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DermatoFuncional 1. Feridas e Cicatriz: A cicatrização é o processo pelo qual um tecido lesado é substituído por tecido conjuntivo vascularizado, que a lesão tenha sido traumática ou necrótica. Assim sendo, o processo de cicatrização tem como finalidade restabelecer a homeostasia tecidual Cicatrização de feridas: Após uma lesão, um conjunto de eventos bioquímicos se estabelece para reparar o dano. O processo de reparação tecidual é dividido em fases: Hemostasia; fase inflamatória; fase proliferativa e remodelação. Inflamatória: Edema, eritema, calor, dor e vasodilatação; dura de 4 a 6 dias. São dependentes de mediadores químicos como os leucócitos polimorfonucleares, macrófagos e linfócitos Proliferativa: de 4 a 24 dias; tecido de granulação (vermelho, brilhante, com aspecto de carne viva e granuloso, composto por macrófagos, fibroblastos, colágeno imaturo, vasos sanguíneos e substância matricial); aproximação das bordas; epitelização (isolamento ambiente externo). Fase de maturação: 21 dias a 2 anos; fibras de colágeno se reorganizam, remodelam e amadurecem, ganhando força de tensão Remodelação: Essa é a última fase de cicatrização, ocorre no colágeno e na matriz; dura meses e é responsável pelo aumento da força de tensão e pela diminuição do tamanho da cicatriz e do eritema. Essa é a última fase de cicatrização, ocorre no colágeno e na matriz; dura meses e é responsável pelo aumento da força de tensão e pela diminuição do tamanho da cicatriz e do eritema. Os fatores locais estão relacionados principalmente ao movimento e à presença de resíduos dentro da ferida (corpos estranhos, contaminação bacteriana e hipóxia tecidual). Uma ferida em área com mobilidade alta, é propensa à inflamação crônica devido à perturbação repetitiva dos novos capilares; Dentre os fatores locais, a infecção é a causa mais importante do retardo da cicatrização. Fatores sistêmicos, estado nutricional, hipovolemia, hipotensão, hipóxia, hipotermia, infecção, trauma e uso de medicamentos anti-inflamatórios. Úlcera arterial: - Causada por isquemia - Relacionada a doença arterial oclusiva - Os sintomas incluem dor e perda tecidual Úlcera diabética: - Causada por trauma ou pressão, secundários a neuropatia ou doença vascular relacionada a diabetes melito Úlcera de pressão: - Denominada úlcera de decúbito, escara ou escara de pressão - Causada por isquemia secundária a compressão Úlcera venosa: - Perdas locais de epiderme, derme e tecido subcutâneo sobre ou próximo aos maléolos - Causada por edema e outras sequelas relacionadas com dificuldade do retorno venoso Avaliação de feridas: Quais as características? Seroso: Fino, aguado, claro; Serosanguinolento: Fino, aguado, de vermelho pálido para róseo. Sanguinolento: Fino, vermelho brilhante. Purulento: Fino ou espesso, de marrom opaco para amarelo. ODOR? Ausente; discreto; acentuado? Quantidade? Ausente (seco); Pouca (75%). DOR? 0 - Ausência 1 - Leve, sem demanda de analgésicos. 2 - Moderada, demanda de analgésico relativa 3 - Intensa, com demanda. Tratamentos: Úlcera Venosa: - Curativos - Desbridamento - Elevação do membro inferior - Compressão - Antisséptico - Cirurgia Úlcera diabética: - Curativo - Alívio da pressão - Redução da carga Úlcera arterial: - Revascularização - Compressão a vácuo - Oxigênio hiperbárico Limpeza da lesão, curativo e massagem cicatricial. Eletroterapia: - Microcorrente: restabelece a bioeletricidade do tecido - Alta frequência: bactericida - Laser: analgésico, anti inflamatório, regenerador Cinesioterapia: Exercícios passivos e auto passivos, Exercícios ativos livres, assistidos e auto assistidos, Exercícios de alongamento, Exercícios resistidos, Exercícios aeróbicos, Equilíbrio, Treino funcional e de marcha Tipos de cicatriz: Normotrófica (aspecto e consistência muito parecidos com o tecido epitelial antes da lesão); Atróficas (depressão na pele, devido à perda de músculos); Hipertróficas (produção exagerada de colágeno); Queloides (É vascularizada, mais escura, pode se modificar com o passar do tempo e ser dolorida). Aula Prática Microcorrente (MENS) – tratamento de feridas - Corrente de baixa frequência, alta duração de pulso e baixa intensidade. - Aplicada em cima da ferida ou ao redor. Funções: Restabelecer a bioeletricidade do tecido; Promover regeneração tecidual (ATP). Protocolos comuns: - Normalização: 300 Hz, 500 µA, 30’. - Estimulação: 1 Hz, 50 µA, 30’. Efeitos: construção do tecido e modulação de ATP. Contraindicação: não pode aplicar em área com neoplasia. Alta frequência - Corrente de alta frequência, alta voltagem e baixa intensidade. - Utilizada com eletrodo de vidro (uso intradérmico, alto ou baixo). Efeitos: Bactericida/cauterizante; Efeito ionizador e vasodilatador Estímulo circulatório nos capilares. Aplicação: 30’ com intensidade suportada pelo paciente. Laser - Luz monocromática, colimada e coerente. Classe mais usada: IIIb (não produz calor nocivo). Efeitos: Analgésico; Anti-inflamatório; Regenerativo (↑ ATP na cadeia respiratória). Aplicação: Pontual ao redor da lesão (bordas viáveis). Dose: 1 a 3 J (mais anti-inflamatório e regenerativo). Cuidados: uso de óculos de proteção. LED - Luz monocromática, não colimada e não coerente. Mesmos efeitos e mecanismos do Laser. LED azul: maior energia nos tecidos → ↑ ATP, ↑ regeneração tecidual. - Dose mais comum: 4–5 J. Cuidados: uso de óculos de proteção. Laser + LED Promovem biofotomodulação: ↑ ATP. ↑ síntese proteica. ↑ vascularização. ↑ cicatrização e regeneração tecidual.