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Conceitos Básicos de Custos
CONCEITUAR OS OBJETIVOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS, DEFINIÇÕES, SISTEMAS DE CUSTEIO E
PRINCIPAIS TERMOS USADOS.
AUTOR(A): PROF. MARCIO DE LA CRUZ LUI
1. A evolução da contabilidade e seus objetivos
A contabilidade está presente tanto na vida pessoal quanto na vida empresarial, evolui de acordo com as
evoluções sociais e de acordo com as informações demandadas pelos seus usuários.
Também está presente nos conceitos de finanças corporativas, controladoria, análise das demonstrações
financeiras, gestão de custos e se divide nas seguintes áreas: financeira, gerencial, de custos, social e
ambiental.
A contabilidade busca com apoio de embasamento teórico, criar, aprimorar e desenvolver métodos e
modelos de gestão. A disciplina de Teoria de a Contabilidade objetiva desenvolver o senso crítico dos
pesquisadores da área, embora tenha sido discutida e estudada a muito tempo, somente a partir de 1994,
passou a ser exigida e integrada em todos os currículos dos cursos de ciências contábeis do Brasil
(IUDÍCIBUS; MARION, 1999).
Iudícibus (2000, p. 29) descreve que a contabilidade é tão antiga quanto a origem do homem pensante.
Historiadores remontam os primeiros sinais da existência de contas aproximadamente a 4.000 anos a.c.
Entretanto, talvez antes disto o homem primitivo, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca
disponíveis, ao contar seus rebanhos, ao contar suas ânforas de bebidas, já estava praticando uma forma
rudimentar de contabilidade.
Com o advento das industriais, tornou-se mais complexa a apuração do resultado e o levantamento de
balanço, pois o valor de compras na empresa comercial estava sendo substituído por uma série de valores
pagos pelos fatores de produção utilizados.  Surgiu então, a necessidade de adaptação dos critérios de
avaliação de estoques para as indústrias.
Ou seja, o tratamento dado aos custos passou a ser melhor bem elaborado com o advento da indústria de
transformação e sua atuação em larga escala, embalada pela Revolução Industrial, quando a aquisição de
mercadorias não era destinada à venda e sim à transformação em outros produtos. Aliado a outros fatores
de produção, passou a se denominar de matéria-prima, tendo-se voltado inicialmente para a avaliação dos
estoques e determinação do resultado do período e, desta forma, ficou mais difícil para o contador
determinar o valor dos estoques. (ANDRADE, 2012).
Além disso em função da abertura dos mercados e da concorrência, aumento das importações, maior
liberdade de preços, oportunidades de menor concentração de ofertas e crescente demanda por qualidade e
modernidade aliadas ao fato de maior valorização e conscientização do consumidor e do mercado
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(BERNARDI, 2009, pg. 26) a gestão de custos deixa de ser simplesmente mero auxiliar na avaliação de
estoques e lucros globais para uma posição de ator nas tomadas de decisão, relacionadas a formação de
preços, controle e decisões gerenciais de curto, médio e longo prazo.
Os custos são determinados a fim de atingir os seguintes objetivos: determinação do lucro, controle das
operações e tomada de decisões.
 Para que esses objetivos sejam atingidos, as empresas se valem dos métodos de custeio estruturados a fim
de serem alimentados de informações coletadas internamente. Essas informações fluem de todas as áreas:
almoxarifado, recursos humanos, vendas, produção, etc., devendo estar registradas em relatórios que
abastecem o sistema para, proporcionar os resultados pretendidos. Para isso, as fontes de informações
devem prezar pela qualidade, sob pena de os resultados não atingirem os objetivos propostos. (ANDRADE,
2012).
Segundo Andrade, 2012, além desses objetivos, as informações geradas pela Contabilidade de Custos
atendem:
a. A determinação dos custos dos insumos aplicados na produção
b. A determinação dos custos das diversas áreas que compõem uma organização
c. A redução dos custos dos insumos aplicados na produção ou diversas áreas que compõem uma
organização
d. Ao controle das operações e das atividades
e. A administração, auxiliando-a para tomar decisões ou resolver problemas especiais
f. A redução de desperdícios de materiais, tempo ocioso, etc.
g. A elaboração de orçamentos.
 
A contabilidade de custos também auxilia na solução de problemas relacionados:
a. Ao preço de venda
b. A contribuição de cada produto ou linha de produtos para o lucro da empresa
c. Ao preço mínimo de determinado produto em situações especiais
d. Ao nível mínimo de atividade em que o negócio passa a ser viável;
e. A outros problemas especiais.
 
2. Conceitos e Definições
Para o estudo de métodos de custeio é muito importante o entendimento de alguns conceitos e definições
para que não haja interpretações equivocadas acerca do entendimento e utilização e aplicação.
Gastos- Tudo o que se desembolsa para atender a finalidade da empresa, por meio de atividade de
produção, administração e vendas, inclusive investimentos nas mesmas, é gasto, do ponto de vista
financeiro.
Custos- São gastos direcionados a produção de bens, portanto inerentes a atividade de produzir, incluindo
a produção em si e a administração da produção.
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Despesas- São gastos inerentes a obtenção de receitas e administração da empresa, portanto próprios das
atividades de vendas e administração
Investimentos- São gastos necessários às atividades da produção, da administração e das vendas, que irão
beneficiar períodos futuros, portanto ativos de caráter permanente e de longo prazo, que por meio da
depreciação ou amortização irão tornar-se custos ou despesas, dependendo da sua origem e natureza.
 
Outros:
Receitas: É o preço de venda de um bem multiplicado pela quantidade.
Perda: Consumo de bens e serviços de forma anormal ou involuntária.
Exemplos: Perdas com Incêndios, Gasto com Mão de Obra durante um Período de Greve, Estoque Obsoleto
Desembolso: É o pagamento pela aquisição de bens ou pela aquisição de serviços.
 
 
Legenda: ESQUEMA E FLUXO
3. Sistemas de custeio
Existem 3 sistemas de custeio: absorção, custeio direto ou variável e custeio padrão, em função das
evoluções dos mercados podemos incluir também o custeio ABC (Activity Based Costing) além de outras
variantes.
Custeio por absorção: Direciona todos os custos de uma fábrica, diretos ou indiretos, fixos e variáveis para
uma produção dada. E finalmente aos produtos. As despesas são direcionadas para os resultados da
empresa.
Através deste conceito verificam-se que comporão os custos dos produtos tanto os custos diretamente
vinculados aos produtos, como os custos indiretos de fabricação; tanto os custos variáveis (que só existem
quando cada unidade é fabricada) quanto os custos fixos (que independem da fabricação das unidades,
estando relacionados com a criação das condições de se produzir).
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Custeio direto ou variável: Custeio Variável (ou Direto) é o método de custeio, segundo o qual aos produtos
fabricados são alocados somente os gastos variáveis. Os gastos fixos são tratados como despesas do
período. Os custos fixos têm o mesmo tratamento das Despesas, pois são considerados despesas do período
independentemente se os produtos foram vendidos ou não.
Esse método de custeio é chamado também de Custeio Direto e não deve ser confundido com Custo Direto,
que é a soma do Material Direto e Mão-de-obra Direta.
Observe que o conceito apresentado aborda dois parâmetros importantes. Inicialmente o conceito trata de
gastos, o que abrange os custos e as despesas. A seguir o conceito informa que os produtos devem ser
alocados somente os gastos variáveis (aqueles que variam proporcionalmente às variações dos volumes de
atividades da empresa), sendo que os gastosfixos não compõem a valorização dos produtos pois devem ser
tratados como despesas do período.
Este é o método de custeio indicado para tomada de decisões, tais como:
Determinar quais produtos devem ter suas vendas incentivadas, reduzidas ou mesmo ser excluídos da
linha de produção;
Determinar que produtos proporcionam a melhor rentabilidade quando existirem fatores que restringem a
produção;
Qual o preço mínimo a ser praticado em condições especiais, tal como venda de capacidade ociosa;
Decisão entre comprar ou fabricar
Determinação do nível mínimo de atividades em que o negócio passa a ser rentável;
Definição, em uma negociação com o cliente, de qual o limite de descontos permitido.
                      A legislação brasileira obriga que as empresas adotem o método de custeio por absorção para a
valorização dos estoques e apuração de resultado do exercício (lei 6404/76, decreto-lei 1598/77).
Custeio padrão:  Utiliza-se a metodologia de custeio por absorção ou do custeio variável, desenvolve-se o
custo do produto por padrões previamente estabelecidos. Sua finalidade e utilidade é o controle, podendo
também ser classificado para a formação de preço.
Custeio por atividade (ABC): Em função da evolução dos mercados houve a necessidade de reduzir custos e
de melhorar o atendimento aos clientes, a necessidade de maiores informações mais rapidamente e
adequadas, focadas em processos e atividades, ultrapassaram os limites do custo por absorção, ou seja, já
não basta saber somente o custo de um produto, mas o quanto os processos e as atividades geradoras de
custo consomem de recursos e o quanto os produtos consomem dessas atividades e processos. Neste
contexto surgiu a técnica de custeio ABC, que responde algumas perguntas fundamentais relacionadas aos:
custos, clientes, competências, informações e identificação de atividades.
 
4. Classificação e nomenclatura de custos
Os Custos são classificados de várias formas para atender às diversas finalidades para as quais são
apurados. As duas classificações básicas compreendem aquelas que permitem determinar o custo de cada
produto fabricado e o seu comportamento em diferentes níveis de produção em que uma empresa possa
operar.
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I. Quanto aos produtos fabricados: para alocar os custos aos produtos, eles são classificados em Custos
Diretos e Indiretos.
II. Quanto ao comportamento em diferentes níveis de produção: para determinar os custos de vários níveis
de produção, eles se classificam em Custos Fixos e Custos Variáveis.
 
Custos Diretos e Custos Indiretos
a. CUSTOS DIRETOS: são aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados porque
há uma medida objetiva de seu consumo nessa fabricação.
Exemplos:
Matéria-prima: geralmente a empresa sabe qual a quantidade exata de matéria-prima utilizada para a
produção de uma unidade do produto. Sabendo-se o preço da matéria-prima, o custo está associado
diretamente ao produto.
Mão-de-obra direta: trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados diretamente na produção.
Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da mão de obra, é possível apropriá-la
diretamente ao produto.
Depreciação de equipamentos: quando é utilizado para produzir um único tipo de produto.
Energia elétrica das máquinas: quando sabemos quanto foi consumido na produção de cada produto.
 
b. CUSTOS INDIRETOS: são os que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados
em diferentes produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base ou critério de rateio.
Exemplos:
Depreciação de equipamentos:- quanto utilizados na fabricação de mais de um produto.
Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção.
Gastos com limpeza da fábrica.
Energia Elétrica:- quando não pode ser associada diretamente ao produto.
 
Custos Fixos e Custos Variáveis
a. CUSTOS FIXOS: são os custos que, dentro de determinada atividade, não variam com o volume de
produção. São fixos em relação ao volume de produção, mas variáveis em relação às unidades produzidas,
pois quanto maior for a quantidade produzida, menor será o índice desses custos sobre as unidades.
Exemplos:
Honorários e salários da administração.
Aluguéis.
 
b. CUSTOS VARIÁVEIS: são assim denominados os custos que variam proporcionalmente com o volume da
produção ou das atividades desenvolvidas pela empresa.
Exemplos:
Materiais diretos.
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Mão-de-obra direta
Energia Elétrica
 
Custos Controláveis e Custos não Controláveis
a. Custos Controláveis: são aqueles que estão sob a responsabilidade e controle de determinada pessoa,
desde que ela tenha autonomia de ação sobre eles. Assim, as variações desses custos podem ser atribuídas a
essa pessoa, sem risco de se cometer injustiças. 
 
b. Custos Não Controláveis: são aqueles que estão sob a responsabilidade e controle de outra pessoa em
nível superior.  A essa comparação dá-se o nome de Custos ou Custeio por Responsabilidade.
Controlar significa: conhecer a realidade, comparar com o que se esperava, apurar as divergências e
implementar medidas corretivas.
O controle deve ser implantado de acordo com a estrutura organizacional da empresa, por exemplo, por
departamento, por células de manufatura, etc.
Para se chegar ao Controle, é importante a identificação dos Custos por Departamento ou células onde
foram incorridos.
Uma boa base de comparação é o uso de Custos Estimados, que são melhorias introduzidas nos custos
médios passados em função de determinadas expectativas quanto ao futuro.
 
Outras Terminologias
a) CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO: São os custos incorridos no processo produtivo num determinado
período de tempo. É normalmente composto da seguinte forma:
Material Direto (MD) + Mão de Obra Direta (MOD) + Custos Indiretos de Fabricação (CIF)= Custo de
Produção no Período (CPP)
Onde:
Material direto = Matéria-prima; Materiais secundários (cujo valor compense apropriá-los diretamente ao
produto); material de embalagem.
Mão-de-obra direta = Gasto com mão-de-obra diretamente apropriáveis ao produto.
CIF = Demais gastos de fabricação. São conhecidos também como Gastos Gerais de Fabricação.
b) CUSTO PRIMÁRIO
Custo Primário Direto = Material Direto (MD) + Mão de Obra Direta (MOD)
C) CUSTO DE CONVERSÃO OU TRANSFORMAÇÃO
Custo de Transformação= Mão de Obra Direta (MOD) + Custo Indireto de Fabricação (CIF)
 
Equação Geral de custos:
Custo do Insumo = Preço x Quantidade do recurso
ou
C = P x Q
Exemplo:
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Para obter um quilo (1kg) de açúcar são necessários 12,5 quilos de cana-de-açúcar. Para saber o custo da
matéria-prima, supondo-se que cada quilo da cana-de-açúcar custe em média R$ 0,02 temos:
C = P x Q, ou seja, C = R$ 0,02 X 12,5 quilos = R$ 0,25 que é o valor da matéria-prima para produzir 1 kg de
açúcar.
 
CUSTO UNITÁRIO DE UM PRODUTO
Custo unitário para um único produto = valor dos gastos do produto ÷ quantidade produzida no período
 
FORMAÇÃO DO CUSTO INDUSTRIAL
Custo Industrial = materiais + mão-de-obra + gastos gerais de fabricação
onde
Gastos gerais de fabricação (GGF) = água, luz, aluguel, etc.
ATIVIDADE
Para obter um quilo (1kg) de açúcar são necessários 24 quilos de cana-
de-açúcar. Para saber o custo da matéria-prima, supondo-se que cada
quilo da cana-de-açúcar custe em média R$ 0,05 temos:
A. R$5,00 PARA PRODUZIR 1Kg de açucar
B. R$1,20 PARA PRODUZIR 1Kg de açucar
C. R$3,00 PARA PRODUZIR 1Kg de açucar
D. R$20,00 PARA PRODUZIR 1Kg de açucar
E. R$10,00 PARA PRODUZIR 1Kg de açucar
REFERÊNCIA
ANDRADE, Daniela. Material de Apoio aos Estudos Administração de Custos. São Paulo, 2012,
BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de Formação de Preços. 3 ed. São Paulo: Atlas: 2009.
IUDÍCIBUS,Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
IUDÍCUBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo, 2000.
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