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SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO UNIDADE 1 – VOCE� COMPREENDE AS FUNCIONALIDADES DO SISTEMA RESPIRATO� RIO? Camila Maria Pinheiro de Mello e Silva e Vivian Alessandra Silva Introdução O sistema respiratório tem como principal função a realização de trocas gasosas. Para tanto, são quatro os principais process envolvidos: ventilação, difusão, transporte e controle da respiração. Para que se compreenda a ventilação, é importante entend as propriedades fı́sicas envolvidas, como pressão, fluxo, resistência e complacência. A ventilação compreende a entrada e saı́da do ar. Ela depende da ação dos músculos respiratórios e do Sistema Nervoso Centr O controle respiratório tem componentes automáticos e voluntários, dependendo dos neurônios que geram estı́mulos para contrações musculares. Para realizar a regulação da respiração, existem, ainda, receptores sensı́veis a mudanças na pressão d gases no sangue. A troca gasosa ocorre entre as células pulmonares e os capilares sanguı́neos do pulmão, por meio de um tipo de transpo chamado difusão. Tal processo pode ser influenciado por fatores como pressão dos gases, pressão sanguı́nea e espessura membrana alvéolo-capilar. Depois que ocorre a troca de gases, estes devem ser transportados para suprirem de forma adequa as demandas metabólicas e colaborarem com a homeostase. Assim, nesta primeira unidade, vamos começar a compreender as funcionalidades do sistema respiratório. Afinal, como sistema respiratório realiza as trocas gasosas? Quais são os mecanismos de defesa das vias respiratórias? Quais são as funçõ das vias áreas superiores e inferiores? A partir de agora, iremos definir o sistema respiratório, abordar aspectos de anatomia, histologia e fisiologia e, em algum situações, relacioná-lo a patologias. Traremos, ainda, de conhecimentos importantes para os profissionais da área da saúde q trabalham diretamente com esse sistema, como educadores fı́sicos, enfermeiros e fisioterapeutas. Vamos aos estudos? Acompanhe! 1.1 Histofisiologia do sistema respiratório A respiração é uma caracterı́stica dos seres vivos, sendo que o principal órgão do sistema respiratório é o pulmão. Pa compreender as funcionalidades desse sistema, precisamos conhecer os órgãos que o compõe, suas divisões e sua histologia. Ao longo deste tópico, veremos a respeito desses pontos, bem como os mecanismos de defesa das vias aéreas, tão importan para a proteção do nosso organismo de partı́culas que podem provocar patologias. 1.1.1 Epitélio respiratório O sistema respiratório é composto pelas vias aéreas de condução e pelos pulmões. Desta maneira, podemos dividir o sistem respiratório em duas partes: uma condutora e outra respiratória. Clique e confira! O� rgãos tubulares que têm como objetivo levar o ar inspirado até a parte respiratória. Além de realizarem a condução do ar, também são responsáveis por filtrar, aquecer e tornar o ar úmido. Os órgãos que pertencem à parte condutora são o nariz, a faringe, a laringe, a traqueia e os brônquios (SANTOS, 2014). E� na parte respiratória que ocorre a troca de dióxido de carbono, presente no sangue, por oxigênio. Ela é constituı́da pelos pulmões (SANTOS, 2014). • • Condutora Respiratória Dessa forma, verificamos que o sistema respiratório é responsável por processar a respiração, permitir a entrada e saı́da do ar organismo, promover a hematose (troca gasosa que ocorre com a captação de oxigênio e eliminação de gás carbônico), be como filtrar e umedecer o ar inspirado (CRUZ, 2005). A fim de conduzir o ar para os pulmões e realizar as funções de filtrar, aquecer e umidificar o ar, a parte condutora do sistem respiratório é revestida por um epitélio colunar ciliado pseudoestratificado, denominado “epitélio respiratório”. Este reveste to o trato respiratório, exceto a parte da faringe, da laringe, as menores vias condutoras e os alvéolos. O epitélio respiratório é constituı́do de cinco tipos celulares. Clique nas abas e aprenda mais sobre o tema. O epitélio respiratório está apoiado em uma camada de tecido conjuntivo, altamente vascularizada, chamada de “lâmina própr A junção do epitélio respiratório à lâmina própria é conhecida como “mucosa respiratória”. Esta pode ser afetada por algum doenças, como a fibrose cı́stica, em que as células caliciformes secretam um muco com pouca água, fazendo com que o e VOCÊ SABIA? Hematose é diferente de hemostasia. Enquanto a hematose se refere ao processo de troca gasosa, absorção de oxigênio e liberação de gás carbônico; a hemostasia é uma resposta fisiológica normal do organismo humano para interromper o sangramento e prevenir hemorragias. E� importante ficar atento aos dois termos, que são muito parecidos, porém se referem a situações diferentes (GUYTON; HALL, 2017). Célula colunar ciliada Corresponde a 30% do total de células. Sua superfı́cie é formada por cerca de 300 cı́lios. Abaixo dos corpúsculos basais dos cı́lios, temos numerosas mitocôndrias, cuja função é fornecer energia na forma de ATP para os batimentos ciliares. Esta célula inclui a altura da célula colunar ciliada, que dificulta a passagem de microrganismos, e o batimento dos cı́lios removem o excesso de muco. Célula caliciforme Corresponde a 30% do total de células. E� uma célula secretora de muco rico em glicoproteı́nas. Ela produz o muco que cobre os cı́lios das células ciliadas, fazendo com que partı́culas de poeira e microrganismos se depositem no muco, filtrando ar. Além disso, o muco umidifica o ar inspirado. Célula basal Corresponde a 30% do total de células. E� pequena e arredondada, apoiada na lâmina basal, porém não se estende à superfı́cie apical. Trata-se de uma célula-tronco que se multiplica, originando os demais tipos de células do epitélio respiratório. Célula em escova (Brush cells), que se apresenta em pequena quantidade, com microfilos nas superfı́cies apicais. Ela está relacionada à olfação. Célula granular Também apresentada em pequena quantidade, tem numerosos grânulos. Ela regula a secreção do muco pelas células caliciformes e o batimento dos cı́lios. Sua função ainda não é bem esclarecida pelos estudiosos. fique denso e impeça sua remoção da superfı́cie do epitélio. O muco denso acumulado forma obstruções nas vias aéreas d portadores da doença e impede a troca gasosa. A seguir, temos uma figura representativa das diferentes células presentes no sistema respiratório. Observe suas caracterı́stic morfológicas, como a presença dos cı́lios e muco, e tente imaginar a função de cada uma dessas caracterı́sticas. A mucosa respiratória se modifica e se adapta de acordo com a função do órgão que está revestindo. Assim, temos mais cı́lio muco quanto mais próximos estamos da cavidade nasal, para ajudar na função de defesa. Conforme nos aproximamos do pulm observamos que as células epiteliais vão se tornando cada vez mais baixas, para facilitar a troca gasosa. Em relação às glându mucosas, observamos que são bastante numerosas no inı́cio das vias aéreas, mas vão desaparecendo conforme n aproximamos do pulmão, pois o muco que elas produzem atrapalhariam a troca. Há, também, mudanças no esqueleto dos órgãos respiratórios. No trecho inicial, encontramos osso e cartilagem, mas, chegarmos aos bronquı́olos, a sustentação desaparece e encontramos apenas anéis de músculo liso ao redor do órgão, fazen com que a mucosa perca a sustentação e assuma um aspecto tortuoso ou pregueado. A presença do esqueleto cartilagino impede o completo fechamento das vias aéreas em caso de constrição. Entretanto, nos bronquı́olos, a ausência do esqueleto po levar ao seu colabamento (fechamento). Isto pode ocorrer em pacientes com asma, por exemplo. Na sequência, temos a comparação entre as caracterı́sticas do epitélio em cada órgão das vias aéreas. Observe com atenção! Figura 1 - Mucosa respiratória formada por epitélio respiratórioe lâmina própria Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Jose Luis Calvo, Shutterstock, 2019. A partir dos bronquı́olos, as vias aéreas continuam a se ramificar até se transformarem nos alvéolos pulmonares. Chamam essa ramificação de “árvore brônquica”, conforme estrutura dada a seguir. Figura 2 - Caracterı́sticas morfológicas da mucosa respiratória em diferentes regiões das vias aéreas Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Shutterstock, 2019. Os bronquı́olos terminais surgem a partir dos bronquı́olos e se diferenciam destes por apresentarem pouco músculo liso em s parede, além de numerosas células de clara. Nesse ponto das vias aéreas, não encontramos mais as glândulas e células de clara, que assumem a função de secretar um fluı́ muito fino, o qual protege a região contra possı́veis infecções e poluição. As células de clara se localizam em meio às célu cilı́ndricas ou cúbicas de revestimento. Elas sintetizam, liberam e dispersam uma camada complexa de proteı́nas e fosfolipı́di na superfı́cie da mucosa, semelhante ao surfactante pulmonar. Figura 3 - Formação da árvore brônquica Fonte: Elaborada pelas autoras, 2019. A ramificação dos bronquı́olos terminais forma os bronquı́olos respiratórios, que perdem quase que completamente a cama externa de músculo liso. Cada bronquı́olo terminal dá origem a um ducto alveolar. Este, por sua vez, conduz o ar para dentro um saco alveolar e cada saco será formado por vários alvéolos, separados entre si por um septo alveolar. VAMOS PRATICAR? Em cidades grandes e poluıd́as, como São Paulo ou Belo Horizonte, os ıńdices de umidade do ar caem muito durante o inverno. Essa redução piora ainda mais a qualidade do ar e, frequentemente, as prefeituras recomendam à população não praticarem esportes ao ar livre. Isto porque, nessas condições, pode haver prejuıźo para o epitélio de revestimento das vias aéreas e redução da troca gasosa no pulmão. Nesta atividade, vamos, então, exercitar nossos conhecimentos? Rubinho é treinador de corrida de rua no Distrito Federal. Seu aluno, Eliseu, faz os treinos no horário de almoço, entre 12 e 14 horas, na Esplanada dos Ministérios. Para um melhor resultado, Eliseu começou a usar por conta própria tiras nasais, aumentando o tamanho das narinas. No entanto, em dada semana, a temperatura na cidade chegou à 37 , com umidade relativa do ar de 15%. Após o treino, Eliseu telefona para Rubinho e conta que teve epistaxe (sangramento nasal), tontura e falta de ar, solicitando orientações. Se você fosse o treinador, quais orientações você daria para Eliseu? Como a baixa umidade do ar poderia estar afetando o epitélio respiratório do aluno? o Na figura a seguir, podemos acompanhar a formação dos alvéolos do pulmão. Figura 4 - Estruturas pulmonares que formam a zona respiratória Fonte: Angallen Rogozha, Shutterstock, 2018. Cada saco alveolar pode ser formado por vários alvéolos, todos ventilados por um único ducto alveolar. Os alvéolos s separados entre si por uma delgada parede chamada de “septo alveolar”. Neste, encontraremos os capilares sanguı́neos responsáveis pelo transporte dos gases — numerosos vasos linfáticos e grande quantidade de tecido conjuntivo. O teci conjuntivo dos septos alveolares é rico em fibras elásticas, que conferem força de retração ao tecido pulmonar, chamada “complacência”, necessária para que o pulmão volte ao seu tamanho inicial na expiração. Os alvéolos representam as unidades funcionais do pulmão e formam a massa estrutural acinar. Em conjunto, temos parênquima do órgão, responsável pela consistência esponjosa do pulmão, clinicamente. Os alvéolos são porções terminais árvore respiratória, em fundo cego, exceto pela presença dos poros de Kohn. Cada alvéolo é formado por dois tipos celulares: Figura 5 - Distribuição do ar pelo ducto alveolar para cada um dos alvéolos de um saco alveolar Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Choksawatdikorn, Shutterstock, 2019. Células alveolares (pneumócito s) do tipo I Epitélio pavimentoso simples, responsável pela troca gasosa. Células alveolares (pneumócito s) do tipo II Globosa, responsável pela sı́ntese do surfactante. Esta é uma substância lipoproteica que reduz a tensão superficial na membrana celular dos pneumócitos tipo I, permitindo a troca gasosa. Pode-se perceber que a estrutura dos alvéolos é microscópica, porém complexa, sendo importante para a realização das troc gasosas, mecanismos de defesa, assim como manutenção das vias aéreas estáveis, evitando o colabamento pulmonar. VOCÊ SABIA? As células de clara e os pneumócitos tipo II só se diferenciam nas últimas semanas de gestação. Nos prematuros, a não produção de surfactante por falta de amadurecimento dessas células pode levar à condição patológica chamada “sıńdrome da angustia respiratória aguda” ou SARA, com áreas de restrição da luz e possıv́el colabamento das paredes bronquiolares e alveolares. Isto acontece porque o surfactante reduz a tensão superficial e aumenta a complacência (GANONG, 2010). Além das células alveolares, encontramos no pulmão outro tipo celular: os macrófagos pulmonares ou células de poeira. Ess grandes macrófagos fagocitam as partı́culas de poeira que chegam aos pulmões e as digerem. CASO O surfactante pulmonar exerce uma função importantıśsima, pois age diminuindo a tensão superficial existente internamente nos alvéolos. Na ausência de surfactante, alvéolos podem se fechar, dificultando ou, até mesmo, impedindo as trocas gasosas. Uma das possıv́eis situações em que há deficiência de surfactante é na sıńdrome da angústia respiratória do recém-nascido ou “doença da membrana hialina”. Essa doença afeta recém-nascidos prematuros, que ainda não apresentam a capacidade de produzir surfactante de forma suficiente para manter os alvéolos insuflados. Assim, ocorrem áreas de atelectasia (vias aéreas fechadas), sem trocas gasosas. Nos prematuros, essa situação é agravada pelo acúmulo de lıq́uidos ainda presentes dentro dos alvéolos. Além disso, uma função relevante do surfactante é no edema pulmonar, exatamente porque ele facilita a saıd́a de lıq́uidos dos alvéolos. As células que produzem surfactante se tornam maduras e capazes de produzirem surfactante suficiente, especialmente no último mês gestacional, mediante estıḿulos maternos e fetais de cortisol. Nos casos de risco de parto prematuro, é recomendado o acompanhamento da mãe e do feto para minimizar os riscos de o bebê nascer com insuficiência respiratória. Uma das medidas é a administração de corticoides à mãe antes do parto. Após o nascimento, é utilizada a administração de surfactante exógeno para impedir o colabamento alveolar (GANONG, 2010; GUYTON; HALL, 2017). Uma das funções do sistema respiratório está relacionada aos mecanismos de defesa, pois muitos antı́genos podem invadir organismo juntamente com o ar que respiramos. Assim, veremos a seguir os mecanismos de defesa do sistema respiratório. 1.1.2 Mecanismos defensivos das vias respiratórias Todos os dias inalamos milhares de litros de ar ambiente, sendo que este ar inalado pode conter poeira, pólen e microrganism suspensos, como bactérias, esporos fúngicos, cinzas e outros produtos de combustão ou gases nocivos. Além disso, tambe podem conter partı́culas de substâncias como asbestos e sı́lica, bem como outras substâncias quı́micas perigosas. Para se proteger, nosso organismo desenvolveu mecanismos de defesa, próprios das vias áreas. Eles compreendem process fı́sicos, como a sedimentação em que o muco é fundamental; e biológicos, com participação dos macrófagos alveolares. Uma das primeiras formas de defesa do sistema respiratório é a mecânica. Nas narinas, temos os pelos ou vibrissas, q impedem a passagem de grandes partı́culas de poeira e pequenos insetos; e os cı́lios, que impedem a entrada de microrganismo A segunda defesa é ofechamento da glote, na laringe, que impede a entrada de substâncias lı́quidas ou sólidas que tenham deglutido. Temos, ainda, a filtração aerodinâmica e o transporte mucociliar. Esses mecanismos têm como objetivo evitar a entrada de partı́culas e/ou microrganismos, mas, caso aconteça uma fal teremos os mecanismos cujo objetivo é expulsá-los. Tais mecanismos compreendem atos voluntários, como fungar e asso além do reflexo de espirrar. Além deles, também temos o reflexo da tosse, que ocorre para impedir que partı́culas lı́quidas sólidas cheguem às vias aéreas inferiores, expulsando-as e levando-as até a orofaringe. Em geral, a deposição de partı́culas nas vias aéreas depende de fatores como tamanho, densidade e forma das partı́culas, be como velocidade do fluxo de ar e umidade deste. Figura 6 - Células do pulmão Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Jose Luis Calvo, Shutterstock, 2019. Os principais mecanismos de deposição são impactação, sedimentação e movimento browniano. Veremos sobre cada um de na sequência. Clique para conferir! Impactação: o ar inalado, ao passar pela cavidade nasal, é filtrado pelas vibrissas. Partı́culas de até 10 μm de diâmetro conseguem ser removidas ao impactar grande área de superfı́cie do septo nasal e das conchas nasais. Contudo, algumas partı́culas menores podem passar pela cavidade nasal, sendo, porém, impactadas na nasofaringe, região que contém as tonsilas palatinas (amı́gdalas) e a tonsila farı́ngea (adenóide). Estas estimularão a defesa imunológica contra microrganismos ativos filtrados nesse ponto. Assim, o ar que penetra na traqueia irá conter poucas partı́culas com mais de 10 μm, sendo que a maioria será retida, principalmente, na carina ou dentro dos brônquios. Sedimentação: em partı́culas com dimensões que variam de 2 a 5 μm, a sedimentação nas vias aéreas menores pode ocorrer por gravidade nos locais em que a velocidade do fluxo de ar é baixa. Neste caso, as partı́culas são retidas pelo muco que reveste as vias aéreas superiores, a traqueia, os brônquios e os bronquı́olos. Partı́culas menores e todos os gases estranhos — com componentes não usuais no ar ambiente — alcançam os ductos alveolares e alvéolos. Movimento browniano: parte das partı́culas menores (0,1 μm e ainda menores) são depositadas como resultado do movimento browniano, que compreende o deslocamento aleatório de partı́culas em suspensão em um meio fluı́do. As outras partı́culas (entre 0,1 e 0,5 μm de diâmetro) permanecem suspensas, principalmente como aerossóis, e cerca de 80% delas são exaladas. VOCÊ O CONHECE? Robert Brown (1773 a 1858) foi botânico, fıśico e médico. Ele desenvolveu atividades como naturalista e descobriu cerca de 3.900 espécies de plantas. Além disso, também participou de uma expedição cientıf́ica para a Austrália, onde posteriormente publicou um livro sobre a flora local. Brown foi o descobridor do movimento desordenado, apresentado pelas partıćulas ultramicroscópicas em suspensão em um lıq́uido, também denominado de “movimento browniano” (SILVA; LIMA, 2007). O muco que recobre as células ciliadas é formado por duas camadas: uma camada gel, mais densa e mucosa (pegajosa); e um camada sol, mais aquosa. A camada gel fica superior, enquanto a sol fica mais próxima da raiz dos cı́lios. Os cı́lios apresentam um padrão de batimento para remover continuamente a camada gel, já que esta fica repleta das partı́cula antı́genos que entraram junto com o ar e se aderiram ao muco viscoso. A remoção do material que adere na camada gel pel cı́lios é chamada de “transporte muco ciliar”. O batimento dos cı́lios apresenta duas fases. Para conhecê-las, clique nos itens abaixo. Fase de batimento efetivo O cıĺio fica bem esticado, alcançando seu comprime máximo e penetrando na camada gel. Ele realiza movimento em arco e impulsiona a camada. Fase de batimento de recuperação E� a fase de retorno do cıĺio para a posição inicial. O cıĺi encurta e retorna bem lentamente à posição de inıćio. A fase de batimento de recuperação é extremamente importante, pois, se o cı́lio voltasse na mesma posição e velocidade inı́cio, ele apenas agitaria o gel, sem promover a propulsão. Esse gel sempre é conduzido pelos cı́lios na direção da orofaringe. chegar na orofaringe, o muco repleto de partı́culas e antı́genos é deglutido e destruı́do pelo suco gástrico. O tabaco diminui grandemente a movimentação dos cı́lios e pode até levar à sua destruição, fazendo com que as vias aéreas tornem mais predispostas a infecções. A boa notı́cia é que, após parar de fumar, os cı́lios se recuperam e, em cerca de três mes voltam à sua função normal. Além desses mecanismos, existem outros menos importantes. As gotı́culas são partı́culas maiores que 5 μm, enquanto aerossóis são partı́culas menores que 5 μm, podendo transmitir doenças, como a tuberculose. Assim, são tomadas medidas pa precaução com relação a aerossóis no ambiente hospitalar, como a lavagem das mãos, uso da máscara N-95 (PFF2) pel profissionais e máscara cirúrgica pelo paciente durante seu transporte. Quando as barreiras já mencionadas não são suficientes, o material inspirado pode alcançar as vias aéreas terminais. Neste ca o corpo tem outras formas de eliminá-lo. Uma delas é por meio de macrófagos alveolares, em um processo denomina “fagocitose”. Outros meios que auxiliam nessa destruição são a destruição enzimática inespecı́fica, a penetração nos vas linfáticos e as reações imunológicas. Os macrófagos alveolares compreendem células grandes ameboides mononucleares que se encontram na superfı́cie alveol tendo como função destruir partı́culas estranhas por meio de seus lisossomos. E� também dessa forma que as bactérias s digeridas. Os macrófagos alveolares são importantes nas respostas imunológicas e inflamatórias do pulmão, tanto na supress da resposta imunológica para antı́genos não patogênicos reconhecidos quanto para iniciar o processo da inflamação e imunida inata. Estudos demonstram que a função dos macrófagos é inibida pela fumaça de cigarros, portanto, fumar compromete es mecanismo de defesa do sistema respiratório (GROSSMAN; PORTH, 2016). • • O conhecimento dos componentes microscópicos das vias aéreas e seu funcionamento são essenciais para compreenderm como o sistema respiratório funciona e de que forma os profissionais de saúde podem colaborar para otimizá-lo, tanto em atlet quanto em pacientes. Vamos, então, treinar a aplicação de cada conceito aprendido respondendo à cruzadinha a seguir? Faça a atividade com atenção O mecanismo de defesa mucociliar, juntamente com a ação dos macrófagos alveolares, são apenas alguns dos mecanismos defesa do nosso organismo, próprios do epitélio respiratório. A seguir, iremos compreender a estrutura e função dos órgãos que compõem as vias aéreas superiores. Acompanhe! VOCÊ QUER LER? Para aprofundar seu conhecimento sobre os mecanismos de defesa das vias respiratórias, sugerimos a leitura do livro “Pulmões: uma abordagem integrada à doença”, escrito por professores da Saint Louis University School of Medicine, que fica na cidade de St. Louis, no Missouri. A obra traz uma abordagem aprofundada e ampliada sobre o tema. Vale a pena ler! 1.2 Estrutura e função das vias aéreas superiores Como já mencionado, o sistema respiratório é constituı́do por nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões. Veja a figu a seguir. As vias aéreas superiores compreendem os órgãos situados na cabeça e no pescoço: nariz, faringe, laringe e traqueia. E conduzem o ar e o condicionam para que chegue até as vias aéreas inferiores, onde ocorrem as trocas gasosas. Figura 7 - Estruturas que compõem o sistema respiratório Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2019. Nos próximos itens, apresentaremos as estruturas que compõem as vias aéreas superiores, bem como suas caracterı́sticas. 1.2.1 Estrutura e função das vias aéreassuperiores: nariz, seios paranasais e faringe O nariz divide-se em externo e cavidade nasal. O nariz externo corresponde à parte que visualizamos na face. E� formado por raiz, dorso, ápice, asas e narinas. A função nariz externo é permitir a entrada do ar e aumentar o espaço da cavidade nasal. Inclusive, você já deve ter reparado que o forma da asa do nariz e o tamanho das narinas variam de acordo com a etnia. Na raça negra, as asas são mais salientes e as narin maiores, permitindo melhor afluxo de ar, já que tal etnia tem origem de locais quentes e úmidos. Na raça branca, as asas são m afiladas e as narinas são menores, protegendo o nariz da perda de umidade, já que tal raça tem origem de regiões secas e frias. A cavidade nasal, por sua vez, representa a entrada das vias respiratórias, sendo que o septo nasal a divide em cavidade na direita e esquerda. O septo nasal é constituı́do por dois ossos: etmoide e vômer, bem como uma cartilagem do septo. A cavida nasal e o septo nasal são revestidos por mucosa nasal, sendo que sua função é aquecer, filtra e umidificar o ar inspirado. N paredes laterais da cavidade nasal, encontramos três ossos arredondados: as conchas nasais superiores, médias e inferior Entre cada uma, há espaços e vãos por onde o ar passa, conhecidos como meatos nasais superior, médio e inferior. A importância das conchas e dos meatos nasais está em sua capacidade de aumentar a área coberta pela mucosa nas permitindo o turbilhonamento do ar dentro da cavidade nasal. Tal turbilhonamento permite, ainda, que o ar inspirado toque p mais tempo e em uma área maior a da mucosa nasal, aumentando sua efetividade no condicionamento do ar. Além de aquecer o ar, a cavidade nasal apresenta a função olfatória. A área olfatória se situa superiormente na cavidade nasal, n regiões das conchas nasais superiores. Ao redor da cavidade nasal, dentro dos ossos pneumáticos, encontramos os seios paranasais, que são cavidades revestidas p mucosa nasal, contendo ar. Temos os seios maxilar, frontal, esfenoidal e as células etmoidais. Cada seio paranasal se comun por ductos de drenagem, com o interior da cavidade nasal de seu próprio lado. Os seios paranasais aquecem e umidificam o inspirado, bem como contribuem para a diminuição do peso do crânio, já que são preenchidos por ar no seu interior (MOOR 2011; LEVITZKY, 2016). Frequentemente, os seios paranasais são acometidos pela sinusite, uma infecção de vias aéreas superiores em que a mucosa q reveste os seios fica edemaciada, produz secreção aumentada e causa dor ao indivı́duo. Um dos exames utilizados pa diagnosticar a sinusite é a radiografia da face. Figura 8 - Esquema sobre as estruturas que compõem as vias aéreas superiores Fonte: Elaborada pelas autoras, 2019. A faringe é um órgão que pertence à via respiratória e ao sistema digestório, assim, o nariz, a boca e a laringe se conectam p uma via de passagem ou câmara comum. Ela está dividida em três partes: nasal ou nasofaringe (superior), oral ou orofarin (média) e ları́nea ou laringofaringe (inferior). Além disso, compõe-se de dois orifı́cios, sendo um direito e um esquerdo, que comunicam com as orelhas médias direita e esquerda, o que possibilita o equilı́brio da pressão entre as duas cavidades. Tambe funciona como órgão de defesa do organismo por ter células linfáticas nas tonsilas, por exemplo, que defendem o organism contra agentes patogênicos e suas toxinas (KAWAMOTO, 2018). Figura 9 - Radiografia da fase Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Shutterstock, 2019. Acompanhe na sequência o detalhamento de cada parte da faringe: parte nasal da faringe: posterior ao nariz, comunicando-se com este por mei das coanas. Em sua parede postero-superior, encontra-se a tonsila faríngea, também conhecida como adenóide. As tonsilas faríngeas são órgãos linfáticos que exercem importante função de defesa das vias aéreas superiores. Nas paredes laterais da nasofaringe, temos os óstios faríngeos das tubas auditivas Estas comunicam a nasofaringe com a cavidade da orelha média, permitindo a equalização de pressão em ambos os lados. Quando descemos ou subimos uma serra, por exemplo, percebemos a sensação de pressão no ouvido, que logo melhora se abrirmos bastante a boca ou bocejamos. Quando fazemos isso, permitimos que o ar que está na nasofaringe passe pela tuba auditiva e chegue à cavidade da orelha média, equalizando a pressão; parte oral da faringe: estende-se entre o palato mole e a raiz da língua no nível do osso hioide. A parte posterior da cavidade oral se comunica diretamente com a parte oral da faringe, assim como com as regiões posterior inferior da parte nasal da faringe. O epitélio se modifica no limite entre as partes nasal e oral da faringe, passando de colunar pseudoestratificado ciliado para epitélio escamoso estratificado, semelhante ao da cavidade oral e resistente à abrasão dos alimentos. A úvula palatina e dois pares de arcos faríngeos são sustentados pela margem posterior do palato mole. Bilateralmente, teremos a tonsila palatina, que se situa entre o arco palatoglosso anterior e o arco palatofaríngeo posterior. A tonsila palatina (amígdala) também é um órgão linfático e serve como proteção para as vias aéreas. A parte oral da faringe serve tanto para o sistema respiratório quanto para o digestório, sendo que nela ocorre o cruzamento aéreo digestório; parte laríngea da faringe: é estreita e inclui a região da faringe, localizada desde o nível do hioide até o início do esôfago. É a mais inferior e, como a part oral, é revestida por epitélio escamoso estratificado, resistente a abrasões mecânicas, agressões químicas e invasão de patógenos, preparada para a passagem do alimento. Agora, conheça mais sobre a estrutura interna de vias aéreas superiores observando a imagem abaixo. • • • Após passar pela faringe, o ar entrará na laringe. Esta é um tubo músculo-cartilagı́neo situado em posição anterior no pesco Ela tem cerca de quatro centı́metros de comprimento e, além de servir como via de condução para o ar, também é útil na fonaç e para proteção das vias aéreas. Vamos ver como? Acompanhe no próximo item! 1.2.2 Estrutura e função das vias aéreas superiores: laringe e traqueia As cartilagens que formam a laringe são a epiglótica (epiglote), a tireóidea, a cricóidea e as aritenóideas. Elas formam u esqueleto cartilaginoso e muito flexı́vel para a laringe. Cada cartilagem está unida à outra por membranas e músculos do ti estriado esquelético. Figura 10 - Estrutura interna de vias aéreas superiores Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2019. A epiglote apresenta uma importante função nas vias aéreas, pois é ela que oclui a entrada da laringe quando deglutim impedindo a entrada de alimentos. No interior da laringe, na altura da cartilagem tireóidea, encontramos as pregas vestibulares e vocais. As pregas vestibulares te função de proteção das vias aéreas. Assim, caso a epiglote não funcione bem ou por qualquer outro motivo, chegando à larin gotas de lı́quido ou partı́culas de sólido, os receptores dessas pregas eliciam o reflexo de tosse e impedem a entrada de qualqu material que não seja ar nas vias aéreas. Já as pregas vocais estão relacionadas à produção da voz, ou seja, à fonação. Durante a expiração, os músculos ları́ngeos contraem e movimentam as pregas vocais, produzindo a voz. O espaço entre as pregas vocais direita e esquerda recebe o nom de “glote”. E� o menor diâmetro por onde o ar passará nas vias aéreas superiores. Figura 11 - Estrutura anatômica da laringe Fonte: Shutterstock, 2019. Em pessoas que sofrem uma reação alérgica intensa, ocorre edema da mucosa que cobre as pregas vestibulares, podendo hav fechamento da glote e asfixia, pois o ar fica impedido de passar. Figura 12 - Funcionamento da glote durante a fonação e respiração Fonte: VectorMine, Shutterstock, 2019. Após passar pela laringe, o ar chaga à traqueia. Este é um órgãomúsculo cartilaginoso, formado por semianéis de cartilage glândulas secretoras de muco e células epiteliais ciliadas. Sua função é conduzir o ar da laringe para os pulmões (SANTOS, 201 A traqueia tem seu inı́cio no nı́vel da quarta vértebra cervical, ocupando uma posição mediana à frente do esôfago; e tem s término entre a quarta e a quinta vértebra torácica (SANTOS, 2014). As cartilagens da traqueia apresentam o mesmo formato de C, com exceção da última cartilagem, chamada de “carina”. Esta é um cartilagem traqueal em formato piramidal, a partir da qual a traqueia se bifurcará em brônquios direito e esquerdo. Vamos, agora, verificar seus conhecimentos sobre estrutura e função das vias aéreas superiores? Arraste e solte as caixas a seg no local correto. Enquanto as vias aéreas superiores conduzem e condicionam o ar, as vias inferiores contêm estruturas que realizam as troc gasosas. No entanto, quais são as estruturas que compõem as vias aéreas inferiores? Como atuam? Vamos entender mais sobre essas funções do sistema respiratório no próximo tópico. VOCÊ SABIA? O fechamento da glote funciona como um esfıńcter e nos ajuda a fazer força, aumentando a pressão na cavidade torácica e abdominal. Por isso, não se recomenda que esportistas vocalizem enquanto executam atividade fıśica, visto que o forte impacto entre as pregas vocais direita e esquerda pode gerar lesões, comprometendo a voz do atleta. Você, inclusive, já deve ter observado a vocalização de jogadores de tênis ou de halterofilistas ao fazerem os gestos próprios do esporte. Esta prática é extremamente prejudicial. 1.3 Estrutura e função das vias aéreas inferiores As vias aéreas inferiores são compostas por brônquios e pulmões. A maior parte dos brônquios está dentro do pulmão, de on se ramificam profusamente, formando a árvore brônquica, até se transformarem nos alvéolos pulmonares. A principal função do pulmão é realizar a troca gasosa, mas o órgão também apresenta outras funções não-respiratórias, como equilı́brio da função acidobásico — papel que desempenha em conjunto com os rins e é fundamental para a manutenção homeostase. 1.3.1 Estrutura e função das vias aéreas inferiores: brônquios e pulmões Parte das vias aéreas inferiores conduzem o ar até que ele chegue à parte do sistema respiratório que realiza as trocas gasos Entre a traqueia e os espações alveolares, as vias aéreas são divididas em 23 gerações brônquicas, sendo a traqueia considerad geração zero. A traqueia se bifurca dando origem aos brônquios principais ou primários, direito e esquerdo. Por se situarem fora dos pulmõ são denominados de “brônquios extrapulmonares”. Os brônquios principais também são formados por arcos cartilagı́neos sustentação com a forma da letra C, mesma da traqueia. Sua função é conduzir ar ao pulmão correspondente. O brônquio principal direito tem um diâmetro maior que o esquerdo, sendo que seu trajeto descendente em direção ao pulmão mais vertical. Portanto, corpos estranhos que entram na traqueia se alojam, geralmente, no brônquio principal direito, mais q no esquerdo. O brônquio principal esquerdo, por sua vez, tem menor diâmetro e trajeto mais curvo e alongado, pois, para atin o pulmão esquerdo, terá que passar pelo arco da aorta. Cada brônquio principal se dirige a uma região de acesso na face mediastinal do pulmão correspondente, antes de prosseguir s ramificação. Essa região, que é o hilo do pulmão, também oferece acesso à passagem dos vasos e nervos pulmonares. Es conjunto de estruturas é firmemente sustentado por uma rede de tecido conjuntivo denso, conhecido como “raiz do pulmã sustentando-o na cavidade torácica e estabilizando as posições dos grandes vasos sanguı́neos, nervos e vasos linfáticos. Os brônquios penetram nos pulmões e, em seu interior, ramificam-se, tornando-se cada vez mais finos e numerosos, chegarem aos bronquı́olos. No final destes, encontramos os alvéolos, envolvidos por vasos finı́ssimos, conhecidos com capilares (SANTOS, 2014). Antes de formar os bronquı́olos, cada brônquio principal formará os brônquios lobares, sendo três para o pulmão dire (brônquio lobar superior, médio e inferior) e um para cada lobo pulmonar. No pulmão esquerdo, o brônquio principal forma dois brônquios lobares (brônquio lobar superior e inferior) e um para cada lobo pulmonar. Um par de pulmões faz parte do sistema respiratório, sendo um órgão volumoso e esponjoso que contém ar em sua cavida Situam-se dentro da cavidade torácica, dispostos lateralmente em relação ao coração. Na parte superior, encontra-se o ápice e, parte inferior, a base, que se apoia no músculo diafragma. O ápice dos pulmões se situa ligeiramente acima da clavı́cula, pescoço. Eles permanecem separados um do outro por um espaço denominado “mediastino”, onde se localizam o coração e grandes vasos (SANTOS, 2014). O pulmão direito possui volume 10% maior que o esquerdo, sendo mais largo, porém mais curto. Esta diferença ocorre porqu ápice do coração está voltado para a esquerda, fazendo com que o pulmão direito seja mais largo. Do lado direito, temos o fı́gad que se projeta para a cavidade torácica, fazendo com que o pulmão direito seja ligeiramente mais curto que o esquerdo. Ale disso, é importante destacar que o pulmão direito é dividido em três lobos (superior, médio e inferior). As fissuras que separa os lobos pulmonares direitos são as fissuras oblı́qual e horizontal. Figura 13 - Esquema das subdivisões das vias aéreas, desde a traqueia até os alvéolos Fonte: pablofdezr, Shutterstock, 2019. O pulmão esquerdo apresenta apenas dois lobos (superior e inferior), separados pela fissura oblı́qua. Entretanto, no pulm esquerdo, encontramos a lı́ngula, situada no lobo superior, que corresponde ao lobo médio do pulmão direito. Devido ao fato o ápice do coração estar voltado para a esquerda, há uma reentrância na parede do pulmão esquerdo para alojá-lo, conheci como “incisura cardı́aca”. Cada lobo pulmonar se divide em segmentos pulmonares. Estes, por sua vez, são ventilados por um brônquio correspondent vascularizado por ramos próprios das artérias e veias pulmonares, de modo que cada segmento pulmonar pode funcion independentemente do outro. Vamos conhecer mais sobre eles? Clique nas abas a seguir e confira! Nossos pulmões são bastante rosados ao nascer, mas, conforme crescemos, eles podem adquirir pigmentos escuros. Quem mo em cidades poluı́das, inclusive, pode até ficar com os pulmões malhados. O aspecto esponjoso do pulmão — como a esponja q você usa para lavar a louça — permite que ele guarde espações aéreos, com uma área média de troca de 70 m . A passagem do ar pelas vias aéreas promove sons que podem ser percebidos na superfı́cie do corpo. Tais sons podem ser melh detectados com a ajuda de um estetoscópio. Este é um aparelho que amplifica os ruı́dos corpóreos, utilizado por médic enfermeiros e fisioterapeutas durante o exame fı́sico, no procedimento de ausculta. Na ausculta dos órgãos condutores do ar ( Segmentos do Pulmão Direito LOBO SUPERIOR I – APICAL; II – POSTERIOR; III – ANTERIOR LOBO MÉDIO IV – LATERAL; V – MEDIAL LOBO INFERIOR VI –SUPERIOR; VII – BASILAR MEDIAL; VIII – BASILAR ANTERIOR; IX – BASILAR LATERAL; X – BASILAR POSTERIOR Segmentos do Pulmão Esquerdo LOBO SUPERIOR I E II– APICOPOSTERIOR; III – ANTERIOR; IV – LINGULAR SUPERIOR; V – LINGULAR INFERIOR LOBO INFERIOR VI - SUPERIOR; VII E VIII – BASILAR ANTERIOR; IX – BASILAR LATERAL; X – BASILAR POSTERIOR 2 VOCÊ QUER VER? O Canal Brasil Escola produziu uma série de vıd́eos que tem como tema o corpo humano. No vıd́eo “Sistema respiratório”, a professora Vanessa Sardinha apresenta o assunto de forma didática e completa. Assista o vıd́eo completo por meio do link: https://www.youtube.com/watch?v=tBUh0Q1v5lU (https://www.youtube.com/watch?v=tBUh0Q1v5lU). https://www.youtube.com/watch?v=tBUh0Q1v5lU https://www.youtube.com/watch?v=tBUh0Q1v5lUcavidade nasal aos brônquios), é possı́vel perceber os sons traquebronquiais, enquanto que na ausculta do pulmão os so percebidos serão chamados de “vesiculares”. A ausculta pulmonar é muito relevante no diagnóstico das condições das v aéreas de um indivı́duo. Devido às suas funções vitais, os pulmões devem estar bem protegidos, mas, ao mesmo tempo, ter liberdade suficiente pa realizarem a expansão durante a inspiração. Nesse contexto, quais são os ossos que protegem o pulmão? Como o pulmão e aderido a eles? No item a seguir, vamos compreender melhor a respeito da temática. Acompanhe o estudo com atenção! 1.3.2 Cavidade torácica e pleura A cavidade torácica protege órgãos vitais como o pulmão e o coração. Ela é formada pelos 12 pares de costelas, sendo que ca costela forma um arco costal que se articula anteriormente com o osso esterno e posteriormente com a coluna torácica. O espa entre uma costela e outra recebe o nome de “espaço intercostal”. Este é preenchido por músculos, nervos e vasos sanguı́neos. No espaço intercostal, encontramos de superficial para profundo os músculos descritos abaixo. Clique e confira! CASO O aprendizado da estrutura e da função do corpo humano prepara os profissionais de saúde para o exame fıśico. Conhecer onde as estruturas anatômicas se situam colabora muito com essa competência, sendo que a área da Anatomia que estuda tal aspecto é a Anatomia Palpatória e de Superfıćie. A palpação das vias aéreas, no entanto, só é possıv́el na região do pescoço, onde é possıv́el palpar as cartilagens da laringe e da traqueia. No tórax, a palpação de brônquios e pulmão fica impossibilitada pelos ossos da caixa torácica. Entretanto, é possıv́el utilizar pontos de referência anatômicos na superfıćie torácica para determinarmos onde está cada parte do pulmão. Esta técnica é utilizada pelos profissionais de saúde que desejam aprender a fazer a ausculta pulmonar. Nesta atividade, então, vamos colocar em prática nossos conhecimentos. Você deverá localizar as seguintes regiões das vias aéreas no seu próprio corpo: laringe, traqueia, brônquios principais, lobos superiores direito e esquerdo, lobos inferiores direito e esquerdo e lobo médio. Para tanto, crie um mapa desenhando as estruturas anatômicas citadas e escreva qual é o ponto de referência anatômico que você palpará para encontrá-la. Depois, responda aos questionamentos: quais são os pontos anatômicos de referência para localizarmos cada um dos órgãos? Você é capaz de encontrar tais pontos no próprio corpo? Quais são os ruıd́os pulmonares normais? Quais são as caracterıśticas de cada um desses sons? Intercostais externos Intercostais internos Intercostais íntimos A cavidade torácica é limitada inferiormente pelo músculo diafragma. Este, por sua vez, é formado por um centro tendı́neo, um parte muscular esternal, uma parte muscular costal que forma as cúpulas diagramáticas direita e esquerda e a parte muscu lombar que forma os pilares do diafragma. Observe a figura a seguir. São mais ativos durante a inspiração. São mais ativos durante a expiração. São mais ativos durante a expiração. O diafragma atua durante a inspiração, quando as cúpulas diafragmáticas se abaixam em direção ao abdome e ficam m achatadas. Assim, há aumento do espaço torácico e redução do espaço da cavidade abdominal. A inspiração ocorre graças aos movimentos da parede do tórax e do músculo do diafragma. Esses músculos, ao aumentarem volume da cavidade torácica, promovem a entrada do ar e, ao se relaxarem — juntamente como o mecanismo elástico d pulmões —, passivamente reduzem o volume torácico, ajudando a saı́da do ar na expiração. O tamanho do tórax durante a inspiração aumenta nos eixos antero-posterior, transversal e supero-inferior. O aumento no senti antero-inferior é pequeno e se dá graças à ação dos músculos intercostais. Como as costelas tem o formato de um arco movimento de subida de descida antero-posterior desses ossos é conhecido como “movimento de alça de balde”. Ess Figura 14 - Músculo diafragma e suas partes Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Shutterstock, 2019. músculos também permitem um pequeno incremento do volume transverso do tórax, em um movimento conhecido como “a de bomba”. Já o diafragma permite a maior expansão da cavidade torácica no sentido supero-inferior. Na figura a seguir, podemos melhor analisar esses movimentos. Figura 15 - Movimento de alça de balde e braço de bomba da parede torácica Fonte: MOORE; DALLEY; AGUR, 2019, p. 296. Observe que, quando as costelas superiores são elevadas, a dimensão AP do tórax aumenta (movimento em alavanca de bomb e há maior excursão (aumento) na parte inferior, que é a extremidade da alavanca. As partes médias das costelas inferiores movem lateralmente quando são elevadas, aumentando a dimensão transversal (movimento em alça de balde). Já a associaç dos movimentos das costelas (setas) que ocorrem durante a inspiração forçada aumenta as dimensões AP e transversal da ca torácica. O tórax, então, alarga-se durante a inspiração forçada quando as costelas são elevadas (setas); e se estreita durante expiração, enquanto as costelas são abaixadas (setas) (MOORE; DALLEY; AGUR, 2019). O movimento básico de inspiração (em repouso ou forçada) é a contração do diafragma, que aumenta a dimensão vertical cavidade torácica (setas). Quando o diafragma relaxa, é empurrado para cima pela descompressão das vı́sceras abdomina reduzindo a dimensão vertical para a expiração (MOORE; DALLEY; AGUR, 2019). A seguir, destacamos os músculos que atuam na inspiração normal. Clique e confira! Intercostais externos Cuja função é promover a elevação das costelas. Diafragma Aumenta a dimensão longitudinal do tórax e eleva as cost inferiores. Durante a inspiração calma, a contração diafragma responde isoladamente por 75% da inspiração. Você já deve ter reparado que, quando realizamos uma atividade fı́sica intensa, utilizamos outros músculos para aumentar ain mais o volume do tórax. Chamamos esse tipo de inspiração de “inspiração forçada”. Os músculos acessórios que agem na inspiração forçada são: esternocleidomastoideo: eleva o esterno; escaleno anterior: eleva a clavícula; escaleno médio: eleva as duas primeiras costelas; escaleno posterior: eleva as duas primeiras costelas. • • • • • • Com relação à expiração, esta ocorre passivamente durante a respiração calma, resultante da retração elástica passiva d pulmões. Quando há uma expiração forçada, como no exercı́cio fı́sico, na tosse ou quando sopramos contra uma resistên (quando enchemos uma bexiga), ocorre a participação dos músculos da parede abdominal. São eles: intercostais internos músculos abdominais (músculo reto do abdome, oblı́quos internos e externos e transverso), sendo que estes abaixam as coste inferiores e comprimem o conteúdo abdominal. VAMOS PRATICAR? Para atletas da natação, é fundamental aumentar o tempo de apneia (capacidade de ficar sem respirar debaixo d’água), já que o maior deslocamento subaquático e menor número de respirações pode aumentar a vantagem de tempo. O treino de apneia exige muita dedicação e esforço fıśico por parte do atleta, pois envolve não só melhorar sua capacidade de inspirações forçadas, mas, também, sua resistência ao acúmulo de gás carbônico na corrente sanguıńea. Nesta atividade, vamos, então, exercitar seu conhecimento? Imagine que você é treinador da equipe de natação do Clube Reino Unido, o mais importante do Estado. Joana é atleta do clube, no nado livre, na modalidade crawl 200 metros. Ela tem 14 anos e está passando da categoria infantil para a juvenil, por isso, precisa se adequar fisicamente às novas demandas. Ela deve aumentar a capacidade respiratória e o tempo de apneia voluntária submersa. Para tanto, você terá que trabalhar com Joana a inspiração forçada. Nessecaso, quais são os músculos da respiração calma que participam da inspiração? Quais músculos acessórios podem ser utilizados para aumentar as dimensões da caixa torácica? Que movimentos cada um deles executa? Quais alterações fisiológicas podem decorrer da apneia prolongada? Embora os músculos da respiração sejam a parte ativa do processo, o ar não entrará nos pulmões sem ação das pleuras. Estas s membranas de tecido seroso que revestem externamente os pulmões e internamente a cavidade pleural. A parte da pleura que reveste o pulmão recebe o nome de “pleura visceral”, encontrada, inclusive, na face do pulmão, entre fissuras e os lobos. A parte que reveste a cavidade torácica é a “pleura parietal”, que reveste não só a parede interna do tórax, m também, o diafragma. Entre as pleuras visceral e parietal há um espaço muito pequeno, chamado de “cavidade pleural”, repleta de lı́quido pleur produzido pela própria pleura parietal ao filtrar o plasma sanguı́neo. A pequena quantidade de lı́quido pleural cria uma press negativa entre as partes, fazendo com que elas fiquem firmemente aderidas. Para entender melhor como as pleuras se mantém unidas pelo lı́quido pleural, vamos fazer uma comparação? Ao lavar algu copos, você já os empilhou um dentro do outro, ainda molhados? Se nunca fez isso, faça e observe. Veja que a fina pelı́cula água faz pressão entre as superfı́cies lisas do vidro do copo — assim como o lı́quido pleural nas pleuras —, tornando impossı́vel separá-los, embora possamos deslizá-los um sobre o outro, girando. Assim, quando os músculos da respiração contraem, eles tracionam a parede do tórax, que está aderida à pleura parietal, aderida à pleura visceral pelo lı́quido pleural. P sua vez, a pleura visceral está aderida ao pulmão. Dessa forma, a tração realizada pelos músculos é transmitida aos pulmõe este se expande para a inspiração. Como a pleura parietal reveste totalmente a cavidade torácica internamente, ela forma recessos e vãos entre o diafragma e parede do tórax. Tais vãos recebem o nome de “recessos costodiafragmáticos”. Caso aumente a quantidade de lı́quido pleural na cavidade pleural, haverá separação entre as pleuras parietal e visceral e, mesm que os músculos da respiração se contraiam, eles não conseguirão tracionar o pulmão. Chamamos essa condição de “derram pleural”. Além disso, quando a separação das pleuras ocorre por entrada de ar entre elas, há “pneumotórax”; quando houv entrada de sangue, haverá “hemotórax”; e, caso haja entrada de quilo (linfa), diremos que houve “quilotórax”. Observe a figur seguir. VOCÊ QUER LER? Para aprofundar seu conhecimento sobre os músculos da respiração, sugerimos a leitura do livro “Fisiologia respiratória: princıṕios básicos”, de John B. West. A obra é um clássico entre os profissionais educadores fıśicos e fisioterapeutas, os quais se dedicam ao estudo da Fisiologia do exercıćio. Agora que já conhecemos bastante sobre a estrutura das vias aéreas inferiores e da cavidade torácica, vamos aproveitar pa estudar um pouco de anatomia viva? A anatomia viva se refere ao estudo dos órgãos em pessoas vivas, como atletas e pacientes de quem você cuidará quando formar. Faremos tal estudo por meio de radiografias de tórax. Em uma radiografia de tórax, poderemos ver em cores mais clar as estruturas com maior densidade de tecido, como os ossos; e em cores mais escuras as estruturas com menor densidade, com o pulmão repleto de ar. Acompanhe a figura na sequência. Figura 16 - Pleura e pulmões Fonte: logika600, Shutterstock, 2019. Na figura, podemos observar ossos em branco. As costelas se articulam posteriormente com a coluna vertebral (arco cos posterior) e anteriormente com o esterno por meio da cartilagem costal. Como as cartilagens não podem ser analisadas e radiografias, tem-se a impressão de que o arco costal anterior está flutuando no tórax. Além disso, também podemos notar o pulmão e os espaços aéreos da traqueia em preto. Na região medial, observa-se em cin médio a trama vasobrônquica, uma sobreposição dos brônquios e dos vasos pulmonares, distribuindo-se para o interior pulmão. A radiografia de tórax é o principal exame para avaliação do tórax no pronto-socorro, mais utilizada para a avaliação inicial pulmão, mediastino, vias aéreas, cavidade pleural e parede torácica. Ela permite que o médico possa dar o diagnóstico inflamações e infecções pulmonares (pneumonia), edema pulmonar, hemorragia, aspiração de corpos estranh tromboembolismo pulmonar, isquemia e neoplasias. Entretanto outros exames de imagem, também podem ser realizados para ajudar a diagnosticar as doenças pulmonares: ultrassom dos pulmões: permite diagnosticar pneumotórax, derrame pleural regiões de necrose pulmonar; tomografia computadorizada: permite uma visão minuciosa do tecido pulmonar, com a identificação de cada um dos segmentos do pulmão. També permite a visualização de massas e nódulos, alterações em vasos sanguíneos e vias aéreas de pequeno calibre. Vamos, agora, consolidar os conhecimentos adquiridos até o momento realizando o exercı́cio a seguir? A cavidade torácica aloja, além dos órgãos respiratórios, outras estruturas anatômicas, como o coração e os vasos da base esôfago, o ducto torácico e o timo. Os movimentos respiratórios realizados na caixa torácica podem influenciar o funcionamen dos órgãos ali contidos, em especial do coração, já que o aumento e a redução da pressão intratorácica interferem no ciclo débito cardı́aco. Figura 17 - Radiografia de tórax Fonte: Thomas Hecker, Shutterstock, 2019. • • Síntese Chegamos ao fim da primeira unidade desta disciplina. Aqui, foram abordadas as estruturas que compõem o sistema respirató e suas respectivas funções, desde a entrada e condução do ar até seu condicionamento e a chegada à membrana alvéolo-capil onde acontecem as trocas gasosas. A composição dos tecidos das diferentes partes do sistema respiratório também foi aborda assim como sua correlação com as funções exercidas. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: conhecer a função do sistema respiratório; analisar os tipos de epitélios presentes nos órgãos que compõem o sistema respiratório; entender os mecanismos de defesa das vias aéreas e do organismo; identificar as estruturas das vias aéreas superiores e inferiores; perceber as estruturas que formam os alvéolos; identificar os músculos que participam do processo de respiração. • • • • • • Bibliografia AARESTRUP, B. J. Histologia essencial. 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