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ESTRUTURA E LIGAÇÕES QUÍMICAS CONCEITOS BÁSICOS Prof. Dr. Paulo Cesar de Lima Nogueira AULAS: 20 e 22/05/2025 Química Orgânica I SEMANA 2 Mecânica Quântica • Albert Einstein: E = hν (energia é quantizada) – Luz tem propriedades de partícula. • Louis deBroglie: dualidade onda/partícula • Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg e Paul Dirac (1926) • Schrödinger: equação de onda H ψ =E ψ – Função de onda, ψ: uma solução para um conjunto de equações que retrata a energia de um elétron num átomo. – Cada função de onda está associada com um único conjunto de números quânticos. – Cada função de onda representa uma região do espaço 3D e é chamada de orbital. – Max Born: ψ 2 é a probabilidade de se encontrar um elétron num dado ponto do espaço. λ = h mν 61 Formas dos orbitais atômicos s • Todos os orbitais s tem a mesma forma esférica com o centro da esfera no núcleo. 62 – Representação 3D dos orbitais atômicos 2px, 2py e 2pz incluindo os planos nodais. Formas dos orbitais atômicos p 63 • Considerar as propriedades ondulatórias dos elétrons. - Se concentrar em funções de onda e formas associadas com orbitais s e p, pois são os orbitais mais freqüentemente envolvidos nas ligação covalentes de compostos orgânicos. • Interações de orbital refere-se a interações de onda. - Ondas interagem construtivamente ou destrutivamente (adição ou subtração). - Quando duas ondas de mesma fase se sobrepõem, uma onda se adiciona construtivamente à outra onda. - Ondas de fases opostas (fase positiva e negativa) se adicionam destrutivamente, se anulando. 65 Teoria do Orbital Molecular - A T.O.M. propõe que elétrons nos átomos existem em orbitais atômicos (O. A.) e elétrons em moléculas existem em orbitais moleculares (O. M.). • Características de uma onda associada com uma partícula em movimento. λ= comprimento de onda. Mecânica Quântica 66 • OMs derivados da combinação por (a) adição e (b) subtração de dois orbitais atômicos 1s. Teoria do Orbital Molecular 69 plano nodal Regras: • Combinação de n orbitais atômicos dão n OMs. • OMs são arranjados em ordem crescente de energia. • OMs são preenchidos pelas mesmas regras que orbitais atômicos: • Princípio de Aufbau (“construção”): preenchimento começa com o orbital de menor energia • Princípio da exclusão de Pauli: não mais que 2e- num OM • Regra de Hund: Quando dois ou mais OMs de mesma energia são disponíveis, adicione 1e- em cada antes de preencher qualquer um deles com 2e-. Teoria do Orbital Molecular 70 Teoria do Orbital Molecular • Nos átomos, elétrons ocupam orbitais atômicos, mas nas moléculas eles ocupam orbitais moleculares, os quais circundam a molécula. • Os dois orbitais atômicos 1s se combinam para formar dois orbitais moleculares, 1 ligante (σ) e 1 anti-ligante (σ*). • Esta é uma ilustração do diagrama de OM do H2. • Note que 1 elétron de cada átomo está sendo “compartilhado” para formar uma ligação covalente. Este é um exemplo de mistura de orbitais. 71 72 Teoria do Orbital Molecular • Exemplo: ilustração do diagrama de O.M. do H2. 73 Teoria do Orbital Molecular • Exemplo: ilustração do diagrama de O.M. da hipotética He2. Teoria do Orbital Molecular Os elétrons dos orbitais moleculares ligantes (σ ou π) são elétrons ligantes e os dos orbitais moleculares anti-ligantes (σ* ou π*) são elétrons antiligantes. Ordem de Ligação A diferença entre os elétrons ligantes e os elétrons anti-ligantes nos dá o número de elétrons efetivamente ligantes. Aqueles cujo efeito é mutuamente anulado chamam-se elétrons não-ligantes. 74 O.L.= no elétrons ligantes – no elétrons anti-ligantes 2 • He2: sem estabilização (ou ligação). • He2 +: um saldo de 1 elétron ligante. ( ) ( )11 2 1 * ss σσ ( ) ( )21 2 1 * ss σσ • Exemplos de formação de ligação σ. Teoria do Orbital Molecular 75 77 Teoria do Orbital Molecular • Li2 O.L.=1/2(4 − 2) = 1. A molécula de lítio deverá ser estável. Diagrama O.M. do Li2 Teoria do Orbital Molecular 78 N2 NN Diagrama O.M. do N2 • N2 O.L.=1/2(10 − 4) = 3. A molécula é diamagnética! 79 Teoria do Orbital Molecular Diagrama O.M. do O2 (Paramagnético) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )22 2 2 4 2 2 2 2 2 2 1 2 1 * ppp * ss * ss πσπσσσσO2: O.L.= 1/2(10 − 6) = 2. Últimos 2 orbitais preenchidos são antiligantes 1 elétron em cada orbital (regra de Hund) ou 2 elétrons desemparelhados O2 é uma molécula paramagnética. Teoria do Orbital Molecular Diagrama O.M. para CH4 84 σ∗ σ σ σ σ σ∗ σ∗ σ∗ O.M. CH4 85 Jacobus Henricus van't Hoff* e Josephe Achille Le Bel (1874) * primeiro Nobel em Química (1901) metano Teoria da Ligação de Valência: Hibridização de Orbitais Atômicos • Um princípio da TLV: ligações são criadas pela sobreposição de orbitais atômicos. – Portanto, as ligações estão localizadas adjacentes aos átomos ao invés de deslocalizados sobre vários átomos como na TOM. – O modelo da TLV correlaciona representações de Lewis, onde 2 elétrons são visualizados entre dois átomos como uma ligação. No entanto, a localização das ligações entre os átomos apresentam o seguinte problema: – Na formação de ligações covalentes, átomos de “C”, “N” e “O” usam orbitais atômicos 2s e 2p. – Se estes átomos usassem estes orbitais para formar ligações, deveríamos esperar ângulos de ligação de aprox. 90°. – Mas, raramente observamos estes ângulos de ligação. 87 TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos • Em moléculas com ligações duplas ~120°e em moléculas com ligações triplas 180° • Linus Pauling (1930s) propôs que orbitais atômicos se combinam para formar novos orbitais atômicos, chamados orbitais híbridos, que formam ligações por sobreposição com orbitais de outros átomos. • Orbitais híbridos são formados por combinações de OA por um processo chamado de hibridização. 88 Em vez disso, encontramos ângulos de ligação de ~ 109,5° em moléculas com apenas ligações simples – O número de orbitais híbridos formados é igual ao número de O.A. combinados. – Elementos do 2º período formam 3 tipos de orbitais híbridos, chamados de sp3, sp2 e sp. – A combinação matemática de 1 OA 2s e 3 OA 2p forma 4 orbitais híbridos equivalentes sp3. TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 89 e n e r g i a Hibridização sp3 Formas dos Orbitais Atômicos Prof. Sidney Lima sp3 = 2,00 sp2 = 1,99 sp1 = 1,93 p = 1,72 s = 1,00 Poder de sobreposição: força da ligação 90 • A forma dos orbitais híbridos sp3 TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 91 (a) orbital híbrido sp3 computadorizado (b) 4 orbitais sp3 em 3D (arranjo tetraédrico) (c) Hibridização sp3 CH4 Ângulo tetraédrico = 109º 28´ 92 ligações σ formadas por sobreposição de orbitais sp3 e 1s metano • Esta abordagem é usada para criar ligações σC-H. • Exemplo: CH3CH3 contem 1 ligação σ C-C e 6 ligações σ C-H. 93 uma ligação σ C-C, se forma da sobreposição de dois orbitais sp3 “C” seis ligações σ C-H, sobreposição de orbitais sp3 “C” com orbital 1s “H” TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos • A combinação matemática de 1 OA 2s e 2 OA 2p forma 3 orbitais híbridos equivalentes sp2. TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 96 e n e r g i a Hibridização sp2 • Orbitais hibridos sp2 e um orbital 2p puro em um átomo hibridizado sp2. TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 97 a) orbital sp2 (desenho computadorizado) b) três orbitais sp2 c) um orbital 2p perpendicular aos três orbitais sp2 • Orbitais hibridos sp2 e um orbital 2p puro em um átomo hibridizado sp2. Ex. Eteno. TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos vista de lado vista do topo 98 • Uma ligação dupla usa hibridização sp2. • Exemplo: etileno, C2H4 - Carbono usa uma combinação de orbitais híbridos sp2 para ligações σ e o orbital 2p não hibridizado forma a ligação dupla (π). 99 quatro ligações σ C-H, sobreposição de orbitais sp2 “C” com orbital 1s “H” uma ligação π se forma entre os dois orbitais 2p uma ligação σ C-C, se forma da sobreposição de dois orbitais sp2 “C” TLV:Hibridização de Orbitais Atômicos TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos • A combinação matemática de 1 OA 2s e 1 OA 2p forma 2 orbitais híbridos equivalentes sp. 10 e n e r g i a Hibridização sp TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 101 a) orbital sp (desenho computadorizado) b) dois orbitais sp c) dois orbitais 2p perpendicular aos orbitais híbridos sp TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos Exemplo: Etino 10 “C” hibridizado sp • Uma ligação tripla C-C consiste de uma ligação σ formada pela sobreposição de orbitais híbridos sp e duas ligações π formadas pela sobreposição em paralelo de orbitais atômicos 2p. 103 duas ligações σ C-H, sobreposição de um orbital sp “C” com orbital 1s “H” uma ligação π se forma entre os dois orbitais 2p uma ligação σ C-C, sobreposição de dois orbitais sp “C” uma ligação π se forma entre os dois orbitais 2p etino TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos Exemplo: Comprimento de Ligação: Hibridização Etino (sp)Eteno (sp2) sp - sp sp2 - sp2 sp3 - sp3 Força dos orbitais híbridos C-C: caráter (%) s. C C C C C C 1,54 A 1,47 A 1,38 A sp3 - sp3 sp2 - sp2 sp - sp 110 • C-C de alcinos é mais curta que C-C de alcenos; • C-C de alcenos é mais curta que C-C de alcanos; • C-H de alcinos é mais curta que C-H de alcenos; • C-H de alcenos é mais curta que C-H de alcanos; • Ligações mais curtas são mais fortes • Mas, ligações σ são mais fortes que ligações π Força e comprimentos de ligações 111 VSEPR (RPECV) • Baseada no duplo conceito: – átomos são cercados por regiões de densidade eletrônica. – regiões de densidade eletrônica repelem umas as outras 113 4 regiões densidade e- (tetraédrica, 109,5º) 3 regiões densidade e- (trigonal planar, 120º) 2 regiões densidade e- (linear, 180º) • RPECV nos diz que BH3 é trigonal planar, com ângulo de ligação de 120° H-B-H. • No BH3 o orbital 2p não hibridizado (puro) está vazio. TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 114 ligações σ formadas pela sobreposição de orbitais sp2 “B” com orbital 1s “H” orbital 2p vazio No BeH2 a hibridização é sp. (linear) Modelo RPECV (VSEPR) • Exercício: apresente a representação 3D para cada uma das moléculas ou íons abaixo. 115 C Ligações Covalentes • Ligações covalentes diferem amplamente no grau de compartilhamento de elétrons. • Dividimos em ligações covalentes polar e não polar (apolar). Difference in Electron egativity Between Bonded Atoms Typ e of Bond Less than 0.5 0.5 to 1.9 Greater than 1.9 Non polar covalent Polar covalent Ions f orm 119 Diferença em eletronegatividade entre átomos ligados Tipo de ligação Menos que 0,5 0,5 a 1,7 Maior que 1,7 Covalente não polar Covalente polar Forma íons Polaridade das ligações: • Exemplo: H-Cl tem uma ligação covalente polar. • A diferença em eletronegatividade entre Cl (3,0) e H (2,1) = 0,9 (3,0 – 2,1) H Cl δ+ δ- H Cl Ligações Covalentes Polar e Não polar 120 Simbologia δ+ e δ- mostra polaridade (uso da seta está em desuso) Momento de dipolo (µ): • Medida da polaridade de uma ligação covalente. • O produto da carga do átomo de uma ligação vezes a distância do núcleo (µ= q x d) H-O H-N H-C H-S C-I C-F C-Cl C-Br C-N - C-O C=N C=O - Bond Dipole (D ) Bond 1.4 1.5 1.5 1.4 1.2 Bond Bond Dipole (D ) 1.3 0.3 0.7 0.2 0.7 2.3 3.5 Bond D ipole (D)Bond Ligações Covalentes Polares 121 Ligação Dipolo da Ligação Dipolo da Ligação Dipolo da Ligação Ligação Ligação Moléculas Polares e Não polares • Para determinar se uma molécula é polar, precisamos determinar – se a molécula tem ligações polares; – o arranjo dessas ligações no espaço. • Momento de Dipolo Molecular (µ): A soma vetorial dos momentos de dipolo das ligações individuais numa molécula. – Unidade: Debye (D) 122 • Estas moléculas têm ligações polares, mas cada molécula tem um momento de dipolo zero. O C O Carbon dioxide µ = 0 D B F F F Boron trifluoride µ = 0 D C Cl ClCl Cl Carbon tetrachloride µ = 0 D Moléculas Polares e Não polares 123 dióxido de carbono trifluoreto de boro tetracloreto de carbono Mapas de Potencial Eletrostático • Em mapas de potencial eletrostático – em vermelho: áreas calculadas de densidade de elétrons relativamente alta. – em azul: áreas calculadas de densidade de elétrons relativamente baixa. – Densidade de elétrons intermediária são representadas por cores intermediárias. 124 • Estas moléculas têm ligações polares e são moléculas polares. N H H H O H H Water µ = 1.85D Ammonia µ = 1.47D direction of dipole moment direction of dipole moment Moléculas Polares e Não polares 125 direção do momento de dipolo direção do momento de dipolo água amônia • Formaldeído tem ligações polares e é uma molécula polar. Moléculas Polares e Não polares 126 formaldeído direção do momento de dipolo