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
para diagnóstico e que a prescrição de exercícios seja elaborada a partir das considerações acerca das 
limitações (ACSM, 2018; Câmara; Santarém; Jacob Filho, 2008). 
As contraindicações para a prescrição de exercícios se aplicam às diversas modalidades que são 
indicadas para populações especiais: 
•	 PAS > 200 mmHg ou PAD > 110 mmHg em repouso; 
•	 queda da PA ortostática > 20 mmHg com sintomas; 
•	 hipotensão ao esforço maior que 15 mmHg; 
•	 angina instável; 
•	 arritmias não controladas; 
•	 estenose aórtica crítica ou sintomática; 
•	 doença aguda ou febre; 
•	 frequência cardíaca de repouso > 120 bpm; 
•	 insuficiência cardíaca descompensada; 
•	 bloqueio atrioventricular de 3º grau sem marcapasso; 
•	 pericardite ou miocardite em curso; 
•	 infarto ou embolismo pulmonar recente; 
•	 depressão de segmento ST maior que 2 mV em repouso; 
•	 problemas ortopédicos graves que proíbam os exercícios resistidos; 
•	 cardiomiopatia hipertrófica; 
•	 bypass coronário até quatro semanas; 
•	 fração de ejeção ventricular esquerda menor que 30%; 
•	 hipertensão pulmonar severa (maior que 55 mmHg); 
•	 síndrome de Marfan como contraindicação absoluta à prática dos exercícios resistidos. 
126
Unidade II
Os autores ainda salientam que essas são condições de prejuízo significativo à saúde e que os 
pacientes devem ser assistidos clinicamente de forma rigorosa (Câmara; Santarém; Jacob Filho, 2008). 
7.2 Gestantes
A gravidez é entendida como uma alteração fisiológica, embora já tenha sido vista, historicamente, 
com similaridades a alguma doença devido a seus sinais e sintomas. Atualmente, considera-se a 
gravidez como um processo fisiológico normal (Ferreira; Nakano, 2001), e, portanto, apesar das inúmeras 
adaptações gravídicas, não há impedimento para a prática de exercício físico quando a gravidez se 
desenvolve dentro da normalidade. 
7.2.1 Modificações relacionadas à gravidez
7.2.1.1 Sistemas energéticos
A energia química utilizada pelo corpo é liberada no processo de oxigenação. O oxigênio serve como 
oxidante através do sistema respiratório, e o sistema cardiovascular distribui a energia por meio da sua 
bomba propulsora (coração) e dos vasos sanguíneos. 
O período gestacional submete o metabolismo materno a mudanças intensas em curto intervalo 
de tempo. As demandas energéticas são bem evidentes. O ganho de peso acontece, principalmente, 
devido ao aumento da quantidade de água dentro e fora dos vasos sanguíneos e, em menor 
proporção,  devido  ao acúmulo de componentes energéticos e estruturais (carboidratos, lipídeos e 
proteínas) (Zugaib, 2008). 
O custo energético aproximado da gestação é de 80.000 kcal ou 300 kcal/dia (Acog, 2002). Este é 
necessário para cobrir o crescimento e o desenvolvimento do feto, síntese de tecido materno, como o 
útero, as mamas e a gordura, e para compensar o aumento do metabolismo decorrente do incremento 
da atividade dos sistemas cardiovascular, respiratório e urinário e a adição do metabolismo fetal. 
A demanda é desigualmente distribuída, sendo bem intensa no meio da gravidez, com necessidade 
extra de 390 kcal. Isso é provocado, principalmente, pelo depósito de gordura durante esse período. 
Os últimos 25% do período gravídico são menos exigentes: apenas um adicional de 250 kcal/dia é 
necessário para o crescimento do feto (Acog, 2002). 
127
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
kg
15
13
11
9
7
Au
m
en
to
 d
e 
pe
so
5
3
1
0
16 20 24 28 32 36 40
P 10
P 25
P 50
P 90
Amenorreia (semanas)
Figura 43 – Ganho de peso materno em relação à idade gestacional 
Fonte: Brasil (2000, p. 28).
A gravidez normal gera um desequilíbrio entre o metabolismo dos carboidratos e das gorduras. Observa-se, 
portanto, a redução da glicemia de jejum e da glicemia basal materna às custas do armazenamento de 
gordura, da glicogênese hepática e da transferência de glicose para o feto (Zugaib, 2008). Essas alterações 
são observadas na primeira fase, ou fase anabólica, que corresponde à primeira metade da gestação, e são 
desencadeadas pelos hormônios sexuais placentários (estrógeno e progesterona). 
A partir da segunda metade da gravidez, inicia-se o período catabólico, com lipólise, gliconeogênese 
e resistência à insulina. Acredita-se que o hormônio lactogênio placentário, por sua ação somatotrópica, 
estimule a lipólise com a liberação de ácidos graxos na corrente sanguínea materna. Assim, a partir da 
trigésima semana de gestação, a mulher começa a utilizar suas reservas para se adequar ao crescimento 
fetal. O excesso de ácidos graxos leva à resistência periférica à insulina, mantendo o ambiente de 
hiperglicemia pós-prandial, com consequente hiperinsulinemia. 
 Observação 
A ação somatotrópica corresponde aos movimentos de mudança de 
direção de crescimento, que ocorrem em organismos vivos, nas células 
somáticas, devido a um fator externo. 
A redução da sensibilidade à insulina é comumente observada em gestantes a partir da 26ª semana de 
gestação. É nesse momento, portanto, que se deve atentar para o desenvolvimento da diabetes gestacional, 
principalmente se a oferta de glicose no sangue materno ultrapassa a capacidade da insulinade manter a 
glicemia em concentrações normais. A sensibilidade à insulina pode ser reduzida de 40% a 70%. 
128
Unidade II
250
200
150
100
50
0
8 13 18
Hora do dia
23 8
In
su
lin
a 
(m
cU
/m
L)
Insulinemia
gestante
Insulinemia
não gestante
Glicemia
gestante
Glicemia
não gestante
140
130
120
110
100
90
80
70
60
8 13 18 23 8
Gl
ic
em
ia
 (m
g/
dL
)
Figura 44 – Ritmo circadiano de glicemia e secreção de insulina 
em gestantes no terceiro trimestre e em não gestantes 
Fonte: Zugaib (2008, p. 165).
7.2.1.2 Sistema cardiovascular
Uma das primeiras adaptações observadas na gestação são as modificações no volume e na 
constituição do sangue. O volume de sangue aumenta entre 30% e 50% durante a gravidez. Essas 
variações dependem da constituição individual de cada gestante, assim como da quantidade de tecido 
trofoblástico, sendo maior em gestantes gemelares e menor em gestantes com insuficiência placentária. 
Observa-se, assim, um volume menor em gestantes que apresentam restrição no crescimento da placenta 
ou hipertensão arterial sistêmica (Zugaib, 2008). 
129
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
A função do aumento do volume sanguíneo está associada à maior necessidade de fluxo sanguíneo 
nos órgãos genitais, em especial o útero. Além disso, esse aumento tem papel de proteção para a 
gestante e para o feto em relação à redução do retorno venoso, comprometido quando a gestante está 
em posição supina e ereta, e em relação às perdas sanguíneas esperadas no processo do parto. Apesar do 
aumento do volume total de sangue, o volume plasmático aumenta em proporção maior que o volume 
celular. Em geral, pode-se observar um aumento de 45% a 50% do volume plasmático e de 33% do 
volume celular, o que resulta em hemodiluição e anemia fisiológica (Zugaib, 2008). 
As adaptações no volume de sangue materno, apesar de ainda controversas, parecem estar 
relacionadas às adaptações no controle hídrico do organismo feminino em gestação. O sistema 
renina-angiotensina-aldosterona aumenta a sua atividade para que compense a ação dos mecanismos de 
excreção, como é o caso do aumento da filtração glomerular e do fator natriurético atrial (Gallery et al., 
1987 apud Zugaib, 2008). 
 Observação 
O peptídeo atrial natriurético (ANP) é um hormônio sintetizado 
principalmente por células cardíacas, cuja secreção é estimulada pelo 
aumento do volume de sangue e pelo aumento da osmolaridade do plasma. 
Pode desencadear ações sobre o sistema circulatório, como hipotensão, 
diurese, inibição da liberação e ação de vários hormônios, incluindo 
aldosterona, angiotensina II, endotelinas, renina e vasopressina. 
No organismo de indivíduos não grávidos, quando há o aumento da volemia, receptores de pressão e 
volume (barorreceptores) são ativados, assim como a baixa osmolaridade plasmática ativa os receptores 
químicos (quimiorreceptores). Para que haja a redução da volemia, aumenta-se a secreção do fator 
natriurético atrial, que atua nos rins, nos adrenais e nos vasos, gerando a excreção de água e sódio e a 
vasodilatação. Durante a gravidez, apesar do aumento progressivo da concentração do fator natriurético 
atrial, o aumento lento da volemia torna os receptores menos sensíveis aos estímulos, permitindo o 
acúmulo de sódio e água no organismo materno (Gallery; Brown, 1987 apud Zugaib, 2008). 
 Saiba mais
A hipótese de que os níveis séricos do ANP estejam aumentados na 
gestação humana normal, um estado de expansão fisiológica do volume 
plasmático, é considerada controversa. Leia mais em: 
REIS, Z. S. N. et al. Pressão arterial e concentração plasmática do 
peptídeo atrial natriurético e do peptídeo natriurético tipo B, em gestações 
complicadas pela pré-eclâmpsia. Revista Brasileira de Ginecologia e 
Obstetrícia, São Paulo, v. 25, n. 6, p. 413-418, 2003. 
130
Unidade II
Outra adaptação cardiovascular importante relacionada ao aumento do volume de sangue no 
organismo materno é o aumento da frequência cardíaca em conjunto com o aumento do volume 
sistólico, que desencadeia o aumento do débito cardíaco. 
Essas relações são organizadas, portanto, da seguinte forma: 
↑ Débito cardíaco =↑ ↑	volume sistólico x ↑	frequência cardíaca 
O débito cardíaco em gestantes chega a ser 50% maior do que em mulheres não gestantes. 
10
9
8
7
6
5
5
6,8
6,2
7,2
8,9 9,3
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7,1
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Figura 45 – Débito cardíaco em mulheres não gestantes, ao longo da gravidez, 
no momento do trabalho de parto e no pós-parto imediato 
Fonte: Zugaib (2008, p. 161).
É importante ressaltar, também, que ocorrem alterações bioquímicas relevantes na circulação, que 
têm por objetivo proporcionar a redução da resistência vascular periférica e, consequentemente, a 
vasodilatação (Neme, 2005), levando a uma redução da pressão arterial sistêmica na mulher gestante. 
Essa redução é mais pronunciada no segundo trimestre da gestação e é mais observada nos valores da 
pressão diastólica (queda de 5 a 15 mmHg) (Wilson et al., 1980 apud Zugaib, 2008). 
↓	Pressão arterial sistêmica x ↓	↓	resistência vascular periférica = ↑	débito cardíaco 
O aumento da pressão venosa nos membros inferiores é justificado pela compressão das veias pélvicas 
pelo útero volumoso. Por essa razão, existe uma maior chance de a gestante apresentar hipotensão, 
edema, varizes e hemorroidas. 
131
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
 Observação 
Hemorroidas são veias ao redor do ânus ou do reto que se inflamam 
ou dilatam e que, em geral, não costumam causar danos à saúde, mas 
incomodam e causam dores nas gestantes. 
A compressão do útero também pode ocorrer sobre os vasos maiores, como a veia cava inferior, quando 
a gestante está em posição supina, principalmente a partir da segunda metade da gravidez. A redução da 
pré-carga, nessas ocasiões, provoca hipotensão seguida de bradicardia por reflexo vagal. A distribuição 
do fluxo sanguíneo se altera ao longo das semanas, desviando-se com prioridade para o útero, os rins, as 
mamas e a pele (Zugaib, 2008). 
 Observação 
Pré-carga é o volume de sangue que chega ao ventrículo esquerdo 
antes de a contração ser iniciada. 
↑ Débito cardíaco
↑ Volume sistólico
↑ Frequência cardíaca 
↑ Volume de sangue
↑ Resistência vascular sistêmica
↑ Fluxo de sangue uterino
↑ Conteúdo proteico
↑ Depósito de gordura
↑ Lipídeos sanguíneos
↑ Retenção de sódio
Mudancas hormonais para promover 
retenção de água
↑ Peso corporal
↑ Volume total
↑ VO2
Ventilação prejudicada (elevação
do diafragma)
↑ Alterações de humor
↑ Desestabilidade emocional
↑ Instabilidade
Mudança do centro de gravidade
↑ Relaxamento articular
↑ Riscos de lesões
↑ LH
↑ GH
↑ Lactogênio placentário humano
↑ Estrógenos
↑ Progesterona
Cardiovascular
MetabólicoEmocional
RespiratórioEndócrino
Musculoesquelético
Figura 46 – Principais adaptações durante a gravidez 
Fonte: Barakat et al. (2015, p. 2).
132
Unidade II
Em relação às adaptações morfológicas, pode-se observar que, ao longo da gestação, com o 
crescimento fetal, o músculo diafragma se eleva. Esse deslocamento pode alterar a posição cardíaca, 
e, assim, o coração pode se apresentar deslocado para cima e para a esquerda. Além disso, o volume 
do coração aumenta. Por esses motivos, pequenas alterações no ritmo cardíaco podem acontecer, 
em especial as extrassístoles. Sopros cardíacos também podem ser observados devido à redução da 
viscosidade do sangue e ao aumento do débito cardíaco (Cutforth; Macdonald, 1966 apud Zugaib, 2008). 
7.2.1.3 Outras modificações na gestação
Outras alterações provocadas pela gestação podem incluir o sistema locomotor. Praticamente todas 
as mulheres grávidas experimentam algum desconforto musculoesquelético durante a gravidez. Destas, 
pelo menos 25% apresentam, ao menos, sintomastemporários (Borg-Stein; Dugan; Gruber, 2005). As 
mulheres grávidas apresentam um risco aumentado de queixas musculoesqueléticas, principalmente 
de lombalgia. A mudança do centro de gravidade, devido ao aumento do tórax, do útero e do feto, 
a rotação anterior da pelve, o aumento da lordose lombar e o aumento da elasticidade ligamentar, 
causada pela ação de alguns hormônios (Shephard, 2000), são os principais responsáveis pelos sintomas 
(Garshasbi; Faghih Zadeh, 2005). 
 
Figura 47 – Mudança no eixo gravitacional da gestante com o progressivo aumento 
do volume abdominal e aumento de líquido das articulações 
Fonte: Zugaib (2008, p. 167).
133
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Modificações extensas também acontecem no sistema respiratório da mulher gestante, incluindo 
alterações anatômicas e funcionais. Elas ocorrem já no início da gestação e sob a influência, 
principalmente, da progesterona, que, mesmo antes do crescimento uterino, já piora a ventilação. O 
diafragma se eleva em torno de 4 cm, o que colabora para o aumento do volume e do consumo de 
oxigênio (VO2) e, presumidamente, ajuda a aumentar o suporte de oxigênio para o feto (Pivarnik; Stein; 
Rivera, 2002). 
A gravidez e o parto também têm sido considerados fatores de risco para a gênese da disfunção do 
assoalho pélvico (Van Veelen; Schweitzer; Van Der Vaart, 2014). A pressão dentro da cavidade abdominal 
gerada pelo útero em crescimento, assim como o estresse mecânico imposto pelo parto, pode causar 
denervação parcial do assoalho pélvico e lesão no músculo e tecido conjuntivo. Algumas situações, 
como o ganho excessivo de peso na gestação, a macrossomia fetal (bebê com peso excessivo), o parto 
instrumental ou o trabalho de parto prolongado, relacionam-se, tradicionalmente, com fatores que 
propiciam as lesões no assoalho pélvico, sendo a incontinência urinária a mais comum desordem do 
assoalho pélvico (Solans-Domenech et al., 2010). 
As mesmas modificações hormonais provocadas pela relaxina, pela progesterona e pelo estrógeno, 
associadas ao crescimento uterino e já mencionadas, podem provocar o estiramento da musculatura 
abdominal, atingindo, principalmente, os músculos retoabdominais, acompanhadas pelas modificações 
de postura. Tais alterações posturais podem provocar mudanças no ângulo de inserção dos músculos 
abdominais e pélvicos, influenciando a biomecânica postural, além de gerar um déficit na função de 
sustentação dos órgãos pélvico-abdominais. Assim, quanto mais a gravidez progride e os músculos 
abdominais se alongam, mais haverá um prejuízo no vetor de força desses músculos, podendo ocorrer 
uma diminuição na força de contração (Artal; O’toole; White, 2003). 
Dessa forma, tanto as alterações biomecânicas quanto o estiramento dessa musculatura facilitam 
o aparecimento da diástase dos músculos retoabdominais. A diástase dos músculos retoabdominais é 
definida como a separação ou o afastamento dos feixes desses músculos ao longo da linha alba (Artal; 
O’toole; White, 2003). 
Figura 48 – Fotografia clínica de mulher de 30 anos de idade, seis meses após o parto 
Fonte: Michalska et al. (2018, p. 98).
134
Unidade II
A ocorrência desse fenômeno é mais comum na gestação e no pós-parto imediato (Bursch, 1987 
apud Rett et al., 2009), tendo como principais fatores predisponentes a obesidade, a multiparidade, 
a macrossomia fetal, a flacidez da musculatura abdominal, o polidrâmnio e as gestações múltiplas 
(Mesquita; Machado; Andrade, 1999). Pode ser uma situação transitória (Artal; O’toole; White, 2003) ou 
pode permanecer ao longo da vida da mulher (Chiarello et al., 2005). 
 Observação 
Polidrâmnio é a produção excessiva de líquido amniótico. 
7.2.2 Atividade física/exercício físico para gestantes
A atividade física é definida como qualquer movimento corporal decorrente de contração muscular, 
com dispêndio energético acima do repouso, que, em última análise, permite o aumento da força física, 
da flexibilidade do corpo e da resistência, com mudanças no campo da composição corporal ou da 
performance desportiva (Who, 2004). 
Evidências de estudos científicos apontam o importante papel da atividade física na promoção 
da saúde e da qualidade de vida, na prevenção e no controle de várias doenças. No entanto, para os 
indivíduos com condições fisiológicas específicas, tais benefícios podem não ocorrer ou ser válidos 
com certas restrições. 
Até algumas décadas atrás, as mulheres grávidas eram aconselhadas a reduzir as suas atividades e 
até mesmo interromper seu trabalho ocupacional, especialmente na fase final da gravidez. Porém, desde 
a década de 1990, tem-se admitido o efeito positivo da atividade física regular durante a gestação, 
desde que a mulher não apresente condições adversas específicas (Acog, 2002; Lima; Oliveira, 2005). 
Na literatura, parece haver o consenso de que manter um nível de atividade física razoável durante 
uma gravidez descomplicada fornece vários benefícios para a saúde da mulher. Isso é explicado pelo 
fato de a atividade física provocar uma resposta de redistribuição circulatória e térmica, mudando a 
concentração no sangue do útero e da placenta para as extremidades. Esse processo ajuda a reduzir 
e prevenir dores nas costas, promove a baixa retenção de líquidos, reduz o estresse cardiovascular, 
aumenta a capacidade de oxigenação, diminui a pressão arterial, reduz o risco de diabetes gestacional 
e de pré-eclâmpsia (Bonen et al., 1995 apud Barakat et al., 2015), evita tromboses e varizes e ajuda a 
controlar o ganho de peso gestacional (Davenport et al., 2013). 
As vantagens incluem, também, aspectos emocionais, uma vez que a atividade física ajuda a tornar a 
mulher grávida mais autoconfiante e satisfeita com a sua aparência, além de aumentar a sua autoestima, 
reduzindo, assim, os riscos de depressão (Robledo-Colonia et al., 2012). 
Para que, de fato, as vantagens de realizar exercício físico durante a gravidez sejam evidentes, 
devem ser considerados vários aspectos fisiológicos na prática de exercícios da gestante. As alterações 
cardiovasculares associadas à gravidez são uma consideração importante para mulheres grávidas em 
135
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
repouso e durante o exercício. Após o primeiro trimestre, a posição supina, como já mencionado, resulta 
em obstrução relativa do retorno venoso e pode, portanto, reduzir o débito cardíaco e causar hipotensão 
ortostática. Por essa razão, as mulheres grávidas devem evitar a posição supina durante o exercício 
sempre que possível. 
Em geral, a participação em uma ampla gama de atividades de lazer parece ser segura. A segurança 
de cada esporte é determinada, em grande parte, pelos movimentos específicos exigidos. Atividades ou 
esportes de contato, como hóquei no gelo, futebol e basquete, podem resultar em trauma para a mulher 
e o feto. Da mesma forma, atividades recreativas, que aumentem o risco de queda, como ginástica, 
equitação e esqui, ou muito intensas, como esportes de raquete, oferecem mais riscos para as gestantes 
e devem ser evitadas. O mergulho também deve ser evitado em toda a gravidez porque, durante essa 
atividade, o feto está em risco aumentado para descompressão, que pode comprometer a circulação 
pulmonar fetal. Esforço em pequenas altitudes parece ser seguro; no entanto, engajar-se em atividades 
físicas em maiores altitudes envolve vários riscos. 
A lista a seguir apresenta alguns tipos de exercícios físicos e/ou situações não recomendadas para a 
prática durante o período gestacional: 
•	 qualquer atividade competitiva, artes marciais ou levantamento de peso; 
•	 exercícios com movimentos repentinos ou de saltos, que podem levar à lesão articular; 
•	 flexão ou extensão profunda, pois os tecidos conjuntivos já apresentam frouxidão; 
•	 exercícios exaustivos e/ou que necessitem de equilíbrio, principalmente no terceiro trimestre; 
•	 basquetebol e qualquer outro tipo de jogo com bolas que possa causar trauma abdominal; 
•	 prática demergulho (condições hiperbáricas levam ao risco de embolia fetal quando ocorre 
a descompressão); 
•	 qualquer tipo de ginástica aeróbia, corrida ou atividade em elevada altitude é contraindicado ou, 
excepcionalmente, aceito com limitações, dependendo das condições físicas da gestante; 
•	 exercícios na posição supino após o terceiro trimestre, pois podem resultar em obstrução do 
retorno venoso. 
Também existem algumas contraindicações para a prática de exercícios físicos na gestação de acordo 
com possíveis complicações apresentadas pela gestante. 
136
Unidade II
Contraindicações de exercício durante a gravidez 
O exercício regular é contraindicado em mulheres com as seguintes complicações (Lima; Oliveira, 2005): 
•	 Contraindicações absolutas: 
— doença miocárdica descompensada; 
— insuficiência cardíaca congestiva; 
— tromboflebite/embolia pulmonar recente; 
— doença infecciosa aguda; 
— risco de parto prematuro; 
— sangramento uterino; 
— isoimunização grave; 
— doença hipertensiva descompensada; 
— suspeita de estresse fetal; 
— paciente sem acompanhamento pré-natal. 
•	 Contraindicações relativas: 
— hipertensão essencial; 
— anemia; 
— doenças tireoidianas; 
— diabetes mellitus descompensada; 
— obesidade mórbida; 
— histórico de sedentarismo extremo. 
Muitas das alterações fisiológicas e morfológicas da gravidez persistem por semanas após o parto. 
Assim, os exercícios podem ser retomados gradualmente. 
137
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
A intensidade do exercício deve ser monitorada de acordo com os sintomas que a gestante apresentar. 
Essa intensidade se revela através da demanda sobre o sistema cardiovascular. 
7.2.2.1 Prescrição de exercícios para gestantes
Na prescrição do exercício físico para a gestante, é muito importante que seja escolhida uma 
atividade que melhor se adapte às suas características e aos seus interesses para, com isso, aumentar a 
aderência ao exercício escolhido em longo prazo. 
Entre as modalidades de exercício, os aeróbios são os mais estudados, e a caminhada é o exercício 
mais frequente e o mais escolhido entre as gestantes (Nascimento; Surita; Cecatti, 2012). A inclusão do 
exercício aeróbio durante a gestação é importante para preservar a capacidade cardiorrespiratória e o 
condicionamento físico, além de prevenir e controlar a diabetes gestacional, a hipertensão gestacional 
e o ganho de peso materno (Nascimento; Surita; Cecatti, 2012). As atividades incluídas devem envolver 
grandes grupos musculares, como caminhada ou corrida leve (trote), bicicleta ergométrica, natação, 
hidroginástica, dança ou ginástica aeróbia de baixo impacto (Zavorsky; Longo, 2011). 
O treinamento de força também pode ser incluído no programa de exercícios da gestante. Seu 
benefício inclui o fortalecimento muscular, que proporciona A Manutenção Do Condicionamento 
muscular ou o aumento de força muscular global, permitindo uma melhor adaptação do organismo 
materno às alterações posturais provenientes da evolução gestacional, e contribuindo para a prevenção 
de traumas e quedas, bem como para a prevenção e o tratamento de desconfortos musculoesqueléticos 
(Zavorsky; Longo, 2011). 
O fortalecimento deve priorizar a musculatura paravertebral lombar e a cintura escapular, envolvendo, 
preferencialmente, grandes grupos musculares. Deve-se optar, como critério de escolha, por utilizar o 
próprio peso corporal e as faixas elásticas no lugar de aparelhos de musculação ou pesos livres. Deve-se, 
também, evitar cargas elevadas, exercícios isométricos intensos repetidos e posturas que coloquem 
a gestante em risco, principalmente as que possam afetar seu equilíbrio. Os exercícios de resistência 
muscular devem ser adaptados com muito cuidado a cada período gestacional (Zavorsky; Longo, 2011). 
O alongamento também deve ser parte fundamental do programa de exercícios, permitindo 
melhorar a flexibilidade e o relaxamento muscular e ajudando na adaptação postural e na prevenção 
de dores de origem musculoesquelética. Deve ser, portanto, complementar ao exercício aeróbio e ao 
treinamento de resistência (Wolfe; Davies, 2003; Zavorsky; Longo, 2011). 
Técnicas de alongamento muscular, como a ioga e o stretching global ativo (SGA), comprovadamente 
diminuem as queixas de dor pélvica posterior e de dor lombar durante a gestação (Martins; Pinto e Silva, 
2014). Diante do aumento nos níveis de relaxina e de progesterona durante a gestação, deve-se evitar 
alongamentos extremos para prevenir lesões ligamentares e articulares. 
Outro ponto importante é a inclusão do treinamento dos músculos do assoalho pélvico durante a 
gestação, o que diminui o risco de incontinência urinária no pós-parto (Boyle et al., 2012). A gestante 
deve realizar o treinamento dos músculos do assoalho pélvico com contrações sustentadas, ou seja, 
138
Unidade II
contrair e manter de cinco a dez segundos, e contrações rápidas (contrair e relaxar) em diferentes 
posturas. Como sugestão, deve-se realizar, diariamente, duas séries de oito contrações sustentadas por 
cinco segundos e duas séries de dez contrações rápidas (Nascimento; Surita; Cecatti, 2012). 
Intensidade
A intensidade do exercício deve ser medida, preferencialmente, pela FC ou pela sensação subjetiva de 
esforço (escala de Borg) (Borg; Noble, 1974 apud Nascimento; Surita; Cecatti, 2012). Assim, recomenda-se 
que o exercício seja realizado de acordo com os seguintes critérios: 60 a 80% da FC máxima, calculada 
pela fórmula FCmáx = 220-idade. A Sociedade Canadense de Ginecologistas e Obstetras (SCGO) assume 
as seguintes faixas de treinamento para gestantes (Wolfe; Davies, 2003; Zavorsky; Longo, 2011): 
• Idade 40 anos: 125 a 140 bpm. 
Outro critério é a escala de percepção subjetiva de esforço de Borg, que varia de 6 (sem esforço) 
a 20 (esforço máximo). A intensidade deve ser, preferencialmente, entre 12 e 14, correspondendo a 
uma atividade leve ou um pouco cansativa (11). Outra opção mais simples é o talk test (TT), em que 
a gestante é orientada a observar sua habilidade em manter uma conversa durante o exercício físico, 
o que assegura que este esteja sendo realizado com intensidade leve a moderada, prevenindo-se o 
esforço físico excessivo (Wolfe; Davies, 2003). 
Alguns pesquisadores questionam essas medidas, principalmente a intensidade calculada pela 
frequência máxima, visto ser essa uma medida indireta, que não leva em conta o nível de condicionamento 
físico e as características de cada gestante. Defendem a utilização da FC de reserva (FCR), que corresponde 
à diferença entre FC máxima (medida por teste de esforço) e FC basal (medida no repouso), podendo variar, 
para gestantes saudáveis ou previamente ativas, entre 45 e 60%, e, para gestantes com sobrepeso ou 
obesidade e sedentárias, entre 35 e 60%. A zona-alvo de treinamento aeróbio é calculada pela  seguinte 
fórmula: FC prescrita = (% intensidade x FC de reserva) + FC basal. 
Se uma gestante previamente sedentária, obesa e com DG deseja iniciar a prática de exercício aeróbio 
na gestação, sua zona de treino será entre 35% e 40% da FCR. Se sua FC medida em repouso for 90 bpm 
e sua FC máxima (medida em um teste de esforço) for 185 bpm, sua %FCR para o treino será, então, 
entre 123 e 128 bpm (FC prescrita = (0,35 x 95) + 90 = 123; (0,40 x 95) + 90 = 128). 
No entanto, os próprios autores reconhecem que tal método não é prático e dificulta a orientação 
para as gestantes. Eles concordam que o uso da escala de percepção de esforço de Borg é uma boa 
alternativa; porém, apoiam que, no segundo trimestre gestacional, o exercício possa ser realizado em 
intensidade 15-16 da escala de Borg, que corresponde a um exercício cansativo (Zavorsky; Longo 2011). 
139
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Volume
Mulheres ativas podem manter (ou adaptar) sua rotina de exercícios entre 4 e 5 vezes na semana,em 
sessões de 30 minutos ou mais. Mulheres previamente sedentárias devem começar com 15 minutos de 
exercício aeróbio, 3 vezes por semana, e aumentar gradativamente o tempo de exercícios. Por exemplo: 
acrescentar 5 minutos por semana até o recomendado de 150 minutos de exercício aeróbio por semana 
ou 30 minutos de exercício 5 vezes na semana (Acog, 2002). 
Devem ser evitados exercícios por períodos prolongados, além de, por exemplo, 60 minutos contínuos. 
Vale lembrar que o ideal é a combinação de exercícios aeróbios, de resistência e de alongamento 
muscular. Logo, uma ou duas sessões de exercício aeróbio na semana podem ser substituídas pelo treino 
de resistência muscular em dias não consecutivos. 
Muitas vezes, é difícil estabelecer uma duração máxima de exercício, pois dependerá do tipo, das 
condições de preparo individual prévio e da relação entre intensidade e duração. Sabe-se que o tempo 
superior a 50 minutos poderá levar à hipoglicemia e ser prejudicial ao feto. Recomenda-se a realização 
de uma refeição leve entre 30 e 60 minutos antes do exercício. 
A gestante deve ser orientada a interromper os exercícios ao apresentar os seguintes sinais e 
sintomas de alerta (Acog, 2002): 
•	 sangramento vaginal; 
•	 redução dos movimentos fetais; 
•	 dor no abdômen ou no peito; 
•	 dor ou sensação de ardência ao urinar; 
•	 perda de líquido pela vagina; 
•	 febre, inchaço repentino nas mãos, na face ou nos pés; 
•	 náuseas ou vômitos persistentes; 
•	 dor de cabeça forte e persistente; 
•	 contrações uterinas frequentes; 
•	 palpitações; 
•	 sensação de falta de ar; 
•	 tontura; 
•	 torpor ou sensação de luzes piscando. 
140
Unidade II
Recomendações por trimestre de gestação
A seguir, são apresentadas algumas recomendações de exercício físico no primeiro trimestre 
da gestação: 
•	 Iniciar sob autorização médica. 
•	 A atividade física de intensidade leve a moderada é recomendada a todas as grávidas, mesmo as 
sedentárias, que desejam iniciá-la durante a gestação. Nesse caso, a recomendação atual é que 
seja iniciada após a 12ª semana de gestação. 
•	 As gestantes fisicamente ativas antes de engravidar podem manter suas atividades, inclusive no primeiro 
trimestre gestacional, mas modificando (ou adaptando) sua intensidade e frequência (Acog, 2002). 
•	 Mal-estares, como náuseas e vômitos, além de sonolência e indisposição, acontecem com 
frequência, o que pode dificultar a aderência e a disposição para os exercícios. 
•	 Recomenda-se priorizar sempre os exercícios que envolvam grandes grupos musculares, com 
pouca carga e maior número de repetições, bem como evitar manobra de Valsalva durante o 
treino de força. 
•	 Todas as gestantes devem ser orientadas a realizar diariamente o treinamento dos músculos do 
assoalho pélvico, com contrações sustentadas e rápidas desses músculos desde o primeiro trimestre. 
Agora, são apresentadas as recomendações de exercício físico no segundo trimestre da gestação: 
•	 Melhor período para a prática de exercícios; mais disposição. 
•	 Mulheres que não praticavam exercício antes da gestação podem iniciar sua prática a partir do 
segundo trimestre. 
•	 A partir da vigésima semana, com o crescimento acelerado do volume uterino, deve-se ter 
cuidado com a realização de exercícios em posição supina por tempo prolongado, a fim de evitar 
a síndrome da hipotensão supina. 
•	 Embora o alongamento seja recomendado para esse período, deve-se levar em conta alguns 
cuidados a partir da décima semana de gestação, quando ocorre o pico do hormônio relaxina 
circulante, levando a maior flexibilidade dos tecidos articulares e ligamentares. Logo, alongamentos 
extensos e extremos podem aumentar o risco de lesões dessas estruturas. 
Por fim, são apresentadas as recomendações de exercício físico no terceiro trimestre da gestação: 
•	 A gestante diminui naturalmente a intensidade; porém, exercícios leves devem ser estimulados. 
•	 Atividades aeróbias na água, como natação e hidroginástica, e caminhadas são indicadas para 
manter a capacidade aeróbia e o condicionamento físico, assim como os exercícios de respiração, 
mobilização e relaxamento envolvidos na preparação para o parto. 
141
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
•	 Adaptações em exercícios podem ser necessárias para o conforto durante a execução 
de movimentos. 
•	 O treinamento muscular do assoalho pélvico deve continuar durante o terceiro trimestre, não 
havendo contraindicação para a sua prática. 
Precauções e cuidados gerais
Quanto à temperatura 
A termorregulação altera-se durante a gestação. Embora não haja evidências de que a prática 
de exercício seja suficiente para causar hipertermia considerável, muito temida por seus possíveis 
teratogênicos, alguns cuidados devem ser tomados, como a hidratação adequada e permanente, além 
de evitar a prática de exercícios em temperaturas altas ou extremas (Edwards, 2006). 
Quanto à hidratação 
A gestante deve ter cuidado extra com a hidratação durante a prática de exercício, mantendo-a 
adequada antes, durante e após a prática (Acog, 2002). 
Quanto à nutrição 
Diante do aumento do gasto calórico na gravidez e com o exercício, a mulher deve consumir calorias 
suficientes para garantir uma nutrição adequada durante a sua prática. 
8 HIV POSITIVO/AIDS, CÂNCER E ATIVIDADE MOTORA
8.1 HIV positivo/aids
8.1.1 Definição e características gerais
A aids é uma doença causada pela infecção do vírus da imunodeficiência humana (HIV é a sigla 
em inglês), que pode provocar imunossupressão profunda e um consequente quadro de infecções 
oportunistas, neoplasmas secundários e distúrbios neurológicos (Raso et al., 2007). Esse vírus ataca 
o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais 
atingidas são os linfócitos T-CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si 
mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção 
(Aids/HIV, [s.d.]).
O vírus da imunodeficiência humana pode ser encontrado em diversos tipos de secreções, como 
sangue, saliva, esperma, secreções vaginais e leite materno. Todas as maneiras de possível contato com 
essas substâncias podem gerar contágio. Porém, entre as principais já detectadas, estão: a transfusão de 
sangue, as relações sexuais sem preservativo, e o compartilhamento de seringas ou objetos cortantes 
que possuam resíduos de sangue. O vírus também pode ser transmitido da mãe para o filho durante a 
gestação ou amamentação (Aids Education and Training Center, 2012). 
142
Unidade II
Quando alguém diz que uma pessoa com HIV, ela está se referindo à fase assintomática da doença. 
Quando se fala em pessoa com a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), isso significa dizer 
que ela apresenta sinais e sintomas que caracterizam a doença, como imunodepressão com infecções 
oportunistas, perda de peso e degeneração do sistema nervoso central (SNC), o que, geralmente, marca 
o início do tratamento com os medicamentos antirretrovirais. 
FIQUE ATENTO:
HIV E AIDS
HIV
AIDS
NÃO SÃO A MESMA COISA!
Nem sempre o indivíduo com HIV desenvolve aids
É a sigla para vírus da imunodeficiência humana, uma infecção
sexualmente transmissível.
É a sigla para síndrome da imunodeficiência adquirida, que atinge o 
sistema imunológico do indivíduo.
Figura 49 – Diferença entre HIV e aids 
Adaptada de: https://shre.ink/UjyU. Acesso em: 25 abr. 2019.
Mesmo que a pessoa não desenvolva aids, ela já é contaminante se for HIV positiva. O HIV é responsável 
pela contaminação de mais de 76 milhões de pessoas, infectadas pelo vírus desde o início da epidemia até 
2017, e pela morte de mais de 14 milhões de pessoas no mundo. Em 2016, foram identificadas 1,8 milhão 
de novas infecções pelo vírus (um novo caso a cada 17 segundos) e um total de 1 milhão de mortes 
decorrentes de complicações da aids. No Brasil, apenas em 2016, foram identificados 37.884 novos casos 
(Estatísticas […], [s.d.]). 
8.1.2 Infecçãopelo vírus HIV
O HIV infecta as células T auxiliares que expressam o grupamento de diferenciação (CD4+), 
macrófagos e células dendríticas, produzindo uma doença lenta, progressiva e fatal, e pertence 
à família dos lentivírus dos retrovírus. Esse tipo de vírus tem como característica um período 
de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, da infecção das células 
sanguíneas e do sistema nervoso e da inibição do sistema imune. Para se multiplicar no organismo 
humano, o HIV utiliza, especialmente, os linfócitos T-CD4+, responsáveis pelo comando da resposta 
específica antígeno-anticorpo. Por meio da glicoproteína gp120, o vírus tem a capacidade de se 
ligar ao receptor CD4 (componente da membrana dos linfócitos) e penetrar nas células, usando o 
ácido desoxirribonucleico (DNA) destas para se multiplicar. Ao completar o seu ciclo reprodutivo, 
liberado por brotamento, os novos vírus caem na corrente sanguínea, infestando outros linfócitos e 
continuando, assim, a sua replicação (Hammer et al., 2008).
143
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Progressivamente, o HIV leva à falência do sistema imunológico do indivíduo, trazendo, como 
consequência, a perda da capacidade de resposta do organismo diante de agentes como vírus, bactérias 
e outros microrganismos. Vários anos podem se passar entre o momento da infecção pelo HIV e o 
surgimento dos primeiros sintomas da aids. A fase inicial é caracterizada por uma infecção aguda, 
controlada parcialmente pela imunidade, que, na maioria dos pacientes, é confundida com uma gripe 
forte. A segunda fase atinge os linfonodos e o baço, que são locais de contínua replicação do HIV, 
levando à destruição tecidual. 
Ciclo replicativo do HIV
Partícula HIV
CCR5
gp 120
Protease
Integrase
CD4
RNA
Célula 
infectada
Transcrição 
reversa Proteínas 
do HIV
DNA integrado no 
genoma da célula 
do hospedeiro
Nova partícula 
viral
Célula do hospedeiro 
ligada ao HIV
Figura 50 – Ciclo replicativo do vírus HIV 
Fonte: Raso et al. (2007, p. 100).
O diagnóstico em tempo hábil, a disponibilização universal de medicamentos eficazes pelo sistema 
público de saúde e o acompanhamento clínico adequado aumentaram tanto a expectativa quanto a 
qualidade de vida das pessoas com HIV/aids, trazendo novos desafios para a promoção da integralidade, 
como a reinserção social, incluindo o mercado de trabalho e o sistema educacional, e a promoção de hábitos 
saudáveis, como a alimentação adequada e a atividade física (Aids Education and Training Center, 2012). 
Há alguns anos, receber o diagnóstico de aids era quase uma sentença de morte. Atualmente, pode 
ser considerada uma doença de perfil crônico, para a qual não há cura, mas há tratamento. Uma pessoa 
infectada pelo HIV pode viver com o vírus por vários anos sem apresentar nenhum sintoma ou sinal ou 
apenas com uma fragilidade maior em uma idade mais avançada. 
8.1.3 Classificação e estágios
Duas grandes classificações estão em uso atualmente: o sistema da World Health Organization Clinical 
Staging and Disease Classification System e o do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (Aids 
Education and Training Center, 2012). A tabela 24 indica a classificação deste último.
144
Unidade II
Tabela 24 – Sistema de classificação para adultos e adolescentes 
infectados pelo HIV do Centers for Disease Control and Prevention 
Contagem de 
células CD4 Categorias clínicas
A B C
Assintomático, 
HIV agudo ou LGP
Sintomático, 
não A ou C
Condição indicadora 
de aids
≥ 500 células/µL A1 B1 C1
200-499 células A2 B2 C2
físico
É de grande importância que os profissionais da área da saúde entendam os efeitos do exercício 
físico como terapia coadjuvante e complementar em indivíduos infectados com HIV, principalmente 
porque ainda existem muitas lacunas no conhecimento sobre o tipo de exercício ideal, a duração, a 
frequência e a intensidade que devem ser prescritas para essa população (Grace; Semple; Combrink, 
2015). O exercício físico parece diminuir efetivamente alguns efeitos colaterais associados ao estresse 
fisiológico da infecção pelo vírus (Deresz et al., 2007), melhorar o perfil lipídico (Terry et al., 2006) e 
reduzir o risco de doença cardiovascular (O’brien et al., 2010). 
Estudos recentes com indivíduos infectados pelo HIV têm mostrado o impacto dos exercícios aeróbios 
e dos exercícios de força, individualmente ou de maneira combinada, na função imunológica, nos fatores 
psicológicos, no condicionamento cardiorrespiratório, na força, na composição corporal e na qualidade 
de vida (Hand et al., 2009; Mutimura et al., 2008a). Esses estudos indicam que exercícios de leve a alta 
intensidade, assim como a combinação entre eles, parecem ser seguros e trazer efeitos positivos para 
a população infectada pelo HIV. Tais benefícios incluem mudanças positivas na composição corporal, 
na capacidade funcional, na depressão e ansiedade, na saúde geral e na qualidade de vida (Hand et al., 
2009; O’Brien et al., 2010). O treinamento físico, contudo, não confere, aparentemente, benefícios no 
status do HIV, na carga viral ou na função imunológica (Hand et al., 2009). 
8.1.6 Programa de exercícios físicos
8.1.6.1 Cuidados
Atualmente, há um grande reconhecimento da importância da atividade física no tratamento do 
HIV e da aids. Porém, é essencial saber que nem todos os pacientes estarão aptos a realizar os exercícios 
físicos. Os principais fatores que geram restrição são: 
•	 idade superior a 34 anos para homens e 44 anos para mulheres; 
•	 dois ou mais fatores de riscos cardiovasculares; 
•	 pressão arterial sistólica > 120 milímetros de mercúrio (mmHg); pressão arterial diastólica > 80 mmHg; 
•	 lipoproteína de baixa densidade (LDL) – colesterol ruim – > 160 miligramas por decilitro (mg/dL); 
•	 triglicérides > 150 mg/dL; 
147
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
• lipoproteína de alta densidade (HDL) – colesterol bom – em mulheres igual ou inferior a 50 mg/dL; 
HDL-colesterol em homens igual ou inferior a 40 mg/dL; 
• glicemia > 100 mg/dL; 
• índice de massa corporal (IMC) 25; 
• pacientes com sinais ou sintomas de anomalias cardiovasculares ou indivíduos com doença 
cardíaca, pulmonar ou metabólica (Dolan et al., 2006). 
A prescrição do exercício deve ser individual e levar em consideração o nível de aptidão física 
relacionada à saúde, ao estágio da doença e ao esquema terapêutico (medicação) e seus efeitos adversos 
(Grace; Semple; Combrink, 2015). 
É importante a realização de uma avaliação pré-exercício pelo médico e em conjunto com o 
profissional de Educação Física. Uma avaliação pré-exercício deve incluir: 
• o histórico médico; 
• o exame físico; 
• testes laboratoriais relacionados ao HIV. 
O médico, com as informações em mãos (estágio da doença, contagem CD4, tipo de terapia de 
alta dosagem, uso de outras medicações, histórico de sintomas e doenças recentes), pode auxiliar o 
profissional de Educação Física (por meio do fornecimento detalhado das informações e discussões 
dos casos) na prescrição do exercício, sendo este último responsável pela associação das informações 
recebidas aos dados obtidos pelo questionário de risco para a prática de atividade física (PAR-Q) (Grace; 
Semple; Combrink, 2015). 
Também é importante utilizar um questionário de qualidade de vida, no qual é possível acompanhar a 
evolução e monitorar a qualidade de vida de indivíduos que vivem com o vírus HIV (Clayson et al., 2006). 
Apesar da capacidade funcional reduzida de indivíduos infectados pelo HIV, os testes de aptidão 
física padrão podem ser aplicados para essa população. Os seguintes testes podem ser incluídos: 
•	 Composição corporal: massa corporal, IMC, dobras cutâneas (porcentagem de gordura), 
circunferências e relação cintura-quadril (Fillipas et al., 2010), massa muscular, massa magra 
(Bhasin et al., 2000) e imagem corporal/mudanças corporais (Hsue et al., 2009). 
•	 Testes de capacidade física: aptidão cardiorrespiratória e força. 
•	 Função neuromuscular: marcha e equilíbrio. 
148
Unidade II
Vários cuidados, alguns deles já mencionados, devem ser tomados para a prescrição de exercício 
físico para pacientes infectados com o HIV, e grande parte deles é recomendada pelo Colégio Americano 
de Medicina do Esporte (ACSM, 2000). Alguns exemplos são: medicações adicionais ao tratamento, 
efeitos psicológicos colaterais, função gastrointestinal piorada (especialmente diarreia), complicações 
neurológicas (neuropatia periférica), letargia, fadiga, anemia, toxicidade mitocondrial e miopatia (Lyles 
et al., 2007). 
Algumas outras condições especiais devem ser consideradas, como: 
•	 Caquexia: a caquexia da aids é uma síndrome que leva à perda de peso acentuada não intencional 
e, em geral, ocorre na fase avançada da infecção por HIV. É caracterizada por um IMC 5-15% de perda de peso recente (Gold et al., 2006). 
• Lipodistrofia: o tratamento medicamentoso de alta dosagem recebido pelos indivíduos com 
o HIV pode levar à lipodistrofia, caracterizada pela redistribuição dos estoques de gordura dos 
braços, das pernas e da face para a região abdominal e cervical (Lyles et al., 2007). 
•	 Dislipidemia: o tratamento medicamentoso de alta dosagem recebido pelos indivíduos com o 
HIV também está associado à hipercolesterolemia, ao LDL aumentado, à hipertrigliceridemia e ao 
HDL (Kalra et al., 2011). 
•	 Diabetes: a terapia de alta dosagem também diminui a sensibilidade à insulina e a tolerância à 
glicose (Kalra et al., 2011). 
•	 Densidade óssea: o início da terapia está associado à redução de 2 a 6% da densidade óssea nos 
primeiros dois anos (Mccomsey et al., 2010). 
•	 Risco de doença cardiometabólica: a incidência de doença arterial coronariana e periférica 
aumenta em indivíduos com HIV, principalmente quando associada ao tratamento de alta 
dosagem. Fatores de risco como hiperlipidemia, estresse oxidativo, baixa tolerância à glicose e 
resistência aumentada à insulina, acúmulo de gordura visceral, inflamação secundária ao HIV e os 
efeitos de todas as drogas antirretrovirais contribuem para o risco de doença cardiometabólica. 
8.1.6.2 Prescrição do exercício físico
As metas primárias (dependendo do estágio da doença) para prescrever o exercício físico para indivíduos 
com o HIV são: melhorar a qualidade de vida, a tolerância ao esforço físico e a função neuromuscular; 
diminuir o risco de doença cardiometabólica; e promover efeitos positivos a longo prazo. 
Adicionalmente, pode-se considerar objetivos a curto e longo prazo, individualizados, baseados nas 
anamneses e entrevistas objetivas e subjetivas. Além disso, pode-se considerar: 
•	 as limitações funcionais e as preferências pessoais dos indivíduos; 
149
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
•	 a disponibilidade de equipamentos e tempo para o treino; 
•	 o efeito dose-resposta ao exercício (meta desejada), o tipo de exercício, a intensidade, duração e 
frequência do treinamento e a coordenação entre os membros da equipe multidisciplinar (Haskell 
et al., 2007). 
Quanto à frequência 
A maioria dos estudos determinou que a frequência mínima de três vezes foi suficiente para 
o sucesso do treinamento em pacientes com HIV positivo (Terry et al., 2006). Em contrapartida, 
poucos estudos mostram sucesso no treinamento com frequência menor que duas vezes por semana 
(Scott-Sheldon et al., 2008). 
Quanto à intensidade 
O treinamento aeróbio está associado a adaptações em várias das capacidades funcionais relacionadas 
com o transporte e a utilização do oxigênio. As maisevidentes são as adaptações metabólicas e 
cardiopulmonares. Para essa variável, recomenda-se de 40% a 60% da frequência cardíaca de reserva 
para indivíduos com HIV positivo. Pode-se utilizar intensidade baixa, moderada e alta, mas a maioria dos 
estudos recomenda a intensidade moderada (O’Brien et al., 2010). 
Tabela 25 – Intensidade para a prática de exercício físico 
Intensidade relativa Intensidade absoluta
Intensidade % FCR ou 
% VO2R
% 
FC máx
% 
VO2 máx
PSE Borg 
(6-20) METs Jovens 
(20-39 anos)
Meia-idade 
(40-64 anos)
Pessoas 
idosas 
(≥ 65 anos)
Muito levee sociais, compondo um complexo sistema conceitual que engloba desde 
os aspectos individuais – caracterizados pela maior acessibilidade na tomada de consciência sobre o que 
pode aumentar o risco de desenvolver o câncer – até a escolha na adoção de hábitos saudáveis e as 
condições econômicas que possibilitam a efetivação dessa escolha. 
As alterações imunológicas, as mutações hereditárias e as infecções prolongadas por vírus e bactérias, 
consideradas fatores internos causadores do câncer, são, muitas vezes, resultados das influências 
externas do meio a que o indivíduo está submetido, evidenciando que, além da genética e das questões 
153
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
biológicas, o comportamento – incluindo a alimentação saudável e a higiene – também é um fator 
importante a ser considerado na prevenção do câncer (Inca, 2009). 
Agentes adquiridos (ambientais)
que provocam dano ao DNA:
— Substâncias químicas
— Radiação
— Vírus
CÉLULA NORMAL
Dano ao DNA
Mutações herdadas em:
— Genes que afetam 
 o reparo do DNA
— Genes que afetam o 
crescimentos celular
ou a apoptose
Mutações no
genoma das
células somáticas
Proliferação celular desregulada Apoptose diminuída
Expansão clonal
Progressão tumoral
Neoplasma maligno
Falha de 
reparo do DNA
Ativação de
oncogenes promotores
do crescimento
Inativação de
genes supressores
de tumor
Angiogênese
Mutações adicionais
Escape
da imunidade
Invasão e metástase
Alterações nos
genes que
regulam a apoptose
Reparo do DNA bem-sucedido
Figura 53 – Esquema simplificado das bases moleculares do câncer 
Fonte: Kumar, Abbas e Fausto (2010, p. 280).
Um tumor benigno significa uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e 
se assemelham ao seu tecido original e que, raramente, constituem um risco de morte. 
154
Unidade II
As causas do câncer podem ter origem ambiental (fatores estruturais externos do ambiente e estilo 
de vida das pessoas) ou genética. De todos os casos de câncer, de 80% a 90% estão relacionados a fatores 
ambientais. O tabagismo, por exemplo, é um fator de risco para o câncer de pulmão, e a exposição solar 
excessiva é um fator de risco para o câncer de pele. 
O processo de envelhecimento aumenta a suscetibilidade para o câncer, pois as pessoas ficam 
expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco. Os fatores de risco ambientais para o câncer são 
denominados de cancerígenos ou carcinógenos, e o surgimento da doença depende da intensidade e 
duração da exposição aos agentes causadores. Fatores ambientais, como a exposição à água, à terra 
e ao ar, o ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins), o ambiente de consumo (alimentos, 
medicamentos) e o ambiente social e cultural (estilo de vida), formam os diversos meios nos quais o 
câncer pode ocorrer. São raros os casos de câncer que se devem exclusivamente a fatores hereditários, 
familiares e étnicos. 
8.2.2 Efeitos do exercício físico
Como já mencionado, a formação de uma neoplasia (carcinogênese) é um processo extremamente 
complexo (Hanahan; Weinberg, 2011). Os genes são pequenas partes do DNA que orientam todas as 
funções celulares; porém, quando uma célula é danificada e os mecanismos de reparo falham, os genes 
podem ser alterados, e a célula passa a se dividir descontroladamente, produzindo células cancerosas. 
Os agentes indutores desses danos podem ser químicos, físicos ou patológicos. Além disso, podem ser 
iniciadores ou promotores. Um exemplo de agente iniciador é a radiação solar: quando um indivíduo se 
expõe por longo tempo à radiação solar, é gerado um processo inflamatório no qual ocorre uma série 
de alterações celulares locais. A longo prazo, a radiação pode ser, portanto, um iniciador do tumor. Já 
os agentes promotores não causam danos diretamente, mas atuam sobre as células já danificadas pelo 
agente iniciador. Um bom exemplo seria o consumo de álcool. 
O desenvolvimento dos tumores também é influenciado pelos componentes genéticos individuais. 
Um sujeito pode ser mais ou menos suscetível a um determinado agente iniciador de carcinogênese. 
A partir disso, fica mais fácil compreender a relação entre atividade/inatividade física versus o possível 
aparecimento de um câncer. É muito relevante o número de evidências que sustentam o efeito preventivo 
da atividade física em diferentes tipos de câncer, principalmente o câncer de endométrio, cólon, próstata 
e mama (Friedenreich; Neilson; Lynch, 2010; Neilson et al., 2009). 
8.2.2.1 Neoplasias de mama
Existem vários mecanismos que tentam explicar o efeito benéfico preventivo do treinamento físico 
no desenvolvimento do câncer. Em mulheres na pós-menopausa, o câncer de mama é o mais prevalente; 
assim, a prática de atividade física é altamente recomendada para a sua prevenção. Sabe-se que os 
níveis elevados do IMC e do hormônio estrona, produzidos a partir da androstenediona, são fatores de 
risco para o câncer de mama. Em contrapartida, os estudos epidemiológicos demonstram que a prática 
regular de atividade física apresenta relação inversa a esses dois fatores. Assim, os mecanismos mais 
prováveis pelos quais a prática regular de atividade física diminui os riscos de câncer de mama são 
indiretos, diminuindo os níveis de estrona e alterando o IMC (Neilson et al., 2009).
155
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
8.2.2.2 Neoplasias colorretais (cólon)
O câncer colorretal, um dos tipos de maior incidência, atinge o cólon (o intestino grosso e o reto). 
Esse tipo de câncer é tratável e frequentemente curável quando localizado precocemente no intestino. 
Os principais fatores de risco são: 
•	 idade acima de 50 anos; 
•	 história familiar de câncer de cólon e reto; 
•	 história pessoal pregressa de câncer; 
•	 dieta com alto teor de gordura; 
•	 inatividade física; 
•	 obesidade. 
Esse tipo de câncer também foi muito estudado e apresenta menor incidência em indivíduos ativos 
(Friedenreich; Orenstein, 2002). Na literatura, dados comprovam a redução de até 80% do risco desse 
tipo de câncer através da atividade física: 1.000 kcal de gasto energético por semana podem reduzir 
o risco em até 50% (Friedenreich; Orenstein, 2002; Hauret et al., 2004). A prática da atividade física 
contribui para a diminuição do tempo do trânsito gastrointestinal, incrementando o peristaltismo, 
reduzindo o tempo do decréscimo na segmentação fecal, ajudando a mover o bolo fecal ao longo do 
cólon e contribuindo para a redução do contato de potenciais agentes carcinogênicos com a mucosa 
do cólon. Além disso, a atividade física leva à redução da hiperinsulinemia (Friedenreich, 2001) e a 
mudanças nas prostaglandinas (Colditz; Cannuscio; Frazier, 1997) e na função imune (Hoffman-Goetz, 
1994), todas essas associadas ao desenvolvimento do câncer de cólon. 
 Saiba mais
Para conhecer mais sobre a relação da alimentação com o 
desenvolvimento de câncer, a seguinte leitura é recomendada: 
GUL, K.; SINGH, A. K.; JABEEN, R. Nutraceuticals and functional foods: 
the foods for the future world. Critical Reviews in Food Science and 
Nutrition, Philadelphia, v. 56, n. 16, p. 2617-2627, 2016.
É importante destacar que a redução das chances do desenvolvimento do tumor nessa região é 
sustentada mesmo quando comparada entre indivíduos fisicamente ativos e pessoas sedentárias que 
apresentam o mesmo IMC. Na pesquisa por casos clínicos mais graves, a associação passa a ser ainda mais 
forte. Em outras palavras, a chance de indivíduos que praticaram atividade física regular durante toda a sua 
vida apresentarem uma grave neoplasia de cólon é muito baixa (Wolin; Colditz; Proctor, 2011). 
156
Unidade II
8.2.2.3 Outros tipos de neoplasias e outros benefícios associados
Pode-se observar que grande parte dos efeitos da atividade física é preventiva para vários tipos 
de câncer. Um estudo de Friedenreich (2001) mostrou que de 9% a 19% de todas as neoplasias são 
atribuídas diretamente à inatividade física no continente europeu. 
No que diz respeito a neoplasiase o defeito do septo interventricular com 
prolapso da cúspide aórtica (Galdino et al., 2011 apud Tarasoutchi et al., 2011). 
A insuficiência aórtica, geralmente, desenvolve-se de maneira lenta, com risco baixo de morte 
e sem sintomas durante um longo período. Alguns indivíduos com insuficiência aórtica discreta 
permanecem assintomáticos por décadas e raramente necessitam de tratamento. Outros progridem 
mais rapidamente, com desenvolvimento progressivo da insuficiência valvar, da disfunção sistólica do 
VE e, eventualmente, da insuficiência cardíaca. 
 Saiba mais
Para entender melhor o tratamento das valvopatias, leia a atualização das 
diretrizes de valvopatias, publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia: 
TARASOUTCHI, F. et al. Atualização das Diretrizes Brasileiras de 
Valvopatias: abordagem das lesões anatomicamente importantes. Arquivos 
Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 109, n. 6, p. 1-34, 2017. 
Suplemento 2.
96
Unidade II
5.1.5 Exercício físico para indivíduos valvopatas
Indivíduos que necessitam de reparo ou de troca valvar comumente se encontram em classe 
funcional III ou IV da NYHA (New York Heart Association) (Bocchi et al., 2009), o que significa alto grau 
de comprometimento da função cardíaca e baixa tolerância ao esforço físico, além de uma redução 
considerável da capacidade funcional máxima (4 METs ou menos). 
 Lembrete 
MET significa metabolic equivalent of task e é uma medida para estimar 
o custo energético da atividade física, independentemente do peso, em que 
1 MET = 1 kcal/kg/h. 
Quadro 9 – Classificação funcional de insuficiência 
cardíaca da New York Heart Association (NYHA) 
Classe I Ausência de sintomas (dispneia) durante atividades cotidianas. A 
limitação para esforços é semelhante à esperada para indivíduos normais
Classe II Sintomas desencadeados por atividades cotidianas
Classe III Sintomas desencadeados por atividades menos intensas que as cotidianas 
ou aos pequenos esforços
Classe IV Sintomas em repouso
Fonte: Bocchi et al. (2009, p. 6). 
Nesses indivíduos, várias características relacionadas ao comportamento do coração e da circulação 
do sangue, além dos sintomas referidos, assemelham-se às dos indivíduos com insuficiência cardíaca 
(Stewart et al., 2003). 
Os indivíduos submetidos ao treinamento físico após troca valvar apresentam melhora da capacidade 
funcional, que varia de 19% a 38%, quando comparados aos pacientes que não se exercitam (Nakamura 
et al., 1996 apud Moraes et al., 2005). 
A recomendação de atividade física e esporte em valvopatas leva em consideração o tipo de doença 
valvar de base, o grau de acometimento e a gravidade. A partir daí, o indivíduo é orientado quanto às 
possibilidades de prática esportiva (Bonow et al., 1998). 
Feita essa avaliação, as recomendações serão individualizadas de acordo com o tipo de valvopatia, a 
gravidade e os sintomas. A seguir, são apresentadas as recomendações (Bonow et al., 1998). 
97
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Quadro 10 – Classificação de esportes baseada 
nos componentes dinâmico e estático de pico 
A – Dinâmico leve B – Dinâmico moderado C – Dinâmico intenso
I – Estático 
leve
Bilhar
Boliche
Golfe
Tiro ao alvo
Beisebol
 Softbol
Tênis de mesa
Tênis (duplas)
Voleibol
Badminton
Futebol
Corrida (fundo)
Tênis (individual)
Squash
II – Estático 
moderado
Automobilismo
Motociclismo
Hipismo
Mergulho
Arco e flecha
Esgrima
Nado sincronizado
Corrida (sprint)
Surfe
Patinação
 Rodeio
Hóquei no gelo
Basquetebol
Handebol
Natação 
Corrida (meio-fundo)
III – Estático 
intenso 
Artes marciais
 Ginástica olímpica
Vela
Levantamento de peso
Alpinismo
Musculação
Luta greco-romana
Esqui downhill
Boxe
Decatlon
Ciclismo
Remo
Adaptado de: Mitchell et al. (1994 apud Tarasoutchi et al., 2005, p. 153). 
Para a estenose mitral, geralmente, as recomendações são limitadas pelos sintomas. Os indivíduos 
que apresentam sintomas e/ou com estenose mitral grave podem ser submetidos ao teste ergométrico 
para avaliação funcional. Quando o teste ergométrico é considerado normal, relaciona-se esse resultado 
a um bom prognóstico. Porém, a presença de alterações hemodinâmicas é suficiente para iniciar uma 
avaliação de possível intervenção cirúrgica. 
Os indivíduos sintomáticos, com pior prognóstico, podem exercer atividades físicas aeróbias de 
baixa intensidade (caminhadas leves), limitando-se pelo sintoma de dispneia (Bonow et al., 1998). Esses 
indivíduos devem ser avaliados cuidadosamente pela provável indicação de intervenção terapêutica 
(valvoplastia, cirurgia). Para os indivíduos que não apresentam sintomas, as recomendações são feitas 
de acordo com a gravidade da estenose mitral. 
Os indivíduos com estenose mitral leve podem participar de todas as atividades esportivas, mesmo 
em caráter competitivo. Já os com estenose mitral leve e fibrilação atrial, os com estenose mitral 
moderada, em ritmo sinusal ou fibrilação atrial, e aqueles com pressão sistólica de artéria pulmonar 
em repouso ou esforçodo sistema respiratório, em um estudo de metanálise que considerou 
12 estudos independentes e alguns de casos de indivíduos com câncer de pulmão, a prática de atividade 
física também apresentou estreita associação com os casos de câncer (Zhong et al., 2016). 
 Observação 
A metanálise é uma técnica estatística desenvolvida para integrar os 
resultados de diferentes estudos. 
Outros efeitos indiretos do exercício físico também são de extrema relevância. Adamsen et al. 
(2003) demonstraram um aumento da capacidade aeróbia após seis semanas de treinamento de força, 
combinado com exercício aeróbio com intensidade de 60% a 100% da FCmáx em bicicleta ergométrica, 
durante o tratamento de pacientes com diversos tipos de câncer. Battaglini et al. (2009) evidenciaram a 
melhora da capacidade cardiorrespiratória em dez pacientes com leucemia. 
Muitos estudos também relatam um aumento da força muscular em indivíduos com câncer. Entre 
eles, Adamsen et al. (2003) demonstraram um aumento da força muscular em pacientes com diversos 
tipos de câncer. Schneider et al. (2007) realizaram um estudo com 270 pacientes com câncer de mama 
ou próstata, sobreviventes de câncer, durante e após o tratamento, tendo observado uma melhora 
significativa na força muscular. 
Outros efeitos positivos podem incluir os benefícios no sistema imune, a redução da fadiga e a 
melhora da qualidade de vida. 
8.2.3 Prescrição do exercício físico
A maioria dos estudos indica que o exercício físico é uma intervenção segura e bem tolerada para 
indivíduos com doença sob tratamento, tanto durante quanto após o tratamento medicamentoso. 
Contudo, pacientes com câncer, em geral, têm idade mais avançada, apresentando outras comorbidades 
associadas ao envelhecimento, além de receber diversas terapias citotóxicas sistêmicas e locais, que 
podem aumentar o risco de complicações relacionadas ao exercício físico, principalmente em indivíduos 
sedentários (Sweegers et al., 2019).
É importante, portanto, incorporar no programa de exercícios uma anamnese detalhada associada 
ao exame clínico do oncologista. Um histórico cuidadoso e um exame físico que avalie sinais e sintomas 
cardíacos, pulmonares, neurológicos e musculoesqueléticos são necessários para assegurar a segurança 
do programa de exercícios.
157
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
As diretrizes do ACSM (Schmitz et al., 2010) recomendam que pacientes com câncer participem de, 
no mínimo, 150 minutos de exercício físico de intensidade moderada (caminhada leve, natação leve) ou 
75 minutos de exercício físico intenso (corrida, trote, natação intensa). 
No entanto, essa recomendação pode ser considerada uma meta a longo prazo e não é aconselhada 
para indivíduos sedentários em uma prescrição inicial, durante ou imediatamente após a terapia 
citotóxica. O segredo para prescrições seguras e efetivas nessa população é a individualização do 
programa, adaptado às necessidades do indivíduo. Indivíduos com câncer, portanto, devem receber 
atenção especial quanto às variações patofisiológicas da doença, ao gerenciamento terapêutico e ao 
prognóstico das malignidades e características individuais. 
Além disso, as prescrições individualizadas podem ser utilizadas na maioria dos cenários se os 
princípios fundamentais da prescrição de exercícios forem seguidos de maneira adequada, como a 
frequência (sessões por semana), a intensidade (nível de esforço para cada sessão), o tempo (duração 
da sessão) e o tipo (modalidade de exercício). Nas prescrições individualizadas, a questão inicial a ser 
considerada é o comportamento atual em relação à prática de exercícios físicos. Os indivíduos que já são 
praticantes de exercícios com a frequência e a intensidade recomendadas pelo ACSM são aconselhados 
a manter essa quantidade mínima, suficiente para ter ganhos relacionados à saúde. 
O aumento progressivo na quantidade de exercício físico pode promover benefícios adicionais à 
saúde. Esses benefícios são alcançados pela variação da intensidade, da frequência, da duração e do 
tipo de exercício, que pode ser modificado a cada duas ou três semanas para evitar lesões e estresse 
excessivo, melhorando a capacidade cardiorrespiratória. 
O mais desafiador da prescrição de exercícios é encontrar a intensidade apropriada. Medidas mais 
subjetivas podem ser explicadas aos indivíduos, mas, se possível, recomenda-se utilizar medidas com 
maior efetividade, como os cálculos das zonas-alvo de treinamento, que podem ser feitos por equações 
ou, preferencialmente, por testes de esforço. 
 Lembrete 
Como visto, os testes de esforço são uma ferramenta muito importante 
para a segurança e precisão da prescrição. 
O treinamento de força também é importante para manter a massa muscular e prevenir a deterioração 
comum nos indivíduos com câncer. A decisão de quando incluir o treinamento de força depende da 
necessidade do indivíduo. Em pacientes com câncer sob tratamento relacionado à caquexia, ou quando 
o exercício aeróbio é contraindicado, o treinamento de força pode ser considerado o foco central. Em 
outros cenários, contudo, ele pode ser apropriado para iniciar o programa de treinamento, uma vez que 
o treinamento aeróbio já é parte da atividade habitual de alguns indivíduos. 
158
Unidade II
 Resumo
As valvopatias são um grupo especial de doenças cardíacas, com 
características particulares, que, em geral, após a instalação, cursam um 
longo período sem manifestações clínicas. Porém, quando há o aparecimento 
de sintomas, o indivíduo pode ser um candidato a intervenções cirúrgicas.
Todas as valvopatias podem evoluir com sintomas de insuficiência 
cardíaca (IC), como dispneia aos esforços, ortopneia, dispneia paroxística 
noturna, tosse, chiado, hemoptise, edema periférico e fadiga. Alguns 
exemplos de valvopatias são: estenose mitral, insuficiência mitral, estenose 
aórtica e insuficiência aórtica.
A recomendação de atividade física e esporte em valvopatas leva em 
consideração o tipo de doença valvar de base, o grau de acometimento e a 
gravidade. A partir daí, o indivíduo é orientado quanto às possibilidades de 
prática esportiva. Feita a avaliação, as recomendações serão individualizadas 
de acordo com o tipo de valvopatia, a gravidade e os sintomas.
Quanto à insuficiência cardíaca, trata-se de uma síndrome associada 
à falência progressiva do coração. É considerada a via final comum para 
diversas doenças cardiovasculares, ou seja, lesões cardíacas prévias podem 
progredir gradualmente para a falência do coração, sendo considerada uma 
síndrome de natureza neuro-hormonal. Essa visão proporcionou muitos 
avanços no seu tratamento. Alguns medicamentos também passaram a 
ser prescritos, tais como os betabloqueadores, além da nova visão sobre 
os exercícios físicos, que poderia ser incorporada ao treinamento físico no 
tratamento dessa síndrome. Alguns efeitos positivos no exercício físico 
incluem a redução da atividade simpática (coração, rim e musculatura 
esquelética), o aumento da atividade parassimpática (coração), a melhora 
da tolerância ao esforço e a manutenção ou o aumento da massa muscular.
Outro efeito importante do treinamento físico no tratamento da 
insuficiência cardíaca é a melhora da tolerância ao esforço, que, de 
maneira geral, pode estar reduzida no indivíduo com insuficiência cardíaca. 
Isso acontece devido ao próprio quadro da doença, que reduz o débito 
cardíaco, mas é influenciado, em grande parte, pelo tratamento com 
betabloqueadores. O primeiro passo para a prescrição de exercícios para 
indivíduos com insuficiência cardíaca é se certificar de que esses indivíduos 
estejam clinicamente estáveis por período não inferior a 30 dias e que 
tenham se submetido a um teste ergométrico ou, preferencialmente, a um 
teste ergoespirométrico.
159
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
O protocolo de treinamento físico do InCor da FMUSP-HC aplica a 
intensidade de 40% a 60% da frequência cardíaca estimada no pico do 
esforço, no teste ergométricoconvencional, ou a média da frequência 
cardíaca medida no limiar ventilatório e menos 10% da obtida no ponto 
de compensação respiratória. As sessões de atividade física supervisionada 
devem ser realizadas, no mínimo, três vezes por semana durante seis meses. 
Para indivíduos com quadro estável, pode-se sugerir que pratiquem atividade 
física não supervisionada nos demais dias, controlada pelo nível de cansaço 
e pela frequência de treinamento estabelecida. A duração do exercício deve 
aumentar progressivamente de acordo com a tolerância do indivíduo.
Além do treinamento aeróbio, o treinamento de força também pode ser 
utilizado como coadjuvante, principalmente nas semanas iniciais. O objetivo 
é aumentar o tônus e volume muscular e a flexibilidade, já com resultados 
excelentes mostrados por pesquisadores em indivíduos com sarcopenia.
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) faz parte das doenças 
respiratórias que se caracterizam pela presença de obstrução crônica do 
fluxo aéreo. A prevalência varia entre 6-15% em pessoas acima de 40 anos 
e é a quinta causa de morte no Brasil, sendo considerada uma doença de 
possível prevenção e tratamento. Sua etiologia tem relação direta com o 
uso de tabaco, a poluição e alguns serviços específicos, como indústrias de 
borracha, plástico, têxtil, moagem de grãos, entre outros. O diagnóstico tem 
como base os sintomas e o histórico pessoal. O principal teste é a espirometria, 
que avalia a função pulmonar. A espirometria mede o volume e os fluxos 
aéreos derivados de manobras inspiratórias e expiratórias máximas forçadas 
ou lentas. Vários parâmetros podem ser analisados. No quadro clínico, a tosse 
é um importante sintoma, mas a dispneia é o principal sintoma associado 
à redução da qualidade de vida e ao pior prognóstico.
A intolerância ao exercício físico em pessoas com DPOC está 
tradicionalmente ligada às limitações do sistema ventilatório e à troca 
gasosa. Porém, outro fator importante para a limitação do exercício 
físico é a disfunção da musculatura periférica, como a redução da massa 
muscular e a relação capilaridade/mitocondrial, as mudanças no tipo e 
tamanho das fibras musculares e a redução das enzimas oxidativas, as perdas 
funcionais, como a redução da força e resistência, além da bioenergética 
muscular, como a redução no consumo de oxigênio, o aumento do nível 
de lactato e a diminuição/desequilíbrio do pH. 
A prescrição de exercícios visa trabalhar, inicialmente, no aumento da 
resistência muscular da capacidade cardiopulmonar e na qualidade de vida. 
160
Unidade II
Para a prática do exercício, é importante a liberação do médico, que 
deve indicar as limitações a serem observadas. Se, no teste de esforço de 
esteira, é observada uma queda de oxigênio, deve-se utilizar oxigênio extra 
(suplemento de oxigênio) através de um cateter nasal durante o exercício. 
Nessas situações, deve-se realizar as inspirações pelo nariz e, no momento 
da expiração, deve-se fazer um bico. Essa manobra facilita a distribuição de 
ar em mais áreas do pulmão. 
É importante saber que as pessoas com DPOC têm a necessidade de um 
período de aquecimento mais prolongado, gradativo e com intervalos de 
recuperação. O objetivo, nesse caso, é proporcionar um estresse oxidativo 
mais adequado no sistema vascular, auxiliando o sistema a se adaptar 
dentro dos limites individuais na vasodilatação. Evita-se, assim, o aumento 
da pressão em consequência do volume sanguíneo circulante e a isquemia 
precoce, considerando que o indivíduo com DPOC já apresenta, na base 
fisiopatológica, dificuldade na troca gasosa. 
Na literatura, protocolos de exercícios físicos sugeridos são mais 
escassos. A prescrição para exercícos de fortalecimento varia entre 40-80% 
para exercícios aeróbios, podendo ser limitada pela dispneia. A prescrição 
da intensidade, portanto, passa a ser individualizada, e a literatura sugere 
trabalhar no limiar da dispneia ou calcular a partir do pico de esforço 
alcançado no teste de esforço. Há poucos estudos com treinamento de força, 
mas são o suficiente para entender sua importância no desenvolvimento da 
força muscular para a melhoria da eficiência do trabalho da musculatura 
respiratória e a aceleração da resposta das atividades de endurance. As 
limitações quanto à prescrição de exercício devem-se, provavelmente, 
à dificuldade encontrada em cada paciente, suas características e seus 
sintomas apresentados individualmente. 
O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, em que 
ocorrem diversas modificações psicológicas, como a perda da capacidade 
de adaptação da pessoa idosa ao meio, alterações morfológicas, funcionais 
e bioquímicas, além do aumento da prevalência de doenças e disfunções 
incapacitantes, como a perda do papel social, da renda e da independência. 
Esse processo conduz o indivíduo a uma maior vulnerabilidade a fatores 
intrínsecos e extrínsecos que o predispõem ao risco de morbimortalidade, 
como a perda de peso não intencional, o autorrelato de fadiga, a diminuição 
da força de preensão, a redução das atividades físicas, a diminuição da 
velocidade da marcha, a diminuição das atividades diárias e a diminuição 
das relações sociais. 
161
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
O envelhecimento pode ser subdividido e compreendido em três etapas: 
• Envelhecimento primário: natural ou senescência, uma característica 
genética típica da espécie. 
• Envelhecimento secundário (ou envelhecimento patológico): 
refere-se às diversas doenças, que não se confundem com o processo 
normal de envelhecimento. 
• Envelhecimento terciário: também conhecido como terminal, 
que se caracteriza por um período de profundas perdas físicas e 
cognitivas, ocasionadas pelo acúmulo dos efeitos do envelhecimento 
e por patologias dependentes da idade. 
Promovendo uma série de alterações no corpo a partir dos 40 anos 
de idade, no envelhecimento perdem-se tônus e fibras musculares, e 
iniciam-se a degeneração dos discos intervertebrais, o desequilíbrio entre 
os músculos do quadril e os membros inferiores e as compensações, 
como o relaxamento, que pode ocorrer no tendão do tibial medial, o qual 
fará acentuar a diminuição do arco plantar, além do aumento do tecido 
adiposo, que tende a se depositar nos compartimentos omentos na região 
perirrenal (em torno dos rins). O tecido adiposo diminui nos membros e 
aumenta no tronco, e o teor total de água do corpo diminui por perda 
de água intracelular, levando à diminuição da relação fluido intracelular 
para o extracelular. O potássio total, que, na maior parte, é intracelular, 
também diminui. 
Os exercícios físicos regulares podem retardar muitas dessas perdas 
e compensações, e, se a pessoa idosa for avaliada e a prescrição for 
direcionada, os benefícios são ainda mais eficazes. Exercícios como os 
aeróbios, quando praticados regularmente, são fundamentais para manter 
a eficácia do metabolismo oxidativo e auxiliar no maior gasto energético. 
Os exercícios de fortalecimento dos grupos musculares do tronco e os 
que diminuem a pressão interna do abdômen são essenciais para evitar 
o acúmulo de gordura visceral e no peritônio. Esses exercícios, quando 
associados a uma reeducação alimentar adequada, podem gerar, em muitos 
casos, a diminuição dessa gordura. 
As recomendações para a prática de exercícios são: para atividades 
moderadas, acumular, pelo menos, de 30 a 60 minutos por dia, um total 
de 150 a 300 minutos por semana; realizar de 20 a 30 minutos ou mais, 
por dia, de intensidade vigorosa, para um total de 75 a 150 minutos por 
semana. É importante lembrar que treinar menos que 3 vezes aumenta o 
risco por excesso de carga por intensidade do treinamento. 
162
Unidade II
As contraindicações são: PAS > 200 mmHg ou PAD > 110 mmHg em 
repouso; queda da PA ortostática > 20 mmHg com sintomas; hipotensão 
ao esforço maior que 15 mmHg; angina instável; arritmias não controladas; 
estenose aórtica crítica ou sintomática; doença aguda ou febre; frequência 
cardíacade repouso > 120 bpm; insuficiência cardíaca descompensada; 
bloqueio atrioventricular de 3º grau sem marcapasso; pericardite ou 
miocardite em curso; depressão de segmento ST maior que 2 mV em 
repouso; problemas ortopédicos graves que proíbam os exercícios resistidos; 
e cardiomiopatia hipertrófica. 
O HIV é responsável pela contaminação de mais de 76 milhões de 
pessoas, infectadas pelo vírus desde o início da epidemia até 2017, e pela morte 
de mais de 14 milhões de pessoas no mundo. A aids é uma doença causada 
pela infecção do HIV, que pode provocar imunossupressão profunda e um 
consequente quadro de infecções oportunistas, neoplasmas secundários e 
distúrbios neurológicos. 
Progressivamente, o HIV leva à falência do sistema imunológico 
do indivíduo, trazendo, como consequência, a perda da capacidade de 
resposta do organismo diante de agentes como vírus, bactérias e outros 
microrganismos. Os pacientes que vivem com o HIV podem apresentar, 
também, alta prevalência de alterações da densidade mineral óssea, como 
osteoporose e osteopenia. 
É de grande importância que os profissionais da área da saúde 
entendam os efeitos do exercício físico como terapia coadjuvante e 
complementar em indivíduos infectados com HIV. O exercício físico parece 
diminuir efetivamente alguns efeitos colaterais associados ao estresse 
fisiológico da infecção pelo vírus, melhorar o perfil lipídico e reduzir o risco 
de doença cardiovascular. 
A prescrição do exercício deve ser individual e levar em consideração 
o nível de aptidão física relacionada à saúde, ao estágio da doença e 
ao esquema terapêutico (medicação) e seus efeitos adversos. Devem ser 
considerados alguns cuidados complementares, como: medicações adicionais 
ao tratamento, efeitos psicológicos colaterais, função gastrointestinal 
piorada (especialmente diarreia), complicações neurológicas (neuropatia 
periférica), letargia, fadiga, anemia, toxicidade mitocondrial e miopatia. 
As metas da prescrição devem incluir a melhora da qualidade de vida, a 
tolerância ao esforço, a força e a redução do risco de doença cardiometabólica. 
Recomenda-se uma frequência mínima de 3 sessões semanais de exercício 
aeróbio de intensidade moderada, com duração  mínima de 20 minutos 
no steady state, o que faz, em média, a duração da sessão ser de 30 
163
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
a  45  minutos. Exercícios de força também são recomendados, iniciando 
com intensidade moderada e progredindo para intensidades maiores ao 
longo do programa de exercícios. 
O câncer (também conhecido como neoplasia) é um dos principais 
problemas de saúde pública nos países em desenvolvimento, como o Brasil. 
Trata-se de um conjunto de doenças caracterizadas pelo acúmulo de 
mutações no genoma de uma célula. Essas mutações induzem mudanças 
no ambiente celular, que se proliferam, bem como desenvolvem maior 
resistência aos mecanismos de morte celular programada (apoptose). O 
tumor pode ser definido como um amontoado disfuncional dessas células. 
É importante ressaltar que, segundo as políticas e ações para prevenção 
do câncer no Brasil (Inca, 2009), o avanço dessa doença, na maior parte 
das vezes, se dá por fatores externos, que envolvem aspectos físicos, 
ambientais, econômicos e sociais. Nesse contexto, há muitas evidências que 
sustentam o efeito preventivo da atividade física em diferentes tipos de 
câncer, principalmente no câncer de endométrio, cólon, próstata e mama. 
Na maioria das vezes, o exercício físico é uma intervenção segura e 
bem tolerada para indivíduos com doença sob tratamento, tanto durante 
quanto após o tratamento medicamentoso. Contudo, pacientes com câncer, 
em geral, têm idade mais avançada, apresentando outras comorbidades 
associadas ao envelhecimento, além de receber diversas terapias citotóxicas 
sistêmicas e locais, que podem aumentar o risco de complicações 
relacionadas ao exercício físico, principalmente em indivíduos sedentários. 
As diretrizes do ACSM recomendam que pacientes com câncer 
participem de, no mínimo, 150 minutos de exercício físico de intensidade 
moderada (caminhada leve, natação leve) ou 75 minutos de exercício físico 
intenso (corrida, trote, natação intensa). O treinamento de força também é 
importante para manter a massa muscular e prevenir a deterioração comum 
nos indivíduos com câncer. A decisão de quando incluir o treinamento de 
força depende da necessidade do indivíduo. Em pacientes com câncer 
sob tratamento relacionado à caquexia, ou quando o exercício aeróbio é 
contraindicado, o treinamento de força pode ser considerado o foco central. 
A prescrição, portanto, deve ser individualizada e específica ao indivíduo, 
considerando-se os diversos aspectos, que incluem o tipo de câncer e o tipo 
de tratamento do indivíduo, além de comorbidades associadas. 
164
Unidade II
 Exercícios
Questão 1. Um paciente com insuficiência cardíaca deseja realizar exercício fisco após receber 
orientação de seu médico. Sobre os conceitos e a prescrição de exercícios para os pacientes com 
insuficiência cardíaca, é correto dizer que: 
I – Atualmente, a insuficiência cardíaca é definida como uma doença da circulação, e não apenas 
do coração. 
II – O treinamento físico provoca a redução da atividade nervosa simpática no coração, nos rins e 
no musculoesquelético. 
III – A insuficiência cardíaca é uma doença que apresenta como sintomas clássicos a fadiga e a 
intolerância aos exercícios. 
É correto apenas o que se destaca em: 
A) I, II e III. 
B) I e II. 
C) II e III. 
D) III. 
E) I. 
Resposta correta: alternativa A.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta. 
Justificativa: atualmente, a insuficiência cardíaca é definida cmo uma doença da circulação, e não 
apenas do coração. Quando a força contrátil e o débito cardíaco diminuem, mecanismos neuro-hormonais, 
como o aumento da atividade simpática e do sistema renina-angiotensina, são ativados com o objetivo 
de compensar essa redução e, assim, preservar a homeostase circulatória.
II – Afirmativa correta. 
Justificativa: além da diminuição da atividade simpática cardíaca, o treinamento físico provoca a 
redução da atividade nervosa simpática para o rim (Negrão et al., 1993) e para a musculatura esquelética 
(Grassi et al., 1994) em animais de experimentação e em indivíduos normais, respectivamente.
165
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
III – Afirmativa correta. 
Justificativa: de acordo com a classificação proposta pela New York Heart Association, os pacientes 
com insuficiência cardíaca podem ter limitações funcionais e sintomas associados a uma piora na 
qualidade de vida.
Questão 2. (Enade 2016, adaptada) Integram uma equipe multiprofissional que trabalha em uma 
casa de repouso com pessoas idosas institucionalizadas uma profissional de Educação Física, um 
enfermeiro, uma nutricionista, dois médicos, dois fisioterapeutas e uma terapeuta ocupacional. Na 
reunião semanal da equipe, os integrantes discutem sobre a mobilidade e a aptidão física das pessoas 
idosas, e a profissional de Educação Física explica que, ao longo da vida, o organismo humano apresenta 
um nível de aptidão física que, normalmente, aumenta até a metade da quarta década de vida e, depois, 
segue em declínio. Ela apresenta, então, o gráfico a seguir, que mostra o resultado de uma coleta 
de dados sobre o nível de força muscular ao longo da vida como um dos componentes da aptidão 
física, aferido por meio de dinamômetro de pressão manual, em pessoas fisicamente ativas de ambos 
os gêneros. 
10
0
5
10
15
20
Fo
rç
a 
iso
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ét
ric
a 
de
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^p
re
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ão
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an
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l (
kg
f)
25
30
35
40
45
50
20 30
Idade (anos)
40 50 60 70
Masculino
Feminino
Figura 54
Adaptada de: Gobbi, Villar e Zago (2005).
Considerando as informações apresentadas e a perspectiva básica de trabalho do profissional de 
Educação Física que atua com pessoas idosas e integra a equipe multiprofissional, avalie as afirmativas 
a seguir e a relação proposta entre elas. 
I –Com o avanço da idade, o declínio do nível de força muscular ocorre de forma mais acentuada 
após os 30 anos. 
porque 
II – Ao envelhecer, as pessoas deixam de praticar exercícios físicos com volumes e intensidades 
eficazes para impedir o declínio da força muscular. 
166
Unidade II
A respeito dessas afirmativas, assinale a opção correta:
A) A afirmativa I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
B) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. 
C) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. 
D) A afirmativa I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
E) As afirmativas I e II são proposições falsas. 
Resposta correta: alternativa A.
Análise da questão
A asserção I está correta, pois, com o avanço da idade, o declínio do nível de força muscular ocorre 
de forma mais acentuada após os 30 anos. Já a asserção II está incorreta, pois exercícios físicos, mesmo 
com volume e intensidade adequados, não impedem, mas retardam o declínio da força muscular.
167
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186
187
188
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000aórtica são as 
seguintes: os indivíduos com insuficiência aórtica leve ou moderada, com diâmetro ventricular normal 
ou discretamente aumentado, podem participar de todas as atividades esportivas competitivas; aqueles 
com dilatação ventricular progressiva em avaliações seriadas não devem realizar esportes competitivos; 
se apresentarem insuficiência aórtica leve ou moderada, com arritmias ventriculares em repouso ou 
exercício, devem participar somente de atividades competitivas de baixa intensidade; já os indivíduos 
com insuficiência aórtica grave, assim como aqueles com insuficiência aórtica leve ou moderada 
sintomáticos, não devem participar de atividades físicas competitivas (Tarasoutchi et al., 2005). 
99
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
5.2 Insuficiência cardíaca
5.2.1 Definição e conceitos
A insuficiência cardíaca é uma síndrome associada à falência progressiva do coração. É considerada 
a via final comum para diversas doenças cardiovasculares, ou seja, as lesões cardíacas prévias podem 
progredir gradualmente para a falência do coração. Além disso, seus sinais e sintomas relacionam-se 
à perfusão tecidual inadequada (Adamopoulos et al., 2003), devido ao baixo débito cardíaco e à 
remodelação cardíaca associada à perda de cardiomiócitos (células musculares cardíacas) e ao aumento 
da fração de colágeno, tornando o tecido mais rígido (Grimm et al., 2001; Kunst et al., 2000). 
Até meados da década de 1980, essa síndrome era associada somente a distúrbios hemodinâmicos, 
nos quais se observava uma redução da força contrátil e uma consequente diminuição do débito cardíaco 
e do fluxo renal, levando à retenção de sódio e água e ao surgimento de edemas periférico e pulmonar 
(Katz, 1997). Tais ideias foram a base para o uso de digitálicos (inotrópico positivo) e diuréticos no 
tratamento da síndrome. No entanto, mesmo com o controle da retenção hídrica e do uso de agentes 
inotrópicos positivos, a insuficiência cardíaca progredia, levando o paciente inexoravelmente ao óbito 
(Katz, 1986; Packer, 1987). 
 Observação
Inotrópicos positivos são drogas que agem aumentando a força de 
contração do coração. 
Na atualidade, a insuficiência cardíaca é definida como uma doença da circulação, e não apenas 
do coração (Cohn et al., 1984; Packer, 1987). Quando a força contrátil e o débito cardíaco diminuem, 
mecanismos neuro-hormonais, como o aumento da atividade simpática e do sistema renina-angiotensina, 
são ativados com o objetivo de compensar essa redução e, assim, preservar a homeostase circulatória. 
Embora, em um primeiro momento, essa seja uma resposta compensatória benéfica, a liberação de 
neuro-hormônios vasoconstritores proporciona efeitos deletérios no desenvolvimento da insuficiência 
cardíaca, pelo aumento da sobrecarga de volume e da pós-carga do ventrículo com contratilidade já 
diminuída, podendo potencializar a evolução da falência cardíaca já existente. 
100
Unidade II
Insuficiência cardíaca
Treinamento físico
Disfunção cardíaca
Alterações na dinâmica do 
cálcio intracelular
Débito cardíaco
Fej
Transiente de cálcio
Enzimas oxidativas
Vasodilatação
Dif. A-V O2
Endotélio
ANS
Atrofia muscular
Disfunção endotelial
Redução do fluxo sanguíneo
Figura 34 – Resumo das principais adaptações desencadeadas pelo treinamento físico aeróbio na 
insuficiência cardíaca. ANS: atividade nervosa simpática; Dif. A-V O2: diferença arteriovenosa de 
oxigênio; Fej: fração de ejeção 
Fonte: Bertuzzi et al. (2017, p. 338).
A liberação desses neuro-hormônios pode prejudicar ainda mais o coração e potencializar as 
anormalidades metabólicas, ocasionando, por exemplo, o aparecimento de arritmias cardíacas 
(Veldkamp et al., 2001). Por meio desses mecanismos, a ativação neuro-hormonal contribui de maneira 
significativa para os sintomas relacionados à insuficiência cardíaca, assim como para a alta mortalidade 
dos indivíduos que sofrem dessa doença. 
Devido a essas observações, portanto, a partir da década de 1990, a visão da insuficiência cardíaca 
como uma síndrome de natureza neuro-hormonal proporcionou muitos avanços no seu tratamento. 
O tratamento atual não visa apenas aliviar os sintomas e melhorar a capacidade funcional e a 
qualidade de vida; seus objetivos incluem, também, a prevenção do desenvolvimento e da progressão 
da síndrome, a atenuação da remodelação ventricular e a redução da mortalidade. 
Uma atenção especial tem se destinado às alterações neuro-hormonais associadas à disfunção 
sistólica do ventrículo esquerdo, a qual inclui a hiperatividade do sistema simpático, que é, de fato, 
uma das principais responsáveis pela piora progressiva da função cardíaca e do funcionamento da 
musculatura cardíaca, especialmente em fases mais avançadas da doença (Burger; Aronson, 2001). 
Com essas observações, alguns medicamentos também passaram a ser prescritos, tais como os 
betabloqueadores, os inibidores da enzima conversora de angiotensina, os bloqueadores dos receptores 
da angiotensina I, da angiotensina II e da síntese de aldosterona, além da nova visão sobre os exercícios 
físicos, que poderia ser incorporada ao treinamento físico no tratamento dessa síndrome. 
101
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
A classificação da severidade da síndrome pode ser feita através da intensidade dos sintomas, 
incluindo a tolerância ao esforço. A síndrome é dividida em 4 classes propostas pela New York Heart 
Association (Bocchi et al., 2009). Essas classes estratificam o grau de limitação associado à doença 
para atividades cotidianas do indivíduo. É importante ressaltar que essa classificação, além de estar 
relacionada a fatores funcionais, também associa sua avaliação à qualidade de vida dos indivíduos com 
insuficiência cardíaca. 
 As quatro classes propostas são: 
•	 Classe I: ausência de sintomas (dispneia) durante atividades cotidianas. A limitação para esforços 
é semelhante à esperada em indivíduos normais. 
•	 Classe II: sintomas desencadeados por atividades cotidianas. 
• Classe III: sintomas desencadeados por atividades menos intensas que as cotidianas ou 
pequenos esforços. 
•	 Classe IV: sintomas em repouso. 
Essa é, contudo, uma medida subjetiva, já que está baseada na capacidade de realizar atividades 
cotidianas, o que pode variar de indivíduo para indivíduo. Ainda assim, apresenta boa correlação com o 
prognóstico e a qualidade de vida. Além do valor prognóstico da classe funcional aferida na avaliação 
inicial de pacientes, sua determinação também é útil para avaliar a resposta ao tratamento e o melhor 
momento para intervenções (Bocchi et al., 2009). 
 Saiba mais
Na fase avançada da insuficiência cardíaca, o transplante cardíaco 
pode ser a única forma de tratamento capaz de restaurar as funções 
hemodinâmicas, melhorar a qualidade de vida e a sobrevida. Leia mais sobre 
essa relação em: 
FIORELLI, A. I. et al. Insuficiência cardíaca e transplante cardíaco. Revista 
de Medicina, São Paulo, v. 87, n. 2, p. 105-120, 2008. 
5.2.2 Atividade física (benefícios, adaptações e prescrição)
Conforme mencionado, uma das consequências da insuficiência cardíaca é a maior ativação dos 
sistemas neuro-humorais, como o nervoso simpático e o renina-angiotensina-aldosterona, o que, em 
longo prazo, acaba piorando a disfunção cardíaca. 
102
Unidade II
O treinamento físico pode provocar alterações autonômicas positivas importantes. Em indivíduos 
com insuficiência cardíaca, o treinamento físico aeróbio diminui a atividade nervosa simpática para o 
coração e aumenta bastante a atividade parassimpática (tônus vagal) (Adamopoulos et al., 1995). Essas 
modificações são fundamentais para eles, uma vez que podem representar uma redução da incidência 
de arritmias e, consequentemente, de morte súbita no indivíduo com insuficiência cardíaca crônica. 
Além da diminuição da atividade simpática cardíaca, o treinamento físico provoca a redução da 
atividade nervosa simpática para o rim (Negrão et al., 1993) e para a musculatura esquelética (Grassiet  al., 1994) em animais de experimentação e em indivíduos normais, respectivamente. 
15 s
Antes de TFA
ANSM = 72 disparos/min
Antes de TFA
ANSM = 40 disparos/min
15 s
Figura 35 – Atividade nervosa simpática muscular (ANSM) de paciente com insuficiência 
cardíaca (IC) antes e depois de quatro meses de treinamento físico aeróbio 
Fonte: Bertuzzi et al. (2017, p. 336).
Os principais efeitos do treinamento físico na insuficiência cardíaca são: 
•	 redução da atividade simpática (coração, rim e musculatura esquelética); 
•	 aumento da atividade parassimpática (coração); 
•	 melhora da tolerância ao esforço; 
•	 manutenção ou aumento da massa muscular. 
Um efeito importante do treinamento físico no tratamento da insuficiência cardíaca é a melhora da 
tolerância ao esforço, que, de maneira geral, pode estar reduzida no indivíduo com insuficiência cardíaca. 
Isso acontece devido ao próprio quadro da doença, que reduz o débito cardíaco, mas é influenciado, 
em grande parte, pelo tratamento com betabloqueadores. Associada ao aumento da tolerância ao 
esforço, pode-se observar uma melhora da qualidade de vida do indivíduo com insuficiência cardíaca, 
possivelmente relacionada ao aumento da massa muscular e à melhora metabólica do músculo 
esquelético (Fraga et al., 2007; Hambrecht et al., 1997). 
103
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Os resultados de pesquisas em camundongos com cardiomiopatia induzida por hiperatividade 
simpática mostram que o treinamento físico foi capaz de prevenir o desenvolvimento de intolerância 
ao esforço e a diminuição da fração de encurtamento, além de diminuir o tônus simpático cardíaco 
(Vanzelli et al., 2013). 
Em relação aos fatores periféricos já mencionados, a melhora no quadro geral do indivíduo, incluindo 
sua capacidade funcional, tem sido, em grande parte, atribuída a alterações na musculatura esquelética. 
Em indivíduos saudáveis, o treinamento físico aeróbio proporciona bradicardia de repouso e redução da 
frequência submáxima, sendo que isso acontece devido ao aumento do volume sistólico e, em menor 
grau, à diferença arteriovenosa de oxigênio. Já em indivíduos com função cardíaca diminuída, o efeito 
maior é na diferença arteriovenosa de oxigênio, com aumento bem menos expressivo no débito cardíaco 
(Detry et al., 1971 apud Bertuzzi et al., 2017). 
 Lembrete 
A diferença arteriovenosa de oxigênio é a diferença entre o conteúdo 
de oxigênio do sangue arterial e o conteúdo de oxigênio do sangue venoso, 
ou seja, o que foi absorvido e utilizado pelos tecidos periféricos. 
Esse aumento na diferença arteriovenosa de oxigênio se deve, em grande parte, ao aumento do 
fluxo sanguíneo muscular proporcionado pela redução da resistência vascular periférica, que pode estar 
relacionada com a redução da noradrenalina, a qual acontece em decorrência do treinamento físico aeróbio 
(Roveda et al., 2003). Além disso, já foi demonstrado que o treinamento físico potencializa a redução das 
citocinas inflamatórias, que estão diretamente associadas à maior ativação do sistema renina-angiotensina 
e à disfunção endotelial. Isso acontece porque o aumento das citocinas provoca o aumento do estresse 
oxidativo e a degradação de óxido nítrico, o que diminui o fluxo muscular (Mann; Young, 1994).
O treinamento físico aeróbio também pode proporcionar adaptações na própria fibra muscular, 
tais como o aumento da densidade mitocondrial na sua função oxidativa e na redistribuição de 
fibras musculares do tipo 1 e do tipo 2 em indivíduos com insuficiência cardíaca (Hambrecht et al., 
1997). Outra adaptação importante proporcionada pelo treinamento físico é a redução das citocinas 
pró-inflamatórias, que resulta na diminuição do estresse oxidativo e na consequente prevenção da 
atrofia muscular.
O treinamento aeróbio isolado não leva à hipertrofia do músculo, como ocorre com o treinamento de 
força em indivíduos saudáveis (Folland; Williams, 2007). Contudo, observou-se que o treinamento físico 
aeróbio em animais de experimentação com insuficiência cardíaca parece aumentar a massa muscular 
para valores muito próximos aos de animais saudáveis (Cunha et al., 2012).
104
Unidade II
VO
2 n
o 
lim
ia
r (
l/m
in
)
Correlação linear – Pessoas com ICC
Massa muscular (MM) da coxa (g)
2000
1,6
*
**
*
*
***
* *
*
***
** **
* * * * **
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
Figura 36 – VO2 limiar anaeróbio x massa muscular na insuficiência cardíaca: 
r = 0,39; p = 002. Quanto mais atrofiada for a massa muscular esquelética, 
menor será o consumo de oxigênio no momento do limiar anaeróbio 
Adaptada de: Costa et al. (2003, p. 579).
5.2.3 Prescrição de exercício para indivíduos com insuficiência cardíaca
Conforme visto, há algumas décadas, a recomendação era que os indivíduos com insuficiência 
cardíaca mantivessem repouso absoluto, principalmente quando esse processo acontecia em 
decorrência de infarto do miocárdio. Porém, sabe-se, hoje, que a inatividade física colabora ainda 
mais para a piora do quadro da insuficiência cardíaca. 
A dispneia e a fadiga durante o exercício constituem os principais sintomas clínicos da insuficiência 
cardíaca, induzindo os pacientes a interromperem precocemente o esforço físico. Assim, inicia-se o 
círculo vicioso de inatividade, ou seja, devido aos sintomas, interrompe-se a atividade, e, quanto 
maior é a redução do nível de atividade física, piores são a capacidade física e a qualidade de vida 
(Wilson et al., 1999). 
Por esse e outros fatores, deve-se tomar alguns cuidados antes de iniciar um programa de atividade 
física para indivíduos com insuficiência cardíaca. O primeiro deles é se certificar de que esses indivíduos 
estejam clinicamente estáveis por período não inferior a 30 dias e que tenham se submetido a um teste 
ergométrico ou, preferencialmente, a um teste ergoespirométrico. Essa avaliação permite individualizar 
as diferentes fases metabólicas durante o exercício, e, dessa forma, é possível personalizar o treinamento, 
oferecendo mais efetividade e segurança a partir da quantificação metabólica e hemodinâmica da 
atividade física nesses indivíduos. 
Aconselha-se a realização, quando possível, da ergoespirometria, um teste ergométrico com cargas 
progressivas e contínuas, interrompido por sintomas ou sinais (Lainchbury; Richards, 2002). Também é 
recomendada a realização de exame de ecocardiograma para o acompanhamento da função cardíaca. 
105
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Os indivíduos com baixa tolerância ao esforço, isquemia precoce no esforço, fração de ejeção 
inferior a 30% e valores mais elevados do equivalente ventilatório de CO2 (VE/CO2) podem apresentar 
maior risco e, por isso, devem ser acompanhados mais de perto. O monitoramento frequente da 
pressão arterial e contínuo da frequência cardíaca com frequencímetro de pulso é recomendado. 
A intensidade da atividade física deve sempre ser individualizada e progredir lentamente, em particular 
nos pacientes com acentuada intolerância ao exercício. Os períodos de aquecimento (pré-exercício) e 
resfriamento (pós-exercício) devem ser mais prolongados, em média 15 e 10 minutos respectivamente, 
principalmente para a observação de possíveis arritmias (Ferraz; Yazbek Junior, 2006). 
Segundo o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, a intensidade inicial recomendada para a 
atividade física aeróbia é de 80% da frequência cardíaca medida no limiar anaeróbio, podendo atingir até 
100% após quatro ou cinco semanas. Em outra instituição, o InCor da FMUSP-HC, aplica-se a intensidade 
de 40% a 60% da frequência cardíaca estimada no pico do esforço, no teste ergométrico convencional, 
ou a média da frequência cardíaca medida no limiar ventilatório e menos 10% da obtida no ponto 
de compensação respiratória (Yazbek Junior et al., 2005), quando realizado o teste ergoespirométrico, 
mesmo que o paciente esteja em uso de medicamentos que possam interferir no ritmo cardíaco. 
É importante ressaltarque, devido ao risco de angina, hipotensão arterial, arritmias ou dispneia 
associada à síndrome, as sessões devem ser sempre monitoradas por um médico, além de por outros 
profissionais treinados em reanimação cardiorrespiratória. As sessões de atividade física supervisionada 
devem ser realizadas, no mínimo, três vezes por semana durante seis meses. Para indivíduos com quadro 
estável, pode-se sugerir que pratiquem atividade física não supervisionada nos demais dias, controlada 
pelo nível de cansaço e pela frequência de treinamento estabelecida. A duração do exercício deve 
aumentar progressivamente de acordo com a tolerância do indivíduo. 
Além do treinamento aeróbio, o treinamento de força também pode ser utilizado como coadjuvante, 
principalmente nas semanas iniciais. O objetivo é aumentar o tônus e volume muscular e a flexibilidade, 
já com resultados excelentes mostrados por pesquisadores em indivíduos com sarcopenia (Conraads 
et al., 2004). 
Programas de treinamento físico domiciliar com supervisão indireta também parecem ter algum 
efeito em indivíduos com insuficiência cardíaca. Os estudos têm mostrado que esses programas 
podem ser seguros e efetivos para diminuir sintomas e melhorar a qualidade de vida de pacientes com 
insuficiência cardíaca (Tindel et al., 2004). 
Em relação à intensidade ideal para o treinamento, existem muitas controvérsias na literatura. Alguns 
estudos têm mostrado efetividade maior em exercícios de alta intensidade com o objetivo de modificar os 
parâmetros hemodinâmicos centrais (Dubach et al., 1997), mas a maior parte dos estudos utiliza intensidade 
moderada (entre 60% e 70% do O2 pico) (Keteyian et al., 2006 apud Ferraz; Yazbek Junior, 2006). 
Esses pesquisadores têm como hipótese que exercícios intensos provocariam maior acidose 
metabólica, que, por sua vez, promoveria um hiperestímulo dos ergorreceptores da musculatura periférica. 
Os ergorreceptores, por via aferente ao sistema nervoso central, estimulariam os quimiorreceptores do 
106
Unidade II
comando ventilatório, com resultante manutenção do padrão ventilatório ineficiente. Com base nisso, 
grande parte das prescrições de treinamento leva em consideração a frequência cardíaca de treinamento 
limitada pelo limiar anaeróbio, ou seja, exercícios de intensidade abaixo da área de acidose metabólica. 
A figura a seguir mostra os mecanismos de controle autonômico na insuficiência cardíaca e a 
função dos ergorreceptores. 
↑ Quimiorreceptores
Aumento em:
Pressão arterial
Ventilação
Resistência vascular renal
Resistência vascular periférica
↑ Frequência 
cardíaca
Sistema nervoso 
central
↓ Barorreceptores ↓ Barorreceptores 
cardiopulmonares
↑ Ergorreceptores 
musculares
↓ Parassimpático ↑ Simpático
Figura 37 – Mecanismos de controle autonômico na insuficiência cardíaca 
Fonte: Belli et al. (2011, p. 172).
A sensibilidade dos barorreceptores arteriais e dos receptores cardiopulmonares está diminuída, 
enquanto a sensibilidade dos quimiorreceptores está aumentada. Pode-se observar o aumento da 
atividade de ergorreceptores musculares (que desencadeia o ergorreflexo). A resposta a esse balanço 
alterado inclui o aumento generalizado na atividade simpática, que resulta em elevação da pressão 
arterial, ventilação, resistência vascular renal e resistência vascular periférica, enquanto há a 
diminuição na atividade parassimpática, que provoca o aumento da frequência cardíaca. 
6 DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA E ATIVIDADE MOTORA
Por definição, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade respiratória de 
possível prevenção e tratamento, que se caracteriza pela presença de obstrução crônica do fluxo aéreo. 
Esse fluxo pode não ser totalmente reversível (SBPT, 2004). 
A obstrução do fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma resposta anormal 
inflamatória dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo 
tabagismo. A DPOC compromete os pulmões e produz consequências sistêmicas significativas. 
107
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
O processo inflamatório crônico pode produzir alterações dos brônquios (bronquite crônica), 
bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e parênquima pulmonar (enfisema pulmonar). A predominância 
dessas alterações é variável em cada indivíduo, tendo relação com os sintomas apresentados (SBPT, 2004). 
6.1 Epidemiologia/etiologia
A DPOC ocupa o quinto lugar entre as principais causas de morte no Brasil. Laizo apresenta dados 
do estudo Platino realizado pela Alat (Associação Latino-Americana de Tórax) na cidade de São Paulo. 
A prevalência da DPOC varia de 6 a 15,8% da população com idade igual ou superior a 40 anos. São 
internados 290 mil doentes anualmente, acarretando um enorme prejuízo ao sistema de saúde, além dos 
gastos indiretos, como perda de dias de trabalho, aposentadoria precoce, morte prematura e sofrimento 
familiar (Laizo, 2009). 
No Brasil, já foi observado o aumento do número de óbitos por DPOC, nos últimos 20 anos, para 
ambos os sexos. Como dito, é a quinta causa de morte no Brasil, seguida de câncer, acidente vascular 
cerebral, infarto agudo do miocárdio, outras doenças cardíacas, acidentes e homicídios (Laizo, 2009; 
SBPT, 2004). 
A DPOC não é apenas um problema de saúde pública devido ao alto índice de morbidade e mortalidade; 
é um problema por ser uma doença que pode ser prevenida, por exemplo, quando o indivíduo para de 
utilizar o tabaco, que é o principal responsável pela enfermidade. A história da doença mostra que ela 
passa a ser progressiva e irreversível após ocorrerem lesões no parênquima pulmonar (local onde é feita 
a troca gasosa) (Laizo, 2009). 
Até 2025, 75% das mortes prematuras serão decorrentes das doenças respiratórias provocadas pelo 
tabagismo. Um terço da população com idade em torno dos 15 anos e fumante é de países desenvolvidos. 
Ainda há um alto índice de tabagismo entre as gestantes, normalmente pertencentes a classes sociais 
mais baixas. O tabagismo é considerado outro problema de saúde pública, e, a ele, são atribuídos 90% 
dos casos de câncer de pulmão, 86% de bronquite e enfisema, 25% dos processos isquêmicos do coração 
e 30% do câncer extrapulmonar (Laizo, 2009). 
A associação entre a DPOC de origem ocupacional e o ramo de atividade e ocupação (tipo de trabalho 
específico) foi demonstrada em um estudo com amostra de 11.447 indivíduos entre 30 e 75 anos, 
ajustada por idade, uso de tabaco, índice de massa corporal e condições socioeconômicas. Observou-se 
a alta relação à exposição nas indústrias de borracha, plástico, couro, têxtil, moagem de grãos, produtos 
alimentícios, entre outros segmentos de produção. O percentual de DPOC atribuído ao trabalho foi 
estimado em 19,2%, no geral, e em 31,1% entre os não fumantes (SBPT, 2004). 
6.2 Diagnóstico
O diagnóstico tem como base os sintomas e o histórico da pessoa. O principal teste é a espirometria, 
que avalia a função pulmonar e apresenta ampla aplicabilidade e reprodutibilidade. 
108
Unidade II
Figura 38 – Espirometria 
Adaptada de: https://shre.ink/UjAy. Acesso em: 30 out. 2023.
A espirometria mede o volume e os fluxos aéreos derivados de manobras inspiratórias e expiratórias 
máximas forçadas ou lentas. Vários parâmetros podem ser derivados. Pode-se verificar, a seguir, os mais 
utilizados na prática clínica (Queiroz, 2016). 
•	 Capacidade vital (CV): representa o maior volume de ar mobilizado em uma expiração. Pode ser 
obtida através de manobras forçadas (CVF) ou lentas (CVL). 
•	 Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1): representa o volume de ar exalado no 
primeiro segundo durante a manobra de CVF. É considerado uma das variáveis mais úteis clinicamente. 
•	 Relação VEF1/CV: razão entre o volume expiratório forçado no primeiro segundo e a capacidade 
vital, sendo muito importante para o diagnóstico de um distúrbio obstrutivo. Para isso, pode-se 
considerar tanto o VEF1 /CVF quanto o VEF1 /CVL. 
•	 Fluxo expiratório forçado intermediário(FEF25-75%): representa o fluxo expiratório forçado 
médio obtido durante a manobra de CVF, na faixa intermediária entre 25 e 75% da CVF. 
109
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
•	 Pico de fluxo expiratório (PFE): representa o fluxo máximo de ar durante a manobra de CVF. 
Guarda dependência com o esforço, o que o torna um bom indicador da colaboração na fase 
inicial da expiração. 
•	 Curva fluxo-volume: é uma análise gráfica do fluxo gerado durante a manobra de CVF desenhado 
contra a mudança de volume. A curva fluxo-volume prevista também é frequentemente 
desenhada para comparação visual, o que facilita na identificação de padrões obstrutivos, 
restritivos, amputações de fluxos inspiratórios ou expiratórios e na avaliação da resposta ao 
broncodilatador. Tem fundamental importância, pois a análise somente dos valores obtidos 
pode não identificar determinadas afecções respiratórias. 
 Lembrete 
Os mais importantes, do ponto de vista da aplicação clínica, são a 
CVF (capacidade vital forçada), o VEF1 (volume expiratório forçado no 
primeiro segundo) e a relação VEF1/CVF, pois mostram menor variabilidade 
inter e intraindividual. A existência de limitação do fluxo aéreo é definida 
pela presença da relação VEF1/CVF abaixo de 0,70 pós-broncodilatador. 
6.2.1 Quadro clínico
A tosse é o sintoma mais encontrado, podendo ser diária ou intermitente e preceder a dispneia 
ou aparecer simultaneamente a ela. O aparecimento da tosse no fumante é tão frequente que 
muitos pacientes não a percebem como sintoma de doença, considerando-a como o “pigarro do 
fumante”. A tosse produtiva ocorre em, aproximadamente, 50% dos fumantes. 
A dispneia é o principal sintoma associado à incapacidade, à redução da qualidade de vida e ao 
pior prognóstico. É geralmente progressiva com a evolução da doença. Muitos pacientes só apontam 
a dispneia em uma fase mais avançada da doença, pois atribuem parte da incapacidade física ao 
envelhecimento e à falta de condicionamento físico (SBPT, 2004). 
As pessoas com DPOC apresentam qualidade de vida prejudicada, diminuição da tolerância aos 
exercícios físicos e perda de força dos músculos respiratórios. Essas condições podem ser minimizadas por 
programas de exercícios, apesar de não haver proposta definitiva sobre a melhor estratégia de treinamento. 
Os consensos de reabilitação pulmonar sugerem que o treinamento físico dos pacientes seja baseado na 
melhora da capacidade aeróbia e entendem como importantes e raros os exercícios que avaliam uma 
abordagem específica sobre as alterações da caixa torácica e dos músculos torácicos (SBPT, 2004). Nesse 
caso, as ferramentas são as avaliações das medidas de perímetro do tórax, nas quais se pode analisar a sua 
capacidade de expansão. As respostas podem demonstrar o progresso do treinamento. 
Foram observados, na resposta inflamatória das vias aéreas, níveis elevados de mediadores 
inflamatórios, como proteína C reativa, IL-6, TNF, entre outros, em pacientes com DPOC, além das 
contagens de neutrófilos maiores em fumantes com DPOC (Laizo, 2009; Queiroz et al., 2016). 
110
Unidade II
A DPOC libera substâncias como elastase, colagenases e produtos oxidantes, que, superpostos aos 
oxidantes inalados da fumaça do cigarro, atuam modificando os componentes da matriz extracelular. 
Assim, o pulmão adquire um novo modelo, deformado (estiramento e desaparecimento dos septos 
alveolares, formando espaços aéreos maiores e compressões brônquicas associadas a áreas de 
hiperinsuflação) e irreversível, levando ao prejuízo de uma das mais primitivas funções da vida, que é o 
próprio ato respiratório (Laizo, 2009; Queiroz et al., 2016). 
6.3 Fisiopatologia
As causas da intolerância ao exercício físico em doentes com DPOC estão tradicionalmente ligadas 
às limitações do sistema ventilatório e à troca gasosa. Porém, outro fator importante para a limitação 
do exercício físico é a disfunção da musculatura periférica, como a redução da massa muscular 
e a relação capilaridade/mitocondrial, as mudanças no tipo e tamanho das fibras musculares e a 
redução das enzimas oxidativas, as perdas funcionais, como a redução da força e resistência, além da 
bioenergética muscular, como a redução no consumo de oxigênio, o aumento do nível de lactato e a 
diminuição/desequilíbrio do pH. 
Essa intolerância ao exercício conduz a pessoa ao descondicionamento físico, com evidente 
diminuição da área transversa da coxa. A fragilidade muscular é mais observada na musculatura de MMII 
em relação aos MMSS e é explicada pela diminuição da marcha para evitar a dispneia e pelo predomínio 
de atividades da vida diária com o uso dos músculos dos MMSS, reduzindo, assim, o acometimento 
desses membros pelo desuso (Laizo, 2009). 
Outros fatores que podem contribuir para essa perda de massa muscular são o uso de corticoide 
oral e a perda de peso, esta devido à diminuição da dieta oral e à depleção nutricional (Laizo, 2009; 
Queiroz et al., 2016). 
A fadiga muscular aumentada em doentes com DPOC também pode ser atribuída à deterioração da 
função pulmonar e aos efeitos sistêmicos, como a atrofia muscular e a transição de fibras musculares de 
contração lenta para rápida. Mesmo sem sintomas de DPOC, a pessoa apresenta fadiga muscular. Ainda 
não se sabe a etiologia dessa fadiga nem como o tabagismo contribui para esse quadro. 
O efeito do tabaco na musculatura, agudo e não cumulativo, não é dose-dependente. No entanto, o 
monóxido de carbono (CO) presente no cigarro está ligado à mioglobulina, limitando a difusão facilitada 
de oxigênio intracelular. 
Em relação à difusão simples e à facilitada, ambas tratam do processo de transporte passivo de 
substâncias através da membrana celular. Na difusão facilitada,  existe o auxílio de proteínas, “as 
permeases” que facilitam o transporte, acelerando a entrada de substâncias na célula. 
Além disso, o CO bloqueia o complexo IV da respiração mitocondrial, causando o declínio da função 
da mitocôndria. Os complexos III e IV (citocromo oxidase) são diminuídos em fumantes e só retornam 
ao normal se a pessoa parar de fumar. 
111
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Não só o CO, mas o alcatrão e o cianeto no cigarro reduzem a função respiratória mitocondrial. 
O  tabagismo produz fadiga muscular e intolerância ao exercício. Parar de fumar só irá reverter esse 
processo se o indivíduo não apresentar diagnóstico de DPOC ou falência cardíaca. O CO se liga à 
hemoglobina, resultando em hipoxemia. A carboxiemoglobina (COHb) é um complexo estável de 
monóxido de carbono e de hemoglobina que se forma nos glóbulos vermelhos do sangue quando 
o monóxido de carbono é inalado ou produzido no metabolismo normal. É medida com espectrometria 
em não fumantes, e a referência é de até 5%; em fumantes, pode chegar a 10%. 
 Lembrete 
O uso de corticoides na DPOC favorece a perda de massa muscular. 
A hipoxemia é um fator que diferencia o fumante do não fumante. Os componentes do tabaco ainda 
interferem na gestação. A nicotina causa vasoconstrição periférica e diminui o fluxo placentário, resultando 
na pobre nutrição e oxigenação fetal (Laizo, 2009; Queiroz et al., 2016; Roceto at al., 2007). 
Pode ocorrer, ainda, parto prematuro ou aborto. O aumento da COHb reduz o fluxo sanguíneo fetal, 
afetando o transporte de O2 e levando à hipoxemia fetal. Os indivíduos com DPOC têm alta prevalência 
de fatores de risco cardiovascular (Laizo, 2009; SBPT, 2004). 
 Lembrete 
A dispneia é o principal sintoma associado à incapacidade, à redução da 
qualidade de vida e ao pior prognóstico. 
6.4 Exercícios físico
O tratamento da DPOC inclui uma equipe multidisciplinar e busca a reabilitação respiratória desses 
pacientes. O programa de reabilitação respiratória requer a utilização de exercícios físicos e respiratórios, 
além do acompanhamento médico e psicológico dos doentes com DPOC. A utilização de exercícios 
físicos procura melhorar a resistência muscular, aumentar a capacidade respiratória e a troca gasosa, 
diminuindo,assim, os efeitos da fadiga muscular. 
Algumas regras são recomendadas para o início da prática de exercícios físicos. A primeira delas é a 
liberação do médico, que irá indicar as limitações a serem observadas. O teste de esforço de esteira pode 
mostrar se o paciente apresenta queda de oxigênio. Se sim, este deverá, certamente, utilizar oxigênio 
extra (suplemento de oxigênio) através de um cateter nasal durante o exercício. A pessoa que precisa 
de suplemento de oxigênio enquanto se exercita deve ter o cuidado de realizar as inspirações pelo nariz 
e, no momento da expiração, deve fazer um bico. Essa manobra facilita a distribuição de ar em mais 
áreas do pulmão. 
112
Unidade II
Outro detalhe importante é a falta de ar. Algumas estratégias podem funcionar bem, como no 
caso do aquecimento, que pode ter uma duração mais prolongada, gradativa e com intervalos de 
recuperação de acordo com o programa de exercícios previsto. O objetivo, nesse caso, é proporcionar 
um estresse oxidativo mais adequado no sistema vascular, auxiliando o sistema a se adaptar dentro dos 
limites individuais na vasodilatação. Evita-se, assim, o aumento da pressão em consequência do volume 
sanguíneo circulante e a isquemia precoce, considerando que o indivíduo com DPOC já apresenta, na 
base fisiopatológica, dificuldade na troca gasosa. 
É comum, como exposto anteriormente, a intolerância ao exercício em pessoas com DPOC. Atribui-se 
esse quadro à limitação ventilatória e à disfunção musculoesquelética. Há a redução de força, da 
massa muscular e da concentração de enzimas oxidativas associada à diminuição do metabolismo de 
fosfocreatina, o que provoca lactacidose (acidose a partir do acúmulo do lactato) precoce nos pacientes 
com DPOC (Silva; Dourado, 2008). 
Para exercícios aeróbios, a prescrição pode ser limitada pela dispneia. Sendo assim, a intensidade 
passa a ser bem individualizada, e a literatura também sugere trabalhar no limiar da dispneia ou calcular 
a prescrição a partir do pico de esforço alcançado no teste de esforço. Um teste de esforço muito 
utilizado é o de 6 minutos. 
Em decorrência da perda de massa muscular, é comum observar a disfunção musculoesquelética. 
É evidente o consenso na literatura sobre a importância do treinamento de força para recuperar a 
massa muscular. Silva e Dourado (2008) descrevem a perda da massa muscular como um fator de 
risco isolado para morbimortalidade, principalmente em pacientes com volume expiratório forçado 
no primeiro segundo (VEF1)Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características dos Moradores e Domicílios (Paradella, 
2018). As mulheres representam 16,9 milhões (56%) do total. Essa tendência é global, e, de acordo com o 
site de notícias da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Brasil, a população com mais de 60 anos irá 
passar dos atuais 841 milhões para 2 bilhões até 2050, o que tornará as doenças crônicas e o bem-estar 
da terceira idade um novo desafio para a saúde pública global. Pode-se conferir, na figura a seguir, a 
distribuição da população por idade e sexo. 
Anos Anos% da população
80 ou mais 80 ou mais
75 - 79 75 - 79
70 - 74 70 - 74
65 - 69 65 - 69
60 - 64 60 - 64
55 - 59 55 - 59
50 - 54 50 - 54
45 - 49 45 - 49
40 - 44 40 - 44
35 - 39 35 - 39
30 - 34 30 - 34
25 - 29 25 - 29
20 - 24 20 - 24
15 - 19 15 - 19
10 - 14 10 - 14
5 - 9 5 - 9
0 - 4 0 - 4
0
1,3 0,8
1,0 0,8
1,4 1,1
2,0 1,6
2,5 2,1
3,0 2,6
3,4 3,0
3,4 3,1
3,8 3,4
4,2 3,8
4,0 3,8
3,8 3,6
3,9 4,0
4,1 4,2
3,6 3,7
3,2 3,4
3,1 3,3
Figura 39 – Distribuição da população por sexo e grupo de idade – 2017 
Adaptada de: https://shre.ink/UjAu. Acesso em: 30 out. 2023.
115
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
A longevidade se dá em países de alta renda em consequência de ações que resultam na diminuição 
da pressão arterial e do uso de tabaco. Ainda assim, a OMS garante que viver mais não significa 
necessariamente ser mais saudável. Um dos problemas que países como o Brasil devem encarar é a 
grande carga de doenças crônicas, juntamente com a falta de políticas públicas mais efetivas (Brito 
et al., 2013; Mundo […], 2014). 
O envelhecimento de qualidade ruim reflete em uma demanda maior na utilização dos sistemas de 
saúde, além de em um aumento da frequência e do tempo das internações hospitalares (Souza; Jacob 
Filho, 1994). Os autores, em sua revisão sobre os desafios da saúde pública frente à epidemiologia do 
envelhecimento, descrevem algumas abordagens necessárias. Também há mais estudos em diversas 
vertentes sobre a complexidade que o tema apresenta em relação aos aspectos sobre nutrição, atividade 
física, prevenções, serviços de saúde, institucionalização, entre outros. 
7.1.3 Fisiologia e anatomia do envelhecimento
O profissional de Educação Física que atua com pessoas idosas deve conhecer as características 
fisiológicas e anatômicas do envelhecimento. É importante que ele entenda sobre o processo, também 
chamado de senescência, assim como sobre as alterações produzidas pelas afecções que podem acometer 
a pessoa idosa, chamadas de senilidade. 
Envelhecer pode variar muito ao se compararem os indivíduos; para alguns, acontece de forma mais 
rápida. Na literatura, o envelhecimento se relaciona com fatores biológicos associados ao estilo de vida, 
à condição socioeconômica e a doenças. Os aspectos biológicos estão ligados às questões moleculares, 
celulares, teciduais e orgânicas da pessoa. Na dimensão do psíquico, relaciona-se aos fatores cognitivos 
e psicoafetivos, que interferem na personalidade e no afeto (Fechine; Trompieri, 2012; Souza; Jacob 
Filho, 1994). 
O envelhecimento pode ser subdividido e compreendido em três etapas: 
•	 envelhecimento primário; 
•	 envelhecimento secundário; 
•	 envelhecimento terciário. 
Fechine e Trompieri (2012) descrevem o envelhecimento primário como natural ou senescência, uma 
característica genética típica da espécie. Este acontece de forma gradativa e progressiva, na qual ocorrem 
efeitos cumulativos. Nessa condição, o indivíduo está submetido à influência de vários fatores determinantes 
para o envelhecimento, entre eles o exercício, a alimentação, o estilo de vida, a exposição a eventos diversos, 
a educação e a posição social. É um envelhecimento geneticamente determinado ou pré-programado. 
Quanto ao envelhecimento secundário ou envelhecimento patológico, este se refere às diversas 
doenças, que não se confundem com o processo normal de envelhecimento. Também pode estar 
relacionado aos sintomas clínicos, entre os quais se incluem os efeitos das doenças e do ambiente. 
116
Unidade II
É resultante das interações de influências externas, sendo variável entre os indivíduos de acordo com 
o ambiente. Considera-se que o envelhecimento primário e o secundário interagem entre si, e o estresse 
ambiental e as doenças podem provocar a aceleração dos processos básicos de envelhecimento e 
aumentar a vulnerabilidade do indivíduo.
Por último, tem-se o envelhecimento terciário, também conhecido como terminal, que se 
caracteriza por um período de profundas perdas físicas e cognitivas, ocasionadas pelo acúmulo dos 
efeitos do envelhecimento e por patologias dependentes da idade (Fechine; Trompieri, 2012). 
É importante entender que a idade cronológica ordena as pessoas conforme a data de nascimento. 
Já a idade biológica (individual) é demonstrada pelo organismo, que tem como base as suas condições 
tecidulares, quando comparadas a valores normativos. E, por fim, a idade psicológica é evidenciada 
pelos aspectos relacionados ao desempenho, à maturação mental e à soma de experiências (Fechine; 
Trompieri, 2012).
7.1.4 Principais alterações decorrentes do envelhecimento e efetividade das práticas de 
exercícios físicos como ferramenta de prevenção, manutenção e tratamento
Quanto à composição do corpo 
A partir dos 40 anos de idade, a estatura do corpo começa a diminuir cerca de 1 cm por década. 
Essa perda se deve à diminuição dos arcos do pé, ao aumento das curvaturas da coluna, além de a um 
encurtamento da coluna vertebral devido a alterações nos discos intervertebrais. 
Em decorrência do envelhecimento, perdem-se tônus e fibras musculares, e iniciam-se a degeneração 
dos discos intervertebrais, o desequilíbrio entre os músculos do quadril e os membros inferiores e as 
compensações, como o relaxamento, que pode ocorrer no tendão do tibial medial, o qual fará acentuar 
a diminuição do arco plantar (Fechine, Trompieri, 2012; Souza; Jacob Filho, 1994). Os exercícios físicos 
regulares podem retardar muitas dessas perdas e compensações, e, se a pessoa idosa for avaliada e a 
prescrição for direcionada, os benefícios serão ainda mais eficazes (Fechine; Trompieri, 2012). 
Quanto à composição corporal, ocorre um aumento do tecido adiposo, que tende a se depositar nos 
compartimentos omentos (peritônio, membrana que recobre as paredes do abdômen) na região perirrenal 
(em torno dos rins). No tecido subcutâneo, o tecido adiposo diminui nos membros e aumenta no tronco. 
É comum o ganho de gordura em substituição à perda de massa muscular, e esse é considerado um dos 
principais fatores que influenciam no surgimento de certas doenças e incapacidades. Para as mulheres, 
o aumento da massa gorda é maior do que para os homens (1,7% e 1,5% por década, respectivamente) 
(Fechine; Trompieri, 2012; Souza; Jacob Filho, 1994). 
O teor total de água do corpo diminui por perda de água intracelular, levando à diminuição da 
relação fluido intracelular para o extracelular. O potássio total, que, na maior parte, é intracelular, 
também diminui. A perda de água e potássio se deve, preferencialmente, à diminuição geral do número 
de células nos órgãos (Souza; Jacob Filho, 1994). Em relação à perda de massa, os órgãos internos mais 
117
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
afetados são os rins e o fígado, mas os músculos são os que mais sofrem prejuízo ponderal com o 
passar do tempo. 
Os exercícios físicos regulares, como os aeróbios, são fundamentais para manter a eficácia do 
metabolismo oxidativo e auxiliar no maior gasto energético. Os exercícios de fortalecimento dos grupos 
musculares do tronco e os que diminuem a pressão interna do abdômen são essenciais para evitar o 
acúmulo de gordura visceral e no peritônio. Esses exercícios, quando associados a uma reeducação 
alimentar adequada, podem gerar, em muitos casos, a diminuição dessa gordura. 
Quanto à perda de água, é preciso diminuir o uso de sódio para evitar a retenção de líquido. Em 
períodos de muito calor,a ingestão de água deve ser mais rigorosa, pois a desidratação é mais intensa, e, 
com a perda de potássio, podem surgir, em algumas pessoas, quadros de câimbra e arritmia extrassístole. 
Como se sabe, o potássio é um dos principais componentes das células. Tem papel essencial em 
funções como contração muscular, condução nervosa, frequência cardíaca, produção de energia e síntese 
de ácidos nucleicos e proteínas. Os exercícios contra resistência ou de musculação são recomendados 
para ganhar e/ou manter a massa magra; consequentemente, observa-se a manutenção ou a diminuição 
da massa gorda (ACSM, 2014; Nordin; Frankel, 2014). 
Sistema ósseo 
No envelhecimento, a espessura do componente compacto diminui devido à reabsorção interna 
óssea. Na parte esponjosa do osso idoso, há a perda de lâminas ósseas em relação ao jovem, formando-se 
cavidades maiores entre as trabéculas ósseas. Os osteócitos, que controlam todo o metabolismo da 
matriz extracelular, diminuem em número e atividade. Com isso, há o desequilíbrio do metabolismo 
do cálcio e a perda de cálcio na matriz. Essa talvez seja a alteração mais importante que ocorre no 
osso com o envelhecimento. 
As moléculas de cálcio estão aderidas às fibras colágenas da matriz óssea. Como a destruição 
de colágeno na pessoa idosa é mais lenta do que a formação de novas fibras, a quantidade de sais 
inorgânicos no osso passa a ser maior do que a quantidade de colágeno, embora haja a perda real de 
cálcio. Isso torna o osso mais quebradiço (Fechine; Trompieri, 2012; Souza; Jacob Filho, 1994). 
A manutenção da massa óssea é regulada por estímulos bioquímicos (fatores de crescimento e 
hormônios) e mecânicos. A falta de estímulo mecânico – como na imobilização prolongada e em situações 
nas quais há a diminuição da gravidade – leva à diminuição da massa óssea. Sabe-se que o estímulo 
mecânico é um fator que aumenta a massa óssea, podendo ser observado em estímulos como ultrassom de 
baixa potência, vibração ou campo eletromagnético, além de em exercícios físicos como caminhada, corrida 
e, principalmente, exercícios contra resistência. A prática de musculação em aparelhos é recomendada e 
apresenta alto grau de segurança. A musculação não produz impacto, e a pressão exercida nos segmentos 
corporais através da resistência dos pesos estimula o ganho de massa óssea (ACSM, 2014). 
118
Unidade II
O estímulo é reconhecido pelas células ósseas após um processo denominado mecanotransdução, 
responsável por produzir reações bioquímicas a partir de um fenômeno mecânico (físico), determinando 
uma resposta celular, que pode ser de produção ou reabsorção óssea. A figura a seguir apresenta uma 
massa óssea normal e outra com osteoporose. 
Figura 40 – Representação de massa óssea normal (à esquerda) e com osteoporose (à direita)
Disponível em: https://shre.ink/UjA1. Acesso em: 30 out. 2023.
A perda de tecido ósseo ocorre de maneira diferente no homem e na mulher. Na mulher, não há 
perda óssea significante antes da menopausa. Porém, após esse período, o processo é mais intenso do 
que nos homens. Isso altera a densidade óssea tanto do tecido compacto quanto do esponjoso (Fechine; 
Trompieri, 2012; Foss; Keteyian, 2000; Gusmão; Belangero, 2009). 
A osteoporose é outra doença que se encontra em mulheres e homens. Nas mulheres, a perda de 
sais minerais equivale a 0,75%, e, aos 35 anos e na menopausa, equivale de 2% a 3%. Para os homens, 
a perda chega a 0,4% a partir dos 40 anos. 
Para as mulheres, um dos fatores responsáveis pela osteoporose na menopausa é a produção 
diminuída de estrogênio, uma vez que esse hormônio está diretamente relacionado ao estímulo das 
atividades osteoblásticas, além de fatores como dieta e inatividade física (Fechine; Trompieri, 2012; 
Fleck; Kraemer, 2006). 
Sistema articular 
Todos os tipos de articulações sofrem alterações com o envelhecimento. Os discos intervertebrais 
são constituídos por um núcleo pulposo e um anel fibroso. O núcleo pulposo, no jovem, é constituído 
por uma grande quantidade de água, fibras colágenas delgadas e proteoglicanas; o anel fibroso é uma 
fibrocartilagem constituída por condrócitos e uma matriz, onde se encontram fibras colágenas espessas 
e proteoglicanas. 
119
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
No envelhecimento, o núcleo pulposo perde água e proteoglicanas, e as fibras colágenas aumentam 
em número e espessura. No anel fibroso, ao contrário, há a perda de células e o acúmulo de cálcio, e 
as fibras colágenas ficam mais delgadas. Com tudo isso, a espessura do disco diminui, acentuando-se as 
curvas da coluna, especialmente a torácica, o que contribui para a cifose torácica e o aumento na 
compressão da coluna como um todo, comumente verificados entre as pessoas idosas. Na figura a 
seguir, pode-se observar exemplos de degeneração articular da coluna. As alterações são mais comuns 
nas regiões cervical e lombar (Fechine; Trompieri, 2012; Souza; Jacob Filho, 1994). 
Figura 41 – Ressonância nuclear magnética da coluna em corte sagital, 
mostrando discopatias nos níveis L3-L4, L4-L5 e L5-S1 
Fonte: Nunes et al. (2007, p. 10).
O estresse físico, como o trabalho de mobilidade específico e os exercícios físicos, é fundamental para 
a nutrição dos discos intervertebrais, que não possuem rede vascular. O suprimento dos discos vertebrais 
depende da difusão dos vasos periféricos, e estes servem de aporte para as questões metabólicas e 
regenerativas (ACSM, 2014; Nordin; Frankel, 2014; Souza; Jacob Filho, 1994). 
É observada uma diminuição de desconfortos, um ganho de mobilidade, um maior aporte metabólico, 
uma hidratação dos discos e menores deformidades degenerativas nas estruturas vertebrais. Modalidades 
de treinamentos que envolvem trabalhos de tração em grau fisiológico, equilíbrio dos grupos musculares 
envolventes, alongamento e fortalecimento são indicadas para reverter quadros graves de disfunções 
musculoesqueléticas e manter o equilíbrio estático e dinâmico, além de para promover uma melhor 
qualidade de vida à pessoa idosa (Câmara; Santarém; Jacob Filho, 2008; Cox, 2002; Nordin; Frankel, 2014). 
Nas articulações sinoviais (ou diartroses), ocorrem importantes alterações na cartilagem articular e 
na perda de líquido. A função dessa cartilagem é diminuir o atrito entre as superfícies articulares, o que 
explica a sua aparência lisa e brilhante e sua estrutura adaptada a essa função. 
120
Unidade II
No jovem, a cartilagem é constituída por camadas de células, os condrócitos, e uma matriz, onde 
se encontram água, fibras colágenas e proteoglicanas. Com o envelhecimento, ocorrem alterações, 
especialmente nas camadas superficiais da cartilagem articular: o número de células, a água e as 
proteoglicanas diminuem, enquanto as fibras colágenas aumentam em número e espessura. Como 
consequência, a cartilagem fica mais delgada, e surgem rachaduras e fendas na superfície. Essas 
alterações aumentam em frequência com a idade. 
Com a prática de exercícios físicos, é possível evitar a desidratação acelerada. Com o estresse físico, 
o volume de nutrientes intra-articular aumenta, provocando um ajuste na articulação em específico, 
e esses processos degenerativos podem ser retardados. O trabalho focado no reequilíbrio muscular e 
postural da pessoa idosa evita a degeneração por compensações provocadas pelo aumento do atrito 
indesejado, em consequência de uma determinada articulação estar trabalhando com sobrecarga 
(Nordin; Frankel, 2014). 
O estresse físico apenas por exercícios de mobilidade articular pode melhorar significativamente 
o quadro de dor e desconforto, pois o estresse proporciona uma melhor vascularização, aumenta o 
volume de nutrientes e mantém certa atividade das bursas, promovendo, assim, a lubrificação da referida 
articulação (Cox, 2002; Nordin; Frankel, 2014). 
Sistema musculoesquelético 
Com o envelhecimento musculoesquelético, observa-se a diminuição no comprimento, na 
elasticidade e na quantidade de fibras musculares. Nota-se a perda de massa

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