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Guia Prático para Mãe, Pai ou Responsável pela Criança com Transtorno do Espectro Autista - TEA NOÇÕES SOBRE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DIREITO E GARANTIA À SAÚDE 2 A cor azul da capa deste guia está associada ao autismo e representa leveza, a calmaria e a serenidade. Também faz uma referência ao mar que, segundo algumas opiniões populares, se comporta de forma semelhante às pessoas com autismo: às vezes calmo e seguro, outras vezes intenso e imprevisível. A escolha do mar azul traduz sensibilidade e poesia. No entanto, as múltiplas cores utilizadas em complementação ao azul representam a diversidade do movimento, presentes nos símbolos do quebra-cabeça e do infinito, comumente usados em materiais sobre o tema. Um dos objetivos deste guia é dispor informações que auxiliem mães, pais e responsáveis sobre o TEA. Isso simboliza a oportunidade de um mergulho nesse universo, um mergulho no Azul do Mar. Autor: Henrique Amaral 3 No Azul do Mar Mar sereno em sono profundo. Amar, contemplar. Como é lindo. Descansar. Respirar profundamente com o alívio desta paz. Não mais. Transforma-se, inquieta-se. Mar revolto em agitação frenética. Julgam-me, julgam-nos. Desconhecem o mar. Amar, contemplar. Ainda é lindo. Respirar profundamente mesmo no turbilhão deste momento. Conversar, agir assertivamente. Não mais. Descansar. E a recorrente angústia de saber como será quando eu não mais. Buscar forças, conhecimento, trocas de experiências, tratamento. O tempo urge. Educar, avançar, repetir; por um tempo que não sei. E a duvidosa certeza de que um dia . Embora eu não mais, ele vai, por si, navegar e dominar esse mar. Em um mundo melhor, mais compreensivo. Anônimo 4 Apresentação Parte I – INFORMAÇÕES MÉDICAS O que é Transtorno do Espectro do Autismo? ....................................................................................9 Quais os níveis de TEA? ........................................................................................................................9 Quais os sinais de alerta que a família pode perceber na criança? .............................................10 Seletividade Alimentar no Espectro do Autismo ............................................................................14 O que é neuroplasticidade cerebral e por que não podemos esperar?........................................16 Como é feito o diagnóstico?.................................................................................................................17 Qual o primeiro passo após o diagnóstico médico? ........................................................................18 Como é feito o tratamento correto para o espectro do autismo? ..............................................22 O que terapia ABA? .............................................................................................................................23 Como saber se meu filho fez estas avaliações e se o tratamento certo está sendo aplicado? ................................................................................................................23 Como avaliar se o meu filho está progredindo nas terapias? .......................................................26 Existe tratamento alternativo para o autismo? Quando devo usar medicação? .....................27 Exemplos de documentos de saúde para pacientes com TEA.............................. .....................27 Parte II – DIREITO À SAÚDE DO DIREITO AO DIAGNÓSTICO COMPLETO E AO TRATAMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA COM TEA Introdução ..............................................................................................................................................29 Do direito dos usuários dos serviços de saúde e do direito à informação ..................................30 Quem é o profissional que faz o diagnóstico do TEA ......................................................................32 Como buscar o diagnóstico do TEA no SUS .....................................................................................32 Como buscar o diagnóstico do TEA nos planos de saúde ..............................................................33 Importância do “laudo completo” com o diagnóstico e a definição do tratamento para o autismo ............................................................................................................36 Prescrição de terapias com técnicas especializadas e a não oferta do profissional com a capacitação para a técnica ...............................................42 A organização inicial do tratamento da criança autista ...............................................................43 O dia-a-dia no tratamento da criança com TEA .............................................................................44 Índice 5 PARTE III – CONHECENDO UM POUCO DOS ÓRGÃOS QUE PODEM LHE AUXILIAR NA BUSCA DOS DIREITOS AO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO SEU FILHO OU DE UM CONJUNTO DE CRIANÇAS AUTISTAS NA MESMA CONDIÇÃO DE SEU FILHO Para usuários de plano de saúde – busca de solução dentro do sistema de saúde suplementar ......................................................................................................................48 Profissionais da área de saúde e profissionais de apoio a eles ....................................................50 SAC - serviço de atendimento ao cliente das operadoras dos planos de saúde .......................50 Ouvidorias dos planos de saúde .......................................................................................................52 Canal de atendimento do usuário da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar ........................................................................................54 Para usuários do SUS – busca de solução dentro do Sistema Único de Saúde .................55 Servidores com formação na área da saúde e servidores de apoio a eles ................................57 Ouvidoria do SUS ..................................................................................................................................57 Conselho Municipal de Saúde ...........................................................................................................59 Câmara Municipal ..............................................................................................................................59 Busca de solução fora dos sistemas de saúde – PROCON e órgãos essenciais da Justiça (Advocacia, Defensoria e Ministério Público) .................................................60 PROCONs – Entidades/órgãos de defesa do consumidor ............................................................60 Advogado de sua confiança ................................................................................................................62 Assistência jurídica gratuita para necessitados. Defensoria Pública Estadual, núcleos de práticas jurídicas das faculdades de Direito, advogado nomeado pela Ordem dos Advogados do Brasil ou pelo juiz de direito da comarca .................................63 Ministério Público Estadual ..............................................................................................................64 Como pedir esclarecimentos e apresentar suas reclamações ........................................65 Direito de certidão e direito da petição. ..........................................................................................65 Modelos de Petições e Requerimentos ...........................................................................................66 PARTE IV – ANOTAÇÕES IMPORTANTES Equipe multidisciplinar de atendimento a minha criança autista ............................................98 Escala atual dos atendimentos semanais .....................................................................................99 Eventos importantes e datas associadas ao tratamento ...........................................................99 Ocorrências importantes associadas ao comportamento de minha criança austistacom profissional credenciado ou não, respeitados os prazos da Resolução Normativa N. 566 / 22, que foi transcrito no quadro acima. Em resumo, Índice 37 Devido à importância, vamos repetir o que já foi dito na primeira parte deste livro. O laudo com a prescrição terapêutica da criança com autismo deve conter, pelo menos: a) o nome completo da criança; b) o CID – Código Internacional da Doença. Exemplo: CID.10: F84.0; CID.10: F84.1; CID.10: F84.3; F84.5; ou CID.10:F84.9; ou CID.11: 6A02; c) a indicação da prescrição terapêutica, consistente na indicação do método e técnica que o médico entende que seja a mais adequada ao tratamento de sua criança; Exemplo: ABA, Denver, Teacch, Pecs; d) os nomes das outras profissões que o médico entende que devam começar o tratamento do autismo de sua criança. Essas outras pessoas com as qualificações profissionais indicadas pelo médico e ele próprio formam a equipe multidisciplinar que tratará de sua criança. Geralmente, a equipe multiprofissional definida no laudo diagnóstico que irá trabalhar no tratamento do autismo de sua criança será composta por este trio: psicólogo(a), terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo(a). Mas pode ser também que com estes, conste no laudo ainda a indicação de psicomotricista, psicopedagogo(a)34 35 , nutricionista ou outros. Com as crianças com TEA têm muitas características diferentes umas das outras, não se assuste se a equipe multiprofissional definida pelo médico abranja qualquer combinação de profissionais dentre os citados: [ psicólogo(a) e terapeuta ocupacional ] ou [ fonoaudiólogo(a), terapeuta ocupacional e nutricionista] ou [ psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo(a) e psicopedagogo(a), etc.. e) o número de horas semanais que sua criança deve passar em tratamento com cada um dos profissionais que ele indicou acima. f) a medicação, quando for o caso. Por exemplo: Risperidona. Estamos chamando aqui de laudo completo para o TEA aquele que contém os itens de “a” a “e” da lista acima. Nem sempre há medicação prescrita no laudo para TEA. Eventualmente, pode ocorrer que o médico opte por fazer o diagnóstico não na primeira consulta com ele, mas após ele ter o retorno de algumas sessões com alguns dos profissionais que indicar para a sua criança. Neste caso, após submeter a criança a algumas sessões com estes outros profissionais, em regra, em uma nova consulta-retorno com este profissional será marcada para que o laudo definitivo e completo seja feito e entregue à mãe, pai ou responsável. Como cada criança dentro do espectro é diferente da outra, não se pode assegurar que também nesta segunda consulta-retorno o laudo lhe será entregue. Não fique inibido(a) em pedir todas as explicações e esclarecimentos a(o) médica(o), até que você realmente entenda como está sendo conduzida esta investigação (pesquisa) para o correto diagnóstico de sua criança. Índice 38 [4] Se houver uma demora não esclarecida a você pelo médico/demais profissionais quanto à entrega do laudo completo, peça a eles explicações. Se, ainda assim, você não estiver convencida(o) das justificativas da demora, ao final desta cartilha você receberá orientações de como agir neste caso. Caso você receba o laudo, mas este esteja incompleto – também conhecido como “laudo genérico” - , isto é, sem a indicação do método e técnica, ou sem a indicação dos profissionais que deverão fazer o tratamento, com a indicação do número de horas semanais, é importante que você, mãe, pai ou responsável, fale com o médico desta necessidade e peça a ele que complete o laudo para contemplar os itens de “a” a “e”. Na conversa com o médico ou outros profissionais do SUS ou da operadora do plano de saúde, sempre cordialmente e com calma, você pode alertar-lhes de que a prescrição do tratamento do autismo no Brasil é um direito e dever do profissional de medicina. Explique a eles que, sem o laudo completo uma série de problemas surgirão para você no que se refere a obtenção do tratamento adequado, com os profissionais indicados, o número de horas semanais adequadas. [5] Se você receber um laudo, mas este estiver incompleto, isto é, aquele laudo que não tenha os cinco primeiros itens ( de “a” a “e” ) acima e o médico lhe negar a corrigi-lo, isto é um motivo de preocupação. Caso haja, de fato, a negativa do médico em fornecer a você o laudo completo, veja orientações na parte final deste guia de como agir. No caso de atendimento em planos de saúde, há resolução expressa da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar para que o médico faça a prescrição com a indicação do método e da técnica. Se necessário, informe isto ao seu médico e/ou ao plano de saúde. Veja: A Resolução Normativa ANS N. 539, de 23 de junho de 2022, com vigência a partir de 01 de julho de 2022, que alterou a Resolução Normativa ANS N. 465, de 24 de fevereiro de 2021, que dispõe sobre o rol de Procedimentos e eventos em Saúde no âmbito da saúde suplementar, e determinou: Art. 3º. O art. 6º , da RN n° 465, de 2021, para a vigorar acrescido do § 4º , com a seguinte redação: ‘Art. 6º (...) § 4º. Para a cobertura dos procedimentos que envolvam o tratamento/ manejo dos beneficiários portadores de transtornos globais de desenvolvimento, incluindo o transtorno do espectro autista, a operadora deverá oferecer atendimento por prestador apto a executar o método ou técnica indicado pelo método ou técnica indicado pelo médico assistente para tratar da doença ou agravo do paciente.” Índice 39 O laudo com a prescrição completa, com a indicação dos nomes dos profissionais que irão compor a equipe multidisciplinar para o tratamento de sua criança, é fundamental e necessário tanto em caso do usuário do SUS, usuário do plano de saúde, como no caso da pessoa que fará o pagamento particular. No caso das famílias que pagarão o tratamento particular, se não tiverem o número de horas semanais e os profissionais, não saberão a quem contratar e por quantas horas semanais. Ademais, perderão a coordenação do tratamento que deve ser feito pelo médico. No caso de pacientes/usuários do SUS, o órgão da Secretaria Municipal de Saúde que faz a marcação das consultas e o tratamento – atividade chamada de Regulação da Atenção à Saúde - não saberá, nem poderá indicar as horas dos profissionais, e não conseguirá iniciar o tratamento. No caso de usuários de plano de saúde, a operadora não poderá marcar as consultas com os outros profissionais de saúde, pois a Lei dos Planos de Saúde, Lei 9.656/98 prevê que a oferta de serviços de profissionais de saúde, que não o médico, só poderão ser autorizadas com a autorização do médico assistente (o que está assistindo, isto é, atendendo sua criança). Autora: Mikhaela Arrivabene Índice 40 A Lei Federal 9.656/98 – dos Planos de Saúde - prevê que os demais procedimentos ambulatoriais (como é o caso das consultas com psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais. etc.), só são autorizados a partir da solicitação (= prescrição) do médico. Veja. Art. 12. São facultadas a oferta, a contratação e a vigência dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, nas segmentações previstas nos incisos I a IV deste artigo, respeitadas as respectivas amplitudes de cobertura definidas no plano-referência de que trata o art. 10, segundo as seguintes exigências mínimas: I - quando incluir atendimento ambulatorial: (...) b) cobertura de serviços de apoio diagnóstico, tratamentos e demais procedimentos ambulatoriais, solicitados pelo médico assistente; (…) Se o órgão de regulação da atenção à saúde do SUS ou se a operadora do plano de saúde marcar sessões de tratamento com os demais profissionais (psicólogos, fonoaudiólogos, etc.) em quantidades semanais menores do que as que foram prescritas pelo médico no laudo completo, desconfie, peça esclarecimentos. Eventualmente, pode ser algum tipo de medida para diminuir o número de sessões semanais com os profissionais em virtudeda falta (temporária ou continuada) de oferta de um dos profissionais, ou alguns deles. Como já foi expresso aqui, a criança com transtorno mental, como é o caso da criança autista, tem o direito de “ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, adequada às suas necessidades”, seja no SUS ou no Sistema de Saúde Suplementar, que é o sistema oferecido pelos planos de saúde. Isto significa que não pode haver limitação do número de sessões semanais para o tratamento da criança dentre os profissionais que compõem a Equipe Multiprofissional. Isto vale para o SUS, como para o Sistema dos Planos de Saúde. Essa limitação de sessões para atendimento por profissionais no tratamento das crianças autistas já foi muito questionada no âmbito dos planos de saúde. Mas, atualmente, há resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS - que expressamente proíbe tal limitação. Índice 41 A Resolução Normativa – RN n. 469, de 09 de julho de 2021 que alterou a Resolução Normativa – RN 465, de 24 de fevereiro de 2021 para regulamentar a cobertura obrigatória de sessões com psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, para o tratamento do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Conforme seu artigo 2º, “Os itens sessão com fonoaudiólogo e sessão com psicólogo e/ou terapeuta ocupacional, do Anexo II da RN n. 465, de 2021, passam a vigorar conforme o disposto no Anexo I, desta Resolução”. No Anexo I da Resolução RN n. 469, destaca-se: ANEXO I DIRETRIZES DE UTILIZAÇÃO PARA COBERTURA DE PROCEDIMENTOS NA SAÚDE SUPLEMENTAR 104. SESSÃO COM FONOAUDIÓLOGO 4.Cobertura obrigatória em número ilimitado de sessões para pacientes com transtornos específicos do desenvolvimento de fala e da linguagem e transtornos globais de desenvolvimento – Autismo (CID F84.0;CID F84.1; CID F84.3; F84.5; CID F84.9); (...) 106. SESSÃO COM PSICÓLOGO E/OU TERAPEUTA OCUPACIONAL (...) 2. Cobertura Obrigatória em número ilimitado de sessões para pacientes com diagnóstico primário ou secundário de transtornos globais do desenvolvimento (CID F84) (...) [6] Caso o número de sessões semanais de tratamento com a equipe multiprofissional disponibilizada pela Secretaria Municipal de Saúde – SUS ou pela operadora do plano de saúde seja um número inferior ao número de sessões semanais prescritas pelo médico que fez o laudo completo de seu filho, esta é, em princípio, uma situação de violação de direitos de sua criança. Mais adiante, neste guia você receberá orientações sobre como agir neste caso. Índice 42 Prescrição de Terapias com Técnicas Especializadas e a não oferta do Profissional com a Capacitação para a Técnica Uma questão que a mãe, pai ou responsável precisa saber é que, eventualmente, a prescrição do tratamento indicada pelo médico pode exigir não só a terapia com determinado profissional. Mas, por uma peculiaridade do seu filho dentro do espectro autista, a técnica de que ele precisa exige que o profissional que vai tratá-lo não seja apenas graduado em curso superior, mas que tenha um título de especialização em determinada técnica. Por exemplo, o médico pode que seu filho seja atendido por um terapeuta ocupacional que tenha concluído um curso de “Integração Sensorial (IS) pelo Método Jean Ayres”. Ou, pode ser o caso, de que seu filho autista tenha Seletividade Alimentar e o médico prescreve como parte do tratamento o atendimento por nutricionista com especialização em Seletividade Alimentar. Nestes casos, não haverá efetividade no tratamento se a criança for tratada por profissional que não tenha a habilitação que o médico prescreveu. Caso tenha dúvida quanto à qualificação do profissional que foi indicado para o tratamento de sua criança, solicite acesso ou cópia do seu currículo profissional, acompanhado dos certificados de conclusão que o habilitam para a especialidade indicada pelo médico. Este currículo e os certificados comprobatórios são informações essenciais para o tratamento de seu filho e está garantido como seu direito básico seja como consumidor ou como usuário de serviço de saúde. Se o seu caso é de tratamento particular, procure o profissional com a qualificação de que você precisa. Lembre-se que os sites dos conselhos profissionais, geralmente disponibilizam as especializações dos profissionais a ele vinculados. Se o seu caso é de usuário de plano de saúde, a informação deve ser solicitada ao plano de saúde, na própria clínica onde a criança está sendo tratada ou no SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente). Se o seu caso é de atendimento no SUS, a informação deve ser obtida na própria unidade onde a criança está sendo tratada (CER, CAPS-i ou outra) ou na ouvidoria ou outro órgão de atendimento ao usuário do SUS em sua cidade. [7] Se não lhe forneçam o currículo do profissional ou se você obtiver a informação de que o profissional de saúde disponibilizado para o tratamento de sua criança com TEA não tenha comprovação da habilitação na técnica especial indicada pelo médico na prescrição terapêutica, ao final deste guia, você receberá orientações de como agir neste caso. Índice 43 A Organização Inicial do Tratamento da Criança Autista Independente do método ou técnica que o(a) médico(a) prescrever no laudo, o mais provável é que o tratamento da criança autista ocorrerá por meio de sessões semanais com os vários profissionais o que, geralmente ocorre, por muitos meses seguidos. Haverá uma rotina que será estabelecida. É muito importante organizar a agenda dos atendimentos. Isto vai ocorrer, provavelmente, em uma clínica de atendimento ao paciente/usuário autista, seja ela do SUS, credenciada ou própria do plano de saúde ou particular, conforme a sua situação. Eventualmente, até mesmo por um canal de atendimento que o SUS, o plano de saúde, ou a clínica particular lhe disponibilizar. A primeira cautela que se precisa ter é se lembrar que, caso a sua criança já esteja em idade escolar, é que as consultas semanais devem respeitar o turno em que a criança estuda. Portanto, informe e não aceite que sejam marcadas sessões no mesmo turno de sua criança, a não ser muito excepcionalmente. Se a criança estudar pela manhã, as sessões devem ser marcadas na parte da tarde. Se a criança estudar no turno da tarde, as sessões devem ser marcadas pela manhã. Geralmente, há boa vontade por parte do SUS e planos de saúde em atender este pedido. É um direito da criança36. [8] Caso haja, sem o seu consentimento, marcações de sessões semanais de tratamento no mesmo turno escolar de sua criança. Esta é, em princípio, uma violação de direito à educação de sua criança. Ao final deste guia, você terá orientações de como agir. Se por acaso sua criança tiver que mudar de turno escolar, tão logo saiba que a mudança de turno vai ocorrer, é seu dever como responsável pela criança avisar na unidade de saúde ou no canal de comunicação disponibilizado pelo SUS ou pela operadora do plano de saúde o quanto antes. Isto vai evitar interrupções no tratamento da criança. Uma vez definido o turno em que a criança vai realizar o seu tratamento, procure organizar sua agenda de modo que a cada dia em que você tenha que se deslocar para a unidade de saúde onde as sessões ocorrerão, você pode aproveitar o turno para ter atendimento com mais profissionais e aproveitar melhor o turno. Excepcionalmente, pode acontecer de os atendimentos ocorrerem em unidades de saúde diferentes e, às vezes, não próximas umas das outras. Ao organizar sua agenda fique atenta para este problema e procure evitar agendamentos em locais diferentes no mesmo dia. Índice 44 Procure esclarecer suas dúvidas quanto ao endereço(s) da unidade de saúde, acesso por transportes públicos, nomes de pessoas que vão atender sua criança e suas profissões, e faça sua agenda para cada dia da semana. Lembre-se, é seu direito ter todas as suas dúvidas esclarecidas. É importante lembrar que é dever do responsável pela criança cuidar para que o tratamento seja adequado e sem interrupção.Uma vez que a agenda semanal esteja estabelecida, veja a seguir como ocorre a rotina semanal de forma detalhada. O dia-a-dia no Tratamento da Criança com TEA Uma vez estabelecida a agenda, você ou alguma pessoa adulta e responsável por sua criança deve levá-la à unidade de saúde para as sessões de tratamento. Em algumas sessões o profissional vai pedir a sua presença na sala de atendimento, em outras ele entenderá que a sua presença não contribui para aquela terapia. Qualquer dúvida, pergunte. É muito comum que, ao final das sessões, o profissional mantenha algum tipo de conversa sobre o seu filho e com você por alguns minutos. São conversas breves na qual o profissional poderá fazer-lhe perguntas sobre o comportamento dele em casa ou na escola. Procure prestar atenção e informar o que souber com os detalhes que o profissional perguntar 37. Eventualmente, pode não haver esta conversa, mas se ela nunca ocorrer é um motivo de preocupação, peça explicações. Não custa também perguntar se as sessões de tratamento estão todas registradas no prontuário do seu filho e peça para ver os registros sempre que possível. É esperado que nos tratamentos realizados em unidades de saúde(clínicas) do SUS ou em clínicas credenciadas dentro de seu plano de saúde peçam a você, responsável pela criança, que assine uma papel (ficha de frequência) para comprovar que seu filho fez o atendimento naquele local. Claro, você deve mesmo assinar o documento que comprova a sua presença. Mas é preciso uma grande cautela com um ponto. Há notícias de clínicas que pedem para que você assine não só uma única vez, correspondente a uma sessão feita, mas por várias vezes, por uma mesma sessão. Não assine mais vezes do que o número de sessões realmente realizadas, pois, sem querer, você poderá estar contribuindo para que a clínica tente enganar o plano de saúde e cometer um crime de estelionato. Recomendamos não assinar além das sessões/horas realizadas e avisar a Secretaria Municipal de Saúde ou sua operadora do plano de saúde o que está acontecendo. Todas as sessões de tratamento têm que ser registradas no prontuário do paciente, como já explicamos acima. Em algumas unidades de saúde todos os prontuários ficam disponíveis para o acesso do responsável pela criança a qualquer hora por meio de um aplicativo (App) de celular ou por um computador. Procure saber se há disponibilidade de tal aplicativo ou Índice 45 programa de computador e, em surgindo a oportunidade, reivindique essa facilidade por exemplo ao diretor da clínica ou da unidade de saúde, a operador do plano de saúde, se for o caso, ou ao secretário municipal de saúde. É também dever do responsável pela criança informar ao profissional de saúde ou à equipe responsável sobre qualquer fato que ocorra em relação à condição de saúde de sua criança38. E é também dever do responsável pela criança seguir o plano de tratamento proposto pelo profissional ou pela equipe de saúde responsável pelo seu cuidado. Outra orientação muito importante! Pode acontecer de você, por algum motivo grave, não possa comparecer à sessão de tratamento que já foi marcada. Por exemplo, sua criança esteja com um forte resfriado ou você não conseguiu arrumar alguém para cuidar de seu outro filho enquanto você estaria na clínica com sua criança autista. Nestes casos, sempre que possível avise à clínica que você não irá comparecer. Com isto, você pode estar ajudando uma outra mãe de criança autista que possa ser atendida no horário de seu filho naquele dia, ou favoreça que o profissional de saúde trabalhe, por exemplo, na elaboração de relatórios de avaliação de seu próprio filho. Importante frisar que no SUS há uma Rede de Atenção Psicossocial39 que promover, a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e conta com várias unidades de saúde. Algumas delas são chamadas de CAPS – Centro de Atenção Psicossocial. Também, no SUS, há uma Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência40 que tem por objetivo ofertar ações para o cuidado integral à pessoa com deficiência. Nesta rede estão previstas a oferta dos CERs – Centro Especializado de Reabilitação e dos Núcleos de Atenção à Criança e Adolescente com Transtorno de Espectro Autista. Com o avanço do cuidado para a pessoa com TEA no SUS, é provável que sua criança venha a ser atendida em uma das 3 unidades de saúde aqui referidas. Em algum momento, você vai receber um convite dos profissionais que fazem o tratamento de sua criança para que você esteja com um ou alguns deles para receber uma “devolutiva” do seu filho, eles marcarão uma data e hora para o seu comparecimento. É muito importante que você compareça a esta sessão de “devolutiva”. Neste encontro, os profissionais vão lhe passar informações sobre o tratamento do seu filho e dar orientações. Se possível, leve um caderno para anotar o que for mais importante. Tire suas dúvidas. Nestes encontros de apresentação de devolutivas, os profissionais da equipe de tratamento, provavelmente, lhe mostrarão resultados do progresso de sua criança em uma série de habilidades dela sobre as quais a equipe está trabalhando. Esteja a vontade para pedir explicações do que não entender. Índice 46 Eles também podem pedir que você leve informações e orientações para os professores e para outros profissionais da escola de seu filho. Se não estiver compreendendo bem, peça a eles para escreverem as orientações para os professores. Veja também a possibilidade de que haja um contato direto entre os profissionais de saúde e os professores de seu filho, pois eles também vão ajudar no tratamento. O melhor tratamento para seu filho é aquele em que haja a troca de ideias entre familiares, profissionais de saúde e profissionais de saúde ligados à criança. Após algumas semanas ou meses, podem surgir novas sessões de “devolutivas”. Mas vai chegar um momento em que a equipe profissional vai solicitar que você faça uma nova consulta com o médico para uma reavaliação de todo o progresso ocorrido durante as semanas de tratamento. É muito comum que as novas consultas com o médico ocorram em um intervalo de 6 (seis) meses entre uma consulta e outra. A cada nova consulta de reavaliação com o médico, um novo ciclo recomeça. E ele fará um novo relatório com algumas mudanças e poderá acrescentar ou eliminar profissionais da equipe de tratamento, aumentar ou diminuir horas. E após essa nova consulta e o novo relatório médico, o ciclo se recomeça com algumas modificações. O novo ciclo recomeça com o novo agendamento semanal. Autor: Matheus Henrique Gonçalves Batista Índice PARTE III Conhecendo um pouco dos órgãos que podem lhe auxiliar na busca dos direitos ao diagnóstico e tratamento do seu filho ou de um conjunto de crianças autistas na mesma condição de seu filho Autor: Paulo Márcio Oliveira Pereira 48 A seguir, listamos alguns profissionais, entidades e órgãos que podem lhe prestar esclarecimentos e/ou acolher reclamações quanto às deficiências no atendimento que seu filho autista esteja recebendo durante o tratamento. A melhor maneira de fazer reclamações é por meio de mensagens telefônicas que sejam gravadas e que possam ser disponibilizadas para você quando necessário, mensagens por e-mail as quais você possa recuperar tanto as suas mensagens como as respostas, ou por meio de mensagens ou cartas que possam ser protocoladas formalmente nos órgãos e acessadas quando necessário. Se o órgão não tem um protocolo organizado, faça sua carta em duas vias iguais e colha o recibo com data, hora e assinatura do atendente. Outra possibilidade de fazer a reclamação é, por meio de conversas, nas quais você possa estar acompanhado de pessoas que possam, se necessário e posteriormente, testemunhar fatos para você em órgãos de defesa do consumidor, órgãos públicos de correção ou mesmo perante órgãos do Poder Judiciário. Não recomendamos nunca a abordagem de forma não educada, com uso de palavras ofensivas, ou gritando.Quase nunca estas atitudes levam a qualquer solução, ao contrário, acabam por predispor as pessoas a esconderem informações que poderiam lhe poupar muito tempo na solução do problema. Para reivindicar direitos ou esclarecimentos sobre seus direitos, de maneira geral, você deverá, inicialmente, reunir documentos pessoais, documentos que comprovem o seu vínculo com a entidade/pessoa que não está cumprindo suas obrigações para com você/sua criança e provas do descumprimento. A seguir, dividimos nossa abordagem para usuários de plano de saúde e usuários do SUS no âmbito destes próprios sistemas. E, quando não se consegue resolver o problema dentro da própria operadora do plano de saúde ou da ANS, ou no âmbito das Unidades do SUS, abordaremos o contato com os órgãos de defesa do consumidor e com os orgãos essenciais à Justiça, Advocacia, Defensoria pública e Ministério Público. Para Usuários de Plano de Saúde – Busca de Solução dentro do Sistema de Saúde Suplementar Sempre que você precisar pedir um esclarecimento ou fazer uma reclamação em relação à sua operadora de plano de saúde, sugere-se que você se prepare para o contato (pessoal, telefônico ou por meio eletrônico) com informações/documentos seguintes: Índice 49 INFORMAÇÕES/DOCUMENTOS A SEREM REUNIDOS ANTES DE PEDIR ESCLARECIMENTOS OU APRESENTAR RECLAMAÇÕES DIANTE DE PRÁTICAS DA OPERADORA DO PLANO DE SAÚDE. I - prova do vínculo contratual entre as partes, neste caso, seu filho e a operadora. Cópia do contrato firmado com a operadora do plano de saúde, ou outros documentos que comprovem o vínculo, por exemplo, a Carteira de Identificação do cliente. E os documentos pessoais seus e de sua criança. II – Todos os documentos médicos associados ao tratamento do autismo de sua criança: Laudos médicos, guias, receitas, relatórios dos vários profissionais etc. Procure manter uma pasta organizada por ordem cronológica, documentos mais novos primeiro, mais antigos atrás. III - uma descrição detalhada dos fatos realizados pela operadora do plano de saúde por meio de seus empregados ou pessoas da rede credenciada pela operadora que na sua visão constituem práticas de violação ao direito de seu filho como consumidor. Os fatos devem ser detalhados também, preferencialmente, com a indicação da data, da hora, do local, das pessoas envolvidas e a descrição resumida de suas falas. IV - quaisquer provas que tiver acerca das conversas, como e-mail, conversas de whatsapp, se for o caso. V - nome das testemunhas, se for o caso. VI - número(s) de protocolo(s) no SAC da operadora, data e hora do contato com o SAC. VII – número(s) de protocolo(s) na ouvidoria da operadora, data e hora do contato. VIII – número(s) de protocolo(s) no canal da ANS de atendimento dos usuários. Índice 50 É importante esclarecer ao usuário/consumidor de serviços de assistência de saúde por meio de planos de saúde que existe uma agência governamental chamada de ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, criada por lei41 que tem enorme importância na regulamentação do setor, principalmente da atuação das operadoras de saúde. Operadoras de planos de saúde são as empresas das quais você adquiriu o plano de saúde de seu filho. Essa agência tem inclusive o poder de editar regras, por meio de resoluções que são muito importantes na organização dos serviços das operadoras e para a defesa dos usuários42. A principal lei de regramento do contrato de prestação de assistência à saúde que você firmou com a operadora do plano de saúde é a Lei 9.656 de 3 de junho de 199843. Todos os órgãos que listamos de alguma forma estão em posição de protegê-lo na relação contratual entre o usuário do plano e a operadora. Assim, para esclarecer os direitos de sua criança com TEA em face às operadoras de planos de saúde, vamos fazer referências a leis, decretos e também a algumas resoluções da ANS. Profissionais da área de saúde e profissionais de apoio a eles Antes de levar qualquer reclamação adiante, procure conversar com os profissionais de saúde ou mesmo como os profissionais que trabalham em apoio a tais profissionais, como é o caso de atendentes, secretárias, gerentes de clínicas. Geralmente, eles têm todo o interesse em esclarecer suas dúvidas. E claro, têm o dever de lhes prestar informações. SAC - Serviço de Atendimento ao Cliente das Operadoras dos Planos de Saúde Toda operadora de plano de saúde é obrigada, por força do Decreto Presidencial n. 11.034, de 05 de abril de 202244, a ter uma Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC. Todo serviço regulado pelo Poder Executivo Federal deve contar com o SAC e a prestação de serviço de assistência de saúde por meio de planos de saúde oferecidos por Operadoras é regulada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, portanto todas as regras para oferta do SAC devem ser obedecidas pela operadora. Adiante, apresentamos as mais importantes obrigações previstas no Decreto Presidencial n. 11.034, de 05 de abril de 2022 que devem ser cumpridas pela operadora do plano de saúde. Índice 51 O SAC é o serviço de atendimento que o fornecedor, no nosso caso a Operadora do Plano de Saúde deve oferecer para atender seus clientes por meio de diversos canais integrados. Estes canais podem ser por exemplo o serviço telefônico, aplicativo de internet, serviço de e-mail, postos de atendimento presenciais etc. O decreto exige que a Operadora do Plano de Saúde ofereça pelo menos 2 (dois) canais de atendimento diferentes, sendo que, obrigatoriamente um tem que ser o serviço telefônico. O Serviço de Atendimento ao Consumidor foi instituído para que seja garantido ao consumidor a obtenção de informação adequada sobre os serviços contratados e o tratamento de suas demandas. Demandas podem ser dúvidas, reclamações e contestação quanto a qualquer conduta inadequada por parte da Operadora e seus profissionais empregados e credenciados, suspensão ou cancelamento de contratos e de serviços. Ou qualquer informação de que você consumidor precise e que a Operadora possa oferta para o melhorar o tratamento de seu filho. O Decreto Presidencial 11.034/22 definiu algumas características que o SAC da sua Operadora de Saúde ter45: a) O uso do SAC deve ser gratuito. b) A Operadora do Plano de Saúde deve dar ampla divulgação ao seu SAC. c) O acesso SAC deve estar disponível – ininterruptamente - 24 horas por 7 (sete) dias por semana. d) O acesso inicial ao SAC não pode estar condicionado ao fornecimento prévio de dados pelo consumidor. e) Todos os canais devem estar acessíveis às pessoas com deficiência46. Uma outra conduta bem abusiva ao consumidor que é a prática de algumas operadoras em não resolver a demanda do consumidor e pedir a ele que abra uma outra demanda. O Decreto Presidencial 11.034/22 proibiu isto expressamente47. É importante que em cada contato que o consumidor faça com a SAC que ele pergunte (e exija, se for o caso) o número do seu atendimento (demanda), também chamado de número de protocolo. É importante anotar este número de protocolo para que possa facilitar nova comunicação com o SAC, ou mesmo para proceder reclamações em outros órgãos fiscalizadores da Operadora do plano de saúde. As demandas precisam ser respondidas no prazo de 7 (sete) dias corridos a contar da data de seu registro48. Índice 52 A resposta da operadora à demanda do consumidor deve ser clara, objetiva e conclusiva, i.e. precisa apresentar uma posição clara da Operadora quando ao fato se vai atender ou não a demanda do consumidor e como fará. O canal serviço telefônico do SAC é obrigatório49 e uma série de regras adicionais (além das regras da lista acima) estão estabelecidas no decreto para favorecer o consumidor. a) Durante o tempo de espera para atendimento, não poderão ser veiculadas mensagens publicitárias, exceto se houver consentimento prévio do consumidor. Mensagens de esclarecimento de direitos e deveres são permitidas50. b) O canal de atendimento do SAC por telefoneprecisa contar com atendimento por humanos por um prazo não inferior a 8 (oito) horas diárias51. c) É obrigação da Operadora dos Planos de Saúde gravar e manter por 90(noventa) dias as conversas telefônicas entre o consumidor e o SAC por telefone. Dentro deste prazo de 90(noventa) dias, o consumidor pode pedir a gravação para seu uso52. Há previsão de que a Agência Nacional de Saúde Suplementar venha a adicionar, por meio de resolução, outros direitos ao usuário dos planos de saúde em relação ao SAC, inclusive o tempo de espera para contato direto com o atendente direto ou a outro que seja indicado para resolver a demanda53. Independente das gravações de ligações, se for o caso, o usuário deve sempre anotar em um caderno/computador a data e hora de contato com a Ouvidoria do Plano de Saúde e qual foi o atendimento e encaminhamento recebido. Ouvidorias dos planos de saúde Por força de uma resolução da ANS54, toda Operadora de Plano de Saúde tem a obrigação de organizar e fazer funcionar um órgão de Ouvidoria55 para o atendimento aos seus usuários/consumidores. Cabe à Ouvidoria da Operadora do Plano de Saúde receber demandas dos usuários56 57 de modo a resolver os conflitos que tenha o usuário do serviço de saúde durante o atendimento prestado pela Operadora do Plano e sua rede própria ou credenciada. E tal como o SAC também deve ser um serviço gratuito para o consumidor58. Índice 53 Como você pode perceber, o papel da ouvidoria é quase o mesmo que o do SAC. Por isso a ANS chama a ouvidoria do plano de saúde de órgão de segunda instância. Isto é, o que o usuário não conseguiu resolver no SAC, ele pode recorrer à ouvidoria do plano de saúde para tentar ter sua demanda resolvida. Ao recorrer à ouvidoria da operadora do plano de saúde é bom que indique o número do protocolo de sua reclamação que fez junto ao SAC para facilitar o seu atendimento na ouvidoria. Mas se, por algum motivo, você não tem o número da reclamação, ou o SAC não lhe passou tal número de protocolo, mesmo assim, a ouvidoria do plano de saúde tem que atender a sua reclamação59. As formas de contato com a ouvidoria, à semelhança do que ocorre com o SAC, precisam ser amplamente divulgadas pelas operadoras dos planos de saúde60. Você pode procurar no contrato, no material publicitário e no site de sua operadora constam as informações sobre o acesso a sua ouvidoria devem estar lá. Na plataforma Gov.br há consulta com e-mails, telefones e endereços das ouvidorias de todas as operadoras de planos de saúde que podem ser acessadas a partir do nome da operadora ou do seu número de registro na ANS. O link que estava disponível ao tempo da elaboração deste guia é : https://www.ans.gov.br/aans/ouvidoria/ ouvidorias-dos-planos-de-saude. A ouvidoria da operadora deve prestar o atendimento, no mínimo, nos dias úteis em horário comercial61, entende-se, pelo menos, por oito horas de segunda a sexta. Deve contar com canal ou canais específicos de atendimento e registro próprio da demanda junto à ouvidoria da operadora dos planos de saúde62. A resolução sugere os atendimentos por meio de canais de atendimentos com formulário eletrônico, e-mail corporativo, contato telefônico, correspondência escrita ou atendimento presencial63, mas não chega a exigir um tipo específico. Apenas ressalta que não poderá ser estabelecido como canal único o telefônico não gratuito64. O prazo máximo para que a ouvidoria dê resposta conclusiva à demanda do usuário é de 7 (sete) dias úteis, embora em caso mais complexos e de forma justificada possa haver um acordo entre o consumidor e a ouvidoria para uma solução conclusiva em até 30 (trinta) dias úteis no máximo65. É muito importante que o consumidor apresente suas demandas injustificadamente não atendidas na ouvidoria da operadora do plano de saúde. Isto pode facilitar que você faça prova de que a operadora injustificadamente não atendeu sua demanda, se for o caso, o que favorecerá suas pretensões perante a ANS, órgãos de defesa do consumidor e também junto ao Poder Judiciário. As ouvidorias das operadoras dos planos de saúde devem manter os registros de todas as reclamações/demandas recebidas66 e o acesso a tais informações pode ser importante na solução de seus problemas com a Operadora, caso venha a litigar judicialmente com ela. Índice 54 O usuário deve sempre anotar em um caderno/computador a data e hora de contato com a ouvidoria do plano de saúde e qual foi o atendimento e encaminhamento recebido. Canal de Atendimento do usuário da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar Você pode se ver em sua situação em que a sua demanda em face à operadora do plano de saúde, embora justa, não foi resolvida pela operadora, nem por seus atendentes, nem pelo SAC, nem por sua ouvidora. Neste caso, uma importante opção que pode dar resultado é proceder a reclamação perante a ANS. Este atendimento está regulamentado por resoluções da própria ANS67, que inclusive preveem sanções como advertência, multa e até cancelamento da autorização de funcionamento. A ANS divulga na internet os seus canais de atendimento para o usuário do plano de saúde68. Notadamente pelo telefone 0800 701 9656, de 2ª a 6ª feiras, exceto em feriados nacionais. O telefone para o canal de atendimento a deficiente auditivos é o 0800 701 9656. A ANS também conta com 12 núcleos de atendimento presencial em algumas cidades brasileiras – em sua maioria capitais69. Os endereços dos núcleos são indicados na página https://www.gov.br/ans/pt-br/canais_atendimento/nossos-enderecos. Alguns dos núcleos abrangem mais de uma unidade da federação. Por exemplo, o Núcleo de Atendimento Presencial da ANS do Distrito Federal atende a usuários de Goiás e Tocantins. À época de nosso acesso, o atendimento em tais núcleos se restringia aos dias de 2ª. e 4ª. feiras, excetos feriados, das 8h30 às 12h e de 13h30 às 16h30. Em alguns destes núcleos é possível agendar o seu atendimento pela página acima. Em tais locais, há o atendimento prioritário às pessoas com deficiência – autistas inclusive, os idosos com idade igual ou superior a 60 anos, as gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças de colo e os obesos, conforme estabelecido pela lei 10.048, de 8 de novembro de 200070. O atendimento ao usuário do plano de saúde ou ao seu interlocutor (que pode ser no seu caso você em nome de sua criança, ou um advogado, ou uma pessoa de sua confiança) no canal da ANS ocorre em até 3 (três) fases. Uma chamada de procedimento de notificação de intermediação preliminar, outra de procedimento preparatório e uma final chamada de procedimento administrativo sancionador. Índice 55 O mais importante que o usuário deve saber é que sua reclamação, se tiver fundamento, como é o caso de negativa por prestador de saúde do atendimento adequado à sua criança, é que informações deve levar à ANS para que ela possa intermediar a sua relação com a operadora do plano de saúde. Para o registro da reclamação, é preciso que a ANS seja informada primeiro do número de protocolo da reclamação fornecido pela operadora, no caso de urgência não será pedido o número de protocolo. Se a operadora não tiver fornecido o número de protocolo da informação, o usuário deve apresentar elementos mínimos tais como: a) data e hora da ligação ou de data e hora da outra forma de comunicação com o SAC ou a ouvidoria da operadora; b) data e local em que o usuário buscou atendimento presencial, ou data em que o prestador do serviço (clínica, hospital, médico) comunicou a negativa de cobertura do atendimento71. Uma vez registrada a reclamação no canal da ANS, ela procederá a notificação da operadora do plano de saúde para tomar providências para a resolução em 5 (cinco) dias úteis, caso se trate de falha da operadora em oferta de prestação de serviço de saúde (NIP assistencial) ou em 10 (dez) dias úteis(outros casos)72. A operadora precisa responder à ANS no prazo de 10 (dez) dias úteis como resolveu a reclamação73.É fundamental que o usuário, logo após o prazo que a ANS deu à operadora para resolver a demanda, na maioria dos casos de falha de oferta de prestação de serviço de saúde, que é de 5 (cinco) dias úteis, que o usuário faça novo contato com a ANS para informar que sua demanda não foi atendida. Mesmo que passe mais dias do que o prazo estabeleceu para a operadora resolver o problema (por exemplo, mais de 5 (cinco) dias úteis), ainda assim novo contato deve ser feito com a ANS para avisar que a demanda não foi atendida, senão há grande risco de que a demanda seja arquivada se a ANS tiver só as informações da operadora74. E depois não adiantará ficar reclamando que a ANS não ajudou na solução do problema. A ANS até vai tentar novo contato com o usuário, mas se não tiver sua informação de que a demanda não foi atendida, se for o caso, o desfecho final será mesmo o arquivamento. Neste caso, mesmo que ela tenha violado o direito do usuário, ela não será punida pela ANS. Para usuários do SUS – busca de solução dentro do Sistema Único de Saúde Sempre que você precisar pedir um esclarecimento ou fazer uma reclamação em relação a um serviço ou a um atendimento no SUS Plano de Saúde, sugere-se que você se prepare para o contato (pessoal, telefônico ou por meio eletrônico) com informações/ documentos seguintes: Índice 56 I - Documentos pessoais de sua criança e os seus documentos como responsável pela criança, comprovante de residência no município(conta de água, luz, etc.), e o cartão nacional do SUS – CNS - de sua criança. II – Todos os documentos médicos associados ao tratamento do autismo de sua criança: laudos médicos, guias, receitas, relatórios dos vários profissionais etc. Procure manter uma pasta organizada por ordem cronológica, mais novos primeiro, mais antigos atrás. III - uma descrição detalhada dos fatos realizados nas unidades de saúde dos SUS por meio de seus servidores ou pessoas contratadas para a prestação de serviços no SUS que na sua visão constituem práticas de violação ao direito de à saúde de sua criança. Os fatos devem ser detalhados também, preferencialmente, com a indicação da data, da hora, do local, das pessoas envolvidas e a descrição resumida de suas falas. II - quaisquer provas que tiver acerca das conversas, como e-mail, conversas de whatsapp, se tiver. IV - nome das testemunhas, se for o caso. IV – número(s) de protocolo(s) na(s) ouvidoria(s) do SUS, data e hora do contato, se tiver. INFORMAÇÕES/DOCUMENTOS A SEREM REUNIDOS ANTES DE PEDIR ESCLARECIMENTOS OU APRESENTAR RECLAMAÇÕES DIANTE DE PRÁTICAS EM UNIDADES DE SÁUDE DO SUS. Índice 57 No âmbito dos usuários do SUS, uma sugestão que damos às mães, pais e responsáveis pela criança autista é se organizarem com outras mães, pais e responsáveis que também sejam usuários do sistema formando um grupo de interesse. Diante da precariedade da oferta de atendimento médico aos usuários autistas do SUS na maioria das cidades do Brasil (situação de 2023), a organização em grupo tenderá a obter mais progressos na reivindicação da melhora e da oferta e qualidade dos serviços para as crianças autistas. Servidores com formação na área da saúde e servidores de apoio a eles Antes de levar qualquer reclamação adiante, procure conversar com os servidores profissionais de saúde ou mesmo como os servidores que trabalham em apoio a eles, como é o caso de atendentes, secretárias, chefes de unidade de saúde. Geralmente, eles têm todo o interesse em esclarecer suas dúvidas. E claro, têm o dever de lhes prestar informações. Sempre que possível, procure tentar, primeiramente, resolver a questão da violação do direito à saúde de seu filho na própria unidade de saúde. Toda unidade de saúde tem um profissional responsável por sua direção. Algumas contam com setores de atendimento e esclarecimento de dúvidas dos usuários na própria unidade. Algumas unidades contam também com assistentes sociais que, geralmente, conhecem bem o funcionamento da unidade e também costumam ajudar bastante os usuários do SUS com bons esclarecimentos. Conforme a facilidade em seu município, tente conseguir um horário na agenda com o Secretário Municipal de Saúde ou até mesmo com o Prefeito Municipal para apresentar-lhe os problemas e carências no tratamento de seu filho. Como já foi dito antes, este atendimento tende a ser mais facilitado se você se reunir com outras mães, pais e responsáveis por crianças autistas que venham tendo problemas assemelhados com o que você está tendo. Principalmente, quando se tratar da falta de oferta de atendimento, ou atendimento adequado para as crianças autistas, a reivindicação em grupo tende a ser muito mais efetivo que a individual. Ouvidoria do SUS Uma das opções para apresentar reclamações quanto aos atendimentos recebidos por sua criança ou quanto a falta deles ou deficiência dos atendimentos são os órgãos de ouvidoria. Os órgãos de ouvidoria do SUS têm entre os seus objetivos aprimorar o acesso a informações e o exercício do direito à saúde pelos usuários do SUS. Índice 58 As ouvidorias do SUS tem duas funções muito importantes que podem ajudar no auxílio do seu problema que é não só o encaminhamento de sua reclamação para órgão da Secretaria de Saúde que deva resolver o problema, mas também fazer a mediação administrativa (buscar uma solução consensual) entre você e o órgão da secretaria de saúde que deva garantir o direito à saúde de sua criança. Ao fazer contato com a ouvidoria, ela vai receber sua reclamação ou denúncia e efetuar o encaminhamento, a orientação, o acompanhamento da demanda e o retorno ao usuário, com o objetivo de propiciar uma resolução adequada aos problemas apresentados. No âmbito do SUS, as ouvidorias devem ser implantadas no âmbito municipal, estadual e no Ministério da Saúde. Parece-nos mais produtivo que você deva apresentar sua reclamação na ouvidoria municipal primeiro e acompanhar o encaminhamento dado até o seu desfecho. Mas nada lhe impede de fazer a reclamação também na ouvidoria do seu Estado ou na ouvidoria do Ministério da Saúde. As ouvidorias do SUS (no município, estado ou a do Ministério da Saúde) devem disponibilizar ao usuário do SUS oportunidade de fazer a manifestação por meio eletrônico (internet), correspondência convencional(carta) ou verbal (atendimento presencial ou virtual). O Disque-Saúde é um canal de comunicação telefônico entre o(a) cidadão(ã) e o Ministério da Saúde. A ligação para o Disque-Saúde (136) é gratuita e o serviço funciona 24 horas. De segunda a sexta-feira (exceto feriados), de 7h às 22h. Fora desse horário e aos sábados, domingos e feriados. É possível utilizar o atendimento eletrônico, próprio para a divulgação de informações. A ouvidoria do Ministério da Saúde também faz atendimentos presenciais ao usuário do Sus, de segunda a sexta-feira, das 9h às 13h e das 14h às 17h na Esplanada dos Ministérios - Bloco G Térreo – Brasília – DF - Edifício Sede - CEP: 70.058-900 - Brasília/DF. Procure pesquisar (na internet, por exemplo) e anotar para quando precisar do número de telefone, site e endereço da ouvidoria do SUS de seu município e da ouvidoria do SUS do seu Estado. Lembre-se que as ouvidorias do SUS também podem ser utilizadas para que o usuário do SUS apresente, não só reclamações ou denúncias, mas também informações, sugestões e elogios. Manifestações que também são importantes para favorecer a continuidade de bons serviços e bons servidores nas unidades de saúde do SUS. Índice 59 Conselho Municipal de Saúde75 Em todo município existe um órgão colegiado (composto por várias pessoas que tomam decisões em conjunto) que tem grande importância no planejamento e acompanhamento das ações e serviços de saúde prestados. Estamos falando do Conselho Municipal de Saúde que é um órgão previsto em lei. É interessante você saber que o Conselho de Saúde de seu município é composto pelo secretário municipal de saúde e outros agentes públicos, porpessoas ligadas aos prestadores de serviços de saúde para o município (por exemplo, um diretor de um hospital privado ou filantrópico que presta serviços ao SUS) e usuários do SUS como você. Como o Conselho Municipal de Saúde atua também no planejamento e fiscaliza a execução dos serviços prestados pela Secretaria de Saúde de seu município, pode ser muito interessante que você, mãe, pai ou responsável por criança autista que precisa de atendimento de qualidade para seu filho no SUS faça contato com membros do Conselho Municipal de Saúde para falar das deficiências e precariedades do atendimento que vem sendo recebido por sua criança autista. Mais grave do que isto, da carência de atendimento às crianças autistas do município. Renova-se aqui a orientação de que a reunião dos familiares das crianças autistas em um grupo para que vários representantes do grupo façam o contato com os membros do Conselho Municipal de Saúde tende a ser mais vantajosa para a causa autista. Os Conselhos Municipais de Saúde têm reuniões periódicas uma ou mais vezes dentro do mês em locais públicos. Geralmente, contam com uma secretaria do conselho. Procure saber em sua cidade quem são os membros dos conselhos municipais de saúde, quando e onde se reúnem. Faça contato com os membros, em especial, os representantes dos usuários do SUS. Compareça às reuniões, preferencialmente, com outras mães, pais e responsáveis por crianças autistas e leve questões para o debate ali diretamente ou por meio dos membros com quem contactar. O Conselho Municipal de Saúde tem um regimento interno que organiza as reuniões, sendo possível fazer o uso da palavra para buscar ali apoio às necessidades de melhorias no atendimento à saúde dos autistas em sua cidade. Câmara Municipal As Câmaras Municipais exercem a função legislativa, fiscalizadora e de assessoramento ao Poder Executivo local e a administração de seus próprios serviços. As Câmaras de Vereadores do municípios discutem e aprovam o orçamento municipal, dentro do qual está o orçamento da área da saúde. O orçamento na área da saúde é baseado no plano municipal de saúde. Índice 60 As carências e deficiências na oferta de serviços de saúde para a sua criança dentro do SUS podem estar associadas à falta de recursos financeiros para que a Secretaria Municipal de Saúde possa melhorar o atendimento aos autistas. Assim, é importante que, da mesma forma do que se disse acima em relação ao Conselho Municipal de Saúde, grupos de mães, pais e responsáveis por crianças autistas mantenham contato com o presidente da Câmara e demais vereadores para que fiquem cientes da situação dos serviços de saúde prestados a seu filho ou não prestados mas necessários, para que possam atuar junto ao Poder Executivo local. Assim como no caso dos Conselhos Municipais de Saúde, também a Câmara Municipal tem seu regimento interno, que, muitas vezes, permite a participação direta do cidadão, facultando-lhe fazer uso da palavra em sessões. São, neste caso, ótimas oportunidades de levar os problemas no atendimento à saúde das crianças autistas a todos os vereadores. Não obstante o uso da palavra na sessão, os vereadores têm o dever de atender os cidadãos em questões municipais e, comumente, dentro de sua agenda de atendimentos. Procure na medida do possível, que pessoas do grupo de mães, pais e responsáveis pelos autistas mantenham vereadores informados das carências e problemas no atendimento à saúde das crianças autistas no município. Assim, poderão cobrar do Poder Executivo, em especial do secretário municipal de saúde, as devidas melhorias, bem como colaborarem no sentido de aprovação de previsões de recursos financeiros para a área da saúde. Busca de Solução fora dos Sistemas de Saúde – Procon e Órgãos Essenciais da Justiça (Advocacia, Defensoria e Ministério Público) PROCONs – Entidades/órgãos de defesa do consumidor O usuário do plano de saúde mantém contrato de assistência à saúde com a operadora e se trata, em regra76, de uma relação entre consumidor e fornecedor de serviço. Portanto, planos de saúde mantidos por entidades de autogestão que não possuem fins lucrativos também não mantêm relação de consumo com os usuários do plano. Assim como usuário dos SUS, que também não mantém relação de consumo com o sistema. Assim o usuário – cliente – de plano de saúde mantido por operadoras de planos privados de saúde com fins lucrativos (uma dica, geralmente é o caso das empresas que fazem propaganda em rádio, tv para a venda de seus planos) é o que se pode valer dos serviços prestados pelos órgãos governamentais de defesa do consumidor, geralmente, conhecidos como PROCONs. Índice 61 Se sua cidade não tiver um Procon municipal, você pode contar com os serviços do Procon Estadual. Os PROCONs podem fiscalizar, apurar e punir fornecedores de serviços (como é o caso das empresas operadoras de Plano de saúde) por práticas que violem o direito do consumidor77. A forma de levar a notícia de uma violação ao direito do consumidor no Procon é por meio da apresentação de uma reclamação. A reclamação poderá ser feita por telefone, por meio da página eletrônica, pessoalmente na sede ou unidade de atendimento do Procon, ou ainda por outros canais de comunicação disponíveis78. Além de receber reclamações, o Procon também oferece os serviços de esclarecimento de dúvidas relativas a interesses do consumidor. Para fazer uma reclamação no Procon referente a uma violação do direito do consumidor do seu filho, como é o caso da negativa injustificada de oferta de atendimento médico ou de outro profissional indicado pelo médico, por exemplo79, é importante organizar as informações. O Procon precisará das informações detalhadas sobre as práticas da operadora que, na sua visão, são violações dos direitos. Confira no quadro da pág 50 acima. Leve todas as informações e documentos que tiver ao Procon. O seu caso será analisado no Procon e ali serão tomadas providências, por meios de procedimentos80. O Procon contacta a operadora do plano de saúde para lhe prestar esclarecimento sobre a sua reclamação. E, geralmente, a operadora do plano de saúde busca atender a demanda, também pelo fato de que o Procon mantém cadastros de reclamações não atendidas que são divulgadas anualmente81 e prejudicam a imagem dos fornecedores que não atenderam demandas fundamentadas, isto é, demandas que o Procon, por meio de seus técnicos, entendem que há nelas razão do consumidor. Mais que isto, o Procon, após procedimento em que se dê oportunidade de defesa para a operadora, por vir a aplicar multas e outros tipos de sanções, algumas são submetidas à confirmação da ANS posteriormente82. Assim, é importante frisar que se você é usuário do SUS ou está vinculado ao plano de saúde de autogestão, você não mantém uma relação de consumo com o SUS e, portanto, o Procon não deve ser acionado para resolver problemas do atendimento de seu filho no SUS. Caso faça isto, você vai desperdiçar seu tempo e o tempo dos servidores do Procon. Índice 62 Advogado de Sua Confiança Uma das opções para a defesa dos direitos de sua criança autista como consumidor é a contratação de um advogado, caso você possa pagar pelo serviço dele, isto é, pelos seus honorários. Procure um advogado de sua confiança, preferencialmente, algum que tenha alguma experiência na atuação dos direitos do consumidor na área da saúde. O advogado de sua confiança precisará das informações detalhadas sobre as práticas da operadora do plano de saúde ou da secretaria municipal de saúde que, na sua visão, são violações dos direitos. Confira no quadro da pág 50 ou pág 57 acima. Leve todas as informações e documentos que tiver a ele. Seu advogado vai optar entre promover um contato com a operadora de saúde ou com a Secretaria de Saúde antes de ajuizar uma ação perante o Poder Judiciário, ou somente ajuizar uma ação perante o Poder Judiciário. Para que você não tenha transtornos na relação com o advogadoque você contratar, é recomendável que você peça a ele a elaboração de um contrato escrito de prestação de serviços advocatícios em que sejam esclarecidos o preço dos honorários dele e em que data você vai ter que pagar-lhe. A Lei do Estatuto da Advocacia prevê o pagamento em três momentos e em partes iguais: no início do serviço, quando houver decisão do juiz da Comarca e ao final quando encerrar o processo. Mas pode ser combinado de maneira diferente entre você e o advogado contratado83 . Não se esqueça de verificar com seu advogado o valor ou a estimativa de valor das despesas processuais (chamadas de “custas”) para o ajuizamento de uma ação judicial, para que não seja surpreendido com valor que, em regra, você precisa pagar para acionar o Poder Judiciário. Saiba que este valor das custas pode ser pago em algumas parcelas84, se seu advogado pedir ao juiz e este concordar. Mas, eventualmente, se o valor das custas foi muito alto para seu padrão de vida, seu advogado pode pedir ao juízo a isenção do pagamento de tais despesas (custas)85, mediante a apresentação de uma série de documentos que comprovem seu patrimônio, sua renda e despesas mensais que você tem em sua família. Índice 63 Assistência Jurídica Gratuita para Necessitados. Defensoria Pública Estadual, Núcleos de Práticas Jurídicas das Faculdades de Direito, Advogado nomeado pela Ordem dos Advogados do Brasil ou pelo Juiz de Direito da Comarca Pode acontecer de você necessitar acionar a operadora plano de saúde ou o município, Estado ou União (SUS) perante o Poder Judiciário, mas não ter condições financeiras de pagar pelos serviços de um advogado particular e nem ter condições financeiras de pagar pelas despesas processuais para início da ação no Fórum. Esta sua condição não vai impedir de você buscar os direitos de sua criança na Justiça, se você quiser. Em algumas cidades há unidades de atendimento da Defensoria Pública Estadual que atendem sempre de forma gratuita às pessoas “necessitadas”. Necessitadas são as pessoas que precisam de assistência jurídica, isto é, orientação sobre seus direitos e/ou de acionar o Poder Judiciário e não têm dinheiro suficiente para pagar pelo serviço de um advogado e as despesas processuais. Pois esses gastos lhes faltariam para cobrir as despesas mensais de si e de sua família. A Defensoria Pública é uma instituição pública que conta com advogados que ali são chamados de defensores públicos e que não cobrarão de você nenhum valor pela orientação, pelo ajuizamento de ação judicial em favor de sua criança, nem pelo acompanhamento até o final da ação judicial. Para que possa ser atendido pela Defensoria Pública, você deve levar seus documentos para provar a condição de “necessitado”: carteira de trabalho, comprovantes de renda e de patrimônio, se tiver, e de despesas mensais e extraordinárias. Por exemplo, contra cheques, cartão de benefícios de programas governamentais de transferência de renda (Bolsa Família, por exemplo), cartão de beneficiário do INSS, extrato bancário, declaração de imposto de renda, declaração do empregador ou da pessoa para quem presta serviços etc.. E comprovantes de despesas mensais (água, luz, telefone, internet, alimentação e remédios) extraordinárias como pagamento de alimentos fixados na Justiça, gastos com planos de saúde, gastos com alimentos especiais prescritos por médico. Os defensores públicos vão analisar se sua condição é mesmo de “necessitado” nos termos da lei e das normas internas de sua instituição. No estado de Goiás, à época em que escrevemos este guia, a Defensoria Pública, a resolução que regulamentava o atendimento das pessoas na condição de necessitado86 também considerava o fato de ter pessoa com deficiência na família como um critério importante a ser considerado para que a pessoa possa ser atendida pela Defensoria. Índice 64 Se seu atendimento for aprovado na Defensoria Pública, o defensor público precisará das informações detalhadas sobre as práticas da operadora que, na sua visão, são violações dos direitos. Confira no quadro da pág 50 (Plano de Saúde) ou pág 57 (SUS) acima. Leve todas as informações e documentos que tiver a ele. Em algumas cidades há faculdades de Direito que disponibilizam assistência jurídica gratuita a pessoas “necessitadas” (vide acima) em locais geralmente por elas nomeados de “Núcleos de Prática Jurídica”. O atendimento nesses Núcleos de Práticas Jurídicas são feitos por estudantes do últimos períodos do curso de Direito supervisionados por alguns de seus professores. Os critérios para admissão de atendimentos nos Núcleos de Prática Jurídica não são iguais em todas as faculdades, eis que cada uma tem autonomia para definir tais critérios, mas não divergem muito do que foi explicado acima no que se refere às Defensorias Públicas. Se seu atendimento for aprovado no Núcleo de Prática Jurídica o estudante do curso de Direito e o seu professor supervisor precisarão das informações detalhadas sobre as práticas da operadora que, na sua visão, são violações dos direitos. Confira no quadro da pág 50 (Plano de Saúde) ou pág 57 (SUS) acima. Leve todas as informações e documentos que tiver a ele. Ministério Público Estadual O Ministério Público também é uma instituição que também cuida do direito à saúde, em especial ao direito da criança à saúde. Na sua cidade deve ter um prédio onde funciona a sede do Ministério Público Estadual. Se não for o caso, há uma cidade próxima onde há uma sede do Ministério Público Estadual a qual a sua cidade está vinculada. Se diz que ambas estão em uma mesma região chamada de Comarca. Os prédios do Ministério Público na Comarca são chamados de Promotorias de Justiça e, em cada uma haverá um ou mais promotores de Justiça de quem você poderá receber informações sobre os direitos de sua criança. Ele poderá ajuizar uma ação judicial para garantir o direito à saúde de sua criança. Os promotores de Justiça contam com assessores, secretários e outros servidores públicos que o auxiliam para fazer o seu atendimento. Tal como já foi dito no caso de atendimento pela Defensoria Pública, ou por advogado nas seções acima, leve os documentos indicados na pág 50 (Plano de Saúde) ou pág 57 (SUS) para que o seu atendimento possa ser o mais proveitoso também no Ministério Público. Índice 65 Como pedir esclarecimentos e apresentar suas reclamações Durante a seção II deste guia, apresentamos algumas situações que configuram violações do direito de sua criança com TEA ao melhor diagnóstico e tratamento. No início desta seção, vimos quais as entidades/órgãos e pessoas que podem/devem atuar para lhe auxiliar na busca do tratamento de seu filho. Neste último ponto, vamos lhe esclarecer um pouco sobre algumas garantias constitucionais das quais você mesmo(a) e/ou o seu grupo de mães, pais e responsáveis por crianças autistas, podem obter informações, reclamar e provocar a atuação dos órgãos públicos e das operadoras de saúde, responsáveis pela oferta de diagnóstico e tratamento adequado para sua criança. Direito de Certidão e Direito da Petição Antes de detalhar como se pode fazer os pedidos de esclarecimentos e a apresentação de reclamações para os órgãos públicos ou empresas privadas responsáveis por garantir o diagnóstico e tratamento de seu filho autista, precisamos frisar um ponto. Os órgãos públicos e as empresas privadas que atuam na área de saúde têm o dever de fazer os esclarecimentos necessários que você, mãe, pai ou responsável pela criança autista precisar. É preciso que você tenha consciência que eles não estão lhe fazendo um favor em prestar-lhes as informações. Não se diz isto para que você interaja com esses órgãos e empresas de maneira arrogante ou deseducada, pois isto só dificulta as soluções, mas, se necessário, será preciso advertir de que você está em nome de seu filho exercendo direitos fundamentais que estão escritas na constituição brasileira de 1988. O artigo 5º, inciso XXXV87 da ConstituiçãoFederal fala que são assegurados a todos perante os Poderes Públicos o direito de petição em defesa de direitos e o direito de certidão, independente do pagamento de taxas. Vamos explicar o que isto significa. Petição é um pedido por escrito; um requerimento88. O direito à petição pode ser definido como o direito que pertence a uma pessoa de invocar a atenção dos poderes públicos sobre uma questão ou uma situação89, como por exemplo, a falta de diagnóstico ou a falta ou inadequação do tratamento que sua criança autista está recebendo. A finalidade do direito de petição é dar notícia do fato ilegal ou abusivo do Poder Público90, para que providencie as medidas adequadas. Como vimos na seção dos direitos dos autistas, a falta de diagnóstico ou tratamento adequado à criança autista é um fato ilegal ou abusivo do Poder Público. E a Constituição Federal assegura a qualquer pessoa o direito de apresentar reclamações aos Poderes Públicos, Legislativo, Executivo, Judiciário, bem como ao Ministério Público, contra ilegalidade e abuso de poder91. O exercício do direito de petição não exige o seu endereçamento ao órgão competente para a tomada de providências, devendo, pois, quem recebê-la, encaminhá-la à autoridade competente92. Índice 66 Certidão, no sentido geral, significa um documento em que se certifica (assevera, dá por certo) alguma coisa93. Por exemplo, uma certidão de que uma diretora de unidade de saúde poderia lhe passar informação que durante todo o mês de janeiro de 2023, não houve atendimento de terapeuta ocupacional para o seu filho na unidade de saúde tal da cidade tal. O direito de certidão assegurado na Constituição lhe confere o direito de pedir a certidão ao órgão público sobre fatos ocorridos naquele local e de conhecimento dos servidores. Tais informações podem ser muito úteis para se fazer provas de que, por exemplo, uma omissão está ocorrendo que pode prejudicar o tratamento de seu filho, o que, neste caso, importa em violação ao direito dele. Existe um prazo legal de 15 (quinze) dias, contado do dia em que você fizer o registro (protocolar) do seu pedido de certidão, para que o órgão público elabore a petição e lhe entregue94. Ao fazer o pedido de certidão você deve se identificar e também dizer para que quer a certidão, esta é uma exigência legal também95. [9] Caso você solicite uma certidão sobre algum fato ocorrido ou sobre fato previsto e não ocorrido em determinada unidade de saúde e isto lhe seja negado ou procrastinado injustificadamente, adiante neste guia apresentaremos instruções de como reclamar por ela. Modelos de Petições e Requerimentos A seguir, apresentamos modelos que podem lhe facilitar a apresentação de uma reclamação a órgão e entidades que podem lhe ajudar na busca de solução para os problemas apontados. Optou-se por, após enunciar o tipo de violação de direito, apresentar um modelo de petição (carta em que se pede a tomada de providências) na qual indicamos quais os órgãos aos quais a carta pode ser apresentada. O conteúdo das sugestões de pedidos de providências pode ser utilizado em cartas, e-mails, campos de formulários eletrônicos de aplicativos na internet etc., e também verbalmente quando estiver em encontros presenciais ou virtuais. O modelo está dividido em 3 partes que podem ser combinadas dentro de cada um dos 3 tipos de atendimento: SUS, plano privado de saúde ou atendimento particular. I) Na primeira parte indicamos os possíveis destinatários(as) a quem a petição/carta pode ser endereçada; II) Na segunda parte, indicamos o fato em função do qual está relacionado o seu pedido. Quase sempre este fato está associado a violação de um direito; III) Na terceira parte, indicamos os principais fundamentos jurídico, isto é, os principais trechos das Leis e Resoluções que lhe autorizam fazer o pedido; IV) Na quarta parte fazemos o pedido e indicamos o prazo em que o destinatário está obrigado por lei a atender o pedido (quando houver lei que indique isto). Situação 1: Negativa de acesso ao prontuário. Quando você solicita a cópia do prontuário do Índice 67 paciente de sua criança, ou informações específicas dentro do prontuário como é o caso da cópia do laudo médico, a cópia da avaliação realizada pela analista do comportamento VB- MAPP, por exemplo; a cópia do Plano Educacional Individualizado, a cópia dos registros do atendimento em sessão ABA – pasta de atividades em ABA, a cópia do registro de atendimento da sessão com Psicólogo(a)/Fonoaudiólogo(a)/Terapeuta Ocupacional etc. Autor: Heitor Gabriel Amaral Batista Índice 68 Atendimento no SUS [local, data] A(o) ( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde ( ) Secretário Municipal de Saúde ( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde. ( ) Conselho Municipal de Saúde ( ) Prefeito ( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina ou de outra profissão de saúde. Prezado(a)(s) Senhor(a)(es), Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança autista que está em tratamento na unidade de saúde [nome da unidade de saúde], sendo atendida pelos profissionais de saúde: [nome dos profissionais e profissão deles. Por exemplo: Dr João Silva, psiquiatra]. Na condição de mãe, pedi uma cópia completa do PRONTUÁRIO DO PACIENTE do(a) minha filha, no dia [data em que foi solicitado ] e até a presente data não fui atendida. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 3º , II garante à pessoa em tratamento as informações sobre seu estado de saúde. O Código de Ética Médica(art.88), bem como os códigos de ética das demais profissões de saúde garantem ao paciente o acesso ao seu prontuário. Acrescento que o direito ao acesso à informação é direito básico do usuário do serviço público (Lei 12.547/11, art. 6º, III). Diante disso, venho requerer que tome providências para que me seja feita a entrega, em prazo razoável, de cópia completa do prontuário * do tratamento da minha criança na referida unidade de saúde. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: - Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do Cartão SUS do seu filho Índice 69 Atendimento em Plano de Saúde [local, data] A(o) ( ) Diretor da Unidade de Saúde ( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde ( ) Ouvidoria do Plano de Saúde ( ) Cana de atendimento do usuário na ANS Prezado(a)(s) Senhor(a)(es), Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], Cartão [número inscrito na cartão do plano de saúde], é uma criança autista que está em tratamento na unidade de saúde [nome da unidade de saúde], sendo atendida pelos profissionais de saúde: [nome dos profissionais e profissão deles. Por exemplo: Dr João Silva, psiquiatra]. Na condição de mãe, pedi uma cópia completa do PRONTUÁRIO DO PACIENTE do(a) minha filha, no dia [data em que foi solicitado ] e até a presente data não fui atendida. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 3º , II garante à pessoa em tratamento as informações sobre seu estado de saúde. O Código de Ética Médica(art.88), bem como os códigos de ética das demais profissões de saúde garantem ao paciente o acesso ao seu prontuário. Acrescento que o direito ao acesso à informação é direito básico do consumidor (CDC, art. 6º, III). Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja feita a entrega, em prazo razoável, de cópia completa do prontuário * do tratamento da minha criança na referida unidade de saúde. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: --Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documentode identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do Cartão da Operadora do Plano de Saúde referente ao seu(sua) filho(a) Índice 70 *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 71 Atendimento Particular [local, data] A(o) ( ) Diretor da Clínica ( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina ou de outra profissão de saúde. Prezado(a)(s) Senhor(a)(es), Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], Cartão [número inscrito na cartão do plano de saúde], é uma criança autista que está em tratamento na unidade de saúde [nome da unidade de saúde], sendo atendida pelos profissionais de saúde: [nome dos profissionais e profissão deles. Por exemplo: Dr João Silva, psiquiatra]. Na condição de mãe, pedi uma cópia completa do PRONTUÁRIO DO PACIENTE do(a) minha filha, no dia [data em que foi solicitado] e até a presente data não fui atendida. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 3º , II garante à pessoa em tratamento as informações sobre seu estado de saúde. O Código de Ética Médica(art.88), bem como os códigos de ética das demais profissões de saúde garantem ao paciente o acesso ao seu prontuário. Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja feita a entrega, em prazo razoável, de cópia completa do prontuário * do tratamento da minha criança na referida unidade de saúde. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: --Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a Terapeuta Ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 72 Situação 2: Demora excessiva na marcação da consulta com o médico especialista para fazer o diagnóstico. Atendimento no SUS [local, data ] A(o) ( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde ( ) Secretário Municipal de Saúde ( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde. ( ) Conselho Municipal de Saúde ( ) Prefeito ( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina ou de outra profissão de saúde. Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança com suspeita de autismo já havendo indicação para que ela seja consultada por médico especialista que seja capaz de fechar o diagnóstico. Na condição de mãe, apresentei o encaminhamento do médico [pediatra] para que minha criança seja atendida por médico especialista, no órgão [nome do órgão onde o encaminhamento foi apresentado] no dia XX/XX/XX. No entanto, até a presente data, o SUS ainda não marcou a data para que a criança seja atendida por médico especialista capaz de fechar o diagnóstico. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu artigo 3º diz que “toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo para resolver seu problema de saúde. Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja providenciada a consulta com médico especialista com vista a não prejudicar o início do tratamento da minha criança.. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: - Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do Cartão SUS do seu filho Índice 73 *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 74 Atendimento em Plano de Saúde [local, data ] A(o) ( ) Diretor da Unidade de Saúde ( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde ( ) Ouvidoria do Plano de Saúde ( ) Canal de atendimento do usuário na ANS Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], usuário deste Plano de Saúde, Cartão [número do cartão do Plano de Saúde], é uma criança com suspeita de autismo já havendo indicação para que ela seja consultada por médico especialista que seja capaz de fechar o diagnóstico. Na condição de mãe, apresentei o encaminhamento do médico [pediatra] para que minha criança seja atendida por médico especialista, no órgão [nome do órgão onde o encaminhamento foi apresentado] desta Operadora de Saúde no dia XX/XX/XX. No entanto, até a presente data, essa operadora de plano de saúde ainda não marcou a data para que a criança seja atendida por médico especialista capaz de fechar o diagnóstico. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu artigo 3º diz que “toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo para resolver seu problema de saúde. Nos termos da Resolução ANS N. 566 de 29 de dezembro de 2022 o prazo para início de atendimento por especialistas de Plano de Saúde é de até 7(sete) dias úteis para consulta básica em pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia e em até 14(quatorze) dias úteis para as demais especialidades médicas como é o caso de neuropediatra, neurologista, neurologista infantil, psiquiatra infantil e psiquiatra. Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja providenciada a consulta com médico especialista, dentro do prazo legal indicado na norma da ANS acima referida, tudo com vista a não prejudicar o início do tratamento da minha criança. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: --Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) Índice 75 - Cópia do Cartão da Operadora do Plano de Saúde referente ao seu(sua) filho(a) *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 76 Situação 3: Demora não esclarecida a você pelo médico/demais profissionais quanto a entrega do laudo completo. Atendimento no SUS [local, data ] A(o) ( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde ( ) Secretário Municipal de Saúde ( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde. ( ) Conselho Municipal de Saúde ( ) Prefeito ( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina ou de outra profissão de saúde. Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança com suspeita de autismo que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/ XX/XX, com o objetivo de fechar o diagnóstico e apresentar-me o devido LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança, se for o caso. No entanto, até a presente data, não recebi a resposta do médico quanto ao diagnóstico, nem o LAUDO com a devida prescrição de tratamento, se for o caso; nem mesmo recebi explicações [justificáveis] para o atraso. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu artigo 3º, parágrafo único, e seuque podem ser informações importantes para a equipe multiprofissional ............................100 Contatos importantes .........................................................................................................................101 Indicações de livros, filmes, canais do Youtube, sites sobre TEA ...............................................102 6 Apresentação Se este manual chegou até você, com certeza é porque você é mãe, pai ou responsável por uma criança que foi diagnosticada com autismo, ou ainda está sob investigação. Nós sabemos exatamente o que está sentindo nesse momento. Nós já trilhamos esse caminho. Sabemos o quanto é desesperador ouvir “seu filho é autista”, e autismo não tem cura. É como se o chão tivesse sido arrancado de nós, sem aviso prévio. O choro é inevitável. Um turbilhão de sentimentos e pensamentos nos invade. Uma mistura de medo, revolta, tristeza, e incertezas. Uma das primeiras perguntas, é: Por que eu? Por que meu filho? Sem respostas concretas, começamos pelo começo, pelo básico, vamos ao Google tentar entender o que é o autismo, e como será a vida daqui pra frente. Nos deparamos com uma avalanche de informações desencontradas, cada um fala uma coisa. E não dá para confiar em tudo que lemos e ouvimos na internet, não é mesmo? Mas não se desespere! Não tente entender tudo sobre autismo de uma vez, e principalmente por fontes desconhecidas, já que é a vida e a saúde do seu filho que estão em jogo. De agora em diante, é muito importante ter duas coisas em mente: apesar de o autismo não ter cura, o diagnóstico não é uma sentença! Não é o fim de tudo, mas apenas o começo de uma longa jornada cheia de desafios, mas também de esperanças. Por esta razão, parabenizamos ao Ministério Público do Estado de Goiás por essa iniciativa de publicar um guia prático com as principais informações de que se precisa para o início do conhecimento sobre o TEA. O objetivo do MPGO é fazer com que a sua caminhada dentro desse universo do “Espectro do Autismo,” totalmente desconhecido e complexo, seja mais leve e segura. O material que está prestes a ler, foi produzido de forma bem didática e aborda os temas de maior relevância que afetam o nosso dia a dia. A cartilha foi dividida por seções. Na primeira seção você vai encontrar respostas para diversas perguntas, tais como: O que é o autismo? Como é feito o diagnóstico? Qual o primeiro passo depois do diagnóstico? Quais os tipos de tratamentos? Como posso ter certeza que meu filho está tendo o tratamento correto? O que cobrar dos profissionais que atendem meu filho? Na seção destinada aos direitos das pessoas com TEA, encontrará respostas práticas sobre quais são os direitos do seu filho ao tratamento integral do TEA, quer seja pelo SUS ou pelo plano de saúde. Também vai aprender o passo a passo para ter acesso a este tratamento. E o mais importante, caso o tratamento para o seu filho seja negado, a cartilha vai te mostrar exatamente o que fazer nestes casos de violações e a quem recorrer. Ainda encontrará dicas Índice 7 importantes sobre as mais diversas situações do dia a dia que podem violar os direitos mais básicos da sua criança. Também irá encontrar uma seção especial reservada para a indicação de filmes, livros e canais do Youtube que falam sobre autismo. Esta sessão foi uma oportunidade que o MPGO concedeu a nós da Associação das Mães em Movimento pelo Autismo de compartilharmos com você os materiais sobre o TEA que realmente fizeram a diferença nas nossas vidas e dos nossos filhos. Leia os livros indicados, navegue pelos sites e assista aos filmes, e as séries que retratam a realidade do autismo na prática. Lembre-se, aprender através das histórias de outras famílias pode ajudar e muito, a não cometermos os mesmos erros. Na oportunidade, agradecemos ao MPGO por ter nos concedido a honra de apresentar para você este material que é fruto da sensibilidade e compromisso com a causa autista no Estado de Goiás. Por fim, uma dica que pode fazer a diferença no dia a dia: guarde o link deste manual em um lugar de fácil acesso, pois, acredite, você ainda vai precisar dela em algum momento! E o mais importante, conhecimento é poder! Quanto mais se informar sobre o TEA, mais condições você terá de ajudar seu filho e a outras famílias que um dia como você irá precisar de uma luz no final do túnel, pois como já dizia nossa conterrânea Cora Coralina “Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. Do nosso coração para o seu coração, desejamos uma ótima leitura. Primavera de 2023 Por Letícia Amaral, mãe de criança autista, advogada e presidente da associação “Mães em Movimento pelo Autista (MMA)” Autor: Alair Gustavo Leite de Souza Índice Parte I Informações Médicas* Autor: Felipe Kiyoshi Botelho Tomo *Por Ana Márcia Guimarães Alves, especialista em desenvolvimento atípico e mestranda em genética, diretora da Sociedade Brasileira de Pediatria e médica pediatra em Goiânia. 9 Nível 1 de suporte são as crianças que, por apresentarem poucos prejuízos necessitam de pouco suporte para que realizem as atividades esperadas para sua idade, necessitando, consequentemente, de menos intervenção terapêutica e menos horas de tratamento. O que é Transtorno do Espectro do Autismo? O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma desordem do neurodesenvolvimento, ou seja, nos momentos mais precoces da formação do cérebro, ainda na gestação, a formação de algumas vias neurológicas não se dão da maneira correta, principalmente as vias relacionadas ao aprendizado social. Estas alterações só serão percebidas ao longo do desenvolvimento da criança, normalmente após o primeiro ano de vida e com um pico mais evidente em torno de 1 ano e 9 meses, quando as situações ambientais exigirem as respostas adequadas da criança e os prejuízos e atrasos ficarem evidentes. Em qualquer idade em que estes sintomas puderem ser notados, o médico pode fazer o diagnóstico de autismo na criança, para que ela receba o tratamento na idade correta, o que proporcionará melhorias muito mais significativas. Muitas pesquisas já foram feitas para se estabelecer a causa do autismo, a única certeza que temos é que é uma desordem multifatorial de forte componente genético. A chance de qualquer pessoa ter um filho autista é de 1 a 2%. Quando já se tem um filho autista, os irmãos têm uma chance de 10 a 20 vezes maior de nascerem e desenvolverem os sintomas do espectro autista. Existem alguns gatilhos ambientais, como a prematuridade. Nestas crianças a prevalência de TEA é maior. Quais os níveis de TEA? O termo espectro quer dizer que há uma variedade muito grande de sintomatologia, sendo que uma pessoa nunca será igual à outra, pois suas habilidades e prejuízos, além de diferentes uns dos outros, mudam até mesmo no curso da vida da própria pessoa. Assim podemos levar uma criança mais grave para um nível mais leve com as intervenções e vice- versa, podemos ver uma criança mais leve piorar na sua funcionalidade sem o tratamento correto e precoce. Não falamos mais em graus, mas sim em níveis de suporte, exatamente porque estas crianças podem se tornar cada vez mais funcionais. Existem níveis de classificação para o espectro autista, que vão do 1 ao 3. Índice 10 O que estes indivíduos têm em comum para serem diagnosticados todos como autistas, já que são tão diferentes na manifestação clínica? Todos os indivíduos do espectro autista apresentam dois critérios clínicos (critério A e critério B): A) Déficits na comunicação social, na troca de informações, principalmente as não verbais, prejuízos no reconhecimento de pistas para modular a interação com o outro, desinteresse social, déficits na capacidade de ver as situações na perspectiva do outro e assim, ter empatia e noção do que o outro quis dizer B) Tendência a repetir comportamentos, podem ser motores ou comportamentais, que se mostram na rigidez, na dificuldade de mudança,inciso II dizem que “É direito da pessoa ter o atendimento adequado, com qualidade e no tempo certo” e “informações sobre o seu estado de saúde, de maneira clara, objetiva, respeitosa, compreensível quanto à: a) possíveis diagnósticos; b) diagnósticos confirmados (...) d) resultados dos exames realizados”. Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o diagnóstico e o LAUDO, se for o caso, referente à consulta que minha criança se submeteu perante o médico especialista acima indicado. Índice 77 Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: -Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do Cartão SUS do seu filho *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 78 Atendimento em Plano de Saúde [local, data ] A(o) ( ) Diretor da Unidade de Saúde ( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde ( ) Ouvidoria do Plano de Saúde ( ) Canal de atendimento do usuário na ANS Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], Cartão [número do cartão do Plano de Saúde], é uma criança com suspeita de autismo que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, com o objetivo de fechar o diagnóstico e apresentar-me o devido LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança, se for o caso. No entanto, até a presente data, não recebi a resposta do médico quanto ao diagnóstico, nem o LAUDO com a devida prescrição de tratamento, se for o caso; nem mesmo recebi explicações [justificáveis] para o atraso. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu artigo 3º, parágrafo único, e seu inciso II dizem que “É direito da pessoa ter o atendimento adequado, com qualidade e no tempo certo” e “informações sobre o seu estado de saúde, de maneira clara, objetiva, respeitosa, compreensível quanto à: a) possíveis diagnósticos; b) diagnósticos confirmados (...) d) resultados dos exames realizados”. Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o diagnóstico e o LAUDO, se for o caso, referente à consulta que minha criança se submeteu perante o médico especialista acima indicado. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: -Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do Cartão da Operadora do seu filho Índice 79 *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 80 Atendimento Particular [local, data] A(o) ( ) Diretor da Clínica Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], Cartão [número do cartão do Plano de Saúde], é uma criança com suspeita de autismo que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, com o objetivo de fechar o diagnóstico e apresentar-me o devido LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança, se for o caso. No entanto, até a presente data, não recebi a resposta do médico quanto ao diagnóstico, nem o LAUDO com a devida prescrição de tratamento, se for o caso; nem mesmo recebi explicações[justificáveis] para o atraso. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu artigo 3º, parágrafo único, e seu inciso II dizem que “É direito da pessoa ter o atendimento adequado, com qualidade e no tempo certo” e “informações sobre o seu estado de saúde, de maneira clara, objetiva, respeitosa, compreensível quanto à: a) possíveis diagnósticos; b) diagnósticos confirmados (...) d) resultados dos exames realizados”. Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o diagnóstico e o LAUDO, se for o caso, referente à consulta que minha criança se submeteu perante o médico especialista acima indicado. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: -Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) Índice 81 Situação 4: Você recebeu o laudo de diagnóstico do seu filho, mas ele está incompleto. Atendimento no SUS [local, data ] A(o) ( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde ( ) Secretário Municipal de Saúde ( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde. ( ) Conselho Municipal de Saúde ( ) Prefeito ( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina. Meu(minha) filho(o); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança No entanto, o referido LAUDO se mostra incompleto porque: ( ) Não tem a prescrição terapêutica, consistente na indicação do método e da técnica que o médico entende ser adequada ao tratamento da criança, por exemplo; ABA, DENVER, TEACCH, PECS etc. ( ) Não contém a lista dos profissionais que devam compor a equipe multiprofissional que devam fazer o tratamento da minha criança (Por Exemplo: psicólogo analista de comportamento, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicopedagogo, nutricionista.) ( ) Não indicou o número de horas semanais a que minha criança deverá ser submetida em sessões terapêuticas com cada um dos profissionais de saúde que conduzirão em equipe o seu tratamento. Nos termos da Lei do ato médico, Lei 12.842/2013, artigo 2º , parágrafo único, II, “o médico desenvolverá suas ações profissionais (...) para o diagnóstico e o tratamento das doenças”, que é um ato privativo do médico. A indicação do tratamento importa na indicação do método e técnica de forma completa. Índice 82 Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o LAUDO médico completo, com a indicação da prescrição terapêutica, com a indicação do método e técnica, a indicação dos tipos de profissionais da área de saúde que comporão a equipe multiprofissional para o tratamento e o número de horas semanais de cada um dos profissionais indicados realizará sessões terapêuticas com a minha criança. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: -Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do Cartão SUS do seu filho - Cópia do LAUDO incompleto feito pelo médico. *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 83 Atendimento em Plano de Saúde [local, data ] A(o) ( ) Diretor da Unidade de Saúde ( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde ( ) Ouvidoria do Plano de Saúde ( ) Canal de atendimento do usuário na ANS ( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina. Meu(minha) filho(o);[nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança No entanto, o referido LAUDO se mostra incompleto porque: ( ) Não tem a prescrição terapêutica, consistente na indicação do método e da técnica que o médico entende ser adequada ao tratamento da criança, por exemplo; ABA, Denver, Teacch, Pecs etc. ( ) Não contém a lista dos profissionais que devam compor a equipe multiprofissional que devam fazer o tratamento da minha criança (Por Exemplo: Psicólogo Analista de comportamento, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicopedagogo, nutricionista.) ( ) Não indicou o número de horas semanais a que minha criança deverá ser submetida em sessões terapêuticas com cada um dos profissionais de saúde que conduzirão em equipe o seu tratamento. Nos termos da Lei do ato médico, Lei 12.842/2013, artigo 2º , parágrafo único, II, “o médico desenvolverá suas ações profissionais (...) para o diagnóstico e o tratamento das doenças”, que é um ato privativo do médico. A indicação do tratamento importa na indicação do método e técnica de forma completa. Além disso, o artigo 6º da Resolução Normativa n. 465 da ANS de 24 de fevereiro de 2021 em seu parágrafo 4º do artigo 6º estabelece que “a operadora deverá oferecer atendimento por prestador apto a executar o método ou técnica indicados pelo médico assistente para tratar a doença ou o agravo do paciente.” Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o LAUDO médico completo, com a indicação da prescrição terapêutica, com a indicação do método e técnica, a indicação dos tipos de profissionais da área de saúde que comporão a equipe Índice 84 multiprofissional para o tratamento e o número de horas semanais de cada um dos profissionais indicados realizará sessões terapêuticas com a minha criança. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: -Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do Cartão do plano de saúde seu filho *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 85 Atendimento Particular [local, data] A(o) ( ) Diretor da Clínica ( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina. Meu(minha) filho(o); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança No entanto, o referido LAUDO se mostra incompleto porque: ( ) Não tem a prescrição terapêutica, consistente na indicação do método e da técnica que o médico entende ser adequada ao tratamento da criança, por exemplo; ABA, Denver, Teacch, Pecs etc. ( ) Não contém a lista dos profissionais que devam compor a equipe multiprofissional que devam fazer o tratamento da minha criança (Por Exemplo: Psicólogo Analista de comportamento, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicopedagogo, nutricionista.) ( ) Não indicou o número de horas semanais a que minha criança deverá ser submetida em sessões terapêuticas com cada um dos profissionais de saúde que conduzirão em equipe o seu tratamento. Nos termos da Lei do ato médico, Lei 12.842/2013, artigo 2º , parágrafo único, II, “o médico desenvolverá suas ações profissionais (...) para o diagnóstico e o tratamento das doenças”, que é um ato privativo do médico. A indicação do tratamento importa na indicação do método e técnica de forma completa. Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o LAUDO médico completo, com a indicação da prescrição terapêutica, com a indicação do método e técnica, a indicação dos tipos de profissionais da área de saúde que comporão a equipe multiprofissional para o tratamento e o número de horas semanais de cada um dos profissionais indicados realizará sessões terapêuticas com a minha criança. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: -Cópia do seu documento de identidade Índice 86 - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do LAUDO incompleto feito pelo médico. *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 87 Situação 5: Caso você tenha oferta de número de horas de sessões semanais de tratamento menor do que o número de sessões semanais prescritas no laudo médico completo . Atendimento no SUS [local, data ] A(o) ( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde ( ) Secretário Municipal de Saúde ( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde. ( ) Conselho Municipal de Saúde ( ) Prefeito ( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina ou de outra profissão de saúde. Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança. No LAUDO o médico especialista indicou a necessidade de realização das seguintes sessões terapêuticas: [ transcreva aqui as horas de sessões semanais e a profissão da área da saúde que conste no seu laudo , como nos exemplos abaixo ] ( ) ___ horas em sessões semanais com Psicólogo – Analista de Comportamento. ( ) ___ horas em sessões semanais com Fonoaudiólogo. ( ) ___ horas semanas com Terapeuta Ocupacional. No entanto, até o presente momento, o SUS só ofertou o número de horas de sessões abaixo que é menor do que indicado no LAUDO. [transcreva aqui as horas de sessões semanais e a profissão médico que conste no seu laudo, como nos exemplos abaixo ] ( ) ___ horas em sessões semanais com Psicólogo – Analista de Comportamento. ( ) ___ horas em sessões semanais com Fonoaudiólogo. ( ) ___ horas semanas com Terapeuta Ocupacional. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu artigo 3º, parágrafo único, diz que “É direito da pessoa ter o atendimento adequado, com Índice 88 qualidade e no tempo certo e com garantia de continuidade do tratamento”. A Lei 12.764/2012 – Lei Berenice Piana – em seu artigo 3º , III, “b”, assegura a toda pessoa com transtorno de espectro autista o acesso às ações e serviços de saúde com vista à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo o atendimento multiprofissional. Diante do que, requeiro que tome providências para que sejam ofertadas as sessões terapêuticas semanais, com os profissionais indicados no LAUDO médico, em mesmo número de horas semanais apontado no laudo, com a observância da técnica e método indicados no laudo. Devendo os profissionais terem as especialidades apontadas pelo médico, quando é o caso. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: -Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) -Cópia do Cartão SUS do seu filho - Cópia do LAUDO completo feito pelo médico. - Cópia de documentos que comprovem as sessões semanais terapêuticas ofertadas, se tiver. *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 89 Atendimento em Plano de Saúde [local, data ] A(o) ( ) Diretor da Unidade de Saúde ( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde ( ) Ouvidoria do Plano de Saúde ( ) Canal de atendimento do usuário na ANS Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], cartão [número do cartão da operadora de saúde], é uma criança que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/ XX, e este médico confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança No LAUDO o médico especialista indicou a necessidade de realização das seguintes sessões terapêuticas: [ transcreva aqui as horas de sessões semanais e a profissão médico que conste no seu laudo , como nos exemplos abaixo ] ( ) ___ horas em sessões semanais com Psicólogo – Analista de Comportamento. ( ) ___ horas em sessões semanais com Fonoaudiólogo. ( ) ___ horas semanas com Terapeuta Ocupacional. No entanto, até o presente momento, o SUS só ofertou o número de horas de sessões abaixo que é menor do que indicado no LAUDO. [ transcreva aqui as horas de sessões semanais e a profissão médico que conste no seu laudo , como nos exemplos abaixo ] ( ) ___ horas em sessões semanais com Psicólogo – Analista de Comportamento. ( ) ___ horas em sessões semanais com Fonoaudiólogo. ( ) ___ horas semanas com Terapeuta Ocupacional. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu artigo 3º, parágrafo único, diz que “É direito da pessoa ter o atendimento adequado, com qualidade e no tempo certo e com garantia de continuidade no tratamento”. A Lei 12.764/2012 – Lei Berenice Piana – em seu artigo 3º , III, “b”, assegura a toda pessoa com transtorno de espectro autista o acesso às ações e serviços de saúde com vista à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo o atendimento multiprofissional. Índice 90 O anexo I da Resolução Normativa da ANS n. 469/2021 prevê a cobertura em número ilimitado de sessões para pacientes com transtornos específicos e globais de desenvolvimento. Diante do que, requeiro que tome providências para que sejam ofertadas as sessões terapêuticas semanais, com os profissionais indicados no LAUDO médico, em mesmo número de horas semanais apontado no laudo, com a observância da técnica e método indicados no laudo. Devendo os profissionais terem as especialidades apontadas pelo médico, quando é o caso. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: -Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do Cartão da Operadora de saúde do seu filho - Cópia do LAUDO completo feito pelo médico. - Cópia de documentos que comprovem as sessões semanais terapêuticas ofertadas, se tiver. *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 91 Situação 6: Não fornecimento do currículo do profissional ou certeza de que o profissional de saúde disponibilizado para o tratamento de sua criança com TEA não tem comprovação da habilitação na técnica especial indicada pelo médico na prescrição terapêutica. Atendimento no SUS [local, data ] A(o) ( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde ( ) Secretário Municipal de Saúde ( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde. ( ) Conselho Municipal de Saúde ( ) Prefeito ( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina. Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança. No LAUDO o médico prescreveu ___ horas de sessões semanais com [nome da profissão ] pelo método [nome do método, por exemplo “Integração Sensorial de Ayres”] . Minha criança está sendo submetida às referidas sessões terapêuticas com o [nome da profissão] , chamado [nome do profissional]. Solicitei à unidade de saúde informações acerca da prova de que o referido profissional é especialista no método/técnica indicado pelo médico, mas esta informação me foi negada ali. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 3º parágrafo e inciso I , “É direito da pessoa ter atendimento adequado, com qualidade (...) com tecnologia apropriada, por equipe multiprofissional qualificada(...). A Lei 12.764/2012 – Lei Berenice Piana – em seu artigo 3º , III, “e”, assegura a toda pessoa com transtorno de espectro autista o acesso às ações e serviços de saúde com vista à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento. Diante do que, requeiro que tome providências para que me seja apresentada a cópia do certificado de formação educacional de que o referido profissional é especialista no método/ Índice 92 técnica que indicada no LAUDO médico do meu filho. Ou, alternativamente, que já busque providenciar, em prazo razoável, a oferta de profissional com especialidade no método/ técnica indicado no LAUDO médico, da minha criança. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: -Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do Cartão SUS do seu(sua) filho(a) - Cópia do LAUDO completo feito pelo médico. - Cópia de documentos que comprovem a negativa da apresentação do currículo do profissional, se tiver. *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. 93 Atendimento em Plano de Saúde [local, data ] A(o) ( ) Diretor da Unidade de Saúde ( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde ( ) Ouvidoria do Plano de Saúde ( ) Canal de atendimento do usuário na ANS ( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina. Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança. No LAUDO o médico prescreveu ___ horas de sessões semanais com [nome da profissão ] pelo método [nome do método, por exemplo “Integração Sensorial de Ayres”] . Minha criança está sendo submetida às referidas sessões terapêuticas com o [nome da profissão] , chamado [nome do profissional]. Solicitei à unidade de saúde informações acerca da prova de que o referido profissional é especialista no método/técnica indicado pelo médico, mas esta informação me foi negada ali. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 3º , I , “É direito da pessoater atendimento adequado, com qualidade (...) com tecnologia apropriada, por equipe multiprofissional qualificada(...) A Lei 12.764/2012 – Lei Berenice Piana – em seu artigo 3º , III, “e”, assegura a toda pessoa com transtorno de espectro autista o acesso às ações e serviços de saúde com vista à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento. Acrescento que o direito ao acesso a informação é direito básico do consumidor (CDC, art. 6º, III) O artigo 6º da Resolução Normativa n. 465 da ANS em seu parágrafo quarto estabelece que “a operadora deverá oferecer atendimento por prestador apto a executar o método ou técnica indicados pelo médico assistente para tratar a doença ou o agravo do paciente”. Enquanto que Índice 94 a Resolução Normativa n. 566/2022 prevê a necessidade de oferta de especialistas em até 14 ou em 10 dias úteis, em alguns casos. Diante do que, requeiro que tome providências para que me seja apresentada a cópia do certificado de formação educacional de que o referido profissional é especialista no método/ técnica que indicada no LAUDO médico do meu filho. Ou, alternativamente, que já busque providenciar, no prazo indicado na Resolução Normativa n. 566/2022, a oferta de profissional com especialidade no método/técnica indicado no LAUDO médico, da minha criança. Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: - Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do Cartão da Operadora de Saúde de seu(sua) filho(a) - Cópia do LAUDO completo feito pelo médico. - Cópia de documentos que comprovem a negativa da apresentação do currículo do profissional, se tiver. *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice 95 Atendimento Particular [local, data] A(o) ( ) Diretor da Clínica ( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina. Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança. No LAUDO o médico prescreveu ___ horas de sessões semanais com [nome da profissão ] pelo método [nome do método, por exemplo “Integração Sensorial de Ayres”] . Minha criança está sendo submetida às referidas sessões terapêuticas com o [nome da profissão] , chamado [nome do profissional]. Solicitei à unidade de saúde informações acerca da prova de que o referido profissional é especialista no método/técnica indicado pelo médico, mas esta informação me foi negada ali. A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 3º , I , “É direito da pessoa ter atendimento adequado, com qualidade (...) com tecnologia apropriada, por equipe multiprofissional qualificada(...) A Lei 12.764/2012 – Lei Berenice Piana – em seu artigo 3º , II, “e”, assegura a toda pessoa com transtorno de espectro autista o acesso às ações e serviços de saúde com vista à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento. Diante do que, requeiro que tome providências para que me seja apresentada a cópia do certificado de formação educacional de que o referido profissional é especialista no método/ técnica que indicada no LAUDO médico do meu filho. Índice 96 Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial. Documentos em anexo: -Cópia do seu documento de identidade - Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a) - Cópia do LAUDO completo feito pelo médico. - Cópia de documentos que comprovem a negativa da apresentação do currículo do profissional, se tiver. *Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”. Índice Autor: Emyli Nogueira Correia Parte IV Anotações importantes 98 Profissional Médico(a) Psicólogo(a) Fonoaudiólogo(a) Terapeuta Ocupacional Psicomotricista Psicopedagogo Fisioterapeuta Nutricionista Nome completo e número do registro no conselho profissional Especialidade Local de atendimento, telefone, endereço etc. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE ATENDIMENTO A MINHA CRIANÇA AUTISTA Índice 99 ESCALA ATUAL DOS ATENDIMENTOS SEMANAIS EVENTOS IMPORTANTES E DATAS ASSOCIADAS AO TRATAMENTO Horário Seg Ter Qua Qui Sex Sáb DATA DA PRIMEIRA CONSULTA COM MÉDICO ESPECIALISTA: ____ / ___ / ___ NOME DO MÉDICO DATA DO PRIMEIRO VB-MAPP: ____ / ___ / _____ DATA DE FECHAMENTO DO DIAGNÓSTICO: ___ / ___ / ____ DATA DO PRIMEIRO PEI – PROGRAMA EDUCACIONAL INDIVIDUAL : _____ / ___ / ___ Data Data Data Data Data Data Data DataEvento (re)Avaliações Médicas (re)Avaliações da Equipe Multiprofissional Entrega de Plano Educacional Individualizado (PEI) Índice 100 OCORRÊNCIAS IMPORTANTES ASSOCIADAS AO COMPORTAMENTO DE MINHA CRIANÇA AUTISTA QUE PODEM SER INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL Data Descrição Índice 101 CONTATOS IMPORTANTES Telefone e-mail Site e endereços ADVOGADO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DEFENSORIA PÚBLICA OUVIDORIA DA ANS OUVIDORIA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE OUVIDORIA DO PLANO DE SAÚDE OUVIDORIA ESTADUAL DO SUS OUVIDORIA MUNICIPAL DO SUS PROCON ESTADUAL PROCON MUNICIPAL PROMOTORIA DE JUSTIÇA SERVIÇO DE ATENDIMENTO DO CLIENTE DO PLANO DE SAÚDE Índice 102 INDICAÇÕES DE LIVROS, FILMES, CANAIS DO YOUTUBE, SITES SOBRE TEA Por Letícia Amaral, mãe de criança autista, advogada e presidente da associação “Mães em Movimento pelo Autista (MMA)” Sites: Autismoerealidade.org.br Autismolegal.com.br Familiatagarela.com.br Filmes e séries: 1. O Cérebro de Hugo Meu filho, meu mundo ( 1979) 2. Mais que especiais ( filme) 3. Uma viagem inesperada ( missão especial 2004) 4. Uma advogada extraordinária ( Série da Netflix) 5. Atypical ( Série da Netflix) 6. The Good Doctor ( O bom Doutor) Série 7. O farol das orcas 8. Temple Grandin 9. O milagre de Tyson https://youtube.com/@neurociencia- pauloliberale1955 https://youtube. com/@lunaaba https://youtube.com/@DrThiagoLopes https://youtube.com/@mayragaiato https://youtube.com/@ AutismoLegal https://youtube.com/@ NeuroSaberVideos https://youtube.com/@CanaldoAutismo https://youtube.com/@ AutistologosAutismo https://youtube. com/@GrupoMetodoIC https://www. youtube.com/@FamiliaTagarelaAutismo https://m.youtube.com/@advogando. pelo.autismo Links do Youtube Sobre autismo: Livros: 1. Temple Grandin - O cérebro Autista 2. Caminhos do espectro 3. S.O.S Autismo 4. Autismo: compreender e Agir em família 5. Mundo Singular - Entenda o autismo 6. O Reizinho Autista 7. Intervenção Precoce em Crianças com Autismo 8. Ensino de Habilidades Básicas para Pessoas com Autismo Índice Autor: Davi Portela Van Der Linoen Notas 104 [1] Constituição Federal Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,exploração, violência, crueldade e opressão. Pág 29 [2] A Lei Federal 10.216/2001 dispõe sobre a proteção e os direitos da pessoa com transtorno mental. Dos direitos da pessoa com transtorno mental ali elencados, destacamos. Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo. Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental: I – ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades; II – ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade; III – ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV – ter garantia de sigilo nas informações prestadas; (...) VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento; (...) Destaques nossos. Pág 29 [3] Estatuto da Pessoa com Deficiência. Lei 13.146/2025. Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. §1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício de direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. (...) Art. 5º. A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante. Parágrafo único. Para os fins de proteção mencionada no caput do artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência. Pág 29 [4] Lei Federal 12.764/2012, artigo 1º : “§ 2o. A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais”. Pág 29 [5] Lei Federal 12.764 de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Pág 29 [6] Há quem prefira o termo transdisciplinar, pelo fato de que, neste último termo, traria em uma conotação de uma atitude mais cooperativa e interativa entre os profissionais das diferentes áreas para um cuidado ampliado do paciente/usuário do sistema de saúde. Mas o legislador utilizou o termo “equipe multiprofissional”, o que não quer dizer que não teria o mesmo propósito ao fazê-lo. Pág 29 [7] A Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS é uma agência governamental que cria normas e fiscaliza as Operadoras dos Planos de Saúde. Pág 29 [8] Decreto Presidencial 11.358 de 1º de janeiro de 2023, anexo I, artigo 1, inciso I. Pág 30 [9] A Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde foi aprovada pelo Conselho Nacional de Índice 105 Saúde (CNS) em sua 198ª Reunião Ordinária, realizada em dia 17 de junho de 2009. E depois tornada norma pelo Ministro da Saúde por meio da Portaria MS/GM N.°1.820, de 13 de Agosto de 2009. Pág 30 [10] Carta dos direitos dos usuários da saúde / Ministério da Saúde. – 3. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011, p. 4. Pág 30 [11] A assistência à saúde praticada pelas Operadoras de Plano de Saúde é fiscalizada principalmente pela ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar que é uma autarquia vinculada ao Ministério da Saúde que foi criada pela Lei Federal 9.961 de 28/01/2000. Pág 30 [12] Carta de Direitos e Deveres dos Usuários de Saúde. Portaria MS/GM N. 1.820, de 13 de Agosto de 2009. Artigo 3º. Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo para resolver o seu problema de saúde. Parágrafo único. É direito da pessoa ter atendimento adequado, com qualidade, no tempo certo e com garantia de continuidade do tratamento, e para isso deve ser assegurado: I – atendimento ágil, com tecnologia apropriada, por equipe multiprofissional capacitada e em condições adequadas de atendimento; II – informações sobre o seu estado de saúde, de maneira clara, objetiva, respeitosa e compreensível quanto a: a) possíveis diagnósticos; b) diagnósticos confirmados; c) tipos, justificativas e riscos dos exames solicitados; d) resultados dos exames realizados; e) objetivos, riscos e benefícios de procedimentos diagnósticos, cirúrgicos, preventivos ou de tratamento; f) duração prevista do tratamento proposto; g) procedimentos diagnósticos e tratamentos invasivos ou cirúrgicos; h) necessidade ou não de anestesia e seu tipo e duração; i) partes do corpo afetadas pelos procedimentos, instrumental a ser utilizado, efeitos colaterais, riscos ou consequências indesejáveis; j) duração prevista dos procedimentos e tempo de recuperação; k) evolução provável do problema de saúde; l) informações sobre o custo das intervenções das quais a pessoa se beneficiou; m) outras informações que forem necessárias.(...) Pág 30 [13] CDC. Código de Defesa do Consumidor. Lei Federal 8.078/90. Art. 6º São direitos básicos do consumidor: (...) III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; Pág 30 [14] Lei de Acesso à Informação. Lei Federal N.º 12.527 de 18 de novembro de 2011. Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;(...) Pág 30 [15] Lei dos Usuários dos Serviços Públicos. Lei Federal 13.460, de 26 de junho de 2017. Art. 6º São direitos básicos do usuário (...): III - acesso e obtenção de informações relativas à sua pessoa constantes de registros ou bancos de dados, observado o disposto no inciso X do caput do art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº 12.527, de 18 de Índice 106 novembro de 2011;IV - proteção de suas informações pessoais, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011; V - atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e documentos comprobatórios de regularidade; e VI - obtenção de informações precisas e de fácil acesso nos locais de prestação do serviço (...) Pág 30 [16] Carta de Direitos e Deveres dos Usuários de Saúde. Portaria MS/GM N. 1.820, de 13 de Agosto de 2009. Art. 3º Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo para resolver o seu problema de saúde. Parágrafo único. É direito da pessoa ter atendimento adequado, com qualidade, no tempo certo e com garantia de continuidade do tratamento, e para isso deve ser assegurado: (...) IV – registro atualizado e legível no prontuário das seguintes informações: a) motivo do atendimento e/ou internação; b) dados de observação e da evolução clínica; prescrição terapêutica; d) avaliações dos profissionais da equipe; e) procedimentos e cuidados de enfermagem; (...) h) identificação do responsável pelas anotações; i) outras informações necessárias; Pág 31 [17] Código de Ética Médica. Resolução CFM N. 2.217/2018 do Conselho Federal de Medicina. Artigo 34. Deixar de atender informar o paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso,fazer a comunicação a seu representante legal. Pág 31 [18] Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM N. 1.638/2002. Artigo 1º. Definir prontuário médico como o documento único constituído de um conjunto de informações, sinais, imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência por ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada pelo indivíduo. Pág 31 [19] Código de Ética Profissional do Psicólogo. Conselho Federal de Psicologia. Resolução 010 de 2005. Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: (...) f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional; g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário; h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; Resolução CFP- Conselho Federal de Psicologia Nº 1 de 30 de março de 2009. Dispõe sobre a obrigatoriedade do registro documental decorrente da prestação de serviços psicológicos. Art. 2 º Os documentos agrupados nos registros do trabalho realizado devem contemplar: I - identificação do usuário/instituição; II - avaliação de demanda e definição de objetivos do trabalho; III - registro da evolução do trabalho, de modo a permitir o conhecimento do mesmo e seu acompanhamento, bem como os procedimentos técnico-científicos adotados; IV - registro de Encaminhamento ou Encerramento; V - documentos resultantes da aplicação de instrumentos de avaliação psicológica Índice 107 deverão ser arquivados em pasta de acesso exclusivo do psicólogo. (Redação dada pela Resolução do Exercício Profissional nº 5/2010) (...) Art. 5º. Na hipótese de o registro documental de que trata o art. 1º desta Resolução ser realizado na forma de prontuário, o seguinte deve ser observado: I - as informações a ser registradas pelo psicólogo são as previstas nos incisos I a V do art. 2º desta Resolução; II - fica garantido ao usuário ou representante legal o acesso integral às informações registradas, pelo psicólogo, em seu prontuário; (...) VI - cópias de outros documentos produzidos pelo psicólogo para o usuário/instituição do serviço de psicologia prestado deverão ser arquivadas, além do registro da data de emissão, finalidade e destinatário. Pág 31 [20] Código de Ética e Deontologia da Terapia Ocupacional. Resolução Coffito N.º 425 de 08 de julho de 2013. Artigo 14 – Constituem deveres fundamentais dos profissionais terapeutas ocupacionais na sua relação com o cliente/paciente/usuário/família/grupo/ comunidade: (...) V – informar ao cliente/paciente/usuário e à família ou responsável legal e a outros profissionais envolvidos, quanto à consulta, procedimentos de avaliação, diagnóstico, prognóstico, objetivos do tratamento e condutas terapêuticas ocupacionais a serem adotadas, esclarecendo-o ou o seu responsável legal, assim como informar sobre os resultados que forem sendo obtidos, de forma clara, objetiva, compreensível e adaptada à condição cultural e intelectual de quem a recebe; VI – permitir o acesso do responsável, cuidador, familiar ou representante legal, durante a avaliação e/ou tratamento/assistência, quanto pertinente ao projeto terapêutico, salvo quando sua presença comprometer a eficácia do atendimento ou da mediação sócio-ocupacional para emancipação social, desenvolvimento socioambiental, econômico e cultural, de cliente /paciente /usuário /família / grupo/ comunidade. Pág 31 [21] Código de Ética da Fonoaudiologia. Resolução CFFa- Conselho Federal de Fonoaudiologia FFa nº 640/2021. Art. 10 Constituem deveres do fonoaudiólogo na relação com o cliente: I – registrar, em prontuário físico e ou eletrônico, todos os atendimentos e procedimentos fonoaudiológicos, assim como faltas justificadas ou não, e desistência; II – atender sem estabelecer discriminações de ordem política, social, econômica, cultural, étnico-racial, religiosa, de identidade de gênero ou de qualquer outra natureza, independentemente de esfera pública ou privada; III – informar ao cliente sua qualificação profissional, suas responsabilidades, atribuições e funções quando solicitado; IV – apresentar a devida justificativa quando solicitar avaliação por outros profissionais; V – esclarecer, com linguagem clara e simples, sobre a avaliação, o diagnóstico, os prognósticos e os objetivos, assim como o custo dos procedimentos fonoaudiológicos adotados, assegurando-lhe a escolha do tratamento ou dos procedimentos indicados; VI – informar, em linguagem clara e simples, sobre os procedimentos adotados em cada avaliação e tratamento realizados; VII – esclarecer, apropriadamente, sobre os riscos, as influências sociais e ambientais dos transtornos fonoaudiológicos e a evolução do quadro clínico, mostrando os prejuízos de uma possível interrupção do tratamento, de modo a possibilitar que o cliente escolha continuar ou não o atendimento; VIII – elaborar relatórios, resultados de exames, pareceres e laudos fonoaudiológicos para o cliente ou seu(s) representante(s) legal(is), inclusive nos casos de encaminhamento ou transferência com fins de continuidade do Índice 108 tratamento ou serviço, na alta ou por simples desistência; IX – fornecer sempre os resultados de exames, pareceres e laudos fonoaudiológicos para o cliente ou seu(s) representante(s) legal(is) e, quando solicitado, relatórios; X – permitir o acesso do responsável ou representante(s) legal(is) durante procedimento fonoaudiológico, salvo quando sua presença comprometer a realização deste; XI – permitir o acesso do cliente ou de seu(s) representante(s) legal(is) ao prontuário, relatório, exame, laudo ou parecer elaborados pelo fonoaudiólogo, de modo a fornecer a explicação necessária à sua compreensão, mesmo quando o serviço for contratado por terceiros; XII – encaminhar o cliente a outros profissionais sempre que necessário Pág 31 [22] Código de Ética Médica. Resolução N. 2.217/2018 do Conselho Federal de Medicina. “É vedado ao médico. (...) Artigo 88. Negar ao paciente ou, na sua impossibilidade, a seu representante legal, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar as explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros. Pág 31 [23] Código Civil. Lei Federal 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato. Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.§ 1 o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. § 2 o O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma reconhecida.(...) Pág 31 [24] Resolução CFM(Conselho Federal de Medicina) N.º 1.605, de 15 de setembro de 2000. Art. 5º. Se houver autorização expressa do paciente, tanto na solicitação como em documento diverso, o médico poderá encaminhar a ficha ou prontuário médico diretamente à autoridade requisitante. Pág 31 [25] Lei Federal 12.842/2013. Art. 2º O objeto da atuação do médico é a saúde do ser humano e das coletividades humanas, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo, com o melhor de sua capacidade profissional e sem discriminação dequalquer natureza. Parágrafo único. O médico desenvolverá suas ações profissionais no campo da atenção à saúde para: (...) II - a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças (...); Art. 4º São atividades privativas do médico: (...)§ 1º Diagnóstico nosológico é a determinação da doença que acomete o ser humano, aqui definida como interrupção, cessação ou distúrbio da função do corpo, sistema ou órgão, caracterizada por, no mínimo, 2 (dois) dos seguintes critérios: (...) Pág 32 [26] É o que consta no voto do Ministro do STF Ricardo Lewandowski no HC 186030- DF: “(...)a Lei 12.842/2017, que dispõe sobre o exercício da medicina, estabelece que é ato privativo de médico o diagnóstico e o tratamento das doenças, de modo que este profissional é o único responsável por quaisquer meios empregados para tratar da saúde dos pacientes submetidos aos seus cuidados”. Pág 32 Índice 109 [27] Código de Ética Médica. Princípios fundamentais. (...) II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. Pág 32 [28] Lei Federal 12.842/2013. Art. 3º O médico integrante da equipe de saúde que assiste o indivíduo ou a coletividade atuará em mútua colaboração com os demais profissionais de saúde que a compõem. Pág 32 [29] A Portaria a SAS/GM No. 55, de 24 de fevereiro de 1999 nº. 55/99 da Secretaria de Atenção à Saúde (Ministério da Saúde), é um instrumento legal que visa garantir, através do SUS, tratamento médico a pacientes portadores de doenças não tratáveis no município de origem quando esgotado todos os meios de atendimento. Pág 33 [30] ANS. Resolução Normativa 566, de 29 de dezembro de 2022, início de vigência em 01 de fevereiro de 2023. Art. 3º A operadora deverá garantir o atendimento integral das coberturas referidas no art. 2º nos seguintes prazos: I – consulta básica - pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia: em até sete dias úteis; II – consulta nas demais especialidades médicas: em até quatorze dias úteis; III – consulta/sessão com fonoaudiólogo: em até dez dias úteis; IV – consulta/sessão com nutricionista: em até dez dias úteis; V – consulta/sessão com psicólogo: em até dez dias úteis; VI – consulta/sessão com terapeuta ocupacional: em até dez dias úteis; VII – consulta/sessão com fisioterapeuta: em até dez dias úteis; VIII – consulta/sessão com enfermeiro obstetra ou obstetriz: em até dez dias úteis; IX – consulta e procedimentos realizados em consultório/clínica com cirurgião-dentista: em até sete dias úteis; X – serviços de diagnóstico por laboratório de análises clínicas em regime ambulatorial: em até três dias úteis; XI – demais serviços de diagnóstico e terapia em regime ambulatorial: em até dez dias úteis; XII – procedimentos de alta complexidade - PAC: em até 21 (vinte e um) dias úteis; XIII – atendimento em regime de internação eletiva: em até 10 (dez) dias úteis; XIV – atendimento em regime de hospital- dia: em até dez dias úteis; XV – tratamentos antineoplásicos domiciliares de uso oral, incluindo medicamento para o controle de efeitos adversos relacionados ao tratamento e adjuvantes: em até 10 (dez) dias úteis, cujo fornecimento poderá ser realizado de maneira fracionada por ciclo; XVI – tratamentos antineoplásicos ambulatoriais e domiciliares de uso oral, procedimentos radioterápicos para tratamento de câncer e hemoterapia, na qualidade de procedimentos cuja necessidade esteja relacionada à continuidade da assistência prestada em âmbito de internação hospitalar: em até dez úteis, cujo fornecimento poderá ser realizado de maneira fracionada por ciclo; Pág 34 [31] ANS. Resolução Normativa 566 de 29 de dezembro de 2022. Da Garantia de Atendimento na Hipótese de Indisponibilidade ou Inexistência de Prestador no Município Pertencente à Área Geográfica de Abrangência e à Área de Atuação do Produto Subseção I Da Indisponibilidade de Prestador Integrante da Rede Assistencial no Município Art. 4º Na hipótese de indisponibilidade de prestador integrante da rede assistencial que ofereça o serviço ou procedimento demandado, no município pertencente à área geográfica de abrangência e à área de atuação do produto, a operadora deverá garantir o atendimento em: I - prestador não integrante da rede assistencial no mesmo município; ou II - prestador integrante ou não da rede Índice 110 assistencial nos municípios limítrofes a este. § 1º No caso de atendimento por prestador não integrante da rede assistencial, o pagamento do serviço ou procedimento será realizado pela operadora ao prestador do serviço ou do procedimento, mediante acordo entre as partes. § 2º Na indisponibilidade de prestador integrante ou não da rede assistencial no mesmo município ou nos municípios limítrofes a este, a operadora deverá garantir o transporte do beneficiário até um prestador apto a realizar o devido atendimento, assim como seu retorno à localidade de origem, respeitados os prazos fixados no art. 3º. § 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º se aplica ao serviço de urgência e emergência, sem necessidade de autorização prévia, respeitando as Resoluções CONSU nº 8 e 13, ambas de 3 de novembro de 1998, ou os normativos que vierem a substituí-las. Subseção II Da Inexistência de Prestador no Município Art. 5º Na hipótese de inexistência de prestador, seja ele integrante ou não da rede assistencial, que ofereça o serviço ou procedimento demandado, no município pertencente à área geográfica de abrangência e à área de atuação do produto, a operadora deverá garantir atendimento em: I - prestador integrante ou não da rede assistencial nos municípios limítrofes a este; ou II - prestador integrante ou não da rede assistencial na região de saúde à qual faz parte o município. § 1º Na inexistência de prestadores nas hipóteses listadas nos incisos I e II deste artigo, a operadora deverá garantir o transporte do beneficiário até um prestador apto a realizar o devido atendimento, assim como seu retorno à localidade de origem, respeitados os prazos fixados no art. 3º. § 2º Nas hipóteses listadas nos incisos I e II deste artigo, a operadora estará desobrigada a garantir o transporte. Art. 6º Na hipótese de inexistência de prestador, seja ele integrante ou não da rede assistencial, que ofereça o serviço de urgência e emergência demandado, no mesmo município, nos municípios limítrofes a este e na região de saúde à qual faz parte o município, desde que pertencentes à área geográfica de abrangência e à área de atuação do produto, a operadora deverá garantir o transporte do beneficiário até um prestador apto a realizar o devido atendimento, assim como seu retorno à localidade de origem, respeitado o disposto no inciso XVII do art. 3º. Parágrafo único. O disposto no caput dispensa a necessidade de autorização prévia, respeitando as Resoluções CONSU nº 08 e 13, de 1998, ou os normativos que vierem a substituí-las. Pág 35 [32] Estamos presumindo que o seu plano de saúde que você contratou tenha como área geográfica de abrangência o Município em que você reside e pelo menos alguns dos municípios limítrofes ao seu, situação mais comum de ocorrer. Esta informação da área geográfica de abrangência deve ser conferida no seu contrato firmado com a Operadora. Pág 36 [33] ANS. Resolução Normativa 566 de 29 de dezembro de 2022. Art. 9º A garantia de transporte prevista nos arts. 4º, 5º e 6º estende-se ao acompanhante nos casos de beneficiários menores de 18 (dezoito) anos, maiores de 60 (sessenta) anos, pessoas portadoras de deficiência e pessoas com necessidades especiais, estas mediante declaração médica. Parágrafo único. A garantia de transporte prevista no caput se aplica aos casos em que seja obrigatória a cobertura de despesas do acompanhante, conforme disposto no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS. Pág 36 [34] Psicomotricista e psicopedagogos são psicólogos especialistas que obtiveram tal Índice 111título mediante a conclusão de Curso de Pós-Graduação e atuação na área e o devido registro junto ao Conselho Regional de Psicologia. As condições para concessão e registro do título de especialista estão previstas na Resolução CFP-Conselho Federal de Psicologia, de 3 de outubro de 2022. Pág 37 [35] Psicomotricista também pode ser um profissional que fez um curso superior de graduação em Psicomotricidade. Trata-se também de uma profissão que foi regulamentada por lei. Lei Federal 13.794 de 3 de janeiro de 2019. Pág 37 [36] Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal 8.069/90. Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Pág 43 [37] Carta de Direitos e Deveres dos Usuários de Saúde. Portaria MS/GM N. 1.820, de 13 de Agosto de 2009. Art. 6º Toda pessoa tem responsabilidade para que seu tratamento e recuperação sejam adequados e sem interrupção.(...) Pág 44 [38] Carta de Direitos e Deveres dos Usuários de Saúde. Portaria MS/GM N. 1.820, de 13 de Agosto de 2009. Art. 6º Toda pessoa tem responsabilidade para que seu tratamento e recuperação sejam adequados e sem interrupção. Parágrafo único. Para que seja cumprido o disposto no caput deste artigo, as pessoas deverão: I – prestar informações apropriadas nos atendimentos, nas consultas e nas internações sobre: a) queixas; b) enfermidades e hospitalizações anteriores; c) história de uso de medicamentos, drogas, reações alérgicas; d) demais informações sobre seu estado de saúde. II – expressar se compreendeu as informações e orientações recebidas e, caso ainda tenha dúvidas, solicitar esclarecimento sobre elas; III – seguir o plano de tratamento proposto pelo profissional ou pela equipe de saúde responsável pelo seu cuidado, que deve ser compreendido e aceito pela pessoa que também é responsável pelo seu tratamento; IV – informar ao profissional de saúde ou à equipe responsável sobre qualquer fato que ocorra em relação a sua condição de saúde; (...) Pág 45 [39] Ministério da Saúde. PORTARIA MS/GM Nº 3.088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental (...) Pág 45 [40] Ministério da Saúde. PORTARIA MS/GM N°1.526, DE 11 DE OUTURO DE 2023. Altera as Postarias de Consolidação (...) para dispor sobre a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Pessoa com Deficiência(PNAISPD) e Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência(RCPD) no âmbito do Sistema Único de Saúde(SUS). Pág 45 [41] LEI FEDERAL Nº 9.961 DE 28 DE JANEIRO DE 2000. Cria a Agência Nacional de Saúde Suplementar e dá outras providências. Pág 50 [42] LEI FEDERAL Nº 9.961 DE 28 DE JANEIRO DE 2000. Art. 4º. Compete à ANS: (...) XXIII - fiscalizar as atividades das operadoras de planos privados de assistência à saúde e zelar pelo cumprimento das normas atinentes ao seu funcionamento; XXIV - exercer Índice 112 o controle e a avaliação dos aspectos concernentes à garantia de acesso, manutenção e qualidade dos serviços prestados, direta ou indiretamente, pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde; XXV - avaliar a capacidade técnico-operacional das operadoras de planos privados de assistência à saúde para garantir a compatibilidade da cobertura oferecida com os recursos disponíveis na área geográfica de abrangência; XXVI - fiscalizar a atuação das operadoras e prestadores de serviços de saúde com relação à abrangência das coberturas de patologias e procedimentos; (...)XXVII - fiscalizar aspectos concernentes às coberturas e o cumprimento da legislação referente aos aspectos sanitários e epidemiológicos, relativos à prestação de serviços médicos e hospitalares no âmbito da saúde suplementar; (...) XXIX - fiscalizar o cumprimento das disposições da Lei no 9.656, de 1998, e de sua regulamentação; XXX - aplicar as penalidades pelo descumprimento da Lei no 9.656, de 1998, e de sua regulamentação; XXXI - requisitar o fornecimento de informações às operadoras de planos privados de assistência à saúde, bem como da rede prestadora de serviços a elas credenciadas;(...) XXXVI - articular-se com os órgãos de defesa do consumidor visando a eficácia da proteção e defesa do consumidor de serviços privados de assistência à saúde, observado o disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990; XXXVII - zelar pela qualidade dos serviços de assistência à saúde no âmbito da assistência à saúde suplementar;(...) Pág 50 [43] LEI FEDERAL Nº 9.656, DE 3 DE JUNHO DE 1998. Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde. Pág 50 [44] DECRETO Nº 11.034, DE 5 DE ABRIL DE 2022. Regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 - Código de Defesa do Consumidor, para estabelecer diretrizes e normas sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor. Pág 50 [45] Art. 3º O acesso ao SAC será gratuito e o atendimento das demandas não acarretará ônus para o consumidor. Art. 4º O acesso ao SAC estará disponível, ininterruptamente, durante vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. § 1º O acesso de que trata o caput será garantido por meio de, no mínimo, um dos canais de atendimento integrados, cujo funcionamento será amplamente divulgado. (...)§ 4º O acesso inicial ao atendente não será condicionado ao fornecimento prévio de dados pelo consumidor. Art. 7º As opções de acesso ao SAC constarão de maneira clara: I - em todos os documentos e materiais impressos entregues ao consumidor na contratação do serviço e durante o seu fornecimento; e II - nos canais eletrônicos do fornecedor. Pág 51 [46] Dec. 11.034/2022. Art. 6º É obrigatória a acessibilidade em canais do SAC mantidos pelos fornecedores de que trata este Decreto, para uso da pessoa com deficiência, garantido o acesso pleno para atendimento de suas demandas. Parágrafo único. Ato da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública disporá sobre a acessibilidade de canais de SAC, consideradas as especificidades das deficiências. Pág 51 [47] Dec. 11.034/2022. Art. 10. É vedado solicitar a repetição de demanda do consumidor após o seu registro no primeiro atendimento. Pág 51 [48] Dec. 11.034/2022. Art. 13. As demandas do consumidor serão respondidas no prazo de sete dias corridos, contado da data de seu registro. Pág 51 Índice 113 [49] Dec. 11.034/2022. Art. 3º (...)§ 2º O acesso ao SAC prestado por atendimento telefônico será obrigatório, nos termos do disposto no art. 5º. Pág 52 [50] Dec. 11.034/2022.Art. 4º (...) § 5º É vedada a veiculação de mensagens publicitárias durante o tempo de espera para o atendimento, exceto se houver consentimento prévio do consumidor. § 6º Sem prejuízo do disposto no § 5º, é admitida a veiculação de mensagens de caráter informativo durante o tempo de espera, desde que tratem dos direitos e deveres dos consumidores ou dos outros canais de atendimento disponíveis. Pág 52 [51] Dec. 11.034/2022. Art. 5º Os órgãos ou às entidades reguladoras competentes observarão as seguintes condições mínimas para o atendimento telefônico do consumidor: I - horário de atendimento não inferior a oito horas diárias, com disponibilização de atendimento por humano; Pág 52 [52] Dec 11.034/2022. Art. 12. (...) § 3º Quando se tratar de chamada telefônica, a manutenção da gravação da chamada efetuada para o SAC é obrigatória, pelo prazo mínimo de noventa dias, contado da data do atendimento. § 4º Durante o prazo de que trata o § 3º, o consumidor poderá requerer acesso ao conteúdo da chamada efetuada. Pág 52 [53] Dec. 11.034/2022. Art. 5º Os órgãos ou às entidades reguladoras competentes observarão as seguintes condições mínimas para o atendimento telefônico do consumidor: I - horário de atendimento não inferior a oito horas diárias, com disponibilizaçãode atendimento por humano; II - opções mínimas constantes do primeiro menu, incluídas, obrigatoriamente, as opções de reclamação e de cancelamento de contratos e serviços; e III - tempo máximo de espera para: a) o contato direto com o atendente, quando essa opção for selecionada; e b) a transferência ao setor competente para atendimento definitivo da demanda, quando o primeiro atendente não tiver essa atribuição. Parágrafo único. Os órgãos ou as entidades reguladoras competentes poderão estabelecer, para o setor regulado, horário de atendimento telefônico por humano superior ao previsto no inciso I do caput. Pág 52 [54] RESOLUÇÃO NORMATIVA ANS - RN Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Dispõe sobre a instituição de unidade organizacional específica de ouvidoria pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde. Pág 52 [55]RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 1º As operadoras de planos privados de assistência à saúde devem instituir unidade organizacional de ouvidoria, com a atribuição de assegurar a estrita observância das normas legais e regulamentares relativas aos direitos do beneficiário. Pág 52 [56] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 1º (...) § 1º A ouvidoria tem por objetivo acolher as manifestações dos beneficiários, tais como elogios, sugestões, consultas e reclamações, de modo a tentar resolver conflitos que surjam no atendimento ao público, e subsidiar aperfeiçoamento dos processos de trabalho da operadora, buscando sanar eventuais deficiências ou falhas em seu funcionamento. Pág 52 [57] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 4º Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, constituem atribuições da Ouvidoria: I - receber, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal e adequado às manifestações dos beneficiários, em Índice 114 especial àquelas que não foram solucionadas pelo atendimento habitual realizado pelas unidades de atendimento, presenciais ou remotas da operadora; II - prestar os esclarecimentos necessários e dar ciência aos beneficiários sobre o andamento de suas demandas e das providências adotadas; III - informar aos beneficiários o prazo previsto para resposta à demanda apresentada, conforme previsto no inciso VI do artigo 3º;IV - fornecer resposta às demandas dos beneficiários, no prazo estabelecido;(...) Pág 52 [58] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 4º (..) § 2º O serviço prestado pela Ouvidoria aos beneficiários deve ser gratuito. Pág 52 [59] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 1º (...)§ 2º A Ouvidoria é unidade de segunda instância, podendo solicitar o número do protocolo da reclamação ou manifestação registrada anteriormente junto ao Serviço de Atendimento ao Cliente ou unidade organizacional equivalente da Operadora. § 3º A falta do número de protocolo da reclamação ou a falta do número de registro da manifestação junto ao Serviço de Atendimento ao Cliente, ou à unidade organizacional equivalente, não impedirá o acesso do beneficiário à Ouvidoria. Pág 53 [60] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 2º A fim de garantir efetividade da Ouvidoria, a operadora deve: I - dar ampla divulgação sobre a existência da unidade organizacional específica de Ouvidoria, bem como fornecer informações completas sobre sua finalidade, competência, atribuições, prazos para resposta às demandas apresentadas, forma de utilização e canais de acesso para registro e acompanhamento das demandas;(...) Parágrafo único. A divulgação de que trata o inciso I poderá ser feita por meio de materiais publicitários de caráter institucional, tais como, mala direta, folhetos, boletos de pagamento, livretos, anúncios impressos, endereço eletrônico na Internet, pôster e congêneres, dentre outros, utilizados para difundir os produtos e serviços da operadora. [61] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 2º A fim de garantir a efetividade da Ouvidoria, a operadora deve: (..) III - oferecer atendimento, no mínimo, em dias úteis, e em horário comercial. Pág 52 [62] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 3º A fim de garantir a efetividade da Ouvidoria, a operadora deve: (..) IV - instituição de canal ou de canais específicos para atendimento; V - instituição de protocolo específico para registro do atendimento realizado pela Ouvidoria; Pág 52 [63] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 3º § 1º Poderão ser utilizados como canal de acesso à Ouvidoria o atendimento via formulário eletrônico, e-mail corporativo, contato telefônico, com ou sem 0800, correspondência escrita e/ou atendimento presencial, dentre outros. Pág 52 [64] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 3º § 2º Não poderá ser admitido como canal único de acesso o atendimento telefônico não gratuito. Pág 52 [65] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 3º (...) VI - fixação de prazo máximo não superior a 7 (sete) dias úteis para resposta conclusiva às demandas dos beneficiários, sendo admitida a pactuação junto ao beneficiário de prazo maior, não superior a 30 (trinta) dias úteis, nos casos excepcionais ou de maior complexidade, devidamente justificados; Pág 52 [66] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 7º A Ouvidoria deverá manter sistema Índice 115 de controle atualizado das demandas recebidas, de forma que possam ser evidenciados o histórico de atendimentos e os dados de identificação dos clientes e beneficiários de produtos e serviços, com toda a documentação e as providências adotadas, resguardando sigilo das informações Pág 52 [67] RN ANS Nº 483, DE 29 DE MARÇO DE 2022. Dispõe sobre os procedimentos adotados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS para a estruturação e realização de suas ações fiscalizatórias. RN Nº 489, DE 29 DE MARÇO DE 2022 Dispõe sobre a aplicação de penalidades para as infrações à legislação dos planos privados de assistência à saúde. Pág 54 [68] https://www.gov.br/pt-br/servicos/receber-reclamacoes-sobre-possiveis-praticas- irregulares-de-operadoras-de-planos-privados-de-assistencia-a-saude-inclusive- administradoras-de-beneficios. [69] À época de nossa consulta em 22.03.2023: Belém/PA, Belo Horizonte/MG, Brasília/ DF, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Fortaleza/CE, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Ribeirão Preto/ SP, Rio de Janeiro/Rj, São Paulo/SP. Pág 54 [70] LEI FEDERAL 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000. Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica , e dá outras providências. Pág 54 [71] RESOLUÇÃO NORMATIVA ANS Nº 483, DE 29 DE MARÇO DE 2022. Art. 6º Todas as demandas que se enquadrem nas definições do parágrafo único do art. 5° recepcionadas pela ANS por quaisquer de seus canais de atendimento serão automaticamente registradas no procedimento da NIP.(...) §3º Para o registro da demanda de reclamação, deverá ser apresentado o número de protocolo gerado pela operadora em seus serviços de atendimento. §4º No caso de cobertura assistencial para procedimentos solicitados em caráter de urgência e emergência será dispensado o fornecimento do número de protocolo para registro da reclamação. §5º Caso o beneficiário ou seu interlocutor alegue que a operadora não forneceu o protocolo de atendimento ou não foi possível de qualquer forma obtê-lo, deve apresentar elementos mínimos, tais como: I- data e hora da ligação ou outra forma de comunicação com o respectivo canal de atendimento da operadora; II- data e local em que o beneficiário buscou atendimento presencial; ou III- data em que o prestador comunicou uma eventual negativa de cobertura. Pág 55 [72] RESOLUÇÃO NORMATIVA ANS Nº 483, DE 29 DE MARÇO DE 2022. Art. 10. Recebida a demanda de reclamação pela ANS, a operadora será notificada para que adote as medidas necessárias para a solução da demanda junto ao beneficiário nos seguintes prazos: I - até 5 (cinco) dias úteis na NIP assistencial; e II - até 10 (dez) dias úteis na NIP não assistencial. Pág 55 [73] RESOLUÇÃO NORMATIVA ANS Nº 483, DE 29 DE MARÇO DE 2022. Art. 11. A resposta da operadora deverá ser anexada no endereço eletrônico da ANS na Internet (www.gov.br/ans)em até 10 (dez) úteis da notificação, acompanhada de todos os documentos necessários para a análise da demanda, incluindo a comprovação de contato com o beneficiário ou seu interlocutor. § 1° A documentação anexada pela operadora deverá demonstrar de forma inequívoca: I - a solução da demanda, comprovando, no prazo previsto no caput, por qualquer meio hábil, que o beneficiário Índice 116 foi cientificado da resolução do conflito, no prazo de 5 (cinco) dias úteis na NIP assistencial e no prazo de 10 (dez) dias úteis na NIP não assistencial, informando qual meio de contato utilizado, a data e o seu respectivo teor; ou II - a não procedência da demanda. § 2° O não atendimento ao caput e ao § 1º deste artigo implicará na classificação da demanda como não resolvida na forma do inciso III do art. 14. Pág 55 [74] RESOLUÇÃO NORMATIVA ANS Nº 483, DE 29 DE MARÇO DE 2022. Art. 12. Findo o prazo previsto no art. 10, salvo nas hipóteses do art. 13, a demanda de reclamação será considerada resolvida, caso o beneficiário, dentro dos 10 (dez) dias subsequentes: I - informe que o conflito foi solucionado pela operadora; ou II - não efetue contato de retorno junto à ANS noticiando que sua demanda ainda carece de solução. § 1º A presunção de resolução de que trata o inciso II deste artigo não impede o beneficiário de, a qualquer tempo, retornar o contato com a ANS relatando que a demanda não foi solucionada, quando esta será reaberta e encaminhada para classificação. § 2º Ainda que o beneficiário não efetue o retorno conforme o caput ou o § 1º deste artigo, a ocorrência de qualquer das hipóteses previstas nos incisos II a VII do art. 13 importará na classificação da demanda. § 3º Quando do registro da demanda de reclamação, o beneficiário será informado da necessidade de retornar o contato com a ANS no prazo de 10 (dez) dias após o término do prazo para manifestação da operadora, devendo ser comunicado com clareza do teor do caput e do § 1º deste artigo. § 4º Finalizado o prazo para resposta da operadora, o beneficiário será novamente informado da necessidade de entrar em contato com a ANS no prazo que resta para completar aquele disposto no §3º, a fim de comunicar se sua demanda foi ou não solucionada, e que a sua omissão acarretará a presunção de resolução de que trata o inciso II deste artigo. Pág 55 [75] LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Pág 59 [76] O Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento de que ‘Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão’ (Súmula n. 608/STJ). A entidade de autogestão é uma associação sem fins lucrativos que opera plano de assistência à saúde para um público determinado de pessoas, como, por exemplo, profissionais de uma mesma categoria profissional. Elas não vendem planos de saúde, apenas oferecem adesão aos seus associados. Essas entidades de autogestão devem observar a lei dos planos de saúde (Lei 9.656/98) e outras leis, como é o caso do Código Civil. A reclamação de seus usuários-associados não serão recebidas no PROCON. Pág 60 [77] DECRETO FEDERAL N. 2181 de 20 de março de 1997. Art. 5º Qualquer entidade ou órgão da Administração Pública, federal, estadual e municipal, destinado à defesa dos interesses e direitos do consumidor, tem, no âmbito de suas respectivas competências, atribuição para apurar e punir infrações a este Decreto e à legislação das relações de consumo.(...) Art. 7º Compete aos demais órgãos públicos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais que passarem a integrar o SNDC fiscalizar as relações de consumo, no âmbito de sua competência, e autuar, na forma da legislação, os Índice 117 responsáveis por práticas que violem os direitos do consumidor. Pág 61 [78] DECRETO FEDERAL N. 2181 de 20 de março de 1997. Art. 34. O consumidor poderá apresentar a sua reclamação pessoalmente ou por meio de telegrama, carta, telex, fac- símile ou qualquer outro meio de comunicação, físico ou eletrônico, a qualquer órgão oficial de proteção e defesa do consumidor. Pág 61 [79] DECRETO FEDERAL N. 2.181 de 20 de março de 1997. Art. 12. São consideradas práticas infrativas: (...) Ill - recusar, sem motivo justificado, atendimento à demanda dos consumidores de serviços; Pág 61 [80] O DECRETO FEDERAL N. 2.181 de 20 de março de 1997 prevê as Averiguações Preliminares e o Processo Administrativo Sancionador. Pág 61 [81] DECRETO FEDERAL N. 2.181 de 20 de março de 1997. Art. 59. Os órgãos públicos de defesa do consumidor devem providenciar a divulgação periódica dos cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores. § 1º O cadastro referido no caput deste artigo será publicado, obrigatoriamente, no órgão de imprensa oficial local, devendo a entidade responsável dar-lhe a maior publicidade possível por meio dos órgãos de comunicação, inclusive eletrônica.§ 2º O cadastro será divulgado anualmente, podendo o órgão responsável fazê-lo em período menor, sempre que julgue necessário, e conterá informações objetivas, claras e verdadeiras sobre o objeto da reclamação, a identificação do fornecedor e o atendimento ou não da reclamação pelo fornecedor. § 3º Os cadastros deverão ser atualizados permanentemente, por meio das devidas anotações, não podendo conter informações negativas sobre fornecedores, referentes a período superior a cinco anos, contado da data da intimação da decisão definitiva. Art. 60. Os cadastros de reclamações fundamentadas contra fornecedores são considerados arquivos públicos, sendo informações e fontes a todos acessíveis, gratuitamente, vedada a utilização abusiva ou, por qualquer outro modo, estranha à defesa e orientação dos consumidores, ressalvada a hipótese de publicidade comparativa. Pág 61 [82] DECRETO FEDERAL N. 2.181 de 20 de março de 1997. Art. 18. A inobservância das normas contidas na Lei nº 8.078, de 1990, e das demais normas de defesa do consumidor constituirá prática infrativa e sujeitará o fornecedor às seguintes penalidades, que poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, inclusive de forma cautelar, antecedente ou incidente no processo administrativo, sem prejuízo das de natureza cível, penal e das definidas em normas específicas: I - multa; (...) VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviços; VII - suspensão temporária de atividade; (...) IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade; XI - intervenção administrativa; XII - imposição de contrapropaganda. (...) § 3º As penalidades previstas nos incisos III a XI deste artigo sujeitam-se à posterior confirmação pelo órgão normativo ou regulador da atividade, nos limites de sua competência. Pág 61 [83] Lei Federal 8.906 de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil(OAB) (...) Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por Índice 118 arbitramento judicial e aos de sucumbência. (...) § 3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final. Pág 62 [84] LEI 13.105 de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Art. 98(...)§ 6º Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento. Pág 62 [85] LEI 13.105 de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuaisna intolerância extrema quando forçados ao que não querem Nível 2 de suporte são as crianças que apresentam sintomas do espectro autista mais acentuados, o que resulta em mais prejuízos funcionais e requer mais suporte e apoio para aprenderem e realizarem suas atividades de vida diária, o que requer mais supervisão terapêutica e mais horas de estimulação precoce. Nível 3 de suporte são pessoas que, por apresentarem os sintomas de isolamento social e rigidez de comportamento mais acentuados, têm mais prejuízos no seu desenvolvimento, podem não ser verbais e apresentarem transtorno do desenvolvimento intelectual. Isso dificulta o aprendizado global, necessitando, assim, de estimulação intensa, o mais precoce possível, durante todo o seu desenvolvimento, para garantir que alcancem seu potencial máximo. Quais os sinais de alerta que a família pode perceber na criança? Cerca de 80% das crianças com TEA atrasam a fala (o que chamamos de verbal), mas existem crianças autistas que falam na idade correta e podem até falar mais certo que as crianças típicas da sua idade. O que toda criança do espectro autista manifesta são os déficits dos meios não verbais da comunicação social, por exemplo: Índice 11 l Não olhar ao serem chamadas pelo nome ou só olhar quando é um assunto do seu interesse, parecem desatentas, mas é uma desatenção social; l Olhar de maneira não usual, com o canto dos olhos ou rapidamente, sem sustentar o olhar. Algumas crianças autistas são mais receptivas e até olham ao serem chamadas, mas podem ter dificuldade em iniciar ou em manter o relacionamento, desistindo rápido e afastando-se dos seus pares, voltando para atividades solitárias; l Não apontar mostrando o que desejam. Quando a criança aponta ela precisa olhar para quem vai atendê-la, mostrando com o olhar o que deseja, o que chamamos de triangular o olhar com o parceiro social. As crianças autistas podem apontar de costas para o cuidador, irritando-se e chorando se não forem atendidas; l Uso de poucos gestos para transmitir o que desejam, como expressões faciais, mímicas, responder com gestos, dar tchau, olhar e responder com sim e não; l Fazer o outro de ferramenta, levando a mão do outro até o objeto que quer ou empurrando a pessoa até onde precisa de algo; l Demonstra mais interesse no brinquedo ou no objeto do que na pessoa que está repartindo esse momento com ela. No parquinho vão direto para os brinquedos, ignorando as outras crianças, às vezes até demonstrando contrariedade pela presença de outras crianças no local; l Não responder o que lhes é perguntado, ou responder outra coisa, sem nexo, parecendo não compreender, olham sem responder e sem procurar saber o que o outro queria; l As crianças com TEA podem apresentar ecolalias imediatas e diferidas, ou seja, repetir o que o outro falou para ela, pode ser a palavra que acabou de ouvir ou até frases inteiras de um desenho que assiste várias vezes; Índice 12 l As crianças podem referir-se a si mesmas na terceira pessoa, ou seja, não responder é minha, eu vou, mas sim essa camiseta é do Gabriel, o Gabriel vai passear etc.; l Podem apresentar fala parecida com gagueira, frases insistentes e perseverantes ou discurso pausado, entrecortado; l O brincar: As crianças do espectro autista apresentam diferenças em seu modo de brincar, que não é recíproco, não é uma troca de interesses. eles preferem brincar sozinhas, focadas nos seus interesses. Mesmo que estejam ao lado de seus coleguinhas, repartem pouco suas experiências com o outro, têm dificuldade de repartir os brinquedos, irritam-se e choram com facilidade, podem manifestar agressividade, bater, morder, empurrar o outro. As crianças com TEA também podem demonstrar um brincar obsessivo, enfileirando objetos, pareando-os lado a lado, separando por cor, tamanho ou dois a dois, elas podem segurar um objeto ou um brinquedo nas mãos por muito tempo, querer até tomar banho ou dormir com aquele brinquedo na mão. Podem brincar atirando brinquedos para frente ou para trás, ou levantá- los e soltá-los para vê-los cair diante dos olhos. Podem gostar de jogar objetos pela janela, atrás do sofá ou dentro da piscina. Gostam de enfiar os brinquedos nos braços do sofá, debaixo de almofadas, dentro de buracos ou frestas, produzem muito barulho e podem emitir vocalizações enquanto brincam. As crianças com TEA podem brincar de maneira agitada, empurrando as cadeiras e os móveis, entrando debaixo de mesas e dentro de móveis, dentro de caixas de brinquedos, subir na mesa ou nas bancadas. Os sintomas descritos acima são relacionados à comunicação social (aquele critério A, não verbal). O critério A é o eixo do espectro do autismo, mas, além desses sinais, todas as crianças autistas apresentam também padrões repetitivos, restritos e estereotipados, de comportamento, interesse ou atividade (critério B), que podem ser observados nos seguintes comportamentos: Índice 13 l Apresentam mesmice de comportamentos, gostam de repetir rituais, tendência a fazer as coisas do mesmo jeito, irritando-se quando impedidas de executar da maneira que querem; l Podem apresentar estereotipias motoras. As estereotipias motoras do espectro autista não precisam estar presentes em 100% dos casos, ou podem aparecer e desaparecer periodicamente. Elas podem ser movimentos repetitivos com as mãos, chamados flappings, ou dos dedos, braços ou troncos, tipo pêndulo. Podem ser tiques com a musculatura dos olhos, pender a cabeça para o lado, como torcicolo congênito, andar tipo marchando ou imitando um animal. Podem dar pulinhos, bater as mãos no peito ou na cabeça, correr com as mãos para trás, andar ou correr de um lado para o outro, ou em círculos, dar voltas em torno da casa, do carro, da mesa, ou de um objeto no centro. Também podem girar em torno do próprio eixo, brincar com a própria sombra, ter atração por espelhos, pular, bater palmas, abrir e/ ou fechar portas, ter atração por escadas, rampas ou interruptores de luz. l As estereotipias comportamentais do TEA são definidas como qualquer comportamento que se repete de forma rígida, como repetir circuitos ou rituais quando chega em um ambiente, resistência a mudanças, como seletividade alimentar, não aceitar trocar seus itens pessoais como a chupeta, o pratinho, os talheres ou o lugar de comer à mesa tendem a rejeitar a escola ou a casa por ocasião de mudança, demonstrar desagrado quando a família muda a rota da escola etc. l As crianças podem também apresentar interesses restritos e estereotipados, como hiper focos por qualquer tema, como chaves, desenhos, dinossauros, bandeiras, carros, máquina de lavar, ventiladores, eletrônicos, l Outra manifestação de estereotipias é o apego a determinados objetos sem função; entreter-se muito tempo com pedrinhas, folhas, papel, ou gravetos; fixar- se em partes de brinquedos e explorar os objetos de maneira não usual, como girar as rodinhas, abrir e fechar as portinhas, desmontar os brinquedos; olhar de outros ângulos para os objetos. As pessoas do espectro autista apresentam transtorno do processamento sensorial. Elas podem manifestar qualquer tipo de alteração sensorial para mais ou para menos a qualquer um dos sentidos que temos, ou seja, elas podem responder de maneira diferente aos estímulos auditivo, visual, olfativo, paladar, toque, movimento e lugar do corpo no espaço. Estas alterações sensoriais são muito diferentes de uma criança autista para outra. Algumas crianças podem buscar muito estímulo de determinado sentido e não suportar nenhum estímulo de outro sentido. Então não se pode comparar as alterações sensoriais Índice 14 de uma criança para outra, não é apenas aquela criança que não gosta de barulho alto que apresenta sinal de alerta para o espectro, mas também aquela que não gosta de barulhos específicos . Outras podem desencadear náuseas com alguns cheiros ou querer ficar cheirando os objetos e as pessoas. Alguns podem sentir atração por luzes oue os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. (...) § 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça. Pág 62 [86] RESOLUÇÃO DPE - GO CSDP (Conselho Superior de Defensoria Pública do Estado de Goiás) no 020, de 29 de junho de 2016. Pág 63 [87] Constituição Federal de 1988. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Pág 65 [88] Michaelis. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo, Melhoramentos, 1998. p. 1610. Pág 65 [89] MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional. São Paulo, Atlas, 2002, p.289. [90] Idem, ibidem. Pág 65 [91] Idem, ibidem. Pág 65 [92] Idem, ibidem. Pág 65 [93] CALDAS AULETE. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. 3ª. ed.. Rio de Janeiro, Delata, 1964, Vol. I, p. 763. Pág 66 [94] Lei 9.051, de 18 de maio de 1995. Dispões sobre a expedição de certidões para defesa de direitos e esclarecimentos de situações. Art. 1º As certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos órgãos da administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão ser expedidas no prazo improrrogável de quinze dias, contado do registro do pedido no órgão expedidor. Pág 66 [95] Lei 9.051, de 18 de maio de 1995. Art. 2º Nos requerimentos que objetivam a obtenção das certidões a que se refere esta lei, deverão os interessados fazer constar esclarecimentos relativos aos fins e razões do pedido. Pág 66 Índice 119 Realização: Ministério Público do Estado de Goiás Procuradoria-Geral de Justiça Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais Centro de Apoio Operacional Área de Políticas Públicas e Direitos Humanos Área da Infância e Juventude Área da Educação Área do Consumidor Área da Saúde 4ª Promotoria de Justiça de Aparecida de Goiânia Redação: Ana Marcia Guimarães Reuder Cavalcante Motta Letícia Amaral Projeto Gráfico / Diagramação: Assessoria de Comunicação Social Núcleo de Publicidade e Marketing Revisão: Assessoria de Comunicação Social Núcleo de Imprensa 2024apresentar intolerância a outros estímulos luminosos. Existem aquele que podem passar a língua nas superfícies ou experimentar toda comida que levam à boca, podem gostar de morder objetos duros e até apresentar síndrome de pica que é a ingestão de substâncias não comestíveis, como reboco de parede, sabonete, borracha, madeira, lápis. Outras crianças não tocam em frutas descascadas ou substâncias moles e pegajosas. Algumas crianças autistas não toleram que sejam erguidas do chão, demonstram pavor e choram muito, outras têm atração por balanços muito altos. Há crianças que gostam de deitar-se no chão e olhar objetos ou TV por esse ângulo. Todas estas diferenças são alterações sensoriais. Algumas crianças chegam a desfalecer por alguns instantes se os estímulos forem muito intensos, colocando-as em risco. Estas situações melhoram muito com o tratamento correto. Seletividade Alimentar no Espectro do Autismo O que é? Seletividade alimentar é um termo usado para descrever o padrão alimentar evitativo- restritivo que se inicia nos primeiros anos de vida de uma criança, resultando em nutrição inadequada devido à limitação da variedade e/ou do volume de alimentos consumidos. Quais os sinais? A seletividade alimentar, ou padrão alimentar evitativo- restritivo, pode comprometer o desenvolvimento físico e a saúde global da criança, pelo risco de levar à perda significativa de peso, à deficiência nutricional e até a problemas sociais, resultantes da dificuldade em comer. Esta dificuldade e/ou restrição/evitação a comer é devida a vários fatores. Crianças autistas podem apresentar respostas sensoriais exacerbadas a determinados cheiros, gosto ou consistência dos alimentos, esta resposta inadequada ao estímulo sensorial pode desencadear náuseas, vômitos, hábito de cuspir a comida ou até engasgos e sensação de asfixia. Outro componente que facilita a presença de transtorno alimentar na criança do espectro autista é a tendência que ela tem a repetir comportamento. Esta rigidez faz com que a criança queira repetir sempre os mesmos alimentos e resista fortemente a experimentar outros, incluindo a consistência, o modo de preparo, a cor, o aspecto, a marca etc. Pode acontecer de a criança passar por fases em que come apenas um alimento repetitivamente por vários dias e, em seguida, enjoe desse alimento, de forma cíclica. Índice 15 Existe um outro tipo de transtorno alimentar que também é comum na criança autista, que se chama pica, que consiste na mastigação e/ou ingestão de substâncias não comestíveis, como borrachas, plástico duro, ponta de lápis, giz, carvão, cinzas, argila, reboco de parede, talco, maquiagem, sabonete, fezes etc. Estes transtornos alimentares, que incluem a seletividade alimentar, são uma comorbidade comum no Transtorno do Espectro do Autismo. As pesquisas mostram uma taxa que chega a 89% de prevalência de algum transtorno alimentar entre crianças com TEA, o que pode comprometer gravemente a saúde delas, necessitando tratamento médico e interdisciplinar. Idade a partir da qual se faz o diagnóstico? Os transtornos alimentares no espectro do autismo começam nos primeiros anos de vida, normalmente antes dos seis anos de idade, e pode acontecer de a criança apresentar um padrão normal de alimentação até o dia em que o transtorno se manifeste. Quem faz o diagnóstico? Por se tratar de um transtorno do desenvolvimento, com o CID.11: 6B83 transtorno evitativo-restritivo da ingestão de alimentos, o diagnóstico de seletividade alimentar deve ser dado por um médico, preferencialmente um médico com experiência na área do desenvolvimento atípico, como o pediatra, o neuropediatra ou o psiquiatra infantil. Quem prescreve o tratamento? Recebendo o diagnóstico médico de Transtorno Alimentar evitativo-restritivo, o paciente receberá instrução e prescrição do médico sobre quais profissionais deverão estar envolvidos no tratamento, como o nutricionista, o terapeuta ocupacional e o psicólogo comportamental, todos especializados. Como ocorre o tratamento. Sessões semanais? Cozinha terapêutica (é uma necessidade?) O tratamento do Transtorno Alimentar pode variar de acordo com a severidade da manifestação dos sintomas. Há crianças que estarão desnutridas e poderão necessitar de internação e até, de forma extrema, sonda para se alimentar, outras crianças, a maioria, necessitará de tratamento ambulatorial, com intervenções terapêuticas específicas de acordo com as particularidades clínicas de cada criança, existem técnicas específicas paraaumentar a variedade alimentar, uma delas é o Condicionamento Operante (um estilo de intervenção baseado em recompensa) e dessensibilização sistemática (modelagem e exposições hierárquicas), o que nos diz que estas técnicas exigem o profissional especializado e o ambiente adequado, com instrumentos mínimos para que a terapia seja correta e eficaz, havendo necessidade de cozinhas terapêuticas e profissionais capacitados. Índice 16 Chances de cura (se houver tal dado) Assim como em todo transtorno comportamental corretamente tratado, há chances de cura e/ou, no mínimo, amenização dos prejuízos físicos, emocionais e sociais que o transtorno alimentar pode causar, sendo imprescindível que as crianças diagnosticadas com TEA comórbido com transtornos alimentares recebam tratamento médico e interdisciplinar, tanto clínico como medicamentoso, se for o caso. O que é neuroplasticidade cerebral e por que não podemos esperar? O cérebro é composto por células chamadas neurônios, estas células se multiplicam e se conectam umas às outras por meio de sinapses, transmitindo informações e formando vias de aprendizado altamente competentes no desenvolvimento das crianças, que vão aprendendo a andar, falar, se socializar, se adaptar e resolver problemas, superficialmente falando. As pesquisas mostram que existe um período em que o cérebro apresenta esta atividade de formar vias de aprendizado de forma mais intensa e mais responsiva aos fatores ambientais. Passado este período, o aprendizado será muito mais lento e limitado. Este fenômeno se chama neuroplasticidade cerebral e este período se chama janela de oportunidade ou tempo ótimo. As terapias interdisciplinares (no caso do espectro do autismo na ciência ABA- Análise Aplicada do Comportamento) são os fatores ambientais que podem modificar o curso atípico em que o cérebro da criança autista está entrando, caso aplicadas nestes períodos de neuroplasticidade em que os neurônios e as conexões entre eles podem ser intensamente estimulados. O resultando é um aumento da quantidade e da qualidade dos neurônios e das ligações entre eles, que se expressa como aprendizado. Aquele comportamento que a criança autista não aprendeu de forma espontânea pode, então, ser ensinado pela ciência ABA e adquirido de maneira definitiva. Por esse motivo, o tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível, assim que se identificarem os sinais de alerta. Não podemos esperar para ter certeza, pois o tempo tornará o aprendizado cerebral cada vez menor e mais lento, perdendo a oportunidade de que o tratamento possibilite que estas pessoas se desenvolvam dentro do seu potencial máximo, além de diminuir as chances de aparecerem comorbidades como ansiedade, depressão e disfuncionalidades na idade adulta. Índice 17 Como é feito o diagnóstico? Os sintomas do TEA (os critérios A e B descritos acima) deverão estar presentes nos primeiros anos de vida, antes dos três anos, mas é frequente que o diagnóstico seja feito após este período, porque os sintomas passaram despercebidos ou negligenciados. Muitas vezes, as boas capacidades intelectuais da criança camuflam suas inabilidades sociais, mas não há garantia de que, mais tarde, estas crianças mais leves não desenvolvem muitos problemas graves. Portanto, todas as crianças com prejuízos funcionais e atrasos no seu desenvolvimento que preencherem os critérios clínicos para o TEA, sejam leves ou não, devemreceber o diagnóstico e serem encaminhadas para o tratamento correto. Somente assim poderemos garantir seu desenvolvimento máximo e com o mínimo de comorbidades possível, ou seja, sem sofrimentos maiores e riscos desnecessários. As famílias precisam acompanhar o desenvolvimento de seus filhos, não atrasar a busca por um especialista quando perceberem algum sinal de alerta e os profissionais precisam ouvir estas queixas das famílias, valorizando os sintomas encontrados na avaliação clínica, para que esta criança tenha o direito de receber assistência correta e eficaz. O diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo é clínico, feito pelo médico, geralmente não há necessidade de nenhum exame complementar, seja de sangue ou tomografias, ressonâncias e eletroencefalograma. Estes exames podem ser necessários em casos específicos e não são pedidos para que se confirme o diagnóstico de TEA. O médico é capaz e está autorizado a dar o diagnóstico de autismo para uma criança ou adolescente que apresente, clinicamente e na história do seu desenvolvimento, déficits significativos e persistentes na comunicação social e nas interações sociais (critério A). Também devem ser observados padrões rígidos, restritos e repetitivos de comportamento, interesse e atividade (critério B), como vimos anteriormente. Não há idade mínima para que este diagnóstico seja dado a uma criança que apresente os sintomas evidentes, embora, muitas vezes, a criança seja muito pequena para que os déficits da interação social sejam percebidos. Mas se há prejuízos no seu desenvolvimento e eles preenchem os critérios do espectro autista, a criança tem direito a receber o diagnóstico para que seja encaminhada para a estimulação precoce correta, caso contrário ela perderá o tempo ótimo, que são janelas de oportunidade, para o tratamento, devido à neuroplasticidade cerebral dos anos precoces do desenvolvimento neurológico (vide item seguinte). O direito nos ensina que o diagnóstico deve ser precoce, ou seja, a criança que apresenta os sintomas do espectro autista, ainda que não definitivo, ou seja, mesmo que os prejuízos desapareçam após o tratamento por estimulação precoce. Esta é a grande responsabilidade de profissionais que trabalham com crianças. Não podemos ser negligentes para que elas não percam o direito que têm ao seu desenvolvimento pleno. Índice 18 Autor: Maria Eduarda de Souza Guedes Ter habilidades verbais e, principalmente, não verbais para transmitir suas intenções Ter flexibilidade de brincar de várias formas e de vários assuntos, trocando informações com o outro Ter intenção social pelo outro, vontade de transmitir e receber as intenções Qual o primeiro passo após o diagnóstico médico? O espectro autista tem tratamento e, como vimos, ele será tão mais eficaz quanto antes começar. Portanto, a família e o médico devem garantir que a criança ou o adolescente tenha acesso a esse direito, para seu desenvolvimento pleno. Todas as crianças precisam ter três comportamentos básicos para a comunicação social recíproca, se um deles estiver prejudicado ou restrito, é necessário que esta criança seja avaliada por um especialista: Índice 19 l É um tratamento baseado na ciência Análise do Comportamento Aplicada (ABA) l Deve ser PRECOCE, ou seja, assim que se observarem sinais e sintomas do espectro autista, preferencialmente antes dos 3 anos de idade, (Green, 1996; Landa, 2007). l INTENSIVO, ou seja, de 10 a 40 horas semanais. Mesmo autista de nível 1 de suporte necessita no mínimo de 10 horas de estimulação precoce semanalmente, não ultrapassando 40 horas, sendo que a escola conta como 20 horas de estimulação precoce. Importante que a criança seja matriculada na rede de ensino regular inclusivo. Crianças muito pequenas ou que não possuam pré-requisitos mínimos para frequentar a escola poderão necessitar de 40 horas semanais de estimulação precoce no modelo estruturado. Neste caso, o médico deverá explicar no relatório os motivos da recomendação para que a criança adie o ingresso na escola e a necessidade da carga horária máxima para construção de habilidades básicas, que estão atrasadas. l DURADOURO, ou seja, esta criança ou este adolescente deverá permanecer em tratamento por terapias enquanto durar o seu desenvolvimento ou enquanto apresentar prejuízos funcionais (Lovaas, 1987; Sallows & Graupner, 2005). l ESTRUTURADO E INDIVIDUALIZADO, ou seja, o paciente deverá, obrigatoriamente, ser submetido a avaliações quantitativas (com o profissional especialista em ABA) no início do tratamento, para que, a partir do resultado destas avaliações funcionais, seja construído o plano terapêutico individualizado, personalizado. Ele consiste em uma pasta terapêutica que contém os programas de tratamento da criança (vide próximo tópico). Existe um protocolo internacional de tratamento por estimulação precoce, praticado mundialmente, comprovado cientificamente, com resultados positivos no transtorno do espectro autista. Este protocolo contém algumas diretrizes que deverão ser seguidas pelo médico da confiança da família, seja o neuropediatra, psiquiatra infantil ou o pediatra qualificado em desenvolvimento atípico. A seguir, um resumo das diretrizes a serem seguidas para o tratamento eficaz baseado em evidências: Índice 20 Autor: Gustavo Francinete Mendes Para garantir que a criança receba realmente este tratamento correto, o médico deverá fornecer um relatório médico completo. O especialista é que vai fechar o diagnóstico de sua criança e emitirá um laudo, documento em que ele vai atestar, se for o caso, o autismo de sua criança. É importante que o laudo médico que confirme o diagnóstico de autismo contenha, pelo menos: a) o nome completo da criança; b) os sintomas clínicos que enquadram o diagnóstico; c) o CID – Código Internacional da Doença. Exemplo: CID.10: F84.0; CID F84.1; CID F84.3; F84.5; ou CID F84.9; ou CID.11: 6A02 d) a indicação da prescrição terapêutica, consistente na indicação do método e técnica que o médico entende que seja a mais adequada ao tratamento de sua criança; Exemplo: ABA, Denver, Teacch, Pecs, Integração Sensorial de Jean Ayres; e) os nomes das outras especialidades que o médico entende que devam começar o tratamento do autismo de sua criança. Essas outras pessoas com as qualificações profissionais indicadas pelo médico e ele próprio formam a equipe multidisciplinar que tratará de sua criança. Geralmente, a equipe multiprofissional definida no laudo diagnóstico, que irá trabalhar no tratamento do autismo de sua criança será composta por, no mínimo, este trio: psicólogo(a), terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo(a). Mas pode ser também que junto com estes, conste no laudo ainda a indicação de psicomotricista, psicopedagogo(a)[1], nutricionista ou Índice 21 Estamos chamando aqui de laudo completo para o TEA aquele que contém os itens de “a” a “e” da lista acima. Nem sempre há medicação prescrita no laudo para TEA, visto que a medicação é usada quando há um sintoma alvo. Isso será discutido em consulta médica. Eventualmente, pode ocorrer que o médico opte por fazer o diagnóstico não na primeira consulta com ele, mas após algumas sessões com alguns dos profissionais que indicar. Neste caso, após submeter a criança a algumas sessões com estes outros profissionais, uma nova consulta-retorno com este profissional será marcada para que o laudo definitivo e completo seja feito e entregue à mãe, pai ou responsável. Se houver uma demora injustificada para que o médico lhe dê o laudo completo, peça a ele explicações. Se você não estiver convencida das justificativas da demora, ao final desta cartilha você receberá orientações sobre como agir neste caso. Caso o laudo esteja incompleto – também conhecido como “laudo genérico” - , isto é, sem a indicação do método e técnica ou sem a indicação dos profissionais que deverão fazer o tratamento com a indicação do número de horas semanais,é importante que você mãe, pai ou responsável fale com o médico desta necessidade e peça a ele que complete o laudo para contemplar os itens de “a” a “e”. Com o relatório completo fornecido pelo médico em mãos (este laudo deverá conter todos os itens da sessão acima: o CID do TEA, os profissionais necessários, às abordagens essenciais para aquela criança e o número de horas nesse momento) a família deverá percorrer o seguinte passo a passo: outros, a depender das necessidades individuais do paciente. Como as crianças com TEA têm muitas características diferentes umas das outras, não se assuste se a equipe multiprofissional definida pelo médico abranja qualquer combinação de profissionais dentre os citados: [ psicólogo(a) e terapeuta ocupacional ] ou [ fonoaudiólogo(a), terapeuta ocupacional e nutricionista ] ou [ psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo(a) e psicopedagogo(a), etc.. f) o número de horas semanais que sua criança deve passar em tratamento com cada um dos profissionais que ele indicou acima. g) Medicação, quando for o caso. Índice 22 Enviar o relatório médico com CID e plano de tratamento para a operadora de saúde Receber da operadora a indicação de clínicas e profissionais que cumpram o pedido no relatório médico Conferir se os profissionais indicados pela operadora são especialistas nas abordagens pedidas pelo médico Garantir que os profissionais disponíveis tenham o número de horas necessárias ao tratamento da criança Como é feito o tratamento correto para o espectro do autismo? Cabe agora à família e ao médico, juntos, garantir que a criança diagnosticada com Transtorno do Espectro do Autismo e encaminhada para o tratamento por estimulação precoce com equipe interdisciplinar pela ciência ABA receba realmente o tratamento correto. Somente isso garantirá a mudança do curso do desenvolvimento atípico da criança. Para que as famílias acompanhem o tratamento de seus filhos e exijam da equipe multiprofissional que o tratamento correto seja aplicado na criança, vamos entender como funciona o tratamento e qual o envolvimento a família precisa ter. Primeiramente, plano de tratamento por estimulação precoce para o espectro do autismo necessita, no mínimo, de três especialidades, sendo a psicologia aplicada na ciência ABA, Denver ou Teacch a fonoaudiologia, especializados em Pecs e/ou Prompt e a terapia ocupacional no método de integração sensorial de Jean Ayres. Eventualmente a criança pode necessitar de fisioterapia, psicomoricidade, psicopedagogia, musicoterapia, ou outra especialidade, dependendo das necessidades individuais de cada um, o que deverá ser justificado no pedido médico do plano terapêutico. Índice 23 Ofertas de tratamentos com estimulação precoce que não seguem este modelo interdisciplinar são vistos e praticados no Brasil, mas ainda não possuem evidência clínica de que contemplam todas as necessidades do autismo, mostrando-se inferiores ao modelo interdisciplinar de equipe composta por ao menos psicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional especializados em ABA. O que é a terapia ABA? ABA é abreviatura de Applied Behavior Analysis (Análise Aplicada do Comportamento), que é uma abordagem terapêutica reconhecida e recomendada por organizações e instituições como a Association for the Science of Autism Treatment of the United States, o National Autism Center, Association of Professional Behavior Analysts (CA) (Sella & Ribeiro, 2018) e Behavior Analyst Certification Board (Conselho de Certificação em Análise do Comportamento – BACB), além da Comissão Nacional de Incorporação da Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) do Ministério da Saúde (MS) que aprovou o protocolo clínico baseado no ABA para tratamento do TEA. A Resolução Normativa 469/2021 da ANS amplia o tratamento, assegurando que sejam autorizadas as abordagens prescritas pelo médico assistente em todo o território nacional. A ciência ABA é um plano de intervenção individualizado, com objetivos específicos que são trabalhados repetitivamente até que a criança atinja o comportamento desejável para sua idade, tornando-se mais funcional. Assim, o que a criança deveria estar apresentando para sua idade e não está por ser autista, ela pode aprender de maneira repetitiva, até que se torne um comportamento aprendido, aproximando-se ao máximo de seus pares. Para que esse plano de intervenção individualizado, que é o tratamento propriamente dito do autismo, seja construído é necessário que se conheçam os déficits daquela criança, naquele momento. É imprescindível que a criança, antes de se iniciar o tratamento, seja avaliada do ponto de vista quantitativo, que é saber a porcentagem de déficits e em quais áreas do desenvolvimento desta criança estão os déficits, para que o tratamento seja aplicado. Como saber se meu filho fez estas avaliações e se o tratamento certo está sendo aplicado? Após o primeiro passo a passo que vai inserir a criança na clínica especializada nas abordagens ABA, os profissionais deverão compartilhar com as famílias algumas informações e procedimentos. Se cada criança do espectro autista é diferente uma da outra, exatamente porque os prejuízos funcionais são diferentes entre elas e diferentes até mesmo se comparados com a própria criança em momentos diferentes do seu desenvolvimento, então os profissionais Índice 24 Além desta avaliação inicial, a criança precisa ser reavaliada, da mesma maneira, periodicamente, pois seus objetivos terapêuticos mudam e as terapias não podem ser sem metas, apenas um passatempo. Precisamos sempre saber o que estamos fazendo e com qual objetivo terapêutico, comparando a criança com ela mesma para que possamos ver sua evolução. Portanto, se seu filho não for avaliado inicialmente, se as informações a respeito dos prejuízos a serem trabalhadas não forem compartilhadas com a família e toda a equipe terapêutica e se a criança não for vista e reavaliada periodicamente pela supervisora ABA, o tratamento não estará correto. As famílias podem seguir um segundo passo a passo após ingressar na clínica: precisam ter informações específicas sobre estes prejuízos naquele momento, para que se inicie o tratamento. Para isso, é necessário que sejam aplicadas avaliações quantitativas, escalas e/ou checklist, e os resultados destas avaliações devem, necessariamente, ser compartilhados com a família e com toda a equipe de profissionais, pois é baseado nestas informações que é construído todo o plano terapêutico, com objetos claros e metas a serem cumpridas. Inicialmente o(a) psicólogo(a) supervisor analista comportamental ABA deverá acolher esta criança e aplicar um protocolo de avaliação quantitativa ou escala de habilidades sociais (para os maiores) O(a) psicólogo(a) supervisor analista comportamental ABA deverá mostrar o resultado desta avaliação para os pais e explicar os gráficos de prejuízos funcionais que foram encontrados A família deverá levar estas avaliações sempre que comparecerem às consultas médicas Através dos resultados obtidos desta avaliação, o(a) psicólogo(a) supervisor analista comportamental deverá elaborar os programas de estimulação precoce que serão aplicados Índice 25 Somente o(a) psicólogo(a) supervisor analista comportamental ABA está habilitado(a) e autorizado(a) a elaborar estes programas, por esse motivo a supervisora deverá, obrigatoriamente, estar presencialmente com a criança, periodicamente, durante o tratamento Estes programas, que são o verdadeiro tratamento ABA da criança, deverão ser compartilhados com a família e aplicados em todos os ambientes da criança também, em casa, no lazer, na escola, etc, para que o comportamento aprendido seja generalizado A equipe interdisciplinar precisa reunir-se periodicamente O(a) psicólogo(a) supervisor analista comportamental ABA deverá visitar a escola periodicamente Se a criança necessitar de um auxiliar terapêutico na escola, estedeverá receber supervisão periódica da terapeuta ABA, obrigatoriamente. A criança precisa ser submetida a avaliações quantitativas periodicamente, além de encontros com o(a) psicólogo(a) supervisor analista comportamental ABA , para inserção avulsa de novos programas Explicando esse passo a passo A Avaliação Quantitativa consiste em testes objetivos, aplicados somente pelo(a) terapeuta psicólogo(a) que já concluiu sua formação de especialista em ABA. Importante que seja um psicólogo que já seja um especialista em ABA, chamado de psicólogo analista comportamental (ABA) que fará a supervisão do tratamento em ABA. Esta avaliação irá mostrar, em porcentagens, quais os atrasos funcionais daquela criança, naquele momento, para que, desse resultado, o psicólogo(a) supervisor(a) analista comportamental ABA Índice 26 construa as metas de comportamento a serem aplicadas na criança, para que ela aprenda o comportamento que já deveria apresentar para sua idade e ainda está ausente ou restrito, seja este comportamento motor, social ou na linguagem. Se o tratamento é tirado das avaliações, ele não estará correto se a criança não for submetida a avaliações quantitativas periodicamente, pois os prejuízos são específicos da criança e daquele momento. Este cenário muda com a idade e as intervenções, necessitando de reajustes constantes na pasta terapêutica, o que só pode ser feito pela psicólogo(a) supervisor(a) ABA e será aplicado pelos auxiliares terapêuticos. Estes auxiliares aplicadores dos programas elaborados pelo supervisor, não necessitam ter terminado a especialização em ABA. Crianças maiores, com nível intelectual superior, e adolescentes podem não seguir este modelo de Avaliações Quantitativas e aplicação de programas. Estes serão avaliados por escalas de habilidades sociais e a intervenção feita de maneira menos estruturada, mas igualmente compartilhada com a família e a escola, submetidos a reavaliações periódicas. Existem outras abordagens que seguem o mesmo modelo de intervenção dirigida a comportamentos disfuncionais, como o ABA, que também mostram resultados positivos, como o DENVER, Modelo Denver de Intervenção Precoce, baseado na Análise Aplicada do Comportamento-ABA, o TEACCH (Tratamento e educação de crianças autistas em desvantagem na comunicação) e o PECS (sistema de comunicação por trocas de figuras). Todas estas abordagens com evidências no tratamento do espectro autistas deverão ser usadas por vários profissionais, para que se alcance um resultado bom e generalizado na vida da criança. Como avaliar se o meu filho está progredindo nas terapias? Esta é uma pergunta frequente por se tratar de uma preocupação constante para as famílias de crianças com atrasos no desenvolvimento. Como vimos, o tratamento é estruturado, ou seja, sabemos exatamente quais são os prejuízos daquela criança naquele momento e como devemos intervir para que ele atinja seu potencial máximo, elaborando o plano terapêutico e treinando o comportamento para minimizar os déficits funcionais. Já conversamos que as crianças deverão ser continuamente acompanhadas pelos profissionais especialistas nas abordagens que mostram eficácia no tratamento do TEA, como o ABA, e serem submetidas a avaliações quantitativas ou escalas de habilidades sociais. Assim, poderemos observar, objetivamente, a evolução da criança comparando-a com ela mesma, antes, durante e depois do tratamento. Dessa forma saberemos se o tratamento está certo ou se ainda há barreiras comportamentais a serem extintas, para que a criança progrida no seu desenvolvimento. Os terapeutas, especialmente o psicólogo(a) supervisor(a), deverão apresentar estes resultados periodicamente às famílias. Não há uma data definida, mas estima-se que seja de 3 a 6 meses, no mínimo. Índice 27 Existe tratamento alternativo para o autismo? Quando devo usar medicação? Há mais de 80 anos, desde a descrição do médico Kanner e o médico Hans Asperger em 1943, a comunidade científica do mundo inteiro se debruça em pesquisas para descobrir a causa e o tratamento para o espectro autista. Nada foi achado como eficaz para o tratamento do TEA que não seja a estimulação precoce. Sempre que um profissional oferecer tratamento com a promessa de que ele vai curar o autismo do seu filho com métodos alternativos, que não têm evidência nenhuma científica e, muitas vezes, até arriscados para a saúde da criança (como altas doses de vitaminas D, A, E, zinco, dieta isenta de glúten, restrição de leite e derivados, ozonioterapia, quelação, imunoterapia, tratamento do TEA como se fosse uma infecção causada por fungos ou vírus, ou qualquer outro tratamento que não tenha na base o comportamento aprendido por terapias) considere que você pode estar sendo vítima de um falso tratamento. O tratamento do espectro autista não é obtido por nenhuma medicação. Sempre que usamos fármacos no TEA estamos tratando um sintoma alvo, problemas comórbidos, como transtornos do sono, agitação motora, desatenção, auto e/ou heteroagressividade, estereotipias extremas, sintomas ansiosos e depressivos e até alergia alimentar, quando essa criança tem a alergia. Mas estes tratamentos não são para a cura do autismo, mas sim para erradicar os sintomas alvo das comorbidades que, porventura, existirem e prejudicarem o indivíduo. Esses tratamentos devem ser cuidadosamente e extensamente discutidos com o médico da sua confiança. Exemplos de documentos de saúde para paciente com TEA A. Diagnóstico completo elaborado pelo(a) médico(a) B. Plano Educacional Individualizado elaborado pelo(o) psicólogo analista de comportamento C. Plano de intervenção terapeuta ocupacional D. Plano de intervenção do fonoaudiólogo Estes exemplos foram preparados por profissionais habilitados de cada área para uma criança fícticia com TEA. São exibidos aqui para que você tenha noção do tipo de documento que poderá encontrar durante o tratamento de sua criança com TEA. Índice Parte II Direito à Saúde - Do direito ao diagnóstico completo e ao tratamento integral da criança com TEA* Autor: Rafael de Franco *Por Reuder Cavalcante Motta, especialista e mestre em direito, Promotor de Justiça em Goiás. 29 Introdução A criança com TEA é protegida legalmente no Brasil de forma especial por ser criança, por ser o autismo um transtorno mental e por ser ela também uma pessoa com deficiência 1 2 3 4. A Lei Berenice Piana de 20125, que criou a Política Nacional de proteção de direitos da pessoa com transtorno de espectro autista, é a mais específica sobre os direitos dos autista. Essa lei assegura o acesso a ações e serviços de saúde, incluindo: a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo; b) o atendimento multiprofissional6; c) a nutrição adequada e a terapia nutricional; d) os medicamentos; e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento. Todos os itens acima são direitos de seu filho que devem ser prestados pelo SUS - Sistema Único de Saúde a qualquer criança brasileira ou estrangeira que more no Brasil. Caso a família disponha de condição financeira para pagar um Plano de Saúde, a Operadora do Plano de Saúde, em regra, vai estar obrigada a lhe oferecer o tratamento, mas não os medicamentos. Caso a família possa contratar médicos particulares e outros profissionais, estes serão pagos para oferecer seus serviços para o tratamento. No caso do tratamento por meio de plano de saúde ou por médico e outros profissionais contratados de forma particular, o paciente/usuário é também um consumidor e está amparado pelas leis que compõem o direito do consumidor, em especial, a Lei Federal 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor e outras. No caso de usuário de plano de saúde ainda contará com o amparo da Lei Federal 9.656/98 – Lei dos Planos de Saúde – e de normas (sob a forma de Resoluções) expedidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS7. É importante destacar que a criança autista que esteja em fase de diagnósticoou tratamento, não importando se pelo SUS, plano de saúde ou médicos e outros profissionais de saúde, é um paciente/usuário de um serviço prestado por um sistema de saúde. E como paciente/usuário, ele tem direitos assegurados por resoluções do Conselho Federal de Medicina e de outros Conselhos, como é o caso do Código de Ética Profissional dos médicos, códigos de ética de outras profissões. Há ainda uma resolução do Ministério da Saúde que trata dos direitos e deveres dos usuários de saúde, com validade não restrita ao SUS. E algumas outras leis e até tratados internacionais. Índice 30 Ao longo da leitura desta cartilha vamos falar de direitos dos autista e, ao final, teremos uma seção de como agir em caso de descumprimento das leis que criam os direitos de sua criança autista. Do direito dos usuários dos serviços de saúde e do direito à informação O Ministério da Saúde é responsável pela Política Nacional de Saúde8. No Ministério da Saúde, no ano de 2009, foi aprovada uma Carta sobre os direitos e deveres dos usuários de saúde9. Seus 6 eixos principais são os seguintes10; 1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde. 2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema. 3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação. 4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos. 5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça da forma adequada. 6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para que os princípios anteriores sejam cumpridos. (Destaques nossos) É importante frisar que os direitos apresentados na Carta não se restringem ao serviço de saúde pública, mas a qualquer serviço de saúde prestado no Brasil, incluindo os serviços prestados pelos planos de saúde e serviços privados. Todos estes serviços são de relevância pública e são regulamentados e fiscalizados pelo Ministério da Saúde por seus vários órgãos e entidades11. Um dos direitos mais importantes de que deve saber o pai, mãe e/ou responsável pela criança autista é o seu direito à informação. A Carta de Direitos de Deveres dos usuários de saúde dispõe expressamente que devem ser asseguradas à pessoa informações sobre o seu estado de saúde, de maneira clara, objetiva, respeitosa e compreensível12. No caso de usuário de plano de saúde ou de usuário de serviço particular, a pessoa em tratamento é considerada também um consumidor e, neste caso, também o Código de Defesa do Consumidor reconhece o seu direito à informação13. No caso de usuário do SUS, o acesso à informação também é garantido pela Lei de Acesso à Informação14 e pela Lei dos Usuários dos Serviços Públicos15. Índice 31 É muito importante que o pai, mãe ou responsável da criança autista saiba que toda e qualquer informação de que precisar sobre o diagnóstico e o tratamento16 de seu(ua) filho(a) deve ser prestada pelos profissionais de saúde que atuam no tratamento dele(a). O Código de Ética Médica traz a obrigação para que o médico informe ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento17. Em caso de criança, a obrigação de tais informações devem ser dadas ao seu representante legal. Importante que você saiba também que todos os atendimentos realizados pelos profissionais de saúde são escritos pelo profissional para fins de registro em um documento chamado de Prontuário do Paciente (também chamado de Prontuário Médico). Nesse documento são registradas informações, sinais, imagens, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente a assistência que foi prestada a ele18. O prontuário contém os dados clínicos que são preenchidos a cada avaliação (atendimento). O prontuário é organizado por ordem cronológica, com data, hora (os novos atendimentos são registrados após os atendimentos anteriores), assinatura do profissional e número de registro do profissional no respectivo conselho profissionais. Exemplo: Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Psicologia, Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Conselho Profissional de Fonoaudiologia etc.. Todos os profissionais de saúde que vierem a compor a Equipe Multiprofissional que vai atuar no tratamento da criança autista tem os mesmos deveres éticos e de registro de informações do tratamento. Estes deveres destes profissionais estão prescritos nos Códigos de Ética e nas resoluções de seus Conselhos Profissionais. Por exemplo: Código de Ética Profissional do Psicólogo19, Código de Ética e Deontologia da Terapia Ocupacional20 e Código de Ética do Fonoaudiólogo21 etc.. Se você tiver interesse em obter uma cópia do prontuário de sua criança que está em tratamento (paciente/usuário), este é um direito seu22, como representante legal da criança. Você também pode permitir o acesso ao prontuário de seu filho mediante a assinatura de uma procuração23 a alguém de sua confiança ou alguma autoridade24. [1] Caso o acesso ao prontuário lhe seja negado ou sua entrega esteja sendo procrastinada, ao final deste guia apresentaremos instruções de como reclamar por ele. Índice 32 Quem é o profissional que faz o diagnóstico do Tea? Quem faz o diagnóstico de doenças no Brasil é um profissional de medicina. Em outros países é diferente, mas no Brasil, só o médico pode fazer o diagnóstico do seu filho e prescrever o tratamento dele. Isto está definido em uma lei federal, chamada Lei do Ato Médico. A Lei do Ato Médico diz que o diagnóstico da doença, a determinação dela, bem como a prescrição do tratamento são atos de competência privativa do médico25. Competência privativa significa que outro profissional não pode fazer no lugar do médico26. Não é prudente que você inicie o tratamento do TEA sem que este processo esteja liderado por um médico, que é o profissional que fará o diagnóstico com a prescrição do tratamento. Embora qualquer médico regular perante seu conselho possa legalmente fazer o diagnóstico do autismo, geralmente são os neurologistas, neuropediatras, pediatras, pediatras do desenvolvimento e comportamento, psiquiatras e psiquiatras infantis que geralmente o fazem. Nem sempre o médico se sente seguro em fazer o diagnóstico de autismo quando não são especialistas no estudo do TEA. Nestes casos, o que se espera deles é que indiquem o paciente/usuário a um outro médico com a necessária capacitação27. Ainda que pela Lei do Ato Médico, o diagnóstico e a prescrição de tratamento devam ser feitos pelo médico, a própria lei diz que ele deve atuar em mútua colaboração com os profissionais que compõem a equipe de saúde que assistirá o paciente28. Quanto mais integrado estiver o médico com a equipe multiprofissional que vai tratar sua criança autista, maiores as chances de um melhor resultado no tratamento. Como buscar o Diagnóstico do TEA no SUS Tenha consigo o cartão do Sistema Único de Saúde da sua criança, livro de vacinação, exames recentes sempre que buscar uma unidade de saúde do SUS. Se não tiver o cartão, procure saber onde pode obtê-lo. Todo cidadão deve ter o seu. A porta de entrada do SUS é a Unidade Básica de Saúde (UBS), antes chamada de Posto de Saúde da Família (PSF, ESF, Postinho). Uma vez que sua criança recebeu o primeiro atendimento médico ali, o médico(a) da UBS (geralmente um pediatra), a menos que ele(a) descarte totalmente que seu filho não tenha autismo; vai emitir um documento de encaminhamento (guia médico) para que sua criança seja atendida por um especialista em outra unidade de saúde dentro do SUS. O documento de encaminhamento(guia) vai ser assinado, carimbado e datado por ele. Confira isto. Índice 33 Com este documento de encaminhamento (guia), você será orientado(a) a ir a um outro local da Secretaria de Saúde do Município (geralmente chamado de Regulação do SUS) onde vão designar uma consulta médica especializadapara se fazer o diagnóstico de sua criança. Em algumas UBSs mais modernas, ali mesmo, você já conseguirá sair com as informações (data, hora, local, nome do médico) para a consulta especializada. Mas, caso não marquem a consulta no mesmo dia, algum servidor da Secretaria Municipal de Saúde irá telefonar para avisar da consulta em um outro dia. As secretarias de saúde costumam confirmar no dia antes da consulta, se você poderá comparecer. Muito importante é que você informe corretamente o número de seu telefone e, caso mude, avise na unidade (serviço) de saúde mais próxima de sua residência ou na Secretaria de Saúde de seu município o novo número de telefone. Senão você pode perder uma consulta marcada e ainda prejudicar outra criança que poderia ser atendida no horário que você não confirmou. A consulta será marcada com a indicação da data, da hora, nome do médico e do local da consulta. Pode até ser que não seja na sua cidade. Se por algum motivo você não tiver condições de transportar sua criança para a consulta, seja porque é em outra cidade, seja por alguma dificuldade especial, procure a Secretaria Municipal com antecedência para que o transporte lhe seja oferecido. Se o médico especialista que a Secretaria de Saúde marcar para seu filho atender em uma cidade distante mais de 50Km da sua, uma das possibilidades é que o município adote uma rotina no SUS chamada de “TFD – Tratamento Fora do domicílio29”. Por meio da rotina do TFD você receberá passagem e ajuda de custo para alimentação, caso retorne no mesmo dia, ou ainda, diárias para pernoite, se for o caso. Independente do meio oferecido, o importante é saber que sua criança precisa realizar a consulta com médico especialista. [2] A demora excessiva na marcação da consulta com o médico especialista por parte da Secretaria Municipal de Saúde que vai fazer o diagnóstico de seu filho é motivo de preocupação. Ao final deste guia você receberá orientações sobre como agir neste caso. Como buscar o Diagnóstico do TEA nos planos de saúde Alguns planos de saúde contam com uma rede de prestadores de serviços credenciados (clínicas, consultórios), outros com clínicas próprias, e há planos que contam com clínicas próprias e prestadores credenciados. Seja no caso de clínicas próprias do plano de saúde ou credenciadas a ele, busque referências sobre o médico(a) que possa fazer o diagnóstico de autismo e escolha, preferencialmente um(a) médico(a) com boas referências e experiência para o diagnóstico do autismo. Preferencialmente, um especialista com título reconhecido no Conselho Regional Índice 34 de Medicina. O(a) médico(a) especialista em diagnóstico de autismo geralmente é pediatra, e/ ou, médico(a) especialista em neuropediatria, neurologista, neurologista infantil, psiquiatria infantil ou psiquiatria). Para saber se o(a) médico(a) tem título de especialista, procure saber o nome completo dele e acesse a página da internet do Conselho Regional de Medicina (há um em cada estado brasileiro). Se não tiver nenhuma indicação, busque informações no serviço de atendimento ao cliente junto ao seu plano de saúde, pelos canais de comunicação que eles disponibilizam: telefone, e-mail e aplicativo. Caso não consiga marcar a consulta com o(s) médico(s) escolhido(s) por você por falta de vaga em sua agenda, faça o contato com o serviço de atendimento ao cliente do plano de saúde. Eles têm o dever de lhe atender. [3] A demora excessiva na marcação/realização de consulta com o médico especialista que vai fazer o diagnóstico de seu filho por parte da operadora do seu plano de saúde é motivo de preocupação e pode configurar violação ao direito de seu filho como consumidor. Ao final deste guia, você receberá orientações sobre como agir neste caso. Você precisa então saber quando a demora de atendimento para a marcação de consultas com médicos e outros profissionais de saúde é excessiva. Vejamos. As operadoras dos planos de saúde têm prazos legais definidos para que o usuário seja atendido. Essas consultas para atendimento a criança com TEA são consideradas atendimentos ambulatoriais. O prazo para que as consultas sejam realizadas estão definidos em número de dias úteis (segunda a sexta-feira, exceto feriados) em resolução da ANS-Agência Nacional de Saúde30. Não há subjetividade aqui, todo prazo que passa do limite de dias úteis fixado na norma é excessivo. Veja os prazos no quadro adiante. Autor: Lorenzo Antunes Miranda Índice 35 Resolução ANS N. 566 de 29 de dezembro de 2022. Prazos para o início do atendimento por especialistas nos planos de saúde. Consulta básica - pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia: em até 7 (sete) dias úteis; Consulta nas demais especialidades médicas: em até 14 (quatorze) dias úteis; [ Aqui se inclui as especialidades médicas de neuropediatria, neurologista, neurologista infantil, psiquiatria infantil, psiquiatria) Consulta/sessão com fonoaudiólogo: em até 10 (dez) dias úteis; Consulta/sessão com nutricionista: em até 10 (dez) dias úteis; Consulta/sessão com psicólogo: em até 10 (dez) dias úteis; Consulta/sessão com terapeuta ocupacional: em até 10 (dez) dias úteis; Consulta/sessão com fisioterapeuta: em até 10 (dez) dias úteis; O início da contagem do prazo é a partir de sua comunicação com a operadora de saúde (demanda). Em todo o contato com a operadora, você deve pedir e anotar o número do protocolo do atendimento e junto com ele, anote a data, a hora e o meio pelo qual fez o contato com a operadora: telefone, e-mail, aplicativo, balcão de atendimento, etc. Outras situações, infelizmente, são também ocorrentes. O fato de não haver em seu município disponibilidade do profissional de saúde de que você precisa dentro da rede própria ou credenciada, por ele(a) estar com a agenda lotada e não poder atender sua criança em um prazo que você aceite e que seja além dos prazos da tabela acima; ou o que é uma situação ainda mais difícil: não haver na rede própria ou credenciada do seu plano de saúde, nenhum profissional com a formação e/ou com especialidade de que seu filho(a) precise para fazer o diagnóstico do autismo (ou a supervisão do tratamento ou o tratamento). A mesma resolução normativa da ANS prevê duas situações(hipóteses)31, que a norma denominou como: indisponibilidade de prestador pntegrante da pede pssistencial no município; inexistência de prestador no município. Índice 36 Importância do “laudo completo” com o diagnóstico e a definição do tratamento para o autismo Como visto na primeira parte deste livro, o médico especialista é quem vai fechar o diagnóstico de sua criança e emitirá um laudo, documento em que ele vai atestar, se for o caso, o autismo de sua criança. 1) Se não houver disponibilidade de profissional de que sua criança precisa em seu município nem nos municípios limítrofes32 que seja credenciado ao seu plano de saúde, a operadora deve buscar um acordo com outro profissional da especialidade em seu município e pagar a ele(a) pela consulta a sua criança. Mas se a operadora não entrar em acordo com nenhum profissional em seu município, ela deve encontrar e fornecer-lhe um outro profissional de sua rede credenciada em outra localidade (mesmo que distante) e ainda lhe oferecer o transporte para sua ida e retorno. 2) Se não houver disponibilidade de profissional que sua criança precisa, nem no seu município nem nos municípios limítrofes, nem credenciado, a operadora deverá garantir o transporte do beneficiário até o prestador credenciado para o atendimento, assim como seu retorno à localidade de origem. A resolução presume que sempre a operadora achará prestador credenciado, o que às vezes pode não ocorrer. Neste caso, vale sempre a interpretação mais favorável ao consumidor que é a de que a operadora deve oferecer o atendimento e arcar com as despesas de transporte de ida e volta da criança autista e de seu acompanhante33. Enfim, o atendimento precisa ocorrer,