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RELAÇÕES INTERPESSOAIS E 
EMPRESARIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
Neste capítulo, você lidará com a linguagem no relacionamento 
interpessoal. Em primeiro lugar, apresenta-se o conceito e as várias 
abordagens sobre o que é comunicação, considerando os diferentes tipos de 
comunicação e os componentes que pertencem a ela, no âmbito do processo 
de comunicação; sempre relacionando o assunto com o idioma; duas ideias 
que, embora pareçam sinônimas, apresentam existem significados diferentes. 
Então as definições de linguagem são diferentes abordagens e 
perspectivas, tipos, funções e propósitos são apresentados. Por fim, serão 
observados o conceito de leitura e quais processos estão associados a ele, 
tanto do ponto de vista do texto quanto do ponto de vista perspectivas 
cognitivas, comunicativas, culturais, entre outros. 
 
 
Bons estudos! 
 
AULA – 3 
FUNÇÃO DA LINGUAGEM NO 
RELACIONAMENTO INTERPESOAL. 
 
 
3 FUNÇÃO DA LINGUAGEM NO RELACIONAMENTO INTERPESSOAL. 
Embora a palavra "comunicação" tenha origem nas palavras latinas 
"communis" e "communicare", que significam "comum", "participar, fazer, tornar 
comum", respectivamente, esse significado não é o primeiro que normalmente 
associamos à comunicação. Em vez disso, pensamos na comunicação como um 
processo de troca de informações entre duas ou mais pessoas, com o objetivo de 
estabelecer uma compreensão mútua. A comunicação pode ocorrer de diversas 
formas e tem conceitos, tipos, princípios e funções importantes para serem 
compreendidos. 
Existem vários tipos de comunicação, como verbal, não verbal e escrita, cada 
uma com suas próprias características e nuances. A comunicação é regida por 
princípios importantes, como clareza, brevidade, precisão e cortesia, que ajudam a 
garantir que a mensagem seja entendida corretamente. Para isso, é necessário 
organizar a mensagem de forma coesa e coerente, com atenção à gramática e 
ortografia. 
A comunicação tem diversas funções, como informar, persuadir, educar, 
entreter e estabelecer relações interpessoais. Em todos os aspectos da vida, uma boa 
comunicação é essencial, seja nos relacionamentos pessoais, no ambiente de 
trabalho, na política, ou seja, na sociedade em geral. 
Então, por que a palavra deriva de “comum” na língua latina? Porque quando 
se dialoga com alguém, uma comunhão é estabelecida entre o transmissor e o 
receptor; esse “algo em comum” pode ser a linguagem, conteúdo, forma, dentre outras 
possibilidades. Entende-se, assim, que para haver comunicação deve haver algo em 
comum entre o emissor e o receptor (também chamados de locutor e interlocutor de 
acordo com distintas perspectivas teóricas). Da mesma forma, se nós emitimos um 
comunicado para alguém, torna-se a "causa comum" entre nós e quem recebeu. 
Dessa forma, podemos pensar na comunicação como um processo natural e 
social que busca transmitir pensamentos, desejos, impulsos ou ações por meio de 
mensagens entre as pessoas envolvidas. A comunicação é responsável por organizar 
interações e permitir a troca de informações e conhecimento, além de permitir 
qualquer outra ação que exija reciprocidade entre os participantes - uma vez mais, 
enfatizando o aspecto "comum" da origem latina da palavra. 
 
 
A menos que alguém queira viver isolado em uma ilha deserta (e mesmo assim, 
ainda poderá se comunicar consigo mesmo), a vida em sociedade requer 
relacionamentos constantes. Esses relacionamentos podem não acontecer 
necessariamente entre duas pessoas - por exemplo, ao dirigir e nos depararmos com 
um sinal de "pare", recebemos uma mensagem e isso já configura um ato de 
comunicação 
 Embora o sentido do termo "comunicação" tenha se expandido, a origem da 
palavra sugere alguns conceitos que definem seu significado: 
1. A comunicação é antes de tudo um processo social, por isso intrinseco ao seres 
humanos; 
2. É um fenômeno objetivo que implica a transmissão de uma mensagem 
3. entre um transmissor e um receptor; 
4. É um processo ativo, que se funda nos propósitos de persuadir, informar, 
influência, causar reação, obter resposta, etc.; 
5. A comunicação quase sempre é multidirecional, pois há uma alternância de 
posições entre o transmissor e o receptor. Ou seja, para cada nova mensagem 
enviada, uma das pessoas envolvidas no processo de comunicação assume 
ora o papel de transmissor, ora o papel de receptor. 
6. O processo desenvolve-se em três fases, sendo elas: emissão, transmissão e 
recepção. Alguns teóricos, por outro lado, inserem um processo precedente 
nas etapas para a transmissão, ou seja, a "formulação" do que vai ser enviado 
e após a recepção, que consideram "processar" a mensagem recebida. 
É significativo citar que para a comunicação ser efetiva, é imprescindível que 
exista um objetivo, propósito e justificativa clara para a sua realização. Dessa forma, 
é importante que a mensagem seja redigida e transmitida a um receptor específico, 
para que o objetivo da comunicação possa ser alcançado com sucesso. É uma ação 
reflexiva. Então, quando estamos na estrada e vemos o céu cheio de nuvens escuras, 
nenhum processo de comunicação ocorre entre nós e o céu, visto que o surgimento 
de nuvens escuras é um indício de vai chover. 
Algumas pessoas obviamente o consideram um processo comunicativo entre 
Deus e o homem, porém neste material vamos considerar a comunicação estrita e 
exclusivamente como um processo humano. Existem, naturalmente, outras 
classificações para os diferentes tipos de comunicação, tais como: pessoal, 
 
 
profissional, aberta, fechada, pública, secreta, entre outras, cujos nomes bastam para 
a compreensão. Outra abordagem importante para os estudos de comunicação 
relaciona-se com sobre os modelos prototípicos de representação da comunicação. 
Modelo mais comum e canônico é aquele que define três componentes essenciais da 
comunicação: 
1. o emissor - é o indivíduo com racionalidade que deseja enviar 
1. uma mensagem com um propósito específico. 
2. a mensagem - o que é transmitido a um destinatário. 
3. o receptor - é a pessoa com capacidade para receber a mensagem 
transmitida, decodificada, processou e agiu (ou deixou de agir)sobre ela. 
Um modelo mais elaborado adiciona mais três elementos ao modelo 
canônico, tais como: 
4. o canal – é o meio de transmissão da mensagem. 
5. o código – é o conjunto de caracteres usados para formular a 
6. mensagem. 
7. Contexto - situação ou objetivo em que se desenvolve a situação 
comunicativa 
No que diz respeito à comunicação, também é importante que nos dirijamos 
reciprocamente, inclusive tão brevemente as máximas comunicativas de Grice (1957, 
1975). As máximas comunicativas indicam os padrões e orientam a postura de 
comunicação do emissor. Logo, são as pessoas que auxiliam a formação de sentidos 
do que é dito e tornar possível atingir a intenção do enunciador. Afinal, para Grice 
(1982), o que se diz difere do que se assume. 
Essas máximas fazem parte do referido “contrato de comunicação”, este acordo 
não precisa ser acordado em cada evento e se torna uma parte natural da interação 
humana (GRICE, 1982). Partindo do postulado sobre o princípio da cooperação que 
rege a comunicação, Grice (1982) chegou às supermáximas conversacionais e as 
dividiu em quatro categorias de: quantidade, qualidade, relação e modo. Essas 
categorias envolvem situações que levam os indivíduos a escolher como vão se dirigir. 
 
➢ A máxima de quantidade: refere-se à quantidade de informação dada 
em um ato de fala. Sobre esta máxima, Grice (1982) propõe um 
equilíbrio: não insira mais informações do que o necessário para 
 
 
situações de comunicação, mas também não inserir poucas informações 
necessárias a ela. Logo, em uma aula de sexto ano, escolher uma 
quantidade de informações de nível universitário não serão suficientes, 
poisnão contribuirão para os alunos entenderem. Da mesma forma, 
ensine este aluno do sexto ano em linguagem infantil seria muito 
ineficiente. 
➢ A máxima da qualidade: está associada ao conteúdo do que se vai 
dizer ou escrever. Para Grice (1982), o emissor deve escolher o que 
acredita ser verdadeiro e o que é verificável. Uma frase como "Você é 
meu mundo" não siga esta máxima conversacional, porque ela mostrará 
uma mentira sobre visão das verdades do mundo (uma vez que atua 
como uma linguagem figurada). 
➢ Máxima relacional: para Grice (1982), o falante deve selecionar 
informações relevantes para ação declarada; informação deve estar 
ligada ao que foi requerida ou com o que é esperada. Por exemplo, 
considere a famosa piada um deles perguntou "Que horas são?" e o 
outro respondeu "É hora de envergonhar-se e adquirir seu relógio”. Do 
ponto de vista do máximo da interação, a pessoa que vai reagir dessa 
forma vai fugir do que foi pedido, violando assim a máxima da relação. 
➢ Máxima do modo: Grice (1982) conceituou a máxima do modo com 
mais detalhes. Segundo ele, ter um uma comunicação eficiente requer 
clareza. Para isso, o emissor deve evitar palavras ambíguas, de difícil 
compreensão e confusas. Por exemplo, é por causa dessa premissa que 
os discursos prolixos são compreendidos como complicadores da 
comunicação. Durante um evento de comunicação prolixa, muitas 
informações seletivas não são práticas, porque não visam esclarecer a 
comunicação ou desorganizá-la, impedindo a interação eficaz em dados 
momentos. 
Através dessas teorias mencionadas anteriormente, a definição do que constitui 
a linguagem é um tema muito debatido em estudos da linguística. Algumas teorias 
tratam a linguagem como sinônimo de idioma. Outras, como a defendida por Saussure 
(1975) (pai da linguística moderna), apresentam uma distinção muito clara sobre os 
dois conceitos. Com base nesta definição, defendendo uma diferença entre linguagem 
 
 
e língua, é que nesta parte do material trataremos do tema. 
3.1 Linguagem e seus sinais 
Imagine que você é um turista brasileiro que só fala o idioma português e que 
está de férias nos EUA. Enquanto você dirige pelas ruas de Wisconsin, você ouve 
uma sirene e visualiza as luzes piscantes acesas pelo espelho retrovisor, um veículo 
branco e vermelho. Você conhece as sirenes e as luzes e o tipo de veículo indica 
algum tipo de emergência e destina-se a abrir espaço na rodovia para o carro passar. 
No entanto, se você engata a caixa de câmbio para ligar o carro, você olha para frente 
e vê que está lá um semáforo com uma luz vermelha ligada. 
Então você sabe que não pode seguir em frente e passar o sinal vermelho. 
Contudo, você olha e percebe que a rodovia à frente parada; então você toma a 
decisão de passar pelo sinal vermelho apenas para abrir espaço. 
Embora no exemplo você não fale inglês e esteja localizado nos Estados 
Unidos, várias mensagens são transmitidas por meio de vários dispositivos visuais e 
de áudio necessários para você entender e agir em uma determinada situação. No 
caso do exemplo, encontramos dois tipos de definições-chave sobre a linguagem 
(será discutido mais tarde) (o que será discutido mais tarde?: os elementos diferentes 
que transmitem mensagens e habilidade do motorista para identificar essas 
mensagens. 
Entre os elementos visuais do exemplo, ver um carro branco e vermelho com 
luzes piscando acima representam em países distintos uma ambulância. Um semáforo 
com uma luz vermelha simboliza a impossibilidade de avançar em uma estrada. Uma 
placa com uma cruz vermelha pode indicar um hospital próximo. A legenda da placa, 
com número e palavra específicos, representa a distância entre este ponto e outro. 
Embora o motorista possa não entender a distância exata (já que milhas são usadas 
nos Estados Unidos, enquanto no Brasil usamos quilômetros), ela pode entender que 
existem informações importantes para este cenário específico. 
Entre os elementos acústicos, o som da sirene indica a aproximação de 
qualquer tipo de veículo que atenda emergências; através do silêncio dos demais, foi 
possivel perceber nas estradas que nenhum carro se aproximava na rua antes da 
ambulância o qual a sua luz vermelha indica a possibilidade de prioridade sobre os 
 
 
outros veículos (como passar pelo sinal vermelho, pela placa pare, pela direira, entre 
outras), é uma exceção a regra de trãnsito. Podemos ver, apartir deste exemplo, que 
a linguagem tem a função principal para se comunicar e que ela não precisa estar 
conectado a um idioma específico; ou seja, as línguas trabalham para a linguagem e 
são uma de suas formas de manifestação, ou seja, uma língua é um componente do 
linguajar humano e não abrange todas as possibilidades da linguagem e da 
comunicação. 
 Em suma, a linguagem é tudo aquilo que comunica, podendo ser visual, 
auditivo, sensorial e não necessariamente apenas verbal. Desta maneira, você pode 
dizer que a linguagem surgiu antes da língua e está sempre presente nos nossos dias, 
mesmo que falte o idioma. Uma das primeiras demonstrações de linguagem são os 
gestos. Nós sabemos que em vários países, o dedo indicador é apontado na frente da 
boca indica pedido de silêncio. Também entendemos que uma mão estendida com a 
palma para a frente significa "pare" para a pessoa adiante, que o polegar está para 
cima significa uma afirmação, de que acenar para cima e para baixo significa "sim" 
enquanto para os lados comunica "não". 
Entende-se, assim, que a comunicação não verbal é tão importante quanto a 
verbal, e muitas vezes os gestos podem ser uma forma poderosa de expressar 
significados. No entanto, é importante destacar que esses gestos podem variar entre 
as culturas, e o que pode ser considerado um gesto positivo em uma cultura pode ser 
visto como um gesto negativo em outra. 
Um exemplo interessante disso é a maneira como a comunicação de "sim" e 
"não" é feita com a cabeça. Na cultura ocidental, a maioria das pessoas tende a 
balançar a cabeça de forma horizontal para indicar "não" e de forma vertical para 
indicar "sim". No entanto, em algumas culturas orientais, como a indiana, por exemplo, 
a comunicação de "sim" é feita com um movimento de cabeça lateral ou diagonal, 
enquanto a comunicação de "não" é feita com um movimento vertical de cabeça. 
Além disso, mesmo dentro da mesma cultura, os gestos podem ter significados 
distintos em diferentes contextos. Por exemplo, um aceno de cabeça vertical pode 
indicar "sim" em uma conversa casual, mas pode ser interpretado como um sinal de 
aprovação ou encorajamento em um contexto profissional ou acadêmico. 
Portanto, é importante estar ciente dessas variações culturais e contextuais ao 
interpretar e usar gestos na comunicação. Ao mesmo tempo, é necessário considerar 
 
 
que a comunicação não verbal pode ser uma forma eficaz de transmitir mensagens e 
estabelecer conexões com outras pessoas, mesmo em situações onde a linguagem 
falada é limitada ou inexistente. 
 Através das delimitações de termos e exemplos de linguagem dados acima, 
podemos ver existem diferentes tipos de fala (linguagens) divididos conforme o tipo 
de "materialização" da mensagem e o podem ser classificados da seguinte forma: 
➢ Linguagem verbal: é aquela que usa a verbalização para se comunicar, 
isto é, ela produzida por fala ou escrita usando palavras como, por 
exemplo, numa conversa, em uma informação transmitida na televisão, 
uma postagem de mídia social usando texto ou som, uma mensagem de 
texto, dentre outras formas de expressão em que signos linguísticos 
estejam envolvidos. 
➢ Linguagem não verbal: é aquela que não utiliza palavras para transmitir 
uma mensagem. Ela é expressa através de gestos, movimentos 
corporais, expressões faciais e outros sinais não verbais, como os sinais 
de trânsito. Essa forma de comunicação é tão importante quanto a verbal 
e pode ser uma ferramenta poderosapara expressar emoções, 
pensamentos e ideias em situações onde a linguagem falada é limitada 
ou inexistente. 
➢ Fala Mista: é aquela que mistura fala verbal e não verbal, ou seja, 
transmite uma mensagem usando recursos verbais e não verbais, como 
placas com símbolo e texto, músicas ou quadrinhos. 
➢ Linguagem artificial: é um tipo de linguagem criado por um indivíduo 
ou um grupo com uma finalidade específica. Nesse tipo de linguagem, 
elementos da linguagem natural, como palavras e gramática, podem ser 
incluídos na programação de software. A linguagem artificial pode ter 
diversas funções, dependendo da finalidade do remetente e/ou da 
natureza da mensagem que se deseja transmitir. 
 
O padrão clássico das funções da linguagem foi proposto por Roman Jakobson 
(1896-1982) em 1960. Nessa perspectiva, as funções da linguagem, podem ser 
categorizadas pelo tipo de mensagem e são variadas. A linguagem possui duas 
definições principais: a faculdade/habilidade para comunicação e qualquer 
 
 
forma/sistema que comunique. Uma das maneiras de manifestar a linguagem é por 
meio do idioma, que pode ser representado tanto pelo som quanto pela escrita. A 
leitura é uma prática fundamental para a manutenção linguística, além de ser uma 
forma de manifestação da linguagem escrita. Ela possibilita o acesso ao idioma e é 
uma ferramenta importante para a comunicação. 
3.2 Comunicação e seus detalhes. 
A comunicação envolve o relacionamento entre a parte que transmite e a parte 
que recebe, também compreende a transmissão e compreensão de significados os 
quais correspondem ao termo ou conceito do que deve ser transmitido, por gestos e 
palavras ou por sinais. Resumindo, comunicar significa distribuir, compartilhar 
(CASADO, 2002). 
Entende-se, portanto, que a comunicação é uma ação comum (comum + ação), 
logo, os participantes de um processo de comunicação tentam entender certos 
significados da subjetividade de cada pessoa. Isso significa que esses participantes 
estão procurando uma unidade de compreensão de entidades não materiais 
existentes e a princípio representadas no campo da consciência, da psicologia, das 
ideias (CAMARGO, 2012). 
A comunicação é, portanto, um processo de socialização e evolução de 
pessoas em forma e conteúdo. Em termos de conteúdo, os conhecimentos 
transmitidos permitem a expressão das emoções e valores sociais, a manutenção da 
cultura de um grupo, bem como a divulgação de descobertas e avanços tecnológicos. 
A comunicação indica o desenvolvimento humano, disponibilizando tecnologias para 
os sujeitos de cada tornando-se mais sofisticado como maneiras de receber, enviar e 
registrar informações (CASADO, 2002). 
A capacidade de escutar e compreender o outro envolve não só a linguagem, 
mas também expressões e manifestações corporais, consideradas elementos 
fundamentais para o processo de comunicação. Portanto, o estudo da linguagem 
corporal, conhecida como cinésica, desempenha um papel importante na decifração 
de mensagens recebidas durante interações profissionais ou pessoais. 
A cinésica é uma teoria derivada de estudos sobre os gestos e movimentos do 
corpo, especialmente a decodificação dos sinais corporais (PROCHET; SILVA, 2012). 
 
 
Também chamada de "cinética", essa teoria foi estudada por Birdwhistell (1985), um 
antropólogo pioneiro na tentativa de compreender a linguagem do corpo. Ele dedicou-
se ao estudo dos movimentos corporais e não encontrou nenhuma expressão facial, 
postura ou posição corporal que tivesse o mesmo significado em diferentes contextos 
sociais. O autor afirmou que não há gestos ou movimentos corporais que possam ser 
considerados símbolos universais, que representem todas as culturas em seu 
repertório gestual (BIRDWHISTELL, 1985). 
Durante a maioria da história da humanidade, grande parte das interações 
sociais realizaram face a face. Pessoas primariamente relacionadas umas com as 
outras aproximando-se e trocando formas simbólicas ou participando de outros tipos 
de ações em um ambiente físico comum. As tradições orais dependiam de um 
processo contínuo de sobrevivência para renovação, por meio de histórias relatadas 
e atividades contextuais com interação face a face. 
No entanto, novos meios de comunicação surgiram e seu desenvolvimento 
criou novas formas de convívio e novos tipos de relações sociais, bem diferentes das 
existentes em boa parte da história humana. Alguns diversos tipos de comunicação 
são utilizados no meio social, dentre elas temos a comunicação assertiva o qual 
retrataremos no próximo tópico. 
A comunicação assertiva ocorre ao desempenhar funções organizacionais 
essenciais para a eficácia interpessoal e da organização. Considere, por exemplo, o 
papel do líder. Uma das características comuns dos líderes é a capacidade 
comunicativa, considerada uma habilidade fundamental, visto que os líderes se 
conectam com aqueles liderados por meio deles. A comunicação é a maneira 
fundamental pelo qual os líderes podem causar impacto e inspirar aqueles guiados 
em seu trabalho. A comunicação assertiva pode ser um fator decisivo para uma 
cooperação eficiente entre colegas e entre si superiores e subordinados (SANTOS, 
2018). 
A assertividade, muitas vezes confundida com agressividade, é o meio-termo 
entre passividade e agressividade. Refere-se a capacidade de expressar opiniões, 
sentimentos, necessidades e direitos de maneira honesta, respeitando os direitos dos 
outros. Tal como escuta ativa, a assertividade considera a comunicação não verbal: o 
que é dito conta, mas também como se diz. Simultaneamente, a assertividade é 
 
 
mostrada como parte relevante da liderança e como parte integrante da liderança 
eficiente (SANTOS, 2018). 
Assertividade, portanto, refere-se à capacidade das pessoas de se 
comunicarem de forma clara, direta e objetiva para que o outro entenda exatamente 
isso. Coloca, de fato, esse debate no presente, considerando como as empresas, as 
relações de trabalho e as carreiras são organizadas, você pode entender o processo 
de comunicação interpessoal como uma competição que precisa de desenvolvimento 
constante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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4.ed. Philadelphia: UPP (University of Pensylvania Press), 1985. 
 
CAMARGO, E. P. A comunicação e os contextos comunicativos como categorias de 
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deficiência visual em aulas de física. São Paulo: Editora Unesp, 2012. E-book. 
Disponível em: http:// books.scielo.org/id/zq8t6/pdf/camargo-9788539303533.pdf. 
Acesso em: 24 de março de 2023. 
 
CASADO, T. O papel da comunicação interpessoal. In: FLEURY, M. T. L. (coord.). et 
al. As pessoas na organização. 16. ed. São Paulo: Editora Gente, 2002. 
 
GRICE, H. P. Logic and conversation. In: COLE, P.; Morgan, J. (Ed.). 
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GRICE, H. P. Lógica e conversação. In: DASCAL, M. (org.). Fundamentos 
metodológicos da lingüística: pragmática. Campinas: Unicamp, 1982. v. 4, p. 81-
103. 
 
GRICE, H. P. Meaning. Philosophical Review, v. 66, p. 377-388, 1957 
 
JAKOBSON, R. Lingüística e poética. In: JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. 
São Paulo: Cultrix, 1960. 
 
PROCHET, T. C.; SILVA, M. J. P. Proxêmica e cinésica como recursos 
comunicacionais entre o profissional de saúde e o idoso hospitalizado. Revista 
Enfermagem Uerj, v. 20, n. 3, p. 349-354, 2012. Disponível em: https://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/ enfermagemuerj/article/view/2337. Acesso em: 10 de 
abril de 2023. 
 
SANTOS, S. R. A percepção do gestor de projeto sobre a comunicação assertiva. 
2018. Dissertação (Mestrado) — Instituto Superior de Economia e Gestão, 
Universidade de Lisboa, Lisboa, 2018. 
 
SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. 28. ed. São Paulo: Cultrix, 1975. 
 
THOMPSON,J. B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. 
Petrópolis: Vozes, 1998.

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