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Revista CONCRETO & Construções 
Periódico de divulgação técnico-científica e informativa 
 
 
Prevenção de riscos em ambientes insalubres na 
engenharia civil: Análise da NR 15 e CLT visando as 
melhores práticas aplicáveis em 
ambientes de alto risco 
 
 
Samay Christine Xavier Nascimento - samayxavier@gmail.com 
Vitória Frota Silva - vitoriastm7@gmail.com 
Centro Universitário da Amazônia - UNAMA 
Manuel Raimundo Rodrigues de Souza Júnior - Docente de Engenharia Civil - UNAMA 
 
 
 
Resumo: A construção civil brasileira acumulou 380 mil acidentes e 2.800 mortes entre 2012 
e 2023, evidenciando o abismo entre marcos regulatórios robustos e sua aplicação concreta. 
Este estudo analisou a NR 15 e a CLT para identificar práticas preventivas eficazes em 
ambientes de alto risco. Mediante revisão bibliográfica qualitativa, examinou-se a 
caracterização técnica da insalubridade, catalogaram-se agentes nocivos prevalentes em 
canteiros: ruído, poeiras minerais, vapores químicos, temperaturas extremas; e investigaram-se 
medidas de controle hierarquizadas. Casos concretos demonstraram que excelência preventiva 
resultou da convergência entre engenharia, gestão competente e cultura organizacional 
genuinamente comprometida. Concluiu-se que a monetização de riscos via adicional de 
insalubridade perpetuou ambientes deletérios. Tecnologias emergentes: BIM, IoT, realidade 
virtual, ofereceram oportunidades inéditas, mas exigiram democratização e transformação 
cultural que reconhecesse dignidade humana como valor inegociável. Normas não salvaram 
vidas autonomamente; essa tarefa demandou profissionais conscientes que convertessem 
prescrições em práticas cotidianas. 
 
Palavras-chave: Construção civil. Insalubridade ocupacional. NR 15. Prevenção de riscos. 
Segurança do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A construção civil movimenta cifras superiores a R$ 400 bilhões anualmente e emprega 
mais de 2,4 milhões de brasileiros. Sob a grandeza dos edifícios, porém, persiste uma realidade 
incômoda. Os canteiros de obras figuram entre os ambientes de trabalho mais perigosos do país. 
Entre 2012 e 2023, o setor acumulou 380 mil notificações de acidentes e cerca de 2.800 mortes, 
segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (OSST). Números que ultrapassam 
estatísticas, cada caso representa uma vida interrompida e um custo social raramente 
contabilizado (Zandavalli, 2022). 
A insalubridade ocupacional opera de modo peculiar. Diferente do acidente súbito, ela 
corrói a saúde gradualmente. A surdez provocada por ruído excessivo se instala após anos de 
exposição. A silicose transforma pulmões em pedra, poeira após poeira. Dermatoses químicas 
se cronificam antes que alguém perceba a gravidade. É violência em câmera lenta, que atinge 
sobretudo quem tem menos voz nas decisões sobre segurança (Carmo & Balduíno, 2021). 
O problema vai além da dimensão humana. A OIT estima que acidentes e doenças 
ocupacionais custam 4% do PIB global. Paradoxo revelador: cada real investido em prevenção 
economiza entre quatro e seis reais. A matemática é simples, mas a prática esbarra em cultura 
empresarial, gestão deficiente e negligência disfarçada de contenção de custos (Usinger, 2020). 
Existem instrumentos legais robustos. A CLT e a NR 15 estabelecem limites de 
tolerância, metodologias de avaliação e responsabilidades claras. A NR 15, criada em 1978 e 
atualizada periodicamente, define parâmetros para agentes físicos, químicos e biológicos. A 
CLT garante adicional de insalubridade e delineia deveres patronais. No papel, a proteção existe 
(Brasil, 1943; 1978). Na prática, a distância entre norma e realidade é considerável. Limites de 
tolerância são ultrapassados, EPIs distribuídos mas mal utilizados, laudos técnicos superficiais, 
treinamentos viram formalidade burocrática. Não se trata apenas de fiscalização insuficiente. 
Há falhas na formação dos engenheiros, que frequentemente encaram segurança como 
obrigação administrativa, não como pilar do projeto. 
O trabalho tem como objetivo analisar a NR 15 e a CLT, buscando compreender de que 
forma essas normas podem orientar práticas mais seguras e eficazes de prevenção de riscos em 
ambientes de alto risco na engenharia civil. Entre as metas específicas, destacam-se: entender 
os fundamentos legais e conceituais da insalubridade ocupacional; reconhecer e classificar os 
principais agentes insalubres presentes nos canteiros de obras; examinar as medidas de controle 
e prevenção previstas na NR 15; discutir a responsabilidade legal e o papel da fiscalização; e, 
3 
 
 
 
por fim, reunir, com base em estudos e evidências, as práticas que se mostram mais eficientes 
na redução dos riscos à saúde e à segurança dos trabalhadores da construção civil. 
A justificativa articula três dimensões. Socialmente, trabalho seguro é direito 
constitucional, não negociável. Economicamente, prevenção otimiza produtividade, reduz 
passivos e fortalece reputação corporativa, especialmente num mercado atento a critérios ESG. 
Academicamente, o estudo consolida conhecimentos aplicados que auxiliam na formação de 
engenheiros mais preparados e conscientes. O momento pede reflexão adicional. BIM, 
automação robótica, sensores IoT e dispositivos vestíveis inteligentes transformam canteiros. A 
digitalização oferece oportunidades inéditas para prevenção preditiva, mas exige atualização 
regulatória e capacitação contínua. Mapear o estado atual das práticas preventivas fornece base 
para incorporar inovações de modo genuinamente efetivo. 
A pesquisa tem caráter bibliográfico e qualitativo, com uma abordagem de cunho 
exploratório e descritivo. O estudo toma como base principal a CLT (Decreto-Lei nº 
5.452/1943) e a NR 15 (Portaria MTb nº 3.214/1978, com suas atualizações), além das normas 
complementares NR 1, NR 7 e NR 18. A análise também contempla produções técnico-
científicas recentes: publicadas nos últimos cinco anos em bases como SciELO, Google 
Acadêmico e Portal CAPES, bem como manuais técnicos, normas da ABNT, documentos da 
FUNDACENTRO e diretrizes internacionais da OIT, ACGIH e NIOSH. Foram ainda 
considerados relatórios do OSST e anuários previdenciários, de modo a sustentar a discussão 
com dados atualizados e contextualizados. 
Vale esclarecer: embora não haja coleta primária em campo, o estudo se ancora em vasta 
revisão bibliográfica que contempla estudos empíricos, análises de casos reais e avaliações de 
especialistas. Essa escolha metodológica se justifica pela necessidade de estabelecer, primeiro, 
um diagnóstico consolidado do estado da arte normativo e das práticas vigentes, oferecendo 
base sólida para investigações futuras de natureza empírica ou experimental. 
O trabalho se organiza em quatro seções. Após esta introdução, o referencial teórico 
aborda conceituação de insalubridade e fundamentos legais, caracteriza agentes nocivos em 
canteiros, analisa medidas de prevenção e controle, discute responsabilidade legal e 
fiscalização, e sistematiza melhores práticas em ambientes de alto risco. A conclusão retoma 
achados centrais, enfatiza a urgência de aplicação rigorosa das normas e propõe perspectivas 
de aperfeiçoamento. As referências listam as fontes mobilizadas, conforme normas ABNT. 
A expectativa é contribuir não apenas para o debate acadêmico, mas principalmente para 
transformação concreta das práticas de gestão de segurança na engenharia civil brasileira. 
4 
 
 
 
Normas não salvam vidas sozinhas. Essa tarefa cabe a profissionais conscientes, competentes 
e genuinamente comprometidos. 
 
2 CONCEITO DE INSALUBRIDADE E FUNDAMENTOS LEGAIS 
2.1 Conceito de Insalubridade e Fundamentos Legais 
 
 Insalubridade, no vocabulário jurídico-trabalhista brasileiro, designa a exposição 
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http://doi.org/10.6008/CBPC2595-4318.2020.002.0005
https://sustenere.inf.br/index.php/entrepreneurship/article/download/CBPC2595-4318.2020.002.0005/1990/8940&ved=2ahUKEwjPop268NiQAxU4IbkGHTiIAIAQFnoECBcQAQ&usg=AOvVaw2VQqyv4kmJU1VrNQnt6qPd
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https://www.gov.br/fundacentro/pt-br/arquivos/link/noticias/Informe201720180710165538.pdf
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trata de risco eventual ou esporádico, mas de condição ambiental crônica que, operando em 
temporalidade dilatada, converte o exercício profissional em fator patogênico. A CLT, em seu 
Art. 189, define com precisão cirúrgica: 
"Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, 
condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à 
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade 
do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos" (Brasil, 1943). 
 
 A norma celetista, porém, não opera isoladamente. Sua efetividade depende da 
regulamentação técnica consubstanciada na Norma Regulamentadora nº 15, que detalha 
operacionalmente o conceito abstrato inscrito na CLT. Promulgada pela Portaria nº 3.214 de 
1978 e periodicamente revisada, a NR 15 estabelece limites quantitativos de tolerância, 
metodologias de aferição ambiental e procedimentos de caracterização para dezesseis 
categorias de agentes insalubres, distribuídos em seus respectivos anexos temáticos (Brasil, 
1978). A articulação entre CLT e NR 15 configura, assim, um sistema binário: a primeira 
fornece o arcabouço jurídico-principiológico; a segunda, os parâmetros técnico-operacionais 
para sua concretização. 
 Saliba (2018), em sua obra seminal sobre higiene ocupacional, enfatiza que a 
insalubridade não constitui propriedade intrínseca de determinada atividade, mas resulta da 
interação entre três variáveis interdependentes: natureza do agente nocivo, intensidade ou 
concentração da exposição e duração temporal do contato. Um canteiro de obras pode abrigar 
simultaneamente múltiplos vetores insalubres, ruído de britadeiras, poeira de sílica cristalina, 
vapores de solventes orgânicos, radiação ultravioleta, sem que todos necessariamente 
configurem insalubridade legal. O enquadramento exige demonstração técnica, mediante 
instrumentação calibrada e metodologia padronizada, de que os limites estabelecidos foram 
ultrapassados durante jornada habitual de trabalho. 
5 
 
 
 
 Os limites de tolerância, conceito central da NR 15, representam concentrações ou 
intensidades máximas às quais a maioria dos trabalhadores pode se expor repetidamente, sem 
sofrer danos à saúde ao longo da vida laboral. Importante ressalva: trata-se de referência 
estatística, não de garantia individual absoluta. Variações fisiológicas, predisposições genéticas 
e comorbidades podem tornar indivíduos vulneráveis mesmo abaixo desses patamares. Oliveira 
(2021) alerta que os limites brasileiros, em diversos casos, revelam-se mais permissivos que 
standards internacionais da ACGIH ou NIOSH, gerando controvérsias técnicas sobre sua 
adequação face ao estado da arte científica em toxicologia ocupacional. 
 A caracterização formal da insalubridade demanda elaboração de laudo técnico por 
profissional habilitado, médico do trabalho ou engenheiro de segurança, contendo descrição 
pormenorizada das condições ambientais, identificação dos agentes presentes, metodologia e 
instrumentação empregadas, resultados quantitativos das medições, comparação com limites 
normativos e conclusão fundamentada sobre enquadramento ou não (Machado et al., 2021). O 
laudo não constitui mera formalidade burocrática, mas documento pericial que baliza tanto o 
pagamento do adicional quanto eventuais litígios trabalhistas e ações regressivas 
previdenciárias. 
 O enquadramento nos graus de insalubridade, mínimo, médio ou máximo, determina o 
percentual do adicional devido: 10%, 20% ou 40% sobre o salário mínimo, respectivamente. A 
NR 15 especifica, em cada anexo, qual graduação corresponde a determinado agente ou 
situação (Brasil, 1978). Ruído contínuo acima de 90 dB(A), por exemplo, configura grau médio; 
trabalho em contato permanente com lixo urbano ou em esgotos enquadra-se em grau máximo; 
exposição a calor acima dos limites estabelecidos gera adicional de grau médio. A lógica 
subjacente busca correlacionar gravidade do risco com magnitude da compensação pecuniária, 
embora críticos argumentem que nenhum valor monetário compensa adequadamente a perda 
irreversível da saúde (Oliveira, 2021). 
 Machado et al. (2021) destacam a necessidade de distinguir insalubridade de 
periculosidade. Enquanto a primeira se refere à exposição crônica a agentes que deterioram a 
saúde paulatinamente, a segunda envolve riscos de acidentes graves ou fatais de ocorrência 
súbita, explosivos, inflamáveis, energia elétrica, violência física. Os adicionais são mutuamente 
excludentes: o trabalhador recebe um ou outro, nunca ambos simultaneamente, ainda que 
submetido a condições que caracterizem as duas situações. Essa exclusividade gera, não raro, 
conflitos interpretativos e disputas judiciais sobre qual enquadramento seria mais vantajoso ao 
empregado. 
6 
 
 
 
 A fundamentação legal da insalubridade ancora-se também em preceitos 
constitucionais. O Art. 7º, inciso XXIII, da Constituição Federal (1988) assegura "adicional de 
remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei". Mais 
profundamente, o Art. 196 consagra a saúde como "direito de todos e dever do Estado", o que 
implica não apenas responsabilidade estatal pela assistência médica, mas também pela 
regulação e fiscalização das condições ambientais de trabalho. A insalubridade, sob essa ótica 
constitucional, representa violação ao direito fundamental à saúde, violação que o adicional 
pecuniário apenas compensa, sem eliminar (Brasil, 1988). 
 Oliveira (2021) observa que o paradigma compensatório brasileiro, pagar adicional para 
"comprar" o direito de expor trabalhadores a condições nocivas, encontra-se progressivamente 
contestado por uma lógica preventiva, que prioriza eliminação ou neutralização dos riscos em 
detrimento da mera monetização. A hierarquia de controles preconizada pela moderna higiene 
ocupacional estabelece ordem de preferência: eliminação do agente, substituição por alternativa 
menos nociva, controles de engenharia, controles administrativos e, apenas como último 
recurso, EPIs. O adicional de insalubridade, nessa perspectiva crítica, incentivaria a 
perpetuação de ambientes deletérios em vez de estimular sua transformação. 
 A NR 15 estrutura-se em dezesseis anexos, cada qual devotado a categoria específica de 
agente insalubre: ruído contínuo ou intermitente (Anexo 1), ruído de impacto (Anexo 2), calor 
(Anexo 3), radiações ionizantes (Anexo 5), trabalho sob condições hiperbáricas (Anexo 6), 
radiações não-ionizantes (Anexo 7), vibrações (Anexo 8), frio (Anexo 9), umidade (Anexo 10), 
agentes químicos (Anexo 11), poeiras minerais (Anexo 12), agentes químicos diversos (Anexo 
13), agentes biológicos (Anexo 14) e condições especiais de trabalho (Anexos 13-A e 15). 
Saliba (2018) enfatiza que a ausência de determinado agente nos anexos não significa, 
automaticamente, sua inofensividade, a lista é taxativa para fins de adicional, mas não exaustiva 
quanto à obrigação patronal de proteger a saúde do trabalhador (Brasil, 1978). 
 A caracterização técnica envolve metodologias específicas para cada agente. Ruído 
demanda uso de decibelímetros ou dosímetros calibrados, com medições em circuito de 
compensação "A" e resposta lenta. Calor exige cálculo do IBUTG (Índice de Bulbo Úmido 
Termômetro de Globo), combinando temperatura de bulbo úmido natural, temperatura de globo 
e temperatura de bulbo seco, ponderadas conforme regime de trabalho. Agentes químicos 
requerem coleta de amostras ambientais e análise laboratorial para determinação de 
concentrações, comparadas aos limites constantes do Quadro 1 do Anexo 11. A complexidade 
técnica dessas avaliações exige profissionais especializados e equipamentos certificados, 
improvisações ou medições amadoras invalidam o laudo (Brasil, 1978). 
7 
 
 
 
 Machado et al. (2021) sublinham a importância da perícia judicial trabalhista quando háde carbono, criando condições 
letais em minutos. 
 
3.3 Agentes Biológicos 
 
 Embora menos evidentes, agentes biológicos representam ameaça concreta em 
construções civis. Saliba (2018) identifica que reformas em edificações antigas frequentemente 
expõem trabalhadores a fungos e bactérias acumulados em paredes úmidas e forros 
deteriorados. Aspergillus e Penicillium, gêneros comuns nesses ambientes, desencadeiam 
alergias respiratórias e asma ocupacional. 
 Esgotos e águas contaminadas configuram outro vetor de risco. Operários envolvidos 
em obras de saneamento básico ou manutenção hidráulica podem contrair leptospirose, hepatite 
A ou parasitoses intestinais. Usinger (2020) ressaltam que a precariedade de instalações 
sanitárias provisórias nos canteiros amplifica essas possibilidades de contaminação. 
 Vetores como ratos, pombos e insetos proliferam em canteiros desorganizados. Suas 
fezes e urina não apenas transmitem doenças; também contaminam ferramentas e superfícies 
de trabalho. A hantavirose, transmitida por roedores silvestres, constitui exemplo dramático dos 
perigos associados. 
 A questão ganha complexidade adicional quando consideramos demolições em áreas 
urbanas degradadas. Oliveira (2021) documenta casos onde trabalhadores foram expostos a 
materiais contaminados por resíduos hospitalares descartados inadequadamente décadas antes, 
evidenciando como o passado de uma edificação pode materializar-se em risco presente. 
 
3.4 Interação Entre Agentes 
 
 Raramente esses agentes manifestam-se isoladamente. Um trabalhador exposto 
simultaneamente ao ruído intenso e poeiras químicas enfrenta sobrecarga fisiológica 
multiplicada. Peinado (2019) argumenta que essa sinergia entre fatores de risco demanda 
abordagens preventivas integradas, não compartimentalizadas por categoria de agente. A 
umidade excessiva, classificada como agente físico, potencializa tanto a proliferação de fungos 
quanto a dermatite causada por cimento. Essa interdependência evidencia como a gestão de 
11 
 
 
 
riscos ocupacionais transcende a mera identificação; exige compreensão sistêmica das 
condições de trabalho. 
 
4 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
 
 A efetividade no combate aos agentes insalubres transcende o simples reconhecimento 
dos riscos. Exige implementação sistemática de estratégias preventivas que, quando bem 
orquestradas, transformam ambientes hostis em espaços controlados. A NR 15 não apenas 
identifica os limites de tolerância; ela direciona empregadores rumo a práticas que neutralizam 
ou minimizam exposições nocivas. 
 
4.1 Hierarquia das Medidas de Controle 
 
 Do Nascimento et al. (2017) estabelece uma sequência lógica que prioriza intervenções 
na fonte geradora do risco antes de recorrer à proteção individual. Essa hierarquia começa com 
eliminação total do agente insalubre, opção ideal, porém nem sempre viável em construções 
civis. Substituir materiais tóxicos por alternativas menos agressivas representa o segundo 
degrau dessa escada preventiva. 
 Quando eliminação e substituição mostram-se impraticáveis, medidas de engenharia 
assumem protagonismo. Comerlato & Barbosa Filho (2020) defendem que modificações no 
ambiente de trabalho geram proteção coletiva superior aos equipamentos individuais. 
Ventilação adequada, enclausuramento de processos ruidosos e automação de tarefas perigosas 
exemplificam essa filosofia. 
 Apenas após esgotadas essas possibilidades é que surgem os EPIs como última barreira. 
Oliveira (2021) ressalta, contudo, que essa hierarquia não invalida o uso simultâneo de 
múltiplas camadas de proteção, conceito conhecido como defesa em profundidade. 
 
4.2 Ventilação e Controle Ambiental 
 
 Sistemas de ventilação dividem-se em duas categorias funcionalmente distintas. A 
ventilação geral diluidora injeta ar fresco no ambiente, reduzindo concentrações de 
contaminantes através do princípio da diluição. Funciona razoavelmente bem para vapores 
orgânicos de baixa toxicidade, mas mostra-se insuficiente diante de poeiras minerais ou gases 
altamente tóxicos. 
12 
 
 
 
 A ventilação local exaustora ataca o problema em sua origem. Captores posicionados 
próximos à fonte de emissão sugam contaminantes antes que eles se dispersem pelo canteiro. 
Tavares et al. (2020) demonstra como lixadeiras acopladas a sistemas de aspiração reduzem em 
até 90% a exposição a poeiras, comparado com ferramentas convencionais. 
 Porém, a eficiência desses sistemas depende vitalmente de manutenção regular. Filtros 
saturados não apenas perdem capacidade de retenção; podem transformar-se em fontes 
secundárias de contaminação quando o material acumulado ressuspende-se no ar. Mendes e 
Oliveira (2021) alertam que a negligência com manutenção anula investimentos em 
equipamentos sofisticados. 
 Aspectos climáticos complicam o quadro em regiões tropicais. Ventilação natural 
abundante pode diluir contaminantes, mas também dificulta o controle preciso das condições 
ambientais (Fundacentro, 2017). Em dias chuvosos, janelas fechadas concentram poluentes 
internos, enquanto o calor excessivo força trabalhadores a removerem proteções respiratórias 
desconfortáveis. 
 
4.3 Isolamento e Sinalização de Áreas de Risco 
 
 Demarcar perímetros de segurança constitui medida preventiva frequentemente 
subutilizada. Saliba (2018) observa que cordas, barreiras e sinalizações visuais impedem que 
trabalhadores não envolvidos em atividades perigosas exponham-se desnecessariamente. Essa 
estratégia mostra-se particularmente relevante durante soldas, jateamento abrasivo ou aplicação 
de produtos químicos voláteis. 
 O conceito estende-se temporalmente. Algumas atividades liberam contaminantes que 
persistem no ambiente após conclusão do trabalho. Pintura com epóxi bicomponente, por 
exemplo, continua liberando vapores durante a cura do material. Oliveira (2021) recomenda 
que áreas recém-pintadas permaneçam interditadas até que concentrações retornem a níveis 
seguros, verificação que demanda monitoramento instrumental. Sinalização eficaz comunica-
se universalmente. Símbolos pictográficos superam barreiras linguísticas comuns em canteiros 
que empregam trabalhadores de diversas origens. Cores padronizadas, vermelho para perigo 
iminente, amarelo para cautela, verde para segurança. criam linguagem visual instantaneamente 
compreensível. 
 
 
 
13 
 
 
 
4.4 Monitoramento Ambiental Contínuo 
 
 Avaliações periódicas das condições de trabalho não representam luxo; constituem 
exigência legal e necessidade técnica. Zandavalli (2022) explica que dosímetros de ruído, 
bombas de amostragem de ar e termômetros de bulbo úmido geram dados quantitativos que 
transformam percepções subjetivas em evidências objetivas. 
 A frequência dessas medições varia conforme a natureza do agente e dinâmica da obra. 
Ruído demanda avaliação sempre que novos equipamentos entram em operação. Poeiras 
minerais requerem monitoramento quando processos de corte ou demolição intensificam-se. Já 
agentes químicos voláteis beneficiam-se de medições em diferentes horários, pois condições 
climáticas alteram drasticamente taxas de evaporação. 
 Tavares et al. (2020) enfatiza que dados coletados devem retroalimentar o planejamento 
de segurança. Detectar concentrações próximas aos limites de tolerância sinaliza necessidade 
de intervenção antes que ultrapassagens ocorram. Essa abordagem proativa contrasta com 
posturas reativas que aguardam problemas de saúde manifestarem-se. 
 Tecnologias recentes democratizaram o monitoramento. Medidores digitais portáteis 
custam fração do que equipamentos analógicos cobravam décadas atrás. Alguns dispositivos 
conectam-se a smartphones, registrando automaticamente leituras e gerando relatórios que 
simplificam auditorias e fiscalizações. 
 
4.5 Equipamentos de Proteção Individual: Última Barreira 
 
 EPIs funcionam quando medidas coletivas mostram-se insuficientes ou duranteimplementação de controles definitivos. Sua seleção não pode ser arbitrária. Saliba (2018) 
insiste que cada equipamento deve corresponder especificamente ao risco identificado – 
protetor auricular tipo concha para ruídos de alta intensidade, respirador PFF2 para poeiras 
finas, luvas nitrílicas para solventes orgânicos. 
 O Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho garante que 
determinado EPI atende requisitos mínimos de proteção. Porém, Oliveira (2021) adverte que 
CA válido não assegura eficácia se o equipamento for mal ajustado, danificado ou usado 
incorretamente. Protetores respiratórios com vedação inadequada permitem infiltração de 
contaminantes pelos espaços entre máscara e face. 
 Treinamento transcende explicações sobre "como usar". Trabalhadores precisam 
compreender o porquê de cada proteção, reconhecer sinais de desgaste e entender limitações 
14 
 
 
 
dos equipamentos (Camisassa, 2015). Um respirador com filtro saturado oferece falsa sensação 
de segurança enquanto expõe o usuário a contaminantes. 
 A questão do conforto merece consideração pragmática. EPIs desconfortáveis serão 
removidos na primeira oportunidade, anulando sua função protetora. Carmo & Balduíno (2021) 
sugerem envolver trabalhadores na seleção de equipamentos, testando diferentes modelos antes 
da compra em larga escala. Essa participação aumenta adesão e identifica problemas 
ergonômicos antecipadamente. 
 Clima tropical brasileiro agrava o desconforto. Temperaturas elevadas combinadas com 
alta umidade tornam insuportável o uso prolongado de proteções respiratórias faciais completas 
(Machado et al., 2021). Estratégias como rodízio de funções, pausas em áreas ventiladas e 
fornecimento de água gelada atenuam esse conflito entre proteção e conforto térmico. 
 
5 RESPONSABILIDADE LEGAL E FISCALIZAÇÃO 
 
 A trama de responsabilidades em segurança do trabalho entrelaça múltiplos atores, cada 
qual com atribuições específicas que se complementam. Não se trata de simples divisão de 
tarefas; configura-se uma rede complexa onde falhas individuais comprometem o sistema 
inteiro. A legislação brasileira, particularmente através da CLT e das Normas 
Regulamentadoras, estabelece esse arranjo com clareza notável. 
 
5.1 Obrigações Patronais e a CLT 
 
 O empregador ocupa posição central nessa arquitetura legal. Oliveira (2021) observa 
que a responsabilidade empresarial transcende o cumprimento burocrático de normas, ela 
materializa-se na criação efetiva de ambientes seguros. A CLT, em seus Arts. 154 a 201, não 
deixa margem para ambiguidades: cabe à empresa identificar riscos, implementar medidas 
protetivas e custear integralmente equipamentos de segurança. 
 Essa obrigação ganha contornos financeiros claros. Machado et al. (2021) enfatiza que 
nenhum custo pode ser repassado aos trabalhadores. EPIs, exames médicos ocupacionais, 
treinamentos e adequações estruturais representam investimentos compulsórios, não opcionais. 
Empresas que deduzem valores de salários para custear proteções individuais violam 
frontalmente a legislação. 
 A dimensão preventiva merece destaque especial. Dallegrave Neto (2023) argumenta 
que aguardar acidentes para reagir caracteriza negligência juridicamente punível. A lei exige 
15 
 
 
 
postura antecipatória: identificar perigos antes que se concretizem em danos. Programas como 
PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) e PGR (Programa de 
Gerenciamento de Riscos) corporificam essa filosofia preventiva. 
 Porém, a realidade nos canteiros frequentemente diverge dessas prescrições legais. 
Pequenas construtoras, pressionadas por margens apertadas e prazos irrealistas, tratam 
segurança como despesa supérflua. Oliveira (2021) documenta como essa mentalidade 
econômica míope gera custos exponencialmente maiores quando acidentes ocorrem, 
indenizações trabalhistas, interrupções produtivas e danos reputacionais superam largamente os 
investimentos preventivos. 
 
5.2 O Engenheiro de Segurança: Técnica e Ética 
 
 Profissionais especializados em segurança do trabalho não funcionam como meros 
assessores; eles assumem corresponsabilidade técnica pelas condições laborais. Saliba (2018) 
esclarece que engenheiros e técnicos de segurança possuem atribuições legalmente definidas: 
elaborar planos de prevenção, realizar inspeções sistemáticas, propor modificações e treinar 
equipes. 
 A formação desses profissionais combina engenharia, medicina do trabalho e legislação. 
Devem compreender desde resistência de materiais até toxicologia ocupacional. Carmo & 
Balduíno (2021) ressaltam essa multidisciplinaridade como essencial: riscos estruturais 
demandam análise diferente de exposições químicas, embora ambos coexistam nos mesmos 
ambientes. 
 O CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) fiscaliza a atuação desses 
profissionais. Engenheiros que negligenciam responsabilidades técnicas enfrentam processos 
éticos que podem culminar em suspensão ou cassação do registro profissional, criando camada 
adicional de proteção aos trabalhadores (Brasil, 1966). 
 Conflitos éticos emergem quando pressões comerciais chocam-se com prescrições 
técnicas. Um engenheiro pode identificar necessidade de paralisação parcial da obra para 
correções urgentes, recomendação que contraria interesses econômicos imediatos do 
empregador. Pinela et al. (2024) adverte que ceder a essas pressões não apenas viola códigos 
de ética; expõe o profissional a responsabilização civil e criminal caso acidentes ocorram. 
 
 
 
16 
 
 
 
5.3 Fiscalização Estatal: MTE e Suas Vertentes 
 
 O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) opera através de Auditores-Fiscais do 
Trabalho, profissionais com prerrogativas legais amplas. Podem ingressar em canteiros sem 
aviso prévio, requisitar documentos, entrevistar trabalhadores e interditar equipamentos ou 
setores inteiros. Cardella (2016) descreve essas inspeções como instrumento fundamental para 
equalizar concorrência – empresas que burlam normas ganham vantagens competitivas espúrias 
sobre aquelas que investem adequadamente em segurança. 
 As penalidades aplicadas variam conforme gravidade das infrações. Advertências 
iniciam o espectro punitivo para irregularidades menores. Multas escalonam-se conforme o 
risco e número de trabalhadores expostos, podendo alcançar centenas de milhares de reais. 
Interdições e embargos representam sanções máximas, paralisando atividades até regularização 
completa. 
 Barbosa Filho (2015) nota que a fiscalização brasileira enfrenta limitações estruturais 
evidentes. O contingente de auditores mostra-se insuficiente diante da vastidão territorial e 
quantidade de estabelecimentos. Essa defasagem numérica significa que muitas obras jamais 
recebem visita fiscal durante toda sua execução, criando sensação de impunidade em segmentos 
menos escrupulosos. 
 Denúncias anônimas funcionam como canal alternativo de fiscalização. Trabalhadores 
ou qualquer cidadão podem reportar irregularidades através de plataformas digitais ou telefones 
específicos. Ayres e Corrêa (2011) destacam que essas denúncias priorizam inspeções, 
direcionando recursos fiscalizatórios limitados para situações mais críticas. 
 
5.4 Corresponsabilidade: CIPA e Trabalhadores 
 
 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) democratiza a vigilância sobre 
condições laborais. Composta paritariamente por representantes do empregador e eleitos pelos 
trabalhadores, a CIPA realiza inspeções regulares e propõe melhorias. Araújo (2019) enfatiza 
que membros da CIPA gozam de estabilidade no emprego, proteção legal essencial para que 
exerçam suas funções sem temer retaliações. 
 Trabalhadores também carregam responsabilidades próprias, embora assimétricas em 
relação ao empregador. Devem utilizar corretamente os EPIs fornecidos, seguir procedimentos 
estabelecidos e reportar situações perigosas. Vieira (2016) pondera que essacorresponsabilidade não atenua as obrigações patronais – mesmo diante de comportamentos 
17 
 
 
 
inadequados de empregados, o empregador responde por falhas sistêmicas de treinamento e 
supervisão. 
 A recusa ao trabalho em situações de risco grave e iminente constitui direito 
fundamental. Saliba (2018) esclarece que trabalhadores podem interromper atividades 
perigosas sem sofrer penalidades, desde que acionem superiores imediatamente. Esse 
dispositivo legal protege a integridade física acima de interesses produtivos, mas sua aplicação 
prática esbarra em culturas organizacionais que penalizam questionamentos. 
 
5.5 Penalidades e Consequências Jurídicas 
 
 O espectro sancionatório abrange esferas administrativas, cíveis e criminais. Multas 
administrativas aplicadas pelo MTE podem ser contestadas, mas o processo recursal não 
suspende exigibilidade imediata. Barsano e Barbosa (2018) alertam que reincidências elevam 
drasticamente valores das penalidades, estabelecendo progressão punitiva que visa desestimular 
violações sistemáticas. 
 Responsabilização civil independe de culpa em muitos casos. Acidentes originados de 
ambientes insalubres geram direito automático a indenizações por danos materiais, morais e 
estéticos. Gonçalves (2017) documenta jurisprudência consolidada onde empresas foram 
condenadas a pensões vitalícias para trabalhadores incapacitados, valores que ultrapassam 
milhões de reais ao longo do tempo. 
 A dimensão criminal surge em situações extremas. Homicídios ou lesões corporais 
graves decorrentes de negligência consciente com normas de segurança enquadram-se no 
Código Penal. Cardella (2016) cita casos onde diretores de obras responderam criminalmente 
por mortes evitáveis, enfrentando penas privativas de liberdade além das sanções 
administrativas e cíveis. 
 Acordos coletivos não podem flexibilizar direitos relacionados à saúde ocupacional. 
Mesmo que sindicatos concordem, cláusulas que reduzam proteções estabelecidas na CLT e 
NRs são juridicamente nulas. Barbosa Filho (2015) defende essa inflexibilidade como 
necessária para evitar que pressões econômicas ou políticas comprometam conquistas históricas 
na área de segurança. 
 
 
 
 
18 
 
 
 
5.6 Gestão Preventiva: Economicidade e Ética 
 
 Investir preventivamente em segurança gera retornos mensuráveis além do 
cumprimento legal. Ayres e Corrêa (2011) apresentam dados demonstrando que cada real 
investido em prevenção economiza entre quatro a seis reais em custos indiretos de acidentes. 
Absenteísmo reduzido, produtividade elevada e clima organizacional positivo materializam-se 
em vantagens competitivas concretas. 
 Certificações como ISO 45001 sinalizam ao mercado compromisso com excelência em 
segurança ocupacional. Grandes contratantes públicos e privados cada vez mais exigem essas 
certificações em licitações e contratos. Vieira (2016) identifica essa tendência como indutora 
de transformações culturais – empresas adotam práticas seguras não apenas por imposição 
legal, mas como estratégia de acesso a mercados. 
 A rastreabilidade digital revoluciona a gestão preventiva. Aplicativos registram 
inspeções, checklists digitais garantem que procedimentos sejam seguidos, sensores monitoram 
continuamente parâmetros ambientais. Araújo (2019) vislumbra futuro onde inteligência 
artificial identificará padrões de risco antes que acidentes ocorram, permitindo intervenções 
precisas e antecipadas. 
 Porém, tecnologia sozinha não substitui liderança comprometida. Saliba (2018) insiste 
que a cultura de segurança flui do topo hierárquico. Quando diretores e gerentes demonstram 
por ações concretas que valorizam vidas acima de prazos, essa mensagem permeia todos os 
níveis organizacionais. Contrariamente, discursos sobre segurança soam vazios quando 
lideranças pressionam por produtividade a qualquer custo. 
 
5.7 Desafios Contemporâneos 
 
 A terceirização complexifica atribuições de responsabilidade. Obras envolvem 
múltiplas empresas subcontratadas, cada qual com trabalhadores próprios. Barsano e Barbosa 
(2018) alertam que a contratante principal responde solidariamente por irregularidades 
cometidas por subcontratadas, não podendo alegar desconhecimento ou distanciamento como 
escusas. 
 Trabalhadores informais representam zona cinzenta preocupante. Aproximadamente 
40% da força de trabalho na construção civil brasileira opera sem registro formal, segundo 
estimativas do setor. Gonçalves (2017) argumenta que essa informalidade não apenas priva 
19 
 
 
 
trabalhadores de direitos; cria mercado paralelo onde normas de segurança são 
sistematicamente ignoradas. 
 A judicialização crescente transforma segurança em questão estratégica para 
sobrevivência empresarial. Processos trabalhistas relacionados a acidentes e doenças 
ocupacionais multiplicaram-se nas últimas décadas. Cardella (2016) observa que esse cenário 
torna investimentos preventivos não apenas eticamente corretos, mas economicamente 
indispensáveis para a sustentabilidade dos negócios. 
 
6 MELHORES PRÁTICAS E APLICAÇÕES EM AMBIENTES DE ALTO RISCO 
 
 Teoria e prática nem sempre caminham juntas nos canteiros de obras. Enquanto manuais 
prescrevem procedimentos ideais, a realidade impõe adaptações que frequentemente superam 
as expectativas originais. Examinar casos concretos onde construtoras transformaram 
ambientes hostis em espaços controlados revela padrões aplicáveis independente do porte ou 
localização da obra. 
 
6.1 Túneis e Escavações Profundas: O Caso do Metrô de Salvador 
 
 A expansão do sistema metroviário de Salvador entre 2018 e 2022 confrontou equipes 
com desafios extraordinários. Escavações atravessaram solos instáveis, lençóis freáticos 
elevados e proximidade perigosa com edificações antigas. Reis (2020) classifica esse cenário 
como convergência de múltiplos agentes de risco: gases confinados, umidade extrema, 
vibrações e possibilidade de desmoronamentos. 
 A construtora responsável implementou monitoramento geotécnico em tempo real. 
Sensores instalados nas paredes do túnel transmitiam continuamente dados sobre 
deslocamentos milimétricos, permitindo intervenções antes que movimentações críticas 
ocorressem. Ayres e Corrêa (2011) defendem que essa tecnologia, embora custosa inicialmente, 
pagou-se integralmente ao evitar paralisações emergenciais e acidentes estruturais. 
 Ventilação forçada mantinha renovação constante do ar subterrâneo. Dutos de 800 
milímetros insuflavam ar fresco enquanto exaustores removiam gases acumulados. Medições 
horárias de oxigênio e gases tóxicos garantiam que concentrações permanecessem dentro de 
parâmetros seguros. Trabalhadores portavam detectores individuais que emitiam alarmes 
sonoros caso adentrassem bolsões de gás, redundância que Saliba (2018) considera essencial 
em espaços confinados. 
20 
 
 
 
 Para Brito, Rosa & Nascimento (2021), o aspecto humano recebeu atenção equivalente 
ao técnico. Turnos limitados a seis horas reduziam fadiga acumulada, fator contributivo em 
muitos acidentes subterrâneos. Pausas programadas a cada duas horas permitiam que 
trabalhadores emergissem para áreas abertas, minimizando estresse psicológico associado ao 
confinamento prolongado. 
 
6.2 Trabalhos em Altura: Inovações na Construção de Edifício Corporativo em São Paulo 
 
 Um arranha-céu de 38 andares no centro financeiro paulistano serviu como laboratório 
para práticas avançadas de proteção contra quedas. Oliveira (2018) documenta que quedas de 
altura representam a causa mais frequente de mortes na construção civil brasileira, justificando 
investimentos robustos nessa área. 
 A empresa construtora eliminou completamente o uso de andaimes convencionais nas 
fachadas. Plataformas elevatórias autoposicionadas, controladas eletronicamente, substituíram 
estruturas tubulares tradicionais. Essa escolha reduziu o tempo de montagem e desmontagem 
em 60%, mas principalmenteeliminou riscos associados à movimentação de trabalhadores 
entre níveis de andaimes (Sampaio, Lavezo & Coutinho, 2020). 
 Sistemas de trava-quedas individuais ancoravam-se em linhas de vida horizontais 
instaladas permanentemente em cada pavimento. Diferente de ancoragens pontuais que limitam 
mobilidade, essas linhas permitiam deslocamento lateral livre enquanto mantinham proteção 
contínua. Godoy e Silva (2024) ressaltam que a escolha entre sistemas restritivos e sistemas de 
contenção de quedas deve considerar não apenas eficácia protetiva, mas também produtividade, 
trabalhadores excessivamente limitados tendem a burlar proteções. 
 Treinamentos semestrais em simuladores de situação real diferenciavam-se das 
palestras convencionais. Trabalhadores praticavam procedimentos de resgate, experimentavam 
a sensação de uma queda controlada no equipamento de segurança e aprendiam a identificar 
pontos de ancoragem inadequados. Souza & Souza (2020) enfatizam que essa experiência 
prática fixa conhecimentos de modo impossível através de aulas teóricas. 
 Fiscalização interna diária complementava inspeções semanais por engenheiros de 
segurança. Mestres de obra receberam treinamento específico para identificar irregularidades e 
autoridade para interromper atividades imediatamente. Essa descentralização da vigilância 
criou múltiplas camadas de verificação, Oliveira (2018) compara essa abordagem a sistemas de 
segurança aeronáutica onde redundâncias previnem falhas catastróficas. 
 
21 
 
 
 
6.3 Exposição a Sílica: Controle na Reforma de Shopping Center 
 
 A renovação de um shopping center em Recife apresentou desafio particular. Cortes em 
pisos de granito e demolições de paredes de concreto liberariam volumes massivos de sílica 
cristalina: agente causador de silicose irreversível. Ferreira (2020) alerta que a doença pode 
levar décadas para manifestar sintomas, criando falsa sensação de segurança entre trabalhadores 
expostos. 
 Ferramentas com supressão úmida transformaram-se em padrão obrigatório. Discos de 
corte recebiam água continuamente durante operação, mantendo poeiras agregadas ao invés de 
dispersas no ar. Essa medida simples reduziu concentrações ambientais em até 95% comparado 
a cortes secos, segundo medições realizadas pela equipe de higiene ocupacional (De Faria 
Borges, Vilaça & Laurindo, 2021). 
 Enclausuramento de áreas em reforma isolava contaminantes. Lonas plásticas vedavam 
acessos, criando pressão negativa interna através de exaustores. Ar contaminado era filtrado 
antes de liberação externa, enquanto corredores adjacentes mantinham-se limpos para 
circulação de clientes e funcionários do shopping. Sheque e Cerrillo (2019) identificam essa 
segregação espacial como exemplo de proteção coletiva superior a equipamentos individuais. 
 Respiradores PFF2 de qualidade certificada foram distribuídos, mas a empresa foi além 
do básico legal. Testes de vedação facial individualizados garantiam que cada trabalhador 
recebesse modelo compatível com formato de seu rosto. Barbas foram proibidas durante 
operações de risco, pelos faciais impedem vedação adequada, permitindo infiltração de até 80% 
dos contaminantes segundo estudos citados por Sampaio, Lavezo & Coutinho (2020). 
 Monitoramento biológico complementou avaliações ambientais. Exames periódicos de 
radiografia torácica detectariam alterações pulmonares precoces, permitindo afastamento antes 
de danos irreversíveis. Embora nenhum caso tenha sido detectado durante a obra, Miranda e 
Silva (2019) defendem essa vigilância médica como componente indispensável em exposições 
potencialmente graves. 
 
6.4 Gestão de Produtos Químicos: Impermeabilização de Reservatório 
 
 A construção de um reservatório de água em Fortaleza exigiu aplicação extensiva de 
produtos impermeabilizantes à base de poliuretano e epóxi (Cagece, 2023). Vapores desses 
materiais causam desde irritações agudas até danos hepáticos e renais com exposições 
prolongadas. 
22 
 
 
 
 Fornecedores foram obrigados a apresentar Fichas de Informação de Segurança de 
Produtos Químicos (FISPQ) atualizadas antes de qualquer material adentrar o canteiro (ABNT, 
2012; Baldi & Pinheiro, 2012). Essas fichas detalhavam composição, riscos, primeiros socorros 
e medidas de controle. Araújo (2019) nota que muitas empresas negligenciam esse documento 
fundamental, aplicando produtos sem conhecer plenamente seus perigos. 
 Aplicações concentraram-se em horários de menor temperatura: início da manhã e final 
da tarde. Calor acelera evaporação de solventes, multiplicando concentrações atmosféricas. 
Essa programação simples, sem custo adicional, reduziu exposições significativamente segundo 
medições comparativas (Souza & Souza, 2023). 
 Ventilação natural foi potencializada através de posicionamento estratégico de 
ventiladores industriais. Correntes de ar direcionavam vapores para fora da área de trabalho, 
criando zona respirável onde aplicadores operavam. Giugni (2022) esclarece que ventilação 
mal planejada pode paradoxalmente piorar situações ao dispersar contaminantes para áreas 
antes preservadas. 
 Equipamentos de proteção respiratória seguiram especificações rigorosas. Respiradores 
com filtros químicos específicos para vapores orgânicos substituíram máscaras inadequadas 
frequentemente vistas em obras menores. Substituição de filtros obedecia tanto prazo de 
validade quanto sinais de saturação, odor perceptível indicava que filtro não mais protegia. 
Oliveira (2018) documenta casos onde filtros vencidos ofereciam proteção zero, funcionando 
apenas como placebo psicológico. 
 
6.5 Integração Digital: Plataforma BIM Aplicada à Segurança 
 
 Uma construtora de Brasília pioneirou o uso de Building Information Modeling (BIM) 
não apenas para projeto arquitetônico, mas especificamente para planejamento de segurança. 
Modelos tridimensionais identificavam pontos de risco antes mesmo de escavações iniciarem. 
Seixas et al. (2022) vê essa abordagem como futuro inevitável onde tecnologia e segurança 
convergem. 
 Simulações virtuais testavam posicionamento de proteções coletivas. Guarda-corpos, 
telas e plataformas eram inseridos no modelo digital, permitindo visualizar cobertura e 
identificar lacunas. Modificações custavam apenas cliques, contrastando com ajustes físicos 
que desperdiçam materiais e tempo (Miziara, 2024). 
 Cada trabalhador recebeu tablet com acesso ao modelo BIM do setor onde atuava. 
Instruções de segurança específicas para aquela área eram consultáveis instantaneamente. 
23 
 
 
 
Seixas et al. (2022) argumentam que democratizar informação empodera trabalhadores a 
participarem ativamente de sua própria proteção, transcendendo relação paternalista tradicional. 
 Sensores IoT (Internet das Coisas) conectados ao sistema BIM monitoravam condições 
reais versus projetadas. Detectores de gases, termômetros e dosímetros de ruído alimentavam o 
modelo digital com dados ao vivo. Desvios em relação a parâmetros seguros geravam alertas 
automáticos para engenheiros de segurança e mestres de obra (Matsou et al., 2023). 
 A integração estendeu-se a treinamentos através de realidade virtual. Trabalhadores 
novatos vivenciavam cenários perigosos em ambiente controlado, aprendendo consequências 
de erros sem riscos reais. Silva et al. (2024) relatam feedback entusiasmado de participantes 
que consideraram essa experiência imersiva muito mais impactante que vídeos ou palestras 
convencionais. 
 
6.6 Cultura Organizacional: Programa Comportamental em Construtora de Médio Porte 
 
 Uma empresa familiar de Curitiba com 200 funcionários abordou segurança sob ângulo 
comportamental além do técnico. Reconhecendo que equipamentos perfeitos falham quando 
uso inadequado, investiram em transformação cultural profunda. Costa (2024) defendem que 
acidentes frequentemente originam-se de decisões humanas, não falhas mecânicas. 
 Lideranças foram treinadas primeiro.Diretores, gerentes e engenheiros passaram por 
workshop intensivo sobre liderança em segurança. Aprenderam que comentários casuais 
minimizando riscos ("só dessa vez pode", "é rapidinho") corrompem cultura preventiva. 
Oliveira (2018) identifica essa conscientização de líderes como pré-requisito para mudanças 
sustentáveis. 
 Observadores de segurança, trabalhadores voluntários com treinamento adicional, 
realizavam conversas diárias com colegas. Diferente de fiscalizações punitivas, essas interações 
buscavam compreender por que determinado comportamento de risco ocorreu. Frequentemente 
revelavam que pressões de prazo, ferramentas inadequadas ou procedimentos mal desenhados 
motivavam atalhos perigosos (Oliveira, 2011). 
 Sistema de reporte sem culpa encorajava comunicação de quase-acidentes. Situações 
onde acidentes foram evitados por sorte eram analisadas com mesma seriedade que incidentes 
consumados. Costa (2024) explica que quase-acidentes ocorrem centenas de vezes mais 
frequentemente que acidentes reais, oferecendo dados valiosos para prevenção. 
 Reconhecimento positivo substituiu punições como ferramenta motivacional primária. 
Trabalhadores e equipes com registros exemplares recebiam desde certificados até bonificações 
24 
 
 
 
financeiras (Oliveira, 2021). Essa inversão de paradigma, recompensar comportamentos 
corretos ao invés de apenas punir erros, mostrou-se surpreendentemente eficaz segundo 
métricas da empresa. 
 
6.7 Lições Transversais 
 
 Analisando esses casos emerge padrão consistente: excelência em segurança resulta de 
sistemas integrados, não soluções isoladas. A proteção efetiva flui da combinação harmônica 
entre engenharia, gestão e cultura organizacional. 
 Investimento financeiro mostra-se necessário mas insuficiente. Empresas gastam 
fortunas em equipamentos sofisticados que permanecem subutilizados por falta de treinamento 
ou resistência cultural. Sampaio, Lavezo & Coutinho (2020) observam que orçamentos 
modestos bem aplicados frequentemente superam gastos vultosos mal direcionados. 
 Participação ativa dos trabalhadores diferencia programas bem-sucedidos de iniciativas 
medíocres. Quando operários sentem-se ouvidos e respeitados, contribuem com compreensão 
práticos que engenheiros de escritório jamais conceberiam. Carmo & Balduíno (2021) 
comparam essa inteligência coletiva a fonte inexplorada de inovação em segurança. 
 Adaptação contextual supera replicação cega de modelos. O que funcionou no metrô de 
Salvador necessita ajustes substanciais para aplicação em pequena reforma residencial. Reis 
(2020) adverte contra tentações de copiar práticas sem compreender princípios subjacentes que 
as tornam eficazes. 
 
7 CONCLUSÕES 
 
 Entre 2012 e 2023, 380 mil acidentes e 2.800 mortes mostraram algo brutal: normas 
existem, mas implementação falha. A NR 15 e a CLT criaram marcos sólidos décadas atrás. 
Porém a realidade dos canteiros brasileiros teima em divergir do que está escrito. 
 A caracterização de insalubridade não é checklist burocrático. É sistema dinâmico onde 
agente nocivo, intensidade e tempo de exposição interagem constantemente. Os limites de 
tolerância da NR 15, embora baseados em ciência consolidada, ficam frequentemente abaixo 
de padrões internacionais. Precisam atualização urgente. 
 Ruído excessivo, poeiras com sílica, vapores orgânicos, temperaturas extremas, 
vibrações e agentes biológicos raramente aparecem isolados nos canteiros. Suas interações 
25 
 
 
 
multiplicam riscos. Abordagens compartimentalizadas falham porque ignoram essas sinergias 
perigosas. 
 A hierarquia de controles define tudo. Eliminar o agente nocivo supera qualquer 
alternativa. Quando impossível, substitua por material menos agressivo. Medidas de engenharia 
que protegem grupos inteiros vêm antes de EPIs individuais. Inverter essa sequência, prática 
comum no Brasil, compromete fundamentalmente a proteção dos trabalhadores. 
 Os casos práticos analisados provaram que excelência em segurança exige sistemas 
integrados. Tecnologia sem treinamento não funciona. Investimento alto sem mudança cultural 
fracassa. Procedimentos elaborados sem fiscalização viram teatro. Sucesso acontece quando 
engenharia, gestão e participação ativa dos trabalhadores se harmonizam. 
 Responsabilidade legal distribui-se entre empregadores, profissionais especializados, 
fiscais e trabalhadores. Mas a obrigação patronal permanece central. Empresas que trataram 
segurança como despesa supérflua pagaram depois entre quatro e seis vezes mais em 
indenizações e paradas. A matemática é clara, mas mentalidades empresariais resistem à 
conversão. 
 Aproximadamente 2.500 auditores fiscais para mais de 20 milhões de estabelecimentos 
tornam vigilância inevitavelmente seletiva. Essa defasagem transfere peso desproporcional para 
autorregulação interna, cuja efetividade depende de compromisso genuíno das lideranças. 
 O paradigma de pagar adicional de insalubridade para manter exposição a riscos 
perpetua ambientes deletérios. Monetizar danos à saúde não estimula transformação. 
Precisamos transitar de cultura reativa para postura antecipatória que elimina perigos antes que 
virem acidentes. 
 BIM aplicado à segurança, sensores IoT, realidade virtual para treinamentos e 
monitoramento em tempo real oferecem oportunidades sem precedentes. Mas disponibilidade 
não garante uso efetivo. Democratizar essas tecnologias para pequenas e médias empresas 
constitui desafio pendente e urgente. 
 Trabalhadores genuinamente ouvidos contribuem com conhecimento prático que 
engenheiros de escritório jamais conceberiam. Essa inteligência coletiva permanece 
inexplorada na maioria dos canteiros brasileiros, onde hierarquias rígidas inibem comunicação 
ascendente. 
 A formação de engenheiros civis é deficitária em segurança ocupacional. Profissionais 
graduam-se encarando segurança como obrigação administrativa periférica. Transformação 
duradoura depende de reformas curriculares que integrem segurança transversalmente em todas 
as disciplinas. 
26 
 
 
 
 Informalidade atinge 40% da força de trabalho na construção civil brasileira. 
Trabalhadores sem registro ficam desprovidos de proteções mínimas à integridade física. Esse 
mercado paralelo pressiona empresas formais a precarizar condições laborais. Combater 
informalidade transcende questões fiscais e representa imperativo de saúde pública. 
 Normas não salvam vidas autonomamente. Legislação exemplar vira letra morta sem 
implementação real. A salvaguarda dos trabalhadores depende de profissionais conscientes e 
comprometidos que transformem prescrições normativas em práticas cotidianas. Essa 
transformação demanda simultaneamente: fiscalização rigorosa, responsabilização efetiva de 
infratores, formação acadêmica aprimorada, tecnologias preventivas acessíveis, participação 
ativa dos trabalhadores e mudança cultural que reconheça dignidade humana como valor 
inegociável. 
 O momento histórico favorece avanços decisivos. Pressões ESG, judicialização 
crescente de segurança ocupacional, tecnologias preventivas sofisticadas e amadurecimento da 
consciência sobre direitos trabalhistas convergem para criar ambiente propício a transformações 
estruturais. Aproveitar essa janela ou deixá-la fechar por inércia definirá o legado desta geração 
de engenheiros e gestores. 
 A construção civil brasileira está em encruzilhada. Um caminho perpetua práticas 
deletérias legitimadas por adicional de insalubridade, monetizando danos ao invés de eliminá-
los. O outro conduz a canteiros onde tecnologia, gestão competente e cultura preventiva 
convergem para tornar ambientes insalubres exceções inaceitáveis. A escolha não será 
determinada por legislação ou fiscalização isoladamente, mas pelo compromisso ético de 
profissionais que recusam aceitar sofrimento evitável como custo normal da atividade 
produtiva. 
 
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