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Estudo sobre O Direito na História – José Reinaldo de Lima Lopes Sobre a história do Direito: Seus métodos e tarefas A história e a história do direito Depois de décadas de abandono, se voltou a estudar a história do Direito, pois como disse Octavio Paz: “em tempos de crise, uma sociedade volta seu olhar para o seu próprio passado e ali procura por algum sinal”, e assim inferimos que buscamos orientação na história de como prosseguir. Surge, então, duas possibilidades na mudança (crise), ou regressar para o tradicional e “melhor”, apoiar o fundamentalismo ou aceitá-lo e compreender os sentidos que podem ser dados a ela. Deve-se ter em mente que toda a História está recheada de crises e mudanças, ora para melhor, ora pior. Questões de método da história do direito Primeiro se faz necessário criar um método de como compreender a nova história, pois essa passou a adotar diversas formas ao deslocar seu centro de atenções para a vida material, ou seja, a vida cotidiana, rotineira e de pequenas mudanças. Descobriu-se, então, um elemento essencial para o historiador: o estranhamento. Há também a vertente da história total, que engloba a história das estruturas (cotidiano) e dos episódios (grandes feitos), que incute uma necessidade de estar atento as duas e levantar suspeitas. Suspeita do poder: seu objeto é sempre um elemento do poder, o exercício da autoridade formalizada pelo direito. Suspeita do romantismo: a história do direito que se fez antes foi uma história romântica. Como a escola histórica e de Savigny que era basicamente nacionalista e tradicional que defendia que não deveria acontecer o afrancesamento do direito germânico, pois as leis provem do “espírito do povo”. Assim se configura o romantismo de Savigny. Suspeita das continuidades: Para escapar de uma história legitimadora do status quo é indispensável pensar que fomos precedidos por gerações diferentes de nós e seremos sucedidos por gerações diferentes. Suspeita da idéia de progresso e evolução: ter bastante cuidado com as concepções de organicistas e evolucionista, pois o futuro é contingente e aberto e o direito é uma invenção humana, além de invenção cultural bastante particular. As tarefas da história do Direito. De acordo com a tripartição simplificada de Lawrence Friedman: o direito pode ser visto como: 1) ordenamento, isto é, conjunto de regras e leis), 2) uma cultura, um espaço onde se produz um pensamento, 3) um conjunto de instituições. No âmbito do ordenamento, tudo se inicia pela história das fontes, pois o que efetivamente vale e obriga como direito? O costume ou a lei, pois enquanto naquele o “mais antigo vale”, neste “o mais recente revoga”. E ainda há a questão das normas técnicas, que é imprescindível em várias facetas do direito. Na cultura os problemas são maiores, pois historiar a cultura jurídica é historiar o modelo literário, os gêneros, as inovações na exposição da matéria, além da grande questão de que todos não têm a mesma cultura. As instituições, no entanto, são mais fáceis de visualizar sua influência na vida jurídica. Como na distinção entre estâncias jurídicas, organização processual, hierarquia de órgãos públicos e o próprio entre os sistemas formais de controle social; além da família, igreja e vizinhança como os informais. Propósitos. Dois objetivos delinearam os argumentos do autor neste texto. O primeiro é destacar que há um vastíssimo campo do saber a ser desbravado na disciplina jurídica e que há muito a ser feito no campo da história do direito no Brasil. Em segundo, que a História não é dispensável no estudo do Direito, e que tem muito que desempenhar na desmistificação do eterno.
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