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Resumo sobre a Crise e Evolução da Psicologia Social A psicologia social, especialmente a americana, desempenhou um papel significativo no desenvolvimento do campo, contribuindo para a definição de seu escopo, aprimoramento de métodos e técnicas, e análise de fenômenos sociais. No entanto, essa abordagem enfrentou críticas, especialmente no que diz respeito à sua desconexão com a realidade social. A psicologia social latino-americana emergiu como uma resposta a essa crítica, enfatizando a importância de considerar as dimensões políticas, sociais e econômicas, como a pobreza e a desigualdade, que afetam a vida das pessoas. A década de 1970, marcada por eventos como a Guerra Fria, trouxe à tona desafios sociais e desigualdades que exigiam uma reavaliação das teorias e métodos da psicologia social. A crise na psicologia social foi caracterizada por uma desconexão entre teorias e a realidade vivida pelas pessoas. As abordagens teóricas e metodológicas, muitas vezes, não dialogavam com as experiências cotidianas, levando a um movimento em direção a uma psicologia social mais sociológica. Essa nova abordagem buscou entender o contexto em que as pessoas agem, considerando as estruturas cognitivas e sociais que influenciam o comportamento. A psicologia social passou a ser vista como uma ciência empírica, mas ainda assim, muitas vezes se distanciava da complexidade da vida social. A crítica à psicologia social tradicional levou a um movimento de internacionalização, onde a antropologia social europeia e a psicologia comunitária latino-americana começaram a ganhar destaque. Os precursores da psicologia social, como o sociólogo Charles Horton Cooley e o psicólogo George Herbert Mead, introduziram conceitos fundamentais que influenciaram a formação da identidade e a interação social. Cooley, em sua obra, destacou a importância do "outro" como um espelho na formação da identidade, onde o indivíduo se vê refletido nas interações sociais. Mead, por sua vez, enfatizou a linguagem e a comunicação como elementos centrais na construção do significado social. A linguagem, segundo Mead, deveria ser a unidade básica de análise da psicologia social, pois é através dela que os indivíduos interpretam e dão sentido às suas experiências. Essa perspectiva levou a uma ênfase na observação participante e na análise das interações sociais, em contraste com os métodos experimentais tradicionais. A psicologia social latino-americana, surgida em resposta às limitações da psicologia social americana, buscou integrar uma crítica social mais profunda, considerando as realidades históricas e culturais da América Latina. Essa abordagem crítica questionou a adequação das teorias importadas dos Estados Unidos, argumentando que elas não refletiam as complexidades da vida social latino-americana. A partir da década de 1970, surgiram associações e publicações que promoviam uma psicologia social crítica, enfatizando a importância da linguagem e das práticas discursivas na compreensão da vida social. O livro "O Homem em Movimento", de Sylvia Helena, é um exemplo de obra que marcou esse período, refletindo a busca por uma psicologia social que dialogasse com as realidades locais e promovesse uma compreensão mais rica e contextualizada dos fenômenos sociais. Destaques A psicologia social americana enfrentou críticas por sua desconexão com a realidade social, levando ao surgimento da psicologia social latino-americana. A crise na psicologia social foi marcada por uma desconexão entre teorias e a vida cotidiana, resultando em uma abordagem mais sociológica. Precursores como Cooley e Mead enfatizaram a importância da interação social e da linguagem na formação da identidade. A psicologia social latino-americana promoveu uma crítica ao modelo americano, buscando integrar realidades históricas e culturais. O movimento de psicologia social crítica enfatizou a importância da linguagem e das práticas discursivas na compreensão da vida social.