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MANEJO SUSTENTÁVEL DA CAATINGA O QUE É CAATINGA? • A Caatinga é um bioma brasileiro 100% nacional, caracterizado pelo clima semiárido, com alta temperatura e longos períodos de seca, que fazem a vegetação perder as folhas e ganhar um tom esbranquiçado, dando origem ao seu nome de origem tupi-guarani, "mata branca". Localizada predominantemente no Nordeste, é um bioma com grande biodiversidade adaptada à falta de água e com rica fauna e flora endêmicas, apesar de ser frequentemente vista como um local pobre em recursos. TIPOS DE CAATINGA Caatinga Arbórea: Caracterizada pela presença de árvores que podem atingir até 20 metros de altura, como o juazeiro e a aroeira. Caatinga Arbustiva: Consiste em uma vegetação de porte médio, com arbustos e plantas como xique-xique, mandacaru e cactos. Caatinga Herbácea: Formada por pequenas plantas e gramíneas que geralmente não ultrapassam os dois metros de altura e estão espalhadas pelo ambiente. https://www.google.com/search?sca_esv=8e23599b05dcda53&sxsrf=AE3TifOhBGb4cL6r-bBE-_ieuDTV2MbDWQ%3A1756142708599&q=Caatinga+Arb%C3%B3rea&sa=X&ved=2ahUKEwjJtciyvaaPAxUHq5UCHVnrADsQxccNegQIGBAB&mstk=AUtExfAaHg411NyMrXRMYtIPKr_ntcl7j3jkuU-xysc6KpY3nREIWBcb5YN2eLmRfnBNGxYlip8bbWjLbW5Os9B6eO9b4RaH1B-g0VgP5smoNawhOnudE7vp9mtKVcIn7KPMXkrzh6spv3M8pJ_-DPcQSKGetH1SV8dELLbmwtc0brxtr9T67PL9UGmWySmBjcy0yZm_pKbh_-x0EX-pl-CaW1lWegK8gQPpQWCbxaf515qtkCP4BuOZjERW8Jh54ObwbUPJWROBs2xPfTMFXzr4L_m2&csui=3 https://www.google.com/search?sca_esv=8e23599b05dcda53&sxsrf=AE3TifOhBGb4cL6r-bBE-_ieuDTV2MbDWQ%3A1756142708599&q=Caatinga+Arbustiva&sa=X&ved=2ahUKEwjJtciyvaaPAxUHq5UCHVnrADsQxccNegQIGxAB&mstk=AUtExfAaHg411NyMrXRMYtIPKr_ntcl7j3jkuU-xysc6KpY3nREIWBcb5YN2eLmRfnBNGxYlip8bbWjLbW5Os9B6eO9b4RaH1B-g0VgP5smoNawhOnudE7vp9mtKVcIn7KPMXkrzh6spv3M8pJ_-DPcQSKGetH1SV8dELLbmwtc0brxtr9T67PL9UGmWySmBjcy0yZm_pKbh_-x0EX-pl-CaW1lWegK8gQPpQWCbxaf515qtkCP4BuOZjERW8Jh54ObwbUPJWROBs2xPfTMFXzr4L_m2&csui=3 https://www.google.com/search?sca_esv=8e23599b05dcda53&sxsrf=AE3TifOhBGb4cL6r-bBE-_ieuDTV2MbDWQ%3A1756142708599&q=Caatinga+Herb%C3%A1cea&sa=X&ved=2ahUKEwjJtciyvaaPAxUHq5UCHVnrADsQxccNegQIGRAB&mstk=AUtExfAaHg411NyMrXRMYtIPKr_ntcl7j3jkuU-xysc6KpY3nREIWBcb5YN2eLmRfnBNGxYlip8bbWjLbW5Os9B6eO9b4RaH1B-g0VgP5smoNawhOnudE7vp9mtKVcIn7KPMXkrzh6spv3M8pJ_-DPcQSKGetH1SV8dELLbmwtc0brxtr9T67PL9UGmWySmBjcy0yZm_pKbh_-x0EX-pl-CaW1lWegK8gQPpQWCbxaf515qtkCP4BuOZjERW8Jh54ObwbUPJWROBs2xPfTMFXzr4L_m2&csui=3 O QUE INFLUENCIA ESSES TIPOS? • Condições de solo: Em solos mais rasos e pedregosos, a vegetação tende a ser mais baixa. • Disponibilidade de água: Em áreas com mais umidade, o que pode ocorrer em encostas e topos de serra, a caatinga pode apresentar uma mata mais fechada, enquanto áreas mais secas resultam em vegetação mais esparsa. • Ação humana: A forma como as plantas são utilizadas e manejadas também pode influenciar a composição e a diversidade da vegetação. MANEJO SUSTENTÁVEL DA CAATINGA • O manejo da caatinga envolve a adoção de práticas sustentáveis para o uso da vegetação, incluindo o manejo florestal para a obtenção de biomassa e forragem, a restauração de áreas degradadas através do reflorestamento, e o cuidado do solo para evitar a erosão e a desertificação. Essas técnicas visam garantir a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos do bioma, além de promover o trabalho e a renda das comunidades locais. ESTUDIOSOS DA ÁREA DE MANEJO DE CAATINGA • José Guimarães Duque foi um defensor e estudioso do manejo de plantas xerófilas na Caatinga, destacando seu potencial para o desenvolvimento socioeconômico da região e propondo técnicas de cultivo e aproveitamento dessas espécies, como o caroá e o algodão- mocó, para que se tornassem produtos de valor. Sua obra visava a adoção de tecnologias que integrassem a flora nativa aos modelos de desenvolvimento do semiárido, incentivando o uso de recursos naturais disponíveis de forma sustentável. ESTUDIOSOS DA ÁREA DE MANEJO DE CAATINGA • O Professor João Ambrósio é um dos mais destacados cientistas brasileiros no tema do manejo da vegetação nativa. Sua trajetória como pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos e como professor universitário foi totalmente dedicada ao estudo do manejo pastoril sustentável da caatinga. CONCEITO DE MANEJO PASTORIL SUSTENTÁVEL • Segundo Araújo Filho (2013), o manejo de pastagem nativa é uma ciência e arte voltada para direcionar o uso sustentável das pastagens. A proposta visa obter bens e serviços agropecuários enquanto conserva recursos naturais renováveis. • ARAÚJO FILHO DEFINE CINCO OBJETIVOS PRINCIPAIS: • 1. Preservar espécies forrageiras importantes e a biodiversidade da pastagem. • 2. Usar a forragem de forma eficiente. • 3. Sustentar produção animal sem prejudicar a fauna nativa. • 4. Controlar os fluxos hídricos para evitar enxurradas. • 5. Combater a erosão do solo. PRINCIPAIS TÉCNICAS DE MANEJO • CAATINGA REBAIXADA • • Técnica que consiste em cortar parcialmente a vegetação lenhosa para facilitar o acesso à forragem e estender sua produção durante a seca • RESULTADOS TÍPICOS: • o Forragem: de 400 kg/ha/ano para 1.600 kg/ha/ano. • o Capacidade de suporte: • Bovinos: de 10 ha/bovino para 5 ha/bovino. • Caprinos: de 2 ha/caprino para 0,7 ha/caprino. • Ovinos: de 2 ha/ovino para 1 ha/ovino. PRINCIPAIS TÉCNICAS DE MANEJO • RALEAMENTO • Corte seletivo da vegetação, preservando cerca de 400 árvores ou arbustos por hectare (aproximadamente uma árvore a cada oito passos)Scribd. • PROTOCOLO GERAL: • 1. Delimitar área e cercar. • 2. Preservar as árvores/arbustos remanescentes; em espécies multicaules, manter apenas um caule. • 3. Utilizar madeira útil e picotar os restos para rápida decomposição. • 4. Cortar rebrotações após 40 dias do começo das chuvas. • 5. Introduzir o gado em carga leve no início da seca. • 6. Ajustar a lotação a partir do segundo verão. • 7. Fazer roço das rebrotações a cada três anos. • • RESULTADOS: • o Forragem: até 2.400 kg/ha/ano. • o Lotação: 3,5 ha/bovino; 0,5 ha/caprino ou ovino. PRINCIPAIS TÉCNICAS DE MANEJO • ENRIQUECIMENTO DA CAATINGA • Aplicação de ressemeio no estrato herbáceo ou lenhoso, preferencialmente com cultivo mínimo para preservação da vegetação nativa. • Manter 200 árvores por hectare; plantar durante a estação chuvosa, associando forrageiras a culturas de subsistência (milho, sorgo, mandioca) e fertilizar o solo. • Resultados esperados: • Lotação: 1,1 cab/ha/ano para bovinos; 10 cab/ha/ano para caprinos e ovinos SERRAPILHEIRA • A serapilheira na Caatinga forrageira é a camada de restos vegetais (folhas, galhos, etc.) e animais que se acumula no solo, sendo fundamental para a ciclagem de nutrientes no ecossistema, especialmente adaptada às condições secas da região. O termo "forrageira" refere-se ao seu papel na alimentação, pois o material em decomposição da serapilheira fornece nutrientes que sustentam a flora, formando a base da cadeia produtiva para o gado e outros animais que se alimentam na Caatinga. CONCEITOS SOBRE PASTEJO PASTEJO • Pastejo é o sistema de alimentação de animais utilizando vegetação (pasto) de uma área de terra. Os principais conceitos incluem: pastejo contínuo, onde os animais têm acesso livre e constante à pastagem; e pastejo rotacionado, que divide a área em piquetes para períodos alternados de uso e descanso, permitindo a recuperação da forragem. Outros conceitos importantes são piquete (divisão do pasto), lotação (número de animais por área) e os riscos de superpastejo (uso excessivo) e subpastejo (uso insuficiente), que afetam a saúde da pastagem. PASTEJO CONTÍNUO • Os animais ficam na mesma área de pasto durante todo o ano ou período de pastejo. • É mais simples de implementar, com baixo investimento em cercas. • Geralmente resulta em pastagens de menor capacidade de suporte e produtividade. PASTEJO ROTACIONADO • A pastagem é dividida em piquetes, e os animais são movimentados entre eles. • Os piquetes alternam períodos de pastejo (ocupação) e descanso paraa planta se recuperar. • Permite maior controle da altura da forragem, melhorando o aproveitamento e a qualidade do pasto. CONCEITOS ESSENCIAIS • Pasto: • Área de terra com vegetação utilizada para a alimentação de animais em pastejo. • Piquete: • Uma das subdivisões de uma pastagem que é utilizada de forma alternada no pastejo rotacionado. • Lotação: • O número de animais por unidade de área, que influencia a pressão de pastejo e a capacidade de suporte da pastagem. • Capacidade de Suporte: • A quantidade de animais que uma área de pasto pode sustentar sem se degradar. • Superpastejo: • Ocorre quando a taxa de lotação é maior do que a capacidade de suporte, levando à degradação do pasto. • Subpastejo: • Ocorre quando a área de pasto não é utilizada ao máximo, resultando em menor produtividade da forragem e podendo afetar a qualidade. CONCEITOS ESSENCIAIS • Sistemas de Pastejo: • A combinação integrada dos componentes animal, planta forrageira, solo e ambiente, visando um objetivo de produção específico. • Unidade Animal: • A Unidade Animal (UA) é um parâmetro usado na agropecuária para padronizar a avaliação da carga animal em pastagens, correspondendo a um bovino adulto de 450 kg de peso vivo, ou uma vaca seca com seu bezerro não desmamado. O conceito permite converter diferentes categorias de animais em uma unidade de medida comum, facilitando o planeamento e a gestão do uso de recursos forrageiros. CONCEITOS ESSENCIAIS OBRIGADO!!!!