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Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63015 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 Educação profissional prisional: egressos ressocializados e reincidentes e sua (re)inserção no mercado de trabalho Professional prison education: resocialized egresses and recidivists and their (re)insertion in the labor market DOI:10.34117/bjdv8n9-174 Recebimento dos originais: 23/08/2022 Aceitação para publicação: 19/09/2022 Aldileia Lira Góes Doutora em Ciencias da Educação pela Universidad del Sol Instituição: Universidad del Sol Endereço: 14 de Mayo, 462, Asunción, Paraguai E-mail: goesaldileia@gmail.com João valdinei Corrêa Lopes Doutor em Ciências da Educação pela Universidade de São Marcos de São Paulo Instituição: Universidade de São Marcos de São Paulo Endereço: Av. Nazaré, 900, Ipiranga, São Paulo - SP, CEP: 04262-100 E-mail: jlopesmaster@yahoo.com.br RESUMO A artigo tem o objetivo de analisar a educação profissional prisional, enfatizando a possibilidade de egressos ressocializados e reincidentes à (re)inserção no mercado de trabalho. Nesse sentido foi importante estabelecer a metodologia do trabalho, a qual estabeleceu o uso do método de pesquisa bibliográfica, do tipo qualitativa, de nível descritivo. Os resultados abordam a introdução da “instrução escolar na prisão” ocorreu no Brasil, a remição de pena pelos participação em estudos e a educação profissional nas prisões como política pública. Chegou-se a concluir que a educação como forma de ressocialização do homem preso é uma solução que certamente contribuirá para a diminuição da criminalidade no Estado e conseqüentemente para a reinserção social, seja do preso provisório, seja do condenado, e quiçá a educação será uma nova causa de extinção da punibilidade, apontando para um caminho fértil de aprendizagem para o aprimoramento humano do preso, dando-lhes condições de fortalecer o alicerce da reconstrução pessoal para merecer o respeito e confiança dos cidadãos no convívio social. Palavras-chave: educação profissional, educação prisional, ressocialização, mercado de trabalho. ABSTRACT The article aims to analyze the professional prison education, emphasizing the possibility of resocialized egresses and recidivists to (re)insertion in the labor market. In this sense, it was important to establish the methodology of the work, which established the use of the bibliographical research method, of the qualitative type, of descriptive level. The results approach the introduction of the "school education in prison" occurred in Brazil, the remission of penalty by the participation in studies and the professional education in prisons as a public policy. It was concluded that education as a form of resocialization of the imprisoned man is a solution that will certainly contribute to the decrease of Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63016 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 criminality in the State and consequently to the social reinsertion, whether of the provisory prisoner or the convicted, and perhaps education will be a new cause of extinction of punishability, pointing to a fertile path of learning for the human enhancement of the prisoner, giving them conditions to strengthen the foundation of personal reconstruction to deserve the respect and trust of citizens in social coexistence. Keywords: professional education, prison education, resocialization, labor market. 1 INTRODUÇÃO A temática deste artigo se assenta sobre a Educação profissional prisional: egressos ressocializados e reincidentes e sua (re)inserção no mercado de trabalho, mas se faz importante iniciar tal reflexão acerca da questão de forma generalizada, uma vez que o Brasil possui tal sistema em todas as unidades da federação, onde se busca formas de educação profissionalizantes para os egressos e ressocializados, mas que as resistências se encontram de forma muito acentuada e que não não apresenta nem de maneira compartimentalizada e nem geral de uma política nesse sentido. Pesquisa que se construiu gradativamente, a partir de discussões grupais com alguns profissionais atuantes na educação prisional no Brasil, especificamente no Amapá e, com alunos-detentos, egressos em seu local de trabalho sobre a natureza do papel da educação profissional no Brasil; particularmente, aquela oferecida pelo Estado para pessoas que já cumpriram sua pena, chamados de egressos ressocializados, e aos que mesmo tendo cumprido voltaram ao cárcere por outro crime, denominado de egresso reincidente. Buscou-se também compreender os egressos do sistema penitenciário como uma categoria sociológica, percebendo-os como sujeitos, cuja passagem pela prisão consiste em uma marca coletiva que define suas trajetórias de vida, da mesma forma que carências materiais, familiares, infraestruturas definiram suas trajetórias até a inserção na vida criminal. Estes fatos são narrados pelos próprios protagonistas na forma de história oral. A educação e o trabalho neste estudo foram enfocados como fatores determinantes de conhecimento, liberdade, segurança, estabilidade, de estruturação individual e social, os quais, podem ser compreendidos como fatores determinantes de inclusão/exclusão (inserção e de reinserção), entre o direito, o crime e a prisão até atingir a explicação sobre a necessidade do trabalho como facilitador da reinserção do preso. Estudo relevante para a compreensão do significado que a escola / prisão executa ou executada em graduados, Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63017 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 enquanto grupos sociais e como a (re) integração deste grupo social no mercado de trabalho. Houve a necessidade de se estabelecer os objetivos da pesquisa que como geral se sistematizou em analisar a Educação profissional prisional para egressos ressocializados e reincidentes e sua (re)inserção no mercado de trabalho. Mas se desdobram em objetivos específicos, sendo: analisar a introdução da “instrução escolar na prisão” ocorreu no Brasil; entender a remição de pena pelos participação em estudos; e, abordar sobre a educação profissional nas prisões como política pública. 2 INSTRUÇÃO ESCOLAR NA PRISÃO A introdução da “instrução escolar na prisão” ocorreu no Brasil em paralelo à organização da instrução pública em nível de ensino primário, secundário e superior, além do período que se difundiu as bibliotecas públicas, a exemplo da estruturação da biblioteca da corte no governo de Dom Pedro II. O século XIX no Brasil, foi marcado como o século da “instrução escolar” à população carcerária. Nesse sentido, a instrução escolar prisional está descrita no conteúdo de regulamentos penitenciários da Casa de Correção da Corte/Rio de Janeiro; Casa de Correção de São Paulo; Casa de Correção de Porto Alegre; Colônia Correcional de Dois Reis Presídio de Fernando de Noronha e outras instituições disciplinares destinadas ao cumprimento de pena com trabalho obrigatório, além das penas de galés e desterro. Portanto, a instrução escolar da pessoa presa antecede as determinações da atual Lei de Execução Penal, Lei n.º 7210/84 (BRASIL, 1984). No período de 1822 a 1889, todo o controle do Brasil esteve nas mãos de D. Pedro I e D. Pedro II, regido pelos princípios da Constituição Política do Império do Brasil. Já no período de 1840 a 1889, período este concernente ao segundo reinado, através dos Poderes Legislativo, Executivo, Judiciário e Moderador, que o país passou a ser organizar, período este marcado não só pela economia cafeeira, mas também pela difusão da instrução pública nos três níveis já citados. Neste mesmo período, foram implantados regulamentos penitenciários, em virtudeda construção de instituições prisionais no Brasil (CAMARGO, 1990). No século XIX, o estabelecimento penitenciário surgiu enquanto prisão- aparelho, espaço disciplinar destinado ao controle, vigília e punição do corpo do condenado a partir dos princípios que passam a reger a administração penitenciária, ou seja, princípios da correção, classificação, modulação da pena, trabalho como obrigação e direito, educação Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63018 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 penitenciária, controle técnico da detenção que norteiam as técnicas penitenciárias, além das instituições anexas e correspondeu à entrada da escola, hospital e igreja para o interior das prisões e conseguintemente ao seu corpo de funcionários, capelães, guardas, médicos, professores, psiquiatras, psicólogos e funcionários da administração penitenciária (FOUCAULT, 1977). Atualmente a Lei de Execução Penal no Brasil determina as prerrogativas para funcionamento das escolas inseridas nas prisões, com obrigatoriedade do Ensino Fundamental e profissionalizante, além da existência de bibliotecas com materiais de leitura para a população carcerária. Com relação à determinação para a criação de bibliotecas e atividades de leituras que possam ser realizadas nas prisões é notória a sua presença no conteúdo de regulamentos penitenciários desde a transição dos séculos XIX e XX, como no caso dos regulamentos da Casa de Correção da Corte (Decreto nº 8386/1882) e da Casa de Correção da Capital Federal (Decreto nº 3.647/1900; Decreto nº 8.296/1910), focalizando o empregado destinado a conduzir as atividades de leituras que poderiam ser feitas nas bibliotecas das prisões, como proposto no Capítulo XI. Regime moral, religioso e escolar, no que trata seção 4ª Biblioteca e leitura do Decreto nº 8.386/1.882 (BRASIL, 1882; 1910). No que tange às modalidades de leitura, sugere-se a sua possível realização no Capítulo XII. Da Instrução Escolar dos Decretos nº 3.647/1900 e nº 8.296/1910, tratam especificamente os artigos 191 e 156, com algumas alterações de conteúdo em relação ao documento anterior haverá no estabelecimento uma biblioteca composta de livros de leitura amena e edificante, para uso dos presos, segundo o grau de inteligência e disposições morais de cada um, competindo ao professor distribui-los entre os sentenciados e recolhe-los oportunamente (BRASIL, 1900; 1910). Com a mudança da concepção de educação na prisão18 a partir da inclusão desta entre os instrumentos do tratamento penitenciário e a estruturação da ciência penitenciária, direito penitenciário e direitos humanos, a educação e bibliotecas ganharam força complementares no discurso dos documentos em âmbito internacional e nacional, como no caso da: a) Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros, elaborado no 1º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Tratamento de Delinquentes, realizado em Genebra, em 1955, que estabeleceu a garantia específica à educação nas prisões (ONU, 1955); Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63019 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 b) Declaração de Hamburgo de 1997, que expõem sobre o direito da educação das pessoas presas, afirmando a preocupação de estimular oportunidades de aprendizagem a todos, em particular, os marginalizados e excluídos (ONU, 1997); c) As Regras Mínimas para o Tratamento do Preso no Brasil (Resolução no 14/94), no que trata o capítulo XII. Das Instruções e Assistência Educacional (BRASIL, 1994). Quanto ao debate em âmbito nacional sobre a educação na prisão, cabe frisar que sua realização tem pesquisa escassa e carece melhores estudos atualizados sobre sua realização e a realidade com que tem sido ofertada na atualidade e a que tipo de demanda tem sido beneficiada. Contudo, a educação na prisão é um direito do apenado e interno regulamentado atualmente pela Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/1984, BRASIL, 1984), tendo como finalidade regimentar em âmbito nacional “[...] o funcionamento e a efetivação das disposições de sentença ou decisão criminal, e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e interno” (VASQUEZ, 2007, p. 5). Entretanto, apesar das prerrogativas legais serem inúmeras quanto ao convite para a utilização das bibliotecas nas prisões, como um espaço físico que colabore para o processo de desprisonização, os problemas em torno do funcionamento das referidas bibliotecas são vastos, dentre eles pontua-se: a) Escassez acervo bibliográfico específico à realidade prisional, além de livros didáticos, recreativos, paradidáticos, revistas científicas, jornais e outros; b) Falta de profissionais habilitados para organização de acervo bibliográfico reduzido espaço físico destinado à biblioteca, além do acesso restrito dos condenados e internos quanto ao acervo bibliográfico, por motivos que envolvem, às vezes, interesses dos próprios internos dentro dos pavilhões que fogem à competência dos profissionais da educação dirimi-los; c) Do resultado de revistas feitas pelos agentes penitenciários nos pavilhões acompanhados de uma postura de desrespeito a leitura e materiais escolares. Pelos problemas expostos, cabe esclarecer que a cultura latente nas instituições penais é a cultura prisional, correspondente ao desenvolvimento de hábitos, linguagens, comportamentos e atitudes de interesse a satisfação de necessidades da sociedade cativa (CLEMMER, 1960, p. 294-320). No capítulo XII intitulado “Culture and the Deternination of Attitudes” da obra The The Prison Community, acompanhado do que poderíamos chamar de cultura do controle social, caracterizada pela vigília do corpo e punição a alma do sujeito- prisonizado. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63020 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 É provável que a realidade seja desconhecida, porque a própria Lei de Diretrizes e Base da Educação (Lei no 9.394/96), não faz nenhuma menção às especificidades das tensões, dilemas e problemas que enfrentam os membros da comunidade escolar- prisional, entretanto, constitui parte da rotina diária dos professores nas prisões (BRASIL, 1996). Em outras palavras, a realidade do contexto escolar-prisional é intrínseca a uma questão fundamental: a luta constante pela mantença da vida dos profissionais que desenvolvem suas funções, na área da educação, segurança, saúde e administração, executando o cumprimento das assistências regulamentadas na Lei de Execução Penal, além da saga pela sobrevivência dos condenados e internos no trâmite dos interesses particulares do poder prisional. Contextualizando o retrato das escolas inseridas na prisão, é possível entender que os docentes que nelas atuam levam para seu interior a realidade de escolas da educação básica, sem considerar a realidade prisional em suas práticas pedagógicas e metodologias adotadas, o que deveria ser levado em consideração a contextualização prisional aos procedimentos de ensino aprendizagem em ambito prisional (VASQUEZ, 2007). Assim, corresponde a uma espécie de adesão à cultura prisional que ocorre por meio do fenômeno da prisonização da população carcerária, ou seja, a assimilação ou absorção do “preso novato” ao ambiente prisional. A cultura prisional em seu sentido mais completo é uma organização social formal e informal da penitenciária, além de interações ou relacionamentos entre homens e funcionários que trabalham na prisão (VASQUEZ, 2008). Por cultura escolar no contexto da prisão entende-se o conjunto formado pelos conhecimentos, comportamentos e sistema de valores que balizam a execução dos direitos do ser humano em cumprimento de pena privativa da liberdade, que é manifestado ou compartilhado pelo corpodocente e técnico-administrativo, como tentativa de fomentar a reflexão quanto à forma de interação entre os membros da comunidade escolar prisional ou ainda, como tentativa de incultar as relações sociais ou interpessoais necessárias para conviver entre os membros da “sociedade livre” (VASQUEZ, 2007). Importante também ressaltar que a cultura do controle social é outro tipo de cultura que também impera entre dentro do no ambiente carcerário, referida cultura para muitos que trabalham no sistema carcerário não deveria receber a assistência educacional. Esta cultura social é revestida por sistemas de valores, atitudes e outras opiniões interna e externamente. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63021 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 A cultura do controle social no interior das prisões é compartilhada por parte dos grupos de funcionários atuantes na área da segurança pública e administração penitenciária, e manifesta-se diariamente pela demora das tomadas de decisões; quanto à liberação do sujeito preso de sua cela para apresentar-se na escola, o que impede a promoção da cultura escolar e acarreta em implicações para as relações sociais entre os sujeitos prisonizados. Por conseguinte, a ampliação dos componentes da cultura prisional como mecanismo de resistência ao sistema de controle, vigília e punição vigentes no sistema penitenciário brasileiro. Essa realidade peculiar está nas pautas de debates do processo de implantação das políticas públicas para educação penitenciária no Brasil e nas publicações recentes. A educação penitenciária brasileira vem se desenvolvendo desde a segunda metade do século XIX, orientada por uma vasta legislação e obras de diferentes áreas do conhecimento científico, como da ciência penitenciária e direito penitenciário, e a partir do século XX, dos direitos humanos, política criminal e penitenciária, execução penal e educação propriamente dito. No início do século XXI, a história da educação penitenciária brasileira encontra- se num momento de intenso debate em âmbito nacional, em virtude de as unidades federadas estarem em fase de elaboração de seus Planos Estaduais de Educação em Prisões o que é resultado das diretrizes nacionais para o referido grupo de sujeitos que trabalham com assistência educacional a população carcerária na modalidade educação de jovens e adultos, e educação profissional os quais são professores da rede pública, monitores presos e outros profissionais contratados pelos órgãos competentes em cada estado da nação brasileira. A Educação nas Prisões no Brasil ainda necessita de grandes investimentos em políticas de execução penal que privilegiem a reinserção social daqueles que cumpriram suas dívidas com a sociedade e agora precisa reintegrar-se a esta mesma sociedade. O Estado do Amapá, através da Vara de Execução Penal (VEP), aderiu a remição pelo estudo desde 2005, como meio de instrumento de justiça social e de resgate dos direitos de cidadania daqueles que estão segregados. O cálculo do período da remição é de 18 (dezoito) horas/aula corresponde a 01 (um) dia de pena remido22. Para que o aluno-preso tenha efetivado o direito à remição de pena pelo estudo, é necessário que o Diretor da escola seja o responsável em providenciar a elaboração de documentos que comprovem a frequência e o aproveitamento dos alunos-presos, e pelo Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63022 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 menos tiverem frequentado 75% (setenta e cinco) das aulas. Entretanto, cabe ao diretor(a) do estabelecimento penal encaminhar ao Juízo das Execuções Penais, os documentos comprobatórios. É preciso esclarecer que tanto a remição pelo trabalho, quanto a remição pelo estudo, só tem eficácia se for deferida por sentença judicial23 e tal competência é do Juízo das Execuções Penais, que deverá ouvir previamente o MP- Ministério Público. O aluno-preso que exercer a função de “monitor” dos demais alunos na escola também terá direito a remição de pena pela educação. Silva (2011), faz uma análise profunda sobre a origem e a evolução do instituto da remição da pena pela educação, não somente como um instrumento da execução penal, mas como um instrumento da política educacional. Inicialmente, referido autor partiu da análise de vários Projetos de Lei (PL) apresentados por Deputados e Senadores do Congresso Nacional no período de 1993 a 2011 acerca da remição da pena pela Educação. Apontou em suas análises que na época investigada existiu uma omissão dos parlamentares em relação ao tempo remido pela educação, segundo ele, para os parlamentares “[...] a remição pelo trabalho faz parecer um modelo ideal e bem- sucedido, capaz de servir como parâmetro para a remição pela Educação” (SILVA, 2011, p. 88). Trabalho e Educação são categorias absolutamente distintas, cumprem propósitos diferentes na sociedade humana e requerem habilidades e competências distintas, ainda que, ambas as categorias tenham sido concebidas historicamente como caminhos possíveis para a ascensão social. As duas questões não podem ser tratadas sob a mesma perspectiva. Silva (2011) salienta que a remição da pena pela Educação não deve reproduzir as mesmas coisas ocorridas com a remição pelo Trabalho. Para que a remição de pena se concretize na sociedade brasileira, o ideal seria a criação imediata de um Projeto de Lei que associe a remição simultânea de trabalho e educação, assim, cada pessoa presa nos regimes fechado e semiaberto teria a chance de mostrar e realizar seu potencial, seu desejo de tornar-se mais do que é e de vir a ser tudo aquilo que se pode ser e, desta forma, a remição anteciparia o retorno a sociedade livre. Embora sejam categorias diferentes, estão interligadas uma a outra com o mesmo fim, pois, somente com o estudo e o trabalho, oferecidos ainda no cárcere, haverá o resgate da autoestima e do papel social do indivíduo, pois, forjados valores até então desconhecidos e distantes da maioria dos integrantes do corpo social, que o receberá depois de atingido o termo legal, descortinando-se com isso, uma opção clara e bem Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63023 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 delineada, que segue na direção oposta à da reincidência, e que converge, sobretudo para uma sociedade mais segura. Silva (2011) apontou 17 (dezessete) erros, distorções e vícios da remição pelo trabalho e que não deve se repetir na remição pela educação25. Silva conclui seu artigo comparando a atuação parlamentar do Congresso Nacional com educadores brasileiros como Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e Paulo Freire, afirmando que estes fizeram mais pela Educação brasileira do que qualquer parlamentar ou governante. Sobre a remição pelo estudo, deixou sua contribuição para o aprimoramento de propostas concernentes à remição da pena pela educação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Em um Estado Democrático de Direito, os Institutos da remição de pena pelo trabalho e pela educação, são tão importantes, porque se constituem em direito humano inalienável, um meio eficaz e pressuposto imprescindível para que o preso retorne ao seio social totalmente reintegrado e isso trará um impacto positivo no sistema penitenciário brasileiro, se as sinergias entre as políticas setoriais estiverem associadas. A escola em prisões constitui-se em um espaço de diálogos, entretanto, precisamos desmistificar a preocupação de como as práticas educativas serão desenvolvidas neste espaço em meio à turbulência de lidar com policiais civis e militares, coordenadores de regimes, chefes de segurança, enfim, todos aqueles que só conhecem a cultura prisional (encarceramento) que aindaimpera no sistema penitenciário. É preciso unir forças para que estes segmentos também se adaptem e vejam com outros olhos a cultura escolar, isto é, a educação como um direito humano dentro da prisão, pois só assim, podemos falar verdadeiramente em Humanização na Prisão. As penitenciárias serão transformadas em grandes escolas profissionalizantes com condições físicas e estruturais, onde não existirão guardas, apenas professores ajudando a promover a autoestima e a plena cidadania daquele que um dia foi rotulado de “criminoso”. Isso tudo, em harmonia com os avanços da Criminologia e da Ciência Penitenciária contemporânea. 3 O SISTEMA DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES O sistema educativo brasileiro não tem uma definição homogênea, mas sim, muitas contradições, que está determinada por distintas épocas e países que as identificam. No caso em tela, o sistema educativo brasileiro é um sistema que apresenta muitas falhas, principalmente na educação básica, com sérias implicações na formação Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63024 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 do estudante universitário. Some-se a isso, a falta de comprometimento de alguns professores com a transmissão dos conteúdos teóricos e práticos dos planos de ensino e com a educação de jovens e adultos. Em uma visão macro, o sistema educativo destina-se à educação formal controlada pelo Estado com conexões diversas com a sociedade, mediante suas complexidades e, está ordenada através de uma estruturação de suas atividades, as quais se encontram inter- relacionadas e funcionam como um sistema. Sistema este que forma um conjunto de redes sociais que se entrecruzam e trazem o mesmo objetivo: educação como resultado de processos históricos e sociais e, que por sua vez é que modela identidades culturais a nível individual e social. A educação básica objetiva o desenvolvimento do educando, assegurando ao mesmo a formação comum indispensável para o exercício da cidadania, fornecendo- lhes meios para que possa progredir no trabalho e nos estudos posteriores. A educação básica pode estar disponível no ensino regular na educação de jovens e adultos, educação especial e profissional; sendo que esta última pode ser também uma modalidade da educação superior. O sistema educativo brasileiro, embora bem estruturado e apresente muitas falhas, principalmente na educação básica, com sérias implicações na formação dos estudantes universitários. Merece, contudo, ser ressaltada a falta de conhecimento da Língua Portuguesa. Some-se a isso a falta de comprometimento de alguns professores de alguns conteúdos teóricos e práticos dos planos de ensino e com a educação de jovens e adultos. A política educacional brasileira ainda está longe do ideal; a educação básica deixou de ser prioridade para a universidade brasileira. Ainda há poucos investimentos do Governo Federal na educação básica e na valorização dos professores, mesmo com a implantação da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e da plataforma Freire vinculada à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Sem um salário inicial atraente em um plano de carreira que valorize a profissão, poucos são os jovens que terminam o Ensino Médio e querem seguir a carreira do Magistério. Ainda assim, existem alguns “professores heróis” que colocam a escola pública no plano de prioridade que elas merecem. Para Fragoso (1994), a educação é o elemento da vida social responsável pela organização da experiência dos indivíduos na vida cotidiana, pelo desenvolvimento de sua personalidade e pela garantia da sobrevivência e do funcionamento das próprias coletividades humanas. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63025 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 4 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NAS PRISÕES COMO POLÍTICA PÚBLICA A educação profissional nas prisões brasileiras é enfocada neste subitem a partir de uma perspectiva de direitos, pois esta se constitui com valor em si mesmo enquanto conjunto de ferramentas, capacidades e disposições que ampliam as possibilidades de gerar projetos genuínos de inserção / inclusão social, cultural e econômica. A educação no sistema penitenciário perpassa pelo direito à assistência educacional e deve contemplar a educação básica na modalidade educação jovens e adultos, a educação profissional e tecnológica, e a educação superior; para a reintegração social como forma de ajudar o ser humano privado de liberdade a desenvolver habilidades e capacidades para estar em melhores condições de disputar as oportunidades socialmente criadas, por isso, ofertar educação de qualidade em estabelecimentos penais não é tarefa fácil, dada a especificidade da ação. Entretanto, é uma tarefa imprescindível e contínua, que recai diretamente na elaboração no planejamento das ações didáticas, quanto à necessidade de incluir no plano de ensino a transversalidade de temas que digam respeito a valores éticos que devem nortear as relações sociais entre os grupos humanos. A Constituição Federal no seu artigo 205 preconiza que a “q educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa” (BRASIL, 1988). A educação profissional penitenciária é de suma importância para a concretização da qualificação profissional, esta dá efetivamente ao egresso a oportunidade de, em liberdade, dispor de uma opção para o exercício de uma atividade profissional para a qual é exigido um mínimo de escolarização, tendo em vista que a educação é um direito universal. Maeyer (2013) entende que educar no sistema prisional é uma forma de garantir humanidade aos apenados enquanto estão cumprindo as sentenças por suas condutas ilicitas. Sem se deixar de lado a possibilidade de participar do mercado de trabalho e de políticas assecuratórias de sua inclusão social após o cumprimento de sua pena. Apesar de sua características formativa, a educação prisional segundo esse autor, pode ser usada “[...] ferramenta democrática de progresso, não mercadoria. A educação deve ser aberta, multidisciplinar e contribuir para o desenvolvimento da comunidade” (MAEYER, 2013, p. 22). A profissionalização do apenado facilita a sua reinserção no mercado de trabalho, desta forma, ao sair da prisão, já tem um ofício que poderá ter continuidade na sua vida pós-cárcere. As políticas públicas de educação e trabalho necessitam da participação de toda a sociedade, ou seja, de cada um de nós, bem como da responsabilidade do poder Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63026 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 público. Essas duas dimensões se unidas, podem humanizar os presídios. Para alcançar estes objetivos, o sistema penitenciário precisa se direcionar a valorizar o trabalho prisional, assim como a assistência educacional, formal e profissionalizante, tem que preparar o indivíduo para que estes ao sair da prisão, não fiquem alijados do sistema produtivos e, propensos a retornar ao mundo do crime. Os egressos mais do que quaisquer outros indivíduos desempregados necessitam de proteção especial. Assim, a educação formal e profissional amplia as possibilidades de (re)inserção social, econômica e cultural do egresso no mercado de trabalho, forma parte da dignidade humana, porque mesmo depois de pagado sua pena na Justiça, o estigma de egresso não sai do sujeito. Ele mesmo leva consigo essa característica, não consegue se inserir na sociedade, pois sente que os outros vão agir com preconceito ou por acharem que não são mais capazes de voltar à sua vida habitual. Se as políticas de educação e trabalho foram aplicadas corretamente, tornam-se passíveis de corrigir distorçõesdas estruturas que, em razão dos vícios, acabam comprometendo os processos impostos pela lei de execução penal, tais como: reeducação, ressocialização e reintegração do indivíduo condenado. O que realmente importa é o sujeito histórico, concreto, em suas condições particulares de ser e de existir. Nos últimos anos o Brasil tem dado uma função mais educadora ao cárcere no sentido de apontar como uma das formas alternativas de reinserção social através de projetos ressocializadores a exemplo do programa “Começar de Novo” instituído pelo Conselho Nacional de Justiça a nível nacional e o projeto Petrobras a nível local. Esses programas respeitam a inserção dos sujeitos na sociedade laboral e, consequentemente os direitos que a eles correspondem. Os planos estaduais de educação nas prisões correspondem em um avanço significativo no Brasil, pois são estes que norteiam toda a política concernente a este segmento. Partindo dessas considerações é possível constatar que a educação penitenciária não deve ser considerada unicamente para a reinserção social do sujeito na sociedade, nem tampouco uma ferramenta para remir pena. A educação tem que ser considerada como um direito, independentemente se o sujeito está ou não em privação de liberdade. Desta forma é preciso que seja feito algo no sentido, senão, de resolver, ao menos, de minimizar ao máximo o equívoco que existe na sociedade de que a educação penitenciária deva ser diferenciada, isto como se os sujeitos presos não merecem exercer sua plena cidadania através do direito à educação formal. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63027 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 Os Programas Educacionais voltados para a Educação Básica de Jovens e Adultos no cárcere devem ser ampliados no sentido de alfabetizar àqueles que não sabem ler nem escrever e, sobretudo, trabalhar para a construção da cidadania do apenado. Assim, “[...] por mais que a prisão seja incapaz de ressocializar, um grande número de detentos deixa o sistema penitenciário e abandona a marginalidade porque teve a oportunidade de estudar” (SALLA, 1993, p. 67). A barreira da prisionalização deve ser rompida, tem-se o dever de resgatar a autoestima, o fortalecimento da identidade do sujeito e a cidadania, principalmente daqueles que agora são egressos do sistema penitenciário. As políticas repressoras e punitivas fazem com que os efeitos da prisionalização sejam devastadores, não apenas para aqueles que estão em privação de liberdade, mas também para sua família que sofre todos os efeitos; ademais, a prisionalização precisa ser melhor discutiva por toda a sociedade objetivando a melhoria da educação penitenciária, mas, é claro, com políticas públicas na área e que venham contribuir com a redução dos problemas educacionais no contexto carcerário. 5 CONCLUSÕES A educação prisional como uma das modalidades das etapas da educação básica é de responsabilidade do Estado para garantir o direito à educação formal e profissional para todas as pessoas e ainda para aquelas privadas de liberdade, sendo que para o exercício pleno deste direito, é necessário que o reeducando no momento do seu ingresso na instituição penal (re)inicie seus estudos de onde parou, porque é a escola o lugar próprio onde é possível pensar uma sociedade mais voltada para a inclusão, que valoriza os sujeitos como sujeitos de direito. Neste contexto, a escola se converte num lugar privilegiado para o resguardo da dignidade humana, além de possibilitar a restituição da cidadania de homens e mulheres através de um novo e futuro projeto de vida ao retornar à sociedade livre, embora esta mesma sociedade tenha dúvida em relação à ressocialização deste que deseja muitas das vezes somente uma oportunidade. Enquanto isso, a reincidência criminal cresce a cada dia, e na maioria das vezes constata-se que o sujeito que deixa o cárcere após o cumprimento de sua pena volta a cometer crimes piores do que o anterior; é como se a prisão o tivesse tornado ainda mais nocivo ao convívio social e isso, infelizmente ainda acontece em todos os estados brasileiros, daí a importância da educação na vida dessas pessoas. Estes sujeitos para obter Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63028 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 os bens que a classe hegemônica considera necessários para “ter poder” na sociedade e em não conseguindo oportunidades lícitas de trabalho, acabam buscando formas alternativas para alcançar seus objetivos e é aqui que recorrem a outro delito como único meio de consecução deste objetivos. Os objetivos foram alcançados, a problemática foi respondida e confirmou-se a hipotese. No sistema penitenciário o sistema de educação profissional para os apenados foi organizado como segmento que se insere na estratégia de prevenção criminal recomendada pela Declaração de Viena (2000) aos países membros da ONU. As recomendações trazem, especificamente, pontos que revelam a posição da ONU sobre a importância de políticas públicas para a população egressa, entre elas a incorporação de egressos nas forças produtivas dos seus respectivos países como estratégia de reintegração social. Os egressos do sistema prisional ao retornarem para a sociedade, levam consigo na bagagem seu histórico prisional, o estigma e a ilusão da liberdade, pois seu acesso aos direitos mínimos de cidadão é dificultado em todos os aspectos, inclusive em dar prosseguimento em seu processo educacional. O apenado, o egresso, ao ser tratado com dignidade e respeito, vê que é possível recuperar-se e não mais ter uma vida delituosa como antes. Tal fato implicará diretamente na vida dele próprio e também na vida da sociedade que sentirá os efeitos de tal recuperação, os índices de violência irão baixar e a qualidade de vida irá melhorar. Daí, o fortalecimento da autoestima, bem como, a promoção de acesso a bens e serviços visando incluí-los como sujeitos participantes da sociedade, e isso deve ser o grande desafio da inclusão. Para que o egresso do sistema prisional não sofra exclusão do sistema e consiga evoluir, é necessária formação educacional e qualificação profissional, ele precisa estar preparado quando sair e, o tempo livre na prisão, serve para afastar o ócio, e ser preenchido com atividades unicamente profissionais todos os dias, pois no estudo foi possível identificar o grau de insatisfação com o salário que ganham, e, como a sistema capitalista é excludente por natureza, o único aspecto que atrai as pessoas numa determinada atividade profissional é a sua remuneração e, não tendo uma boa remuneração, muitos acabam voltando ao mundo do crime, onde “as conquistas são mais rápidas”. O Estado vem demonstrando através das políticas sociais de inclusão do egresso que está ciente da incapacidade das prisões em reeducar seus detentos. E percebe-se que Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63029 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 o estado que pune é o mesmo que propicia sua reintegração. Pôde-se perceber que por meio de programas e projetos ressocializadores surgem as oportunidades que os egressos não encontraram quando estavam na prisão. A oportunidade de se (re)integrarem na sociedade, como ser humano que cumpria sua pena. A sociedade e as autoridades devem conscientizar-se de que a principal solução para o problema da reincidência passa pela adoção de uma política de apoio ao egresso, fazendo com que seja efetivado o previsto na Lei de Execução Penal, pois se permanecer da forma atual, o egresso desassistido de hoje continuará sendo o criminoso reincidente de amanhã. É preciso que o Estado proporcione instrumentos pós-pena, para amenizar, diminuir ou excluir o efeito dissocializadorda sanção. Sugerimos que o Estado-Juiz, efetive medidas ressocializadoras pós-cumprimento da pena, tais como: Proporcionar ainda no cárcere simultaneamente educação e trabalho para a remissão de pena e que essa seja calculada em dobro e isso tem que iniciar ainda quando a pessoa esteja presa e, quando de sua liberdade, já como egresso não levar aquele rótulo de carregar um lastro de vigília eterna. Esses instrumentos devem ser difundidos positivamente para toda sociedade e assim, contribuir para a correção das falhas existentes nas políticas de reinserção social e na aplicação menos rígida das penas. Se o objetivo é ressocializar o cidadão, não dá para fazer isso sem educação. A educação representa o meio ideal para que o condenado evite a reiteração no crime. A educação como forma de ressocialização do homem preso é uma solução que certamente contribuirá para a diminuição da criminalidade no Estado e conseqüentemente para a reinserção social, seja do preso provisório, seja do condenado, e quiçá a educação será uma nova causa de extinção da punibilidade, apontando para um caminho fértil de aprendizagem para o aprimoramento humano do preso, dando-lhes condições de fortalecer o alicerce da reconstrução pessoal para merecer o respeito e confiança dos cidadãos no convívio social. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 63030 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.9, p. 63015-63031, sep., 2022 REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto nº 3647 de 23 de abril de 1900. Estabelece Regulamento da Casa de Correção da Capital Federal. (Reprodução digital de texto original da Biblioteca do Senado Federal/SICON). 1900. BRASIL. Decreto nº 8296 de 13 de outubro de 1910. Estabelece Regulamento da Casa de Correção da Capital Federal. (Reprodução digital de texto original da Biblioteca do Senado Federal/SICON). 1910 BRASIL. Decreto nº 8386 de 14 de janeiro de 1882. Estabelece Regulamento da Casa de Correção da Corte. (Reprodução digital de texto original da Biblioteca do Senado Federal/SICON). 1882 BRASIL. Lei no 7.210/84. Institui a Lei de Execução Penal. In: GOMES, L. F., (Org.). Constituição Federal, Código Penal, Código de Processo Penal. 8 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. CAMARGO, Maria Soares. A prisão. Revista Serviço Social & Sociedade, v. 1, n. 33, 1990. CLEMMER, D. Chapter. Culture and the Deternination of Attitudes. The Prison Community.3 ed. New York: Holt, Rinehart and Winston. 1960 FOUCAULT, M., M. Microfísica do Poder. 20 ed. Trad. R. Machado. São Paulo: Graal, 2004. FOUCAULT, M., M. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. Trad. de Lígia. M. Pondé Vassalo. Petrópolis: Vozes. FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de Direito Penal. A Nova Parte Geral. Ed. Forense. 1994 MAEYER, Marc de. 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