Aula 8 - O extensionista

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DISCIPLINA: Extensão Rural 
 
 
O EXTENSIONISTA 
 
 
8.1 INTRODUÇÃO 
 
Este tópico aborda o perfil ideal de um extensionista e como este deve se 
capacitar para alcançar os propósitos da Ater. É evidente que o êxito de qualquer 
programa, projeto ou iniciativa depende essencialmente das pessoas encarregadas 
de sua execução, visando fomentar o desenvolvimento rural de forma econômica, so-
cial e ambientalmente sustentável. 
Qual seria o aspecto mais importante no processo de Ater? A resposta reside 
na capacidade de estabelecer boas relações interpessoais. Embora as tecnologias 
tenham sua importância, a adoção das mesmas é fortemente influenciada pela intera-
ção humana, tornando a figura do extensionista extremamente vital para este fim. 
Portanto, é crucial destacar a importância do extensionista e seu papel junto 
aos agricultores, promovendo a adoção de tecnologias e práticas que elevem sua 
renda e melhorem sua qualidade de vida. 
O agente de Ater, atuando como técnico no campo, assume a responsabili-
dade direta pelo suporte aos agricultores, aplicando os diversos métodos já discutidos. 
Em qualquer caso, o objetivo é compartilhar conhecimentos sobre técnicas de produ-
ção e gerenciamento de diferentes cadeias produtivas. 
Para isso, é fundamental que o profissional possua formação específica, ide-
almente em Agronomia, Zootecnia, Medicina Veterinária, Técnico Agrícola, Técnico 
em Agronegócio ou áreas correlatas, de acordo com a cadeia de produção em ques-
tão. Porém, o mais importante é que o técnico de campo saiba como se aproximar e 
interagir com os agricultores, seus funcionários e famílias. Ele atua como um facilita-
dor de mudanças e, por isso, deve possuir excelente capacidade de análise, síntese 
e, primordialmente, de diálogo. 
 
 
 
 
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8.2 PERFIL E ATRIBUIÇÕES DO EXTENSIONISTA 
 
Aprimorar competências e manter-se atualizado são pilares fundamentais 
para a realização e avanço do extensionista e do especialista em agronegócio, tanto 
profissional quanto pessoalmente. Contudo, não é suficiente possuir uma sólida for-
mação acadêmica e habilidades técnicas; é essencial também saber aplicar e com-
partilhar esse conhecimento de maneira eficaz. Frequentemente, observam-se decep-
ções nos programas de Ater no setor rural, dado que a implementação tecnológica 
precisa alinhar-se à capacidade de absorção do produtor rural. Portanto, as iniciativas 
do extensionista devem enriquecer a atividade agrícola do produtor e sua família, ofe-
recendo benefícios econômicos e melhorias na qualidade de vida que justifiquem a 
adoção de novas tecnologias e saberes introduzidos pelo técnico. 
As soluções tecnológicas devem adaptar-se às particularidades de cada agri-
cultor, considerando que, no Brasil, esse grupo é bastante diversificado em termos de 
educação, competências, acesso a recursos, entre outros fatores. Para enfrentar es-
ses obstáculos, as características que definem um técnico atuando como extensio-
nista devem englobar: 
• discrição pessoal e institucional; 
• fluência comportamental positiva; 
• bom conhecimento técnico atuali-
zado; 
• boa capacidade de comunicação, 
em especial em relação às especi-
ficidades da comunicação rural; 
• comprometimento; 
• capacidade analítica; 
• capacidade de síntese; 
• coerência, acreditando naquilo 
que preconiza; 
• flexibilidade; 
• pontualidade; 
• honestidade; 
• persistência. 
Fonte: Banco de imagens do SENAR. 
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Além disso, suas atribuições devem incluir ações como: 
• Transmitir as mensagens com clareza e objetividade. 
• Acompanhar as propriedades no aspecto técnico, gerencial, social e am-
biental, visando gerar recomendações que viabilizem uma maior rentabili-
dade da propriedade atendida. 
• Promover a implantação de soluções que contribuam para melhorias ou 
mudanças importantes no cotidiano de trabalho das propriedades. 
• Planejar as atividades criando sempre indicadores e metas que permitam 
monitorar o desempenho das soluções propostas. 
• Analisar as situações encontradas de forma holística, abrangendo todos 
os aspectos que podem influenciar uma mudança do perfil das proprieda-
des assistidas. 
• Adaptar-se às mudanças e necessidades emergentes 
 
O extensionista também deve ser uma pessoa proativa no sentido de adaptar 
seu trabalho ao contexto da comunidade em que se inseriu. Quando designado para 
atuar em uma região desconhecida, torna-se essencial realizar uma pesquisa sobre o 
município, identificar os principais corpos d'água, a localização das comunidades, re-
visar artigos ou relatórios anteriores sobre essas comunidades, e entender aspectos 
de religiosidade e os índices de desenvolvimento humano (IDH), se disponíveis. É 
imprescindível familiarizar-se com dados do município e regiões adjacentes, coletar 
informações sobre as comunidades alvo, verificar a existência de espaços comunitá-
rios como igrejas e centros comunitários, além de compreender o sistema de trans-
porte local e como ele afeta a integração dos agricultores ao mercado. Importante 
destacar que as assembleias são espaços privilegiados para a participação ativa de 
todos os envolvidos. 
 
 
8.2 CAPACITAÇÃO 
 
O técnico selecionado para atuar como extensionista deve receber uma for-
mação específica e aprofundada para essa função. É imprescindível que ele entenda 
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a fundo quem é o produtor, sua família, seus hábitos e desafios enfrentados. Isso 
facilitará a aproximação e conquista da confiança do produtor, tornando possível a 
implementação das tecnologias sugeridas. 
As entidades de Ater no Brasil têm o costume de promover treinamentos para 
todos os novos técnicos inseridos no sistema. No entanto, a formação acadêmica tra-
dicional frequentemente não é suficiente para preparar esses profissionais para o con-
vívio e entendimento das complexidades do meio rural. A vasta gama de níveis edu-
cacionais, rendas, tradições, crenças, valores e costumes dos moradores rurais exige 
do extensionista um preparo intensivo para gerenciar tamanha diversidade. 
O profissional destinado a interagir com o produtor rural e sua equipe, além 
de suas famílias, precisa buscar capacitação em educação para adultos, fundamen-
tando-se nos conceitos da andragogia. Este campo de estudo visa facilitar a educação 
e desenvolvimento de adultos, possuindo métodos e abordagens próprias. Portanto, 
acredita-se que a sala de aula tradicional não deve ser o único, nem o ambiente mais 
adequado para a formação de produtores rurais. Treinamentos práticos, realizados no 
próprio ambiente de trabalho do produtor, são sempre mais eficazes. 
 
Frequentemente, a raiz do fracasso nos esforços educativos e de assistência 
técnica reside na falta de habilidades e competências dos técnicos. Não raro, estes 
profissionais, num gesto de autoproteção, atribuem a ausência de resultados positivos 
a supostas falhas dos produtores, quando, muitas vezes, o verdadeiro problema está 
na ineficáciado técnico em se comunicar adequadamente com o produtor. 
Então, qual é o verdadeiro papel do técnico extensionista como catalisador de 
mudanças? A quem incumbe o desafio de disseminar o conhecimento entre os traba-
lhadores rurais? Como indica sua denominação, ao agente de mudanças cabe o papel 
de impulsionar transformações. É sua a missão de motivar o produtor a compreender 
a importância de adotar novas práticas para elevar sua renda e a qualidade de vida 
de sua família. 
O princípio orientador do extensionista deve ser o de "aprender fazendo". 
Isso significa que é preferível adotar métodos demonstrativos ao se introduzir uma 
nova tecnologia. Não é suficiente para o técnico apenas dominar as tecnologias 
sem saber como transferi-las eficazmente para os produtores. 
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Destacamos, neste contexto, a importância das medidas de impacto imediato, 
aquelas ações simples que trazem resultados rápidos e são fundamentais para esta-
belecer a confiança no início de qualquer intervenção junto a um produtor. Exemplos 
incluem a organização de lotes de vacas para a suplementação alimentar de acordo 
com a produção de cada grupo, a formulação de rações, o cálculo de custos de pro-
dução e a manutenção eficiente de máquinas. 
Se você almeja realizar um trabalho significativo 
em desenvolvimento rural, é fundamental que não hesite 
em se capacitar continuamente por meio de leitura, es-
tudo e cursos de especialização. O mundo contemporâ-
neo é marcado por transformações constantes, e os téc-
nicos que pretendem se manter atualizados e progredir, 
tanto no âmbito profissional quanto pessoal, precisam es-
tar em sintonia com essas mudanças. É essencial esta-
belecer uma busca ativa por conexões com Universida-
des, Centros de Pesquisa e empresas ligadas ao agrone-
gócio. Instituições como a Embrapa e as entidades estaduais de pesquisa e extensão 
rural oferecem uma vasta gama de conhecimentos para serem compartilhados com o 
setor produtivo, organizando regularmente dias de campo e cursos para promover 
tecnologias. Aproveite ao máximo os recursos da internet para acessar, tanto no âm-
bito público quanto privado, informações e saberes que possam beneficiar os produ-
tores rurais sob sua orientação. Sempre que possível, participe de congressos, ins-
creva-se em cursos e dedique-se à leitura sobre temas pertinentes à sua área de atu-
ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vá no tópico VÍDEO COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse os 
vídeos “Por que precisamos de extensionistas rurais hoje no Brasil?” 
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ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
1 - Que formação é considerada ideal para um profissional atuar como extensionista? 
a) Exclusivamente em Agronomia. 
b) Em qualquer área, desde que tenha interesse pelo campo. 
c) Em áreas específicas como Agronomia, Zootecnia, Medicina Veterinária, entre 
outras. 
d) A formação acadêmica não é relevante para a função. 
 
2 - Além da formação acadêmica, que outra característica é essencial para o extensi-
onista? 
a) Capacidade de trabalhar sozinho. 
b) Habilidades avançadas em matemática. 
c) Excelência em capacidade de diálogo. 
d) Ser oriundo de uma família de agricultores. 
 
3 - Qual é a importância da capacitação em educação para adultos para o extensio-
nista? 
a) É uma formalidade sem impacto real no seu trabalho. 
b) Ajuda a entender e gerenciar a diversidade educacional e cultural dos produtores 
rurais. 
c) É apenas relevante para aqueles que trabalham em áreas urbanas. 
d) Foca exclusivamente no desenvolvimento de habilidades técnicas. 
 
4 - Como o extensionista deve encarar a sua formação e desenvolvimento profissio-
nal? 
a) Como uma tarefa concluída após a graduação. 
b) Com foco exclusivo na participação em congressos internacionais. 
c) Continuamente, buscando atualização e aprimoramento constante. 
d) Priorizando a prática em detrimento da teoria, sem necessidade de estudos adi-
cionais. 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1) SENAR; PRONATEC; Rede e-Tec Brasil. Curso técnico em agronegócio: 
assistência técnica e extensão rural. Brasília (DF): SENAR, 2016. Disponível em: 
https://sistemafamato.org.br/senarmt/wp-
content/uploads/sites/2/2022/05/Assistencia-Tecnica-e-Extensao-Rural.pdf. 
Acesso em: março 2024. 
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