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Guia Prático para Mãe, Pai ou Responsável pela
Criança com Transtorno do Espectro Autista - TEA
NOÇÕES SOBRE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
DIREITO E GARANTIA À SAÚDE
2
 A cor azul da capa deste guia está associada ao autismo e representa leveza, a 
calmaria e a serenidade. Também faz uma referência ao mar que, segundo algumas 
opiniões populares, se comporta de forma semelhante às pessoas com autismo: às 
vezes calmo e seguro, outras vezes intenso e imprevisível. 
 A escolha do mar azul traduz sensibilidade e poesia. No entanto, as múltiplas 
cores utilizadas em complementação ao azul representam a diversidade do 
movimento, presentes nos símbolos do quebra-cabeça e do infinito, comumente 
usados em materiais sobre o tema. 
 Um dos objetivos deste guia é dispor informações que auxiliem mães, pais 
e responsáveis sobre o TEA. Isso simboliza a oportunidade de um mergulho nesse 
universo, um mergulho no Azul do Mar.
Autor: Henrique Amaral
3
No Azul do Mar
Mar sereno em sono profundo.
Amar, contemplar. Como é lindo.
Descansar.
Respirar profundamente com o alívio desta paz.
Não mais.
Transforma-se, inquieta-se.
Mar revolto em agitação frenética.
Julgam-me, julgam-nos. Desconhecem o mar.
Amar, contemplar. Ainda é lindo.
Respirar profundamente mesmo no turbilhão deste momento.
Conversar, agir assertivamente.
Não mais.
Descansar.
E a recorrente angústia de saber como será quando eu não mais.
Buscar forças, conhecimento, trocas de experiências, tratamento.
O tempo urge.
Educar, avançar, repetir; por um tempo que não sei. 
E a duvidosa certeza de que um dia .
Embora eu não mais, ele vai,
por si, navegar e dominar esse mar.
Em um mundo melhor, mais compreensivo. 
Anônimo
4
Apresentação
Parte I – INFORMAÇÕES MÉDICAS
O que é Transtorno do Espectro do Autismo? ....................................................................................9
Quais os níveis de TEA? ........................................................................................................................9
Quais os sinais de alerta que a família pode perceber na criança? .............................................10
Seletividade Alimentar no Espectro do Autismo ............................................................................14
O que é neuroplasticidade cerebral e por que não podemos esperar?........................................16
Como é feito o diagnóstico?.................................................................................................................17
Qual o primeiro passo após o diagnóstico médico? ........................................................................18
Como é feito o tratamento correto para o espectro do autismo? ..............................................22 
O que terapia ABA? .............................................................................................................................23
Como saber se meu filho fez estas avaliações e se o tratamento 
certo está sendo aplicado? ................................................................................................................23
Como avaliar se o meu filho está progredindo nas terapias? .......................................................26
Existe tratamento alternativo para o autismo? Quando devo usar medicação? .....................27
Exemplos de documentos de saúde para pacientes com TEA.............................. .....................27
Parte II – DIREITO À SAÚDE 
DO DIREITO AO DIAGNÓSTICO COMPLETO E AO TRATAMENTO INTEGRAL DA 
CRIANÇA COM TEA
Introdução ..............................................................................................................................................29
Do direito dos usuários dos serviços de saúde e do direito à informação ..................................30
Quem é o profissional que faz o diagnóstico do TEA ......................................................................32
Como buscar o diagnóstico do TEA no SUS .....................................................................................32
Como buscar o diagnóstico do TEA nos planos de saúde ..............................................................33
Importância do “laudo completo” com o diagnóstico e a definição 
do tratamento para o autismo ............................................................................................................36
Prescrição de terapias com técnicas especializadas 
e a não oferta do profissional com a capacitação para a técnica ...............................................42
A organização inicial do tratamento da criança autista ...............................................................43
O dia-a-dia no tratamento da criança com TEA .............................................................................44
Índice
5
PARTE III – CONHECENDO UM POUCO DOS ÓRGÃOS QUE PODEM LHE AUXILIAR NA 
BUSCA DOS DIREITOS AO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO SEU FILHO OU DE UM 
CONJUNTO DE CRIANÇAS AUTISTAS NA MESMA CONDIÇÃO DE SEU FILHO
Para usuários de plano de saúde – busca de solução dentro do sistema de saúde 
suplementar ......................................................................................................................48
Profissionais da área de saúde e profissionais de apoio a eles ....................................................50
SAC - serviço de atendimento ao cliente das operadoras dos planos de saúde .......................50
Ouvidorias dos planos de saúde .......................................................................................................52
Canal de atendimento do usuário da ANS - 
Agência Nacional de Saúde Suplementar ........................................................................................54
Para usuários do SUS – busca de solução dentro do Sistema Único de Saúde .................55
Servidores com formação na área da saúde e servidores de apoio a eles ................................57
Ouvidoria do SUS ..................................................................................................................................57
Conselho Municipal de Saúde ...........................................................................................................59
Câmara Municipal ..............................................................................................................................59
Busca de solução fora dos sistemas de saúde – PROCON e órgãos essenciais 
da Justiça (Advocacia, Defensoria e Ministério Público) .................................................60 
PROCONs – Entidades/órgãos de defesa do consumidor ............................................................60
Advogado de sua confiança ................................................................................................................62
Assistência jurídica gratuita para necessitados. Defensoria Pública Estadual, 
núcleos de práticas jurídicas das faculdades de Direito, advogado nomeado
pela Ordem dos Advogados do Brasil ou pelo juiz de direito da comarca .................................63
Ministério Público Estadual ..............................................................................................................64
Como pedir esclarecimentos e apresentar suas reclamações ........................................65 
Direito de certidão e direito da petição. ..........................................................................................65
Modelos de Petições e Requerimentos ...........................................................................................66
PARTE IV – ANOTAÇÕES IMPORTANTES
Equipe multidisciplinar de atendimento a minha criança autista ............................................98
Escala atual dos atendimentos semanais .....................................................................................99
Eventos importantes e datas associadas ao tratamento ...........................................................99
Ocorrências importantes associadas ao comportamento de minha criança austistacom profissional credenciado 
ou não, respeitados os prazos da Resolução Normativa N. 566 / 22, que foi 
transcrito no quadro acima.
Em resumo, 
Índice
37
 Devido à importância, vamos repetir o que já foi dito na primeira parte deste livro. O 
laudo com a prescrição terapêutica da criança com autismo deve conter, pelo menos:
a) o nome completo da criança;
b) o CID – Código Internacional da Doença. Exemplo: CID.10: F84.0; CID.10: F84.1; CID.10: 
F84.3; F84.5; ou CID.10:F84.9; ou CID.11: 6A02;
c) a indicação da prescrição terapêutica, consistente na indicação do método e técnica que 
o médico entende que seja a mais adequada ao tratamento de sua criança; Exemplo: 
ABA, Denver, Teacch, Pecs;
d) os nomes das outras profissões que o médico entende que devam começar o tratamento 
do autismo de sua criança. Essas outras pessoas com as qualificações profissionais 
indicadas pelo médico e ele próprio formam a equipe multidisciplinar que tratará de 
sua criança. Geralmente, a equipe multiprofissional definida no laudo diagnóstico que 
irá trabalhar no tratamento do autismo de sua criança será composta por este trio: 
psicólogo(a), terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo(a). Mas pode ser também que 
com estes, conste no laudo ainda a indicação de psicomotricista, psicopedagogo(a)34 
35 , nutricionista ou outros. Com as crianças com TEA têm muitas características 
diferentes umas das outras, não se assuste se a equipe multiprofissional definida pelo 
médico abranja qualquer combinação de profissionais dentre os citados: [ psicólogo(a) 
e terapeuta ocupacional ] ou [ fonoaudiólogo(a), terapeuta ocupacional e nutricionista] 
ou [ psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo(a) e psicopedagogo(a), etc.. 
e) o número de horas semanais que sua criança deve passar em tratamento com cada um 
dos profissionais que ele indicou acima.
f) a medicação, quando for o caso. Por exemplo: Risperidona. 
Estamos chamando aqui de laudo completo para o TEA aquele que contém os itens de 
“a” a “e” da lista acima. Nem sempre há medicação prescrita no laudo para TEA. 
Eventualmente, pode ocorrer que o médico opte por fazer o diagnóstico não na 
primeira consulta com ele, mas após ele ter o retorno de algumas sessões com alguns dos 
profissionais que indicar para a sua criança. Neste caso, após submeter a criança a algumas 
sessões com estes outros profissionais, em regra, em uma nova consulta-retorno com este 
profissional será marcada para que o laudo definitivo e completo seja feito e entregue à 
mãe, pai ou responsável. Como cada criança dentro do espectro é diferente da outra, não se 
pode assegurar que também nesta segunda consulta-retorno o laudo lhe será entregue. Não 
fique inibido(a) em pedir todas as explicações e esclarecimentos a(o) médica(o), até que você 
realmente entenda como está sendo conduzida esta investigação (pesquisa) para o correto 
diagnóstico de sua criança. 
Índice
38
[4] Se houver uma demora não esclarecida a você pelo médico/demais profissionais 
quanto à entrega do laudo completo, peça a eles explicações. Se, ainda assim, você não estiver 
convencida(o) das justificativas da demora, ao final desta cartilha você receberá orientações 
de como agir neste caso.
 
Caso você receba o laudo, mas este esteja incompleto – também conhecido como “laudo 
genérico” - , isto é, sem a indicação do método e técnica, ou sem a indicação dos profissionais 
que deverão fazer o tratamento, com a indicação do número de horas semanais, é importante 
que você, mãe, pai ou responsável, fale com o médico desta necessidade e peça a ele que 
complete o laudo para contemplar os itens de “a” a “e”. 
Na conversa com o médico ou outros profissionais do SUS ou da operadora do plano 
de saúde, sempre cordialmente e com calma, você pode alertar-lhes de que a prescrição do 
tratamento do autismo no Brasil é um direito e dever do profissional de medicina. Explique a 
eles que, sem o laudo completo uma série de problemas surgirão para você no que se refere 
a obtenção do tratamento adequado, com os profissionais indicados, o número de horas 
semanais adequadas.
[5] Se você receber um laudo, mas este estiver incompleto, isto é, aquele laudo que não 
tenha os cinco primeiros itens ( de “a” a “e” ) acima e o médico lhe negar a corrigi-lo, isto é um 
motivo de preocupação. Caso haja, de fato, a negativa do médico em fornecer a você o laudo 
completo, veja orientações na parte final deste guia de como agir. 
 No caso de atendimento em planos de saúde, há resolução expressa da ANS – Agência 
Nacional de Saúde Suplementar para que o médico faça a prescrição com a indicação do 
método e da técnica. Se necessário, informe isto ao seu médico e/ou ao plano de saúde. Veja: 
A Resolução Normativa ANS N. 539, de 23 de junho de 2022, com 
vigência a partir de 01 de julho de 2022, que alterou a Resolução Normativa 
ANS N. 465, de 24 de fevereiro de 2021, que dispõe sobre o rol de Procedimentos 
e eventos em Saúde no âmbito da saúde suplementar, e determinou:
Art. 3º. O art. 6º , da RN n° 465, de 2021, para a vigorar acrescido do § 4º 
, com a seguinte redação: ‘Art. 6º (...)
§ 4º. Para a cobertura dos procedimentos que envolvam o tratamento/
manejo dos beneficiários portadores de transtornos globais de 
desenvolvimento, incluindo o transtorno do espectro autista, a 
operadora deverá oferecer atendimento por prestador apto a executar 
o método ou técnica indicado pelo método ou técnica indicado pelo 
médico assistente para tratar da doença ou agravo do paciente.”
Índice
39
O laudo com a prescrição completa, com a indicação dos nomes dos profissionais que 
irão compor a equipe multidisciplinar para o tratamento de sua criança, é fundamental e 
necessário tanto em caso do usuário do SUS, usuário do plano de saúde, como no caso da 
pessoa que fará o pagamento particular. 
No caso das famílias que pagarão o tratamento particular, se não tiverem o número 
de horas semanais e os profissionais, não saberão a quem contratar e por quantas horas 
semanais. Ademais, perderão a coordenação do tratamento que deve ser feito pelo médico. 
No caso de pacientes/usuários do SUS, o órgão da Secretaria Municipal de Saúde que 
faz a marcação das consultas e o tratamento – atividade chamada de Regulação da Atenção 
à Saúde - não saberá, nem poderá indicar as horas dos profissionais, e não conseguirá iniciar 
o tratamento.
No caso de usuários de plano de saúde, a operadora não poderá marcar as consultas 
com os outros profissionais de saúde, pois a Lei dos Planos de Saúde, Lei 9.656/98 prevê que 
a oferta de serviços de profissionais de saúde, que não o médico, só poderão ser autorizadas 
com a autorização do médico assistente (o que está assistindo, isto é, atendendo sua criança). 
Autora: Mikhaela Arrivabene
Índice
40
A Lei Federal 9.656/98 – dos Planos de Saúde - prevê que os demais 
procedimentos ambulatoriais (como é o caso das consultas com psicólogos, 
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais. etc.), só são autorizados a partir da 
solicitação (= prescrição) do médico. Veja.
 
Art. 12. São facultadas a oferta, a contratação e a vigência dos produtos 
de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, nas 
segmentações previstas nos incisos I a IV deste artigo, 
respeitadas as respectivas amplitudes de cobertura 
definidas no plano-referência de que trata o art. 10, 
segundo as seguintes exigências mínimas:
 I - quando incluir atendimento ambulatorial:
(...)
b) cobertura de serviços de apoio diagnóstico, tratamentos e demais 
procedimentos ambulatoriais, solicitados pelo médico 
assistente; (…)
Se o órgão de regulação da atenção à saúde do SUS ou se a operadora do plano de saúde 
marcar sessões de tratamento com os demais profissionais (psicólogos, fonoaudiólogos, 
etc.) em quantidades semanais menores do que as que foram prescritas pelo médico no 
laudo completo, desconfie, peça esclarecimentos. Eventualmente, pode ser algum tipo de 
medida para diminuir o número de sessões semanais com os profissionais em virtudeda falta 
(temporária ou continuada) de oferta de um dos profissionais, ou alguns deles.
Como já foi expresso aqui, a criança com transtorno mental, como é o caso da criança 
autista, tem o direito de “ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, adequada 
às suas necessidades”, seja no SUS ou no Sistema de Saúde Suplementar, que é o sistema 
oferecido pelos planos de saúde. Isto significa que não pode haver limitação do número de 
sessões semanais para o tratamento da criança dentre os profissionais que compõem a Equipe 
Multiprofissional. Isto vale para o SUS, como para o Sistema dos Planos de Saúde. 
Essa limitação de sessões para atendimento por profissionais no tratamento das 
crianças autistas já foi muito questionada no âmbito dos planos de saúde. Mas, atualmente, 
há resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS - que expressamente proíbe 
tal limitação.
Índice
41
A Resolução Normativa – RN n. 469, de 09 de julho de 2021 que alterou a 
Resolução Normativa – RN 465, de 24 de fevereiro de 2021 para regulamentar 
a cobertura obrigatória de sessões com psicólogos, terapeutas ocupacionais 
e fonoaudiólogos, para o tratamento do Transtorno do Espectro do Autismo 
(TEA). Conforme seu artigo 2º, “Os itens sessão com fonoaudiólogo e sessão 
com psicólogo e/ou terapeuta ocupacional, do Anexo II da RN n. 465, de 2021, 
passam a vigorar conforme o disposto no Anexo I, desta Resolução”. No Anexo 
I da Resolução RN n. 469, destaca-se:
ANEXO I DIRETRIZES DE UTILIZAÇÃO PARA COBERTURA DE 
PROCEDIMENTOS NA SAÚDE SUPLEMENTAR
104. SESSÃO COM FONOAUDIÓLOGO
4.Cobertura obrigatória em número ilimitado de sessões para pacientes 
com transtornos específicos do desenvolvimento de fala e da linguagem 
e transtornos globais de desenvolvimento – Autismo (CID F84.0;CID 
F84.1; CID F84.3; F84.5; CID F84.9); 
(...)
106. SESSÃO COM PSICÓLOGO E/OU TERAPEUTA OCUPACIONAL
(...)
2. Cobertura Obrigatória em número ilimitado de sessões para pacientes 
com diagnóstico primário ou secundário de transtornos globais do 
desenvolvimento (CID F84)
(...)
[6] Caso o número de sessões semanais de tratamento com a equipe multiprofissional 
disponibilizada pela Secretaria Municipal de Saúde – SUS ou pela operadora do plano de 
saúde seja um número inferior ao número de sessões semanais prescritas pelo médico que 
fez o laudo completo de seu filho, esta é, em princípio, uma situação de violação de direitos de 
sua criança. Mais adiante, neste guia você receberá orientações sobre como agir neste caso. 
Índice
42
Prescrição de Terapias com Técnicas Especializadas e a não oferta 
do Profissional com a Capacitação para a Técnica 
Uma questão que a mãe, pai ou responsável precisa saber é que, eventualmente, a 
prescrição do tratamento indicada pelo médico pode exigir não só a terapia com determinado 
profissional. Mas, por uma peculiaridade do seu filho dentro do espectro autista, a técnica de 
que ele precisa exige que o profissional que vai tratá-lo não seja apenas graduado em curso 
superior, mas que tenha um título de especialização em determinada técnica. 
Por exemplo, o médico pode que seu filho seja atendido por um terapeuta ocupacional 
que tenha concluído um curso de “Integração Sensorial (IS) pelo Método Jean Ayres”. Ou, pode 
ser o caso, de que seu filho autista tenha Seletividade Alimentar e o médico prescreve como 
parte do tratamento o atendimento por nutricionista com especialização em Seletividade 
Alimentar. Nestes casos, não haverá efetividade no tratamento se a criança for tratada por 
profissional que não tenha a habilitação que o médico prescreveu.
Caso tenha dúvida quanto à qualificação do profissional que foi indicado para o 
tratamento de sua criança, solicite acesso ou cópia do seu currículo profissional, acompanhado 
dos certificados de conclusão que o habilitam para a especialidade indicada pelo médico. Este 
currículo e os certificados comprobatórios são informações essenciais para o tratamento de 
seu filho e está garantido como seu direito básico seja como consumidor ou como usuário de 
serviço de saúde.
Se o seu caso é de tratamento particular, procure o profissional com a qualificação de que 
você precisa. Lembre-se que os sites dos conselhos profissionais, geralmente disponibilizam 
as especializações dos profissionais a ele vinculados.
Se o seu caso é de usuário de plano de saúde, a informação deve ser solicitada ao 
plano de saúde, na própria clínica onde a criança está sendo tratada ou no SAC (Serviço de 
Atendimento ao Cliente).
Se o seu caso é de atendimento no SUS, a informação deve ser obtida na própria unidade 
onde a criança está sendo tratada (CER, CAPS-i ou outra) ou na ouvidoria ou outro órgão de 
atendimento ao usuário do SUS em sua cidade. 
[7] Se não lhe forneçam o currículo do profissional ou se você obtiver a informação de 
que o profissional de saúde disponibilizado para o tratamento de sua criança com TEA não 
tenha comprovação da habilitação na técnica especial indicada pelo médico na prescrição 
terapêutica, ao final deste guia, você receberá orientações de como agir neste caso.
Índice
43
A Organização Inicial do Tratamento da Criança Autista 
Independente do método ou técnica que o(a) médico(a) prescrever no laudo, o mais 
provável é que o tratamento da criança autista ocorrerá por meio de sessões semanais com os 
vários profissionais o que, geralmente ocorre, por muitos meses seguidos. Haverá uma rotina 
que será estabelecida. 
É muito importante organizar a agenda dos atendimentos. Isto vai ocorrer, 
provavelmente, em uma clínica de atendimento ao paciente/usuário autista, seja ela do 
SUS, credenciada ou própria do plano de saúde ou particular, conforme a sua situação. 
Eventualmente, até mesmo por um canal de atendimento que o SUS, o plano de saúde, ou a 
clínica particular lhe disponibilizar.
A primeira cautela que se precisa ter é se lembrar que, caso a sua criança já esteja em 
idade escolar, é que as consultas semanais devem respeitar o turno em que a criança estuda. 
Portanto, informe e não aceite que sejam marcadas sessões no mesmo turno de sua criança, 
a não ser muito excepcionalmente. Se a criança estudar pela manhã, as sessões devem ser 
marcadas na parte da tarde. Se a criança estudar no turno da tarde, as sessões devem ser 
marcadas pela manhã. Geralmente, há boa vontade por parte do SUS e planos de saúde em 
atender este pedido. É um direito da criança36.
[8] Caso haja, sem o seu consentimento, marcações de sessões semanais de tratamento 
no mesmo turno escolar de sua criança. Esta é, em princípio, uma violação de direito à 
educação de sua criança. Ao final deste guia, você terá orientações de como agir. 
Se por acaso sua criança tiver que mudar de turno escolar, tão logo saiba que a mudança 
de turno vai ocorrer, é seu dever como responsável pela criança avisar na unidade de saúde 
ou no canal de comunicação disponibilizado pelo SUS ou pela operadora do plano de saúde o 
quanto antes. Isto vai evitar interrupções no tratamento da criança.
Uma vez definido o turno em que a criança vai realizar o seu tratamento, procure 
organizar sua agenda de modo que a cada dia em que você tenha que se deslocar para a unidade 
de saúde onde as sessões ocorrerão, você pode aproveitar o turno para ter atendimento 
com mais profissionais e aproveitar melhor o turno. Excepcionalmente, pode acontecer 
de os atendimentos ocorrerem em unidades de saúde diferentes e, às vezes, não próximas 
umas das outras. Ao organizar sua agenda fique atenta para este problema e procure evitar 
agendamentos em locais diferentes no mesmo dia. 
Índice
44
Procure esclarecer suas dúvidas quanto ao endereço(s) da unidade de saúde, acesso 
por transportes públicos, nomes de pessoas que vão atender sua criança e suas profissões, e 
faça sua agenda para cada dia da semana. Lembre-se, é seu direito ter todas as suas dúvidas 
esclarecidas.
É importante lembrar que é dever do responsável pela criança cuidar para que 
o tratamento seja adequado e sem interrupção.Uma vez que a agenda semanal esteja 
estabelecida, veja a seguir como ocorre a rotina semanal de forma detalhada. 
O dia-a-dia no Tratamento da Criança com TEA 
Uma vez estabelecida a agenda, você ou alguma pessoa adulta e responsável por sua 
criança deve levá-la à unidade de saúde para as sessões de tratamento. Em algumas sessões 
o profissional vai pedir a sua presença na sala de atendimento, em outras ele entenderá que a 
sua presença não contribui para aquela terapia. Qualquer dúvida, pergunte. 
É muito comum que, ao final das sessões, o profissional mantenha algum tipo de 
conversa sobre o seu filho e com você por alguns minutos. São conversas breves na qual o 
profissional poderá fazer-lhe perguntas sobre o comportamento dele em casa ou na escola. 
Procure prestar atenção e informar o que souber com os detalhes que o profissional perguntar 
37. Eventualmente, pode não haver esta conversa, mas se ela nunca ocorrer é um motivo de 
preocupação, peça explicações. Não custa também perguntar se as sessões de tratamento 
estão todas registradas no prontuário do seu filho e peça para ver os registros sempre que 
possível. 
É esperado que nos tratamentos realizados em unidades de saúde(clínicas) do SUS ou 
em clínicas credenciadas dentro de seu plano de saúde peçam a você, responsável pela criança, 
que assine uma papel (ficha de frequência) para comprovar que seu filho fez o atendimento 
naquele local. Claro, você deve mesmo assinar o documento que comprova a sua presença. 
Mas é preciso uma grande cautela com um ponto. Há notícias de clínicas que pedem para 
que você assine não só uma única vez, correspondente a uma sessão feita, mas por várias 
vezes, por uma mesma sessão. Não assine mais vezes do que o número de sessões realmente 
realizadas, pois, sem querer, você poderá estar contribuindo para que a clínica tente enganar 
o plano de saúde e cometer um crime de estelionato. Recomendamos não assinar além das 
sessões/horas realizadas e avisar a Secretaria Municipal de Saúde ou sua operadora do plano 
de saúde o que está acontecendo. 
Todas as sessões de tratamento têm que ser registradas no prontuário do paciente, como 
já explicamos acima. Em algumas unidades de saúde todos os prontuários ficam disponíveis 
para o acesso do responsável pela criança a qualquer hora por meio de um aplicativo (App) 
de celular ou por um computador. Procure saber se há disponibilidade de tal aplicativo ou 
Índice
45
programa de computador e, em surgindo a oportunidade, reivindique essa facilidade por 
exemplo ao diretor da clínica ou da unidade de saúde, a operador do plano de saúde, se for o 
caso, ou ao secretário municipal de saúde. 
É também dever do responsável pela criança informar ao profissional de saúde ou à 
equipe responsável sobre qualquer fato que ocorra em relação à condição de saúde de sua 
criança38. E é também dever do responsável pela criança seguir o plano de tratamento 
proposto pelo profissional ou pela equipe de saúde responsável pelo seu cuidado.
Outra orientação muito importante! Pode acontecer de você, por algum motivo grave, 
não possa comparecer à sessão de tratamento que já foi marcada. Por exemplo, sua criança 
esteja com um forte resfriado ou você não conseguiu arrumar alguém para cuidar de seu 
outro filho enquanto você estaria na clínica com sua criança autista. Nestes casos, sempre 
que possível avise à clínica que você não irá comparecer. Com isto, você pode estar ajudando 
uma outra mãe de criança autista que possa ser atendida no horário de seu filho naquele dia, 
ou favoreça que o profissional de saúde trabalhe, por exemplo, na elaboração de relatórios de 
avaliação de seu próprio filho. 
Importante frisar que no SUS há uma Rede de Atenção Psicossocial39 que promover, a 
reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e conta com várias unidades de 
saúde. Algumas delas são chamadas de CAPS – Centro de Atenção Psicossocial. Também, no 
SUS, há uma Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência40 que tem por objetivo ofertar ações 
para o cuidado integral à pessoa com deficiência. Nesta rede estão previstas a oferta dos CERs 
– Centro Especializado de Reabilitação e dos Núcleos de Atenção à Criança e Adolescente com 
Transtorno de Espectro Autista. Com o avanço do cuidado para a pessoa com TEA no SUS, é 
provável que sua criança venha a ser atendida em uma das 3 unidades de saúde aqui referidas. 
Em algum momento, você vai receber um convite dos profissionais que fazem o 
tratamento de sua criança para que você esteja com um ou alguns deles para receber uma 
“devolutiva” do seu filho, eles marcarão uma data e hora para o seu comparecimento. É 
muito importante que você compareça a esta sessão de “devolutiva”. Neste encontro, os 
profissionais vão lhe passar informações sobre o tratamento do seu filho e dar orientações. Se 
possível, leve um caderno para anotar o que for mais importante. Tire suas dúvidas. 
Nestes encontros de apresentação de devolutivas, os profissionais da equipe de 
tratamento, provavelmente, lhe mostrarão resultados do progresso de sua criança em uma 
série de habilidades dela sobre as quais a equipe está trabalhando. Esteja a vontade para 
pedir explicações do que não entender. 
Índice
46
Eles também podem pedir que você leve informações e orientações para os professores 
e para outros profissionais da escola de seu filho. Se não estiver compreendendo bem, peça 
a eles para escreverem as orientações para os professores. Veja também a possibilidade de 
que haja um contato direto entre os profissionais de saúde e os professores de seu filho, pois 
eles também vão ajudar no tratamento. O melhor tratamento para seu filho é aquele em que 
haja a troca de ideias entre familiares, profissionais de saúde e profissionais de saúde ligados 
à criança. 
Após algumas semanas ou meses, podem surgir novas sessões de “devolutivas”. 
Mas vai chegar um momento em que a equipe profissional vai solicitar que você faça uma 
nova consulta com o médico para uma reavaliação de todo o progresso ocorrido durante as 
semanas de tratamento. É muito comum que as novas consultas com o médico ocorram em 
um intervalo de 6 (seis) meses entre uma consulta e outra. A cada nova consulta de reavaliação 
com o médico, um novo ciclo recomeça. E ele fará um novo relatório com algumas mudanças e 
poderá acrescentar ou eliminar profissionais da equipe de tratamento, aumentar ou diminuir 
horas. E após essa nova consulta e o novo relatório médico, o ciclo se recomeça com algumas 
modificações. O novo ciclo recomeça com o novo agendamento semanal. 
Autor: Matheus Henrique Gonçalves Batista
Índice
PARTE III 
Conhecendo um pouco dos órgãos 
que podem lhe auxiliar na busca dos 
direitos ao diagnóstico e tratamento do 
seu filho ou de um conjunto de crianças 
autistas na mesma condição de seu filho
Autor: Paulo Márcio Oliveira Pereira
48
A seguir, listamos alguns profissionais, entidades e órgãos que podem lhe prestar 
esclarecimentos e/ou acolher reclamações quanto às deficiências no atendimento que seu 
filho autista esteja recebendo durante o tratamento. A melhor maneira de fazer reclamações 
é por meio de mensagens telefônicas que sejam gravadas e que possam ser disponibilizadas 
para você quando necessário, mensagens por e-mail as quais você possa recuperar tanto as 
suas mensagens como as respostas, ou por meio de mensagens ou cartas que possam ser 
protocoladas formalmente nos órgãos e acessadas quando necessário. Se o órgão não tem 
um protocolo organizado, faça sua carta em duas vias iguais e colha o recibo com data, hora e 
assinatura do atendente. 
Outra possibilidade de fazer a reclamação é, por meio de conversas, nas quais você possa 
estar acompanhado de pessoas que possam, se necessário e posteriormente, testemunhar 
fatos para você em órgãos de defesa do consumidor, órgãos públicos de correção ou mesmo 
perante órgãos do Poder Judiciário. 
 
Não recomendamos nunca a abordagem de forma não educada, com uso de palavras 
ofensivas, ou gritando.Quase nunca estas atitudes levam a qualquer solução, ao contrário, 
acabam por predispor as pessoas a esconderem informações que poderiam lhe poupar muito 
tempo na solução do problema.
Para reivindicar direitos ou esclarecimentos sobre seus direitos, de maneira geral, você 
deverá, inicialmente, reunir documentos pessoais, documentos que comprovem o seu vínculo 
com a entidade/pessoa que não está cumprindo suas obrigações para com você/sua criança 
e provas do descumprimento. A seguir, dividimos nossa abordagem para usuários de plano 
de saúde e usuários do SUS no âmbito destes próprios sistemas. E, quando não se consegue 
resolver o problema dentro da própria operadora do plano de saúde ou da ANS, ou no âmbito 
das Unidades do SUS, abordaremos o contato com os órgãos de defesa do consumidor e com 
os orgãos essenciais à Justiça, Advocacia, Defensoria pública e Ministério Público.
Para Usuários de Plano de Saúde – Busca de Solução dentro 
do Sistema de Saúde Suplementar
 Sempre que você precisar pedir um esclarecimento ou fazer uma reclamação em 
relação à sua operadora de plano de saúde, sugere-se que você se prepare para o contato 
(pessoal, telefônico ou por meio eletrônico) com informações/documentos seguintes:
Índice
49
INFORMAÇÕES/DOCUMENTOS A SEREM REUNIDOS ANTES 
DE PEDIR ESCLARECIMENTOS OU APRESENTAR RECLAMAÇÕES 
DIANTE DE PRÁTICAS DA OPERADORA DO PLANO DE SAÚDE.
I - prova do vínculo contratual entre as partes, neste caso, seu 
filho e a operadora. Cópia do contrato firmado com a operadora do 
plano de saúde, ou outros documentos que comprovem o vínculo, 
por exemplo, a Carteira de Identificação do cliente. E os documentos 
pessoais seus e de sua criança.
II – Todos os documentos médicos associados ao tratamento 
do autismo de sua criança: Laudos médicos, guias, receitas, relatórios 
dos vários profissionais etc. Procure manter uma pasta organizada 
por ordem cronológica, documentos mais novos primeiro, mais 
antigos atrás.
III - uma descrição detalhada dos fatos realizados pela 
operadora do plano de saúde por meio de seus empregados ou pessoas 
da rede credenciada pela operadora que na sua visão constituem 
práticas de violação ao direito de seu filho como consumidor. Os fatos 
devem ser detalhados também, preferencialmente, com a indicação 
da data, da hora, do local, das pessoas envolvidas e a descrição 
resumida de suas falas. 
IV - quaisquer provas que tiver acerca das conversas, como 
e-mail, conversas de whatsapp, se for o caso.
V - nome das testemunhas, se for o caso.
VI - número(s) de protocolo(s) no SAC da operadora, data e 
hora do contato com o SAC.
VII – número(s) de protocolo(s) na ouvidoria da operadora, 
data e hora do contato.
VIII – número(s) de protocolo(s) no canal da ANS de 
atendimento dos usuários. 
Índice
50
 É importante esclarecer ao usuário/consumidor de serviços de assistência de saúde 
por meio de planos de saúde que existe uma agência governamental chamada de ANS – 
Agência Nacional de Saúde Suplementar, criada por lei41 que tem enorme importância na 
regulamentação do setor, principalmente da atuação das operadoras de saúde. Operadoras 
de planos de saúde são as empresas das quais você adquiriu o plano de saúde de seu filho. 
Essa agência tem inclusive o poder de editar regras, por meio de resoluções que são muito 
importantes na organização dos serviços das operadoras e para a defesa dos usuários42. A 
principal lei de regramento do contrato de prestação de assistência à saúde que você firmou 
com a operadora do plano de saúde é a Lei 9.656 de 3 de junho de 199843. Todos os órgãos 
que listamos de alguma forma estão em posição de protegê-lo na relação contratual entre o 
usuário do plano e a operadora. 
 Assim, para esclarecer os direitos de sua criança com TEA em face às operadoras de 
planos de saúde, vamos fazer referências a leis, decretos e também a algumas resoluções da 
ANS. 
Profissionais da área de saúde e profissionais de apoio a eles
 Antes de levar qualquer reclamação adiante, procure conversar com os profissionais de 
saúde ou mesmo como os profissionais que trabalham em apoio a tais profissionais, como é o 
caso de atendentes, secretárias, gerentes de clínicas. Geralmente, eles têm todo o interesse 
em esclarecer suas dúvidas. E claro, têm o dever de lhes prestar informações.
 
SAC - Serviço de Atendimento ao Cliente das Operadoras dos Planos de Saúde
 Toda operadora de plano de saúde é obrigada, por força do Decreto Presidencial n. 
11.034, de 05 de abril de 202244, a ter uma Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC. 
Todo serviço regulado pelo Poder Executivo Federal deve contar com o SAC e a prestação 
de serviço de assistência de saúde por meio de planos de saúde oferecidos por Operadoras é 
regulada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, portanto todas as regras para oferta 
do SAC devem ser obedecidas pela operadora.
 Adiante, apresentamos as mais importantes obrigações previstas no Decreto 
Presidencial n. 11.034, de 05 de abril de 2022 que devem ser cumpridas pela operadora do 
plano de saúde. 
Índice
51
O SAC é o serviço de atendimento que o fornecedor, no nosso caso a Operadora do 
Plano de Saúde deve oferecer para atender seus clientes por meio de diversos canais 
integrados. Estes canais podem ser por exemplo o serviço telefônico, aplicativo de internet, 
serviço de e-mail, postos de atendimento presenciais etc. O decreto exige que a Operadora 
do Plano de Saúde ofereça pelo menos 2 (dois) canais de atendimento diferentes, sendo que, 
obrigatoriamente um tem que ser o serviço telefônico. 
O Serviço de Atendimento ao Consumidor foi instituído para que seja garantido ao 
consumidor a obtenção de informação adequada sobre os serviços contratados e o tratamento 
de suas demandas. Demandas podem ser dúvidas, reclamações e contestação quanto a 
qualquer conduta inadequada por parte da Operadora e seus profissionais empregados e 
credenciados, suspensão ou cancelamento de contratos e de serviços. Ou qualquer informação 
de que você consumidor precise e que a Operadora possa oferta para o melhorar o tratamento 
de seu filho.
O Decreto Presidencial 11.034/22 definiu algumas características que o SAC da sua 
Operadora de Saúde ter45:
a) O uso do SAC deve ser gratuito.
b) A Operadora do Plano de Saúde deve dar ampla divulgação ao seu SAC.
c) O acesso SAC deve estar disponível – ininterruptamente - 24 horas por 7 (sete) dias 
por semana.
d) O acesso inicial ao SAC não pode estar condicionado ao fornecimento prévio de 
dados pelo consumidor.
e) Todos os canais devem estar acessíveis às pessoas com deficiência46.
Uma outra conduta bem abusiva ao consumidor que é a prática de algumas operadoras 
em não resolver a demanda do consumidor e pedir a ele que abra uma outra demanda. O 
Decreto Presidencial 11.034/22 proibiu isto expressamente47.
 É importante que em cada contato que o consumidor faça com a SAC que ele pergunte 
(e exija, se for o caso) o número do seu atendimento (demanda), também chamado de número 
de protocolo. É importante anotar este número de protocolo para que possa facilitar 
nova comunicação com o SAC, ou mesmo para proceder reclamações em outros órgãos 
fiscalizadores da Operadora do plano de saúde. 
As demandas precisam ser respondidas no prazo de 7 (sete) dias corridos a contar 
da data de seu registro48.
Índice
52
A resposta da operadora à demanda do consumidor deve ser clara, objetiva e conclusiva, 
i.e. precisa apresentar uma posição clara da Operadora quando ao fato se vai atender ou não 
a demanda do consumidor e como fará. 
O canal serviço telefônico do SAC é obrigatório49 e uma série de regras adicionais 
(além das regras da lista acima) estão estabelecidas no decreto para favorecer o consumidor. 
a) Durante o tempo de espera para atendimento, não poderão ser veiculadas 
mensagens publicitárias, exceto se houver consentimento prévio do consumidor. Mensagens 
de esclarecimento de direitos e deveres são permitidas50.
b) O canal de atendimento do SAC por telefoneprecisa contar com atendimento 
por humanos por um prazo não inferior a 8 (oito) horas diárias51.
c) É obrigação da Operadora dos Planos de Saúde gravar e manter por 90(noventa) 
dias as conversas telefônicas entre o consumidor e o SAC por telefone. Dentro deste prazo de 
90(noventa) dias, o consumidor pode pedir a gravação para seu uso52. 
Há previsão de que a Agência Nacional de Saúde Suplementar venha a adicionar, por 
meio de resolução, outros direitos ao usuário dos planos de saúde em relação ao SAC, inclusive 
o tempo de espera para contato direto com o atendente direto ou a outro que seja indicado 
para resolver a demanda53.
Independente das gravações de ligações, se for o caso, o usuário deve sempre 
anotar em um caderno/computador a data e hora de contato com a Ouvidoria do Plano 
de Saúde e qual foi o atendimento e encaminhamento recebido.
Ouvidorias dos planos de saúde
Por força de uma resolução da ANS54, toda Operadora de Plano de Saúde tem a 
obrigação de organizar e fazer funcionar um órgão de Ouvidoria55 para o atendimento aos 
seus usuários/consumidores.
Cabe à Ouvidoria da Operadora do Plano de Saúde receber demandas dos usuários56 57 
de modo a resolver os conflitos que tenha o usuário do serviço de saúde durante o atendimento 
prestado pela Operadora do Plano e sua rede própria ou credenciada. E tal como o SAC 
também deve ser um serviço gratuito para o consumidor58. 
Índice
53
Como você pode perceber, o papel da ouvidoria é quase o mesmo que o do SAC. Por 
isso a ANS chama a ouvidoria do plano de saúde de órgão de segunda instância. Isto é, o que o 
usuário não conseguiu resolver no SAC, ele pode recorrer à ouvidoria do plano de saúde para 
tentar ter sua demanda resolvida. 
Ao recorrer à ouvidoria da operadora do plano de saúde é bom que indique o número 
do protocolo de sua reclamação que fez junto ao SAC para facilitar o seu atendimento na 
ouvidoria. Mas se, por algum motivo, você não tem o número da reclamação, ou o SAC não 
lhe passou tal número de protocolo, mesmo assim, a ouvidoria do plano de saúde tem que 
atender a sua reclamação59. 
As formas de contato com a ouvidoria, à semelhança do que ocorre com o SAC, precisam 
ser amplamente divulgadas pelas operadoras dos planos de saúde60. Você pode procurar no 
contrato, no material publicitário e no site de sua operadora constam as informações sobre 
o acesso a sua ouvidoria devem estar lá. Na plataforma Gov.br há consulta com e-mails, 
telefones e endereços das ouvidorias de todas as operadoras de planos de saúde que podem 
ser acessadas a partir do nome da operadora ou do seu número de registro na ANS. O link que 
estava disponível ao tempo da elaboração deste guia é : https://www.ans.gov.br/aans/ouvidoria/
ouvidorias-dos-planos-de-saude.
A ouvidoria da operadora deve prestar o atendimento, no mínimo, nos dias úteis em 
horário comercial61, entende-se, pelo menos, por oito horas de segunda a sexta. Deve contar 
com canal ou canais específicos de atendimento e registro próprio da demanda junto à 
ouvidoria da operadora dos planos de saúde62. A resolução sugere os atendimentos por meio 
de canais de atendimentos com formulário eletrônico, e-mail corporativo, contato telefônico, 
correspondência escrita ou atendimento presencial63, mas não chega a exigir um tipo 
específico. Apenas ressalta que não poderá ser estabelecido como canal único o telefônico 
não gratuito64. 
O prazo máximo para que a ouvidoria dê resposta conclusiva à demanda do usuário é 
de 7 (sete) dias úteis, embora em caso mais complexos e de forma justificada possa haver um 
acordo entre o consumidor e a ouvidoria para uma solução conclusiva em até 30 (trinta) dias 
úteis no máximo65.
É muito importante que o consumidor apresente suas demandas injustificadamente 
não atendidas na ouvidoria da operadora do plano de saúde. Isto pode facilitar que você 
faça prova de que a operadora injustificadamente não atendeu sua demanda, se for o caso, 
o que favorecerá suas pretensões perante a ANS, órgãos de defesa do consumidor e também 
junto ao Poder Judiciário. As ouvidorias das operadoras dos planos de saúde devem manter 
os registros de todas as reclamações/demandas recebidas66 e o acesso a tais informações 
pode ser importante na solução de seus problemas com a Operadora, caso venha a litigar 
judicialmente com ela.
Índice
54
O usuário deve sempre anotar em um caderno/computador a data e hora de contato 
com a ouvidoria do plano de saúde e qual foi o atendimento e encaminhamento recebido. 
Canal de Atendimento do usuário da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar
 Você pode se ver em sua situação em que a sua demanda em face à operadora do plano 
de saúde, embora justa, não foi resolvida pela operadora, nem por seus atendentes, nem pelo 
SAC, nem por sua ouvidora. 
 Neste caso, uma importante opção que pode dar resultado é proceder a reclamação 
perante a ANS. Este atendimento está regulamentado por resoluções da própria ANS67, que 
inclusive preveem sanções como advertência, multa e até cancelamento da autorização de 
funcionamento. 
 A ANS divulga na internet os seus canais de atendimento para o usuário do plano de 
saúde68. Notadamente pelo telefone 0800 701 9656, de 2ª a 6ª feiras, exceto em feriados 
nacionais. O telefone para o canal de atendimento a deficiente auditivos é o 0800 701 9656. 
 A ANS também conta com 12 núcleos de atendimento presencial em algumas cidades 
brasileiras – em sua maioria capitais69. Os endereços dos núcleos são indicados na página 
https://www.gov.br/ans/pt-br/canais_atendimento/nossos-enderecos. Alguns dos núcleos abrangem 
mais de uma unidade da federação. Por exemplo, o Núcleo de Atendimento Presencial da 
ANS do Distrito Federal atende a usuários de Goiás e Tocantins. À época de nosso acesso, o 
atendimento em tais núcleos se restringia aos dias de 2ª. e 4ª. feiras, excetos feriados, das 8h30 
às 12h e de 13h30 às 16h30. Em alguns destes núcleos é possível agendar o seu atendimento 
pela página acima. Em tais locais, há o atendimento prioritário às pessoas com deficiência – 
autistas inclusive, os idosos com idade igual ou superior a 60 anos, as gestantes, as lactantes, 
as pessoas com crianças de colo e os obesos, conforme estabelecido pela lei 10.048, de 8 de 
novembro de 200070.
 
 O atendimento ao usuário do plano de saúde ou ao seu interlocutor (que pode ser no 
seu caso você em nome de sua criança, ou um advogado, ou uma pessoa de sua confiança) 
no canal da ANS ocorre em até 3 (três) fases. Uma chamada de procedimento de notificação 
de intermediação preliminar, outra de procedimento preparatório e uma final chamada de 
procedimento administrativo sancionador. 
Índice
55
 O mais importante que o usuário deve saber é que sua reclamação, se tiver 
fundamento, como é o caso de negativa por prestador de saúde do atendimento adequado 
à sua criança, é que informações deve levar à ANS para que ela possa intermediar a sua 
relação com a operadora do plano de saúde. 
 Para o registro da reclamação, é preciso que a ANS seja informada primeiro do 
número de protocolo da reclamação fornecido pela operadora, no caso de urgência não será 
pedido o número de protocolo. Se a operadora não tiver fornecido o número de protocolo 
da informação, o usuário deve apresentar elementos mínimos tais como: a) data e hora 
da ligação ou de data e hora da outra forma de comunicação com o SAC ou a ouvidoria da 
operadora; b) data e local em que o usuário buscou atendimento presencial, ou data em 
que o prestador do serviço (clínica, hospital, médico) comunicou a negativa de cobertura do 
atendimento71. 
 Uma vez registrada a reclamação no canal da ANS, ela procederá a notificação da 
operadora do plano de saúde para tomar providências para a resolução em 5 (cinco) dias 
úteis, caso se trate de falha da operadora em oferta de prestação de serviço de saúde (NIP 
assistencial) ou em 10 (dez) dias úteis(outros casos)72. A operadora precisa responder à ANS 
no prazo de 10 (dez) dias úteis como resolveu a reclamação73.É fundamental que o usuário, logo após o prazo que a ANS deu à operadora para 
resolver a demanda, na maioria dos casos de falha de oferta de prestação de serviço 
de saúde, que é de 5 (cinco) dias úteis, que o usuário faça novo contato com a ANS para 
informar que sua demanda não foi atendida. Mesmo que passe mais dias do que o prazo 
estabeleceu para a operadora resolver o problema (por exemplo, mais de 5 (cinco) dias 
úteis), ainda assim novo contato deve ser feito com a ANS para avisar que a demanda não 
foi atendida, senão há grande risco de que a demanda seja arquivada se a ANS tiver só as 
informações da operadora74. E depois não adiantará ficar reclamando que a ANS não ajudou 
na solução do problema. A ANS até vai tentar novo contato com o usuário, mas se não tiver 
sua informação de que a demanda não foi atendida, se for o caso, o desfecho final será 
mesmo o arquivamento. Neste caso, mesmo que ela tenha violado o direito do usuário, ela 
não será punida pela ANS.
Para usuários do SUS – busca de solução dentro do Sistema Único 
de Saúde
 Sempre que você precisar pedir um esclarecimento ou fazer uma reclamação em 
relação a um serviço ou a um atendimento no SUS Plano de Saúde, sugere-se que você se 
prepare para o contato (pessoal, telefônico ou por meio eletrônico) com informações/
documentos seguintes:
Índice
56
I - Documentos pessoais de sua criança e os seus documentos 
como responsável pela criança, comprovante de residência no 
município(conta de água, luz, etc.), e o cartão nacional do SUS – CNS 
- de sua criança. 
II – Todos os documentos médicos associados ao tratamento do 
autismo de sua criança: laudos médicos, guias, receitas, relatórios 
dos vários profissionais etc. Procure manter uma pasta organizada 
por ordem cronológica, mais novos primeiro, mais antigos atrás.
III - uma descrição detalhada dos fatos realizados nas unidades de 
saúde dos SUS por meio de seus servidores ou pessoas contratadas 
para a prestação de serviços no SUS que na sua visão constituem 
práticas de violação ao direito de à saúde de sua criança. Os fatos 
devem ser detalhados também, preferencialmente, com a indicação 
da data, da hora, do local, das pessoas envolvidas e a descrição 
resumida de suas falas. 
II - quaisquer provas que tiver acerca das conversas, como e-mail, 
conversas de whatsapp, se tiver.
IV - nome das testemunhas, se for o caso.
IV – número(s) de protocolo(s) na(s) ouvidoria(s) do SUS, data e hora 
do contato, se tiver.
INFORMAÇÕES/DOCUMENTOS A SEREM REUNIDOS ANTES DE 
PEDIR ESCLARECIMENTOS OU APRESENTAR RECLAMAÇÕES 
DIANTE DE PRÁTICAS EM UNIDADES DE SÁUDE DO SUS.
Índice
57
 No âmbito dos usuários do SUS, uma sugestão que damos às mães, pais e responsáveis 
pela criança autista é se organizarem com outras mães, pais e responsáveis que também 
sejam usuários do sistema formando um grupo de interesse. Diante da precariedade da 
oferta de atendimento médico aos usuários autistas do SUS na maioria das cidades do Brasil 
(situação de 2023), a organização em grupo tenderá a obter mais progressos na reivindicação 
da melhora e da oferta e qualidade dos serviços para as crianças autistas.
Servidores com formação na área da saúde e servidores de apoio a eles
 Antes de levar qualquer reclamação adiante, procure conversar com os servidores 
profissionais de saúde ou mesmo como os servidores que trabalham em apoio a eles, como 
é o caso de atendentes, secretárias, chefes de unidade de saúde. Geralmente, eles têm todo 
o interesse em esclarecer suas dúvidas. E claro, têm o dever de lhes prestar informações. 
Sempre que possível, procure tentar, primeiramente, resolver a questão da violação do direito 
à saúde de seu filho na própria unidade de saúde. Toda unidade de saúde tem um profissional 
responsável por sua direção. Algumas contam com setores de atendimento e esclarecimento 
de dúvidas dos usuários na própria unidade. Algumas unidades contam também com 
assistentes sociais que, geralmente, conhecem bem o funcionamento da unidade e também 
costumam ajudar bastante os usuários do SUS com bons esclarecimentos.
 Conforme a facilidade em seu município, tente conseguir um horário na agenda com o 
Secretário Municipal de Saúde ou até mesmo com o Prefeito Municipal para apresentar-lhe 
os problemas e carências no tratamento de seu filho. Como já foi dito antes, este atendimento 
tende a ser mais facilitado se você se reunir com outras mães, pais e responsáveis por 
crianças autistas que venham tendo problemas assemelhados com o que você está tendo. 
Principalmente, quando se tratar da falta de oferta de atendimento, ou atendimento 
adequado para as crianças autistas, a reivindicação em grupo tende a ser muito mais efetivo 
que a individual.
Ouvidoria do SUS
 Uma das opções para apresentar reclamações quanto aos atendimentos recebidos por 
sua criança ou quanto a falta deles ou deficiência dos atendimentos são os órgãos de ouvidoria. 
Os órgãos de ouvidoria do SUS têm entre os seus objetivos aprimorar o acesso a informações 
e o exercício do direito à saúde pelos usuários do SUS. 
Índice
58
 As ouvidorias do SUS tem duas funções muito importantes que podem ajudar no auxílio 
do seu problema que é não só o encaminhamento de sua reclamação para órgão da Secretaria 
de Saúde que deva resolver o problema, mas também fazer a mediação administrativa (buscar 
uma solução consensual) entre você e o órgão da secretaria de saúde que deva garantir o 
direito à saúde de sua criança. 
 Ao fazer contato com a ouvidoria, ela vai receber sua reclamação ou denúncia e efetuar 
o encaminhamento, a orientação, o acompanhamento da demanda e o retorno ao usuário, 
com o objetivo de propiciar uma resolução adequada aos problemas apresentados.
 No âmbito do SUS, as ouvidorias devem ser implantadas no âmbito municipal, 
estadual e no Ministério da Saúde. Parece-nos mais produtivo que você deva apresentar sua 
reclamação na ouvidoria municipal primeiro e acompanhar o encaminhamento dado até o 
seu desfecho. Mas nada lhe impede de fazer a reclamação também na ouvidoria do seu Estado 
ou na ouvidoria do Ministério da Saúde. 
 As ouvidorias do SUS (no município, estado ou a do Ministério da Saúde) devem 
disponibilizar ao usuário do SUS oportunidade de fazer a manifestação por meio eletrônico 
(internet), correspondência convencional(carta) ou verbal (atendimento presencial ou virtual).
 O Disque-Saúde é um canal de comunicação telefônico entre o(a) cidadão(ã) e o 
Ministério da Saúde. A ligação para o Disque-Saúde (136) é gratuita e o serviço funciona 
24 horas. De segunda a sexta-feira (exceto feriados), de 7h às 22h. Fora desse horário e aos 
sábados, domingos e feriados. É possível utilizar o atendimento eletrônico, próprio para a 
divulgação de informações. A ouvidoria do Ministério da Saúde também faz atendimentos 
presenciais ao usuário do Sus, de segunda a sexta-feira, das 9h às 13h e das 14h às 17h na 
Esplanada dos Ministérios - Bloco G Térreo – Brasília – DF - Edifício Sede - CEP: 70.058-900 - 
Brasília/DF.
 Procure pesquisar (na internet, por exemplo) e anotar para quando precisar do número 
de telefone, site e endereço da ouvidoria do SUS de seu município e da ouvidoria do SUS do 
seu Estado.
 Lembre-se que as ouvidorias do SUS também podem ser utilizadas para que o usuário 
do SUS apresente, não só reclamações ou denúncias, mas também informações, sugestões e 
elogios. Manifestações que também são importantes para favorecer a continuidade de bons 
serviços e bons servidores nas unidades de saúde do SUS.
Índice
59
Conselho Municipal de Saúde75
 
 Em todo município existe um órgão colegiado (composto por várias pessoas que tomam 
decisões em conjunto) que tem grande importância no planejamento e acompanhamento 
das ações e serviços de saúde prestados. Estamos falando do Conselho Municipal de Saúde 
que é um órgão previsto em lei. É interessante você saber que o Conselho de Saúde de seu 
município é composto pelo secretário municipal de saúde e outros agentes públicos, porpessoas ligadas aos prestadores de serviços de saúde para o município (por exemplo, um 
diretor de um hospital privado ou filantrópico que presta serviços ao SUS) e usuários do SUS 
como você.
 Como o Conselho Municipal de Saúde atua também no planejamento e fiscaliza a 
execução dos serviços prestados pela Secretaria de Saúde de seu município, pode ser muito 
interessante que você, mãe, pai ou responsável por criança autista que precisa de atendimento 
de qualidade para seu filho no SUS faça contato com membros do Conselho Municipal de 
Saúde para falar das deficiências e precariedades do atendimento que vem sendo recebido por 
sua criança autista. Mais grave do que isto, da carência de atendimento às crianças autistas do 
município. Renova-se aqui a orientação de que a reunião dos familiares das crianças autistas 
em um grupo para que vários representantes do grupo façam o contato com os membros do 
Conselho Municipal de Saúde tende a ser mais vantajosa para a causa autista.
 Os Conselhos Municipais de Saúde têm reuniões periódicas uma ou mais vezes dentro 
do mês em locais públicos. Geralmente, contam com uma secretaria do conselho. Procure 
saber em sua cidade quem são os membros dos conselhos municipais de saúde, quando e 
onde se reúnem. Faça contato com os membros, em especial, os representantes dos usuários 
do SUS. Compareça às reuniões, preferencialmente, com outras mães, pais e responsáveis 
por crianças autistas e leve questões para o debate ali diretamente ou por meio dos membros 
com quem contactar. O Conselho Municipal de Saúde tem um regimento interno que organiza 
as reuniões, sendo possível fazer o uso da palavra para buscar ali apoio às necessidades de 
melhorias no atendimento à saúde dos autistas em sua cidade.
 
Câmara Municipal
 As Câmaras Municipais exercem a função legislativa, fiscalizadora e de assessoramento 
ao Poder Executivo local e a administração de seus próprios serviços. As Câmaras de 
Vereadores do municípios discutem e aprovam o orçamento municipal, dentro do qual está 
o orçamento da área da saúde. O orçamento na área da saúde é baseado no plano municipal 
de saúde. 
Índice
60
 As carências e deficiências na oferta de serviços de saúde para a sua criança dentro do 
SUS podem estar associadas à falta de recursos financeiros para que a Secretaria Municipal 
de Saúde possa melhorar o atendimento aos autistas. Assim, é importante que, da mesma 
forma do que se disse acima em relação ao Conselho Municipal de Saúde, grupos de mães, 
pais e responsáveis por crianças autistas mantenham contato com o presidente da Câmara 
e demais vereadores para que fiquem cientes da situação dos serviços de saúde prestados a 
seu filho ou não prestados mas necessários, para que possam atuar junto ao Poder Executivo 
local. Assim como no caso dos Conselhos Municipais de Saúde, também a Câmara Municipal 
tem seu regimento interno, que, muitas vezes, permite a participação direta do cidadão, 
facultando-lhe fazer uso da palavra em sessões. São, neste caso, ótimas oportunidades de 
levar os problemas no atendimento à saúde das crianças autistas a todos os vereadores. 
 Não obstante o uso da palavra na sessão, os vereadores têm o dever de atender os 
cidadãos em questões municipais e, comumente, dentro de sua agenda de atendimentos. 
Procure na medida do possível, que pessoas do grupo de mães, pais e responsáveis pelos 
autistas mantenham vereadores informados das carências e problemas no atendimento 
à saúde das crianças autistas no município. Assim, poderão cobrar do Poder Executivo, em 
especial do secretário municipal de saúde, as devidas melhorias, bem como colaborarem no 
sentido de aprovação de previsões de recursos financeiros para a área da saúde.
Busca de Solução fora dos Sistemas de Saúde – Procon e Órgãos 
Essenciais da Justiça (Advocacia, Defensoria e 
Ministério Público) 
PROCONs – Entidades/órgãos de defesa do consumidor
O usuário do plano de saúde mantém contrato de assistência à saúde com a operadora 
e se trata, em regra76, de uma relação entre consumidor e fornecedor de serviço. Portanto, 
planos de saúde mantidos por entidades de autogestão que não possuem fins lucrativos 
também não mantêm relação de consumo com os usuários do plano. Assim como usuário 
dos SUS, que também não mantém relação de consumo com o sistema.
Assim o usuário – cliente – de plano de saúde mantido por operadoras de planos 
privados de saúde com fins lucrativos (uma dica, geralmente é o caso das empresas que 
fazem propaganda em rádio, tv para a venda de seus planos) é o que se pode valer dos serviços 
prestados pelos órgãos governamentais de defesa do consumidor, geralmente, conhecidos 
como PROCONs. 
 
Índice
61
Se sua cidade não tiver um Procon municipal, você pode contar com os serviços do 
Procon Estadual. 
Os PROCONs podem fiscalizar, apurar e punir fornecedores de serviços (como é o caso 
das empresas operadoras de Plano de saúde) por práticas que violem o direito do consumidor77. 
A forma de levar a notícia de uma violação ao direito do consumidor no Procon é por 
meio da apresentação de uma reclamação. A reclamação poderá ser feita por telefone, por 
meio da página eletrônica, pessoalmente na sede ou unidade de atendimento do Procon, 
ou ainda por outros canais de comunicação disponíveis78. Além de receber reclamações, o 
Procon também oferece os serviços de esclarecimento de dúvidas relativas a interesses do 
consumidor.
Para fazer uma reclamação no Procon referente a uma violação do direito do 
consumidor do seu filho, como é o caso da negativa injustificada de oferta de atendimento 
médico ou de outro profissional indicado pelo médico, por exemplo79, é importante organizar 
as informações. 
O Procon precisará das informações detalhadas sobre as práticas da operadora 
que, na sua visão, são violações dos direitos. Confira no quadro da pág 50 acima. Leve 
todas as informações e documentos que tiver ao Procon.
O seu caso será analisado no Procon e ali serão tomadas providências, por meios 
de procedimentos80. O Procon contacta a operadora do plano de saúde para lhe prestar 
esclarecimento sobre a sua reclamação. E, geralmente, a operadora do plano de saúde busca 
atender a demanda, também pelo fato de que o Procon mantém cadastros de reclamações 
não atendidas que são divulgadas anualmente81 e prejudicam a imagem dos fornecedores que 
não atenderam demandas fundamentadas, isto é, demandas que o Procon, por meio de seus 
técnicos, entendem que há nelas razão do consumidor.
Mais que isto, o Procon, após procedimento em que se dê oportunidade de defesa para 
a operadora, por vir a aplicar multas e outros tipos de sanções, algumas são submetidas à 
confirmação da ANS posteriormente82.
Assim, é importante frisar que se você é usuário do SUS ou está vinculado ao 
plano de saúde de autogestão, você não mantém uma relação de consumo com o SUS 
e, portanto, o Procon não deve ser acionado para resolver problemas do atendimento 
de seu filho no SUS. Caso faça isto, você vai desperdiçar seu tempo e o tempo dos 
servidores do Procon.
Índice
62
Advogado de Sua Confiança
Uma das opções para a defesa dos direitos de sua criança autista como consumidor 
é a contratação de um advogado, caso você possa pagar pelo serviço dele, isto é, pelos seus 
honorários. Procure um advogado de sua confiança, preferencialmente, algum que tenha 
alguma experiência na atuação dos direitos do consumidor na área da saúde. 
O advogado de sua confiança precisará das informações detalhadas sobre as 
práticas da operadora do plano de saúde ou da secretaria municipal de saúde que, na sua 
visão, são violações dos direitos. Confira no quadro da pág 50 ou pág 57 acima. Leve todas 
as informações e documentos que tiver a ele.
Seu advogado vai optar entre promover um contato com a operadora de saúde ou 
com a Secretaria de Saúde antes de ajuizar uma ação perante o Poder Judiciário, ou somente 
ajuizar uma ação perante o Poder Judiciário.
Para que você não tenha transtornos na relação com o advogadoque você contratar, 
é recomendável que você peça a ele a elaboração de um contrato escrito de prestação 
de serviços advocatícios em que sejam esclarecidos o preço dos honorários dele e em que 
data você vai ter que pagar-lhe. A Lei do Estatuto da Advocacia prevê o pagamento em três 
momentos e em partes iguais: no início do serviço, quando houver decisão do juiz da Comarca 
e ao final quando encerrar o processo. Mas pode ser combinado de maneira diferente entre 
você e o advogado contratado83 .
Não se esqueça de verificar com seu advogado o valor ou a estimativa de valor das 
despesas processuais (chamadas de “custas”) para o ajuizamento de uma ação judicial, 
para que não seja surpreendido com valor que, em regra, você precisa pagar para acionar o 
Poder Judiciário. Saiba que este valor das custas pode ser pago em algumas parcelas84, se seu 
advogado pedir ao juiz e este concordar. Mas, eventualmente, se o valor das custas foi muito 
alto para seu padrão de vida, seu advogado pode pedir ao juízo a isenção do pagamento de tais 
despesas (custas)85, mediante a apresentação de uma série de documentos que comprovem 
seu patrimônio, sua renda e despesas mensais que você tem em sua família.
Índice
63
Assistência Jurídica Gratuita para Necessitados. Defensoria Pública Estadual, Núcleos 
de Práticas Jurídicas das Faculdades de Direito, Advogado nomeado pela Ordem dos 
Advogados do Brasil ou pelo Juiz de Direito da Comarca
Pode acontecer de você necessitar acionar a operadora plano de saúde ou o município, 
Estado ou União (SUS) perante o Poder Judiciário, mas não ter condições financeiras de pagar 
pelos serviços de um advogado particular e nem ter condições financeiras de pagar pelas 
despesas processuais para início da ação no Fórum. Esta sua condição não vai impedir de você 
buscar os direitos de sua criança na Justiça, se você quiser. 
Em algumas cidades há unidades de atendimento da Defensoria Pública Estadual que 
atendem sempre de forma gratuita às pessoas “necessitadas”. Necessitadas são as pessoas que 
precisam de assistência jurídica, isto é, orientação sobre seus direitos e/ou de acionar o Poder 
Judiciário e não têm dinheiro suficiente para pagar pelo serviço de um advogado e as despesas 
processuais. Pois esses gastos lhes faltariam para cobrir as despesas mensais de si e de sua 
família. A Defensoria Pública é uma instituição pública que conta com advogados que ali são 
chamados de defensores públicos e que não cobrarão de você nenhum valor pela orientação, 
pelo ajuizamento de ação judicial em favor de sua criança, nem pelo acompanhamento até o 
final da ação judicial. 
Para que possa ser atendido pela Defensoria Pública, você deve levar seus documentos 
para provar a condição de “necessitado”: carteira de trabalho, comprovantes de renda e de 
patrimônio, se tiver, e de despesas mensais e extraordinárias. Por exemplo, contra cheques, 
cartão de benefícios de programas governamentais de transferência de renda (Bolsa Família, 
por exemplo), cartão de beneficiário do INSS, extrato bancário, declaração de imposto de 
renda, declaração do empregador ou da pessoa para quem presta serviços etc.. E comprovantes 
de despesas mensais (água, luz, telefone, internet, alimentação e remédios) extraordinárias 
como pagamento de alimentos fixados na Justiça, gastos com planos de saúde, gastos com 
alimentos especiais prescritos por médico. Os defensores públicos vão analisar se sua condição 
é mesmo de “necessitado” nos termos da lei e das normas internas de sua instituição. No 
estado de Goiás, à época em que escrevemos este guia, a Defensoria Pública, a resolução que 
regulamentava o atendimento das pessoas na condição de necessitado86 também considerava 
o fato de ter pessoa com deficiência na família como um critério importante a ser considerado 
para que a pessoa possa ser atendida pela Defensoria.
Índice
64
Se seu atendimento for aprovado na Defensoria Pública, o defensor público precisará 
das informações detalhadas sobre as práticas da operadora que, na sua visão, são 
violações dos direitos. Confira no quadro da pág 50 (Plano de Saúde) ou pág 57 (SUS) 
acima. Leve todas as informações e documentos que tiver a ele.
Em algumas cidades há faculdades de Direito que disponibilizam assistência jurídica 
gratuita a pessoas “necessitadas” (vide acima) em locais geralmente por elas nomeados de 
“Núcleos de Prática Jurídica”. O atendimento nesses Núcleos de Práticas Jurídicas são feitos 
por estudantes do últimos períodos do curso de Direito supervisionados por alguns de seus 
professores. Os critérios para admissão de atendimentos nos Núcleos de Prática Jurídica não 
são iguais em todas as faculdades, eis que cada uma tem autonomia para definir tais critérios, 
mas não divergem muito do que foi explicado acima no que se refere às Defensorias Públicas. 
Se seu atendimento for aprovado no Núcleo de Prática Jurídica o estudante do curso 
de Direito e o seu professor supervisor precisarão das informações detalhadas sobre as 
práticas da operadora que, na sua visão, são violações dos direitos. Confira no quadro da 
pág 50 (Plano de Saúde) ou pág 57 (SUS) acima. Leve todas as informações e documentos 
que tiver a ele.
Ministério Público Estadual 
O Ministério Público também é uma instituição que também cuida do direito à saúde, 
em especial ao direito da criança à saúde. Na sua cidade deve ter um prédio onde funciona a 
sede do Ministério Público Estadual. Se não for o caso, há uma cidade próxima onde há uma 
sede do Ministério Público Estadual a qual a sua cidade está vinculada. Se diz que ambas estão 
em uma mesma região chamada de Comarca. Os prédios do Ministério Público na Comarca 
são chamados de Promotorias de Justiça e, em cada uma haverá um ou mais promotores de 
Justiça de quem você poderá receber informações sobre os direitos de sua criança. Ele poderá 
ajuizar uma ação judicial para garantir o direito à saúde de sua criança. Os promotores de 
Justiça contam com assessores, secretários e outros servidores públicos que o auxiliam para 
fazer o seu atendimento. 
Tal como já foi dito no caso de atendimento pela Defensoria Pública, ou por advogado 
nas seções acima, leve os documentos indicados na pág 50 (Plano de Saúde) ou pág 57 (SUS) 
para que o seu atendimento possa ser o mais proveitoso também no Ministério Público. 
Índice
65
Como pedir esclarecimentos e apresentar suas reclamações 
Durante a seção II deste guia, apresentamos algumas situações que configuram 
violações do direito de sua criança com TEA ao melhor diagnóstico e tratamento. No início 
desta seção, vimos quais as entidades/órgãos e pessoas que podem/devem atuar para lhe 
auxiliar na busca do tratamento de seu filho. Neste último ponto, vamos lhe esclarecer um 
pouco sobre algumas garantias constitucionais das quais você mesmo(a) e/ou o seu grupo 
de mães, pais e responsáveis por crianças autistas, podem obter informações, reclamar e 
provocar a atuação dos órgãos públicos e das operadoras de saúde, responsáveis pela oferta 
de diagnóstico e tratamento adequado para sua criança. 
 
Direito de Certidão e Direito da Petição 
Antes de detalhar como se pode fazer os pedidos de esclarecimentos e a apresentação 
de reclamações para os órgãos públicos ou empresas privadas responsáveis por garantir o 
diagnóstico e tratamento de seu filho autista, precisamos frisar um ponto. Os órgãos públicos 
e as empresas privadas que atuam na área de saúde têm o dever de fazer os esclarecimentos 
necessários que você, mãe, pai ou responsável pela criança autista precisar. É preciso que você 
tenha consciência que eles não estão lhe fazendo um favor em prestar-lhes as informações. 
Não se diz isto para que você interaja com esses órgãos e empresas de maneira arrogante 
ou deseducada, pois isto só dificulta as soluções, mas, se necessário, será preciso advertir de 
que você está em nome de seu filho exercendo direitos fundamentais que estão escritas na 
constituição brasileira de 1988. 
O artigo 5º, inciso XXXV87 da ConstituiçãoFederal fala que são assegurados a todos 
perante os Poderes Públicos o direito de petição em defesa de direitos e o direito de certidão, 
independente do pagamento de taxas. Vamos explicar o que isto significa. 
Petição é um pedido por escrito; um requerimento88. O direito à petição pode ser 
definido como o direito que pertence a uma pessoa de invocar a atenção dos poderes públicos 
sobre uma questão ou uma situação89, como por exemplo, a falta de diagnóstico ou a falta ou 
inadequação do tratamento que sua criança autista está recebendo. A finalidade do direito 
de petição é dar notícia do fato ilegal ou abusivo do Poder Público90, para que providencie as 
medidas adequadas. Como vimos na seção dos direitos dos autistas, a falta de diagnóstico 
ou tratamento adequado à criança autista é um fato ilegal ou abusivo do Poder Público. E 
a Constituição Federal assegura a qualquer pessoa o direito de apresentar reclamações 
aos Poderes Públicos, Legislativo, Executivo, Judiciário, bem como ao Ministério Público, 
contra ilegalidade e abuso de poder91. O exercício do direito de petição não exige o seu 
endereçamento ao órgão competente para a tomada de providências, devendo, pois, quem 
recebê-la, encaminhá-la à autoridade competente92.
Índice
66
Certidão, no sentido geral, significa um documento em que se certifica (assevera, dá 
por certo) alguma coisa93. Por exemplo, uma certidão de que uma diretora de unidade de 
saúde poderia lhe passar informação que durante todo o mês de janeiro de 2023, não houve 
atendimento de terapeuta ocupacional para o seu filho na unidade de saúde tal da cidade 
tal. O direito de certidão assegurado na Constituição lhe confere o direito de pedir a certidão 
ao órgão público sobre fatos ocorridos naquele local e de conhecimento dos servidores. Tais 
informações podem ser muito úteis para se fazer provas de que, por exemplo, uma omissão 
está ocorrendo que pode prejudicar o tratamento de seu filho, o que, neste caso, importa 
em violação ao direito dele. Existe um prazo legal de 15 (quinze) dias, contado do dia em que 
você fizer o registro (protocolar) do seu pedido de certidão, para que o órgão público elabore 
a petição e lhe entregue94. Ao fazer o pedido de certidão você deve se identificar e também 
dizer para que quer a certidão, esta é uma exigência legal também95. 
[9] Caso você solicite uma certidão sobre algum fato ocorrido ou sobre fato previsto 
e não ocorrido em determinada unidade de saúde e isto lhe seja negado ou procrastinado 
injustificadamente, adiante neste guia apresentaremos instruções de como reclamar por ela. 
Modelos de Petições e Requerimentos 
A seguir, apresentamos modelos que podem lhe facilitar a apresentação de uma 
reclamação a órgão e entidades que podem lhe ajudar na busca de solução para os problemas 
apontados. 
Optou-se por, após enunciar o tipo de violação de direito, apresentar um modelo de 
petição (carta em que se pede a tomada de providências) na qual indicamos quais os órgãos 
aos quais a carta pode ser apresentada. O conteúdo das sugestões de pedidos de providências 
pode ser utilizado em cartas, e-mails, campos de formulários eletrônicos de aplicativos na 
internet etc., e também verbalmente quando estiver em encontros presenciais ou virtuais.
O modelo está dividido em 3 partes que podem ser combinadas dentro de cada um dos 
3 tipos de atendimento: SUS, plano privado de saúde ou atendimento particular.
I) Na primeira parte indicamos os possíveis destinatários(as) a quem a petição/carta 
pode ser endereçada;
II) Na segunda parte, indicamos o fato em função do qual está relacionado o 
seu pedido. Quase sempre este fato está associado a violação de um direito; 
III) Na terceira parte, indicamos os principais fundamentos jurídico, isto é, os principais 
trechos das Leis e Resoluções que lhe autorizam fazer o pedido;
IV) Na quarta parte fazemos o pedido e indicamos o prazo em que o destinatário está 
obrigado por lei a atender o pedido (quando houver lei que indique isto).
Situação 1: Negativa de acesso ao prontuário. Quando você solicita a cópia do prontuário do 
Índice
67
paciente de sua criança, ou informações específicas dentro do prontuário como é o caso da 
cópia do laudo médico, a cópia da avaliação realizada pela analista do comportamento VB-
MAPP, por exemplo; a cópia do Plano Educacional Individualizado, a cópia dos registros do 
atendimento em sessão ABA – pasta de atividades em ABA, a cópia do registro de atendimento 
da sessão com Psicólogo(a)/Fonoaudiólogo(a)/Terapeuta Ocupacional etc.
Autor: Heitor Gabriel Amaral Batista
Índice
68
Atendimento no SUS 
[local, data]
A(o)
( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde
( ) Secretário Municipal de Saúde
( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde.
( ) Conselho Municipal de Saúde
( ) Prefeito
( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina ou de outra profissão de saúde. 
Prezado(a)(s) Senhor(a)(es), 
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança 
autista que está em tratamento na unidade de saúde [nome da unidade de saúde], sendo 
atendida pelos profissionais de saúde: [nome dos profissionais e profissão deles. Por exemplo: 
Dr João Silva, psiquiatra].
Na condição de mãe, pedi uma cópia completa do PRONTUÁRIO DO PACIENTE do(a) minha 
filha, no dia [data em que foi solicitado ] e até a presente data não fui atendida.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 
3º , II garante à pessoa em tratamento as informações sobre seu estado de saúde. O Código de 
Ética Médica(art.88), bem como os códigos de ética das demais profissões de saúde garantem 
ao paciente o acesso ao seu prontuário.
Acrescento que o direito ao acesso à informação é direito básico do usuário do serviço público 
(Lei 12.547/11, art. 6º, III).
Diante disso, venho requerer que tome providências para que me seja feita a entrega, em 
prazo razoável, de cópia completa do prontuário * do tratamento da minha criança na referida 
unidade de saúde.
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
- Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do Cartão SUS do seu filho 
Índice
69
Atendimento em Plano de Saúde
[local, data]
A(o)
( ) Diretor da Unidade de Saúde
( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde
( ) Ouvidoria do Plano de Saúde
( ) Cana de atendimento do usuário na ANS
Prezado(a)(s) Senhor(a)(es), 
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], Cartão [número inscrito na cartão do 
plano de saúde], é uma criança autista que está em tratamento na unidade de saúde [nome 
da unidade de saúde], sendo atendida pelos profissionais de saúde: [nome dos profissionais e 
profissão deles. Por exemplo: Dr João Silva, psiquiatra].
Na condição de mãe, pedi uma cópia completa do PRONTUÁRIO DO PACIENTE do(a) minha 
filha, no dia [data em que foi solicitado ] e até a presente data não fui atendida.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 
3º , II garante à pessoa em tratamento as informações sobre seu estado de saúde. O Código de 
Ética Médica(art.88), bem como os códigos de ética das demais profissões de saúde garantem 
ao paciente o acesso ao seu prontuário.
Acrescento que o direito ao acesso à informação é direito básico do consumidor (CDC, art. 6º, 
III).
Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja feita a entrega, em 
prazo razoável, de cópia completa do prontuário * do tratamento da minha criança na referida 
unidade de saúde.
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
--Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documentode identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do Cartão da Operadora do Plano de Saúde referente ao seu(sua) filho(a)
Índice
70
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
Índice
71
Atendimento Particular
[local, data]
A(o)
( ) Diretor da Clínica 
( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina ou de outra profissão de saúde.
Prezado(a)(s) Senhor(a)(es), 
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], Cartão [número inscrito na cartão do 
plano de saúde], é uma criança autista que está em tratamento na unidade de saúde [nome 
da unidade de saúde], sendo atendida pelos profissionais de saúde: [nome dos profissionais e 
profissão deles. Por exemplo: Dr João Silva, psiquiatra].
Na condição de mãe, pedi uma cópia completa do PRONTUÁRIO DO PACIENTE do(a) minha 
filha, no dia [data em que foi solicitado] e até a presente data não fui atendida.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 
3º , II garante à pessoa em tratamento as informações sobre seu estado de saúde. O Código de 
Ética Médica(art.88), bem como os códigos de ética das demais profissões de saúde garantem 
ao paciente o acesso ao seu prontuário.
Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja feita a entrega, em 
prazo razoável, de cópia completa do prontuário * do tratamento da minha criança na referida 
unidade de saúde.
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
--Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa 
do prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data 
ou períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a Terapeuta 
Ocupacional Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
Índice
72
Situação 2: Demora excessiva na marcação da consulta com o médico especialista para 
fazer o diagnóstico.
Atendimento no SUS
[local, data ]
A(o)
( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde
( ) Secretário Municipal de Saúde
( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde.
( ) Conselho Municipal de Saúde
( ) Prefeito
( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina ou de outra profissão de saúde. 
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança 
com suspeita de autismo já havendo indicação para que ela seja consultada por médico 
especialista que seja capaz de fechar o diagnóstico. 
Na condição de mãe, apresentei o encaminhamento do médico [pediatra] para que 
minha criança seja atendida por médico especialista, no órgão [nome do órgão onde o 
encaminhamento foi apresentado] no dia XX/XX/XX.
No entanto, até a presente data, o SUS ainda não marcou a data para que a criança seja 
atendida por médico especialista capaz de fechar o diagnóstico.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu 
artigo 3º diz que “toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo para 
resolver seu problema de saúde.
Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja providenciada a 
consulta com médico especialista com vista a não prejudicar o início do tratamento da minha 
criança..
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
- Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do Cartão SUS do seu filho 
Índice
73
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
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74
Atendimento em Plano de Saúde
[local, data ]
A(o)
( ) Diretor da Unidade de Saúde
( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde
( ) Ouvidoria do Plano de Saúde
( ) Canal de atendimento do usuário na ANS
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], usuário deste Plano de Saúde, Cartão [número 
do cartão do Plano de Saúde], é uma criança com suspeita de autismo já havendo indicação para 
que ela seja consultada por médico especialista que seja capaz de fechar o diagnóstico. 
Na condição de mãe, apresentei o encaminhamento do médico [pediatra] para que minha criança 
seja atendida por médico especialista, no órgão [nome do órgão onde o encaminhamento foi 
apresentado] desta Operadora de Saúde no dia XX/XX/XX.
No entanto, até a presente data, essa operadora de plano de saúde ainda não marcou a data para 
que a criança seja atendida por médico especialista capaz de fechar o diagnóstico.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu artigo 
3º diz que “toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo para resolver seu 
problema de saúde.
Nos termos da Resolução ANS N. 566 de 29 de dezembro de 2022 o prazo para início de atendimento 
por especialistas de Plano de Saúde é de até 7(sete) dias úteis para consulta básica em pediatria, 
clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia e em até 14(quatorze) dias úteis para as 
demais especialidades médicas como é o caso de neuropediatra, neurologista, neurologista infantil, 
psiquiatra infantil e psiquiatra.
Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja providenciada a consulta 
com médico especialista, dentro do prazo legal indicado na norma da ANS acima referida, tudo 
com vista a não prejudicar o início do tratamento da minha criança.
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
--Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
Índice
75
- Cópia do Cartão da Operadora do Plano de Saúde referente ao seu(sua) filho(a)
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
Índice
76
Situação 3: Demora não esclarecida a você pelo médico/demais profissionais quanto a 
entrega do laudo completo.
Atendimento no SUS
[local, data ]
A(o)
( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde
( ) Secretário Municipal de Saúde
( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde.
( ) Conselho Municipal de Saúde
( ) Prefeito
( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina ou de outra profissão de saúde. 
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança 
com suspeita de autismo que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/
XX/XX, com o objetivo de fechar o diagnóstico e apresentar-me o devido LAUDO para que 
possamos iniciar o tratamento da criança, se for o caso. 
No entanto, até a presente data, não recebi a resposta do médico quanto ao diagnóstico, nem o 
LAUDO com a devida prescrição de tratamento, se for o caso; nem mesmo recebi explicações 
[justificáveis] para o atraso. 
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu 
artigo 3º, parágrafo único, e seuque podem ser informações importantes para a equipe multiprofissional ............................100
Contatos importantes .........................................................................................................................101
Indicações de livros, filmes, canais do Youtube, sites sobre TEA ...............................................102
6
Apresentação 
 
 Se este manual chegou até você, com certeza é porque você é mãe, pai ou responsável 
por uma criança que foi diagnosticada com autismo, ou ainda está sob investigação. Nós 
sabemos exatamente o que está sentindo nesse momento. Nós já trilhamos esse caminho. 
Sabemos o quanto é desesperador ouvir “seu filho é autista”, e autismo não tem cura. É como 
se o chão tivesse sido arrancado de nós, sem aviso prévio. 
 
 O choro é inevitável. Um turbilhão de sentimentos e pensamentos nos invade. Uma 
mistura de medo, revolta, tristeza, e incertezas. Uma das primeiras perguntas, é: Por que eu? 
Por que meu filho? Sem respostas concretas, começamos pelo começo, pelo básico, vamos ao 
Google tentar entender o que é o autismo, e como será a vida daqui pra frente. 
 Nos deparamos com uma avalanche de informações desencontradas, cada um fala 
uma coisa. E não dá para confiar em tudo que lemos e ouvimos na internet, não é mesmo? 
Mas não se desespere! Não tente entender tudo sobre autismo de uma vez, e principalmente 
por fontes desconhecidas, já que é a vida e a saúde do seu filho que estão em jogo. 
 
 De agora em diante, é muito importante ter duas coisas em mente: apesar de o autismo 
não ter cura, o diagnóstico não é uma sentença! Não é o fim de tudo, mas apenas o começo de 
uma longa jornada cheia de desafios, mas também de esperanças. 
 Por esta razão, parabenizamos ao Ministério Público do Estado de Goiás por essa 
iniciativa de publicar um guia prático com as principais informações de que se precisa para o 
início do conhecimento sobre o TEA. O objetivo do MPGO é fazer com que a sua caminhada 
dentro desse universo do “Espectro do Autismo,” totalmente desconhecido e complexo, seja 
mais leve e segura. 
 
 O material que está prestes a ler, foi produzido de forma bem didática e aborda os 
temas de maior relevância que afetam o nosso dia a dia. A cartilha foi dividida por seções. 
Na primeira seção você vai encontrar respostas para diversas perguntas, tais como: O que é o 
autismo? Como é feito o diagnóstico? Qual o primeiro passo depois do diagnóstico? Quais os 
tipos de tratamentos? Como posso ter certeza que meu filho está tendo o tratamento correto? 
O que cobrar dos profissionais que atendem meu filho? 
 
 Na seção destinada aos direitos das pessoas com TEA, encontrará respostas práticas 
sobre quais são os direitos do seu filho ao tratamento integral do TEA, quer seja pelo SUS ou 
pelo plano de saúde. Também vai aprender o passo a passo para ter acesso a este tratamento. 
E o mais importante, caso o tratamento para o seu filho seja negado, a cartilha vai te mostrar 
exatamente o que fazer nestes casos de violações e a quem recorrer. Ainda encontrará dicas 
Índice
7
importantes sobre as mais diversas situações do dia a dia que podem violar os direitos mais 
básicos da sua criança. 
 Também irá encontrar uma seção especial reservada para a indicação de filmes, livros 
e canais do Youtube que falam sobre autismo. Esta sessão foi uma oportunidade que o MPGO 
concedeu a nós da Associação das Mães em Movimento pelo Autismo de compartilharmos 
com você os materiais sobre o TEA que realmente fizeram a diferença nas nossas vidas e dos 
nossos filhos. Leia os livros indicados, navegue pelos sites e assista aos filmes, e as séries que 
retratam a realidade do autismo na prática. Lembre-se, aprender através das histórias de 
outras famílias pode ajudar e muito, a não cometermos os mesmos erros. 
 Na oportunidade, agradecemos ao MPGO por ter nos concedido a honra de apresentar 
para você este material que é fruto da sensibilidade e compromisso com a causa autista no 
Estado de Goiás. Por fim, uma dica que pode fazer a diferença no dia a dia: guarde o link deste 
manual em um lugar de fácil acesso, pois, acredite, você ainda vai precisar dela em algum 
momento! 
 E o mais importante, conhecimento é poder! Quanto mais se informar sobre o TEA, 
mais condições você terá de ajudar seu filho e a outras famílias que um dia como você irá 
precisar de uma luz no final do túnel, pois como já dizia nossa conterrânea Cora Coralina 
“Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. Do nosso coração para o seu 
coração, desejamos uma ótima leitura. 
Primavera de 2023
Por Letícia Amaral, mãe de criança autista, advogada e presidente da associação 
“Mães em Movimento pelo Autista (MMA)” 
Autor: Alair Gustavo Leite de Souza
Índice
Parte I 
Informações Médicas*
Autor: Felipe Kiyoshi Botelho Tomo
*Por Ana Márcia Guimarães Alves, especialista em desenvolvimento atípico 
e mestranda em genética, diretora da Sociedade Brasileira de Pediatria e 
médica pediatra em Goiânia.
9
Nível 1 de suporte são as crianças que, por apresentarem poucos prejuízos 
necessitam de pouco suporte para que realizem as atividades esperadas para sua 
idade, necessitando, consequentemente, de menos intervenção terapêutica e menos 
horas de tratamento.
O que é Transtorno do Espectro do Autismo?
 
 O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma desordem do neurodesenvolvimento, 
ou seja, nos momentos mais precoces da formação do cérebro, ainda na gestação, a formação de 
algumas vias neurológicas não se dão da maneira correta, principalmente as vias relacionadas 
ao aprendizado social. Estas alterações só serão percebidas ao longo do desenvolvimento da 
criança, normalmente após o primeiro ano de vida e com um pico mais evidente em torno de 1 
ano e 9 meses, quando as situações ambientais exigirem as respostas adequadas da criança e 
os prejuízos e atrasos ficarem evidentes. Em qualquer idade em que estes sintomas puderem 
ser notados, o médico pode fazer o diagnóstico de autismo na criança, para que ela receba o 
tratamento na idade correta, o que proporcionará melhorias muito mais significativas. 
Muitas pesquisas já foram feitas para se estabelecer a causa do autismo, a única certeza 
que temos é que é uma desordem multifatorial de forte componente genético. A chance 
de qualquer pessoa ter um filho autista é de 1 a 2%. Quando já se tem um filho autista, os 
irmãos têm uma chance de 10 a 20 vezes maior de nascerem e desenvolverem os sintomas do 
espectro autista. Existem alguns gatilhos ambientais, como a prematuridade. Nestas crianças 
a prevalência de TEA é maior.
Quais os níveis de TEA?
O termo espectro quer dizer que há uma variedade muito grande de sintomatologia, 
sendo que uma pessoa nunca será igual à outra, pois suas habilidades e prejuízos, além de 
diferentes uns dos outros, mudam até mesmo no curso da vida da própria pessoa. Assim 
podemos levar uma criança mais grave para um nível mais leve com as intervenções e vice-
versa, podemos ver uma criança mais leve piorar na sua funcionalidade sem o tratamento 
correto e precoce.
Não falamos mais em graus, mas sim em níveis de suporte, exatamente porque estas 
crianças podem se tornar cada vez mais funcionais. Existem níveis de classificação para o 
espectro autista, que vão do 1 ao 3.
Índice
10
O que estes indivíduos têm em comum para serem diagnosticados todos como 
autistas, já que são tão diferentes na manifestação clínica? 
Todos os indivíduos do espectro autista apresentam dois critérios clínicos (critério A 
e critério B):
A) Déficits na comunicação social, na troca de informações, principalmente as não 
verbais, prejuízos no reconhecimento de pistas para modular a interação com o 
outro, desinteresse social, déficits na capacidade de ver as situações na perspectiva 
do outro e assim, ter empatia e noção do que o outro quis dizer
B) Tendência a repetir comportamentos, podem ser motores ou comportamentais, 
que se mostram na rigidez, na dificuldade de mudança,inciso II dizem que “É direito da pessoa ter o atendimento 
adequado, com qualidade e no tempo certo” e “informações sobre o seu estado de saúde, 
de maneira clara, objetiva, respeitosa, compreensível quanto à: a) possíveis diagnósticos; b) 
diagnósticos confirmados (...) d) resultados dos exames realizados”. 
Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o diagnóstico 
e o LAUDO, se for o caso, referente à consulta que minha criança se submeteu perante o médico 
especialista acima indicado.
Índice
77
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
-Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do Cartão SUS do seu filho 
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
Índice
78
Atendimento em Plano de Saúde
[local, data ]
A(o)
( ) Diretor da Unidade de Saúde
( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde
( ) Ouvidoria do Plano de Saúde
( ) Canal de atendimento do usuário na ANS
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], Cartão [número do cartão do Plano de 
Saúde], é uma criança com suspeita de autismo que foi atendida pelo médico especialista 
[nome do médico] em XX/XX/XX, com o objetivo de fechar o diagnóstico e apresentar-me o 
devido LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança, se for o caso. 
No entanto, até a presente data, não recebi a resposta do médico quanto ao diagnóstico, nem o 
LAUDO com a devida prescrição de tratamento, se for o caso; nem mesmo recebi explicações 
[justificáveis] para o atraso.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu 
artigo 3º, parágrafo único, e seu inciso II dizem que “É direito da pessoa ter o atendimento 
adequado, com qualidade e no tempo certo” e “informações sobre o seu estado de saúde, 
de maneira clara, objetiva, respeitosa, compreensível quanto à: a) possíveis diagnósticos; b) 
diagnósticos confirmados (...) d) resultados dos exames realizados”.
Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o diagnóstico 
e o LAUDO, se for o caso, referente à consulta que minha criança se submeteu perante o 
médico especialista acima indicado.
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
-Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do Cartão da Operadora do seu filho 
Índice
79
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
Índice
80
Atendimento Particular
[local, data]
A(o)
( ) Diretor da Clínica 
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], Cartão [número do cartão do Plano de 
Saúde], é uma criança com suspeita de autismo que foi atendida pelo médico especialista 
[nome do médico] em XX/XX/XX, com o objetivo de fechar o diagnóstico e apresentar-me o 
devido LAUDO para que possamos iniciar o tratamento da criança, se for o caso. 
No entanto, até a presente data, não recebi a resposta do médico quanto ao diagnóstico, 
nem o LAUDO com a devida prescrição de tratamento, se for o caso; nem mesmo recebi 
explicações[justificáveis] para o atraso.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em seu 
artigo 3º, parágrafo único, e seu inciso II dizem que “É direito da pessoa ter o atendimento 
adequado, com qualidade e no tempo certo” e “informações sobre o seu estado de saúde, 
de maneira clara, objetiva, respeitosa, compreensível quanto à: a) possíveis diagnósticos; b) 
diagnósticos confirmados (...) d) resultados dos exames realizados”.
Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o diagnóstico 
e o LAUDO, se for o caso, referente à consulta que minha criança se submeteu perante o 
médico especialista acima indicado.
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
-Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
Índice
81
Situação 4: Você recebeu o laudo de diagnóstico do seu filho, mas ele está incompleto.
Atendimento no SUS
[local, data ]
A(o)
( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde
( ) Secretário Municipal de Saúde
( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde.
( ) Conselho Municipal de Saúde
( ) Prefeito
( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina. 
Meu(minha) filho(o); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança 
que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico 
confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o 
tratamento da criança
No entanto, o referido LAUDO se mostra incompleto porque:
( ) Não tem a prescrição terapêutica, consistente na indicação do método e da técnica que 
o médico entende ser adequada ao tratamento da criança, por exemplo; ABA, DENVER, 
TEACCH, PECS etc.
( ) Não contém a lista dos profissionais que devam compor a equipe multiprofissional 
que devam fazer o tratamento da minha criança (Por Exemplo: psicólogo analista de 
comportamento, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicopedagogo, 
nutricionista.)
( ) Não indicou o número de horas semanais a que minha criança deverá ser submetida em 
sessões terapêuticas com cada um dos profissionais de saúde que conduzirão em equipe o 
seu tratamento.
Nos termos da Lei do ato médico, Lei 12.842/2013, artigo 2º , parágrafo único, II, “o médico 
desenvolverá suas ações profissionais (...) para o diagnóstico e o tratamento das doenças”, 
que é um ato privativo do médico. A indicação do tratamento importa na indicação do 
método e técnica de forma completa.
Índice
82
Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o LAUDO 
médico completo, com a indicação da prescrição terapêutica, com a indicação do método 
e técnica, a indicação dos tipos de profissionais da área de saúde que comporão a equipe 
multiprofissional para o tratamento e o número de horas semanais de cada um dos profissionais 
indicados realizará sessões terapêuticas com a minha criança. 
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
-Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do Cartão SUS do seu filho 
- Cópia do LAUDO incompleto feito pelo médico.
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
Índice
83
Atendimento em Plano de Saúde
[local, data ]
A(o)
( ) Diretor da Unidade de Saúde
( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde
( ) Ouvidoria do Plano de Saúde
( ) Canal de atendimento do usuário na ANS
( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina.
Meu(minha) filho(o);[nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança 
que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico 
confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o 
tratamento da criança
No entanto, o referido LAUDO se mostra incompleto porque:
( ) Não tem a prescrição terapêutica, consistente na indicação do método e da técnica que o 
médico entende ser adequada ao tratamento da criança, por exemplo; ABA, Denver, Teacch, 
Pecs etc.
( ) Não contém a lista dos profissionais que devam compor a equipe multiprofissional que devam 
fazer o tratamento da minha criança (Por Exemplo: Psicólogo Analista de comportamento, 
psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicopedagogo, nutricionista.)
( ) Não indicou o número de horas semanais a que minha criança deverá ser submetida em 
sessões terapêuticas com cada um dos profissionais de saúde que conduzirão em equipe o 
seu tratamento.
Nos termos da Lei do ato médico, Lei 12.842/2013, artigo 2º , parágrafo único, II, “o médico 
desenvolverá suas ações profissionais (...) para o diagnóstico e o tratamento das doenças”, que 
é um ato privativo do médico. A indicação do tratamento importa na indicação do método e 
técnica de forma completa.
Além disso, o artigo 6º da Resolução Normativa n. 465 da ANS de 24 de fevereiro de 2021 em 
seu parágrafo 4º do artigo 6º estabelece que “a operadora deverá oferecer atendimento por 
prestador apto a executar o método ou técnica indicados pelo médico assistente para tratar a 
doença ou o agravo do paciente.”
Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o LAUDO 
médico completo, com a indicação da prescrição terapêutica, com a indicação do método 
e técnica, a indicação dos tipos de profissionais da área de saúde que comporão a equipe 
Índice
84
multiprofissional para o tratamento e o número de horas semanais de cada um dos profissionais 
indicados realizará sessões terapêuticas com a minha criança.
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
-Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do Cartão do plano de saúde seu filho 
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
Índice
85
Atendimento Particular
[local, data]
A(o)
( ) Diretor da Clínica 
( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina.
Meu(minha) filho(o); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança 
que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico 
confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o 
tratamento da criança
No entanto, o referido LAUDO se mostra incompleto porque:
( ) Não tem a prescrição terapêutica, consistente na indicação do método e da técnica que o 
médico entende ser adequada ao tratamento da criança, por exemplo; ABA, Denver, Teacch, 
Pecs etc.
( ) Não contém a lista dos profissionais que devam compor a equipe multiprofissional que devam 
fazer o tratamento da minha criança (Por Exemplo: Psicólogo Analista de comportamento, 
psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicopedagogo, nutricionista.)
( ) Não indicou o número de horas semanais a que minha criança deverá ser submetida em 
sessões terapêuticas com cada um dos profissionais de saúde que conduzirão em equipe o 
seu tratamento.
Nos termos da Lei do ato médico, Lei 12.842/2013, artigo 2º , parágrafo único, II, “o médico 
desenvolverá suas ações profissionais (...) para o diagnóstico e o tratamento das doenças”, que 
é um ato privativo do médico. A indicação do tratamento importa na indicação do método e 
técnica de forma completa.
Diante do que, venho requerer que tome providências para que me seja entregue o LAUDO 
médico completo, com a indicação da prescrição terapêutica, com a indicação do método 
e técnica, a indicação dos tipos de profissionais da área de saúde que comporão a equipe 
multiprofissional para o tratamento e o número de horas semanais de cada um dos profissionais 
indicados realizará sessões terapêuticas com a minha criança.
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
-Cópia do seu documento de identidade
Índice
86
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do LAUDO incompleto feito pelo médico.
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
Índice
87
Situação 5: Caso você tenha oferta de número de horas de sessões semanais de tratamento 
menor do que o número de sessões semanais prescritas no laudo médico completo .
Atendimento no SUS
[local, data ]
A(o)
( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde
( ) Secretário Municipal de Saúde
( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde.
( ) Conselho Municipal de Saúde
( ) Prefeito
( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina ou de outra profissão de saúde. 
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança 
que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico 
confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o 
tratamento da criança.
No LAUDO o médico especialista indicou a necessidade de realização das seguintes sessões 
terapêuticas:
[ transcreva aqui as horas de sessões semanais e a profissão da área da saúde que conste no 
seu laudo , como nos exemplos abaixo ]
( ) ___ horas em sessões semanais com Psicólogo – Analista de Comportamento.
( ) ___ horas em sessões semanais com Fonoaudiólogo. 
( ) ___ horas semanas com Terapeuta Ocupacional.
No entanto, até o presente momento, o SUS só ofertou o número de horas de sessões abaixo 
que é menor do que indicado no LAUDO. 
[transcreva aqui as horas de sessões semanais e a profissão médico que conste no seu laudo, 
como nos exemplos abaixo ]
( ) ___ horas em sessões semanais com Psicólogo – Analista de Comportamento.
( ) ___ horas em sessões semanais com Fonoaudiólogo. 
( ) ___ horas semanas com Terapeuta Ocupacional.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em 
seu artigo 3º, parágrafo único, diz que “É direito da pessoa ter o atendimento adequado, com 
Índice
88
qualidade e no tempo certo e com garantia de continuidade do tratamento”.
 
A Lei 12.764/2012 – Lei Berenice Piana – em seu artigo 3º , III, “b”, assegura a toda pessoa com 
transtorno de espectro autista o acesso às ações e serviços de saúde com vista à atenção 
integral às suas necessidades de saúde, incluindo o atendimento multiprofissional.
Diante do que, requeiro que tome providências para que sejam ofertadas as sessões 
terapêuticas semanais, com os profissionais indicados no LAUDO médico, em mesmo número 
de horas semanais apontado no laudo, com a observância da técnica e método indicados no 
laudo. Devendo os profissionais terem as especialidades apontadas pelo médico, quando é o 
caso.
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
-Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
-Cópia do Cartão SUS do seu filho 
- Cópia do LAUDO completo feito pelo médico.
- Cópia de documentos que comprovem as sessões semanais terapêuticas ofertadas, se tiver.
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
Índice
89
Atendimento em Plano de Saúde
[local, data ]
A(o)
( ) Diretor da Unidade de Saúde
( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde
( ) Ouvidoria do Plano de Saúde
( ) Canal de atendimento do usuário na ANS
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], cartão [número do cartão da operadora de 
saúde], é uma criança que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/
XX, e este médico confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que 
possamos iniciar o tratamento da criança
No LAUDO o médico especialista indicou a necessidade de realização das seguintes sessões 
terapêuticas:
[ transcreva aqui as horas de sessões semanais e a profissão médico que conste no seu laudo , 
como nos exemplos abaixo ]
( ) ___ horas em sessões semanais com Psicólogo – Analista de Comportamento.
( ) ___ horas em sessões semanais com Fonoaudiólogo. 
( ) ___ horas semanas com Terapeuta Ocupacional.
No entanto, até o presente momento, o SUS só ofertou o número de horas de sessões abaixo 
que é menor do que indicado no LAUDO. [ transcreva aqui as horas de sessões semanais e a 
profissão médico que conste no seu laudo , como nos exemplos abaixo ]
( ) ___ horas em sessões semanais com Psicólogo – Analista de Comportamento.
( ) ___ horas em sessões semanais com Fonoaudiólogo. 
( ) ___ horas semanas com Terapeuta Ocupacional.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, em 
seu artigo 3º, parágrafo único, diz que “É direito da pessoa ter o atendimento adequado, com 
qualidade e no tempo certo e com garantia de continuidade no tratamento”.
A Lei 12.764/2012 – Lei Berenice Piana – em seu artigo 3º , III, “b”, assegura a toda pessoa com 
transtorno de espectro autista o acesso às ações e serviços de saúde com vista à atenção 
integral às suas necessidades de saúde, incluindo o atendimento multiprofissional.
Índice
90
O anexo I da Resolução Normativa da ANS n. 469/2021 prevê a cobertura em número ilimitado 
de sessões para pacientes com transtornos específicos e globais de desenvolvimento.
Diante do que, requeiro que tome providências para que sejam ofertadas as sessões 
terapêuticas semanais, com os profissionais indicados no LAUDO médico, em mesmo número 
de horas semanais apontado no laudo, com a observância da técnica e método indicados no 
laudo. Devendo os profissionais terem as especialidades apontadas pelo médico, quando é o 
caso.
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
-Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do Cartão da Operadora de saúde do seu filho 
- Cópia do LAUDO completo feito pelo médico.
- Cópia de documentos que comprovem as sessões semanais terapêuticas ofertadas, se tiver.
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
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Situação 6: Não fornecimento do currículo do profissional ou certeza de que o profissional de 
saúde disponibilizado para o tratamento de sua criança com TEA não tem comprovação da 
habilitação na técnica especial indicada pelo médico na prescrição terapêutica.
Atendimento no SUS
[local, data ]
A(o)
( ) Diretor/Chefe da Unidade de Saúde
( ) Secretário Municipal de Saúde
( ) Ouvidoria do SUS municipal ou estadual ou do Ministério da Saúde.
( ) Conselho Municipal de Saúde
( ) Prefeito
( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina. 
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança 
que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico 
confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o 
tratamento da criança.
No LAUDO o médico prescreveu ___ horas de sessões semanais com [nome da profissão ] pelo 
método [nome do método, por exemplo “Integração Sensorial de Ayres”] . 
Minha criança está sendo submetida às referidas sessões terapêuticas com o [nome da 
profissão] , chamado [nome do profissional].
Solicitei à unidade de saúde informações acerca da prova de que o referido profissional é 
especialista no método/técnica indicado pelo médico, mas esta informação me foi negada ali.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 
3º parágrafo e inciso I , “É direito da pessoa ter atendimento adequado, com qualidade (...) 
com tecnologia apropriada, por equipe multiprofissional qualificada(...).
A Lei 12.764/2012 – Lei Berenice Piana – em seu artigo 3º , III, “e”, assegura a toda pessoa com 
transtorno de espectro autista o acesso às ações e serviços de saúde com vista à atenção 
integral às suas necessidades de saúde, incluindo informações que auxiliem no diagnóstico e 
no tratamento.
Diante do que, requeiro que tome providências para que me seja apresentada a cópia do 
certificado de formação educacional de que o referido profissional é especialista no método/
Índice
92
técnica que indicada no LAUDO médico do meu filho. Ou, alternativamente, que já busque 
providenciar, em prazo razoável, a oferta de profissional com especialidade no método/
técnica indicado no LAUDO médico, da minha criança. 
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
-Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do Cartão SUS do seu(sua) filho(a) 
- Cópia do LAUDO completo feito pelo médico.
- Cópia de documentos que comprovem a negativa da apresentação do currículo do 
profissional, se tiver.
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
93
Atendimento em Plano de Saúde
[local, data ]
A(o)
( ) Diretor da Unidade de Saúde
( ) SAC – Serviço de Atendimento do Cliente da Operadora do Plano de Saúde
( ) Ouvidoria do Plano de Saúde
( ) Canal de atendimento do usuário na ANS
( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina.
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança 
que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico 
confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o 
tratamento da criança.
No LAUDO o médico prescreveu ___ horas de sessões semanais com [nome da profissão ] pelo 
método [nome do método, por exemplo “Integração Sensorial de Ayres”] . 
Minha criança está sendo submetida às referidas sessões terapêuticas com o [nome da 
profissão] , chamado [nome do profissional].
Solicitei à unidade de saúde informações acerca da prova de que o referido profissional é 
especialista no método/técnica indicado pelo médico, mas esta informação me foi negada ali.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 
3º , I , “É direito da pessoater atendimento adequado, com qualidade (...) com tecnologia 
apropriada, por equipe multiprofissional qualificada(...)
A Lei 12.764/2012 – Lei Berenice Piana – em seu artigo 3º , III, “e”, assegura a toda pessoa com 
transtorno de espectro autista o acesso às ações e serviços de saúde com vista à atenção 
integral às suas necessidades de saúde, incluindo informações que auxiliem no diagnóstico e 
no tratamento.
Acrescento que o direito ao acesso a informação é direito básico do consumidor (CDC, art. 6º, 
III)
O artigo 6º da Resolução Normativa n. 465 da ANS em seu parágrafo quarto estabelece que 
“a operadora deverá oferecer atendimento por prestador apto a executar o método ou técnica 
indicados pelo médico assistente para tratar a doença ou o agravo do paciente”. Enquanto que 
Índice
94
a Resolução Normativa n. 566/2022 prevê a necessidade de oferta de especialistas em até 14 
ou em 10 dias úteis, em alguns casos.
Diante do que, requeiro que tome providências para que me seja apresentada a cópia do 
certificado de formação educacional de que o referido profissional é especialista no método/
técnica que indicada no LAUDO médico do meu filho. Ou, alternativamente, que já busque 
providenciar, no prazo indicado na Resolução Normativa n. 566/2022, a oferta de profissional 
com especialidade no método/técnica indicado no LAUDO médico, da minha criança.
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
- Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do Cartão da Operadora de Saúde de seu(sua) filho(a) 
- Cópia do LAUDO completo feito pelo médico.
- Cópia de documentos que comprovem a negativa da apresentação do currículo do 
profissional, se tiver.
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
Índice
95
Atendimento Particular
[local, data]
A(o)
( ) Diretor da Clínica 
( ) Presidente do Conselho Regional de Medicina.
Meu(minha) filho(a); [nome completo da criança], CNS [número do cartão sus], é uma criança 
que foi atendida pelo médico especialista [nome do médico] em XX/XX/XX, e este médico 
confirmou o diagnóstico de autismo e me apresentou o LAUDO para que possamos iniciar o 
tratamento da criança.
No LAUDO o médico prescreveu ___ horas de sessões semanais com [nome da profissão ] pelo 
método [nome do método, por exemplo “Integração Sensorial de Ayres”] . 
Minha criança está sendo submetida às referidas sessões terapêuticas com o [nome da 
profissão] , chamado [nome do profissional].
Solicitei à unidade de saúde informações acerca da prova de que o referido profissional é 
especialista no método/técnica indicado pelo médico, mas esta informação me foi negada ali.
A Carta dos Direitos dos Usuários de Saúde, Portaria MS/GM N. 1.820 de 13/08/2009, artigo 
3º , I , “É direito da pessoa ter atendimento adequado, com qualidade (...) com tecnologia 
apropriada, por equipe multiprofissional qualificada(...)
A Lei 12.764/2012 – Lei Berenice Piana – em seu artigo 3º , II, “e”, assegura a toda pessoa com 
transtorno de espectro autista o acesso às ações e serviços de saúde com vista à atenção 
integral às suas necessidades de saúde, incluindo informações que auxiliem no diagnóstico e 
no tratamento.
Diante do que, requeiro que tome providências para que me seja apresentada a cópia do 
certificado de formação educacional de que o referido profissional é especialista no método/
técnica que indicada no LAUDO médico do meu filho.
Índice
96
Seu nome completo e assinatura igual a que consta do seu documento de identidade, seu 
telefone de contato com DDD e seu email e seu endereço residencial.
Documentos em anexo:
-Cópia do seu documento de identidade
- Cópia do documento de identidade de seu(sua) filho(a)
- Cópia do LAUDO completo feito pelo médico.
- Cópia de documentos que comprovem a negativa da apresentação do currículo do 
profissional, se tiver.
*Caso você não queira cópia do prontuário completo, substitua a expressão “completa do 
prontuário”, pela informação específica do que você quer, podendo até indicar a data ou 
períodos. Exemplo : “dos registros das sessões que minha filha fez com a terapeuta ocupacional 
Dra. Regina Maria nos meses de janeiro de 2023”.
Índice
Autor: Emyli Nogueira Correia
Parte IV 
Anotações importantes
98
Profissional
Médico(a)
Psicólogo(a)
Fonoaudiólogo(a)
Terapeuta 
Ocupacional
Psicomotricista
Psicopedagogo
Fisioterapeuta
Nutricionista
Nome completo 
e número 
do registro 
no conselho 
profissional
Especialidade
Local de 
atendimento, 
telefone, endereço 
etc.
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE ATENDIMENTO A MINHA CRIANÇA AUTISTA
Índice
99
ESCALA ATUAL DOS ATENDIMENTOS SEMANAIS
EVENTOS IMPORTANTES E DATAS ASSOCIADAS AO TRATAMENTO
Horário Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
DATA DA PRIMEIRA CONSULTA COM MÉDICO ESPECIALISTA: ____ / ___ / ___ 
NOME DO MÉDICO
DATA DO PRIMEIRO VB-MAPP: ____ / ___ / _____
DATA DE FECHAMENTO DO DIAGNÓSTICO: ___ / ___ / ____ 
DATA DO PRIMEIRO PEI – PROGRAMA EDUCACIONAL INDIVIDUAL : _____ / ___ / ___
Data Data Data Data Data Data Data DataEvento
(re)Avaliações 
Médicas
(re)Avaliações 
da Equipe 
Multiprofissional
Entrega de Plano 
Educacional 
Individualizado 
(PEI)
Índice
100
OCORRÊNCIAS IMPORTANTES ASSOCIADAS AO COMPORTAMENTO DE MINHA 
CRIANÇA AUTISTA QUE PODEM SER INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA A EQUIPE 
MULTIPROFISSIONAL
Data Descrição
Índice
101
CONTATOS IMPORTANTES
Telefone e-mail Site e endereços
ADVOGADO
CONSELHO MUNICIPAL 
DE SAÚDE
DEFENSORIA PÚBLICA
OUVIDORIA DA ANS
OUVIDORIA DO 
MINISTÉRIO DA SAÚDE
OUVIDORIA DO PLANO 
DE SAÚDE
OUVIDORIA ESTADUAL 
DO SUS
OUVIDORIA MUNICIPAL 
DO SUS
PROCON ESTADUAL
PROCON MUNICIPAL
PROMOTORIA DE 
JUSTIÇA
SERVIÇO DE 
ATENDIMENTO DO 
CLIENTE DO PLANO DE 
SAÚDE
Índice
102
INDICAÇÕES DE LIVROS, FILMES, CANAIS 
DO YOUTUBE, SITES SOBRE TEA
Por Letícia Amaral, mãe de criança autista, advogada e presidente 
da associação “Mães em Movimento pelo Autista (MMA)”
 Sites:
Autismoerealidade.org.br 
Autismolegal.com.br
Familiatagarela.com.br
Filmes e séries:
1. O Cérebro de Hugo Meu filho, meu 
mundo ( 1979)
2. Mais que especiais ( filme)
3. Uma viagem inesperada ( missão 
especial 2004)
4. Uma advogada extraordinária ( Série 
da Netflix)
5. Atypical ( Série da Netflix)
6. The Good Doctor ( O bom Doutor) 
Série
7. O farol das orcas
8. Temple Grandin
9. O milagre de Tyson
https://youtube.com/@neurociencia-
pauloliberale1955 https://youtube.
com/@lunaaba 
https://youtube.com/@DrThiagoLopes 
https://youtube.com/@mayragaiato 
https://youtube.com/@
AutismoLegal https://youtube.com/@
NeuroSaberVideos
https://youtube.com/@CanaldoAutismo 
https://youtube.com/@
AutistologosAutismo https://youtube.
com/@GrupoMetodoIC https://www.
youtube.com/@FamiliaTagarelaAutismo
https://m.youtube.com/@advogando.
pelo.autismo
Links do Youtube Sobre autismo: 
 Livros:
1. Temple Grandin - O cérebro Autista
2. Caminhos do espectro
3. S.O.S Autismo 
4. Autismo: compreender e Agir em 
família 
5. Mundo Singular - Entenda o autismo
6. O Reizinho Autista 
7. Intervenção Precoce em Crianças com 
Autismo
8. Ensino de Habilidades Básicas para 
Pessoas com Autismo
Índice
Autor: Davi Portela Van Der Linoen
Notas
104
[1] Constituição Federal Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar 
à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, 
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a 
salvo de toda forma de negligência, discriminação,exploração, violência, crueldade e 
opressão. Pág 29 
[2] A Lei Federal 10.216/2001 dispõe sobre a proteção e os direitos da pessoa com 
transtorno mental. Dos direitos da pessoa com transtorno mental ali elencados, 
destacamos. Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a 
pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos 
enumerados no parágrafo único deste artigo. Parágrafo único. São direitos da pessoa 
portadora de transtorno mental: I – ter acesso ao melhor tratamento do sistema 
de saúde, consentâneo às suas necessidades; II – ser tratada com humanidade 
e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar 
sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade; III – ser 
protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV – ter garantia de sigilo nas 
informações prestadas; (...) VII - receber o maior número de informações a respeito 
de sua doença e de seu tratamento; (...) Destaques nossos. Pág 29 
[3] Estatuto da Pessoa com Deficiência. Lei 13.146/2025. Art. 4º Toda pessoa com 
deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não 
sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
§1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, 
restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou efeito 
de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício de direitos e 
das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, incluindo a recusa de 
adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. (...)
Art. 5º. A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento 
desumano ou degradante.
Parágrafo único. Para os fins de proteção mencionada no caput do artigo, são 
considerados especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, 
com deficiência. Pág 29 
[4] Lei Federal 12.764/2012, artigo 1º : “§ 2o. A pessoa com transtorno do espectro 
autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais”. Pág 29 
[5] Lei Federal 12.764 de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da 
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 
11 de dezembro de 1990. Pág 29 
[6] Há quem prefira o termo transdisciplinar, pelo fato de que, neste último termo, 
traria em uma conotação de uma atitude mais cooperativa e interativa entre os 
profissionais das diferentes áreas para um cuidado ampliado do paciente/usuário do 
sistema de saúde. Mas o legislador utilizou o termo “equipe multiprofissional”, o que 
não quer dizer que não teria o mesmo propósito ao fazê-lo. Pág 29 
[7] A Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS é uma agência governamental que 
cria normas e fiscaliza as Operadoras dos Planos de Saúde. Pág 29 
[8] Decreto Presidencial 11.358 de 1º de janeiro de 2023, anexo I, artigo 1, inciso I. Pág 30
[9] A Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde foi aprovada pelo Conselho Nacional de 
Índice
105
Saúde (CNS) em sua 198ª Reunião Ordinária, realizada em dia 17 de junho de 2009. E 
depois tornada norma pelo Ministro da Saúde por meio da Portaria MS/GM N.°1.820, de 
13 de Agosto de 2009. Pág 30
[10] Carta dos direitos dos usuários da saúde / Ministério da Saúde. – 3. ed. – Brasília: 
Ministério da Saúde, 2011, p. 4. Pág 30
[11] A assistência à saúde praticada pelas Operadoras de Plano de Saúde é fiscalizada 
principalmente pela ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar que é uma 
autarquia vinculada ao Ministério da Saúde que foi criada pela Lei Federal 9.961 de 
28/01/2000. Pág 30 
[12] Carta de Direitos e Deveres dos Usuários de Saúde. Portaria MS/GM N. 1.820, de 
13 de Agosto de 2009. Artigo 3º. Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e 
no tempo certo para resolver o seu problema de saúde. Parágrafo único. É direito da 
pessoa ter atendimento adequado, com qualidade, no tempo certo e com garantia de 
continuidade do tratamento, e para isso deve ser assegurado: I – atendimento ágil, 
com tecnologia apropriada, por equipe multiprofissional capacitada e em condições 
adequadas de atendimento; II – informações sobre o seu estado de saúde, de maneira 
clara, objetiva, respeitosa e compreensível quanto a: a) possíveis diagnósticos; b) 
diagnósticos confirmados; c) tipos, justificativas e riscos dos exames solicitados; 
d) resultados dos exames realizados; e) objetivos, riscos e benefícios de 
procedimentos diagnósticos, cirúrgicos, preventivos ou de tratamento; f) duração 
prevista do tratamento proposto; g) procedimentos diagnósticos e tratamentos 
invasivos ou cirúrgicos; h) necessidade ou não de anestesia e seu tipo e duração; 
i) partes do corpo afetadas pelos procedimentos, instrumental a ser utilizado, 
efeitos colaterais, riscos ou consequências indesejáveis; j) duração prevista 
dos procedimentos e tempo de recuperação; k) evolução provável do problema 
de saúde; l) informações sobre o custo das intervenções das quais a pessoa se 
beneficiou; m) outras informações que forem necessárias.(...) Pág 30
[13] CDC. Código de Defesa do Consumidor. Lei Federal 8.078/90. Art. 6º São direitos 
básicos do consumidor: (...) III - a informação adequada e clara sobre os diferentes 
produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, 
composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que 
apresentem; Pág 30
[14] Lei de Acesso à Informação. Lei Federal N.º 12.527 de 18 de novembro de 2011. Art. 
7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos 
de obter: I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem 
como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; 
II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por 
seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; III - informação 
produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer 
vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; IV - 
informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;(...) Pág 30
[15] Lei dos Usuários dos Serviços Públicos. Lei Federal 13.460, de 26 de junho de 2017. 
Art. 6º São direitos básicos do usuário (...): III - acesso e obtenção de informações 
relativas à sua pessoa constantes de registros ou bancos de dados, observado o disposto 
no inciso X do caput do art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº 12.527, de 18 de 
Índice
106
novembro de 2011;IV - proteção de suas informações pessoais, nos termos da Lei nº 
12.527, de 18 de novembro de 2011; V - atuação integrada e sistêmica na expedição de 
atestados, certidões e documentos comprobatórios de regularidade; e VI - obtenção de 
informações precisas e de fácil acesso nos locais de prestação do serviço (...) Pág 30
[16] Carta de Direitos e Deveres dos Usuários de Saúde. Portaria MS/GM N. 1.820, de 13 
de Agosto de 2009. Art. 3º Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo 
certo para resolver o seu problema de saúde. Parágrafo único. É direito da pessoa ter 
atendimento adequado, com qualidade, no tempo certo e com garantia de continuidade 
do tratamento, e para isso deve ser assegurado: (...) IV – registro atualizado e legível no 
prontuário das seguintes informações: a) motivo do atendimento e/ou internação; 
b) dados de observação e da evolução clínica; prescrição terapêutica; d) avaliações 
dos profissionais da equipe; e) procedimentos e cuidados de enfermagem; (...) h) 
identificação do responsável pelas anotações; i) outras informações necessárias; 
Pág 31
[17] Código de Ética Médica. Resolução CFM N. 2.217/2018 do Conselho Federal de 
Medicina. Artigo 34. Deixar de atender informar o paciente o diagnóstico, o prognóstico, 
os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe 
provocar dano, devendo, nesse caso,fazer a comunicação a seu representante legal. 
Pág 31 
[18] Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM N. 1.638/2002. Artigo 1º. Definir 
prontuário médico como o documento único constituído de um conjunto de 
informações, sinais, imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos 
e situações sobre a saúde do paciente e a assistência por ele prestada, de caráter 
legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe 
multiprofissional e a continuidade da assistência prestada pelo indivíduo. Pág 31
[19] Código de Ética Profissional do Psicólogo. Conselho Federal de Psicologia. 
Resolução 010 de 2005. Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: (...) f) 
Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações 
concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional; g) Informar, 
a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, 
transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem 
o usuário ou beneficiário; h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos 
apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre 
que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; Resolução 
CFP- Conselho Federal de Psicologia Nº 1 de 30 de março de 2009. Dispõe sobre 
a obrigatoriedade do registro documental decorrente da prestação de serviços 
psicológicos. Art. 2 º Os documentos agrupados nos registros do trabalho realizado 
devem contemplar: 
I - identificação do usuário/instituição; 
II - avaliação de demanda e definição de objetivos do trabalho; 
III - registro da evolução do trabalho, de modo a permitir o conhecimento do mesmo 
e seu acompanhamento, bem como os procedimentos técnico-científicos adotados; 
 IV - registro de Encaminhamento ou Encerramento; 
 V - documentos resultantes da aplicação de instrumentos de avaliação psicológica 
Índice
107
deverão ser arquivados em pasta de acesso exclusivo do psicólogo. (Redação dada 
pela Resolução do Exercício Profissional nº 5/2010) (...) Art. 5º. Na hipótese de o registro 
documental de que trata o art. 1º desta Resolução ser realizado na forma de prontuário, 
o seguinte deve ser observado: 
 I - as informações a ser registradas pelo psicólogo são as previstas nos incisos I a V do 
art. 2º desta Resolução; II - fica garantido ao usuário ou representante legal o acesso 
integral às informações registradas, pelo psicólogo, em seu prontuário; (...) 
VI - cópias de outros documentos produzidos pelo psicólogo para o usuário/instituição 
do serviço de psicologia prestado deverão ser arquivadas, além do registro da data de 
emissão, finalidade e destinatário. Pág 31
[20] Código de Ética e Deontologia da Terapia Ocupacional. Resolução Coffito N.º 425 
de 08 de julho de 2013. Artigo 14 – Constituem deveres fundamentais dos profissionais 
terapeutas ocupacionais na sua relação com o cliente/paciente/usuário/família/grupo/
comunidade: (...) V – informar ao cliente/paciente/usuário e à família ou responsável 
legal e a outros profissionais envolvidos, quanto à consulta, procedimentos 
de avaliação, diagnóstico, prognóstico, objetivos do tratamento e condutas 
terapêuticas ocupacionais a serem adotadas, esclarecendo-o ou o seu responsável 
legal, assim como informar sobre os resultados que forem sendo obtidos, de forma 
clara, objetiva, compreensível e adaptada à condição cultural e intelectual de quem 
a recebe;
VI – permitir o acesso do responsável, cuidador, familiar ou representante legal, 
durante a avaliação e/ou tratamento/assistência, quanto pertinente ao projeto 
terapêutico, salvo quando sua presença comprometer a eficácia do atendimento 
ou da mediação sócio-ocupacional para emancipação social, desenvolvimento 
socioambiental, econômico e cultural, de cliente /paciente /usuário /família / grupo/ 
comunidade. Pág 31 
[21] Código de Ética da Fonoaudiologia. Resolução CFFa- Conselho Federal de 
Fonoaudiologia FFa nº 640/2021. Art. 10 Constituem deveres do fonoaudiólogo na 
relação com o cliente: I – registrar, em prontuário físico e ou eletrônico, todos os 
atendimentos e procedimentos fonoaudiológicos, assim como faltas justificadas ou 
não, e desistência; II – atender sem estabelecer discriminações de ordem política, 
social, econômica, cultural, étnico-racial, religiosa, de identidade de gênero ou de 
qualquer outra natureza, independentemente de esfera pública ou privada; III – 
informar ao cliente sua qualificação profissional, suas responsabilidades, atribuições 
e funções quando solicitado; IV – apresentar a devida justificativa quando solicitar 
avaliação por outros profissionais; V – esclarecer, com linguagem clara e simples, sobre 
a avaliação, o diagnóstico, os prognósticos e os objetivos, assim como o custo dos 
procedimentos fonoaudiológicos adotados, assegurando-lhe a escolha do tratamento 
ou dos procedimentos indicados; VI – informar, em linguagem clara e simples, sobre os 
procedimentos adotados em cada avaliação e tratamento realizados; VII – esclarecer, 
apropriadamente, sobre os riscos, as influências sociais e ambientais dos transtornos 
fonoaudiológicos e a evolução do quadro clínico, mostrando os prejuízos de uma 
possível interrupção do tratamento, de modo a possibilitar que o cliente escolha 
continuar ou não o atendimento; VIII – elaborar relatórios, resultados de exames, 
pareceres e laudos fonoaudiológicos para o cliente ou seu(s) representante(s) legal(is), 
inclusive nos casos de encaminhamento ou transferência com fins de continuidade do 
Índice
108
tratamento ou serviço, na alta ou por simples desistência;
IX – fornecer sempre os resultados de exames, pareceres e laudos fonoaudiológicos 
para o cliente ou seu(s) representante(s) legal(is) e, quando solicitado, relatórios; X – 
permitir o acesso do responsável ou representante(s) legal(is) durante procedimento 
fonoaudiológico, salvo quando sua presença comprometer a realização deste; XI – 
permitir o acesso do cliente ou de seu(s) representante(s) legal(is) ao
prontuário, relatório, exame, laudo ou parecer elaborados pelo
fonoaudiólogo, de modo a fornecer a explicação necessária à sua compreensão, mesmo 
quando o serviço for contratado por terceiros; XII – encaminhar o cliente a outros 
profissionais sempre que necessário Pág 31
[22] Código de Ética Médica. Resolução N. 2.217/2018 do Conselho Federal de Medicina. 
“É vedado ao médico. (...) Artigo 88. Negar ao paciente ou, na sua impossibilidade, a 
seu representante legal, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando 
solicitada, bem como deixar de lhe dar as explicações necessárias à sua compreensão, 
salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros. Pág 31
[23] Código Civil. Lei Federal 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Art. 653. Opera-se o 
mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos 
ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato. Art. 654. Todas 
as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, 
que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.§ 1 o O instrumento particular 
deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante 
e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos 
poderes conferidos. § 2 o O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a 
procuração traga a firma reconhecida.(...) Pág 31
[24] Resolução CFM(Conselho Federal de Medicina) N.º 1.605, de 15 de setembro de 
2000. Art. 5º. Se houver autorização expressa do paciente, tanto na solicitação como 
em documento diverso, o médico poderá encaminhar a ficha ou prontuário médico 
diretamente à autoridade requisitante. Pág 31
[25] Lei Federal 12.842/2013. Art. 2º O objeto da atuação do médico é a saúde do ser 
humano e das coletividades humanas, em benefício da qual deverá agir com o máximo 
de zelo, com o melhor de sua capacidade profissional e sem discriminação dequalquer 
natureza. 
Parágrafo único. O médico desenvolverá suas ações profissionais no campo da atenção 
à saúde para: (...) II - a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças (...); Art. 
4º São atividades privativas do médico: (...)§ 1º Diagnóstico nosológico é a determinação 
da doença que acomete o ser humano, aqui definida como interrupção, cessação ou 
distúrbio da função do corpo, sistema ou órgão, caracterizada por, no mínimo, 2 (dois) 
dos seguintes critérios: (...) Pág 32
[26] É o que consta no voto do Ministro do STF Ricardo Lewandowski no HC 186030-
DF: “(...)a Lei 12.842/2017, que dispõe sobre o exercício da medicina, estabelece que 
é ato privativo de médico o diagnóstico e o tratamento das doenças, de modo que 
este profissional é o único responsável por quaisquer meios empregados para tratar da 
saúde dos pacientes submetidos aos seus cuidados”. Pág 32
Índice
109
[27] Código de Ética Médica. Princípios fundamentais. (...) II - O alvo de toda a atenção 
do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo 
de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. Pág 32
[28] Lei Federal 12.842/2013. Art. 3º O médico integrante da equipe de saúde que 
assiste o indivíduo ou a coletividade atuará em mútua colaboração com os demais 
profissionais de saúde que a compõem. Pág 32
[29] A Portaria a SAS/GM No. 55, de 24 de fevereiro de 1999 nº. 55/99 da Secretaria 
de Atenção à Saúde (Ministério da Saúde), é um instrumento legal que visa garantir, 
através do SUS, tratamento médico a pacientes portadores de doenças não tratáveis no 
município de origem quando esgotado todos os meios de atendimento. Pág 33
[30] ANS. Resolução Normativa 566, de 29 de dezembro de 2022, início de vigência em 
01 de fevereiro de 2023. Art. 3º A operadora deverá garantir o atendimento integral das 
coberturas referidas no art. 2º nos seguintes prazos: I – consulta básica - pediatria, 
clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia: em até sete dias úteis; 
II – consulta nas demais especialidades médicas: em até quatorze dias úteis; III – 
consulta/sessão com fonoaudiólogo: em até dez dias úteis; IV – consulta/sessão 
com nutricionista: em até dez dias úteis; V – consulta/sessão com psicólogo: em 
até dez dias úteis; VI – consulta/sessão com terapeuta ocupacional: em até dez 
dias úteis; VII – consulta/sessão com fisioterapeuta: em até dez dias úteis; VIII 
– consulta/sessão com enfermeiro obstetra ou obstetriz: em até dez dias úteis; IX – 
consulta e procedimentos realizados em consultório/clínica com cirurgião-dentista: 
em até sete dias úteis; X – serviços de diagnóstico por laboratório de análises clínicas 
em regime ambulatorial: em até três dias úteis; XI – demais serviços de diagnóstico 
e terapia em regime ambulatorial: em até dez dias úteis; XII – procedimentos de alta 
complexidade - PAC: em até 21 (vinte e um) dias úteis; XIII – atendimento em regime de 
internação eletiva: em até 10 (dez) dias úteis; XIV – atendimento em regime de hospital-
dia: em até dez dias úteis; XV – tratamentos antineoplásicos domiciliares de uso oral, 
incluindo medicamento para o controle de efeitos adversos relacionados ao tratamento 
e adjuvantes: em até 10 (dez) dias úteis, cujo fornecimento poderá ser realizado de 
maneira fracionada por ciclo; XVI – tratamentos antineoplásicos ambulatoriais e 
domiciliares de uso oral, procedimentos radioterápicos para tratamento de câncer e 
hemoterapia, na qualidade de procedimentos cuja necessidade esteja relacionada à 
continuidade da assistência prestada em âmbito de internação hospitalar: em até dez 
úteis, cujo fornecimento poderá ser realizado de maneira fracionada por ciclo; Pág 34
[31] ANS. Resolução Normativa 566 de 29 de dezembro de 2022. Da Garantia de 
Atendimento na Hipótese de Indisponibilidade ou Inexistência de Prestador no 
Município Pertencente à Área Geográfica de Abrangência e à Área de Atuação do 
Produto Subseção I Da Indisponibilidade de Prestador Integrante da Rede Assistencial 
no Município Art. 4º Na hipótese de indisponibilidade de prestador integrante da 
rede assistencial que ofereça o serviço ou procedimento demandado, no município 
pertencente à área geográfica de abrangência e à área de atuação do produto, 
a operadora deverá garantir o atendimento em: I - prestador não integrante da 
rede assistencial no mesmo município; ou II - prestador integrante ou não da rede 
Índice
110
assistencial nos municípios limítrofes a este. § 1º No caso de atendimento por prestador 
não integrante da rede assistencial, o pagamento do serviço ou procedimento será 
realizado pela operadora ao prestador do serviço ou do procedimento, mediante 
acordo entre as partes. § 2º Na indisponibilidade de prestador integrante ou não da 
rede assistencial no mesmo município ou nos municípios limítrofes a este, a operadora 
deverá garantir o transporte do beneficiário até um prestador apto a realizar o 
devido atendimento, assim como seu retorno à localidade de origem, respeitados os 
prazos fixados no art. 3º. § 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º se aplica ao serviço 
de urgência e emergência, sem necessidade de autorização prévia, respeitando as 
Resoluções CONSU nº 8 e 13, ambas de 3 de novembro de 1998, ou os normativos que 
vierem a substituí-las. Subseção II Da Inexistência de Prestador no Município Art. 5º Na 
hipótese de inexistência de prestador, seja ele integrante ou não da rede assistencial, 
que ofereça o serviço ou procedimento demandado, no município pertencente à área 
geográfica de abrangência e à área de atuação do produto, a operadora deverá garantir 
atendimento em: I - prestador integrante ou não da rede assistencial nos municípios 
limítrofes a este; ou II - prestador integrante ou não da rede assistencial na região de 
saúde à qual faz parte o município. § 1º Na inexistência de prestadores nas hipóteses 
listadas nos incisos I e II deste artigo, a operadora deverá garantir o transporte do 
beneficiário até um prestador apto a realizar o devido atendimento, assim como 
seu retorno à localidade de origem, respeitados os prazos fixados no art. 3º. § 2º Nas 
hipóteses listadas nos incisos I e II deste artigo, a operadora estará desobrigada 
a garantir o transporte. Art. 6º Na hipótese de inexistência de prestador, seja ele 
integrante ou não da rede assistencial, que ofereça o serviço de urgência e emergência 
demandado, no mesmo município, nos municípios limítrofes a este e na região de saúde 
à qual faz parte o município, desde que pertencentes à área geográfica de abrangência e 
à área de atuação do produto, a operadora deverá garantir o transporte do beneficiário 
até um prestador apto a realizar o devido atendimento, assim como seu retorno à 
localidade de origem, respeitado o disposto no inciso XVII do art. 3º. Parágrafo único. 
O disposto no caput dispensa a necessidade de autorização prévia, respeitando as 
Resoluções CONSU nº 08 e 13, de 1998, ou os normativos que vierem a substituí-las. 
Pág 35
[32] Estamos presumindo que o seu plano de saúde que você contratou tenha como 
área geográfica de abrangência o Município em que você reside e pelo menos alguns 
dos municípios limítrofes ao seu, situação mais comum de ocorrer. Esta informação 
da área geográfica de abrangência deve ser conferida no seu contrato firmado com a 
Operadora. Pág 36
[33] ANS. Resolução Normativa 566 de 29 de dezembro de 2022. Art. 9º A garantia 
de transporte prevista nos arts. 4º, 5º e 6º estende-se ao acompanhante nos casos de 
beneficiários menores de 18 (dezoito) anos, maiores de 60 (sessenta) anos, pessoas 
portadoras de deficiência e pessoas com necessidades especiais, estas mediante 
declaração médica. Parágrafo único. A garantia de transporte prevista no caput se 
aplica aos casos em que seja obrigatória a cobertura de despesas do acompanhante, 
conforme disposto no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS. Pág 36
[34] Psicomotricista e psicopedagogos são psicólogos especialistas que obtiveram tal 
Índice
111título mediante a conclusão de Curso de Pós-Graduação e atuação na área e o devido 
registro junto ao Conselho Regional de Psicologia. As condições para concessão e 
registro do título de especialista estão previstas na Resolução CFP-Conselho Federal de 
Psicologia, de 3 de outubro de 2022. Pág 37
[35] Psicomotricista também pode ser um profissional que fez um curso superior 
de graduação em Psicomotricidade. Trata-se também de uma profissão que foi 
regulamentada por lei. Lei Federal 13.794 de 3 de janeiro de 2019. Pág 37 
[36] Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal 8.069/90. Art. 4º É dever da 
família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, 
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, 
à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Pág 43
[37] Carta de Direitos e Deveres dos Usuários de Saúde. Portaria MS/GM N. 1.820, de 13 
de Agosto de 2009. Art. 6º Toda pessoa tem responsabilidade para que seu tratamento 
e recuperação sejam adequados e sem interrupção.(...) Pág 44
[38] Carta de Direitos e Deveres dos Usuários de Saúde. Portaria MS/GM N. 1.820, 
de 13 de Agosto de 2009. Art. 6º Toda pessoa tem responsabilidade para que seu 
tratamento e recuperação sejam adequados e sem interrupção. Parágrafo único. Para 
que seja cumprido o disposto no caput deste artigo, as pessoas deverão: I – prestar 
informações apropriadas nos atendimentos, nas consultas e nas internações 
sobre: a) queixas; b) enfermidades e hospitalizações anteriores; c) história de uso de 
medicamentos, drogas, reações alérgicas; d) demais informações sobre seu estado 
de saúde. II – expressar se compreendeu as informações e orientações recebidas e, 
caso ainda tenha dúvidas, solicitar esclarecimento sobre elas; III – seguir o plano 
de tratamento proposto pelo profissional ou pela equipe de saúde responsável 
pelo seu cuidado, que deve ser compreendido e aceito pela pessoa que também é 
responsável pelo seu tratamento; IV – informar ao profissional de saúde ou à equipe 
responsável sobre qualquer fato que ocorra em relação a sua condição de saúde; (...)
Pág 45
[39] Ministério da Saúde. PORTARIA MS/GM Nº 3.088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011. 
Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno 
mental (...) Pág 45 
[40] Ministério da Saúde. PORTARIA MS/GM N°1.526, DE 11 DE OUTURO DE 2023. 
Altera as Postarias de Consolidação (...) para dispor sobre a Política Nacional de 
Atenção Integral à Saúde da Pessoa com Deficiência(PNAISPD) e Rede de Cuidados à 
Pessoa com Deficiência(RCPD) no âmbito do Sistema Único de Saúde(SUS). Pág 45
[41] LEI FEDERAL Nº 9.961 DE 28 DE JANEIRO DE 2000. Cria a Agência Nacional de 
Saúde Suplementar e dá outras providências. Pág 50
[42] LEI FEDERAL Nº 9.961 DE 28 DE JANEIRO DE 2000. Art. 4º. Compete à ANS: (...) 
XXIII - fiscalizar as atividades das operadoras de planos privados de assistência à saúde 
e zelar pelo cumprimento das normas atinentes ao seu funcionamento; XXIV - exercer 
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112
o controle e a avaliação dos aspectos concernentes à garantia de acesso, manutenção e 
qualidade dos serviços prestados, direta ou indiretamente, pelas operadoras de planos 
privados de assistência à saúde; XXV - avaliar a capacidade técnico-operacional das 
operadoras de planos privados de assistência à saúde para garantir a compatibilidade 
da cobertura oferecida com os recursos disponíveis na área geográfica de abrangência; 
XXVI - fiscalizar a atuação das operadoras e prestadores de serviços de saúde com 
relação à abrangência das coberturas de patologias e procedimentos; (...)XXVII - 
fiscalizar aspectos concernentes às coberturas e o cumprimento da legislação referente 
aos aspectos sanitários e epidemiológicos, relativos à prestação de serviços médicos e 
hospitalares no âmbito da saúde suplementar;
(...) XXIX - fiscalizar o cumprimento das disposições da Lei no 9.656, de 1998, e de sua 
regulamentação; XXX - aplicar as penalidades pelo descumprimento da Lei no 9.656, 
de 1998, e de sua regulamentação; XXXI - requisitar o fornecimento de informações às 
operadoras de planos privados de assistência à saúde, bem como da rede prestadora 
de serviços a elas credenciadas;(...) XXXVI - articular-se com os órgãos de defesa do 
consumidor visando a eficácia da proteção e defesa do consumidor de serviços privados 
de assistência à saúde, observado o disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 
1990; XXXVII - zelar pela qualidade dos serviços de assistência à saúde no âmbito da 
assistência à saúde suplementar;(...) Pág 50
[43] LEI FEDERAL Nº 9.656, DE 3 DE JUNHO DE 1998. Dispõe sobre os planos e 
seguros privados de assistência à saúde. Pág 50 
[44] DECRETO Nº 11.034, DE 5 DE ABRIL DE 2022. Regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 
de setembro de 1990 - Código de Defesa do Consumidor, para estabelecer diretrizes e 
normas sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor. Pág 50
[45] Art. 3º O acesso ao SAC será gratuito e o atendimento das demandas não 
acarretará ônus para o consumidor. Art. 4º O acesso ao SAC estará disponível, 
ininterruptamente, durante vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. § 1º O 
acesso de que trata o caput será garantido por meio de, no mínimo, um dos canais de 
atendimento integrados, cujo funcionamento será amplamente divulgado. (...)§ 4º O 
acesso inicial ao atendente não será condicionado ao fornecimento prévio de dados 
pelo consumidor. Art. 7º As opções de acesso ao SAC constarão de maneira clara: I - em 
todos os documentos e materiais impressos entregues ao consumidor na contratação 
do serviço e durante o seu fornecimento; e II - nos canais eletrônicos do fornecedor. 
Pág 51
[46] Dec. 11.034/2022. Art. 6º É obrigatória a acessibilidade em canais do SAC mantidos 
pelos fornecedores de que trata este Decreto, para uso da pessoa com deficiência, 
garantido o acesso pleno para atendimento de suas demandas. Parágrafo único. Ato 
da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública 
disporá sobre a acessibilidade de canais de SAC, consideradas as especificidades das 
deficiências. Pág 51
[47] Dec. 11.034/2022. Art. 10. É vedado solicitar a repetição de demanda do 
consumidor após o seu registro no primeiro atendimento. Pág 51
[48] Dec. 11.034/2022. Art. 13. As demandas do consumidor serão respondidas no prazo 
de sete dias corridos, contado da data de seu registro. Pág 51
Índice
113
[49] Dec. 11.034/2022. Art. 3º (...)§ 2º O acesso ao SAC prestado por atendimento 
telefônico será obrigatório, nos termos do disposto no art. 5º. Pág 52
[50] Dec. 11.034/2022.Art. 4º (...) § 5º É vedada a veiculação de mensagens publicitárias 
durante o tempo de espera para o atendimento, exceto se houver consentimento 
prévio do consumidor. § 6º Sem prejuízo do disposto no § 5º, é admitida a veiculação de 
mensagens de caráter informativo durante o tempo de espera, desde que tratem dos 
direitos e deveres dos consumidores ou dos outros canais de atendimento disponíveis.
Pág 52
[51] Dec. 11.034/2022. Art. 5º Os órgãos ou às entidades reguladoras competentes 
observarão as seguintes condições mínimas para o atendimento telefônico do 
consumidor: I - horário de atendimento não inferior a oito horas diárias, com 
disponibilização de atendimento por humano; Pág 52
[52] Dec 11.034/2022. Art. 12. (...) § 3º Quando se tratar de chamada telefônica, a 
manutenção da gravação da chamada efetuada para o SAC é obrigatória, pelo prazo 
mínimo de noventa dias, contado da data do atendimento. § 4º Durante o prazo de que 
trata o § 3º, o consumidor poderá requerer acesso ao conteúdo da chamada efetuada. 
Pág 52
[53] Dec. 11.034/2022. Art. 5º Os órgãos ou às entidades reguladoras competentes 
observarão as seguintes condições mínimas para o atendimento telefônico do 
consumidor: I - horário de atendimento não inferior a oito horas diárias, com 
disponibilizaçãode atendimento por humano; II - opções mínimas constantes 
do primeiro menu, incluídas, obrigatoriamente, as opções de reclamação e de 
cancelamento de contratos e serviços; e III - tempo máximo de espera para: a) o contato 
direto com o atendente, quando essa opção for selecionada; e b) a transferência 
ao setor competente para atendimento definitivo da demanda, quando o primeiro 
atendente não tiver essa atribuição. Parágrafo único. Os órgãos ou as entidades 
reguladoras competentes poderão estabelecer, para o setor regulado, horário de 
atendimento telefônico por humano superior ao previsto no inciso I do caput. Pág 52
[54] RESOLUÇÃO NORMATIVA ANS - RN Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Dispõe sobre 
a instituição de unidade organizacional específica de ouvidoria pelas operadoras de 
planos privados de assistência à saúde. Pág 52
[55]RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 1º As operadoras de planos privados 
de assistência à saúde devem instituir unidade organizacional de ouvidoria, com a 
atribuição de assegurar a estrita observância das normas legais e regulamentares 
relativas aos direitos do beneficiário. Pág 52
[56] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 1º (...) § 1º A ouvidoria tem por objetivo 
acolher as manifestações dos beneficiários, tais como elogios, sugestões, consultas 
e reclamações, de modo a tentar resolver conflitos que surjam no atendimento 
ao público, e subsidiar aperfeiçoamento dos processos de trabalho da operadora, 
buscando sanar eventuais deficiências ou falhas em seu funcionamento. Pág 52
[57] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 4º Sem prejuízo do disposto no 
artigo anterior, constituem atribuições da Ouvidoria: I - receber, registrar, instruir, 
analisar e dar tratamento formal e adequado às manifestações dos beneficiários, em 
Índice
114
especial àquelas que não foram solucionadas pelo atendimento habitual realizado 
pelas unidades de atendimento, presenciais ou remotas da operadora; II - prestar os 
esclarecimentos necessários e dar ciência aos beneficiários sobre o andamento de suas 
demandas e das providências adotadas; III - informar aos beneficiários o prazo previsto 
para resposta à demanda apresentada, conforme previsto no inciso VI do artigo 3º;IV - 
fornecer resposta às demandas dos beneficiários, no prazo estabelecido;(...) Pág 52
[58] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 4º (..) § 2º O serviço prestado pela 
Ouvidoria aos beneficiários deve ser gratuito. Pág 52
[59] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 1º (...)§ 2º A Ouvidoria é unidade 
de segunda instância, podendo solicitar o número do protocolo da reclamação ou 
manifestação registrada anteriormente junto ao Serviço de Atendimento ao Cliente ou 
unidade organizacional equivalente da Operadora. § 3º A falta do número de protocolo 
da reclamação ou a falta do número de registro da manifestação junto ao Serviço de 
Atendimento ao Cliente, ou à unidade organizacional equivalente, não impedirá o 
acesso do beneficiário à Ouvidoria. Pág 53
[60] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 2º A fim de garantir efetividade da 
Ouvidoria, a operadora deve: I - dar ampla divulgação sobre a existência da unidade 
organizacional específica de Ouvidoria, bem como fornecer informações completas 
sobre sua finalidade, competência, atribuições, prazos para resposta às demandas 
apresentadas, forma de utilização e canais de acesso para registro e acompanhamento 
das demandas;(...) Parágrafo único. A divulgação de que trata o inciso I poderá ser feita 
por meio de materiais publicitários de caráter institucional, tais como, mala direta, 
folhetos, boletos de pagamento, livretos, anúncios impressos, endereço eletrônico na 
Internet, pôster e congêneres, dentre outros, utilizados para difundir os produtos e 
serviços da operadora.
[61] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 2º A fim de garantir a efetividade da 
Ouvidoria, a operadora deve: (..) III - oferecer atendimento, no mínimo, em dias úteis, e 
em horário comercial. Pág 52
[62] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 3º A fim de garantir a efetividade da 
Ouvidoria, a operadora deve: (..) IV - instituição de canal ou de canais específicos para 
atendimento; V - instituição de protocolo específico para registro do atendimento 
realizado pela Ouvidoria; Pág 52
[63] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 3º § 1º Poderão ser utilizados 
como canal de acesso à Ouvidoria o atendimento via formulário eletrônico, e-mail 
corporativo, contato telefônico, com ou sem 0800, correspondência escrita e/ou 
atendimento presencial, dentre outros. Pág 52
[64] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 3º § 2º Não poderá ser admitido como 
canal único de acesso o atendimento telefônico não gratuito. Pág 52
[65] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 3º (...) VI - fixação de prazo 
máximo não superior a 7 (sete) dias úteis para resposta conclusiva às demandas dos 
beneficiários, sendo admitida a pactuação junto ao beneficiário de prazo maior, não 
superior a 30 (trinta) dias úteis, nos casos excepcionais ou de maior complexidade, 
devidamente justificados; Pág 52 
[66] RN ANS Nº 323, DE 3 DE ABRIL DE 2013. Art. 7º A Ouvidoria deverá manter sistema 
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115
de controle atualizado das demandas recebidas, de forma que possam ser evidenciados 
o histórico de atendimentos e os dados de identificação dos clientes e beneficiários 
de produtos e serviços, com toda a documentação e as providências adotadas, 
resguardando sigilo das informações Pág 52
[67] RN ANS Nº 483, DE 29 DE MARÇO DE 2022. Dispõe sobre os procedimentos 
adotados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS para a estruturação e 
realização de suas ações fiscalizatórias. RN Nº 489, DE 29 DE MARÇO DE 2022 Dispõe 
sobre a aplicação de penalidades para as infrações à legislação dos planos privados de 
assistência à saúde. Pág 54
[68] https://www.gov.br/pt-br/servicos/receber-reclamacoes-sobre-possiveis-praticas-
irregulares-de-operadoras-de-planos-privados-de-assistencia-a-saude-inclusive-
administradoras-de-beneficios.
[69] À época de nossa consulta em 22.03.2023: Belém/PA, Belo Horizonte/MG, Brasília/
DF, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Fortaleza/CE, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Ribeirão Preto/
SP, Rio de Janeiro/Rj, São Paulo/SP. Pág 54
[70] LEI FEDERAL 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000. Dá prioridade de 
atendimento às pessoas que especifica , e dá outras providências. Pág 54
[71] RESOLUÇÃO NORMATIVA ANS Nº 483, DE 29 DE MARÇO DE 2022. Art. 6º 
Todas as demandas que se enquadrem nas definições do parágrafo único do art. 
5° recepcionadas pela ANS por quaisquer de seus canais de atendimento serão 
automaticamente registradas no procedimento da NIP.(...) §3º Para o registro da 
demanda de reclamação, deverá ser apresentado o número de protocolo gerado pela 
operadora em seus serviços de atendimento. §4º No caso de cobertura assistencial 
para procedimentos solicitados em caráter de urgência e emergência será dispensado 
o fornecimento do número de protocolo para registro da reclamação. §5º Caso o 
beneficiário ou seu interlocutor alegue que a operadora não forneceu o protocolo de 
atendimento ou não foi possível de qualquer forma obtê-lo, deve apresentar elementos 
mínimos, tais como: I- data e hora da ligação ou outra forma de comunicação com o 
respectivo canal de atendimento da operadora; II- data e local em que o beneficiário 
buscou atendimento presencial; ou III- data em que o prestador comunicou uma 
eventual negativa de cobertura. Pág 55
[72] RESOLUÇÃO NORMATIVA ANS Nº 483, DE 29 DE MARÇO DE 2022. Art. 10. 
Recebida a demanda de reclamação pela ANS, a operadora será notificada para que 
adote as medidas necessárias para a solução da demanda junto ao beneficiário nos 
seguintes prazos: I - até 5 (cinco) dias úteis na NIP assistencial; e II - até 10 (dez) dias 
úteis na NIP não assistencial. Pág 55
[73] RESOLUÇÃO NORMATIVA ANS Nº 483, DE 29 DE MARÇO DE 2022. Art. 11. A 
resposta da operadora deverá ser anexada no endereço eletrônico da ANS na Internet 
(www.gov.br/ans)em até 10 (dez) úteis da notificação, acompanhada de todos os 
documentos necessários para a análise da demanda, incluindo a comprovação 
de contato com o beneficiário ou seu interlocutor. § 1° A documentação anexada 
pela operadora deverá demonstrar de forma inequívoca: I - a solução da demanda, 
comprovando, no prazo previsto no caput, por qualquer meio hábil, que o beneficiário 
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116
foi cientificado da resolução do conflito, no prazo de 5 (cinco) dias úteis na NIP 
assistencial e no prazo de 10 (dez) dias úteis na NIP não assistencial, informando qual 
meio de contato utilizado, a data e o seu respectivo teor; ou II - a não procedência 
da demanda. § 2° O não atendimento ao caput e ao § 1º deste artigo implicará na 
classificação da demanda como não resolvida na forma do inciso III do art. 14. Pág 55
[74] RESOLUÇÃO NORMATIVA ANS Nº 483, DE 29 DE MARÇO DE 2022. Art. 12. Findo 
o prazo previsto no art. 10, salvo nas hipóteses do art. 13, a demanda de reclamação 
será considerada resolvida, caso o beneficiário, dentro dos 10 (dez) dias subsequentes: 
I - informe que o conflito foi solucionado pela operadora; ou II - não efetue contato 
de retorno junto à ANS noticiando que sua demanda ainda carece de solução. § 1º A 
presunção de resolução de que trata o inciso II deste artigo não impede o beneficiário 
de, a qualquer tempo, retornar o contato com a ANS relatando que a demanda não foi 
solucionada, quando esta será reaberta e encaminhada para classificação. § 2º Ainda 
que o beneficiário não efetue o retorno conforme o caput ou o § 1º deste artigo, a 
ocorrência de qualquer das hipóteses previstas nos incisos II a VII do art. 13 importará 
na classificação da demanda. § 3º Quando do registro da demanda de reclamação, o 
beneficiário será informado da necessidade de retornar o contato com a ANS no prazo 
de 10 (dez) dias após o término do prazo para manifestação da operadora, devendo ser 
comunicado com clareza do teor do caput e do § 1º deste artigo. § 4º Finalizado o prazo 
para resposta da operadora, o beneficiário será novamente informado da necessidade 
de entrar em contato com a ANS no prazo que resta para completar aquele disposto no 
§3º, a fim de comunicar se sua demanda foi ou não solucionada, e que a sua omissão 
acarretará a presunção de resolução de que trata o inciso II deste artigo. Pág 55
[75] LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. III - no âmbito de cada Município, de 
forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores 
municipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho 
Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Pág 59 
[76] O Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento de que ‘Aplica-se o Código 
de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados 
por entidades de autogestão’ (Súmula n. 608/STJ). A entidade de autogestão é uma 
associação sem fins lucrativos que opera plano de assistência à saúde para um público 
determinado de pessoas, como, por exemplo, profissionais de uma mesma categoria 
profissional. Elas não vendem planos de saúde, apenas oferecem adesão aos seus 
associados. Essas entidades de autogestão devem observar a lei dos planos de saúde 
(Lei 9.656/98) e outras leis, como é o caso do Código Civil. A reclamação de seus 
usuários-associados não serão recebidas no PROCON. Pág 60
[77] DECRETO FEDERAL N. 2181 de 20 de março de 1997. Art. 5º Qualquer entidade ou 
órgão da Administração Pública, federal, estadual e municipal, destinado à defesa dos 
interesses e direitos do consumidor, tem, no âmbito de suas respectivas competências, 
atribuição para apurar e punir infrações a este Decreto e à legislação das relações 
de consumo.(...) Art. 7º Compete aos demais órgãos públicos federais, estaduais, do 
Distrito Federal e municipais que passarem a integrar o SNDC fiscalizar as relações 
de consumo, no âmbito de sua competência, e autuar, na forma da legislação, os 
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117
responsáveis por práticas que violem os direitos do consumidor. Pág 61
[78] DECRETO FEDERAL N. 2181 de 20 de março de 1997. Art. 34. O consumidor poderá 
apresentar a sua reclamação pessoalmente ou por meio de telegrama, carta, telex, fac-
símile ou qualquer outro meio de comunicação, físico ou eletrônico, a qualquer órgão 
oficial de proteção e defesa do consumidor. Pág 61
[79] DECRETO FEDERAL N. 2.181 de 20 de março de 1997. Art. 12. São consideradas 
práticas infrativas: (...) Ill - recusar, sem motivo justificado, atendimento à demanda dos 
consumidores de serviços; Pág 61
[80] O DECRETO FEDERAL N. 2.181 de 20 de março de 1997 prevê as Averiguações 
Preliminares e o Processo Administrativo Sancionador. Pág 61
[81] DECRETO FEDERAL N. 2.181 de 20 de março de 1997. Art. 59. Os órgãos públicos 
de defesa do consumidor devem providenciar a divulgação periódica dos cadastros 
atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores. § 1º O cadastro 
referido no caput deste artigo será publicado, obrigatoriamente, no órgão de imprensa 
oficial local, devendo a entidade responsável dar-lhe a maior publicidade possível por 
meio dos órgãos de comunicação, inclusive eletrônica.§ 2º O cadastro será divulgado 
anualmente, podendo o órgão responsável fazê-lo em período menor, sempre que 
julgue necessário, e conterá informações objetivas, claras e verdadeiras sobre o objeto 
da reclamação, a identificação do fornecedor e o atendimento ou não da reclamação 
pelo fornecedor. § 3º Os cadastros deverão ser atualizados permanentemente, por 
meio das devidas anotações, não podendo conter informações negativas sobre 
fornecedores, referentes a período superior a cinco anos, contado da data da intimação 
da decisão definitiva. Art. 60. Os cadastros de reclamações fundamentadas contra 
fornecedores são considerados arquivos públicos, sendo informações e fontes a todos 
acessíveis, gratuitamente, vedada a utilização abusiva ou, por qualquer outro modo, 
estranha à defesa e orientação dos consumidores, ressalvada a hipótese de publicidade 
comparativa. Pág 61
[82] DECRETO FEDERAL N. 2.181 de 20 de março de 1997. Art. 18. A inobservância 
das normas contidas na Lei nº 8.078, de 1990, e das demais normas de defesa do 
consumidor constituirá prática infrativa e sujeitará o fornecedor às seguintes 
penalidades, que poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, inclusive de 
forma cautelar, antecedente ou incidente no processo administrativo, sem prejuízo 
das de natureza cível, penal e das definidas em normas específicas: I - multa; (...) 
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviços; VII - suspensão temporária 
de atividade; (...) IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; 
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade; 
XI - intervenção administrativa; XII - imposição de contrapropaganda. (...) § 3º 
As penalidades previstas nos incisos III a XI deste artigo sujeitam-se à posterior 
confirmação pelo órgão normativo ou regulador da atividade, nos limites de sua 
competência. Pág 61
[83] Lei Federal 8.906 de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a 
Ordem dos Advogados do Brasil(OAB) (...) Art. 22. A prestação de serviço profissional 
assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por 
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118
arbitramento judicial e aos de sucumbência. (...) § 3º Salvo estipulação em contrário, 
um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de 
primeira instância e o restante no final. Pág 62
[84] LEI 13.105 de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Art. 98(...)§ 6º 
Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de despesas 
processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento. Pág 62
[85] LEI 13.105 de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Art. 98. A pessoa 
natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar 
as custas, as despesas processuaisna intolerância extrema 
quando forçados ao que não querem
Nível 2 de suporte são as crianças que apresentam sintomas do espectro autista 
mais acentuados, o que resulta em mais prejuízos funcionais e requer mais suporte 
e apoio para aprenderem e realizarem suas atividades de vida diária, o que requer 
mais supervisão terapêutica e mais horas de estimulação precoce.
Nível 3 de suporte são pessoas que, por apresentarem os sintomas de isolamento 
social e rigidez de comportamento mais acentuados, têm mais prejuízos no 
seu desenvolvimento, podem não ser verbais e apresentarem transtorno do 
desenvolvimento intelectual. Isso dificulta o aprendizado global, necessitando, 
assim, de estimulação intensa, o mais precoce possível, durante todo o seu 
desenvolvimento, para garantir que alcancem seu potencial máximo.
Quais os sinais de alerta que a família pode perceber na criança?
 Cerca de 80% das crianças com TEA atrasam a fala (o que chamamos de verbal), mas 
existem crianças autistas que falam na idade correta e podem até falar mais certo que as 
crianças típicas da sua idade. O que toda criança do espectro autista manifesta são os déficits 
dos meios não verbais da comunicação social, por exemplo:
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l Não olhar ao serem chamadas pelo nome ou só olhar quando é um assunto do seu 
interesse, parecem desatentas, mas é uma desatenção social; 
l Olhar de maneira não usual, com o canto dos olhos ou rapidamente, sem sustentar 
o olhar. Algumas crianças autistas são mais receptivas e até olham ao serem 
chamadas, mas podem ter dificuldade em iniciar ou em manter o relacionamento, 
desistindo rápido e afastando-se dos seus pares, voltando para atividades solitárias; 
l Não apontar mostrando o que desejam. Quando a criança aponta ela precisa 
olhar para quem vai atendê-la, mostrando com o olhar o que deseja, o que chamamos 
de triangular o olhar com o parceiro social. As crianças autistas podem apontar de 
costas para o cuidador, irritando-se e chorando se não forem atendidas;
l Uso de poucos gestos para transmitir o que desejam, como expressões faciais, 
mímicas, responder com gestos, dar tchau, olhar e responder com sim e não; 
l Fazer o outro de ferramenta, levando a mão do outro até o objeto que quer ou 
empurrando a pessoa até onde precisa de algo; 
l Demonstra mais interesse no brinquedo ou no objeto do que na pessoa que está 
repartindo esse momento com ela. No parquinho vão direto para os brinquedos, 
ignorando as outras crianças, às vezes até demonstrando contrariedade pela 
presença de outras crianças no local;
l Não responder o que lhes é perguntado, ou responder outra coisa, sem nexo, 
parecendo não compreender, olham sem responder e sem procurar saber o que o 
outro queria;
l As crianças com TEA podem apresentar ecolalias imediatas e diferidas, ou seja, 
repetir o que o outro falou para ela, pode ser a palavra que acabou de ouvir ou até 
frases inteiras de um desenho que assiste várias vezes;
Índice
12
l As crianças podem referir-se a si mesmas na terceira pessoa, ou seja, não 
responder é minha, eu vou, mas sim essa camiseta é do Gabriel, o Gabriel vai passear 
etc.; 
l Podem apresentar fala parecida com gagueira, frases insistentes e perseverantes 
ou discurso pausado, entrecortado;
l O brincar:
As crianças do espectro autista apresentam diferenças em seu modo de brincar, 
que não é recíproco, não é uma troca de interesses. eles preferem brincar sozinhas, 
focadas nos seus interesses. Mesmo que estejam ao lado de seus coleguinhas, 
repartem pouco suas experiências com o outro, têm dificuldade de repartir os 
brinquedos, irritam-se e choram com facilidade, podem manifestar agressividade, 
bater, morder, empurrar o outro. As crianças com TEA também podem demonstrar 
um brincar obsessivo, enfileirando objetos, pareando-os lado a lado, separando por 
cor, tamanho ou dois a dois, elas podem segurar um objeto ou um brinquedo nas 
mãos por muito tempo, querer até tomar banho ou dormir com aquele brinquedo 
na mão. Podem brincar atirando brinquedos para frente ou para trás, ou levantá-
los e soltá-los para vê-los cair diante dos olhos. Podem gostar de jogar objetos 
pela janela, atrás do sofá ou dentro da piscina. Gostam de enfiar os brinquedos 
nos braços do sofá, debaixo de almofadas, dentro de buracos ou frestas, produzem 
muito barulho e podem emitir vocalizações enquanto brincam. As crianças com TEA 
podem brincar de maneira agitada, empurrando as cadeiras e os móveis, entrando 
debaixo de mesas e dentro de móveis, dentro de caixas de brinquedos, subir na mesa 
ou nas bancadas.
Os sintomas descritos acima são relacionados à comunicação social (aquele critério 
A, não verbal). O critério A é o eixo do espectro do autismo, mas, além desses sinais, todas 
as crianças autistas apresentam também padrões repetitivos, restritos e estereotipados, de 
comportamento, interesse ou atividade (critério B), que podem ser observados nos seguintes 
comportamentos:
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l Apresentam mesmice de comportamentos, gostam de repetir rituais, tendência 
a fazer as coisas do mesmo jeito, irritando-se quando impedidas de executar da 
maneira que querem;
l Podem apresentar estereotipias motoras. As estereotipias motoras do espectro 
autista não precisam estar presentes em 100% dos casos, ou podem aparecer e 
desaparecer periodicamente. Elas podem ser movimentos repetitivos com as mãos, 
chamados  flappings, ou dos dedos, braços ou troncos, tipo pêndulo. Podem ser 
tiques com a musculatura dos olhos, pender a cabeça para o lado, como torcicolo 
congênito, andar tipo marchando ou imitando um animal. Podem dar pulinhos, 
bater as mãos no peito ou na cabeça, correr com as mãos para trás, andar ou correr 
de um lado para o outro, ou em círculos, dar voltas em torno da casa, do carro, da 
mesa, ou de um objeto no centro. Também podem girar em torno do próprio eixo, 
brincar com a própria sombra, ter atração por espelhos, pular, bater palmas, abrir e/
ou fechar portas, ter atração por escadas, rampas ou interruptores de luz.
l As estereotipias comportamentais do TEA são definidas como qualquer 
comportamento que se repete de forma rígida, como repetir circuitos ou rituais 
quando chega em um ambiente, resistência a mudanças, como seletividade 
alimentar, não aceitar trocar seus itens pessoais como a chupeta, o pratinho, os 
talheres ou o lugar de comer à mesa tendem a rejeitar a escola ou a casa por ocasião 
de mudança, demonstrar desagrado quando a família muda a rota da escola etc.
l As crianças podem também apresentar interesses restritos e estereotipados, como 
hiper focos por qualquer tema, como chaves, desenhos, dinossauros, bandeiras, 
carros, máquina de lavar, ventiladores, eletrônicos, 
l Outra manifestação de estereotipias é o apego a determinados objetos sem 
função; entreter-se muito tempo com pedrinhas, folhas, papel, ou gravetos; fixar-
se em partes de brinquedos e explorar os objetos de maneira não usual, como girar 
as rodinhas, abrir e fechar as portinhas, desmontar os brinquedos; olhar de outros 
ângulos para os objetos.
As pessoas do espectro autista apresentam transtorno do processamento sensorial.
Elas podem manifestar qualquer tipo de alteração sensorial para mais ou para menos a 
qualquer um dos sentidos que temos, ou seja, elas podem responder de maneira diferente 
aos estímulos auditivo, visual, olfativo, paladar, toque, movimento e lugar do corpo no espaço. 
Estas alterações sensoriais são muito diferentes de uma criança autista para outra.
Algumas crianças podem buscar muito estímulo de determinado sentido e não suportar 
nenhum estímulo de outro sentido. Então não se pode comparar as alterações sensoriais 
Índice
14
de uma criança para outra, não é apenas aquela criança que não gosta de barulho alto que 
apresenta sinal de alerta para o espectro, mas também aquela que não gosta de barulhos 
específicos . Outras podem desencadear náuseas com alguns cheiros ou querer ficar cheirando 
os objetos e as pessoas. Alguns podem sentir atração por luzes oue os honorários advocatícios tem direito à gratuidade 
da justiça, na forma da lei. (...) § 4º A assistência do requerente por advogado particular 
não impede a concessão de gratuidade da justiça. Pág 62
[86] RESOLUÇÃO DPE - GO CSDP (Conselho Superior de Defensoria Pública do Estado 
de Goiás) no 020, de 29 de junho de 2016. Pág 63
[87] Constituição Federal de 1988. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXIV - são a todos assegurados, 
independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes 
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção 
de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de 
situações de interesse pessoal; Pág 65
[88] Michaelis. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo, Melhoramentos, 
1998. p. 1610. Pág 65
[89] MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação 
Constitucional. São Paulo, Atlas, 2002, p.289.
[90] Idem, ibidem. Pág 65
[91] Idem, ibidem. Pág 65
[92] Idem, ibidem. Pág 65
[93] CALDAS AULETE. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. 3ª. ed.. Rio de 
Janeiro, Delata, 1964, Vol. I, p. 763. Pág 66
[94] Lei 9.051, de 18 de maio de 1995. Dispões sobre a expedição de certidões para 
defesa de direitos e esclarecimentos de situações. Art. 1º As certidões para a defesa 
de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos órgãos da administração 
centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às 
fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão 
ser expedidas no prazo improrrogável de quinze dias, contado do registro do pedido no 
órgão expedidor. Pág 66
[95] Lei 9.051, de 18 de maio de 1995. Art. 2º Nos requerimentos que objetivam a 
obtenção das certidões a que se refere esta lei, deverão os interessados fazer constar 
esclarecimentos relativos aos fins e razões do pedido. Pág 66
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Realização:
Ministério Público do Estado de Goiás
Procuradoria-Geral de Justiça
Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais
Centro de Apoio Operacional 
Área de Políticas Públicas e Direitos Humanos
Área da Infância e Juventude 
Área da Educação
Área do Consumidor
Área da Saúde
4ª Promotoria de Justiça de Aparecida de Goiânia
Redação:
Ana Marcia Guimarães 
Reuder Cavalcante Motta 
Letícia Amaral
Projeto Gráfico / Diagramação:
Assessoria de Comunicação Social
Núcleo de Publicidade e Marketing
Revisão:
Assessoria de Comunicação Social
Núcleo de Imprensa
2024apresentar intolerância a 
outros estímulos luminosos. Existem aquele que podem passar a língua nas superfícies ou 
experimentar toda comida que levam à boca, podem gostar de morder objetos duros e até 
apresentar síndrome de pica que é a ingestão de substâncias não comestíveis, como reboco de 
parede, sabonete, borracha, madeira, lápis. Outras crianças não tocam em frutas descascadas 
ou substâncias moles e pegajosas. 
Algumas crianças autistas não toleram que sejam erguidas do chão, demonstram pavor 
e choram muito, outras têm atração por balanços muito altos. Há crianças que gostam de 
deitar-se no chão e olhar objetos ou TV por esse ângulo. Todas estas diferenças são alterações 
sensoriais. Algumas crianças chegam a desfalecer por alguns instantes se os estímulos forem 
muito intensos, colocando-as em risco. Estas situações melhoram muito com o tratamento 
correto.
Seletividade Alimentar no Espectro do Autismo
O que é?
 Seletividade alimentar é um termo usado para descrever o padrão alimentar evitativo- 
restritivo que se inicia nos primeiros anos de vida de uma criança, resultando em nutrição 
inadequada devido à limitação da variedade e/ou do volume de alimentos consumidos. 
Quais os sinais?
 A seletividade alimentar, ou padrão alimentar evitativo- restritivo, pode comprometer 
o desenvolvimento físico e a saúde global da criança, pelo risco de levar à perda significativa 
de peso, à deficiência nutricional e até a problemas sociais, resultantes da dificuldade em 
comer. Esta dificuldade e/ou restrição/evitação a comer é devida a vários fatores. Crianças 
autistas podem apresentar respostas sensoriais exacerbadas a determinados cheiros, 
gosto ou consistência dos alimentos, esta resposta inadequada ao estímulo sensorial pode 
desencadear náuseas, vômitos, hábito de cuspir a comida ou até engasgos e sensação de 
asfixia. Outro componente que facilita a presença de transtorno alimentar na criança do 
espectro autista é a tendência que ela tem a repetir comportamento. Esta rigidez faz com que 
a criança queira repetir sempre os mesmos alimentos e resista fortemente a experimentar 
outros, incluindo a consistência, o modo de preparo, a cor, o aspecto, a marca etc.
Pode acontecer de a criança passar por fases em que come apenas um alimento 
repetitivamente por vários dias e, em seguida, enjoe desse alimento, de forma cíclica.
Índice
15
Existe um outro tipo de transtorno alimentar que também é comum na criança autista, 
que se chama pica, que consiste na mastigação e/ou ingestão de substâncias não comestíveis, 
como borrachas, plástico duro, ponta de lápis, giz, carvão, cinzas, argila, reboco de parede, 
talco, maquiagem, sabonete, fezes etc.
Estes transtornos alimentares, que incluem a seletividade alimentar, são uma 
comorbidade comum no Transtorno do Espectro do Autismo. As pesquisas mostram uma 
taxa que chega a 89% de prevalência de algum transtorno alimentar entre crianças com 
TEA, o que pode comprometer gravemente a saúde delas, necessitando tratamento médico 
e interdisciplinar.
 
Idade a partir da qual se faz o diagnóstico?
Os transtornos alimentares no espectro do autismo começam nos primeiros anos de 
vida, normalmente antes dos seis anos de idade, e pode acontecer de a criança apresentar um 
padrão normal de alimentação até o dia em que o transtorno se manifeste.
 
Quem faz o diagnóstico?
 Por se tratar de um transtorno do desenvolvimento, com o CID.11: 6B83  transtorno 
evitativo-restritivo da ingestão de alimentos, o diagnóstico de seletividade alimentar 
deve ser dado por um médico, preferencialmente um médico com experiência na área do 
desenvolvimento atípico, como o pediatra, o neuropediatra ou o psiquiatra infantil.
Quem prescreve o tratamento?
Recebendo o diagnóstico médico de Transtorno Alimentar evitativo-restritivo, o 
paciente receberá instrução e prescrição do médico sobre quais profissionais deverão estar 
envolvidos no tratamento, como o nutricionista, o terapeuta ocupacional e o psicólogo 
comportamental, todos especializados.
Como ocorre o tratamento. Sessões semanais? 
Cozinha terapêutica (é uma necessidade?)
 O tratamento do Transtorno Alimentar pode variar de acordo com a severidade da 
manifestação dos sintomas. Há crianças que estarão desnutridas e poderão necessitar de 
internação e até, de forma extrema, sonda para se alimentar, outras crianças, a maioria, 
necessitará de tratamento ambulatorial, com intervenções terapêuticas específicas de 
acordo com as particularidades clínicas de cada criança, existem técnicas específicas 
paraaumentar a variedade alimentar, uma delas é o Condicionamento Operante (um estilo 
de intervenção baseado em recompensa) e dessensibilização sistemática (modelagem e 
exposições hierárquicas), o que nos diz que estas técnicas exigem o profissional especializado 
e o ambiente adequado, com instrumentos mínimos para que a terapia seja correta e eficaz, 
havendo necessidade de cozinhas terapêuticas e profissionais capacitados.
Índice
16
Chances de cura (se houver tal dado)
 
 Assim como em todo transtorno comportamental corretamente tratado, há chances 
de cura e/ou, no mínimo, amenização dos prejuízos físicos, emocionais e sociais que o 
transtorno alimentar pode causar, sendo imprescindível que as crianças diagnosticadas com 
TEA comórbido com transtornos alimentares recebam tratamento médico e interdisciplinar, 
tanto clínico como medicamentoso, se for o caso.
O que é neuroplasticidade cerebral e por que não podemos esperar?
 
 O cérebro é composto por células chamadas neurônios, estas células se multiplicam 
e se conectam umas às outras por meio de sinapses, transmitindo informações e formando 
vias de aprendizado altamente competentes no desenvolvimento das crianças, que vão 
aprendendo a andar, falar, se socializar, se adaptar e resolver problemas, superficialmente 
falando.
 As pesquisas mostram que existe um período em que o cérebro apresenta esta atividade 
de formar vias de aprendizado de forma mais intensa e mais responsiva aos fatores ambientais.
Passado este período, o aprendizado será muito mais lento e limitado. Este fenômeno se 
chama neuroplasticidade cerebral e este período se chama janela de oportunidade ou tempo 
ótimo. 
 As terapias interdisciplinares (no caso do espectro do autismo na ciência ABA- Análise 
Aplicada do Comportamento) são os fatores ambientais que podem modificar o curso 
atípico em que o cérebro da criança autista está entrando, caso aplicadas nestes períodos de 
neuroplasticidade em que os neurônios e as conexões entre eles podem ser intensamente 
estimulados. O resultando é um aumento da quantidade e da qualidade dos neurônios e 
das ligações entre eles, que se expressa como aprendizado. Aquele comportamento que a 
criança autista não aprendeu de forma espontânea pode, então, ser ensinado pela ciência 
ABA e adquirido de maneira definitiva. Por esse motivo, o tratamento deve ser iniciado o mais 
precocemente possível, assim que se identificarem os sinais de alerta. Não podemos esperar 
para ter certeza, pois o tempo tornará o aprendizado cerebral cada vez menor e mais lento, 
perdendo a oportunidade de que o tratamento possibilite que estas pessoas se desenvolvam 
dentro do seu potencial máximo, além de diminuir as chances de aparecerem comorbidades 
como ansiedade, depressão e disfuncionalidades na idade adulta.
Índice
17
Como é feito o diagnóstico?
 
 Os sintomas do TEA (os critérios A e B descritos acima) deverão estar presentes nos 
primeiros anos de vida, antes dos três anos, mas é frequente que o diagnóstico seja feito após 
este período, porque os sintomas passaram despercebidos ou negligenciados. Muitas vezes, 
as boas capacidades intelectuais da criança camuflam suas inabilidades sociais, mas não há 
garantia de que, mais tarde, estas crianças mais leves não desenvolvem muitos problemas 
graves. Portanto, todas as crianças com prejuízos funcionais e atrasos no seu desenvolvimento 
que preencherem os critérios clínicos para o TEA, sejam leves ou não, devemreceber o 
diagnóstico e serem encaminhadas para o tratamento correto. Somente assim poderemos 
garantir seu desenvolvimento máximo e com o mínimo de comorbidades possível, ou seja, 
sem sofrimentos maiores e riscos desnecessários.
As famílias precisam acompanhar o desenvolvimento de seus filhos, não atrasar a busca 
por um especialista quando perceberem algum sinal de alerta e os profissionais precisam 
ouvir estas queixas das famílias, valorizando os sintomas encontrados na avaliação clínica, 
para que esta criança tenha o direito de receber assistência correta e eficaz.
O diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo é clínico, feito pelo médico, 
geralmente não há necessidade de nenhum exame complementar, seja de sangue ou 
tomografias, ressonâncias e eletroencefalograma. Estes exames podem ser necessários em 
casos específicos e não são pedidos para que se confirme o diagnóstico de TEA. O médico 
é capaz e está autorizado a dar o diagnóstico de autismo para uma criança ou adolescente 
que apresente, clinicamente e na história do seu desenvolvimento, déficits significativos e 
persistentes na comunicação social e nas interações sociais (critério A). Também devem ser 
observados padrões rígidos, restritos e repetitivos de comportamento, interesse e atividade 
(critério B), como vimos anteriormente. 
Não há idade mínima para que este diagnóstico seja dado a uma criança que apresente 
os sintomas evidentes, embora, muitas vezes, a criança seja muito pequena para que os 
déficits da interação social sejam percebidos. Mas se há prejuízos no seu desenvolvimento e 
eles preenchem os critérios do espectro autista, a criança tem direito a receber o diagnóstico 
para que seja encaminhada para a estimulação precoce correta, caso contrário ela perderá o 
tempo ótimo, que são janelas de oportunidade, para o tratamento, devido à neuroplasticidade 
cerebral dos anos precoces do desenvolvimento neurológico (vide item seguinte).
 O direito nos ensina que o diagnóstico deve ser precoce, ou seja, a criança que apresenta 
os sintomas do espectro autista, ainda que não definitivo, ou seja, mesmo que os prejuízos 
desapareçam após o tratamento por estimulação precoce. Esta é a grande responsabilidade 
de profissionais que trabalham com crianças. Não podemos ser negligentes para que elas não 
percam o direito que têm ao seu desenvolvimento pleno.
Índice
18
Autor: Maria Eduarda de Souza Guedes
Ter habilidades verbais e, principalmente, não verbais para transmitir 
suas intenções
Ter flexibilidade de brincar de várias formas e de vários assuntos, 
trocando informações com o outro
Ter intenção social pelo outro, vontade de transmitir e receber as 
intenções
Qual o primeiro passo após o diagnóstico médico?
O espectro autista tem tratamento e, como vimos, ele será tão mais eficaz quanto antes 
começar. Portanto, a família e o médico devem garantir que a criança ou o adolescente tenha 
acesso a esse direito, para seu desenvolvimento pleno. 
 Todas as crianças precisam ter três comportamentos básicos para a comunicação 
social recíproca, se um deles estiver prejudicado ou restrito, é necessário que esta criança 
seja avaliada por um especialista:
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19
l É um tratamento baseado na ciência Análise do Comportamento Aplicada (ABA) 
l Deve ser PRECOCE, ou seja, assim que se observarem sinais e sintomas do espectro 
autista, preferencialmente antes dos 3 anos de idade, (Green, 1996; Landa, 2007).
l INTENSIVO, ou seja, de  10 a 40 horas semanais. Mesmo autista de nível 1 de 
suporte necessita no mínimo de 10 horas de estimulação precoce semanalmente, 
não ultrapassando 40 horas, sendo que a escola conta como 20 horas de estimulação 
precoce. Importante que a criança seja matriculada na rede de ensino regular 
inclusivo. Crianças muito pequenas ou que não possuam pré-requisitos mínimos para 
frequentar a escola poderão necessitar de 40 horas semanais de estimulação precoce 
no modelo estruturado. Neste caso, o médico deverá explicar no relatório os motivos 
da recomendação para que a criança adie o ingresso na escola e a necessidade da carga 
horária máxima para construção de habilidades básicas, que estão atrasadas.
l DURADOURO, ou seja, esta criança ou este adolescente deverá permanecer 
em tratamento por terapias enquanto durar o seu desenvolvimento ou enquanto 
apresentar prejuízos funcionais (Lovaas, 1987; Sallows & Graupner, 2005).
l ESTRUTURADO E INDIVIDUALIZADO, ou seja, o paciente deverá, obrigatoriamente, 
ser submetido a avaliações quantitativas (com o profissional especialista em ABA) no 
início do tratamento, para que, a partir do resultado destas avaliações funcionais, seja 
construído o plano terapêutico individualizado, personalizado. Ele consiste em uma 
pasta terapêutica que contém os programas de tratamento da criança (vide próximo 
tópico).
 Existe um protocolo internacional de tratamento por estimulação precoce, praticado 
mundialmente, comprovado cientificamente, com resultados positivos no transtorno 
do espectro autista. Este protocolo contém algumas diretrizes que deverão ser seguidas 
pelo médico da confiança da família, seja o neuropediatra, psiquiatra infantil ou o pediatra 
qualificado em desenvolvimento atípico.
 A seguir, um resumo das diretrizes a serem seguidas para o tratamento eficaz baseado 
em evidências:
Índice
20
Autor: Gustavo Francinete Mendes
 Para garantir que a criança receba realmente este tratamento correto, o médico deverá 
fornecer um relatório médico completo. O especialista é que vai fechar o diagnóstico de sua 
criança e emitirá um laudo, documento em que ele vai atestar, se for o caso, o autismo de sua 
criança. É importante que o laudo médico que confirme o diagnóstico de autismo contenha, 
pelo menos:
a) o nome completo da criança;
b) os sintomas clínicos que enquadram o diagnóstico; 
c) o CID – Código Internacional da Doença. Exemplo: CID.10: F84.0; CID F84.1; CID 
F84.3; F84.5; ou CID F84.9; ou CID.11: 6A02
d) a indicação da prescrição terapêutica, consistente na indicação do método 
e técnica que o médico entende que seja a mais adequada ao tratamento de sua 
criança; Exemplo: ABA, Denver, Teacch, Pecs, Integração Sensorial de Jean Ayres;
e) os nomes das outras especialidades que o médico entende que devam começar 
o tratamento do autismo de sua criança. Essas outras pessoas com as qualificações 
profissionais indicadas pelo médico e ele próprio formam a equipe multidisciplinar 
que tratará de sua criança. Geralmente, a equipe multiprofissional definida no 
laudo diagnóstico, que irá trabalhar no tratamento do autismo de sua criança 
será composta por, no mínimo, este trio: psicólogo(a), terapeuta ocupacional e 
fonoaudiólogo(a). Mas pode ser também que junto com estes, conste no laudo 
ainda a indicação de psicomotricista, psicopedagogo(a)[1], nutricionista ou 
Índice
21
 Estamos chamando aqui de laudo completo para o TEA aquele que contém os itens de 
“a” a “e” da lista acima. Nem sempre há medicação prescrita no laudo para TEA, visto que a 
medicação é usada quando há um sintoma alvo. Isso será discutido em consulta médica.
 
 Eventualmente, pode ocorrer que o médico opte por fazer o diagnóstico não na primeira 
consulta com ele, mas após algumas sessões com alguns dos profissionais que indicar. Neste 
caso, após submeter a criança a algumas sessões com estes outros profissionais, uma nova 
consulta-retorno com este profissional será marcada para que o laudo definitivo e completo 
seja feito e entregue à mãe, pai ou responsável.
 
 Se houver uma demora injustificada para que o médico lhe dê o laudo completo, peça 
a ele explicações. Se você não estiver convencida das justificativas da demora, ao final desta 
cartilha você receberá orientações sobre como agir neste caso.
 
 Caso o laudo esteja incompleto – também conhecido como “laudo genérico” - , isto é, 
sem a indicação do método e técnica ou sem a indicação dos profissionais que deverão fazer 
o tratamento com a indicação do número de horas semanais,é importante que você mãe, pai 
ou responsável fale com o médico desta necessidade e peça a ele que complete o laudo para 
contemplar os itens de “a” a “e”.
 
 Com o relatório completo fornecido pelo médico em mãos (este laudo deverá conter 
todos os itens da sessão acima: o CID do TEA, os profissionais necessários, às abordagens 
essenciais para aquela criança e o número de horas nesse momento) a família deverá percorrer 
o seguinte passo a passo:
outros, a depender das necessidades individuais do paciente. Como as crianças 
com TEA têm muitas características diferentes umas das outras, não se assuste 
se a equipe multiprofissional definida pelo médico abranja qualquer combinação 
de profissionais dentre os citados: [ psicólogo(a) e terapeuta ocupacional ] ou [ 
fonoaudiólogo(a), terapeuta ocupacional e nutricionista ] ou [ psicólogo, terapeuta 
ocupacional, fonoaudiólogo(a) e psicopedagogo(a), etc.. 
f) o número de horas semanais que sua criança deve passar em tratamento com 
cada um dos profissionais que ele indicou acima.
g) Medicação, quando for o caso.
Índice
22
Enviar o relatório médico com CID e plano de tratamento para a 
operadora de saúde
Receber da operadora a indicação de clínicas e profissionais que 
cumpram o pedido no relatório médico
Conferir se os profissionais indicados pela operadora são especialistas 
nas abordagens pedidas pelo médico
Garantir que os profissionais disponíveis tenham o número de horas 
necessárias ao tratamento da criança
Como é feito o tratamento correto para o espectro do autismo?
 Cabe agora à família e ao médico, juntos, garantir que a criança diagnosticada com 
Transtorno do Espectro do Autismo e encaminhada para o tratamento por estimulação 
precoce com equipe interdisciplinar pela ciência ABA receba realmente o tratamento correto.
Somente isso garantirá a mudança do curso do desenvolvimento atípico da criança. 
 
 Para que as famílias acompanhem o tratamento de seus filhos e exijam da equipe 
multiprofissional que o tratamento correto seja aplicado na criança, vamos entender como 
funciona o tratamento e qual o envolvimento a família precisa ter.
 
 Primeiramente, plano de tratamento por estimulação precoce para o espectro do 
autismo necessita, no mínimo, de três especialidades, sendo a psicologia aplicada na ciência 
ABA, Denver ou Teacch a fonoaudiologia, especializados em Pecs e/ou Prompt e a terapia 
ocupacional no método de integração sensorial de Jean Ayres. Eventualmente a criança 
pode necessitar de fisioterapia, psicomoricidade, psicopedagogia, musicoterapia, ou outra 
especialidade, dependendo das necessidades individuais de cada um, o que deverá ser 
justificado no pedido médico do plano terapêutico.
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 Ofertas de tratamentos com estimulação precoce que não seguem este modelo 
interdisciplinar são vistos e praticados no Brasil, mas ainda não possuem evidência clínica 
de que contemplam todas as necessidades do autismo, mostrando-se inferiores ao modelo 
interdisciplinar de equipe composta por ao menos psicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta 
ocupacional especializados em ABA.
O que é a terapia ABA?
 ABA é abreviatura de Applied Behavior Analysis (Análise Aplicada do 
Comportamento), que é uma abordagem terapêutica reconhecida e recomendada por 
organizações e instituições como a Association for the Science of Autism Treatment of the 
United States, o National Autism Center, Association of Professional Behavior Analysts (CA) 
(Sella & Ribeiro, 2018) e Behavior Analyst Certification Board (Conselho de Certificação 
em Análise do Comportamento – BACB), além da Comissão Nacional de Incorporação da 
Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) do Ministério da Saúde (MS) que aprovou 
o protocolo clínico baseado no ABA para tratamento do TEA. A Resolução Normativa 
469/2021 da ANS amplia o tratamento, assegurando que sejam autorizadas as abordagens 
prescritas pelo médico assistente em todo o território nacional.
A ciência ABA é um plano de intervenção individualizado, com objetivos específicos 
que são trabalhados repetitivamente até que a criança atinja o comportamento desejável 
para sua idade, tornando-se mais funcional. Assim, o que a criança deveria estar apresentando 
para sua idade e não está por ser autista, ela pode aprender de maneira repetitiva, até que se 
torne um comportamento aprendido, aproximando-se ao máximo de seus pares.
Para que esse plano de intervenção individualizado, que é o tratamento propriamente 
dito do autismo, seja construído é necessário que se conheçam os déficits daquela criança, 
naquele momento. É imprescindível que a criança, antes de se iniciar o tratamento, seja 
avaliada do ponto de vista quantitativo, que é saber a porcentagem de déficits e em quais 
áreas do desenvolvimento desta criança estão os déficits, para que o tratamento seja aplicado.
Como saber se meu filho fez estas avaliações e se o tratamento 
certo está sendo aplicado? 
 Após o primeiro passo a passo que vai inserir a criança na clínica especializada 
nas abordagens ABA, os profissionais deverão compartilhar com as famílias algumas 
informações e procedimentos. 
 
 Se cada criança do espectro autista é diferente uma da outra, exatamente porque os 
prejuízos funcionais são diferentes entre elas e diferentes até mesmo se comparados com 
a própria criança em momentos diferentes do seu desenvolvimento, então os profissionais 
Índice
24
Além desta avaliação inicial, a criança precisa ser reavaliada, da mesma 
maneira, periodicamente, pois seus objetivos terapêuticos mudam e as terapias 
não podem ser sem metas, apenas um passatempo. Precisamos sempre saber o que 
estamos fazendo e com qual objetivo terapêutico, comparando a criança com ela 
mesma para que possamos ver sua evolução. 
 Portanto, se seu filho não for avaliado inicialmente, se as informações a respeito 
dos prejuízos a serem trabalhadas não forem compartilhadas com a família e toda a equipe 
terapêutica e se a criança não for vista e reavaliada periodicamente pela supervisora ABA, o 
tratamento não estará correto.
 As famílias podem seguir um segundo passo a passo após ingressar na clínica:
precisam ter informações específicas sobre estes prejuízos naquele momento, para que se 
inicie o tratamento. Para isso, é necessário que sejam aplicadas avaliações quantitativas, 
escalas e/ou checklist, e os resultados destas avaliações devem, necessariamente, ser 
compartilhados com a família e com toda a equipe de profissionais, pois é baseado nestas 
informações que é construído todo o plano terapêutico, com objetos claros e metas a serem 
cumpridas.
Inicialmente o(a) psicólogo(a) supervisor analista comportamental 
ABA deverá acolher esta criança e aplicar um protocolo de avaliação 
quantitativa ou escala de habilidades sociais (para os maiores)
O(a) psicólogo(a) supervisor analista comportamental ABA deverá 
mostrar o resultado desta avaliação para os pais e explicar os gráficos 
de prejuízos funcionais que foram encontrados
A família deverá levar estas avaliações sempre que comparecerem às 
consultas médicas 
Através dos resultados obtidos desta avaliação, o(a) psicólogo(a) 
supervisor analista comportamental deverá elaborar os programas de 
estimulação precoce que serão aplicados
Índice
25
Somente o(a) psicólogo(a) supervisor analista comportamental ABA 
está habilitado(a) e autorizado(a) a elaborar estes programas, por esse 
motivo a supervisora deverá, obrigatoriamente, estar presencialmente 
com a criança, periodicamente, durante o tratamento
Estes programas, que são o verdadeiro tratamento ABA da criança, 
deverão ser compartilhados com a família e aplicados em todos os 
ambientes da criança também, em casa, no lazer, na escola, etc, para 
que o comportamento aprendido seja generalizado
A equipe interdisciplinar precisa reunir-se periodicamente 
O(a) psicólogo(a) supervisor analista comportamental ABA deverá 
visitar a escola periodicamente 
Se a criança necessitar de um auxiliar terapêutico na escola, estedeverá 
receber supervisão periódica da terapeuta ABA, obrigatoriamente. 
A criança precisa ser submetida a avaliações quantitativas 
periodicamente, além de encontros com o(a) psicólogo(a) supervisor 
analista comportamental ABA , para inserção avulsa de novos 
programas
Explicando esse passo a passo
 A Avaliação Quantitativa consiste em testes objetivos, aplicados somente pelo(a) 
terapeuta psicólogo(a) que já concluiu sua formação de especialista em ABA. Importante 
que seja um psicólogo que já seja um especialista em ABA, chamado de psicólogo analista 
comportamental (ABA) que fará a supervisão do tratamento em ABA. Esta avaliação irá 
mostrar, em porcentagens, quais os atrasos funcionais daquela criança, naquele momento, 
para que, desse resultado, o psicólogo(a) supervisor(a) analista comportamental ABA 
Índice
26
construa as metas de comportamento a serem aplicadas na criança, para que ela aprenda o 
comportamento que já deveria apresentar para sua idade e ainda está ausente ou restrito, 
seja este comportamento motor, social ou na linguagem. 
 Se o tratamento é tirado das avaliações, ele não estará correto se a criança não for 
submetida a avaliações quantitativas periodicamente, pois os prejuízos são específicos da 
criança e daquele momento. Este cenário muda com a idade e as intervenções, necessitando 
de reajustes constantes na pasta terapêutica, o que só pode ser feito pela psicólogo(a) 
supervisor(a) ABA e será aplicado pelos auxiliares terapêuticos. Estes auxiliares aplicadores 
dos programas elaborados pelo supervisor, não necessitam ter terminado a especialização 
em ABA.
 
 Crianças maiores, com nível intelectual superior, e adolescentes podem não seguir 
este modelo de Avaliações Quantitativas e aplicação de programas. Estes serão avaliados 
por escalas de habilidades sociais e a intervenção feita de maneira menos estruturada, mas 
igualmente compartilhada com a família e a escola, submetidos a reavaliações periódicas.
Existem outras abordagens que seguem o mesmo modelo de intervenção dirigida a 
comportamentos disfuncionais, como o ABA, que também mostram resultados positivos, 
como o DENVER, Modelo Denver de Intervenção Precoce, baseado na Análise Aplicada 
do Comportamento-ABA, o TEACCH (Tratamento e educação de crianças autistas em 
desvantagem na comunicação) e o PECS (sistema de comunicação por trocas de figuras). Todas 
estas abordagens com evidências no tratamento do espectro autistas deverão ser usadas por 
vários profissionais, para que se alcance um resultado bom e generalizado na vida da criança.
Como avaliar se o meu filho está progredindo nas terapias?
 
 Esta é uma pergunta frequente por se tratar de uma preocupação constante para 
as famílias de crianças com atrasos no desenvolvimento. Como vimos, o tratamento é 
estruturado, ou seja, sabemos exatamente quais são os prejuízos daquela criança naquele 
momento e como devemos intervir para que ele atinja seu potencial máximo, elaborando o 
plano terapêutico e treinando o comportamento para minimizar os déficits funcionais. 
Já conversamos que as crianças deverão ser continuamente acompanhadas pelos 
profissionais especialistas nas abordagens que mostram eficácia no tratamento do TEA, 
como o ABA, e serem submetidas a avaliações quantitativas ou escalas de habilidades sociais. 
Assim, poderemos observar, objetivamente, a evolução da criança comparando-a com ela 
mesma, antes, durante e depois do tratamento. Dessa forma saberemos se o tratamento está 
certo ou se ainda há barreiras comportamentais a serem extintas, para que a criança progrida 
no seu desenvolvimento. Os terapeutas, especialmente o psicólogo(a) supervisor(a), deverão 
apresentar estes resultados periodicamente às famílias. Não há uma data definida, mas 
estima-se que seja de 3 a 6 meses, no mínimo.
Índice
27
Existe tratamento alternativo para o autismo? Quando devo usar 
medicação?
 Há mais de 80 anos, desde a descrição do médico Kanner e o médico Hans Asperger 
em 1943, a comunidade científica do mundo inteiro se debruça em pesquisas para descobrir a 
causa e o tratamento para o espectro autista. Nada foi achado como eficaz para o tratamento 
do TEA que não seja a estimulação precoce.
 Sempre que um profissional oferecer tratamento com a promessa de que 
ele vai curar o autismo do seu filho com métodos alternativos, que não têm evidência 
nenhuma científica e, muitas vezes, até arriscados para a saúde da criança (como 
altas doses de vitaminas D, A, E, zinco, dieta isenta de glúten, restrição de leite e 
derivados, ozonioterapia, quelação, imunoterapia, tratamento do TEA como se fosse 
uma infecção causada por fungos ou vírus, ou qualquer outro tratamento que não 
tenha na base o comportamento aprendido por terapias) considere que você pode 
estar sendo vítima de um falso tratamento.
O tratamento do espectro autista não é obtido por nenhuma medicação. Sempre 
que usamos fármacos no TEA estamos tratando um sintoma alvo, problemas comórbidos, 
como transtornos do sono, agitação motora, desatenção, auto e/ou heteroagressividade, 
estereotipias extremas, sintomas ansiosos e depressivos e até alergia alimentar, quando essa 
criança tem a alergia. Mas estes tratamentos não são para a cura do autismo, mas sim para 
erradicar os sintomas alvo das comorbidades que, porventura, existirem e prejudicarem o 
indivíduo. Esses tratamentos devem ser cuidadosamente e extensamente discutidos com o 
médico da sua confiança.
Exemplos de documentos de saúde para paciente com TEA 
A. Diagnóstico completo elaborado pelo(a) médico(a)
B. Plano Educacional Individualizado elaborado pelo(o) psicólogo analista de comportamento
C. Plano de intervenção terapeuta ocupacional
D. Plano de intervenção do fonoaudiólogo
Estes exemplos foram preparados por profissionais habilitados de cada área para uma 
criança fícticia com TEA. São exibidos aqui para que você tenha noção do tipo de documento 
que poderá encontrar durante o tratamento de sua criança com TEA. 
Índice
Parte II 
Direito à Saúde - Do direito ao 
diagnóstico completo e ao tratamento 
integral da criança com TEA*
Autor: Rafael de Franco
*Por Reuder Cavalcante Motta, especialista e mestre em direito, 
Promotor de Justiça em Goiás.
29
Introdução
 
A criança com TEA é protegida legalmente no Brasil de forma especial por ser criança, 
por ser o autismo um transtorno mental e por ser ela também uma pessoa com deficiência 
1 2 3 4. A Lei Berenice Piana de 20125, que criou a Política Nacional de proteção de direitos da 
pessoa com transtorno de espectro autista, é a mais específica sobre os direitos dos autista. 
Essa lei assegura o acesso a ações e serviços de saúde, incluindo: 
a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo;
b) o atendimento multiprofissional6;
c) a nutrição adequada e a terapia nutricional;
d) os medicamentos;
e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento. 
Todos os itens acima são direitos de seu filho que devem ser prestados pelo SUS - 
Sistema Único de Saúde a qualquer criança brasileira ou estrangeira que more no Brasil. 
Caso a família disponha de condição financeira para pagar um Plano de Saúde, a 
Operadora do Plano de Saúde, em regra, vai estar obrigada a lhe oferecer o tratamento, 
mas não os medicamentos. Caso a família possa contratar médicos particulares e outros 
profissionais, estes serão pagos para oferecer seus serviços para o tratamento.
No caso do tratamento por meio de plano de saúde ou por médico e outros 
profissionais contratados de forma particular, o paciente/usuário é também um consumidor 
e está amparado pelas leis que compõem o direito do consumidor, em especial, a Lei Federal 
8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor e outras. No caso de usuário de plano de saúde 
ainda contará com o amparo da Lei Federal 9.656/98 – Lei dos Planos de Saúde – e de normas 
(sob a forma de Resoluções) expedidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS7. 
É importante destacar que a criança autista que esteja em fase de diagnósticoou 
tratamento, não importando se pelo SUS, plano de saúde ou médicos e outros profissionais 
de saúde, é um paciente/usuário de um serviço prestado por um sistema de saúde. E 
como paciente/usuário, ele tem direitos assegurados por resoluções do Conselho Federal de 
Medicina e de outros Conselhos, como é o caso do Código de Ética Profissional dos médicos, 
códigos de ética de outras profissões. Há ainda uma resolução do Ministério da Saúde que 
trata dos direitos e deveres dos usuários de saúde, com validade não restrita ao SUS. E algumas 
outras leis e até tratados internacionais. 
Índice
30
Ao longo da leitura desta cartilha vamos falar de direitos dos autista e, ao final, 
teremos uma seção de como agir em caso de descumprimento das leis que criam os 
direitos de sua criança autista. 
Do direito dos usuários dos serviços de saúde e do direito à 
informação
O Ministério da Saúde é responsável pela Política Nacional de Saúde8. No Ministério da 
Saúde, no ano de 2009, foi aprovada uma Carta sobre os direitos e deveres dos usuários de 
saúde9.  Seus 6 eixos principais são os seguintes10;
1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde.
2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema. 
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer 
discriminação.
  4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e 
seus direitos.
 5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça da 
forma adequada. 
6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para que os 
princípios anteriores sejam cumpridos.
(Destaques nossos)
É importante frisar que os direitos apresentados na Carta não se restringem ao serviço 
de saúde pública, mas a qualquer serviço de saúde prestado no Brasil, incluindo os serviços 
prestados pelos planos de saúde e serviços privados. Todos estes serviços são de relevância 
pública e são regulamentados e fiscalizados pelo Ministério da Saúde por seus vários órgãos 
e entidades11. 
Um dos direitos mais importantes de que deve saber o pai, mãe e/ou responsável pela 
criança autista é o seu direito à informação. A Carta de Direitos de Deveres dos usuários de 
saúde dispõe expressamente que devem ser asseguradas à pessoa informações sobre o seu 
estado de saúde, de maneira clara, objetiva, respeitosa e compreensível12. No caso de usuário 
de plano de saúde ou de usuário de serviço particular, a pessoa em tratamento é considerada 
também um consumidor e, neste caso, também o Código de Defesa do Consumidor reconhece 
o seu direito à informação13. No caso de usuário do SUS, o acesso à informação também é 
garantido pela Lei de Acesso à Informação14 e pela Lei dos Usuários dos Serviços Públicos15. 
Índice
31
É muito importante que o pai, mãe ou responsável da criança autista saiba que toda 
e qualquer informação de que precisar sobre o diagnóstico e o tratamento16 de seu(ua) 
filho(a) deve ser prestada pelos profissionais de saúde que atuam no tratamento dele(a). 
O Código de Ética Médica traz a obrigação para que o médico informe ao paciente o 
diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento17. Em caso de criança, a 
obrigação de tais informações devem ser dadas ao seu representante legal. 
Importante que você saiba também que todos os atendimentos realizados pelos 
profissionais de saúde são escritos pelo profissional para fins de registro em um documento 
chamado de Prontuário do Paciente (também chamado de Prontuário Médico). Nesse 
documento são registradas informações, sinais, imagens, acontecimentos e situações sobre a 
saúde do paciente a assistência que foi prestada a ele18. O prontuário contém os dados clínicos 
que são preenchidos a cada avaliação (atendimento). O prontuário é organizado por ordem 
cronológica, com data, hora (os novos atendimentos são registrados após os atendimentos 
anteriores), assinatura do profissional e número de registro do profissional no respectivo 
conselho profissionais.  Exemplo: Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de 
Psicologia, Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Conselho Profissional 
de Fonoaudiologia etc.. 
Todos os profissionais de saúde que vierem a compor a Equipe Multiprofissional que 
vai atuar no tratamento da criança autista tem os mesmos deveres éticos e de registro de 
informações do tratamento. Estes deveres destes profissionais estão prescritos nos Códigos 
de Ética e nas resoluções de seus Conselhos Profissionais. Por exemplo: Código de Ética 
Profissional do Psicólogo19, Código de Ética e Deontologia da Terapia Ocupacional20 e Código 
de Ética do Fonoaudiólogo21 etc.. 
Se você tiver interesse em obter uma cópia do prontuário de sua criança que está em 
tratamento (paciente/usuário), este é um direito seu22, como representante legal da criança. 
Você também pode permitir o acesso ao prontuário de seu filho mediante a assinatura de uma 
procuração23 a alguém de sua confiança ou alguma autoridade24.  
[1] Caso o acesso ao prontuário lhe seja negado ou sua entrega esteja sendo procrastinada, 
ao final deste guia apresentaremos instruções de como reclamar por ele.  
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32
Quem é o profissional que faz o diagnóstico do Tea?
Quem faz o diagnóstico de doenças no Brasil é um profissional de medicina. Em 
outros países é diferente, mas no Brasil, só o médico pode fazer o diagnóstico do seu filho 
e prescrever o tratamento dele. Isto está definido em uma lei federal, chamada Lei do Ato 
Médico. 
A Lei do Ato Médico diz que o diagnóstico da doença, a determinação dela, bem como 
a prescrição do tratamento são atos de competência privativa do médico25. Competência 
privativa significa que outro profissional não pode fazer no lugar do médico26. Não é prudente 
que você inicie o tratamento do TEA sem que este processo esteja liderado por um médico, 
que é o profissional que fará o diagnóstico com a prescrição do tratamento. 
Embora qualquer médico regular perante seu conselho possa legalmente fazer 
o diagnóstico do autismo, geralmente são os neurologistas, neuropediatras, pediatras, 
pediatras do desenvolvimento e comportamento, psiquiatras e psiquiatras infantis 
que geralmente o fazem. Nem sempre o médico se sente seguro em fazer o diagnóstico de 
autismo quando não são especialistas no estudo do TEA. Nestes casos, o que se espera deles 
é que indiquem o paciente/usuário a um outro médico com a necessária capacitação27. 
Ainda que pela Lei do Ato Médico, o diagnóstico e a prescrição de tratamento devam 
ser feitos pelo médico, a própria lei diz que ele deve atuar em mútua colaboração com 
os profissionais que compõem a equipe de saúde que assistirá o paciente28. Quanto mais 
integrado estiver o médico com a equipe multiprofissional que vai tratar sua criança autista, 
maiores as chances de um melhor resultado no tratamento. 
Como buscar o Diagnóstico do TEA no SUS 
Tenha consigo o cartão do Sistema Único de Saúde da sua criança, livro de vacinação, 
exames recentes sempre que buscar uma unidade de saúde do SUS. Se não tiver o cartão, 
procure saber onde pode obtê-lo. Todo cidadão deve ter o seu. 
A porta de entrada do SUS é a Unidade Básica de Saúde (UBS), antes chamada de 
Posto de Saúde da Família (PSF, ESF, Postinho). Uma vez que sua criança recebeu o primeiro 
atendimento médico ali, o médico(a) da UBS (geralmente um pediatra), a menos que 
ele(a) descarte totalmente que seu filho não tenha autismo; vai emitir um documento de 
encaminhamento (guia médico) para que sua criança seja atendida por um especialista em 
outra unidade de saúde dentro do SUS. O documento de encaminhamento(guia) vai ser 
assinado, carimbado e datado por ele. Confira isto.
Índice
33
 Com este documento de encaminhamento (guia), você será orientado(a) a ir a um outro 
local da Secretaria de Saúde do Município (geralmente chamado de Regulação do SUS) onde 
vão designar uma consulta médica especializadapara se fazer o diagnóstico de sua criança. 
Em algumas UBSs mais modernas, ali mesmo, você já conseguirá sair com as informações 
(data, hora, local, nome do médico) para a consulta especializada. Mas, caso não marquem a 
consulta no mesmo dia, algum servidor da Secretaria Municipal de Saúde irá telefonar para 
avisar da consulta em um outro dia.
As secretarias de saúde costumam confirmar no dia antes da consulta, se você poderá 
comparecer. Muito importante é que você informe corretamente o número de seu telefone 
e, caso mude, avise na unidade (serviço) de saúde mais próxima de sua residência ou na 
Secretaria de Saúde de seu município o novo número de telefone. Senão você pode perder 
uma consulta marcada e ainda prejudicar outra criança que poderia ser atendida no horário 
que você não confirmou. 
A consulta será marcada com a indicação da data, da hora, nome do médico e do local 
da consulta. Pode até ser que não seja na sua cidade. Se por algum motivo você não tiver 
condições de transportar sua criança para a consulta, seja porque é em outra cidade, seja por 
alguma dificuldade especial, procure a Secretaria Municipal com antecedência para que o 
transporte lhe seja oferecido. Se o médico especialista que a Secretaria de Saúde marcar para 
seu filho atender em uma cidade distante mais de 50Km da sua, uma das possibilidades é que 
o município adote uma rotina no SUS chamada de “TFD – Tratamento Fora do domicílio29”. 
Por meio da rotina do TFD você receberá passagem e ajuda de custo para alimentação, caso 
retorne no mesmo dia, ou ainda, diárias para pernoite, se for o caso. Independente do meio 
oferecido, o importante é saber que sua criança precisa realizar a consulta com médico 
especialista. 
[2] A demora excessiva na marcação da consulta com o médico especialista por 
parte da Secretaria Municipal de Saúde que vai fazer o diagnóstico de seu filho é motivo de 
preocupação. Ao final deste guia você receberá orientações sobre como agir neste caso.
Como buscar o Diagnóstico do TEA nos planos de saúde
Alguns planos de saúde contam com uma rede de prestadores de serviços credenciados 
(clínicas, consultórios), outros com clínicas próprias, e há planos que contam com clínicas 
próprias e prestadores credenciados. 
 Seja no caso de clínicas próprias do plano de saúde ou credenciadas a ele, busque 
referências sobre o médico(a) que possa fazer o diagnóstico de autismo e escolha, 
preferencialmente um(a) médico(a) com boas referências e experiência para o diagnóstico do 
autismo. Preferencialmente, um especialista com título reconhecido no Conselho Regional 
Índice
34
de Medicina. O(a) médico(a) especialista em diagnóstico de autismo geralmente é pediatra, e/
ou, médico(a) especialista em neuropediatria, neurologista, neurologista infantil, psiquiatria 
infantil ou psiquiatria). 
Para saber se o(a) médico(a) tem título de especialista, procure saber o nome 
completo dele e acesse a página da internet do Conselho Regional de Medicina (há um em 
cada estado brasileiro). Se não tiver nenhuma indicação, busque informações no serviço de 
atendimento ao cliente junto ao seu plano de saúde, pelos canais de comunicação que eles 
disponibilizam: telefone, e-mail e aplicativo. Caso não consiga marcar a consulta com o(s) 
médico(s) escolhido(s) por você por falta de vaga em sua agenda, faça o contato com o serviço 
de atendimento ao cliente do plano de saúde. Eles têm o dever de lhe atender. 
[3] A demora excessiva na marcação/realização de consulta com o médico especialista 
que vai fazer o diagnóstico de seu filho por parte da operadora do seu plano de saúde é motivo 
de preocupação e pode configurar violação ao direito de seu filho como consumidor. Ao final 
deste guia, você receberá orientações sobre como agir neste caso. 
Você precisa então saber quando a demora de atendimento para a marcação de 
consultas com médicos e outros profissionais de saúde é excessiva. Vejamos. 
As operadoras dos planos de saúde têm prazos legais definidos para que o usuário seja 
atendido. Essas consultas para atendimento a criança com TEA são consideradas atendimentos 
ambulatoriais. O prazo para que as consultas sejam realizadas estão definidos em número de 
dias úteis (segunda a sexta-feira, exceto feriados) em resolução da ANS-Agência Nacional de 
Saúde30. Não há subjetividade aqui, todo prazo que passa do limite de dias úteis fixado na 
norma é excessivo. Veja os prazos no quadro adiante. 
Autor: Lorenzo Antunes Miranda
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Resolução ANS N. 566 de 29 de dezembro de 2022.
Prazos para o início do atendimento por especialistas nos planos de saúde.
Consulta básica - pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e 
obstetrícia: em até 7 (sete) dias úteis;
Consulta nas demais especialidades médicas: em até 14 (quatorze) dias 
úteis; [ Aqui se inclui as especialidades médicas de neuropediatria, 
neurologista, neurologista infantil, psiquiatria infantil, psiquiatria)
Consulta/sessão com fonoaudiólogo: em até 10 (dez) dias úteis;
Consulta/sessão com nutricionista: em até 10 (dez) dias úteis;
Consulta/sessão com psicólogo: em até 10 (dez) dias úteis;
Consulta/sessão com terapeuta ocupacional: em até 10 (dez) dias úteis;
Consulta/sessão com fisioterapeuta: em até 10 (dez) dias úteis;
O início da contagem do prazo é a partir de sua comunicação com a 
operadora de saúde (demanda). Em todo o contato com a operadora, você 
deve pedir e anotar o número do protocolo do atendimento e junto com 
ele, anote a data, a hora e o meio pelo qual fez o contato com a operadora: 
telefone, e-mail, aplicativo, balcão de atendimento, etc.
 Outras situações, infelizmente, são também ocorrentes. O fato de não haver em seu 
município disponibilidade do profissional de saúde de que você precisa dentro da rede própria 
ou credenciada, por ele(a) estar com a agenda lotada e não poder atender sua criança em um 
prazo que você aceite e que seja além dos prazos da tabela acima; ou o que é uma situação 
ainda mais difícil: não haver na rede própria ou credenciada do seu plano de saúde, nenhum 
profissional com a formação e/ou com especialidade de que seu filho(a) precise para fazer o 
diagnóstico do autismo (ou a supervisão do tratamento ou o tratamento). A mesma resolução 
normativa da ANS prevê duas situações(hipóteses)31, que a norma denominou como: 
indisponibilidade de prestador pntegrante da pede pssistencial no município; inexistência de 
prestador no município. 
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Importância do “laudo completo” com o diagnóstico e a definição 
do tratamento para o autismo
Como visto na primeira parte deste livro, o médico especialista é quem vai fechar o 
diagnóstico de sua criança e emitirá um laudo, documento em que ele vai atestar, se for o 
caso, o autismo de sua criança.
1) Se não houver disponibilidade de profissional de que sua criança precisa 
em seu município nem nos municípios limítrofes32 que seja credenciado 
ao seu plano de saúde, a operadora deve buscar um acordo com outro 
profissional da especialidade em seu município e pagar a ele(a) pela consulta 
a sua criança.
 Mas se a operadora não entrar em acordo com nenhum profissional 
em seu município, ela deve encontrar e fornecer-lhe um outro profissional 
de sua rede credenciada em outra localidade (mesmo que distante) e ainda 
lhe oferecer o transporte para sua ida e retorno.
2) Se não houver disponibilidade de profissional que sua criança precisa, 
nem no seu município nem nos municípios limítrofes, nem credenciado, 
a operadora deverá garantir o transporte do beneficiário até o prestador 
credenciado para o atendimento, assim como seu retorno à localidade de 
origem. A resolução presume que sempre a operadora achará prestador 
credenciado, o que às vezes pode não ocorrer. Neste caso, vale sempre a 
interpretação mais favorável ao consumidor que é a de que a operadora 
deve oferecer o atendimento e arcar com as despesas de transporte de ida e 
volta da criança autista e de seu acompanhante33. 
 Enfim, o atendimento precisa ocorrer,

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