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AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 1 AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS – FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 7 Prof. ERICK MOURA Olá Estimados(as) Concurseiros(as), Estamos de volta para nosso último encontro.....É verdade, nosso encontro de hoje é último..... Ah.......... Eu também gostei muito da companhia de vocês..... Mas fiquem tranqüilos, pois continuaremos juntos no Ponto. Em breve lançaremos outros cursos em nossa área. Caso tenham gostado, solicito que divulguem aos seus familiares, amigos e colegas, pois tenho certeza de que estarão no serviço público em breve. Então..... Já estão se imaginando sentados em sua baia ? Imaginem a mesa de vocês cheia de processos, mas com uma conta bancária mais gorda...... Outra coisa, os editais estão pedindo nossa disciplina de forma recorrente. Não percam tempo ! Vocês chegarão lá. Tenham fé ! E mais. Não se preocupem em que colocação vocês vão estar, o importante é entrar, nem que seja você a pessoa que ficou com a maçaneta na mão para fechar a porta. É comum vermos a história de sucesso de muita(o)(s) Concurseira(o)s, sempre dos primeiros colocados, certo ? Pois é, elas são motivantes, mas podem criar um bloqueio em muitos. Provavelmente a maioria de vocês tenha passado por essa “Síndrome do Patinho Feio”, não é ? E é a esse grupo de não-primeiros colocados a que me dirijo: não se impressione, você pode chegar lá. Não importa ser um dos primeiros, pois isso é conseqüência natural para 1 ou outro. Procurem histórias de não-primeiros, elas são maioria e são tão felizes quanto as outras. Tenho filhos pequenos e consegui passar em mais de um concurso cuidando deles junto com a mãe, a qual devo minha imensa gratidão. Não precisamos ser “o 1º lugar”, precisamos DA VAGA. Fomos 1º colocados quando fomos gerados, pois até em nossa concepção da vida AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 2 disputamos UMA vaga. E nessa vaga conseguimos sucesso no ventre de nossas mães. Para mim, o mais importante na vida é ser o 1º lugar no coração dos meus filhos e da mulher amada. A vaga no concurso é algo que almejamos para melhorarmos nossas vidas e a dessas pessoas as quais me referi. Não transforme essa jornada em uma guerra, por mais que tenham que lutar contra vocês mesmo. A verdade é que somos nossos maiores adversários. Procurem fazer dessa preparação uma viagem prazerosa e de persistência. O importante é não desistir. Erick, por favor, vamos adiante. Sobre o que irá tratar hoje ? Nessa aula vamos abordar os seguintes tópicos para a disciplina de AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS: => Princípios orçamentários. => Tópicos da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n.º 101/2000): princípios, objetivos, efeitos no planejamento e no processo orçamentário => LRF: limites para despesas de pessoal; limites para a dívida; mecanismos de transparência fiscal. Vamos nessa então ? AULA 7 ROTEIRO DA AULA – TÓPICOS 1 – Princípios Orçamentários. 2 - Tópicos da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n.º 101/2000): princípios, objetivos, efeitos no planejamento e no processo orçamentário. 3 - LRF: limites para despesas de pessoal; limites para a dívida; mecanismos de transparência fiscal. 4 - Revisão em Tópicos e Palavras-Chave. 5 – Questões desta Aula. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 3 1 – Princípios Orçamentários. Destacamos que estaremos a colocar os princípios mais recorrentes nas Bancas de concursos. Assim, o assunto não se esgota aqui. Nós apenas iremos nortear vocês com os que são mais importantes e os mais aceitos pela maioria da doutrina. 1.1 – PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA UNIDADE De acordo com este princípio previsto no art. 2º da Lei nº 4.320/1964, cada ente da federação (União, Estado, Distrito Federal ou Município) deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme. Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade de caixa”, previsto no art. 56 da referida Lei, segundo o qual todas as receitas e despesas convergem para um fundo geral (conta única), com o objetivo de se evitar as vinculações de certos fundos a fins específicos. O objetivo é apresentar todas as receitas e despesas numa só conta, a fim de confrontar os totais e apurar o resultado: equilíbrio, déficit ou superávit. Atualmente, o processo de integração planejamento-orçamento tornou o orçamento necessariamente multi-documental, em virtude da aprovação, por leis diferentes, de vários documentos (PPA, LDO e LOA), uns de planejamento e outros de orçamento e programas. Embora tais documentos sejam distintos, inclusive com datas de encaminhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislativo, devem, obrigatoriamente ser compatibilizados entre si, conforme definido na própria CF. Para melhor visibilidade dos programas do governo em cada área, o modelo orçamentário adotado a partir da CF/88, com base em seu §5º do art. 165, consiste em elaborar orçamento único, desmembrado em Orçamento Fiscal, da Seguridade Social e de Investimento da Empresas Estatais. O art. 165 da Constituição Federal define em seu parágrafo 5º o que deverá constar em cada desdobramento do orçamento: “§ 5º – A lei orçamentária anual compreenderá: AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 4 I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.” 1.2 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA UNIVERSALIDADE Segundo os artigos 3º e 4º da Lei nº 4.320/1964, a Lei Orçamentária deverá conter TODAS as receitas e despesas. Isso possibilita controle parlamentar sobre todos os ingressos e dispêndios administrados pelo ente público. “Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros. Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no art. 2°.” 1.3 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DO ORÇAMENTO BRUTO Este princípio é COROLÁRIO DO PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA UNIVERSALIDADE, ou seja, tal princípio complementa-se pela “regra do orçamento bruto”, definida no art. 6º da Lei nº 4.320/1964: “Art. 6º. Todas as receitas e despesas constarão da lei de orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.” Erick, o que é esse “corolário” ? Quando vier o termo “corolário”, este deve ser entendido como conseqüência, complemento, ok ? Existem despesas que, ao serem realizadas,geram receitas ao Ente Público. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 5 Por outro lado, existem receitas que, ao serem arrecadadas, geram despesas. O princípio do orçamento bruto veda que as despesas ou receitas sejam incluídas no orçamento, nos seus montantes líquidos. Exemplo: Não poderá ser incluída, no orçamento, somente a Despesa Pessoal Líquida (R$ 700.000,00), mas deverão ser previstas as receitas de IRRF e a da Contribuição Social e autorizada a Despesa de Pessoal Bruta (R$ 1.000.000,00). Realização da Despesa de Pessoal Valor (R$) Despesa de Pessoal Bruta (+) R$ 1.000.000,00 Receita de IRRF (-) R$ 200.000,00 Receita de Contribuições Sociais (-) R$ 100.000,00 Despesa de Pessoal Líquida (=) R$ 700.000,00 1.4 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA ANUALIDADE OU PERIODICIDADE O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente um ano. No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, conforme dispõe o art. 34 da Lei nº 4.320/1964: “Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.” Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do exercício podem ser reabertos, se necessário, e, neste caso, serão incorporados ao orçamento do exercício subsequente, conforme estabelecido no § 3º do art. 167 da Carta Magna. Assim, tais créditos, denominados créditos plurianuais, são exceções ao Princípio da ANUALIDADE ou da PERIODICIDADE. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 6 1.5 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA EXCLUSIVIDADE Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no passado, da inclusão de dispositivos de natureza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa. Previsto no art. 165, § 8º da CF, estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária - ARO, nos termos da lei, bem como os Títulos da Dívida Agrária – TDAs, previstos no art. 184, § 4º, da CF/88. Não se esqueçam de que as leis de créditos adicionais também devem observar esse princípio. 1.6 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DO EQUILÍBRIO Esse princípio estabelece que o montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total de receitas estimadas para o mesmo período. Havendo reestimativa de receitas com base no excesso de arrecadação e na observação da tendência do exercício, pode ocorrer a abertura de crédito adicional. Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem ser considerados apenas os valores utilizados para a abertura de crédito adicional. Conforme o caput do art. 3º da Lei nº 4.320/1964, a Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido por meio de operações de crédito. Entretanto, conforme estabelece o art. 167, III, da CFl é vedada a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, dispositivo conhecido como “regra de ouro”. De acordo com esta regra, cada unidade governamental deve manter o seu endividamento vinculado à realização de investimentos e não à manutenção da máquina administrativa e demais serviços. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 7 A LRF também estabelece regras limitando o endividamento dos entes federados, nos artigos 34 a 37: “Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Complementar. Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente. § 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a: I – financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes; II – refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente. § 2º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades. Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios. Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados: I – captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição; II – recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação; III – assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes; AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 8 IV – assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.” 1.7 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA LEGALIDADE Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública, segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. A CF/88, no art. 37 estabelece os princípios da administração pública, dentre os quais o da legalidade e, no seu art. 165 estabelece a necessidade de formalização legal das leis orçamentárias: “Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual; II – as diretrizes orçamentárias; III – os orçamentos anuais.” 1.8 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA PUBLICIDADE O princípio da publicidade está previsto no art. 37 da CF e também se aplica às peças orçamentárias. Justifica-se especialmente no fato de o orçamento ser fixado em lei, e esta, para criar, modificar, extinguir ou condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, há que ser publicada. Portanto, o conteúdo orçamentário deve ser divulgado nos veículos oficiais para que tenha validade. 1.9 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA ESPECIFICAÇÃO OU ESPECIALIZAÇÃO OU DA DISCRIMINAÇÃO Segundo este princípio, as receitas e despesas orçamentárias devemser autorizadas pelo Poder Legislativo em parcelas discriminadas e não pelo seu valor global, facilitando o acompanhamento e o controle do gasto público. Esse princípio está previsto no art. 5º da Lei nº 4.320/1964: AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 9 “Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras [...]” O princípio da especificação confere maior transparência ao processo orçamentário, possibilitando a fiscalização parlamentar, dos órgãos de controle e da sociedade, inibindo o excesso de flexibilidade na alocação dos recursos pelo Poder Executivo. Além disso, facilita o processo de padronização e elaboração dos orçamentos, bem como o processo de consolidação de contas. Temos uma exceção a este princípio que é a Reserva de Contingência. A Reserva de Contingência foi criada como uma dotação global não especificamente destinada a determinado programa ou unidade orçamentária, ou seja, é uma exceção ao Princípio Orçamentário da Especificação O art. 8º da Portaria Interministerial nº 163, de 04.05.2001, assim determina, com nossos destaques: "Art. 8º. A dotação global denominada "Reserva de Contingência", permitida para a União no art. 91 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao disposto no art. 5o, inciso III, da Lei Complementar no 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de todas as esferas de Governo pelo código "99.999.9999.xxxx.xxxx", no que se refere às classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o "x" representa a codificação da ação e o respectivo detalhamento." 1.10 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA NÃO-AFETAÇÃO DA RECEITA Tal princípio encontra-se consagrado, como regra geral, no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal de 1988, quando veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa: “Art. 167. São vedados: (...) AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 10 IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os artigos 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos artigos 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003); (...) § 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os artigos 155 e 156, e dos recursos de que tratam os artigos 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).” As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição e estão relacionadas à repartição do produto da arrecadação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados – FPE e dos Municípios – FPM e Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste), à destinação de recursos para as áreas de saúde e educação, além do oferecimento de garantias às operações de crédito por antecipação de receitas. Trata-se de medida de bom-senso, uma vez que possibilita ao administrador público dispor dos recursos de forma mais flexível para o atendimento de despesas em programas prioritários. No âmbito federal, a Constituição reforça a não-vinculação das receitas por meio do art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, ao criar a “Desvinculação das Receitas da União – DRU”, abaixo transcrito: “Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 56, de 2007) § 1º O disposto no caput deste artigo não reduzirá a base de cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios na forma dos artigos 153, § 5º; 157, I; 158, I e II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição, AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 11 bem como a base de cálculo das destinações a que se refere o art. 159, I, c, da Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 2º Excetua-se da desvinculação de que trata o caput deste artigo a arrecadação da contribuição social do salário-educação a que se refere o art. 212, § 5o, da Constituição.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 27, de 2000). IMPORTANTE Ö A NÃO VINCULAÇÃO É EM RELAÇÃO A RECEITA DE IMPOSTOS Ö ALÉM DISSO, A VEDAÇÃO É EM RELAÇÃO A DESPESA, ÓRGÃO OU FUNDO => “NÃO DOF” CAIU NA PROVA ! 131 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) O princípio orçamentário que estabelece que todas as receitas e despesas do ente público devem compor o orçamento público é o princípio da: a) Não afetação. b) Unidade. c) Exclusividade. d) Especificação. e) Universalidade. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (e). Pessoal, vejam que a ênfase na frase é em TODAS, ou seja, um UNIVERSO. Ao observarmos esse detalhe, teremos mais facilidades em diferenciar este princípio com o da UNIDADE. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 12 132 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O princípio orçamentário da não afetação das receitas implica no fato de que: a) todas as receitas devem estar previstas no orçamento. b) as receitas devem estar equilibradas com as despesas. c) as receitas devem constar do orçamento pelos seus valores brutos. d) as receitas de capital devem ser superiores, em valor absoluto, às despesas de capital. e) as despesas não podem estar vinculadas às receitas, salvo exceções previstas em lei. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (e). A questão coloca o Princípio da Não Vinculação das Receitas de Impostos. “NÃO DOF” Os demais itens estão associados como a seguir. Item “a” PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE Item “b” PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO Item “c” PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO BRUTO Item “d” NÃO É PRINCÍPIO ALGUM, MAS APENAS UMA TENTATIVA DE REGRA DE OURO (MAS NÃO É) Item “e” PRINCÍPIO DA NÃO VINCULAÇÃO DAS RECEITAS DE IMPOSTOS 133 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) A Lei no 4.320/64, em seus artigos 3o e 4o, dispõe que a lei orçamentária anual compreenderá todas as receitas e despesas do ente público. Esses dispositivos legais consagram que o orçamento no Brasil atende ao princípio: a) do equilíbrio. b) da universalidade. c) da exclusividade. d) da unidade do caixa.e) do orçamento bruto. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 13 Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (b). Mais uma questão que trata do PRINCÍPIO DA UNVERSALIDADE. As Bancas gostam de confundir os princípios da UNIDADE com o da UNIVERSALIDADE, mas aluno do Ponto não vai mais passar por isso, certo ? A ênfase no Princípio da UNIVERSALIDADE é no termo “TODAS”. Já no da UNIDADE a ênfase é em “UM SÓ”. 134 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O princípio orçamentário que veda que a receita de impostos esteja vinculada a órgão, fundo, ou despesa, ressalvadas as exceções admitidas pela Constituição Federal, é o princípio: a) da clareza. b) da discriminação. c) do equilíbrio. d) da unidade orçamentária. e) da não-afetação. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (e). Mais uma vez, as frases se repetem. A novidade na questão é a citação ao Princípio da Clareza. Segundo tal princípio, a matéria orçamentária deve apresentar linguagem de modo fácil para que o homem-médio, ou seja, o homem-comum, possa compreendê-la. Assim, o orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada e completa. 135 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A Lei no 4.320/64, em seu art. 6o, dispõe que todas as receitas e despesas constarão da lei orçamentária anual pelos seus totais, sem quaisquer deduções. Esse dispositivo legal consagra que o orçamento no Brasil atende ao princípio: AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 14 a) da publicidade. b) da exclusividade. c) da unidade do caixa. d) do orçamento bruto. e) do equilíbrio. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (d). Não temos como fugir, as questões se repetem em relação ao tema Princípios. E a frase é basicamente a mesma: “todas as receitas e despesas constarão da lei orçamentária anual pelos seus totais, sem quaisquer deduções” 136 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O princípio orçamentário que determina que as despesas e receitas devam aparecer de forma detalhada no orçamento, para que se possa conhecer, pormenorizadamente, as origens e aplicações dos recursos levantados junto à sociedade é o princípio: a) do equilíbrio. b) da clareza. c) da discriminação. d) da não-afetação. e) da unidade orçamentária. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (c). A frase básica é a seguinte: “as receitas e despesas orçamentárias devem ser autorizadas em parcelas discriminadas e não pelo seu valor global, facilitando o acompanhamento e o controle do gasto público.” AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 15 Depois de tantas frases, vamos montar um quadro-MANTRA. MANTRA ! PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO IDEIA-CHAVE UNIDADE • cada ente da federação (União, Estado, Distrito Federal ou Município) deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme UNIVERSALIDADE • a Lei Orçamentária deverá conter TODAS as receitas e despesas ORÇAMENTO BRUTO • Todas as receitas e despesas constarão da lei de orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções ANUALIDADE OU PERIODICIDADE • O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente um ano EXCLUSIVIDADE • A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária - ARO, nos termos da lei, bem como os Títulos da Dívida Agrária – TDAs, previstos no art. 184, § 4º, da CF/88. EQUILÍBRIO • O montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 16 ser superior ao total de receitas estimadas para o mesmo período • É vedada a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, dispositivo conhecido como “regra de ouro” LEGALIDADE • Cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei PUBLICIDADE • O conteúdo orçamentário deve ser divulgado nos veículos oficiais para que tenha validade ESPECIFICAÇÃO OU ESPECIALIZAÇÃO OU DA DISCRIMINAÇÃO • As receitas e despesas orçamentárias devem ser autorizadas pelo Poder Legislativo em parcelas discriminadas e não pelo seu valor global • Exceção a este princípio => Reserva de Contingência: dotação global não especificamente destinada a determinado programa ou unidade orçamentária NÃO-AFETAÇÃO DA RECEITA • A NÃO VINCULAÇÃO É EM RELAÇÃO A RECEITA DE IMPOSTOS • A VEDAÇÃO É EM RELAÇÃO A DESPESA, ÓRGÃO OU FUNDO => “NÃO DOF” AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 17 2 - Tópicos da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n.º 101/2000): princípios, objetivos, efeitos no planejamento e no processo orçamentário. 2.1 – PRINCÍPIOS DA LRF Os seguintes princípios da LRF são aceitos pela maioria da doutrina: Planejamento + Transparência + Equilíbrio orçamentário + Responsabilização Temos os seguintes pressupostos da Responsabilidade na Gestão Fiscal: • ação planejada e transparente => previnem-se riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas; • cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas • obediência a limites e condições em relação à: => renúncia de receita; => geração de despesas com: - pessoal; - seguridade social; - outras. => dívidas consolidada e mobiliária; => operações de crédito, inclusive por antecipação de receita; => concessão de garantia; e => inscrição em Restos a Pagar. 2.2 – OBJETIVOS, EFEITOS NO PLANEJAMENTO E NO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO Vamos tratar desse tema em conjunto com alguns conceitos relacionados aos princípios da LRF, de forma a facilitarmos a abordagem. Vamos adiante.... Qualificando-se a elaboração do orçamento público como uma atividade realizada na administração da coisa pública, pode-se visualizar a importância que os princípios gerais carregam como fonte de interpretação dos dados e do uso direcionado do poder discricionário. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 18 Para compreender melhor a sistemática principiológica da Lei de Responsabilidade Fiscal, convém explicitar a importância que os princípios constitucionais do art. 37 exercem em toda seara administrativa, por serem básicos a toda e qualquer administração pública, em qualquer um dos seus setores. A legalidade, enquanto princípio da administração, significa que o administrador público está sujeito em toda sua atividade funcional aos preceitos legais e às exigências do bem comum. Assim também o é em nível orçamentário, tantoque os planos passam pelo Poder Legislativo, quando da sua criação, vigendo sob a forma de lei ordinária. A CF e a legislação ordinária apontam para uma disciplina interior da administração pública. A conformidade entre a atividade e o que foi disciplinado chama-se moralidade administrativa. Em outros termos, deve-se entender a moralidade administrativa como um pressuposto de validade de todo ato da administração pública. Mas não se trata apenas de uma questão legal, porque tange ao princípio da ética nas instituições. A impessoalidade da administração pública significa que o ato produzido é imputável ao órgão ou entidade administrativa, como corolário da finalidade impessoal do interesse público a que se presta a atividade administrativa. No momento em que se deixa de observar a finalidade pública do ato administrativo, em detrimento de interesses pessoais, ocorre desvio de finalidade, diferentemente de quando um ato é praticado com incompetência ou abuso de poder. Como requisito de eficácia e de moralidade da administração pública, os seus atos devem ser públicos. Nesse sentido, avalia-se que o princípio da publicidade não é formador do ato, é elemento necessário para torná-lo eficaz. No entanto, o constituinte não se contentou com a idéia de que os atos devem ser legais, probos, impessoais e públicos. Esses princípios já bastariam para conduzir a lisura e a idoneidade administrativa. Mas faltaria ainda a prestreza, a correção, o rendimento funcional. Para atender esses aspectos foi apontado o princípio da eficiência. Trata-se de AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 19 um princípio econômico, relativo à qualificação da atividade, levando em conta a relação insumo/produto. É na aplicação do direito financeiro onde mais consistentemente se visualiza a sua aplicação. Exatamente por que a atividade financeira e orçamentária faz parte do conjunto dos atos administrativos, utilizam-se como fonte interpretativa e direcional os princípios básicos da administração. Seguindo a lógica de que nem todos os atos administrativos são atos orçamentários, deve-se perquirir quais são os princípios atinentes à própria função orçamentária, como base para a LRF. Os princípios orçamentários são a exclusividade do orçamento, a universalidade, o planejamento e o equilíbrio orçamentário. A exclusividade do orçamento diz respeito ao conteúdo sobre o que versam os instrumentos orçamentários. Tendo em vista a finalidade a que se destina o orçamento público, diz-se que o seu conteúdo deve versar tão-somente sobre matéria financeira. Ou seja, devem ficar de fora todas as questões não atinentes aos créditos, às despesas e as contas públicas. Mas, se por um lado, fica vedado tratamento de questões exógenas ao plano fiscal no orçamento – no sentido financeiro e de política fiscal –, por outro, há o princípio da universalidade, que determina a abrangência de toda atividade financeira pelo orçamento. Em outros termos, nada que diga respeito ao plano financeiro pode ficar de fora do orçamento. O planejamento orçamentário surge com a missão de tratar de todas as problemáticas financeiras, sem delas escapar. O princípio do planejamento diz respeito a uma operação onde se seguem rigorosamente a fase de definição do problema, a fase de pesquisa e a fase de plano. Além disso, o planejamento se divide em físico, econômico, social, cultural, e de área. Os planos orçamentários da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal são precipuamente econômicos, uma vez que os demais nem sempre se prestam a finalidades financeiras e orçamentárias. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 20 Pode-se entender o planejamento como meio para atingir finalidades administrativas. Uma delas já está insculpida como o princípio do equilíbrio orçamentário. Nesse sentido, um dos principais objetivos da LRF é estabelecer os mecanismos pelos quais são efetivadas as metas de resultado para que se preserve o equilíbrio entre despesas e receitas públicas. Assim, temos o princípio da prevenção de déficit fiscal, ou seja, mais do que o equilíbrio fiscal, deve-se prevenir contra os déficits financeiros. Tenta-se, com isso, coibir a prática usual do endividamento público irresponsável, onerando em demasia os cofres públicos. Por exemplo, a prevenção se dá com a limitação dos gastos em períodos razoáveis de tempo. Entre as inovações da LRF (acompanhamento, possibilidade de sanção, e outras), destaca-se a transparência, por auxiliar na fundação principiológica da nova maneira de criar e conduzir o orçamento. A transparência vem ao encontro do mencionado princípio constitucional da publicidade, mas ultrapassa o seu significado. Isso porque a LRF não apenas exige a publicidade, mas dispõe sobre mecanismos a ensejarem a transparência orçamentária. Assim, fica determinada a gama de princípios gerais da administração e específicos da área financeira que norteiam a LRF, pondo-se em relevo a tríade planejamento, equilíbrio orçamentário e transparência, como baluartes para a atividade administrativa e orçamentária. CAIU NA PROVA ! 137 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA / 2009) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. Nos casos em que um determinado ente deixe de observar tal dispositivo, ser-lhe-á vedada: a) a realização de transferências obrigatórias, qualquer que seja o tributo. b) a realização de transferências obrigatórias, no que se refere aos impostos. c) a realização de transferências voluntárias, qualquer que seja o tributo. d) a realização de transferências voluntárias, no que se refere aos impostos. e) a realização de transferências obrigatórias e voluntárias, no que se refere aos impostos. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 21 Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (d). De acordo com o art. 11 da LRF, temos o seguinte: “Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.” 138 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – STN / 2008) A Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000, no que se refere à consignação na lei orçamentária de créditos com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada: a) autoriza, com restrições, vinculando-se a consignação à indicação de fontes adicionais de recursos. b) veda, explicitando proibição que não admite nenhuma exceção. c) proíbe, excetuando-se consignações acompanhadas de justificativa do chefe do Poder Executivo responsável pela execução orçamentária. d) não recomenda, excetuando-se consignações instruídas com justificativa do responsável pelo Poder proponente. e) autoriza, conquanto que a consignação não alcance mais de um exercício financeiro. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (b). O § 4º do art. 5º da LRF assim estabelece: “§ 4o É vedado consignar na lei orçamentáriacrédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.” Desta forma, não há qualquer exceção na LRF em relação à consignação na lei orçamentária de créditos com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 22 3 - LRF: limites para despesas de pessoal; limites para a dívida; mecanismos de transparência fiscal. 3.1 – ALGUNS ASPECTOS SOBRE A LRF A LRF obriga: União, Estados, DF e Municípios. Quando a LRF se refere à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, incluem-se: • o Poder Executivo, o Poder Legislativo (e os Tribunais de Contas), o Poder Judiciário e o Ministério Público; • as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. • O DF considera-se na LRF como Estado. • As referências aos Tribunais de Contas incluem: o Tribunal de Contas da União; o Tribunal de Contas do Estado; o quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios; o Tribunal de Contas do Município (só existem os dos RJ e SP). • Na LRF: • ENTE DA FEDERAÇÃO = União, cada Estado, o DF e cada Município; • EMPRESA CONTROLADA = sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação; • EMPRESA ESTATAL DEPENDENTE = empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária. RECEITA CORRENTE LÍQUIDA - RCL É o somatório das receitas correntes, deduzidos: => na União: os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal, e as AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 23 contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da CF; => nos Estados: as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; => na União, nos Estados e nos Municípios: a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9° do art. 201 da CF. IMPORTANTE ! A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades. CAIU NA PROVA ! 139 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A receita cujo valor é deduzido para o cálculo da receita corrente líquida do ente público, cujo conceito consta do art. 2o da Lei Complementar no 101/2000 (Lei da Responsabilidade Fiscal), é a receita: a) de aluguéis de imóveis de propriedade do ente público. b) da contribuição para o financiamento da seguridade social. c) decorrente das atividades industriais e agropecuárias do ente público. d) da contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência. e) da dívida ativa do ente público. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (d). Observem que os itens correspondem a alguma das Receitas Correntes do TCPAISTransOu e não são deduções que entram no cálculo da RCL. O item (d) se refere à alínea c), do inciso IV, do art. 2º, da LRF. Vamos aos demais itens. (a) – Receita Patrimonial AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 24 (b) – Receita de Contribuições Sociais. Lembrem-se de que não é a parte previdenciária dos servidores públicos. Estes, que possuem o Regime de Previdência Próprio dos Servidores, cujas contribuições não entram no cômputo da RCL, conforme observamos no item (d). (c) – Receitas Industriais e Receitas Agropecuárias. (e) – Outras Receitas Correntes, como vimos na parte do curso em que tratamos sobre a Dívida Ativa. Vamos comentar sobre o Anexo de Metas Fiscais - AMF e o Anexo de Riscos Fiscais – ARF. Anexo de Metas Fiscais - AMF e Anexo de Riscos Fiscais - ARF • São “pendurados” à LDO; • Há outro anexo à LDO, específico somente para a União que traz os objetivos das políticas “MoCreCam” (monetária, creditícia e cambial); e • Se aplicam à União, Estado, DF e Municípios. ARF • Traz passivos contingentes e outros riscos que afetam as contas públicas; • Indica as providências para a redução dos passivos contingentes; • Tipos de riscos: ¾ De orçamento = Ex.: caso haja redução de receitas, há medidas necessárias para se reduzir a previsão de receitas orçamentárias. ¾ Da dívida = Ex.: um fato futuro que pode impactar a dívida pública, como o que ocorreu com a crise financeira. AMF • Traz metas anuais em valores correntes e constantes para 3 exercícios: o que se refere e os 2 seguintes; • Quais são as metas: ¾ FISCAIS AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 25 ¾ de RESULTADO PRIMÁRIO=RECEITAS NÃO FINANCEIRAS – DESPESAS NÃO FINANCEIRAS; RP=RÑF-DÑF ¾ de RESULTADO NOMINAL=RECEITAS – DESPESAS (neste resultado se incluem os fatores financeiros, ou seja, os juros e afins entram no cômputo deste resultado) RN=R-D CAIU NA PROVA ! 140 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA / 2009) Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, deverá integrar o: a) Relatório de Gestão Fiscal. b) Relatório Resumido da Execução Orçamentária. c) Projeto da Lei do Plano Plurianual. d) Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias. e) Projeto da Lei Orçamentária Anual. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (d). Conforme se estabelece no § 1º do art. 4º da LRF, o projeto da LDO trará o Anexo de Metas Fiscais – AMF. Atenção que não é a LDO que traz o AMF, mas sim o PROJETO DA LDO. Além disso, tal anexo traz metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. “§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 26 constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.” 141 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – CGU / 2008) Com a publicação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n. 101/2000), a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO assumiu novas prerrogativas, entre as quais a de apresentar o Anexo de Metas Fiscais - AMF e o Anexo de Riscos Fiscais - ARF. Em relação ao AMF e ARF não se pode afirmar: a) no ARF, serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. b) o AMF estabelece as metas de Receita, Despesa, Resultado Primário e Nominale montante da dívida pública a serem observadas no exercício financeiro a que se refere, além de indicar as metas fiscais para os dois exercícios seguintes. c) de acordo com as últimas Leis de Diretrizes Orçamentárias da União, os riscos fiscais podem ser classificados em duas grandes categorias: Riscos orçamentários e Riscos de dívida. d) faz parte do AMF o demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. e) considerando os riscos dos déficits atuariais dos sistemas de previdência, a LRF determina que integre o ARF a avaliação da situação financeira e atuarial do regime próprio dos servidores públicos. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (e). A LRF determinou que tal assunto estará no AMF, conforme consta no art. 4º, § 2º, inciso IV, alínea “a”. É verdade que tal avaliação se baseia nos riscos dos déficits atuariais dos sistemas de previdência, mas o ARF não abarca tal tema. De acordo com o art. 4º, § 3º da LRF, temos a atribuição do ARF. “§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 27 passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.” 142 - (FCC/ANALISTA – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Segundo a Lei da Responsabilidade Fiscal, se verificado, ao final de um ......(I) , que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado .....(II) estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, .....(III) de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei .....(IV) . Preenchem respectiva e corretamente as lacunas de I a IV: a) Bimestre, primário ou nominal, limitação, de diretrizes orçamentárias. b) Trimestre, primário ou operacional, sub-rogação, de diretrizes orçamentárias. c) Quadrimestre, operacional ou nominal, limitação, orçamentária anual. d) Semestre, primário ou operacional, sub-rogação, orçamentária anual. e) Ano, primário ou nominal, limitação, orçamentária anual. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (a). O texto da assertiva que está no enunciado da questão tem como fundamento para a resposta, que consta no item (a), o caput do art. 9º da LRF. Pessoal, vamos falar rapidamente sobre os temas Renúncia de Receita e Geração da Despesa e Despesa Obrigatória de Caráter Continuado que avaliamos serem fundamentais para nosso trabalho. Renúncia de receita Pessoal, vamos falar rapidamente sobre os temas Renúncia de Receita e Geração da Despesa e Despesa Obrigatória de Caráter Continuado que avaliamos ser fundamentais para nosso trabalho. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá: • acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro: AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 28 ¾ E, E+1, E+2 (exercícios que inicia a renúncia e os 2 seguintes • atender ao disposto na LDO e a pelo menos uma das seguintes condições: ¾ demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no AMF; ¾ estar acompanhada de medidas de compensação, no período de vigência da renúncia e nos 2 seguintes, por meio do aumento de receita, proveniente da: - elevação de alíquotas; - ampliação da base de cálculo; - majoração ou criação de tributo ou contribuição. Renúncia de receita é: ¾ anistia; ¾ remissão; ¾ subsídio; ¾ crédito presumido; ¾ concessão de isenção em caráter não geral; ¾ alteração de alíquota; ou ¾ modificação de base de cálculo Desde que impliquem: ¾ redução discriminada de tributos ou contribuições; e ¾ outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado. A Renúncia de Receita não se aplica: • às alterações das alíquotas do: => II; => IE; => IPI; => IOF. • ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 29 CAIU NA PROVA ! 143 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – STN / 2008) A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada: a) de exposição de motivos que justifique politicamente a finalidade da renúncia. b) de decreto regulamentador que identifique exatamente o valor da receita objeto da renúncia. c) de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes. d) de estudo de impacto orçamentário-financeiro que comprove a necessidade da renúncia, como instrumento de política fiscal que atenda ao plano plurianual. e) de portaria regulamentadora expedida por autoridade competente que explicite, objetivamente, o valor da receita objeto da renúncia. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (c). A referência é o caput do art. 14 da LRF. “Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: (.....)” Geração da Despesa e Despesa Obrigatória de Caráter Continuado Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto na LRF. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 30 • estimativa do impacto orçamentário-financeiro (EIOF) no E, E+1 e E+2; • declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a LOA e compatibilidade com o PPA e a LDO. (atenção para não confundir, pois a banca inverte os termos, por isso o destaque nas letras de forma a facilitar a decoreba) Adequada com a LOA: despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício. Compatível com o PPA e a LDO: despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições. A EIOF (estimativa do impacto orçamentário-financeiro) será acompanhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas. Não se consideram irregulares, não autorizadas e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação dita como irrelevante, nos termos em que dispuser a LDO. A “EIOF” no E, E+1 e E+2, bem como a declaraçãodo ordenador da despesa são condições prévias para: ¾ empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras; ¾ desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o do art. 182 da CF/88. Despesa Obrigatória de Caráter Continuado – DOCC • é uma despesa corrente derivada de: ¾ lei; ¾ MP; ou ¾ ato administrativo normativo. • que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. Os atos que criarem ou aumentarem a DOCC deverão: • ser instruídos com a “EIOF”; AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 31 • demonstrar a origem dos recursos para seu custeio; • ser acompanhado de comprovação de que a DOCC criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no AMF da LDO, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados: ¾ pelo aumento permanente de receita; ou ¾ pela redução permanente de despesa. OBSERVAÇÃO Estes comentários sobre os atos que criam ou aumentam a DOCC não se aplicam às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da CF/88. Aumento permanente de receita: ¾ elevação de alíquotas; ¾ ampliação da base de cálculo; ¾ majoração ou criação de tributo ou contribuição. A DOCC não será executada antes da implementação das medidas preliminares, as quais integrarão o instrumento que criar ou aumentar a DOCC. Aumento de despesa: ¾ prorrogação daquela criada por prazo determinado. Vedações O BACEN não emite mais títulos da dívida pública desde maio de 2002. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente. EXCEÇÃO: as operações entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a: AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 32 • financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes; • refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente. Não é vedado aos Estados e Municípios a compra de títulos da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. EXCEÇÃO: instituição financeira controlada pode adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados: • a captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da CF; • o recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação; • a assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes; • a assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços. CAIU NA PROVA ! 144 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA / 2009) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo, que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução: a) por um período superior a três exercícios. b) por um período superior a dois exercícios. c) até o encerramento do Plano Plurianual vigente. d) até o encerramento do Plano Plurianual subsequente. e) por um período superior a um exercício. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 33 Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (b). A referência é o caput do art. 17 da LRF. “Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.” 3.2 – MECANISMOS OU INSTRUMENTOS DE TRANSPARÊNCIA FISCAL São instrumentos de transparência fiscal: • os planos (PPA e outros), orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; • as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; • o Relatório Resumido da Execução Orçamentária; • o Relatório de Gestão Fiscal; e • as versões simplificadas desses documentos. Também se assegura a transparência pelo(a): • incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos (PPA e outros), LDO e Leis dos orçamentos; • ampla liberdade para o conhecimento e o acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; (Ex: Portal da Transparência da CGU); • adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A da LRF. Art. 48-A da LRF: Para os fins a que se refere à liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: • quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 34 pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; • quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. Qualquer: Cidadão + Partido político + Associação + Sindicato - CiPAS É parte legítima para denunciar o descumprimento da LRF ao: => respectivo Tribunal de Contas; e => órgão competente do Ministério Público. 3.3 – LIMITES PARA DESPESAS DE PESSOAL Pessoal, sobre esse importante tema, temos que ter atenção aos valores dos limites previstos na LRF. Vamos apresentar três tabelas de forma a ajudar a sua memorização. A primeira é a versão completa. A segunda está incompleta e é a que possui valores com o algarismo comum “6”. Por fim, a terceira é a sem valor algum para que vocês possam preencher a lápis para fixarem os valores. Esse método não é único,serve apenas para ajudar vocês. Se alguém possuir algum outro, não há problema algum. LIMITES DE PESSOAL EM % DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA - RCL: UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS TOTAIS 50% 60% 60% PODER EXECUTIVO 40,9 49* 54 PODER LEGISLATIVO 2,5 3* 6 PODER JUDICIÁRIO 6 6 MINISTÉRIO PÚBLICO 0,6 2 AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 35 * Em Estados que possuem Tribunais de Contas dos Municípios, acresce-se 0,4% da RCL no Poder Legislativo e diminuiu-se 0,4% da RCL no Poder Executivo. OBSERVAÇÃO: dos 40,9% da RCL na União, 3% são para: ¾ MPDFT, TJDFT, PMDF, Polícia Civil do DF e Corpo de Bombeiros Militar do DF; e ¾ Pessoal que era da União e que servia nos ex-Territórios do AP e RR. Segue a 2ª tabela parcialmente preenchida com os valores que apresentam o algarismo “6” repetido em seus limites. UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS TOTAIS 60% 60% PODER EXECUTIVO PODER LEGISLATIVO 6 PODER JUDICIÁRIO 6 6 MINISTÉRIO PÚBLICO 0,6 Por fim, a 3ª tabela para vocês treinarem os valores limites. UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS TOTAIS PODER EXECUTIVO PODER LEGISLATIVO PODER JUDICIÁRIO MINISTÉRIO PÚBLICO AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 36 Ok, Erick, mas você ainda não me disse o que se considera como despesa total com pessoal. Beleza, vamos ver em um quadro, como a LRF trata desse tema no seu art. 18. DESPESA TOTAL COM PESSOAL ¾ É somatório dos gastos do ente da Federação com: • ativos • inativos • pensionistas • relativos a mandatos eletivos • cargos • funções ou empregos • e também, membros de Poder ou seja, gastos com quaisquer espécies remuneratórias, tais como: ¾ vencimentos e vantagens, fixas e variáveis ¾ subsídios ¾ proventos da: • aposentadoria • reformas • pensões ¾ encargos sociais ¾ contribuições CIVIS E MILITARES INCLUSIVE • adicionais + • gratificações + • horas extras + • vantagens pessoais de qualquer natureza recolhidos pelo ente às entidades de previdência AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 37 OUTRAS CONSIDERAÇÕES ¾ Serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal" os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos ¾ A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência CAIU NA PROVA ! 145 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – STN / 2008) Nos termos da lei de responsabilidade fiscal, e para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita líquida, a seguir discriminados: a) União (40%), Estados (40%), Municípios (40%). b) União (50%), Estados (50%), Municípios (50%). c) União (60%), Estados (60%), Municípios (60%). d) União (50%), Estados (40%), Municípios (30%). e) União (50%), Estados (60%), Municípios (60%). Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (e). Facilitamos essa questão com nosso quadro em que constam os valores de referência em relação à Receita Corrente Líquida, cujo extrato trazemos a seguir. UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS 50% 60% 60% AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 38 146 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – CGU / 2008) A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF instituiu mecanismos mais rigorosos para a administração das finanças nas três esferas de governo e funciona como um código de conduta para os administradores públicos, que devem obedecer às normas e limites estabelecidos na lei. Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, assinale a opção incorreta. a) A LRF estabelece limites para gastos com pessoal, sendo que na União esse limite chega a 50% do total das Receitas Correntes. b) São princípios gerais da LRF o Planejamento, a Transparência e a Responsabilização. c) Estão sujeitos às disposições da LRF todos os entes da federação inclusive suas empresas estatais dependentes na forma definida na Lei. d) São exemplos de instrumentos de transparência da gestão fiscal, segundo a LRF: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal. e) A LRF proíbe a realização de operação de crédito entre entes da Federação, inclusive por intermédio de fundo, ainda que sob a forma de novação de dívida contraída anteriormente. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (a). O erro é que a referência dos 50% recai sobre o total da Receita Corrente Líquida – RCL, conforme temos no art. 19, inciso I da LRF. “Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: I - União: 50% (cinqüenta por cento); (.....)” AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 39 147 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) A Lei Complementar no 101/2000 (Lei da Responsabilidade Fiscal - LRF) estabeleceu limites para as despesas de pessoal dos entes públicos com base em percentuais definidos sobre a receita corrente líquida. Para a União esse percentual é de: a) 50,0% b) 55,0% c) 57,5% d) 60,0% e) 65,0% Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (a). Questão de simples memorização que se fundamenta no inciso I, do art. 19, da LRF 148 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A despesa total com pessoal, em cada período de apuração, não poderá exceder os seguintes percentuais da receita corrente líquida do ente da federação: __I__ (União), _II__(Estados) e __III__ (Municípios). Preenchem respectiva e corretamente as lacunas I, II e III: a) 70%, 70% e 70% b) 60%, 70% e 70% c) 60%, 60% e 60% d) 60%, 50% e 50% e) 50%, 60% e 60% Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (e). Questão de simples memorização que se fundamenta nos incisos I, II e III do art. 19, da LRF. Vejam que essas questões são fundamentais para serem resolvidas com o auxílio de nossa tabela. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 40 3.3.1 – CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DESPESAS COM A SEGURIDADE SOCIAL Pessoal, esse assunto está no art. 24 da LRF e avalio como interessante para uma eventual cobrança pela Banca. Assim, nada melhor do que resumirmos em um quadro. A LRF E AS DESPESAS COM A SEGURIDADE SOCIAL ¾ Nenhum • benefício ou • serviço relativo à seguridadesocial poderá ser o criado o majorado ou o estendido sem a indicação da fonte de custeio total, conforme § 5o, art. 195 da CF/88 observadas ainda as exigências relacionadas às Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado – DOCCs ¾ ao aumento de despesa decorrente de: • concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação pertinente • expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados • reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real Dispensam-se as compensações decorrentes do o aumento permanente de receita ou o da redução permanente de despesa AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 41 OBSERVAÇÃO Também se aplicam essas regras ao benefício ou serviço de saúde, previdência e assistência social, inclusive os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas. CAIU NA PROVA ! 149 - (ESAF / ANALISTA – SEFAZ - CE / 2007) Acerca das despesas com a seguridade social, a Lei de Responsabilidade Fiscal não estabelece que é a) obrigatória a indicação da fonte de recursos para o custeio total, em caso de criação, majoração ou extensão de benefícios da seguridade social. b) dispensado o aumento de receita ou redução de outras despesas para compensar a concessão de aumento real ao valor do salário mínimo. c) dispensado o aumento de receita ou redução de outras despesas para compensar a concessão de benefício a quem satisfaça a legislação vigente. d) dispensado o aumento de receita ou redução de outras despesas para compensar a expansão quantitativa dos serviços de saúde. e) obrigatório o aumento de receita ou redução de outras despesas para compensar o reajustamento pela inflação dos proventos dos militares reformados. Comentários: O gabarito da questão é a alternativa (b). O erro da alternativa (b) decorre do fato que não existe tal compensação em relação à concessão de aumento real ao valor do salário mínimo. Por fim, temos a seguinte referência das alternativas, no art. 24 da LRF: Item a caput Item c §1º, inciso I Item d §1º, inciso II Item e §1º, inciso III, c/c § 2º AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 42 3.4 – LIMITES PARA A DÍVIDA A LRF trata da Dívida e do Endividamento no seu Capítulo VII, especificamente nos artigos 29 a 42. Vamos começar, enquadrando alguns conceitos. CONCEITOS INICIAIS DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA OU FUNDADA montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo maior que 12 meses DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA dívida pública representada por títulos emitidos pela União (inclusive os títulos do BACEN), Estados e Municípios OPERAÇÃO DE CRÉDITO compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros CONCESSÃO DE GARANTIA compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada REFINANCIAMENTO DA DÍVIDA MOBILIÁRIA emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 43 Continuemos com algumas considerações adicionais sobre o assunto. CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS Ö Inclui-se na dívida pública consolidada da União aquela que se relaciona com a emissão de títulos de responsabilidade do BACEN. Ö Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento. Erick, já ouvi falar em uma tal Resolução do Senado Federal que trata sobre os limites da dívida consolidada líquida. É verdade. A Resolução do Senado Federal nº 40 de 2001 – RSF 40/2001 trata dos limites globais para o montante da dívida pública consolidada e da dívida pública mobiliária dos Estados, do DF e dos Municípios. Essa possibilidade de emissão de Resolução pelo Senado Federal decorre do que está previsto no art. 52, VI e IX, da CF/1988. Enfim, tal RSF estabelece algumas regras que têm sido cobradas nas últimas provas. Observem que ela não trata da dívida da União, pois não o é permitido. ALGUMAS OUTRAS DEFINIÇÕES DA RESOLUÇÃO Ö EMPRESA ESTATAL DEPENDENTE - EED: empresa controlada pelo Estado, pelo DF ou pelo Município, que tenha, no exercício anterior, recebido recursos financeiros de seu controlador, destinados ao pagamento de despesas com pessoal, de custeio em geral ou de capital, excluídos, neste último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária, e tenha, no exercício corrente, autorização orçamentária para recebimento de recursos financeiros com idêntica finalidade. Ö DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras, inclusive as decorrentes de emissão de títulos, do Estado, do DF ou do Município, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito para amortização em prazo superior a 12 (doze) AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS - AULA 7 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 44 meses, dos precatórios judiciais emitidos a partir de 05.05.2000 e não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido incluídos, e das operações de crédito, que, embora de prazo inferior a 12 (doze) meses, tenham constado como receitas no orçamento Ö DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA: dívida pública representada por títulos emitidos pelos Estados, pelo DF ou pelos Municípios Ö DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA: dívida pública consolidada deduzidas as disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres financeiros. Temos a seguir um resumo sobre os principais tópicos cobrados sobre essa Resolução do Senado Federal – RSF nº 40/2001. IMPORTANTE Ö A dívida consolidada líquida – DCL não inclui as obrigações existentes entre as administrações diretas dos Estados, do DF ou dos Municípios e seus respectivos fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes, ou entre estes Ö A DCL dos Estados, do DF e dos Municípios, ao final do ano de 2016, não poderá exceder, respectivamente, a: • no caso dos Estados e do DF: 2 (duas) vezes a receita corrente líquida – RCL • no caso dos Municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos) vezes a RCL Para não fazermos confusão em relação a esses valores da RCL, minha sugestão é lembrarmos que um Município é menor do que um Estado/DF. Ainda temos que comentar sobre a Resolução do Senado Federal nº 43/2001 – RSF 43/2001 que, entre outras, dispõe sobre as operações de crédito interno e externo dos Estados, do DF e dos Municípios, inclusive concessão de garantias, seus limites e condições de autorização. Segundo seu art. 7º, temos o seguinte quadro. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E
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