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Universidade Evangélica Campus Senador Canedo Alunas: Geovanna Ribeiro, Vanessa Souza e Welma C. Souza. Direito Internacional Caso 2: Uma empresa multinacional é acusada de violar direitos humanos em uma de suas fábricas em um país em desenvolvimento. Os trabalhadores afetados decidem recorrer à justiça internacional. • Perguntas: 1- Quais são os sujeitos de direito internacional envolvidos nesse caso? Empresa multinacional, pois elas podem ser responsabilizadas por violações de direitos humanos com base nos Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos da ONU. Esse princípio estabelecem três pilares, quais sejam: proteger, respeitar e reparar. Proteger: o Estado tem o dever de proteger contra abusos de direitos humanos por parte de terceiros (empresas); Respeitar: É de responsabilidade corporativa respeitar os direitos humanos; Reparar: As vítimas terão acesso a recursos judiciais e não judiciais para remediar e reparar danos. Estado: O Estado têm a obrigação de proteger os direitos humanos sob tratados internacionais. Sendo o artigo 7º do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos de 1966, aduz que ninguém poderá ser submetido a tortura, penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. Sobretudo é proibido submeter as pessoas sem consentimento a experiência médicas ou cientificas. Trabalhadores: Os indivíduos podem ter direitos reconhecidos em várias instâncias. O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, aduz que toda pessoa tem o direito de fundar com outros sindicados e filiar a outros sindicatos a sua escolha. O direito de greve entre outros. Estado de origem da empresa: O Estado onde a empresa tem sede pode ser implicado, caso a empresa viole os direitos humanos no exterior, o Estado tem o dever de regulamentar suas atividades. Princípios Orientadores ONU. 2- A que órgão internacional os trabalhadores podem recorrer? Comitê de Direitos Humanos da ONU: Caso o Estado do país em desenvolvimento seja signatário do PIDCP, o Comitê de Direitos Humanos (Artigo 28) pode analisar petições individuais de trabalhadores que aleguem violação de direitos protegidos no tratado. É necessário que todas as vias domésticas tenham sido esgotadas antes de recorrer ao comitê. Organização Internacional do Trabalho (OIT): A OIT, sob o Artigo 26 de sua Constituição, permite queixas de violações de suas convenções, como as Convenções nº 87 (Liberdade Sindical) e nº 98 (Direito à Negociação Coletiva), que protegem os direitos dos trabalhadores. Corte Interamericana de Direitos Humanos (ou outros tribunais regionais): Dependendo da região, os trabalhadores podem recorrer à Corte Interamericana (América Latina) ou à Corte Africana de Direitos Humanos (África), conforme as convenções regionais de direitos humanos. Por exemplo, a Convenção Americana de Direitos Humanos (Artigo 25) garante o direito de recurso a instâncias judiciais. 3- Quais são as possíveis consequências jurídicas para a empresa? Sanções econômicas ou comerciais: Empresas que violam direitos humanos podem ser alvo de sanções comerciais ou restrições financeiras impostas por Estados ou organismos internacionais, com base no Artigo 41 da Carta da ONU, que autoriza medidas não militares contra Estados ou entidades privadas. Responsabilização civil ou penal: As empresas podem ser responsabilizadas com base no direito interno de muitos países, sob o conceito de jurisdição universal, que permite a certos Estados processarem empresas por violações graves, como trabalho forçado ou condições desumanas de trabalho (vide Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional). Reparação: De acordo com os Princípios Orientadores da ONU, as empresas têm a responsabilidade de reparar as violações cometidas, o que pode incluir compensação financeira às vítimas. O Artigo 2(3) do PIDCP também estabelece o direito a recurso efetivo, o que pode obrigar a empresa a compensar os trabalhadores. Danos à reputação: Embora não jurídica, a perda de reputação pode ter consequências comerciais graves para a empresa, resultando em boicotes ou perda de contratos internacionais, conforme as diretrizes de responsabilidade social estabelecidas por organismos como a OCDE.