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FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO IDOSO FISIOT. MARIO NETO GERONTOLOGIA, O QUE É? Gerontologia e leva em conta como funciona todo o processo de envelhecer e quais os fatores que podem estar atrelados à idade avançada. Essa palavra é derivada do grego géron, que significa velho e exprime a ideia de velhice, e logia, que significa estudo. Essa área leva em consideração diversos aspectos que fazem parte do processo de envelhecimento, como as dimensões biológicas, psicológicas e sociais que afetam a vida das pessoas. Esse campo é muito importante para a criação de políticas e ações que permitam que uma população envelheça com mais saúde e qualidade de vida. GERONTOLOGIA, O QUE É? De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro aumentou 30,8 anos desde 1940. Enquanto que naquela época as pessoas viviam em média até os 45,5 anos, hoje a expectativa de vida do brasileiro é 76,3 anos[1]. GERONTOLOGIA X GERIATRIA Geriatria é a área dentro da medicina responsável por tratar doenças presentes no idoso, da mesma forma que a pediatria trata da criança, por exemplo. Ela trata doenças que se desenvolvem na velhice e é a especialidade responsável pelos cuidados com o idoso, como por exemplo, tratamento, prevenção e diagnóstico de enfermidades, além de limitações ou incapacidades que se manifestam na terceira idade. Já a gerontologia é uma área de estudo que trata do envelhecimento e como a população realiza esse processo. Embora um médico possa se especializar nesse ramo, esse não é um campo da medicina. Existem faculdades, cursos tecnólogos e pós-graduações de gerontologia. AVALIAÇÃO MULTIDIMENCIONAL DO IDOSO – (AMI) A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2021) definiu o período de 2021-2030 como a Década do Envelhecimento Saudável estabelecendo 4 áreas de ação que envolvem a mudança na forma de pensar, sentir e agir em relação ao envelhecimento, garantia de ambientes amigáveis às pessoas idosas, organização de linhas de cuidado centradas na pessoa idosa, com enfoque na capacidade funcional e com garantia da continuidade da assistência (OMS, 2021). O Estatuto do Idoso (Lei n.º 10.741, de 1.º de outubro de 2003) assegura a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde AVALIAÇÃO MULTIDIMENCIONAL DO IDOSO As abordagens adequadas à cada um dos estratos da população idosa, em cada ponto de atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS), devem adotar uma compreensão multidimensional para avaliar e identificar as necessidades e especificidades de cada pessoa idosa, do ponto de vista clínico, psicossocial e funcional, atribuindo a este processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida em que as pessoas envelhecem (OMS, 2015). SÍNDROMES GERIÁTRICAS “Condições multifatoriais que ocorrem quando efeitos cumulativos de limitação em múltiplos sistemas conferem a uma pessoa idosa uma maior vulnerabilidade a demandas situacionais específicas”. (Perracini & Fló, 2011) AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA • Capacidade funcional e saúde física • Função cognitiva e estado emocional • Condições socioambientais • Interdisciplinar • Justificativas: ▫ População mais vulnerável ▫ Apresentação atípica de doenças ▫ Suscetibilidade a iatrogenias ▫ Risco de hospitalização e institucionalização ▫ A queixa principal nem sempre está relacionada à condição patológica AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA - OBJETIVOS Guiar a seleção de intervenções Identificar idosos em risco de agravos Prever desfechos Monitorar mudanças clínico-funcionais ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS Presença de cuidador/familiar Ambiente adequado – ruídos, segurança Comunicação Explicar os procedimentos Escolha do instrumento Autonomia x independência ANAMNESE Peso e altura Antecedentes pessoais Medicamentos em uso Número de internações nos últimos 12 meses Quedas nos últimos 12 meses Queixa principal EXAME FÍSICO Inspeção Palpação Testes específicos Avaliação postural EXAME FÍSICO AVD Mobilidade Força muscular Equilíbrio Marcha – dispositivo auxiliar Ambiente SAÚDE FÍSICO-FUNCIONAL Capacidade funcional referida – anual a partir dos 70 anos Se identificado risco, proceder à avaliação completa Objetivos de vida do idoso Maior risco de hospitalização e morte SAÚDE FÍSICO-FUNCIONAL ABVD - sobrevivência e autocuidado. AIVD - vida na comunidade. Aspectos físicos e sensoriais envolvidos. Atividades perdidas X nunca realizadas. BOMFAQ - Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire Avalia a dificuldade referida na realização de 15 atividades cotidianas; Sendo 8 às atividades de vida diária (AVD). Comprometimento leve: 1-3 Comprometimento moderado: 4-6 Comprometimento grave: ≥7 BARTHEL Independente: 100 Vida na comunidade: ≥60 Dependente: 40-59 Gravemente dependente:a quase 20% da população (IBGE, 2010). AUMENTO DA EXPECTATIVA DE VIDA Diminuição da visão Audição e sensibilidade; Presença de doenças crônica; Alteração da marcha; Reflexos mais lentos; Fraqueza dos músculos; Efeito colateral de medicamentos; Entre outros. QUEDAS As quedas são a principal causa de lesões, hospitalização e perda de independência funcional entre os idosos acima de 65 anos. 30% dos idosos caem pelo menos 1 vez por ano. Acima dos 80 anos esse numero chega a 50%. Após a primeira queda, aumenta o risco de cair novamente e, por medo de cair, os idosos diminuem sua mobilidade e sociabilidade. DISPOSITIVOS AUXILIARES DE MARCHA (DAM) Os dispositivos auxiliares de marcha estão inserido em um contexto mais amplo que é o da TECNOLOGIA ASSISTIVA. Os meios auxiliares de locomoção são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 1993, por meio da Portaria nº 185 de 2001 (BRASIL, 2001). A concessão de meios auxiliares de locomoção passou a ser dispensada pelo SUS, mediante um laudo médico, por meio de Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (APAC) COMPONENTES A SEREM OBSERVADOS DURANTE A MARCHA TIPOS DE DISPOSITIVOS DE AUXÍLIO A MARCHA Bengalas Muletas Andadores Cadeira de Rodas BENGALA As bengalas são os equipamentos mais comuns de auxílio e manutenção da mobilidade, tendo como principal função aumentar a base de apoio para melhorar o equilíbrio. Dentre as indicações para o uso de bengalas destacam-se: Alterações de equilíbrio ou instabilidade postural; Fraqueza de membros inferiores ou tronco; Lesões de membros inferiores; Dor. BENGALA - TIPOS Madeira Alumínio ajustável Alumínio com 4 ponteiras MARCHA COM BENGALA Durante a posição ortostática e durante a marcha, a bengala normalmente deve ser segurada com o membro superior contralateral ao membro inferior que necessita de suporte. Durante o ciclo da marcha, a bengala e o membro inferior contralateral devem avançar e apoiar no solo simultaneamente SUBIR E DESCER ESCADA Para subir degraus, o paciente deve segurar o corrimão (se possível) com o membro superior ipsilateral (mesmo lado) ao membro inferior acometido, iniciando a subida das escadas primeiramente com a perna contralateral à lesão. Assim deve-se apoiar inicialmente a perna contralateral (não acometida) no degrau de cima, mantendo a bengala e a perna comprometida (oposta) no degrau abaixo. Em seguida, o paciente deve levar a perna lesada ao degrau acima, juntamente com a bengala, completando o deslocamento sobre o degrau. Para descer a escada, o oposto deve acontecer, primeiro o paciente deve posicionar a bengala no degrau abaixo, levando logo após o membro lesado ao degrau de baixo, para que o apoio maior fique sobre o membro não lesado. Com o apoio, firma-se na bengala, e o membro não lesado pode ser levado ao degrau de baixo. MULETAS As muletas do tipo axilar, são indicadas quando há necessidade de redução considerável ou remoção total da descarga de peso em membro inferior acometido. Além disso, esse tipo de muleta pode ser mais adequado para pacientes com pouca estabilidade de tronco (CAVALCANTI et al., 2007). TIPOS Canadense ou Lofstrand Axilar Muleta de descarga antebraquial. AJUSTE DA ALTURA A descarga de peso corporal deve ser transferida para o apoio manual. Durante o uso das muletas axilares, o profissional da saúde deve observar se esse apoio está correto. Se for observado que os ombros do paciente estão elevados, as muletas podem estar altas demais, o que pode dificultar a manipulação do equipamento e favorecer a compressão do plexo braquial. Se for observado que o paciente permanece em flexão de tronco, a muleta pode estar muito curta, podendo levar ao desenvolvimento de cifose da coluna SENTAR E LEVANTAR COM MULETAS Para sentar, o paciente deve colocar a perna lesada à frente, ambas as muletas em uma das mãos e utilizar a outra mão para sentir o assento da cadeira. Lentamente deve abaixar-se até o assento e colocar as muletas com as pontas para cima em uma localização de fácil acesso. Para levantar, o paciente deve deslocar o centro de gravidade do corpo para a parte anterior do assento, segurando ambas as muletas na mão do lado do membro normal e fazer força para ficar em pé sobre o membro inferior não afetado (LUSTROSA et al., 2015). ANDADOR Os andadores fornecem quatro pontos de contato com o solo e assim melhoram o equilíbrio por meio do aumento da base de suporte, maior estabilidade anterior e lateral e suporte do peso da pessoa. Propiciam também maior senso de segurança às pessoas que apresentam medo de cair ao andar. SUBIR E DESCER ESCADAS COM ANDADOR Manusear o andador para subir ou descer escadas é extremamente difícil. Assim, não é indicado subir e descer escadas ou usar escadas rolantes com o andador, devido ao alto risco de queda (GLISOI et al., 2012). CADEIRA DE RODAS A cadeira de rodas ou os dispositivos de mobilidade com rodas (carrinhas, skates, scooters) são equipamentos de tecnologia assistiva complexos. Além de permitirem ao indivíduo a capacidade de se locomover, esses equipamentos também permitem realizar atividades em casa, no trabalho e de recreação. Para que o indivíduo com restrição de mobilidade consiga realizar todas as suas atividades, vários componentes inter-relacionados da cadeira de rodas devem trabalhar de maneira conjunta para que amplie sua funcionalidade (CRAME, 20017). TIPOS DE CADEIRAS DE RODAS Cadeira de rodas monobloco Este modelo de cadeira é leve e compacto. Com estrutura inteiriça e com quadro menor, ela permite manobras em espaços reduzidos e oferece mais independência e agilidade na locomoção. O encosto da cadeira de rodas monobloco é dobrável sobre o assento, garantindo ainda mais firmeza ao equipamento. TIPOS DE CADEIRAS DE RODAS Cadeiras de rodas motorizadas As cadeiras motorizadas são conduzidas via joystick pelo próprio usuário. Elas oferecem auxílio para postura e mobilidade de pessoas com habilidade motora das mãos e nível de compreensão preservados para dirigir o equipamento. Este tipo de cadeira é indicado para pessoas com pouca força dos braços, baixa resistência respiratória, tetraplegia, paraplegia, má-formação congênita, distrofia muscular, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, amiotrofia espinhal, que sofreram AVC ou lesão medular. CADEIRA DE RODAS - INFANTIL Normalmente para crianças essas cadeiras dispõem de ajuste que possibilitam adequar a cadeira conforme a criança cresce. Observar a necessidade de adaptações especiais para esses casos. TIPOS DE CADEIRAS DE RODAS Cadeira com levante elétrico Indicada para casos que precisam de cuidados especiais para melhoria nas funções digestiva, respiratória e circulatória. TIPOS DE CADEIRAS DE RODAS Cadeiras higiênicas ou banho Uso exclusivo para higienização ou para fazer as necessidades sem precisar usar diretamente o vaso sanitário. AVALIAÇÃO DO PACIENTE PARA PRESCRIÇÃO DE CADEIRA DE RODAS Postura do paciente; Assimetrias e deformidades (especialmente assimetrias da pelve, subluxação de quadril); Equilíbrio sentado; Flexibilidade articular (especialmente de coluna e pelve); Capacidade funcional (ex.: alcance sentado, capacidade de transferência e realização de AVDs). TRANSFERÊNCIA A transferência do usuário da cadeira de rodas é uma ação importante e determinante para sua independência, tem que ser feita com segurança e o mais ergonômica possível, caso essa transferência seja passiva, ou seja, outra pessoa auxilie esse paciente, o mesmo deverá ser feito com cautela e de maneira bastante segura para evitar quedas tanto o paciente quanto da pessoa que esteja executando a ação. ADEQUAÇÃO DA RESIDÊNCIA OBRIGADO! image1.jpeg image2.png image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.jpg image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png image19.png image20.png image21.png image22.png image23.png image24.png image25.png image26.pngimage27.png image28.jpeg image29.jpeg image30.jpeg image31.jpeg image32.webp image33.jpeg image34.png image35.png image36.png