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Atenção: Esse curso é de autoria da Prime Cursos do Brasil LTDA (registro número 978-85-5906-041-6 BN)
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Estudando: Direito Processual Civil
As provas
Provar significa convencer, tornar aceitável determinada afirmação, estabelecer a verdade. Pode-se dizer que
a prova, objetivamente, é todo meio suscetível de demonstrar a verdade de um argumento. Sob o ponto de
vista subjetivo a prova é destinada a formar a convicção do próprio juiz.
As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não
específicos no CPC, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir
eficazmente na convicção do juiz. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas
necessárias ao julgamento do mérito. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do
sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento e ainda,
poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar
adequado, observado o contraditório.
O ônus da prova incumbe:
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II – ao réu, quando à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
I – recair sobre direito indisponível da parte;
II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
Não dependem de prova os fatos:
I – notórios;
II – afirmados por uma parte e confessada pela contrária;
III – admitidos no processo como incontroversos;
IV – cujo favor milita presunção legal da existência ou de veracidade.
O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente
acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quando a estas, o exame pericial.
Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte:
I – comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado;
II – colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária;
III – praticar o ato que lhe for determinado.
15.1. Produção antecipada da prova
A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I – haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na
pendência da ação;
II – a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução
de conflito;
III – o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
A produção antecipada da prova previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta. Na
petiço, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova e
mencionará com precisão o fato sobre os quais a prova há de recair.
15.2. Diferença entre interrogatório judicial e depoimento pessoal
São diferenças entre o interrogatório judicial e o depoimento pessoal: o depoimento pessoal é requerido pela
parte enquanto que o interrogatório é determinado de ofício; o depoimento pessoal é meio de prova sendo que
o interrogatório é meio de convencimento; no depoimento há pena de confesso, tal pena inexiste no
interrogatório judicial; e finalmente o depoimento pessoal é feito uma única vez na audiência de instrução,
enquanto que o interrogatório pode ser realizado a qualquer tempo, no curso do processo.
15.3. Confissão
A confissão, no Direito Processual Civil, é considerada a rainha das provas. A confissão pode ser conceituada
como o ato pelo qual a parte admite a verdade de um fato contrário ao seu interesse e favorável ao
adversário. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. A confissão espontânea pode ser feita
pela própria parte ou por representante com poder especial. A confissão provocada constará do termo de
depoimento pessoal.
A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes. Não vale como
confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis. A confissão será ineficaz se feita por
quem não for capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. A confissão feita por um
representante só é eficaz nos limites em que este pode vincular o representado. A confissão é irrevogável,
mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou coação.
A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova
literal.
15.4. Prova testemunhal
Testemunha é o terceiro, estranho ou isento com relação às partes, que vem a juízo trazer os seus
conhecimentos a respeito de determinado fato. A prova testemunhal é uma espécie do gênero prova oral.
15.4.1. Admissibilidade e valor da prova testemunhal
A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição
de testemunhas sobre fatos:
I – já provados por documentos ou confissão da parte;
II – que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
Nos casos em que a lei exigir prova escrita, é admissível a prova testemunhal quando houver começo de
prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir a prova. Também se admite a prova
testemunhal quando o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita de
obrigação, em casas como o de parentesco, de depósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão
das práticas comerciais do local onde contraída a obrigação.
A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos:
I – que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes
consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau;
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.
15.1.2. Produção da prova testemunhal
O momento para o requerimento da produção testemunhal é o da petição inicial, para o autor, e o da
contestação para o réu. O rol de testemunhas conterá, sempre que possível, o nome, a profissão, o estado
civil, a idade, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas, o número de registro de identidade e o
endereço completo da residência e do local de trabalho. Depois de apresentado o rol de testemunhas, a parte
só pode substituir a testemunha:
I – que falecer;
II – que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;
III – que, tendo mudado de residência ou de local de trabalho, não for encontrada.
São inquiridos em sua residência ou onde exercem sua função:
I – o presidente e o vice-presidente da República;
II – os ministro de Estado;
III – os ministros do Supremo Tribunal Federal, os conselheiros do Conselho Nacional de Justiça e os
ministros do Superior Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal Militar, do Superior Tribunal Eleitoral, do
Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Contas da União;
IV – o procurador-geral da República e os conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público;
V – o advogado-geral da União, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral do Município, o defensor
público-geral federal e o defensor público-geral do Estado;
VI – os senadores e os deputados federais;
VII – os governadores dos Estados e do Distrito Federal;
VIII – o prefeito;
IX – os deputados estaduais e distritais;
X – os desembargadores dos Tribunais de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais
do Trabalho e dos Tribunais Regionais Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do
Distrito Federal;
XI – o procurador-geral de justiça;
XII – o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa a agente diplomático do
Brasil.
Ao início da inquirição, a testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for
perguntado. O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção penalque faz a afirmação falsa, cala ou
oculta a verdade.
15.5. Prova pericial
A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. A avaliação visa a atribuir um valor monetário a
alguma coisa ou obrigação. A vistoria destina-se a analisar o estado de um bem imóvel. Exame visa a análise
do estado em que se encontra um bem móvel, semovente ou pessoas. O juiz indeferirá a perícia quando:
I – a prova do fato não depender de conhecimento especial técnico;
II – for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III – a verificação for impraticável.
15.5.1. Perito
Perito é a pessoa dotada de conhecimentos técnicos sobre uma determinada área das ciências naturais ou
humanas, cuja função é auxiliar o juiz sobre determinado fato.
A nomeação do perito independe de qualquer compromisso formal de fiel cumprimento das atribuições a ele
destinadas, pois sua responsabilidade decorre pura e simplesmente da lei.
Por exercer função pública o perito também se submete às recusas decorrentes de impedimento ou
suspeição, além de sujeitar-se aos delitos próprios dos funcionários públicos.
A lei permite também a presença de assistentes técnicos da confiança das partes para acompanhar a perícia e
realizar pareceres, se entender necessários. Vale ressaltar que os assistentes não estão sujeitos às recusas
acima vistas, já que não são considerados funcionários públicos.

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