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Conceitos e Introdução de Psicopatologia

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Definições
· Semiologia: ciência dos signos
· Signo: sinal (linguagem, gesto, atitude, comportamento) sempre provido de significação
· Importante para psicopatologia:
· Sinais comportamentais: objetivos, verificáveis pela observação direta do paciente
· Sintomas: vivência subjetiva relatada pelos pacientes, suas queixas e aquilo que ele experimenta e comunica a alguém. Mesmo com uma mesma língua, o significado do relato pode ser diferente do que a pessoa entende, então é necessário questionar a fundo
· Esses signos são sistematizados e podem dar apoio a formulação de um diagnóstico, que tem total relação com a cultura
· Muitas vezes os termos dados aos diagnósticos devem ser revisto, uma vez que muitos são inseridos a linguagem cotidiana como uma forma de xingamento
· 3 tipos de signos (de acordo com o significado e o significante):
· Icone: significante evoca imediatamente o significado, grande semelhança entre eles.
· Indicador/Indice: relação de contiguidade entre significante e significado, um aponta para o outro, podendo haver outras possibilidades
· Símbolo: não há relação direta entre significante e significado, associações puramente arbitrárias e convencionais. Ex: linguagem e sinais observados
· Na psicopatologia não há 1 sintoma que leve diretamente a um diagnóstico, é necessário um conjunto de sinais que indiquem um diagnóstico
· Sintoma Psicopatológico: indicador e símbolo ao mesmo tempo, tanto uma relação de contiguidade quanto de símbolos linguísticos. 
· Semiotécnica: procedimentos específicos de observação e coleta dos sinais e sintomas, assim como de interpretação de tais sintomas. Psicologia: Observação, entrevista, testes psicológicos e técnicas projetivas
· Síndromes: agrupamentos relativamente constantes e estáveis de determinados sinais e sintomas, sem a necessidade de levar a entidades nosológicas, não há relação direta. Ex: o sofrimento de uma sindrome não tem motivo aparente
· Entidades nosológicas (doenças/transtornos): envolve fatores etiológicos, curso relativamente homogêneo, estados terminais típicos, mecanismos psicológicos e psicopatológicos característicos, antecedentes genético-familiares e respostas a tratamentos mais ou menos previsíveis
· Psicopatologia: conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano e que se esforça por ser sistemático, elucidativo e desmistificante
· Limites da psicopatologia: não se pode reduzir inteiramente o ser humano a conceitos psicopatológicos. O seu diagnóstico não define a identidade da pessoa
· O psicopatólogo rejeita dogmas e não julga moralmente o seu objeto
 
Critérios de normalidade 
· Normalidade como ausência de doença: define o que é doença e o que não se encaixa é normal, ou seja, é normal aquele que não é classificado como um portador de transtorno mental definido
· Normalidade ideal: sociedades autoritárias, padrão artificial arbitrário pré definido de normalidade e a partir dai segrega aqueles que não se adequam a sociedade ideal
· Normalidade estatística: o que é normal é frequente, o que é doente é raro. O problema é que nem sempre o que é raro é saudável (cárie)
· Normalidade como bem-estar: normal é aquele com bem estar físico, social e mental, porém é muito subjetivo e utópico
· Normalidade funcional: sujeito funciona bem, está saudável e sem sofrimento, não tem prejuízo funcional que prejudiquem coisas como: trabalho, relação familiar, relação com os amigos
· Normalidade como processo: depende do processo da vida da pessoa, do momento de vida, como adolescentes mais rebeldes
· Normalidade subjetiva: define-se pelo relato da pessoa, como a pessoa se sente, risco é que algumas psicopatologias tem o sintoma de sensação de bem estar
· Normalidade como liberdade: a saúde mental se vincula a transitar com graus de liberdade sobre o mundo e sobre o próprio destino. A doença fecha, limita e causa sofrimento a pessoa
· Normalidade operacional: Define-se a priori o que é normal e o que é patológico, a partir disso se busca de forma operacional trabalhar esses conceitos
 
Principais escolas de Psicopatologia
· Psicopatologia descritiva: interesse na forma das alterações psíquicas, na estrutura dos sintomas. Manuais de diagnósticos, lista de sintomas
· Psicopatologia dinâmica: interesse no conteúdo da vivência, nos movimentos internos dos afetos, desejos e temores. Psicanálise
· Psicopatologia médica: noção de homem centrada no corpo, no funcionamento corporal. Depressão = aumentar serotonina
· Psicopatologia existencial: centrada na experiência particular de cada sujeito. Como é a sua depressão? Como é significada?
· Psicopatologia comportamental-cognitivista: interessa-se pelos comportamentos e representações cognitivas disfuncionais
· Psicopatologia psicanalítica: interessa-se pelos desejos e conflitos inconscientes
· Psicopatologia categorial: entende os transtornos mentais como entidades completamente individualizáveis. Depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar e etc., todos diferentes. Há um certo artificialismo 
· Psicopatologia dimensional: um transtorno pode apresentar diferentes dimensões incluindo desde formas mais graves até formas mais brandas. Depressão e esquizofrenia tem sobreposições, existem pontos de encontro. Trata as patologias de forma continua
· Psicopatologia biológica: enfatiza aspectos cerebrais, neuroquímicos ou neurofisiológicos das doenças e sintomas mentais
· Psicopatologia sociocultural: entende os transtornos mentais como comportamentos desviantes que surgem a partir de determinados fatores socioculturais
· Psicopatologia operacional: definições básicas dos transtornos e sintomas são formuladas de modo arbitrário em função de sua utilidade pragmática (DSM - IV, CID - 10). Critério de normalidade, bem arbitrária essa definição
· Psicopatologia fundamental: foco no fundamento de cada conceito psicopatológico, dá ênfase ao patos
Pathos + Existencialismo
FRANCISCO MARTINS
· Pathos: Dimensão essencialmente humana;
· O que é o homem? Investiga-se e descobre-se
· Disposição afetiva organizadora e propulsora do destino humano: fundamental na tomada de decisão à posição de vida do sujeito, uma vez que envolve a relação do ser humano -objeto/sociedade/cultura/ele mesmo
· O que move e dá vida;
· Desarmonia -> Sofrimento: prof. comenta - compreendendo sempre que nós estamos vulneráveis a vários sofrimentos, muitas vezes criamos patologias e enquadramos sofrimentos pra nos sentirmos "normais", "saudáveis"
 
BERLINCK:
· Paixão e Passividade: perde a razão. Pessoa se torna observadora da própria vida e dos próprios atos, perde o controle do acontecimento;
· Passivo do fenômeno que toma conta dele;
· Pathos transforma-se em patologia, um discurso sobre sofrimento, paixão e passividade, quando rege as ações humanas.
 
QUEIROZ:
· Sofrimento passivo: sujeito é afetado por algo que vem de fora, se sentindo invadido, reflete isso no seu corpo e expressa-se pela hýbris;
· Hybris: crime do ultraje e do excesso, comportamento de provocação a ordem estabelecida, como jogar fogo em algo. Ligado à idéia de natureza (phýsis) e ao conceito de lei, "pessoas assim não deveriam se envolver comigo";
PATHOS:
· Modo afetivo para estar no mundo
 
SINTOMA: 
· Identificar transtorno: visão conservadora/tradicional, consequência do transtorno
· Ordem do estruturante: estratégia para lidar com o sofrimento, desaparecer o elemento que causa pertubação e desequilíbrio. Ex: delírio (tentativa de reorganização do funcionamento mental, uma vez que a realidade que se impõe ao sujeito é intolerável, tentativa de cura, tentativa de sair do isolamento/sofrimento)
 
NEUROSE:
· Defesa a psicose: muitos casos em que ocorre neurose como forma de organização e para evitar a desfragmentação psicótica
 
PSICOPATOLOGIA:
· Vivência de sofrimento
· Perda de liberdade: perde possibilidade de escolhas, ou seja, é pré definido seu destino
· Desorganização da cronologia existencial: se altera a noção de continuidade, se desconstroe quem eu sou, era e vou ser. Exs: Infância e subordinação (saber manejar a subordinação ao outro,para que a criança possa escolher seus próprios caminhos e decisões), melancolia (lentificação do tempo causa culpa e idéias de ruína, agustia que gera um circúlo fechado, um trauma de muito tempo) e psicose (desaparecimento da vivência do horizonte temporal, se descontroi essa linha cronologica, uma hora tá no passado em outra no futuro)
 
FILOSOFIA DIALÓGICA:
· Neurose e psicose como frutos da não valorização da experiência da criança por parte dos outros: Não valorizar a experiência e identidade da criança -> criança com dificuldade de se identificar 
· Internalização da figura do outro como origem da problemática relacional
· Neurose: figura do outro como dominante, se espelha e adquire os sentimentos e sofrimentos do outro. Angústia sintomática: fecha-se em círculo limitante, paralisa, tira a liberdade. Gera negativismo e insatisfação
· Psicose: alienação de si e do outro, ambos fragmentados. O outro é uma figura parcial, contraditória e ambivalente. Alienação da realidade devido ao não reconhecimento dos outros, o que gera não reconhecimento a si mesmo. Mudança de identidade, porque há uma incerteza sobre si, pode se alterar muito rápido, já que é muito vunerável
· Psicopatia: outro quase ausente, visto como objeto, gerando insensibilidade. Não reconhecimento do outro não permite o sujeito se sentir humano, logo ele mesmo se sente objeto. Desejo sexual: meu desejo, o outro é um objeto. Irritação: posso destruir a vida do outro, sem me sentir mal
HISTORIA DA LOUCURA
IDADE MÉDIA
· Loucos acolhidos pela família, perambulando pelas ruas ou abrigados
IDADE CLASSICA
· Loucura se torna um problema público, pois interfere na ordem e no espaço social
 
SEC. XVII / INICIO DO SEC. XVIII
· Era da normatização: Homem ideal é o homem médico, que se adequa a ordem social. Os extremos são problemáticos. Tudo o que foge do comportamento "médio" social é preocupante
· Hospital Geral: criado para tratar aqueles com fenômenos considerados fora da normalidade. Para os "pobres de Paris" (loucos, prostitutas, miseráveis). Para proteger a sociedade da desordem social, impedir da mendicância e da ociosidade. É saudável quem produz e é útil. Regras semelhantes as da prisão (castigos e torturas). Internação pode delimitar melhor o objeto, porém esquece que há um humano ali.
· Movimento da grande internação: Diferentes cada vez mais internados, a faixa da normalidade vai se estreitando e causa um panico que qualquer um pode ser internado
· Loucura: incapaz pra trabalhar e se inserir socialmente, sendo incurável. Internação sem caráter médico. Loucura como doença e conduta antissocial
· Classificação da doença: não dava, fundo muito moral
FIM DO SEC. XVIII / INICIO DO SEC. XIX
· Inutilidade do tratamento físico: deve-se refletir sobre a causa da locura para se pensar na cura. Ex: relacionada com o mundo, com as condições de vida e com a religião (castigo).
· Hospital Geral: Não deve ser um lugar que vai todo mundo, é preciso de um espaço exclusivo para o louco. As pessoas precisam trabalhar, os estados precisam de mão de obra, não podem ficar sustentando
· Asilo: instituição sanitária exclusiva do louco, mais cientifica e médica. 
· Retiro: instituição religiosa e médica, pretendia reproduzir o ambiente familiar em um lugar mais natural, grande e livre. Espaço que oferece um retorno a natureza.
· Loucura: subproduto de um meio que deixou de ser natural.
· Positivismo: loucura se transforma em objeto, muito mais fácil de categorizar e analisar
· Pinel e Tuke: Vistos como reformadores, pois acreditavam em novas formas de tratamento, na cura e na reinserção social. Porém, trabalharam na humanização do tratamento (faz porque é pro "bem" do sujeito, a qualquer custo) e não na reformulação da maneira de olhar e aprender o fenômeno. Assim, retiraram correntes e grades, deixaram apenas os loucos nas instituições e buscaram tratar e não torturar as pessoas. Usavam remédio, sedativo, camisa de força pro "bem"do sujeito. Porém os loucos não recuperaram razão e nem foram curados, eles mantiveram os traços de alienação em suas condutas.
· Pinel: quer libertar os loucos e por fim ao internamento.
· Tuke: retiros na Inglaterra. Doença é da natureza, da sociedade e não do ser humano. A retirada do humano da cidade urbana para uma area mais natural faz ele se encontrar de novo. 
· Foucault: critica Pinel e Tuke. Acredita que asilos e retiros como locais de exclusão. Loucura libertada das correntes, mas aprisionada a si mesma. Doente destituído da condição de sujeito, sua vontade é transferida ao querer do médico. O sujeito continua como objeto, desprovido de liberdade e de seus direitos básicos, se tornando desemponderado. Acaba sofrendo processos de estigmatização.
SEC. XIX
· Loucura: alienação mental. Não é capaz de compartilhar uma linha de raciocínio, uma forma de perceber e agir. Alienado na sua relação aos outros, então não consegue se adequar a ordem social. Não há uma relação saudável com a sociedade. Cisão e conflito entre a razão e a vontade, onde a vontade se sobrepõe.
· Hospício: espaço social seguro. É mais seguro tanto pra si quanto pra sociedade.
· Normalidade: equilíbrio entre razão e vontade. Todos tem desejos, porém nem todos podem ser realizados e é ai que entra a razão
· Concepção orgânica: cérebro alterado, consegue entender clinicamente essas alterações
· Esquirol: relação causal entre civilização e loucura, corrupção dos costumes, muda totalmente sua organização natural (campo->indústria)
· Psiquiatria: Loucura como doença. Surge para evitar que o sujeito se prejudique e pra proteger a sociedade. A pessoa se entende normal já que não está onde o louco está. Passa a ser inserida em práticas da humanidade (igreja, escola, família)
INSTITUIÇÕES DA VIOLENCIA
CARACTERÍSTICAS
· Relações de poder: nítida divisão entre os que têm o poder e os que não o têm, base do relacionamento das instituições. Piramide: Diretor-> médico, enfermeiro, psicólogo->paciente
· Papel do técnico: fazer com que o objeto da violência se adapte à esta através do tecnicismo. Ou seja, usar argumentos técnicos para justificar até mesmo a violência
· Tarefa terapêutico-orientadora: técnica usada para adaptar os indivíduos à aceitação de sua condição de objeto de violência. Não se tratando então de libertar e curar o sujeito, para que este saia da sua alienação e possa voltar para sua casa e viver sua vida.
SOLUÇÃO
· Necessário que a classe em geral rompa com a lógica e se mova 
· Tomada de consciência da situação global: Quem tem o poder de mudar essa realidade é o técnico, já que tem capacidade de tomar consciência do que está acontecendo. Tendo que entender qual o seu papel, não sendo só um agente de exclusão (papel de segregar o paciente), mas também sofre exclusão (tá reproduzindo uma lógica de maneira irrefletida)
· Negação do sistema: é a resultante de uma desestruturação, de um questionamento do campo de ação que agimos. É preciso um questionamento geral, junto com os usuários e familiares
RELAÇÃO PSIQUIATRA- DOENÇA MENTAL:
· Encontro paciente-médico: a ação é objetivante, já que o paciente é apenas um corpo doente, um objeto pro médico
· Impotência das instituições psiquiátricas: doente mental como resultado de uma alteração biológica mais ou menos indefinidade. Ou seja, “aceita que doi menos”, já que não é possível curar, só conter e controlar a doença
· Relação terapêutica ideal: relação horizontal entre paciente-médico, onde o sujeito se torna livre e o técnico sai do pedestal de unico detentor do poder e saber. É necessário pensar que o doente mental tem o saber sobre si mesmo, sobre suas vontades.
RELAÇÃO TÉCNICO-PACIENTE SEGUNDO NÍVEL SOCIAL DO PACIENTE:
· Tipo aristocrático: paciente tem um poder contratual a opor ao poder técnico (reciprocidade enquanto houver poder econômico por parte do paciente).
· Tipo mutualista – redução do poder técnico e aumento do poder arbitrário em relação a um “segurado” que nem sempre tem consciência da própria força (reciprocidade somente quando há alto grau de maturidade e de consciênciapor parte do paciente).
· Institucional – verticalização acentuada da relação técnico-paciente (paciente internado em hospital psiquiátrico se torna um cidadão sem direitos).
PAPEL DO DIAGNÓSTICO
· Etiqueta/rótulo: esconde um significado mais profundo, ou seja, justificativa para exercer discriminação. O tratamento se torna a doença e não a pessoa
· Validação do conceito de norma estabelecido pela sociedade: cria-se nomes oficiais do que é normal e anormal (errado) na sociedade e a partir disso justifica a exclusão do sujeito anormal
· Relação objetual: doença como rótulo que vem com descrição. Individuo começa a incorporar o rótulo a sua identidade, deixa de ser ele e começa a ser a doença, limitado por essa
· Comunidade Terapêutica (Inglaterra): proposta de uma nova dimensão institucional que rechaça modelo de adaptação do paciente. Rompe com a lógica hospitalar, retira o sujeito de lá e trata em um lugar aberto
· Psiquiatria de Setor (França) – nova dimensão psiquiátrica institucional de base psicanalítica. Tratamento dividido em setores, para seu retorno para casa e para a sociedade seja mais fácil
ABERTURA DO MANICÔMIO: 
· Volta à liberdade: entender que existem e que devem ser exercidos os seus direitos básicos
· Ato terapêutico = ato político.
· Transformação gradual do paciente
· Descoberta dos direitos por parte dos pacientes, o que pode gerar agressividade, sendo considerado natural
· Horizontalização das relações
· Dupla função do técnico – profissional (médico, psicólogo, etc.) e social.
· Eficácia terapêutica ligada à relação que se estabelece: qualidade de vida, direitos
FILME:
Relação de poder: é possível ver que existia o diretor da instituição que ficava apenas no seu escritório, havia a enfermeira e os pacientes, cada um com o seu papel na pirâmide de poder
Papel do técnico: Enfermeira que escolhia tudo o que os pacientes iriam fazer, falando que era o melhor para eles, reproduz o que é decidido pela instituição
Tarefas terapêutico-orientadoras: terapia em grupo, medicamentosa, ocupacional. Quando eles pediram para ver o jogo de baiseball não deixaram, mesmo sendo algo que eles tinham prazer; quando eles queriam ficar sós não podiam, pois eram obrigados a ir para terapias em grupo, por exemplo; quando pediam mais cigarros, o pedido deles era negado; quando foi pedido para abaixar a música para eles poderem conversar, foi negado. Muitas vezes não sentiam vontade de estar em uma atividade, mas eram obrigados, pois não tinham escolha, já que era tudo imposto. Algo que trazia prazer para eles era jogar basquete, fazia bem para eles, mostravam estar felizes
Etiqueta: sujeito visto apenas como um rótulo, objeto e não como pessoa
PRINCIPIOS DO MOVIMENTO ANTIMANICOMIAL
PRINCIPIOS
· Considerar a subjetividade na experiência da loucura e na luta política:
- Subjetividade: singularidade do ser quanto humano, singularidade no processo do adoecimento e singularidade para respeitar as duas coisas de uma forma de entender o que é saudável para ele. 
- Pensar em estratégias no individuo como protagonista e participante do processo. 
- Há algo no sujeito que o torna singular e isso deve ser resgatado.
· Resgatar a cidadania do sujeito
· Atuar a partir da subjetividade do paciente, não por critérios pré definidos e diagnósticos
· Extinção do Hospital Psiquiátrico e criação de um modelo diverso
· Mudança de paradigma: pensar no ser não só dentro da instituição, mas também na sua reinserção na sociedade
· Neurociência é complementar, mas não é totalmente satisfatória, já que as construções e as vivências são muito pessoais
· Remédio: deve evoluir, ajuda, diminui sintomas, mas não é a cura. A cura é a sua reinserção
· A clínica antimanicomial deve trabalhar no consentimento do sujeito em engajar-se no tratamento, contra a obrigação da participação do sujeito, ele tem que assumir esse tratamento para si
· Produção no espaço da cultura: aquilo que se trabalha não deve ser restrito ao CAPS, deve ser levado para a cultura
· Modelos para crises (NAPS e CERSAM): Crise pode ser tratada sem hospital e sem exclusão. Internação não favorece a cura. Usuário deve ficar no serviço apenas o necessário, prolongar causa a institucionalização. Necessidade de pensar novas possibilidades de lidar com muitas pessoas em crise sem o uso da violência. Tratamento pós-crise não é manter alívio sintomatológico, mas, sim, possibilitar a reconstrução da vida. 
· Centros de Convivência: possbilitam escolha de atividades fora do psi, projetos escolhidos pelos pacientes que agreguem ao tratamento, fazendo os sujeitos se sentirem melhor se divertindo
· Centros de Saúde e Ambulatórios também são recursos válidos. 
· Cooperativas, empresas sociais, lares abrigados e pensões protegidas, para os sujeitos voltarem a sociedade e terem um lugar para ficar não sendo o CAPS
· Presença e produção das experiências da loucura no espaço da cultura
· O sujeito ao voltar a ter contato com a cultura, percebe o quanto mudou e isso causa um vazio
· Antes conseguia trabalhar e era super inserido na sua família
· Muitas vezes não é notado essas sequelas, precisa-se trabalhar nisso
· Legitimizar o sentimento do sujeito, deve-se validar esse sentimento, mas não pode ter uma atuação omissa
· Movimento social: organização de trabalhadores, familiares e usuários no combate à exclusão
· A loucura afeta tanto os loucos quanto os não-loucos
· É necessário trabalhar com ambos para que os envolvidos com os pacientes não, simplesmente, reproduzam um modelo que o sujeito não tem condição de seguir sua própria vida só, ideias de medo, violência, nojo, autoritarismo
· Necessário questionar e produzir novos sentidos, contra o que a cultura estimula
· Participação na luta política por transformações estruturais da sociedade
· Reforma na assistência deve se articular com a intervenção na cultura: sensibilizar a sociedade a interagir e entender o doente mental
· Distinção do papel do estado e do movimento social: quem tem que operalizar essas coisas é o estado
· Movimento politizado: pensar a assistência implica tomada de posição no embate político que atravessa toda a ordenação social. 
· Mudança na legislação. 
· Encaminhamento de denúncias de maus-tratos e discriminação: quem tem que investigar e punir é o Estado
· Espaço para o trabalho: qualificação profissional e constituição de cooperativas. 
· Organização política dos usuários. 
· Comissão Nacional de Saúde Mental: trabalhador, familiar e usuário.

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