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DOI: 10.55905/rdelosv18.n64-011
ISSN: 1988-5245
Originals received: 1/3/2025
Acceptance for publication: 1/27/2025
Revista DELOS, Curitiba, v.18, n.64, p. 01-18, 2025
jan. 2021
Comorbidades associadas ao Transtorno do Espectro Autista
Comorbidities associated with Autism Spectrum Disorder
Comorbilidades asociadas al Trastorno del Espectro Autista
Eduardo Henrique Barbosa da Silva
Graduando em Medicina
Instituição: Universidade Paranaense
Endereço: Umuarama – Paraná, Brasil
E-mail: eduardo.silva.03@edu.unipar.br
Fábio Ronqui de Souza Júnior
Graduando em Medicina
Instituição: Universidade Paranaense
Endereço: Umuarama – Paraná, Brasil
E-mail: fabioronquijunior@gmail.com
Gabriel Simeoni
Graduando em Medicina
Instituição: Universidade Paranaense
Endereço: Umuarama – Paraná, Brasil
E-mail: savitar2102.2005@gmail.com
Rosiley Berton Pacheco
Doutora em Ciências
Instituição: Universidade Paranaense
Endereço: Umuarama – Paraná, Brasil
E-mail: rosiley@prof.unipar.br
Camila Rigobello
Doutora em Ciências da Saúde
Instituição: Universidade Estadual de Londrina
Endereço: Umuarama – Paraná, Brasil
E-mail: camilarigobello@prof.unipar.br
Denise Alves Lopes
Doutora em Genética e Melhoramento
Instituição: Universidade Estadual de Maringá
Endereço: Umuarama – Paraná, Brasil
E-mail: deniselopes@prof.unipar.br
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Rodrigo Leite Arrieira
Doutor em Biologia
Instituição: Universidade Estadual de Maringá
Endereço: Umuarama – Paraná, Brasil
E-mail: rodrigoarrieira@prof.unipar.br
RESUMO
Este estudo aborda o Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição neuro
comportamental complexa da qual é frequentemente associada a diversas comorbidades.
Objetivo: identificar e sintetizar as principais condições que ocorrem concomitantemente com o
TEA, explorando suas características, incidências e implicações para a prática clínica. Método:
Foi realizada uma revisão integrativa conduzida nas bases de dados PubMED, Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS) e SciELO, com base na questão norteadora: “Quais são as doenças,
comorbidades e condições que ocorrem associadamente em pacientes diagnosticados com
Transtorno do Espectro Autista?”. Artigos dos últimos cinco anos foram incluídos sem restrição
de idioma. Utilizando-se do software Rayyan para exclusão de duplicatas e análise de título e
resumo, foram escolhidos 35 documentos para a elaboração deste trabalho. Resultados e
Discussão: Uma ampla gama de comorbidades, incluindo transtornos de ansiedade, TDAH,
depressão, distúrbios do sono, epilepsia, condições gastrointestinais e alergias, são associadas ao
TEA. Evidências apontam que essas condições compartilham mecanismos com o autismo, como
alterações genéticas, neurobiológicas e inflamatórias. Além disso, fatores como a sensibilidade
sensorial exacerbada do autismo e desafios na regulação emocional foram identificados como
agravantes de desfechos comportamentais adversos. Conclusão: A elevada carga de
comorbidades no TEA exige uma abordagem clínica integrada para melhorar a qualidade de vida
dos pacientes e otimizar o uso dos sistemas de saúde.
Palavras chave: transtorno do espectro autista, comorbidades, múltiplos sistemas, disfunção.
ABSTRACT
This study addresses the Autism Spectrum Disorder (ASD), a complex neurodevelopmental
condition frequently associated with various comorbidities. Objective: To identify and synthesize
the main conditions that occur concomitantly with ASD, exploring their characteristics,
incidences, and implications for clinical practice. Method: Based on the guiding question: "What
are the diseases, comorbidities, and conditions that co-occur in patients diagnosed with Autism
Spectrum Disorder?" - an integrative review was conducted in the databases: PubMED,
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), and SciELO. Articles from the last five years were included
without language restrictions. Using the Rayyan software to exclude duplicates and analyze titles
and abstracts, 35 documents were ultimately selected for the development of this study. Results
and Discussion: A wide range of comorbidities, including anxiety disorders, ADHD, depression,
sleep disorders, epilepsy, gastrointestinal conditions, and allergies, are associated with ASD.
Evidence suggests that these conditions share mechanisms with ASD, such as genetic,
neurobiological, and inflammatory alterations. Additionally, factors like heightened sensory
sensitivity and challenges in emotional regulation were identified as aggravators of adverse
behavioral outcomes. Conclusion: The high burden of comorbidities in ASD requires an
integrated clinical approach to improve patients' quality of life and optimize healthcare systems’
usage.
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Keywords: autism spectrum disorder, comorbidities, multiple systems, dysfunction.
RESUMEN
Este estudio aborda el Trastorno del Espectro Autista (TEA), una condición
neurodesarrollamental compleja frecuentemente asociada con diversas comorbilidades.
Objetivo: Identificar y sintetizar las principales condiciones que ocurren concomitantemente con
el TEA, explorando sus características, incidencias e implicaciones para la práctica clínica.
Método: Se realizó una revisión integrativa en las bases de datos PubMED, Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS) y SciELO, basada en la pregunta orientadora: "¿Cuáles son las enfermedades,
comorbilidades y condiciones que ocurren asociadas en pacientes diagnosticados con Trastorno
del Espectro Autista?". Se incluyeron artículos de los últimos cinco años sin restricción de
idioma. Utilizando el software Rayyan para excluir duplicados y analizar títulos y resúmenes, se
seleccionaron 35 documentos para la elaboración de este trabajo. Resultados y Discusión: Una
amplia gama de comorbilidades, incluyendo trastornos de ansiedad, TDAH, depresión, trastornos
del sueño, epilepsia, condiciones gastrointestinales y alergias están asociadas con el TEA. Las
evidencias sugieren que estas condiciones comparten mecanismos con el TEA, como alteraciones
genéticas, neurobiológicas e inflamatorias. Además, se identificaron factores como sensibilidad
sensorial aumentada y desafíos en la regulación emocional como mediadores de resultados
adversos. Conclusión: La alta carga de comorbilidades en el TEA requiere un enfoque clínico
integrado para mejorar la calidad de vida de los pacientes y optimizar el uso de los sistemas de
salud.
Palabras clave: trastorno del espectro autista, comorbilidades, múltiples sistemas, disfunción.
1 INTRODUÇÃO
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2013, v. 5,
p. 50-51), o Transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno comportamental complexo
caracterizado por déficits sociais, dificuldades comunicativas, comportamentos estereotipados e
repetitivos, interesses restritivos, além de apresentar hiper ou hipoatividade.
Essas características determinantes são frequentemente observadas no início do
neurodesenvolvimento, com idade média de diagnóstico de TEA realizado na faixa dos 4 a 5
anos (Oakley; Loth; Murphy, 2021).
Ademais, o indivíduo portador de TEA experiencia uma gama de comorbidades distintas
associadas a múltiplos sistemas. (Khachadourian et al., 2023),
Segundo Leachman et al. (2024, v. 12, p. 1), “estudos têm mostrado que até 70% das
crianças e adolescentes com TEA têm uma comorbidade psicopatológica, enquanto 40% tem
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pelo menos duas. A ansiedade é a de maior prevalência em crianças e adolescentes com TEA,
tendo de 30 a 80% atingido um diagnóstico clínico”.
Adicionalmente, em uma pesquisa realizada por Micai et al. (2023), percebe-se que entre
as condições clínicas neurológicas/psiquiátricasassociadas ao TEA, as mais frequentemente
relatados foram o transtorno de ansiedade, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade
(TDAH), os transtornos de coordenação do desenvolvimento, depressão, epilepsia, transtornos
de sono-vigília, comportamentos disruptivos e sintomas somáticos. Além das condições
neurológicas, foram prevalentes: sobrepeso/obesidade, transtorno de eliminação, transtorno de
nutrição orgânica e transtornos gastrointestinais (GI).
É notório que, segundo Khachadourian et al. (2023), fatores familiares compartilhados
provavelmente não são totalmente responsáveis por observar uma elevada carga de comorbidades
em indivíduos com TEA. Nesse viés, os resultados sugerem que as taxas mais altas de certas
comorbidades no TEA podem estar relacionadas a fatores de risco subjacentes, como exposições
ambientais ou variações genéticas. Esses fatores parecem ser mais relevantes do que os efeitos
posteriores do próprio transtorno.
A maior incidência de comorbidades diversas na população autista resulta em
investigações ineficazes e consultas médicas numerosas, sendo um processo complexo e custoso.
A prevalência global do TEA atinge aproximadamente 1% da população, com índices
diagnósticos progressivamente maiores nos últimos 20 anos (Micai et al., 2023). Assim, torna-
se essencial aprofundar o conhecimento sobre essa temática cada vez mais presente em
consultórios. Diante disso, o presente estudo objetiva sintetizar as características e incidências
das principais comorbidades associadas ao TEA, havendo a expectativa de auxiliar profissionais
de saúde na realização de investigações bem direcionadas na prática clínica, garantindo maior
qualidade de vida para pacientes e menores gastos aos sistemas de saúde.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A análise das comorbidades associadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) revela
um amplo panorama de condições frequentemente coexistentes, influenciadas por fatores
genéticos, neurobiológicos e ambientais (Salari et al., 2022).
https://www.nature.com/articles/s41398-023-02374-w#auth-Vahe-Khachadourian-Aff1-Aff2-Aff3
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Modelos teóricos sugerem que essas comorbidades podem resultar de mecanismos
biológicos diversos, como inflamação crônica, ocorrências perinatais, alterações na
conectividade cerebral e disfunções no eixo intestino-cérebro. No entanto, existem barreiras
significativas na compreensão de como essas condições interagem e afetam o curso clínico do
TEA e o desenvolvimento de suas comorbidades associadas (Hyman et al., 2020).
Contradições também emergem quanto ao impacto de fatores ambientais versus
genéticos. Enquanto alguns autores destacam a influência de exposições ambientais precoces,
outros apontam para uma base genética robusta que modula a suscetibilidade às comorbidades.
Dessa forma, as comorbidades associadas ao Transtorno do Espectro Autista ainda são
envoltas de mistério quanto às etiologias verdadeiramente responsáveis, apesar do alto volume
de estudos existentes.
3 METODOLOGIA
3.1 CRITÉRIO E MÉTODO DE BUSCAS
A coleta de dados foi baseada na pergunta norteadora “Quais são as doenças,
comorbidades e condições que ocorrem associadamente em pacientes diagnosticados com
Transtorno do Espectro Autista?”
A pesquisa foi realizada em novembro de 2024 a partir das bases de dados PubMed,
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Para definir
os descritores foram utilizadas as plataformas - em português: Descritores em Ciência da Saúde
(Decs), e em inglês: Medical Subject Headings (MeSH). As informações detalhadas da pesquisa
encontram-se na Tabela 1.
Tabela 1. Método de busca nas múltiplas bases de dados.
Base de Dados Cruzamento Artigos Recuperados
PubMed ((Autism Spectrum Disorder ) AND
(Comorbidity)) OR ((Transtorno do
Espectro Autista) AND
(Comorbidade))
1,735
BVS (autismo) AND (comorbidades) AND
mj:("Transtorno do Espectro
395
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Autista") AND (year_cluster:[2019
TO 2024]) AND instance:"regional
SciELO ((Autism Spectrum Disorder ) AND
(Comorbidity)) OR ((Transtorno do
Espectro Autista) AND
(Comorbidade))
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Fonte: Elaboração dos próprios autores.
3.2 SELEÇÃO DOS ESTUDOS
Os critérios de inclusão englobam um recorte temporal dos últimos cinco anos, sem
distinção de idioma. Documentos identificados na busca passaram então por um processo de
inspeção pelo software Rayyan, com objetivo de eliminar duplicidades.
O processo de seleção dos estudos foi conduzido em etapas distintas. Inicialmente, foi
realizada pelos três autores de maneira independente a leitura do título e resumos dos artigos que
restaram após a inspeção do software, sendo escolhidos documentos que atendiam à pergunta
norteadora.
Também, foram excluídos artigos com foco exclusivamente no tratamento das
comorbidades associadas ao autismo, protocolos diagnósticos, e trabalhos que não tivessem o
autismo e comorbidades associadas como temática principal.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir do cruzamento dos descritores, 2,145 artigos foram encontrados pelas bases de
dados. A ação do software Rayyan removeu 307 duplicadas da base de artigos encontrados,
resultando em 1.838 trabalhos para avaliação e seleção. Dessa forma, a seleção inicial foi
realizada, resultando na apuração de 193 artigos, dos quais foram lidos em íntegra para verificar
a adequação de sua metodologia e dos resultados apresentados, optando-se por incluir estudos
observacionais, ensaios clínicos e revisões sistemáticas com sólida abordagem metodológica.
Com a leitura completa dos artigos selecionados, 35 documentos atendiam a todas as
exigências estipuladas e foram utilizados para a elaboração deste trabalho (Figura 1).
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Figura 1. Fluxograma de busca.
Fonte: Elaboração dos próprios autores.
Quando se trata de comorbidades associadas ao transtorno do espectro autista, o TDAH
frequentemente se manifesta de forma concomitante, indicando susceptibilidade compartilhada
em estudos de imagem, clínicos, e genéticos (Shaw, 2024). A desatenção provocada pelo
transtorno do déficit de atenção com hiperatividade estimula a ocorrência de condutas já
encontradas no autismo, como comportamentos repetitivos, reações exageradas e birras,
exacerbando-as. Adicionalmente, o TDAH promove hiperatividade, induzindo a ocorrência de
ações impulsivas, agressividade, e ações de comportamento auto-destrutivo (Leader, et al.,
2021).
Mesmo sendo uma comorbidade com agravantes comportamentais comumente associada
ao autismo, o TDAH é subdiagnosticado nesses pacientes. Em uma pesquisa realizada por Leader
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et al. (2021), 147 crianças com diagnóstico confirmado de TEA foram avaliadas, utilizando-se
de formulários específicos para diagnóstico de TDAH e TEA. Foi referido que 70% das crianças
avaliadas apresentavam sintomas clínicos significativos de ambos os transtornos, entretanto,
apenas 46% delas possuíam previamente o diagnóstico de TDAH, demonstrando o quanto o
diagnóstico dessa comorbidade ainda é subestimada no Transtorno do Espectro Autista.
Para facilitar o diagnóstico de indivíduos com TEA + TDAH, Lin et al. (2024) investigou
a existência de alterações funcionais na conectividade cerebral nestes pacientes. O estudo foi
feito com base na análise de dados de ressonância magnética funcional em estado de repouso de
114 pacientes com TEA, sendo 40 com TEA + TDAH e 74 apenas com TEA, além de 161
indivíduos com desenvolvimento típico. A análise revelou que, no nível nodal, o TEA + TDAH
apresenta desorganização topológica em regiões temporais e occipitais, enquanto, no nível de
conectividade, há aumento da conectividadefuncional entre as regiões pré-frontais,
frontoparietais, orbitofrontais e occipitais, em comparação com o apenas TEA.
Essas alterações sugerem que a comorbidade apresenta padrões únicos de topologia e
conectividade em áreas relacionadas à cognição social, processamento de linguagem e integração
sensorial, reforçando a importância de investigações mais detalhadas para compreender as
implicações clínicas e diagnósticas dessa sobreposição de transtornos.
Quando se trata de fatores genéticos associados ao TEA + TDAH, têm-se identificado em
pesquisas genes de risco compartilhados entre os dois transtornos, reforçando ainda mais a teoria
da base genética comum. Utilizando dados de sequenciamento do genoma completo de 272
amostras provenientes de 73 famílias, um estudo realizado por Zhou et al. (2023) analisou 36
genes que são identificados como relacionados ao TDAH, com envolvimento potencial também
no TEA.
Dentre os genes analisados, o KDM6B (Lysine Demethylase 6B), localizado no
cromossomo 17, destacou-se como o principal gene de risco para ambos os transtornos, sendo
amplamente reconhecido por sua associação com transtornos do neurodesenvolvimento ao afetar
o processo de metilação da lisina em histonas, relacionada à repressão da expressão gênica.
A depressão também é uma das principais condições iniciais expressadas no autismo,
sendo uma queixa comumente manifestada por adultos antes de receberem o diagnóstico de TEA.
Estudos recentes de grande escala mostram que a prevalência de um diagnóstico de depressão ao
longo da vida chega a 40,2% entre adultos autistas (Heijst, et al., 2019). Adicionalmente,
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indivíduos que possuem mais traços autistas apresentam significativamente maiores sintomas de
depressão do que aquelas com menos traços autistas.
Além de episódio depressivos maiores, a depressão associada com autismo possui relação
direta com ideação suicida e automutilação, demonstrado até mesmo em crianças, contribuindo
para a diminuição do bem-estar, qualidade de vida, e aumento das taxas de mortalidade por
suicídio (Oakley; Loth; Murphy, 2021; Hervás, 2023).
Associada a depressão, uma condição subclínica prevalente em indivíduos com autismo
é a alexitimia - definida pela dificuldade de identificar e interpretar as próprias emoções, além
das emoções de outros indivíduos, como expressões faciais.
Albantakis et al. (2020, v. 24, p. 2) discorre sobre a alexitimia no autismo, correlacionado-
a na gênese da depressão:
“aproximadamente 50% dos pacientes autistas apresentam níveis significativamente
clínicos de alexitimia [...] De fato, estratégias patológicas de regulação emocional,
como a supressão e a evitação, são típicas em pessoas com traços alexitímicos, mas
também com traços autistas [...] essas estratégias podem afetar negativamente as
interações sociais, resultando na falta de suporte social [...] estudos anteriores
demonstraram que os traços alexitímicos podem atuar como um fator de vulnerabilidade
para doenças mentais, especialmente transtornos depressivos e de ansiedade”.
Dessa forma, traços alexitímicos e autistas são preditores de sintomas de fobia social, que
por sua vez prejudicam interações sociais, levando ao isolamento, e por fim, depressão -
exemplificado na Figura 2.
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Figura 2. Fluxograma da ação conjunta dos traços alexitímicos e autistas.
Fonte: Albantakis et al., 2020. Tradução elaborada pelos autores.
Segundo resultados obtidos por Kirsch, et al. (2020), indivíduos com autismo apresentam
risco aumentado de desenvolver transtornos de ansiedade e humor em comparação com aqueles
sem a condição. A ansiedade aliada ao TEA promove dificuldades para desenvolver e manter a
socialização, estabelece desafios para o sucesso acadêmico e profissional, e contribui para a
ocorrência de comportamentos problemáticos na vida em sociedade. Indivíduos autistas têm, na
maioria dos casos, problemas de relacionamentos, socialização e comunicação por conta do
próprio transtorno autista, dessa forma, os sintomas da ansiedade se tornam aditivos.
Além disso, conforme Leachman et al., (2024), uma análise quantitativa investigou
distintos grupos de crianças com níveis alto, moderado ou baixos de ansiedade foram estudadas.
Os níveis moderado e alto eram principalmente prevalentes entre as crianças com TEA, enquanto
as crianças com desenvolvimento típico apresentavam índices de ansiedade reduzida
proporcionalmente. No entanto, a depressão mostrou-se fortemente associada a ambos os grupos,
de forma proporcional aos diferentes graus de ansiedade. Problemas de interação com colegas
foram um fator adicional importante na determinação da adesão ao grupo; a maioria dos
participantes que relataram dificuldades significativas com os colegas (como dificuldade em
conversar, fazer amigos e/ou serem vítimas de bullying/assédio) estavam no grupo com alta
ansiedade. Essas descobertas podem estar alinhadas com a teoria da motivação social, que propõe
que a ansiedade está na base da relação entre sintomas autistas e baixa motivação social.
Considerando a composição diagnóstica do grupo com alta ansiedade, pode-se supor que crianças
e adolescentes com TEA e ansiedade têm maior probabilidade de enfrentar interações sérias e
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perturbadoras com seus colegas do que seus pares com desenvolvimento típico. Nessa análise,
idade, sexo, inteligência e idade dos pais foram incluídos como covariáveis em um modelo de
regressão linear para controlar seus possíveis efeitos.
Ainda sob a perspectiva de Leachman et al. (2024), pelo fato de problemas de
relacionamento com colegas representar um desafio notável para os jovens com TEA,
intervenções precoces, focadas no envolvimento da família, regulação emocional e
desenvolvimento de habilidades sociais devem ser consistentemente implementadas nessas
crianças e adolescentes.
Outra comorbidade associada ao TEA, consoante com Yamada et al. (2023), é o distúrbio
do sono, que apresenta uma maior incidência nesses sujeitos em comparação com indivíduos
com desenvolvimento típico ou desenvolvido (DT). Problemas de sono foram encontrados em
50–80% das crianças com TEA, em comparação com 9–50% em crianças com desenvolvimento
típico da mesma idade (McArthur, et al., 2023 apud Kotagal & Broomall, 2012).
Apesar dos problemas de sono estarem bastante presentes no autismo, muitas vezes não
são corretamente diagnosticados, o que pode interferir diretamente na vida diária desses
indivíduos, com maior prejuízo social e em capacidades mentais. O tratamento destes distúrbios,
ao melhorar o sono, interferirá no comportamento e facilitará a aprendizagem, levando a
melhorias na memória de trabalho e possivelmente em outras funções executivas (Almondes, et
al., 2023).
Dentre os principais sintomas apresentados em déficits do sono estão; insônia,
parassonias (pesadelos, acordar gritando, enurese), hipossonias, respiração relacionada ao sono
e distúrbios do movimento. É por isso que, indivíduos com TEA que apresentam sono não
reparador possuem problemas com capacidade de atenção, interações sociais e com maior
gravidade de sinais subclínicos, como comportamento de oposição, agressão, explosividade,
déficit de atenção, impulsividade e hiperatividade, ansiedade, depressão e variabilidade de humor
(McArthur, et al., 2023 apud Deserno et al., 2019 ; Malhi et al., 2019 ; Mayes & Calhoun, 2009).
Yamada, et al., (2023, p. 379) acrescenta que:
“Os problemas com o início e a manutenção do sono também sugerem que os ritmos
circadianos são interrompidos no TEA. De fato, ritmos circadianos anormais foram
relatados em crianças com TEA. O padrão de secreção de melatonina, que regula os
ritmos circadianos, pode ser interrompido no TEA e resultarem ritmos circadianos
interrompidos. Além disso, alterações nos genes CLOCK, que estão associados aos
ritmos circadianos, estão implicadas em indivíduos com TEA com problemas de sono.”
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No viés de Yamada, et al. (2023), se os parâmetros do sono não forem controlados, os
distúrbios do sono podem influenciar a neuroplasticidade e equilíbrio excitatório/inibitório
cerebral (E/I) em indivíduos com TEA, ocasionando os sintomas anteriormente descritos.
A epilepsia, segundo Ewen et al. (2019), é outra condição conhecida por ser um distúrbio
com ocorrência de maior proporção em indivíduos com TEA, e relaciona essa maior ocorrência
à deficiência mental, característica do transtorno do espectro autista, que também representa um
fator de risco para a epilepsia.
Ademais, Holmes et al. (2021, p. 3) pontua:
“Embora o TEA seja atualmente entendido como com um diagnóstico estável, nossas
observações clínicas sugerem que algumas crianças com epilepsia têm um fenótipo de
autismo mais dinâmico que pode mudar ao longo do tempo à medida que a criança se
desenvolve e se as suas crises mudarem e, portanto, pode não seguir a trajetória de
desenvolvimento típica delineada pelo DSM-5. Isto inclui crianças com comunicação e
interação social precoce normal, que começam a apresentar sintomas de TEA após o
início da epilepsia (por exemplo, EE-CSWS, LKS, hamartoma hipotalâmico, casos com
convulsões resistentes a medicamentos devido a anomalias estruturais do cérebro) e
então esses padrões de comportamento se estabelecem e muitas vezes persistem mesmo
depois que as convulsões mudam ou remitem, de modo que o curso de desenvolvimento
da criança é agora consistente com o TEA.”
Legenda: EE-CSWS: Epileptic encephalopathy with continuous spike-and-waves during
sleep; LKS: Síndrome de Landau-Kleffner.
Continuando sob o viés de Holmes et al. (2021), crianças com epilepsia têm um risco
aumentado de portar o TEA, explicado por fatores etiológicos partilhados e pela taxa aumentada
encontrada na co-ocorrência de deficiência intelectual, porém, em comparação com o TEA
idiopático, o grupo com epilepsia costuma ser socialmente próximo e interessado socialmente.
Entretanto, estes indivíduos têm déficits significativos na compreensão do comportamento
socialmente apropriado e na interpretação de expressões não verbais e verbais dos outros, desta
maneira, não modificam seus comportamentos em resposta ao feedback externo, lutam com a
reciprocidade e a compreensão de situações sociais, e muitas vezes têm pensamento inflexível,
repetitivo. interesses e comportamento, consequentemente atendendo aos critérios para TEA na
avaliação formal.
Além de associações psiquiátricas, morbidades crônicas alérgicas dos mais diferentes
tipos são evidenciados em grande parcela das pessoas autistas, especialmente dermatite atópica
(DA), eczema, rinoconjuntivite, asma, alergias alimentares e medicamentosas. Doenças alérgicas
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de pele, conjuntivite e asma foram os distúrbios alérgicos mais prevalentes (49,6%, 41,5% e
32,8%, respectivamente) perante análises feitas por Nemet, et al. (2022), as quais puderam
promover uma associação significativa entre distúrbios alérgicos (um ou mais) na primeira
infância e o desenvolvimento de TDAH ou TEA.
De acordo com Jameson et al. (2022), a função anormal de vias aéreas, epitélio intestinal
e tecido cutâneo em crianças com doenças atópicas pode facilitar a entrada de agentes externos,
desencadeando uma resposta imune exacerbada. Essa resposta, predominantemente mediada
pelas células Th2 nas fases iniciais, envolve a liberação de interleucinas (IL-4 e IL-13), que
estimulam a produção de imunoglobulina E (IgE) pelas células B. Subsequentemente, citocinas
e quimiocinas são liberadas, promovendo a ação de mastócitos - dos quais sintetizam
prostaglandinas, fator de necrose tumoral e fator de crescimento endotelial vascular.
A ação inflamatória dessas múltiplas substâncias em reações alérgicas pode apresentar
papel na fisiopatologia do autismo. Tsai, et al. (2020, p. 2) afirma que:
“A patogênese da dermatite atópica (DA) e do TEA envolve interações entre genes e o
ambiente. Vários genes desempenham papeis importantes em ambas as condições; por
exemplo, ADRB2, GATA-3 e genes do fator neurotrófico derivado do cérebro. Da
perspectiva imunológica, citocinas pró-inflamatórias produzidas em respostas atópicas,
como a interleucina 6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral (TNF)-α, podem romper a
barreira hematoencefálica, induzindo efeitos neuro-imunológicos em circuitos neurais
associados a funções emocionais e comportamentais. Além disso, os mastócitos, uma
importante célula efetora na patogênese da DA, podem ser ativados perinatalmente por
vários fatores, levando à produção de neurotoxinas que contribuem para os mecanismos
do TEA. A vitamina D regula as vias imunológicas inatas e adaptativas e a deficiência
de vitamina D está associada a várias condições alérgicas, incluindo DA.”
Portanto, compreender a relação entre distúrbios alérgicos e o desenvolvimento do TEA
permitirá identificar precocemente esses casos e aprimorar o tratamento de crianças alérgicas que
manifestam sintomas neurocomportamentais (Nemet, et al., 2022).
Adicionalmente, pessoas autistas em muitas das vezes possuem uma sensibilidade tátil
exacerbada, por isso, condições dermatológicas como atopias e eczema podem ser relatadas com
maior gravidade pela diferente maneira que os sentidos são processados pelos pacientes com
TEA. Dessa forma, a sensibilidade sensorial severa do autismo pode estimular um desconforto
cutâneo intensificado em condições de pele, resultando em piores desfechos (Jameson et al.,
2022).
14 Revista DELOS, Curitiba, v.18, n.64, p. 01-18, 2025
Há também, de acordo com Madra et al. (2020) as comorbidades do trato gastrointestinal
- comumente relacionadas ao TEA. De acordo com Leader et al. (2021), em um estudo
quantitativo a respeito de comportamentos desafiadores e problemas de alimentação de crianças
com TEA, foi revelado que todos os pais de crianças autistas relataram pelo menos algum grau
de comportamento desafiador em seus filhos junto de uma alta correspondência entre problemas
alimentares, além de indícios de que indivíduos com recusa alimentar, mastigação, e problemas
de vômito demonstraram significativamente maior níveis de comportamento desafiador.
Ademais, detalhado por Spek et al. (2020), variados problemas nutritivos podem ser
notados nos indivíduos com TEA, tal qual restritividade e seletividade alimentar.
Leader et al. (2021, p. 1-2) acrescenta:
“Outros distúrbios, como refluxo gastroesofágico (DRGE), gastrite, doença celíaca e
alergias alimentares, foram frequentemente endossados em altas taxas no TEA. A
pesquisa descobriu que crianças com sintomas gastrointestinais geralmente apresentam
taxas mais altas de intolerância alimentar e correm maior risco de problemas de
alimentação e de comportamento.”
Concomitantemente, segundo Lefter et al. (2019), são encontrados perfis alterados de
bactérias intestinais em crianças com TEA junto com o aumento da gravidade do comportamento
autista restrito/repetitivo, além de reações imunoinflamatórias ocorrerem com mais frequência
em autistas, fora outras complicações GI, como a anorexia nervosa
Nesse sentido, traços de TEA apresentaram alta prevalência em um grupo de pacientes
jovens internados com anorexia nervosa (AN), caracterizado por peso corporal
significativamente baixo, medo intenso de ganhar peso e influência indevida na forma de
autoavaliação. A relação entre a psicopatologia dos transtornos alimentares e os traços autistas
foi independente do IMC, da presença de outras comorbidades e da ação de tratamentos
antipsicóticos (Pruccoli, et al., 2021). Nessesentido, o mal da anorexia nervosa pode ser um
método de rastreio dos pacientes com um grau de espectro autista.
Além do mais, a anorexia nervosa associada ao autismo pode implicar, de acordo com
Boltri e Sapuppo (2021), em um comprometimento substancialmente exacerbado do quadro
clínico da anorexia, tanto em níveis neuropsicológicos quanto sociais. Por isso, indivíduos que
manifestam AN e traços autistas comórbidos relatam piores resultados de doença. Sintomas como
seletividade, inflexibilidade cognitiva, padrões rígidos em relação à alimentação, preocupação
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excessiva com a comida, regras inflexíveis sobre o que pode ou não ser consumido e obsessão
constante com a alimentação precisam estar mais bem definidas e descritas nos quadros
comórbidos.
Os resultados mostram que, usando várias ferramentas de avaliação (diagnóstico,
autorrelato e medidas de desenvolvimento), os sintomas autistas parecem estar super-
representados em transtornos alimentares em comparação com controles saudáveis. Entre os
outros, a anorexia nervosa relata as maiores taxas de traços autistas comórbidos acima e abaixo
do limiar (Boltri e Sapuppo, 2021).
5 CONCLUSÃO
Este estudo chega à conclusão que o Transtorno do Espectro Autista é uma condição
permeada de comorbidades coadjuvantes, as quais possuem sintomatologias agravadas diante
das alterações neurocomportamentais do transtorno, como em dermatites e eczema. Mecanismos
biológicos e genéticos do autismo também tem seu papel na gênese das comorbidades, tal qual
demonstrado nos distúrbios do sono . Pelo caráter heterogêneo do TEA, comorbidades como o
TDAH acabam por ser subdiagnosticadas, mesmo havendo ampla presença de sinais clínicos.
Esses achados destacam o quão importante é a investigação de comorbidades subjacentes
diante de um diagnóstico de autismo, exigindo um exame médico criterioso, assim como
estratégias terapêuticas direcionadas que considerem a complexidade dessas interações. A
integração de conhecimento entre investigações clínicas, exames genéticos, e uso de métodos de
imagem podem melhorar significativamente o tempo diagnóstico dessas comorbidades, e assim
permitir uma qualidade de vida dos indivíduos com TEA.
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