Conceito de Patrimônio

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Conceito de Patrimônio
NESTE TÓPICO VOCÊ OBSERVARÁ OS CONCEITOS DE PATRIMÔNIO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO, ALÉM DE
ENTENDER O QUE É A GESTÃO PATRIMONIAL E SUA IMPORTÂNCIA NO SETOR PÚBLICO.
AUTOR(A): PROF. SILVANA GONCALVES DOS REIS
Conceito de patrimônio
 
O patrimônio de um determinado indivíduo ou de uma entidade é demonstrado pelo conjunto de seus bens
(móveis, imóveis, automóveis, maquinário, terrenos, dinheiro) direitos (vendas à prazo ainda não recebidas,
depósitos em poder do banco), e obrigações (de maneira inversa aos direitos, são empréstimos contraídos
pela pessoa ou empresa junto a instituições financeiras ou grande público).
O patrimônio pode ser considerado o objetivo de estudo básico da contabilidade, tanto que sua essência se
dá pelo chamado “Balanço Patrimonial”, ou seja, uma demonstração contábil que deixa evidente todos os
bens, direitos e obrigações que uma empresa (as pessoas não costumam construir balanços) dispõe em um
determinado momento, dado em unidades monetárias.
É muito fácil entender o patrimônio dividindo-o em dois grandes grupos: o ativo e o passivo.
No ativo estão todos os bens e direitos. Aqui consta o caixa da empresa, as contas a receber, a conta no
banco, os estoques, as máquinas, equipamentos e suas marcas e patentes. Veja: só falamos de bens e
direitos que a empresa possui.
No passivo estão contidas as obrigações ou deveres. Definimos essas obrigações como impostos e
contribuições a recolher, contas a pagar (como fornecedores, por exemplo) e empréstimos bancários.
À diferença entre os bens e direitos (ATIVO) e as obrigações (PASSIVO) damos o nome de PATRIMÔNIO
LÍQUIDO. Um dos preceitos fundamentais da Ciência Contábil determina que o montante gasto em bens e
direitos deva ser igual as suas obrigações. Para que isso ocorra o patrimônio líquido deve ficar junto ao
passivo.
É muito simples entender. Vamos dar um exemplo do cotidiano: veja abaixo uma possível demonstração do
seu Balanço Patrimonial de qualquer pessoal. É muito similar com o que ocorre na empresa e também na
administração pública, como veremos mais tarde:
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O balanço patrimonial que exemplificamos acima poderia muito bem ser o seu. Observe que você tem como
bens e direitos um apartamento, um carro, os móveis da sua casa e uma soma em dinheiro no banco, que
totalizam R$ 300.000,00. Nada mau. Mas ao mesmo tempo, para adquirir esses bens, contraiu dívidas
(obrigações) que somam R$ 120.000,00, entre o financiamento do apartamento, o financiamento do carro e
um empréstimo pessoal.
Daí concluímos que, mesmo tendo os bens e direitos, quando retirarmos o que você deve, sobrarão apenas
R$ 180.000,00, justamente o PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Tanto que a soma das obrigações com o patrimônio
líquido chegará aos mesmos R$ 300.000,00 do ativo.  
Esses mesmos preceitos contábeis básicos se aplicam às empresas e, também, ao objetivo de nossa
disciplina: os bens públicos, ou patrimônio público, como são chamados os bens à disposição da
coletividade (KOHAMA, 2010).
Gestão do patrimônio público
 
O patrimônio público são os bens e direitos que pertencem à administração pública, e tal conceito será
aprofundado nos próximos tópicos. Sua gestão deve ser encarada com o mesmo prisma de competência que
se encara a de uma empresa ou patrimônio particular.
Para entender a respeito do patrimônio público é importante conhecer os diversos modelos que nortearam
a gestão da administração pública. São três os principais: modelo patrimonialista, burocrático e gerencial.
Na administração pública na era do regime monarca não havia distinção entre bens públicos e privados,
pois estes eram da monarquia, sendo caracterizados como modelo patrimonialista. Já no regime burocrático
os bens passaram a ser denominados como bens públicos e o Estado passou a controla-los através de
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controles e taxas. Todo controle e gestão era explicitamente determinado pela lei; apenas a lei permitia que
qualquer mudança e esse modelo passou a ser adotado no Brasil após 1930 e perdurou até meados dos anos
1980.
Após esse período ocorre a mudança para o modelo de gestão gerencial, justamente visando suprir a lacuna
existente na área social. Assim, houve aproximação do setor público com setor privado. O modelo gerencial
depende das funções administrativas, como, por exemplo, funções técnicas, funções comerciais, funções de
segurança e funções contábeis, todas visando tornar a gestão pública eficiente, com controles.
Qualquer gestão está relacionada ao gerenciamento de forma eficiente dos recursos materiais e humanos. O
processo administrativo é cíclico e dinâmico ligado ao planejamento, controle, organização e direção.
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“Caracteriza-se como incorporação, a inclusão de um bem no acervo patrimonial do
Estado, bem como a adição do seu valor à conta do ativo imobilizado. As incorporações de
bens que compõem o patrimônio do Estado podem provir de vários tipos de fatos
geradores. São eles: a compra, a permuta, a doação, a apropriação, a locação, o comodato,
o leasing e a transferência”. 
GESTãO DO PATRIMôNIO PARA MARIN, BORBOLATO E VERSI (2013, P.63)
O mesmo se refere à gestão do patrimônio público. O gestor que atua na área pública estará gerindo
os recursos do setor público; dessa forma, é necessário planejar, organizar, controlar e direcionar os
recursos públicos.
Conforme aponta Kummer (2011) os recursos são classificados em materiais, patrimoniais,
humanos, tecnológicos e capitais. A gestão dos recursos patrimoniais envolve identificação dos
bens, organização, procedimentos, armazenamento, conservação e manutenção. Também envolve
atividades como, por exemplo, registro do bem, guarda, controle, incorporação, tombamento,
movimentação, preservação e baixa.
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FATOS GERADORES DA GESTãO PATRIMONIAL
Fatos geradores CONCEITO
Compra É a incorporação de um bem que tenha sido
adquirido por uma Unidade Administrativa,
de acordo com os critérios estabelecidos em
instrumentos legais.
Doação É a incorporação de um bem cedido por
terceiro ao Estado, em caráter definitivo, sem
envolvimento de transação financeira.
Permuta É a incorporação no acervo patrimonial do
Estado de um bem pertencente a terceiros que
foi objeto de troca por outro bem,
pertencente ao Estado.
Apropriação É a incorporação de um bem patrimonial
fabricado ou construído pelo Estado,
realizada mediante a identificação precisa de
seu valor, através da apropriação de seu custo
de produção ou fabricação.
Locação É a incorporação temporária, para fins de
inclusão no cadastro geral do Estado, dos
bens pertencentes a terceiros que estejam
alugados ou arrendados ao Estado, que ficarão
em condição especial até que haja a
devolução dos mesmos ao término do
contrato.
Comodato É a incorporação temporária, para fins de
inclusão no cadastro geral do Estado, de bens
pertencentes a terceiros, emprestado para o
Estado a titulo gratuito por tempo
determinado.
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Leasing É a incorporação de bens no acervo
patrimonial do Estado sob a forma de
arrendamento mercantil, ou seja, bens
alugados ao Estado, com a opção de adquiri-
lo, ou não, ao final do prazo do contrato.
Transferência É a incorporação de bens movimentados de
uma Unidade Administrativa para outra, em
caráter definitivo.
Fonte: Marin, Borbolato e Versi (2013, 63)
A partir da realização da incorporação é realizado o tombamento, ou o registro do número do bem. Essa
numeração é intransferível e registrado em plaquetas. O registro dessa numeração é anotado em livro ou
documentado através deoutros tipos de arquivos, embora o importante é que todos possam ter acesso a
essas numerações.  Além da anotação em livro, todo bem deve obter essa numeração fixada em local visível. 
Procedimentos da gestão do patrimônio público
 
Como já citamos, o patrimônio público é composto por bens, direitos e obrigações que estão relacionados à
área pública, União, Estado e Munícipios. Da mesma forma que exemplificamos no caso de uma família que
os passivos tomavam forma de deveres (dívidas), Kohama (2010) considera a parte passiva do patrimônio os
compromissos assumidos e que devem ser pagos no curto, médio ou longo prazo pela administração
pública. A concepção é a mesma, embora o patrimônio público seja mais conhecido e lembrado pelos seus
ativos, como no caso de um município e todo o seu aparelhamento: veículos, maquinários, imóveis,
materiais de escritório, terrenos de qualquer espécie.
Assim surge uma questão de extrema importância para o administrador público: como tornar a gestão do
patrimônio público eficiente?
A gestão do patrimônio público deve seguir alguns procedimentos iniciais, como os que seguem abaixo:
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GESTÃO PATRIMONIAL
GESTÃO PATRIMONIAL
DEVE NÃO DEVE
Todo funcionário público ser responsável pelo
dano que causar, ou para o qual concorrer, a
qualquer bem público, que esteja ou não sob
sua guarda.
 
Fazer uso particular de qualquer bem público,
salvo o uso autorizado por lei (LOM).
 
Obrigatoriamente informar o número do seu
registro patrimonial para qualquer bem
público, seja em documento e no próprio bem.
Reaproveitar o número de registro patrimonial
dado a um determinado tipo de bem, ainda que
o mesmo tenha sido baixado do acervo
patrimonial.
Ser mantido o número de registro patrimonial,
em caso de reparos.
 
 
 
 
 
Movimentar ou deslocar qualquer bem
patrimonial desacompanhado da
documentação legal.
Os bens patrimoniais que ingressarem nos
órgãos ou entidades públicas por empréstimo
ou cessão, serão cadastrado, terão controle
especial, mas não receberão registro
patrimonial.
Os bens adquiridos com recursos de convênios
ou contrato que, contiverem período de
carência, serão cadastrados, terão controle
especial, mas só receberão o registro
patrimonial quando encerrado o prazo.
Fonte: Lellis 
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http://www2.tce.es.gov.br/legislacao/publicacoes/#Manuais
http://www2.tce.es.gov.br/legislacao/publicacoes/#Manuais
São questões que parecem óbvias e claras. Se tomamos toda uma série de procedimentos para maximizar o
uso de nosso bens em particular e das empresas, por que o mesmo não deve ser realizado com a coisa
pública. Esse é um problema ético que ultimamente começou a tomar proporções cada vez mais negativas,
inclusive na esfera criminal.
 
Agora que você já estudou esta aula acesse a plataforma AVA, resolva os exercícios e verifique seu
conhecimento. Caso fique com alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e
professor.
ATIVIDADE FINAL
O patrimônio de um determinado indivíduo é determinado pela soma
de sua renda que é composta pelo salário, juros, lucros e alugueis. Em
contrapartida essa renda é igual a sua despesa que é igual ao seu
consumo. Em relação ao patrimônio público, pode-se afirmar que:
A. O patrimônio público é composto por bens, direitos e obrigações que estão relacionados à área
pública, União, Estado e Munícipio.
B. O patrimônio público não é composto por bens, direitos e desobrigações que estão relacionados à
área pública, União, Estado e Munícipio.
C. O patrimônio público é composto somente por bens e direitos que estão relacionados à área pública,
União, Estado e Munícipio.
D. O patrimônio público é composto somente por direitos e obrigações que estão relacionados à área
pública, União, Estado e Munícipio.
E. O patrimônio público é composto por apenas os direitos que estão relacionados à área pública, União
e Estado.
Em relação às atividades que envolvem a guarda dos recursos
patrimoniais há uma sentença correta, aponte-a:
A. A gestão patrimonial envolve atividades como, por exemplo, registro do bem; guarda, descontrole,
incorporação, tombamento, movimentação, preservação e baixa.
B. A gestão patrimonial não envolve atividades como, por exemplo, registro do bem; guarda, controle,
incorporação, tombamento, movimentação, preservação e baixa.
C. A gestão dos recursos patrimoniais não envolve identificação dos bens, organização, procedimentos,
armazenamento, conservação e manutenção.
D. A gestão dos recursos patrimoniais envolve identificação dos bens, organização, procedimentos,
armazenamento, conservação e manutenção. 
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E. A gestão dos recursos patrimoniais envolve identificação dos bens, organização, procedimentos,
armazenamento, conservação e não manutenção.
Vamos testar os seus conhecimentos a respeito dos conceitos básicos
de um balanço patrimonial, composto de bens, direitos e obrigações.
Veja as contas e os seus respectivos valores de uma empresa abaixo:
Caixa: 40.000,00                                             Empréstimos curto prazo:
80.000,00
Aplicações Financeiras: 120.000,00              Estoques: 150.000,00
Duplicatas a pagar: 70.000,00                       Duplicatas a receber:
100.000,00
Salários e comissões: 40.000,00                   Fornecedores: 350.000,00
Investimentos: 100.000,00                            Imobilizado: 250.000,00
         
Observando os valores acima, o Patrimônio Líquido da empresa é de:
A. 60.000,00
B. 220.000,00
C. 360.000,00
D. -120.000,00
REFERÊNCIA
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral de administração: uma visão abrangente da moderna
administração das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
KOHAMA, H. Contabilidade pública: teoria e prática. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
Kummer, Mauro José. Patrimônio Público, Materiais e Logística. Curitiba, 2011.
LELLIS, Antônio César Regis. Gestão Patrimonial e Almoxarifado. Disponível em: . Acesso 01/12/2016.
Manual de Contabilidade do Sistema. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Brasília: CFC, 2009.
MARIN, Aline J.; BORBOLATO, Daiana Aparecida; VERSI, Gabriela da Silva. PATRIMÔNIO PÚBLICO:
Escrituração, Administração, Controle e Transparência Prefeitura Municipal de Promissão Promissão – SP.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP,
para graduação em Ciências Contábeis, 2013.
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http://www2.tce.es.gov.br/legislacao/publicacoes/#Manuais
http://www2.tce.es.gov.br/legislacao/publicacoes/#Manuais
MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. MANUAL DE CONTABILIDADE
APLICADA AO SETOR PÚBLICO. 6 edição, 2014.
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