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NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 160 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING NO AGRONEGÓCIO 11.1 MERCADO CONSUMIDOR E COMPORTAMENTO DE COMPRA No universo do marketing, a figura do consumidor é vista como soberana, destacando-se como elemento central em todas as estratégias. Compreender a iden- tidade do consumidor, suas exigências, comportamentos, visões, afetos, influências recebidas e sua resposta aos diversos estímulos, tanto do ambiente quanto dos ele- mentos do marketing-mix, emerge como tarefas fundamentais. Diversos elementos influenciam decisivamente nas escolhas de compra do consumidor, incluindo a seleção de produtos, marcas, pontos de venda e o momento oportuno para a compra. Eles são categorizados da seguinte forma: • Elementos culturais abrangem a cultura geral, subculturas (grupos menores dentro da cultura predominante, inclusive minorias) e estratificações sociais; • Elementos sociais incluem grupos de referência e influência – como líderes de opinião e a família – além dos papéis e status sociais do consumi- dor; • Elementos pessoais contemplam a idade, estágios do ciclo de vida familiar (solteiro, casado, com ou sem filhos, etc.), profissão, rendimentos, es- tilo de vida (hábitos de viagem, esportes, consumo cultural, etc.), convicções, interesses, opiniões, personalidade e autoimagem; • Elementos psicológicos envolvem a percepção (processos sensori- ais, atenção), aprendizado e memória, engajamento (varia de apatia a entusi- asmo), crenças, valores e motivações. No terreno das motivações, a Teoria de Maslow organiza de forma hierárquica as necessidades humanas. Segundo essa teoria, indivíduos atendem primeiramente suas necessidades fisiológicas, como alimentação e descanso. Uma vez satisfeitas, buscam suprir suas necessidades de segurança, cuidando da saúde e garantindo um AULA 11 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 161 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola lar. Posteriormente, voltam-se para necessidades emocionais e sociais, incluindo vínculos familiares, amizades e questões sexuais. Com es- sas necessidades atendidas, aspiram a satisfazer necessi- dades de estima, como res- peito, reconhecimento e con- quistas pessoais, visando al- cançar status na sociedade. Finalmente, esforçam-se pela autorrealização, buscando re- alização e desenvolvimento pessoais. Conforme Kotler (1998), o mercado de consu- midores é composto por indiví- duos e famílias que adquirem bens e serviços para uso próprio. Dentro deste mercado, identificam-se vários papéis desempenhados no pro- cesso de aquisição: • O Iniciador é quem propõe a ideia de realizar a aquisição. • O Influenciador é a pessoa cujas opiniões moldam a decisão de com- pra. • O Decisor é o responsável por tomar a decisão final sobre a aquisi- ção. • O Comprador é quem concretiza a compra. • O Usuário é quem efetivamente utiliza o produto ou serviço adqui- rido. É possível que esses papéis sejam distribuídos entre diferentes indivíduos ou acumulados por uma única pessoa. Além disso, o ato de comprar segue diversas fases. Existem muitos modelos teóricos que descrevem esse processo, sendo um deles o AIDA (Lewis, 1898, citado por Rodrigues, 2018). Esse modelo sugere que o processo se inicia ao capturar a Figura 25 – Hierarquia das necessidades de Mas- low – teoria da motivação Fonte: adaptado de Maslow, 1970 apud Rodrigues, 2018. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 162 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola atenção do consumidor, seguido por despertar o interesse, incitar o desejo e, final- mente, motivar a ação de compra, conforme indicado na sequência proposta pela figura 26. Após a compra, o consumidor pode experimentar satisfação ou insatisfação, o que influenciará sua decisão de repetir a compra ou não. No processo de adesão a uma inovação, o consumidor atravessa fases bem definidas: • Conscientização: ocorre o primeiro contato com a novidade, ainda que sem aprofun- damento. • Interesse: motiva-se a procura por mais informações a respeito da inovação. • Avaliação: pondera-se sobre vantagens e desvantagens, conside- rando a possibilidade de testes. • Experimentação: realiza-se um teste em pequena escala para julgar o valor da inovação. • Adoção: opta-se pelo uso contínuo e integral da inovação, incluindo futuras recompras. A complexidade do processo decisório varia também de acordo com a natu- reza do produto e a dificuldade envolvida na sua avaliação pelo consumidor. Como mencionado previamente, decisões sobre produtos de uso diário ou conveniência são tomadas de maneira mais simples, rápida e quase intuitiva. Por outro lado, aquisições que demandam comparações exigem um esforço considerável do consumidor, resul- tando em um processo mais meticuloso e prolongado. O grau de complexidade dessa decisão é influenciado por diversos fatores, como o preço do produto, a frequência com que é comprado, o grau de identificação do consumidor com o produto e seu nível de conhecimento sobre ele. Figura 26 – Modelo AIDA de processo de compra. Fonte: adaptação de Geração Interativa (online) apud Rodrigues (2018) NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 163 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola 11.2 SEGMENTAÇÃO E POSICIONAMENTO Empresas podem adotar o chamado marketing de massa, dirigindo-se a uma ampla variedade de públicos com uma única estratégia homogênea, baseada nas ne- cessidades gerais do mercado-alvo. No entanto, alcançar todos os consumidores dessa maneira tem um custo proibitivo e apenas algumas empresas conseguem im- plementá-lo eficazmente. Os consumidores, em sua diversidade, estão espalhados geograficamente e têm diferentes necessidades e comportamentos de compra. Diante dessa realidade, adotar uma abordagem uniforme para todos os con- sumidores não é aconselhável. É preferível abordar clientes diversos com estratégias distintas, uma prática conhecida como marketing segmentado, que visa atender vários segmentos do público de maneira personalizada. Assim, é necessário que as empresas, antes de iniciarem suas ações, identi- fiquem as partes do mercado que mais lhes interessam e que elas podem servir me- lhor, a fim de direcionar seus recursos de maneira eficaz. A segmentação, que Churchill e Peter (2000) apud Rodrigues (2018) definem como o processo de "dividir um mercado em grupos distintos de compradores com necessidades, desejos, percepções de valor ou comportamentos de compra seme- lhantes", visa agrupar clientes de acordo com características comuns dentro de um segmento e diferentes quando comparados a outros segmentos. Para segmentar efetivamente um mercado, é necessário inicialmente estabe- lecer critérios de segmentação e, em seguida, definir os perfis dos segmentos identi- ficados. As principais bases para a segmentação incluem critérios geográficos (como região, tamanho do mercado, clima), demográficos (idade, gênero, estágio do ciclo de vida familiar, renda, ocupação, educação, etnia, nacionalidade), psicográficos (estilo de vida, personalidade)e comportamentais (ocasiões de compra, frequência de uso, lealdade à marca, conhecimento do produto, benefícios procurados, atitude em rela- ção ao produto). Após identificar os segmentos, é crucial avaliar sua atratividade. Os segmen- tos devem não apenas oferecer potencial de lucro, mas também ser acessíveis, viá- veis para serem atingidos com os recursos disponíveis e mensuráveis com clareza. A próxima etapa envolve escolher os mercados-alvo específicos e, para cada um, de- senvolver estratégias de posicionamento. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 164 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola Kotler e Keller (2006) apud Rodrigues (2018) definem o posicionamento como o processo de conceber o produto e a imagem da empresa de maneira a se estabe- lecer distintivamente na mente do consumidor. Com a enxurrada de informações so- bre produtos e serviços disponíveis, o posicionamento facilita a decisão de compra dos consumidores, ajudando-os a organizar e classificar as opções mentalmente. Os consumidores criam "escadas" mentais para categorizar produtos e mar- cas. Através do posicionamento adotado pela empresa, estabelece-se uma "localiza- ção" mental para cada produto dentro de sua categoria conhecida pelo consumidor. Pesquisas indicam que os consumidores geralmente se lembram de até 7 marcas em uma categoria específica, embora esse número possa aumentar para aqueles com maior interesse em uma categoria particular. Marcas que são mais facilmente lembradas, ou seja, as top of mind, ocupam o topo dessa escada mental, e para uma marca ascender nessa classificação, é ne- cessário um esforço contínuo de posicionamento. O posicionamento pode ser baseado em uma variedade de fatores, incluindo atributos do produto ou serviço, uso, ocasiões de compra, comparação com concor- rentes (especialmente marcas líderes que definem a categoria), identificação com os usuários, entre outros critérios. Para posicionar eficazmente, o processo envolve três etapas principais: 1) Identificar um conjunto de possíveis vantagens competitivas a se- rem exploradas. 2) Escolher as vantagens mais significativas e estabelecer uma posi- ção clara. 3) Comunicar eficazmente essa posição ao mercado-alvo, assegu- rando que a mensagem seja recebida e compreendida como desejado. A diferenciação pode ocorrer através de várias dimensões, tais como as ca- racterísticas intrínsecas do produto (como sua durabilidade, estética e performance), serviços adicionais oferecidos (incluindo instalação, entrega, garantia, e suporte pós- venda), a qualidade do atendimento ao cliente ou a imagem percebida da marca. Para que essas distinções sejam efetivamente impactantes, elas devem sa- tisfazer uma série de critérios: ser relevantes para o consumidor, superar a oferta dos concorrentes, ser difíceis de imitar, comunicáveis de forma clara, acessíveis ao pú- blico visado, economicamente viáveis para a empresa, e capazes de se manter ao NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 165 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola longo do tempo. Importante ressaltar que a relevância de certos atributos pode evoluir, refletindo as mudanças nas necessidades e nos valores dos consumidores, que estão sempre em fluxo. Isso exige dos profissionais de marketing uma vigilância constante e a capacidade de adaptar-se rapidamente às novas tendências. Ser o pioneiro em um mercado pode trazer vantagens significativas, conheci- das como a vantagem do pioneiro, pois os consumidores frequentemente associam a marca à categoria de produto que ela introduziu. Entretanto, o pioneirismo também implica em custos adicionais relacionados à educação do consumidor sobre a nova categoria, uma despesa que os concorrentes subsequentes podem evitar. As marcas podem optar por destacar múltiplos atributos ou concentrar-se em um único benefício distintivo, conhecido como Proposição Única de Vendas (USP), especialmente se esse for suficientemente forte. A simplicidade e a clareza na comu- nicação desse benefício podem facilitar o entendimento por parte do consumidor. Por- tanto, focar em comunicar um único benefício chave pode ser muito eficaz. É crucial que o posicionamento escolhido reflita a essência da marca, ou seu DNA, comunicando quem ela é e seus valores fundamentais. As opções de posicio- namento são vastas, permitindo que uma marca se apresente como acessível ou pre- mium, moderna ou tradicional, segura ou voltada para aventura, de caráter local ou global, mais humana ou tecnológica, séria ou divertida, entre outras possibilidades. Além do marketing segmentado, uma estratégia alternativa é o marketing de nicho, que se concentra exclusivamente em um segmento de mercado muito especí- fico, direcionando todos os esforços de marketing para atender de forma intensiva a um grupo reduzido de consumidores. Uma estratégia adicional é o marketing individual ou one-to-one, que consiste em elaborar ofertas completamente personalizadas para cada consumidor, aprovei- tando as capacidades do Customer Relationship Management (CRM). Essa aborda- gem tem ganhado cada vez mais terreno com o avanço das tecnologias digitais. Existem, porém, alguns equívocos comuns no posicionamento que devem ser evitados para garantir a eficácia da estratégia. Estes incluem: • Subposicionamento: situação na qual os consumidores têm apenas uma noção superficial sobre a marca, sem compreendê-la profundamente. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 166 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola • Superposicionamento: ocorre quando os consumidores têm uma percepção muito limitada sobre a marca, desconhecendo a amplitude de suas ofertas. • Posicionamento confuso: caracteriza-se pela falta de clareza sobre o que a marca oferece, deixando os consumidores incertos sobre suas pro- postas. • Posicionamento duvidoso: verifica-se quando os consumidores sim- plesmente não acreditam nas promessas feitas pela marca. Os consumidores tendem a buscar produtos e serviços que se alinhem ou reforcem a imagem que desejam projetar. Embora as empresas esforcem-se para de- finir e posicionar suas marcas de maneira clara, a imagem de marca efetivamente percebida é a que reside na mente e nas emoções do público. Isso significa que não basta apenas posicionar a marca; é essencial que esse posicionamento seja compre- endido e aceito pelo consumidor. O agronegócio é um exemplo de setor que adotou a segmentação e o posici- onamento de forma pioneira, dividindo o mercado conforme o tamanho das proprie- dades e abordando cada segmento de maneira específica. No entanto, poucas em- presas brasileiras do agronegócio têm um posicionamento claramente definido e co- municado aos consumidores. De modo geral, essas empresas possuem um entendi- mento limitado de seu mercado e definem de forma imprecisa seu público-alvo, le- vando a discrepâncias entre as expectativas dos compradores e a oferta das empre- sas em termos de preço e qualidade. 10.3 MARCAS E GESTÃO DA MARCA Os consumidores atravessam diversas fases em sua jornada com as marcas, começando como potenciais interessados e evoluindo até se tornarem defensores apaixonados. Essa trajetória pode ser descrita da seguinte maneira: • Suspect: Neste estágio inicial, o indivíduo é considerado um poten- cial consumidor. Ele ainda não demonstrou interesse específico,mas possui características que o identificam como um possível cliente da marca. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 167 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola • Prospect: O consumidor entra nesta fase quando começa a demons- trar interesse pela marca ou produto, estando em processo de prospecção. Há uma intenção de compra, e ele busca mais informações e considera ad- quirir o produto ou serviço. • Costumer: Após realizar a primeira compra, o indivíduo torna-se um consumidor real. Essa transação marca a transição de potencial interesse para um envolvimento concreto com a marca. • Client: Se o consumidor realizar compras subsequentes, passa a ser considerado um cliente. Esse estágio indica um comprometimento maior com a marca, com a repetição da compra demonstrando satisfação e lealdade ini- ciais. • Cliente fiel: Quando as compras se tornam recorrentes, o cliente é visto como fiel. Esse estágio reflete uma relação de confiança e preferência consistente pela marca. • Advocate/Brand Lover: No ápice da lealdade à marca, encontram-se os clientes que não apenas compram regularmente, mas também se tornam advogados da marca ou amantes da marca. Eles não apenas preferem a marca em suas próprias compras, mas também a recomendam ativamente para outros, defendendo-a e promovendo-a dentro de suas redes de contato. Este ciclo de vida do consumidor em relação às marcas destaca a importância de não apenas atrair novos clientes, mas de cultivar e manter um relacionamento du- radouro, incentivando a fidelidade e transformando clientes satisfeitos em verdadeiros embaixadores da marca. Figura 27 – Ciclo de vida dos consumidores em relação às marcas. Fonte: Rodrigues, 2018. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 168 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola A fidelidade do cliente a uma determinada marca emerge do nível de satisfa- ção e alegria que esta proporciona com o passar do tempo. Isso ocorre porque as marcas refletem a imagem que o cliente deseja projetar para o mundo. Ao adquirir uma marca, o consumidor efetivamente transfere sua admiração, respeito, estima e apreço por ela. Esses sentimentos, quanto mais profundos forem em relação a uma marca, mais aumentam o seu valor percebido. As marcas, portanto, tornam-se um veículo pelo qual as pessoas expressam admiração. Dentro desse ce- nário, a marca representa para o consumidor a quintessência da experiência de valor que ele extrai dela. Uma marca robusta não só solidifica a lealdade do consumidor, mas também eleva a impressão sobre a qualidade do produto, permite a aplicação de margens de lucro maiores e reduz a vulnerabilidade da empresa frente à concorrência. Além disso, oferece uma maior proteção contra elevações de preço e torna os consumidores mais propensos a responder positivamente a reduções de preço (não abandonando a marca por aumentos de preço e sentindo-se incentivados a comprar mais se os preços caem). Marcas de destaque abrem portas para licenciamen- tos e simplificam o processo de introduzir novas extensões de marca no mercado. Proporcio- nam, ademais, um escudo prote- tor para a organização em mo- mentos de crises de reputação, apesar de serem potencialmente mais expostas a críticas de opo- sitores devido à sua notoriedade. Uma marca transcende seu nome; ela é formada por sím- bolos, logos, caracteres, slogans, design, tom de comunicação e outros elementos que a compõem, criando assim o seu conjunto identitário, conforme ilustrado na Figura 28. Figura 28 – Elementos de marca. Fonte: Montex, 2015 apud Rodrigues (2018). NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 169 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola As marcas trazem consigo características próprias, vinculadas aos seus pro- dutos e serviços, que se convertem em vantagens para os consumidores. Essas van- tagens se dividem em aspectos racionais e emocionais. Por exemplo, a eficiência no serviço de um restaurante constitui um benefício racional, ao passo que a sensação de “maravilhamento” experimentada durante a refeição representa um benefício emo- cional. Elas também refletem os princípios da empresa, frequentemente associados à cultura do país onde a empresa foi fundada, além de poderem abordar ética, crenças e posturas. Assim como as pessoas têm suas personalidades, atribui-se às marcas uma identidade única, formada pelo conjunto de características adotadas através de seu posicionamento no mercado. Esta identidade é crucial para estabelecer uma conexão profunda e persistente com o público, similarmente ao impacto das personalidades humanas nos relacionamentos interpessoais. A identidade de uma marca pode ser moldada e fortalecida por meio de vínculos com celebridades, expressões artísticas, atividades esportivas, modos de vida e até pelos seus próprios consumidores. No setor do agronegócio, observa-se uma clara tendência à valorização de produtos por meio de marcas que indicam sua procedência. Um caso ilustrativo é o dos produtores de queijo da Serra da Canastra, no centro-oeste de Minas Gerais, que em 2014 introduziram o selo "Identificação Geográfica" na categoria "Indicação de Procedência", concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A finalidade era destacar a origem do produto para valorizar a produção local e, simul- taneamente, minimizar o risco de competidores fabricarem queijos de outras regiões e utilizarem indevidamente a denominação "canastra". Outro exemplo vem dos viticul- tores da Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, que dispõem de um selo de indicação de procedência para os vinhos daquela área, garantindo sua origem e qualidade. Isso contribui para expandir seus negócios e promover o turismo regional. Hoje, existem muitos produtos que já obtiveram o registro de indicação geo- gráfica: Camarões de Costa Verde, do Ceará; Cafés especiais do Norte Pioneiro, do Paraná; Própolis Vermelha, de Alagoas; Café da Alta Mogiana, de São Paulo; Ca- chaça de Salinas, de Minas Gerais; Arroz do Litoral Norte Gaúcho, do Rio Grande do Sul; Café da Serra da Mantiqueira, de Minas Gerais; Vinhos do Vale dos Vinhedos, do Rio Grande do Sul; Cajus, do Piauí; Vinhos de Pinto Bandeira, do Rio Grande do Sul; NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 170 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola Doces de Pelotas, do Rio Grande do Sul; Uvas do Vale do Submédio São Francisco; Cachaça de Abaíra, da Bahia; Queijos do Serro e da Canastra, de Minas Gerais; Vi- nhos de Monte Belo do Sul, do Rio Grande do Sul; Café da região do Cerrado Mineiro; Uvas e vinhos Goethe, de Santa Catarina. Investir na própria marca é a escolha mais acertada para uma empresa que visa ao sucesso a longo prazo. Contudo, um nome de prestígio e investimentos volu- mosos não garantem sucesso por si só. É imperativo adotar uma abordagem estraté- gica de gestão de marca, conhecida como branding, que deve ser consistente, sus- tentável e alinhada aos valores corporativos. O processo de branding eficaz começa com uma análise profunda da essên- cia da marca, frequentemente descrita como o DNA da marca. Esse exame revela o núcleo do que a marcasimboliza, seu conceito único e seus pontos de diferenciação. A partir dessa compreensão, estratégias de posicionamento são elaboradas para construir uma imagem positiva na mente dos consumidores. Em um ambiente comercial onde prevalecem produtos e serviços semelhan- tes, alta competição e consumidores exigentes e informados, o que realmente distin- gue uma marca é o seu caráter excepcional. As estratégias de branding desempe- nham um papel crucial em tornar marcas reconhecíveis, preferidas e estimadas pelo público, o que, por sua vez, eleva o valor de mercado da marca, conhecido como brand equity. O valor do brand equity pode ser medido por meio de várias técnicas que levam em conta o nível de reconhecimento da marca pelos consumidores, sua rele- vância e utilidade, além de sua importância financeira e de imagem para a empresa. Quanto maior for o brand equity, maior será a contribuição da marca para o valor de mercado da empresa. 11.4 PESQUISA DE MERCADO O aprofundamento no conhecimento sobre o consumidor capacita a empresa a se posicionar de maneira mais efetiva, aprimorar sua estratégia de marca e otimizar suas ações de marketing. A pesquisa de mercado é uma ferramenta valiosa que ofe- rece insights sobre o público-alvo, canais de distribuição, concorrentes, tendências de NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 171 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola consumo e outros elementos cruciais para o negócio, minimizando incertezas e maxi- mizando as chances de sucesso nos investimentos realizados. Ao dispor de dados relevantes, os gestores podem direcionar melhor suas decisões estratégicas. Há diversas maneiras de obter conhecimento sobre o público desejado, seja por meio de fontes secundárias, como livros, artigos e estudos preexistentes, seja através de fontes primárias, conduzindo pesquisas específicas para esse fim. Antes de iniciar uma pesquisa para entender melhor seu consumidor, é es- sencial que a empresa defina claramente quais são seus objetivos ou quais problemas deseja solucionar com essa pesquisa. Esses objetivos ou problemas servirão como guia para o foco da investigação, indicando o que precisa ser descoberto. Dependendo dos objetivos definidos, escolhe-se a metodologia de pesquisa mais adequada. Existem três abordagens principais utilizadas em marketing: explora- tórias, descritivas e experimentais. As pesquisas exploratórias ajudam a compreender melhor o problema em questão, utilizando métodos que incluem análise de fontes secundárias, levantamen- tos de experiências passadas, estudos de caso e observações informais. Já as pesquisas descritivas visam a conhecer e interpretar a realidade tal como ela se apresenta, sem tentar alterá-la. Têm por objetivo identificar, observar e descrever os fenômenos, categorizando-os e interpretando-os ao analisar as variáveis que os influenciam. Podem ser de natureza longitudinal, acompanhando as mudanças ao longo do tempo, ou transversais, realizando uma coleta de dados única. Essa mo- dalidade de pesquisa emprega técnicas variadas de coleta de dados, incluindo entre- vistas, questionários e observação direta. A pesquisa experimental se caracteriza pela alteração intencional de algum elemento da realidade, com o objetivo de observar as consequências dessas mudan- ças e estabelecer relações de causa e efeito. Este tipo de estudo busca explicar como e por que determinados fenômenos ocorrem. Os métodos de pesquisa podem ser categorizados de maneira mais geral em quantitativos, que incluem técnicas como enquetes e pesquisas de opinião realizadas com questionários, e qualitativos, que englobam grupos de foco, entrevistas em pro- fundidade, observação participativa e experimentos. As pesquisas quantitativas são conclusivas e servem principalmente para validar hipóteses preexistentes. Já as qua- NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 172 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola litativas tendem a ser exploratórias, ajudando a delinear aspectos ainda desconheci- dos de um determinado problema. Com frequência, um estudo qualitativo é realizado antes de um quantitativo para ajudar a definir o escopo da pesquisa subsequente. Nos grupos de foco, o cliente ou anunciante geralmente atua como observa- dor, o que possibilita antecipar algumas percepções antes mesmo das análises finais. Na abordagem quantitativa, é essencial determinar com precisão a população alvo, o perfil da amostra e o método de amostragem para garantir que a amostra seja verda- deiramente representativa da população estudada. A definição da amostra pode se- guir um critério probabilístico ou não, sendo que o tamanho da amostra influencia di- retamente os custos da pesquisa e as margens de erro aceitáveis. Na pesquisa qualitativa, uma técnica comum é a "bola de neve", na qual par- ticipantes indicam outros possíveis participantes, criando uma cadeia de amostras com perfis similares até que a cota necessária para o estudo seja atingida. Após a definição do método, os procedimentos de coleta de dados devem ser organizados, como a elaboração de questionários. Segue-se a coleta de dados em campo, preparação e análise desses dados, que podem ser descritivas ou explicati- vas, utilizando-se métodos estatísticos e análises multivariadas. Concluídas as análi- ses, um relatório detalhado é elaborado para apresentar as descobertas ao cliente. Com base nessas análises, o cliente está apto a tomar decisões informadas. Malhotra (2001) apud Rodrigues (2018) divide esse processo de pesquisa de marketing em seis etapas. 1) Definição do problema. 2) Elaboração de uma abordagem do problema (perguntas de pesquisa, hipó- teses, entre outros). 3) Concepção da pesquisa: a) Análise de dados secundários. b) Pesquisa qualitativa (quando houver). c) Métodos de coleta de dados quantitativos (survey, observação e ex- perimentação). d) Procedimentos de medição e escalonamento. e) Criação do questionário. f) Processo de amostragem e tamanho da amostra. g) Plano de análise de dados. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 173 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola 4) Trabalho de campo ou coleta de dados. 5) Preparação e análise dos dados. 6) Preparação e apresentação do relatório Existem instituições especializadas dedicadas a realizar diversos tipos de pes- quisa, que podem ser acionadas tanto por agências de publicidade quanto por empre- sas anunciantes. Contudo, os avanços tecnológicos associados à internet agora per- mitem que agências e anunciantes conduzam suas próprias pesquisas online, inclu- indo enquetes nas redes sociais, grupos de discussão virtual e questionários digitais. Alguns centros de pesquisa oferecem relatórios periódicos sobre estudos de marketing que são disponibilizados mediante assinatura para vários anunciantes inte- ressados. O Instituto Nielsen, por exemplo, é famoso por seus painéis de consumido- res, bases de dados abrangentes e métodos analíticos que mapeiam o mercado, for- necendo visões detalhadas sobre as interações dos consumidores com a mídia e seus padrões de compra. As pesquisas da Nielsen, mensalmente, fornecem dados sobre o tamanho dos mercados e a participação de mercado (market share) dos concorrentes em diferentes setores e categorias. É importante reconhecer, no entanto, que as pesquisas de mercado nãocap- turam uma "verdade absoluta" devido a várias limitações e possíveis vieses das me- todologias utilizadas. Elas oferecem um vislumbre da realidade, identificam tendências e são úteis para fundamentar decisões de marketing. Além dos resultados dessas pesquisas, outros fatores não devem ser negligenciados, incluindo a experiência em- presarial, observações de campo, feedback de equipes de vendas, distribuidores, opi- niões de especialistas, consultores, entre outros dados considerados pertinentes. Destaca-se a importância de realizar pesquisas, mesmo que informais, em detrimento de não realizar nenhuma. Os insights obtidos, mesmo que por meio de métodos simples de sondagem, podem oferecer orientações valiosas para o direcio- namento estratégico do negócio. Vá no tópico VÍDEO COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse o vídeo “Marketing no Campo – Pesquisa de mercado”. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 174 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola 11.5 ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING NO AGRONEGÓCIO O marketing no agronegócio tem experimentado um notável crescimento, im- pulsionado pela sua significativa contribuição para a economia. Observamos grandes empresas do setor empregando táticas de marketing eficazes, com definição precisa de seus públicos-alvo, estratégias de posicionamento de marca bem estabelecidas e o uso de uma ampla gama de ferramentas de comunicação, incluindo publicidade e eventos. No entanto, o campo ainda apresenta um vasto leque de oportunidades, es- pecialmente para os pequenos produtores. O agronegócio possui características únicas, como a homogeneidade perce- bida de muitos produtos, a localização dos negócios atrelada às áreas de produção em vez de focada no mercado, a distância considerável entre produtores e consumi- dores, a diversidade no perfil dos clientes e nos subsegmentos de mercado, além dos desafios impostos por fatores geográficos e climáticos. Esses aspectos tornam o mar- keting no agronegócio mais complexo que em outros setores. Contudo, os princípios fundamentais para elaborar um plano de marketing são os mesmos aplicados em in- dústrias e comércios tradicionais. A chave para o sucesso no agronegócio é colocar o cliente no centro das estratégias de negócio. A prática de alinhar a produção agropecuária às demandas dos consumidores é conhecida como agricultura orientada ao consumidor, ou "consu- mer driven agriculture". É essencial analisar o mercado e selecionar cuidadosamente os públicos-alvo, definir um posicionamento claro para cada segmento e focar nos atributos valorizados pelos consumidores, como qualidade, variedade, embalagem ou marca, para se destacar da concorrência. Para alcançar isso, realizar pesquisas de mercado e testar os produtos antes de introduzi-los ao mercado são passos cruciais. Diferenciação é um termo-chave no marketing agrícola. Identificar o que faz um produto se destacar em um mercado onde muitos são vistos como equivalentes é vital. O processo de tornar produtos tradicionalmente vistos como commodities em itens únicos é conhecido como descomoditização. Qualidade e preço, por si só, po- dem não ser suficientes para garantir o diferencial. É preciso criar um envolvimento mais profundo do consumidor com produtos do agronegócio. Assim, torna-se impera- tivo desenvolver propostas de valor e gerir marcas de maneira que se conquiste e mantenha a confiança do consumidor. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 175 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola O especialista em marketing no âmbito do agronegócio deve ter um conheci- mento abrangente sobre a cadeia produtiva inteira, compreendendo os padrões de consumo dos diferentes públicos, os canais de comunicação preferenciais dos produ- tores rurais, além de estar atualizado com as tendências que influenciam o setor. Em seu planejamento, deve incorporar ações alinhadas com essas tendências para otimi- zar resultados. Além de focar na diferenciação e na diversificação de produtos para alcançar novos mercados, é crucial para o agronegócio brasileiro estar atento a outras tendên- cias importantes. A internacionalização dos negócios, a rastreabilidade completa dos produtos, práticas sustentáveis, a uniformidade e pontualidade na produção, bem como uma enfática garantia da qualidade dos produtos (por exemplo, por meio da implementação de selos de qualidade), são aspectos cada vez mais relevantes. A valorização da procedência dos produtos, demonstrada através de selos de origem, e o atendimento às expectativas crescentes dos consumidores também são pontos crí- ticos. O consumidor contemporâneo deseja que sua alimentação contribua para sua saúde, bem-estar e satisfação, demandando simultaneamente conveniência e pratici- dade. A confiança na qualidade dos produtos é indispensável, assim como um apreço por práticas sustentáveis e éticas por parte das empresas do setor. Este novo perfil de consumidor reflete uma mudança profunda na relação entre a produção agrícola e o mercado, exigindo que profissionais de marketing do agronegócio se adaptem e criem estratégias que atendam a essas expectativas, promovendo produtos que não apenas alimentem, mas que também estejam alinhados com valores de sustentabili- dade, ética e responsabilidade social. Em 2014, o então presidente da Embrapa, Maurício Lopes, apontou temáticas de tendências relacionadas ao agronegócio e que devem fazer parte do contexto de marketing. • Estresses hídricos – Grande parte da água do planeta é destinada à irrigação agrícola, sendo esse recurso indispensável para a manutenção das lavouras, mas há que fazer uso consciente da água como premissa. Os consu- midores estão bastante atentos à preservação da água no planeta e valorizam empresas e produtos que trabalham neste sentido. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 176 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola • Mudanças climáticas – Com o clima cada vez mais instável, para evitar perdas na lavoura e toda uma série de consequências que podem acabar no desabastecimento da cadeia ou produtos de menor qualidade ao consumi- dor final, recomenda-se aos produtores o acesso a serviços de meteorologia, além de outras tecnologias disponíveis na produção. • Emissões na agropecuária – Descarbonizar a produção agrícola passou a ser tarefa muito importante, à medida que as organizações têm o compromisso de praticar ações sustentáveis, em paralelo à necessidade de atender as demandas de alimento da população. • Desperdício de alimentos – Em decorrência do grande desperdí- cio dos alimentos produzidos no mundo, o setor agrícola, responsável pela pro- dução, transporte e comercialização de alimentos, tem papel importante na busca de soluções para esse problema. Programas de doações de alimentos ou de incentivo ao consumo de frutas consideradas “feias” são algumas alter- nativas. • Mão de obra no campo – pela falta de mão de obra no campo e, ao mesmo tempo, pela necessidade de mecanizar as lavouras, há que fazer um trabalho no sentido de atrair novamente o jovem para o trabalho rural e capacitá-lo tecnicamente. • Nutrição e Saúde – Face ao problema da subnutrição e obesi- dade, há grande oportunidade para se colocar a alimentação saudável em pauta, como forma de prevenir doenças, cabendo ao setor agrícola apoiar po- líticaspúblicas pelo consumo de alimentos saudáveis e de qualidade. • Segurança biológica – o investimento no controle de pragas e con- taminantes para a biossegurança é fundamental, principalmente considerando a crescente importação e exportação de produtos do setor, além do maior nível de exigência dos consumidores. • Energia – a produção de energia como oportunidade para o agro- negócio, desde a produção de biocombustíveis até energias limpas, como a biomassa. • Preocupação social – promover a inclusão social do homem do campo, proporcionando mais qualidade de vida aos trabalhadores. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 177 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola • Turismo rural – oportunidade de aumentar os investimentos no tu- rismo rural, o qual ainda é pouco explorado no Brasil. Essas tendências atuais oferecem às empresas do agronegócio oportunida- des únicas para liderarem movimentos em prol de causas relevantes, posicionando- as na linha de frente de questões importantes para a sociedade. Essa postura não só fortalece a marca perante o público como também contribui para um engajamento maior em temas como sustentabilidade e responsabilidade social. O panorama da indústria agropecuária revela um terreno fértil para o cresci- mento e a expansão dos negócios. Segundo especialistas, o Brasil possui a chance notável de se destacar globalmente como uma nação essencial para atender à de- manda alimentar mundial. Contudo, alcançar esse patamar exige mais do que apenas excelência na produção e comercialização; demanda uma maior profissionalização das estratégias de marketing para promover internacionalmente a imagem do país de forma eficaz. Essa tarefa requer um esforço colaborativo de todo o setor. No Brasil, a Associação Brasileira de Marketing Rural (ABMR) desempenha um papel importante na formação de uma base sólida de profissionais capacitados na área, por meio da condução de pesquisas que atendem aos interesses das organiza- ções do setor. Embora represente um passo inicial promissor, fica evidente a neces- sidade de aprimorar a comunicação dentro da cadeia produtiva e fomentar a coope- ração entre todos os participantes do mercado, incluindo produtores, associações, co- operativas, certificadoras e exportadores, independentemente da concorrência, para impulsionar o crescimento coletivo do agronegócio. Em suma, o setor do agronegócio está em meio a uma evolução marcada por avanços tecnológicos e mudanças nos hábitos de consumo. Os especialistas veem a economia do agronegócio brasileiro com otimismo, destacando seu enorme potencial de desenvolvimento devido ao conhecimento técnico, à tecnologia aplicada, à criativi- dade e à inovação presentes no país. A aplicação de estratégias de marketing bem planejadas e executadas, aliadas a essas qualidades, promete propiciar significativos avanços para o agronegócio no curto, médio e longo prazo. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 178 Professor: Nome da Professor – Email do Professor GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola BIBLIOGRAFIA 1) ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos do Agronegócio. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 2) KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento e imple- mentação e controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 3) RODRIGUES, A. F. B. B. Gestão : marketing no agronegócio. Curitiba: SENAR AR/PR., 2018.