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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Olá! A necessidade de informação obriga uma organização a implementar sistemas que, ao longo do tempo, podem não conseguir dar respostas às necessidades organizacionais, obrigando a procura de novas soluções. Neste sentido, exige-se ampla dedicação de todos os envolvidos na organização, para uma perfeita implementação dos sistemas de informação. É isso que iremos estudar nesta aula! Bons estudos! AULA 4 -IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 4 IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO 4.1 O ciclo de vida dos sistemas A necessidade de informação obriga uma organização a implementar sistemas que, ao longo do tempo, podem não conseguir dar respostas às necessidades organizacionais, obrigando à procura de novas soluções, processo conhecido como “ciclo da vida”. Tal ciclo é o processo evolutivo pelo qual um sistema passa desde sua concepção até sua obsolescência e posterior necessidade de substituição, levando à criação de um novo sistema (YOURDON, 1989). Essa característica processual pode assumir muitas formas e também é chamada de "ciclo de projeto" por descrever como a implementação de projetos de sistemas de informação é realizada dentro de uma organização. Essa abordagem pode variar de exclusivamente informal à sendo altamente documentado e formalizado, dependendo do tamanho e da cultura da organização. Essa referência em como os procedimentos são executados e gerenciados nos permite referir ao processo como "ciclo de vida do software", bem como descrevê-lo como um modelo de alto nível que especifica as atividades de desenvolvimento, instalação, operação e manutenção de software em termos de atividades gerenciais e tecnológicas. Tal nível de detalhamento, é alcançado, por meio da utilização de metodologias que especificam as técnicas e ferramentas a serem utilizadas na gestão e execução das atividades (PMI, 2000). Dessa forma, constata-se que o ciclo de vida dos sistemas de informação baseados em computador contempla as fases de análise, planejamento, construção, instalação, produção e manutenção. Ao estudar o ciclo e opera-lo, deve ser considerado os aspectos organizacionais, humanos e tecnológicos. Para isso, exige o emprego de metodologias que especifiquem as técnicas e ferramentas a serem utilizadas nas diversas etapas pelas quais o sistema passa, conforme observado em (LAUDON; LAUDON, 1998): Necessidade: Embora possa não ser propriamente uma etapa, o início e o fim do ciclo de vida dos sistemas informacionais são necessários. As organizações procuram soluções de sistemas de informação para tratar de questões organizacionais. Essas questões podem ser traduzidas em necessidades ou demandas que devem ser atendidas. Portanto, a implantação de sistemas de informação é um processo de mudança pelo qual uma organização busca melhorar seu desempenho em relação ao ambiente em que está inserida. Automação: Quando os sistemas de informação são implementados com o intuito de realizar procedimentos de forma automática, visando um maior nível de velocidade, confiabilidade e capacidade de TI. Racionalização de processos: Quando os sistemas de informação são encarados como uma forma de responder à necessidade de eliminar desperdícios e cortar custos. Reengenharia empresarial: Quando os sistemas de informação respondem à necessidade de redesenhar os processos de negócios com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços e bens. Mudança de paradigmas: Quando os sistemas de informação são vistos como uma forma de mudar a natureza do negócio que uma organização conduz. Ainda, segundo Laudon e Laudon (1998), ao avançar da automação para mudança de paradigma, se observa o aumento dos riscos, ao passo que os retornos também acompanham tal aumento, exigindo dos envolvidos: Análise: A análise na implementação de sistemas de informação tem como objetivos principais definir o problema ou necessidade, especificar o curso de ação adequado, classificar os problemas em termos organizacionais, humanos e tecnológicos, listar objetivos e requisitos, avaliar alternativas de solução considerando viabilidade técnica, financeira e operacional, escolher a melhor alternativa para implementação e, por fim, detalhar as funcionalidades do novo sistema. Essa etapa é crucial para garantir que a solução proposta seja cuidadosamente planejada, atenda às necessidades da organização e proporcione benefícios tangíveis. Projeto: Esta etapa envolve detalhar as especificações lógicas e físicas da solução alternativa escolhida após a análise. Atualmente estão especificados os aspectos organizacionais, humanos e tecnológicos que irão compor o novo sistema. Em termos organizacionais, agora é o momento de avançar com a reengenharia dos processos de negócio. Em se tratando de aspectos humanos, o momento de especificar os requisitos comportamentais que devem ser atendidos pelos recursos humanos é quando o novo sistema entra em operação. Do ponto de vista tecnológico, é necessário especificar os dados, software e hardware que o sistema incorporará. O resultado da fase de projeto é uma descrição detalhada de como o novo sistema será construído e operado. Construção: Esta etapa contempla a definição das especificações que foram determinadas por meio de análise e planejamento detalhado do projeto. Chegou o momento em termos organizacionais de detalhar os novos procedimentos de trabalho. É essencial do ponto de vista humano identificar e preparar a equipe que irá utilizar o sistema. Ao nível da dimensão tecnológica, soluções de hardware, software e tecnologias de comunicação necessitam de ser desenvolvidas e testadas. Como resultado da fase de construção, já estão disponíveis os componentes organizacionais, humanos e tecnológicos do novo sistema. Instalação: É a etapa na qual o novo sistema é disponibilizado e ocorre uma conversão do antigo para o novo sistema. Produção: Esta etapa vê o novo sistema integrando o ambiente organizacional. Nesta fase, prevê-se que a comunidade de usuários vá ganhando experiência gradativamente no uso do sistema. Além disso, os usuários devem desenvolver um senso de propriedade e responsabilidade em relação ao sistema à medida que ele se torna uma parte regular de suas vidas. Podemos antecipar que haverá dúvidas sobre como usar o sistema, solicitações de novos recursos a serem fornecidos por ele e a descoberta de falhas em qualquer uma de suas dimensões devido à dinâmica organizacional inerente ao sistema e a forma como as outras fases foram concluídas. Nesse sentido, é essencial que o suporte do sistema seja disponibilizado. O processo de implementação de um sistema de informação termina oficialmente quando ele começa a ser produzido. No entanto, é possível estabelecer a prática de auditorias pós-implementação. O objetivo dessa auditoria é avaliar a eficácia de um sistema de informação, identificando falhas e melhorias e direcionando a atenção para sua resolução e implementação. Manutenção: É neste ponto que o sistema precisa ser mantido em operação. Isso significa mante-lo atualizado para que continue suportando as atividades organizacionais que lhe deram origem. Por outro lado, pode ser levado em consideração que, nesta fase, o sistema precisa ser aprimorado para atender às novas demandas do ambiente organizacional e corrigir eventuais falhas decorrentes de sua utilização. Os tipos de manutenção podem ser divididos em corretiva e adaptativa: Corretiva: É a manutenção realizada para corrigir uma falha do sistema. Usando exemplos de correções de defeitos (bugs) de software, podem demonstrar esse tipo de manutenção. Adaptativa: É a manutenção realizada para manter o sistema alinhado com a realidade organizacional. Por exemplo, seria necessário adequar o sistema de rastreamento de pagamentos a um novo processo legalde cobrança de obrigações sociais. Um sistema de informação pode gradualmente apresentar sinais de desgastes durante as fases de produção e manutenção, sinalizando a necessidade de sua substituição por um novo sistema. O ciclo se encerra pela obsolescência tecnológica e empresarial, que se traduz na incapacidade do sistema de atender com eficácia as demandas dos processos comerciais da organização (AUDY et al., 2007). 4.2 A implementação de sistemas de informação Inicialmente, considerando que a implementação do SI é um processo que ocorre ao longo de todo o ciclo de vida do sistema. Tal implementação torna-se fundamentalmente um processo na medida em que abrange um período de tempo relativamente longo; é uma situação complexa e dinâmica e se caracteriza como uma mudança (AUDY et al., 2007). No que diz respeito à abrangência desse processo, pode-se considerar que a implementação inclui todo o ciclo de vida, desde a concepção inicial do sistema a partir da apuração de uma necessidade até a sua instalação, o treinamento dos usuários e a efetiva mudança organizacional. Assim, a implementação tem um caráter dinâmico, realiza-se através de um conjunto de etapas que apresentam certo grau de interatividade entre si, conta com a participação de profissionais de sistemas de informação, usuários e gerentes, e almeja alcançar um objetivo específico (LAUDON e LAUDON, 1998). O processo de implementação de um sistema de informação é, em segundo lugar, direcionado para a melhoria do desempenho organizacional. Na medida em que a tecnologia da informação oferece uma infraestrutura capaz de permitir respostas organizacionais aos câmbios que ocorrem no contexto de atuação empresarial, uma implementação de sistemas de informação objetiva operacionalizar os recursos que essas tecnologias podem oferecer para a melhoria da organização e a obtenção de benefícios concorrentes. Para atingir esse objetivo, a implementação de um sistema de informação requer mudanças tanto na dinâmica organizacional quanto na gestão, no que diz respeito à forma como as decisões são tomadas e como os usuários do sistema executam as tarefas atribuídas. Nesse sentido, a implementação de sistemas de informação caracteriza-se como um processo de mudança gerencial. Do ponto de vista gerencial, a implementação de sistemas de informação pode ser operacionalizada em termos do processo de mudança de gerenciamento para a obtenção de melhorias que, em última instância, são a razão pela qual uma organização investe em sistemas de informação. Isto é, um sistema de informação é implementado a partir de uma constatação gerencial de que é preciso mudar a maneira como as informações são processadas, com o intuito de obter uma nova forma de gerenciamento e proporcionar melhorias nos negócios (BIO, 1991). 4.3 O sucesso na implementação de sistemas de informação Inicialmente, é possível considerar que um sistema de informação bem- sucedido é aquele que proporciona a melhoria do desempenho organizacional pretendida com sua implementação. Assim, a implementação é bem-sucedida quando ocorre a melhoria do processamento das informações e do processo decisório a partir do uso do sistema. Por essa razão, o nível de utilização é empregado como uma medida de sucesso de um sistema de informação (AUDY et al., 2007). Em segundo lugar, um sistema de informação de sucesso é o que proporciona o ajuste organizacional, humano e tecnológico a partir de mudanças nas três dimensões. Do ponto de vista organizacional, o sucesso da implementação é a mudança no comportamento de tomada de decisão e pode ser aferido pelo uso do sistema e pela aceitação do mesmo pelos usuários (LAUDON, 2007). No que diz respeito à mudança humana, o sucesso é a efetiva assimilação dos novos padrões comportamentais exigidos pelo sistema, bem como o comprometimento dos usuários com sua utilização e responsabilidade por sua manutenção e continuidade da operação nos níveis de desempenho esperados, fazendo com que a atitude dos usuários em relação ao sistema seja outro indicador do sucesso da implementação. Assim, conforme afirma Audy et al. (2007), o sucesso tecnológico da implementação do sistema diz respeito à adequação dos recursos de hardware e software empregados no sistema e à qualidade das informações fornecidas por ele, o que permite relacionar o cumprimento dos requisitos técnicos e de utilização como outra medida do sucesso da implementação. Vale ressaltar que, embora analisadas de forma individualizada, as mudanças organizacionais, humanas e tecnológicas ocorrem de maneira integrada, fazendo com que o ajuste mútuo deva ser avaliado a partir de medidas provenientes das três dimensões (ajuste organizacional, humano e tecnológico). 4.4 Medidas de sucesso na implementação de sistemas de informação O sucesso da implementação de sistemas de informação é uma preocupação central nas pesquisas da área. Desde a década de 1960, estudos foram conduzidos para desenvolver um conjunto de medidas confiáveis que permitam avaliar a efetividade desses processos. A tarefa de aferir esse sucesso é complexa, exigindo múltiplos indicadores devido às diferentes dimensões que os sistemas de informação abrangem, como as organizacionais, humanas e tecnológicas. É fundamental considerar a interação desses elementos para obter uma visão abrangente do impacto do sistema na empresa e avaliar sua efetividade de maneira precisa (AUDY et al., 2007). Aceitação, uso, desempenho e satisfação Por meio da publicação do estudo desenvolvido por Lucas, Ginzberg e Schultz (1990), afim de integrar os estudos realizados durante as décadas de 1970 e 80 que tinha como foco as medidas de sucesso na implementação de sistemas de informação, constatou-se que, o modelo proposto considera que o sucesso de uma implementação é traduzido na mudança e na melhoria proporcionadas pelo sistema e pode ser medido através da aceitação, do uso, do desempenho e da satisfação. Aceitação: É definida como uma predisposição para o uso do sistema. Uso: É a efetiva experiência com o sistema. A partir da aceitação e do uso do sistema, pode-se avaliar seu sucesso no que diz respeito ao desempenho e à satisfação proporcionados. Desempenho: Reflete a qualidade do processamento da informação feito pelo usuário e pela organização, sendo um resultado objetivo do sistema, independentemente da avaliação que o usuário faça do mesmo. Satisfação: É a avaliação que o usuário faz do impacto do sistema sobre suas atividades e desempenha um papel de reforço na continuidade do uso. Dessa forma, tais medidas entendidas como de sucesso de um sistema de informação foram relacionadas em uma hierarquia causal, enfatizando-se determinada variável de acordo com os objetivos do sistema estudado e da pesquisa a ser realizada. Entretanto, destaca-se o fato de que a consideração de um possível retorno financeiro como indicador de sucesso que dado sistema de informação apresente, representa um parâmetro insuficiente, de acordo com pesquisadores sobre o tema, como afirma Audy et al. (2007). Sob a perspectiva financeira, o valor de um sistema de informação pode ser medido por diferentes critérios, dentre eles: a relação entre custo e benefício, o valor presente líquido (VPL) e a taxa de retorno sobre investimento (TIR). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AUDY, Jorge L. Nicolas; ANDRADE, Gilberto Keller; CIDRAL, Alexandre. Fundamentos de sistemas de informação. Porto Alegre: Bookman, 2007. BIO, B. Sistemas de informação: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas, 1991. FREITAS, H. et al. Informação e decisão: sistemas de apoio e seu impacto. Porto Alegre: Ortiz, 1997. JOÃO, B. (Org.). Sistemas de informação. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. LAUDON, Kenneth C. Sistemas de informações gerenciais. Tradução: Thelma Guimarães. 7. ed. São Paulo:Pearson Prentice Hall, 2007. LAUDON, C.K.; LAUDON, J.P. Management information system: organization and technology. 5th ed. EUA: Prentice-Hall, 1998. LUCAS Jr., H.C.; GINZBERG, M.J.; SCHULTZ, R.L. Information systems implementation: testing a structural model. New Jersey: Ablex, 1990. PMI. PMBOKâ guide: a guide to the project management body of knowledge. Pennsylvania: Project Management Institute, 2000. YOURDON, E. Administrando o ciclo de vida do sistema. Rio de Janeiro: Campus, 1989. 4 IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO 4.1 O ciclo de vida dos sistemas 4.2 A implementação de sistemas de informação 4.3 O sucesso na implementação de sistemas de informação 4.4 Medidas de sucesso na implementação de sistemas de informação REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS