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A arte de ensinar, segundo Mark van Doren, é a de tomar parte em descobertas. Tentei escre- ver um livro que tome parte na descoberta do cálculo pelos estudantes – por seu aspecto prático, bem como por sua surpreendente beleza. Nesta edição, como nas quatro anteriores, pretendi transmitir aos estudantes um sentido de utilidade do cálculo e desenvolver com- petência técnica, mas também me empenhei em dar uma avaliação da beleza intrínseca do assunto. Newton sem dúvida experimentou uma sensação de triunfo no momento de suas grandes descobertas. Eu gostaria que os estudantes partilhassem dessa emoção. A ênfase está na compreensão dos conceitos. Penso que todos concordam que essa deve ser a meta principal no ensino do cálculo. De fato, o ímpeto para o atual movimento de reforma do cálculo vem da Conferência de Tulane, de 1986, que formulou como recomen- dação fundamental: Focalizar na compreensão conceitual. Tentei implementar essa meta através da Regra de Três: "Tópicos devem ser apresentados geométrica, numérica e algebricamente". Visualização, experimentação numérica e gráfica e outras abordagens mudaram radicalmente a forma de ensinar o raciocínio conceitual. Mais recentemente, a Regra de Três foi expandida tornando-se a Regra de Quatro com o acrés- cimo do ponto de vista verbal ou descritivo. O Que É Novo Nesta Edição Enquanto preparava a quinta edição deste livro, passei um ano na Universidade de Toronto ensinando Cálculo utilizando a edição anterior. Eu ouvia atentamente as perguntas de meus alunos e as sugestões de meus colegas. E, cada vez que preparava uma aula, ficava pensando se algum exercício a mais era necessário ou se uma frase deveria ser melhorada ou, ainda, se uma seção deveria ter mais exercícios de um certo tipo. Além disso, prestei muita atenção às sugestões enviadas por vários leitores e aos comentários dos meus revisores. Uma fonte não muito comum de problemas novos foi um telefonema de um amigo meu, Richard Armstrong. Richard é sócio de uma firma de consultoria em engenharia e orienta os clientes que controem hospitais e hotéis. Ele me disse que, em certas partes do mundo, os sistemas de sprinklers de prédios grandes são abastecidos de água por comparti- mentos localizados nos tetos desses prédios. Naturalmente ele sabia que a pressão da água diminui quando o nível de água decresce, mas queria quantificar esse decréscimo de maneira que seus clientes pudessem garantir uma certa pressão durante um dado período. 2 Prefácio Uma grande descoberta envolve a solução de um grande problema, mas há uma semente de descoberta na solução de qualquer problema. Seu problema pode ser modesto; porém, se ele desafiar sua curiosidade e fizer funcionar sua capacidade inventiva, e caso você o resolva sozinho, então você poderá experimentar a tensão e o prazer do triunfo da descoberta. George Polya 2 James Stewart PREFÁCIO �� 3 Eu lhe disse que poderia resolver esse problema usando as equações diferenciais sepa- ráveis, porém ocorreu-me que esse problema poderia gerar um bom projeto de pesquisa quando combinado com outras idéias. (Veja o projeto na página 605). A estrutura desta edição permanece praticamente a mesma da anterior, no entanto, há vários melhoramentos, pequenos e grandes: • Duas seções no Capítulo 10 foram combinadas em uma só. • Eu reescrevi a Seção 12.2 para dar mais ênfase à descrição geométrica dos vetores. • Novas frases e notas de rodapé foram inseridas no texto para dar mais clareza à exposição. • Vários trabalhos de arte foram redesenhados. • Os dados em exemplos e os exercícios foram atualizados no tempo. • Foram incluídos alguns sites a mais em alguns dos exemplos já existentes. • Cerca de 25% dos exercícios em cada capítulo são novos. Aqui estão alguns dos meus favoritos: Exercícios Página Exercícios Página Exercício Página 9.1 11-12 588 10.3 47-48 674 11.9 40 758 11.12 35 782 13.3 32-34 868 14.3 5-6 918 14.5 15-16 936 Foram adicionados novos problemas nas seções Problemas Quentes. Veja, por exemplo, os Problemas 20 e 22 na página 790. Características Exercícios Conceituais A maneira mais importante de encorajar a compreensão conceitual é por meio dos proble- mas que prescrevemos. Com essa finalidade, delineei vários tipos de novos problemas. Alguns conjuntos de exercícios começam com questões exigindo a explicação do signifi- cado do conceito básico da seção. (Veja, por exemplo, os exercícios nas Seções 11.2, 14.2 e 14.3.) Analogamente, todas as seções de revisão começam por uma verificação con- ceitual e um teste do tipo verdadeiro–falso. Outros exercícios testam a compreensão conceitual através de gráficos e tabelas. Veja os Exercícios 1-2 na Seção 13.2, Exercício 27 na Seção 13.3, Exercícios 1, 2, 5 e 31-34 na Seção 14.1, Exercícios 1, 2 e 36 na Seção 14.6, Exercícios 3-4 na Seção 14.7, Exercícios 5-10 na Seção 15.1, Exercícios 11-18 na Seção 16.1, Exercícios 17, 18 e 43 na Seção 16.2 e Exercícios 1, 2, 11 e 23 na Seção 16.3. Eu particularmente valorizo problemas que combinam e comparam abordagens gráficas, numéricas e algébricas (veja o Exercício 2 na Seção 9.5). Conjuntos Gradativos de Exercícios Mais do que 30% dos exercícios são novos. Cada conjunto de exercícios é cuidadosamente graduado, progredindo desde exercícios conceituais básicos e problemas destinados a desenvolvimento de habilidades até problemas mais desafiantes envolvendo aplicações e provas. 4 �� CÁLCULO Editora Thomson Dados do Mundo Real Meu assistente e eu gastamos um bom tempo em bibliotecas, contatando companhias e agências governamentais e procurando na Internet por dados do mundo real para intro- duzir, motivar e ilustrar os conceitos do cálculo. Como resultado, muitos de nossos exem- plos e exercícios tratam de funções definidas por tais dados numéricos ou gráficos. Funções de duas variáveis são ilustradas por uma tabela de valores do fator de resfriamento do vento como uma função da temperatura do ar e da velocidade do vento (Exemplo 2 da Seção 14.1). As derivadas parciais são introduzidas na Seção 14.3, em que é examinada uma coluna na tabela de valores do índice de calor (temperatura do ar sentida) como uma função da temperatura real e da umidade relativa. Esse exemplo é aprofundado em conexão com as aproximações lineares (Exemplo 3 da Seção 14.4). Derivadas direcionais são introduzidas nas Seções 14.6 usando curvas de nível para estimar a taxa de variação da temperatura em Reno em direção a Las Vegas. Integrais duplas são usadas para estimar a média de queda de neve no Colorado durante o dia 24 de dezembro de 1982 (Exemplo 4 da Seção 15.1). Campos vetoriais são introduzidos na Seção 16.1 pela representação do padrão de ventos na baía de São Francisco. Projetos Uma maneira de envolver os estudantes e então torná-los aprendizes ativos é fazê-los tra- balhar (talvez em grupos) em projetos de extensão, que dão um grande sentimento de rea- lização quando finalizados. Isso inclui quatro tipos de projetos: a) Projetos Aplicados, que envolvem aplicações destinadas a apelar para a imaginação dos estudantes. O projeto que segue a Seção 9.3 indaga se uma bola atirada para cima leva mais tempo para atingir sua altura máxima ou para cair até sua altura original. (A resposta poderá surpreendê-lo.) O projeto que segue a Seção 14.8 usa multiplicadores de Lagrange para determinar as mas- sas dos três estágios do foguete de tal forma a minimizar a massa total enquanto lhe per- mite atingir a velocidade desejada. b) Projetos de Laboratório, que envolvem tecnologia. O projeto que segue a Seção 10.2 mostra como usar as curvas de Bézier para desenhar for- mas que representam letras para uma impressão a laser. c) Projetos Escritos, que pedem aos estudantes que comparem métodos atuais com aqueles usados pelos fundadores do cálculo – por exemplo, o método de Fermat para encontrar tangentes. São fornecidas refe- rências. d) Projetos Descobertas,que antecipam resultados que serão discutidos posterior- mente ou encorajam a descoberta através do reconhecimento do padrão. Outros exploram aspectos da geometria: tetraedro (após a Seção 12.4), hiperesferas (após a Seção 15.7) e a intersecção de três cilindros (após a Seção 15.8). Tecnologia A disponibilidade de tecnologia torna ainda mais importante compreender claramente os conceitos que fundamentam as imagens na tela. Quando usados adequadamente, calcu- ladoras gráficas e computadores são ferramentas valiosas na descoberta e compreensão desses conceitos. Este livro pode ser usado com ou sem tecnologia, e usei dois símbolos especiais para indicar quando um tipo especial de máquina for necessário. O ícone { indi- ca um exemplo ou exercício que requer o uso de tal tecnologia, mas isso que não signifi- ca que ela não possa ser usada também em outros exercícios. O símbolo é reservado para os problemas em que é requerida toda a capacidade de um sistema algébrico com- putacional (como Derive, Maple, Mathematica ou TI-92). Todavia, a tecnologia não torna obsoletos o lápis e o papel. Cálculos à mão e esboços são freqüentemente preferíveis à tec- nologia para ilustrar e reforçar alguns conceitos. Professores e estudantes precisam desen- volver a habilidade para decidir quando é mais apropriado a máquina ou a mão. CAS James Stewart PREFÁCIO �� 5 Conteúdo Modelagem é o tema que unifica este tratamento introdutório das equações diferenciais. Campos de direção e o método de Euler são estudados antes das equações separáveis, e as equações lineares são resolvidas explicitamente; assim, é dado o mesmo peso para as abor- dagens qualitativa, numérica e analítica. Esses métodos são aplicáveis aos modelos expo- nencial, logístico e outros para o crescimento populacional. As cinco primeiras seções deste capítulo servem como uma boa introdução às equações diferenciais de primeira ordem. A seção final, opcional, usa os modelos predador-presa para ilustrar os sistemas de equações diferenciais. As seções em áreas e tangentes para curvas paramétricas e comprimento de arco e área de superfície foram alinhados e combinados como Cálculo com curvas paramétricas. Projeto de laboratório; os dois projetos apresentados aqui envolvem famílias de curvas e as curvas de Bézier. Um breve tratamento de seções cônicas em coordenadas polares prepara o cami- nho para as Leis de Kepler do Capítulo 13. Agora os testes de convergência têm justificações intuitivas (veja a página 723), bem como provas formais. As estimativas numéricas das somas das séries estão baseadas no teste usado para provar a convergência. A ênfase está em séries de Taylor e polinomiais e sua aplicação à física. Estimativas de erro incluem aquelas para recursos gráficos. O material em geometria analítica em três dimensões e vetores foi dividido em dois capí- tulos. Este capítulo trata dos vetores, dos produtos escalar e vetorial, retas, planos, super- fícies e coordenadas cilíndricas e esféricas. Este capítulo cobre as funções a valores vetoriais, suas derivadas e integrais, o compri- mento e a curvatura de curvas espaciais e a velocidade e aceleração ao longo de curvas espaciais, culminando nas leis de Kepler. Funções de duas ou mais variáveis são estudadas dos pontos de vista verbal, numérico, visual e algébrico. Em particular, introduzi derivadas parciais observando uma coluna específica em uma tabela de valores do índice de calor (temperatura do ar sentida) como uma função da temperatura real e da umidade relativa. Derivadas direcionais são estimadas a partir de curvas de nível da temperatura, pressão e precipitação da neve. Curvas de nível e Regra do Ponto Médio são utilizadas para estimar a precipitação média de neve e a temperatura média em uma dada região. As integrais duplas e triplas são usadas para computar probabilidades, áreas de superfícies e (nos projetos) volumes de hiperes- feras, e ainda, o volume da interseção de três cilindros. São introduzidos os campos vetoriais através de gráficos de velocidade mostrando os padrões de ventos da Baia de San Francisco. As similaridades entre o Teorema Fundamental para os Integrais de Linhas, o Teorema de Green, o Teorema de Stokes e o Teorema da Divergência são enfatizadas. Como as equações diferenciais de primeira ordem são estudas no capítulo 9, este último capí- tulo trata das equações diferenciais lineares de segunda ordem, sua aplicação às cordas vibrantes e circuitos elétricos, e soluções em série. Capítulo 17 Equações Diferenciais de Segunda Ordem Capítulo 16 Cálculo Vetorial Capítulo 15 Integrais Múltiplas Capítulo 14 Derivadas Parciais Capítulo 13 Funções Vetoriais Capítulo 12 Vetores e a Geometria do Espaço Capítulo 11 Seqüências Infinitas e Séries Capítulo 10 Equações Paramétricas e Coordenadas Polares Capítulo 9 Equações Diferenciais 9 Equações Diferenciais 582 9.1 Modelagem com Equações Diferenciais 583 9.2 Campos de Direção e o Método de Euler 589 9.3 Equações Separáveis 597 Projeto Aplicado Quão Rápido um Tanque Esvazia? 605 Projeto Aplicado O Que É Mais Rápido: Subir ou Descer? 606 9.4 Crescimento e Decaimento Exponencial 607 Projeto Aplicado Cálculo e Beisebol 618 9.5 A Equação Logística 619 9.6 Equações Lineares 628 9.7 Sistemas Predador–Presa 634 Revisão 640 Problemas Quentes 644 10 Equações Paramétricas e Coordenadas Polares 646 10.1 Curvas Definidas por Equações Paramétricas 647 Projeto de Laboratório Rolando Círculos ao Redor de Círculos 655 10.2 Cálculo com Curvas Paramétricas 655 Projeto de Laboratório Curvas de Bézier 644 10.3 Coordenadas Polares 665 10.4 Áreas e Comprimentos em Coordenadas Polares 675 10.5 Seções Cônicas 680 10.6 Seções Cônicas em Coordenadas Polares 687 Revisão 692 Problemas Quentes 696 11 Seqüências Infinitas e Séries 698 11.1 Seqüências 699 Projeto de Laboratório Seqüências Logísticas 711 11.2 Séries 711 11.3 O Teste da Integral e Estimativas de Somas 721 11.4 Os Testes de Comparação 728 11.5 Séries Alternadas 733 11.6 Convergência Absoluta e os Testes da Razão e da Raiz 738 11.7 Estratégia para Testar as Séries 745 11.8 Séries de Potências 747 11.9 Representações de Funções como Séries de Potências 752 11.10 Séries de Taylor e de Maclaurin 758 Projeto de Laboratório Um Limite Elusivo 769 11.11 A Série Binomial 770 Projeto Escrito Como Newton Descobriu a Série Binomial 773� � � � � � � � 7 Sumário 7 8 �� CÁLCULO Editora Thomson 11.12 Aplicações de Polinômios de Taylor 774 Projeto Aplicado Radiação Proveniente das Estrelas 782 Revisão 783 Problemas Quentes 787 12 Vetores e a Geometria do Espaço 792 12.1 Sistemas de Coordenadas Tridimensionais 793 12.2 Vetores 798 12.3 O Produto Escalar 806 12.4 O Produto Vetorial 813 Projeto Descoberta A Geometria do Tetraedro 821 12.5 Equações de Retas e Planos 822 Projeto de Laboratório Pondo 3D em Perspectiva 831 12.6 Superfícies Cilíndricas e Quádricas 831 12.7 Coordenadas Cilíndricas e Esféricas 838 Projeto de Laboratório Famílias de Superfícies 843 Revisão 843 Problemas Quentes 846 13 Funções Vetoriais 847 13.1 Funções Vetoriais e Curvas Espaciais 848 13.2 Derivadas e Integrais de Funções Vetoriais 855 13.3 Comprimento de Arco e Curvatura 861 13.4 Movimento no Espaço: Velocidade e Aceleração 869 Projeto Aplicado Leis de Kepler 879 Revisão 880 Problemas Quentes 882 14 Derivadas Parciais 884 14.1 Funções de Várias Variáveis 885 14.2 Limites e Continuidade 898 14.3 Derivadas Parciais 907 14.4 Planos Tangentes e Aproximações Lineares 920 14.5 Regra da Cadeia 929 14.6 Derivadas Direcionais e o Vetor Gradiente 938 14.7 Valores Máximo e Mínimo 951 Projeto Aplicado Projeto de uma Caçamba 961 Projeto Descoberta Aproximação Quadrática e PontosCríticos 962 14.8 Multiplicadores de Lagrange 963 Projeto Aplicado Ciência dos Foguetes 970 Projeto Aplicado Otimização de uma Turbina Hidráulica 971 Revisão 972 Problemas Quentes 976 � � � � � � � � � James Stewart SUMÁRIO �� 9 15 Integrais Múltiplas 978 15.1 Integrais Duplas sobre Retângulos 979 15.2 Integrais Iteradas 988 15.3 Integrais Duplas sobre Regiões Genéricas 993 15.4 Integrais Duplas em Coordenadas Polares 1001 15.5 Aplicações das Integrais Duplas 1007 15.6 Área da Superfície 1017 15.7 Integrais Triplas 1020 Projeto Descoberta Volumes de Hiperesferas 1030 15.8 Integrais Triplas em Coordenadas Cilíndricas e Esféricas 1030 Projeto Aplicado Corrida na Rampa 1036 Projeto Descoberta A Interseção de Três Cilindros 1037 15.9 Mudança de Variáveis em Integrais Múltiplas 1038 Revisão 1046 Problemas Quentes 1050 16 Cálculo Vetorial 1052 16.1 Campos Vetoriais 1053 16.2 Integrais de Linha 1060 16.3 Teorema Fundamental para as Integrais de Linha 1072 16.4 Teorema de Green 1081 16.5 Rotacional e Divergência 1088 16.6 Superfícies Paramétricas e Suas Áreas 1096 16.7 Integrais de Superfície 1106 16.8 O Teorema de Stokes 1118 Projeto Escrito Três Homens e Dois Teoremas 1123 16.9 O Teorema da Divergência 1124 16.10 Resumo dos Teoremas 1131 Revisão 1132 Problemas Quentes 1135 17 Equações Diferenciais de Segunda Ordem 1137 17.1 Equações Lineares de Segunda Ordem 1138 17.2 Equações Lineares Não-Homogêneas 1144 17.3 Aplicações das Equações Diferenciais de Segunda Ordem 1151 17.4 Soluções em Série 1159 Revisão 1163 Apêndices F Provas de Teoremas A2 G Números Complexos A5 H Respostas dos Exercícios de Números Ímpares A13 Índice Analítico A45 � � � � 9 Pela análise de pares de equações diferenciais, podemos entender melhor os ciclos populacionais de predadores e presas, tais como o lince canadense e a lebre da neve. Equações Diferenciais Talvez a aplicação mais importante do cálculo sejam as equações diferenciais. Quando os físicos ou cientistas sociais usam o cálculo, em geral o fazem para analisar uma equação diferencial surgida no processo de modelagem de algum fenômeno que eles estão estudando. Embora seja freqüentemente impossível encontrar uma fórmula explícita para a solução de uma equação diferencial, veremos que as aproximações gráficas e numéricas fornecem a informação necessária. Na descrição do processo de modelagem na Seção 1.2 (Volume I) falamos a respeito da formulação de um modelo matemático de um problema real através de raciocínio intuitivo sobre o fenômeno ou por meio de uma lei física baseada em evidência experimental. O mo- delo matemático freqüentemente tem o formato de uma equação diferencial, isto é, uma equação que contém uma função desconhecida e algumas de suas derivadas. Isso não sur- preende, porque em um problema real normalmente notamos que as mudanças ocorrem e queremos predizer o comportamento futuro com base na maneira como os valores pre- sentes variam. Vamos começar examinando vários exemplos de como as equações dife- renciais aparecem quando modelamos um fenômeno físico. Modelos de Crescimento Populacional Um modelo para o crescimento de uma população baseia-se na premissa de que uma po- pulação cresce a uma taxa proporcional ao tamanho da população. É razoável presumir isso para uma população de bactérias ou animais em condições ideais (meio ambiente ilimitado, nutrição adequada, ausência de predadores, imunidade a doenças). Vamos identificar e denominar as variáveis nesse modelo: t � tempo (a variável independente) P � número de indivíduos da população (a variável dependente) A taxa de crescimento da população é a derivada . Assim, nossa premissa de que a taxa de crescimento da população é proporcional ao tamanho da população é escrita como a equação onde k é a constante de proporcionalidade. A Equação 1 é nosso primeiro modelo para o crescimento populacional; é uma equação diferencial porque contém uma função desco- nhecida P e sua derivada . Tendo formulado um modelo, vamos olhar para suas conseqüências. Se desconside- rarmos uma população nula, então para todo t. Dessa forma, se , então a Equação 1 mostra que para todo t. Isso significa que a população está sempre aumentando. De fato, quando aumenta, a Equação 1 mostra que torna-se maior. Em outras palavras, a taxa de crescimento aumenta quando a população cresce. dP�dtP�t� P��t� � 0 k � 0P�t� � 0 dP�dt dP dt � kP1 dP�dt 583583 �� Agora é uma boa hora para ler (ou reler) a discussão sobre o modelo matemático da página 25 do Volume I. Modelagem com Equações Diferenciais 9.1 Vamos tentar pensar em uma solução para a Equação 1. Essa equação nos pede para achar uma função cuja derivada é um múltiplo constante dela mesma. Sabemos que as funções exponenciais têm essa propriedade. De fato, se fizermos , então Portanto, qualquer função exponencial da forma é uma solução da Equação 1. Quando estudarmos essa equação em detalhes na Seção 9.4, veremos que não existe outra solução. Se fizermos C variar em todos os números reais, obtemos uma família de soluções cujos gráficos são mostrados na Figura 1. Mas as populações têm apenas va- lores positivos e assim estamos interessados somente nas soluções com . E estamos provavelmente preocupados com valores de t maiores que o tempo inicial t = 0. A Figura 2 mostra as soluções com significado físico. Fazendo , temos ; logo, a constante C torna-se a população inicial, . A Equação 1 é apropriada para a modelagem do crescimento populacional sob condições ideais, mas devemos reconhecer que um modelo mais realístico deve refletir o fato de que um dado ambiente tem recursos limitados. Muitas populações começam crescendo exponencialmente, porém o nível da população estabiliza quando ela se apro- xima sua capacidade de suporte K (ou diminui em direção a K se ela excede o valor de K). Para um modelo considerar ambos os casos, estabelecemos duas premissas: � se P for pequeno (inicialmente a taxa de crescimento é proporcional a P). � se (P diminui se excede K). Uma expressão simples que incorpora ambas as premissas é dada pela equação Note que, se P é pequeno quando comparado com K, então está próximo de 0 e, por- tanto, . Se , daí é negativo e assim . A Equação 2 é chamada equação diferencial logística e foi proposta pelo matemático e biólogo holandês Pierre-François Verhulst na década de 1840 como um modelo para o crescimento populacional mundial. Desenvolveremos técnicas que nos permitam encontrar soluções explícitas da equação logística na Seção 9.5, mas, enquanto isso, podemos deduzir as características qualitativas das soluções diretamente da Equação 2. Primeiro, observamos que as funções constantes e são soluções, porque, em qual- quer um dos casos, um dos fatores do lado direito da Equação 2 é zero. (Isso certamente tem sentido físico: se a população for 0 ou estiver na capacidade de suporte, permanecerá dessa maneira.) Essas duas soluções constantes são denominadas soluções de equilíbrio. Se a população inicial P(0) estiver entre 0 e K, então o lado direito da Equação 2 é po- sitivo; assim, e a população aumenta. Se a população ultrapassa a capacidade de suporte , então é negativo; assim e a população diminui. Note que, em qualquer um dos casos, se a população se aproxima da capacidade de suporte , então , o que significa que a população estabiliza. Dessa forma, esperamos que as soluções da equação diferencial logística tenham gráficos que se pareçam com aqueles da Figura 3. Observe que os gráficos se distanciam da solução de equilíbrio e se aproximam da solução de equilíbrio .P � KP � 0 dP�dt l 0�P l K � dP�dt � 01 � P�K�P � K � dP�dt � 0 P�t� � KP�t� � 0 dP�dt � 01 � P�KP � KdP�dt � kP P�K dPdt � kP�1 � PK�2 P � K dP dt � 0 dP dt � kP P�0� P�0� � Cek�0� � Ct � 0 C � 0 P�t� � Cekt P�t� � Cekt P��t� � C�kekt� � k�Cekt� � kP�t� P�t� � Cekt t P 0 P =K P =0 soluções de equilíbrio 0 t P t P 584 �� CÁLCULO Editora Thomson FIGURA 1 FIGURA 2 A família de soluções de dP/dt � kP A família de soluções de P(t) � Cekt com C � 0 e t � 0 FIGURA 3 Soluções da equação logística Um Modelo para o Movimento de uma Mola Vamos olhar agora para um modelo físico. Consideramos o movimento de um objeto com massa m na extremidade de uma mola vertical (como na Figura 4). Na Seção 6.4 do Volume I discutimos a Lei de Hooke, que diz que, se uma mola for esticada (ou comprimida) x unidades a partir de seu tamanho natural, então ela exerce uma força que é proporcional a x: força elástica � –kx onde k é uma constante positiva (chamada constante da mola). Se ignorarmos qualquer força externa de resistência (devido à resistência do ar ou ao atrito), então, pela segunda Lei de Newton (força é igual à massa vezes a aceleração), temos Esse é um exemplo do que chamamos equação diferencial de segunda ordem, porque envolve as derivadas segundas. Vamos ver o que podemos deduzir da solução diretamente da equação. Podemos reescrever a Equação 3 na forma que diz que a derivada segunda de x é proporcional a x, mas tem o sinal oposto. Conhecemos duas funções com essa propriedade, as funções seno e co-seno. De fato, todas as soluções da Equação 3 podem ser escritas como combinações de certas funções seno e co-seno (veja o Exercício 3). Isso não é surpreendente; esperamos que a mola oscile ao redor de sua posição de equilíbrio e, assim, é natural pensar que funções trigonométricas estejam envolvidas. Equações Diferenciais Gerais Em geral, uma equação diferencial é aquela que contém uma função desconhecida e uma ou mais de suas derivadas. A ordem de uma equação diferencial é a mesma da derivada mais alta que ocorre na equação. Dessa maneira, as Equações 1 e 2 são as de primeira ordem e a Equação 3 é uma de segunda ordem. Em todas as três equações, a variável independente é chamada t e representa o tempo, mas, em geral, a variável independente não precisa representar o tempo. Por exemplo, quando consideramos a equação diferencial entendemos que y seja a função desconhecida de x. Uma função f é denominada solução de uma equação diferencial se a equação é satis- feita quando e suas derivadas são substituídas na equação. Assim, f é uma solução da Equação 4 se para todos os valores de x em algum intervalo. f ��x� � xf �x� y � f �x� y� � xy4 d 2x dt 2 � � k m x m d 2x dt 2 � �kx3 FIGURA 4 m x 0 x m posição de equilíbrio James Stewart CAPÍTULO 9 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS �� 585 FIGURA 4 586 �� CÁLCULO Editora Thomson Quando nos pedem para resolver uma equação diferencial, espera-se que encontremos todas as soluções possíveis da equação. Já resolvemos algumas equações diferenciais par- ticularmente simples; a saber, aquelas da forma Por exemplo, sabemos que a solução geral da equação diferencial é dada por onde C é uma constante arbitrária. Mas, em geral, resolver uma equação diferencial não é uma tarefa fácil. Não existe uma técnica sistemática que nos permita resolver todas as equações diferencias. Na Seção 9.2, con- tudo, veremos como esboçar os gráficos das soluções mesmo quando não temos uma fórmula explícita. Também aprenderemos como achar as aproximações numéricas para as soluções. EXEMPLO 1 �� Mostre que todo membro da família de funções é uma solução da equação diferencial . SOLUÇÃO Usamos a Regra do Quociente para diferenciar a expressão em relação a y: O lado direito da equação diferencial torna-se Portanto, para todo valor de c, a função dada é uma solução da equação diferencial. � � 1 2 4ce t �1 � ce t�2 � 2ce t �1 � ce t�2 1 2 �y 2 � 1� � 1 2 ��1 � ce t1 � ce t�2 � 1 � 12 ��1 � ce t�2 � �1 � ce t�2�1 � ce t�2 � ce t � c 2e 2t � ce t � c 2e 2t �1 � ce t�2 � 2ce t �1 � ce t�2 y� � �1 � ce t ��ce t� � �1 � ce t���ce t� �1 � ce t�2 y� � 12 �y 2 � 1� y � 1 � ce t 1 � ce t y � x 4 4 � C y� � x 3 y� � f �x� Quando aplicamos as equações diferenciais, geralmente não estamos tão interessa- dos em encontrar uma família de soluções (a solução geral) quanto em encontrar uma solução que satisfaça algumas condições adicionais. Em muitos problemas físicos pre- cisamos encontrar uma solução particular que satisfaça uma condição do tipo . Esta é chamada condição inicial, e o problema de achar uma solução da equação diferencial que satisfaça a condição inicial é denominado problema de valor inicial. Geometricamente, quando impomos uma condição inicial, olhamos para uma família de curvas-solução e escolhemos uma que passe pelo ponto . Fisicamente, isso corresponde à medida do estado de um sistema a um tempo e ao uso da solução do problema de valor inicial para prever o comportamento futuro do sistema. EXEMPLO 2 �� Encontre uma solução da equação diferencial que satis- faça a condição inicial . SOLUÇÃO Substituindo os valores e na fórmula do Exemplo 1, obtemos Resolvendo essa equação para c, temos , o que fornece . Assim, a solução do problema de valor inicial é � y � 1 � 13 e t 1 � 13 e t � 3 � e t 3 � e t c � 132 � 2c � 1 � c 2 � 1 � ce 0 1 � ce 0 � 1 � c 1 � c y � 1 � ce t 1 � ce t y � 2t � 0 y�0� � 2 y� � 12 �y 2 � 1� t0 �t0, y0 � y�t0 � � y0 1. Mostre que é uma solução da equação diferencial . 2. Verifique que y � sen x cos x � cos x é uma solução para o problema de valor inicial y� � (tg x) y � cos2 x no intervalo � /2 � x � /2. 3. (a) Para quais valores não-nulos de k a função y � sen kt satisfaz a equação diferencial ?y � 9y � 0 y �0� � �1 xy� � y � 2x y � x � x�1 (b) Para aqueles valores de k, verifique que todo membro da família de funções y � A sen kt + B cos kt é também uma solução. 4. Para quais valores de r a função satisfaz a equação diferencial ?y � y� � 6y � 0 y � e rt �� A Figura 5 ilustra os gráficos de sete membros da família do Exemplo 1. A equação diferencial mostra que se , então . Isso é apresentado visivelmente pelo achatamento dos gráficos próximo de e .y � �1y � 1 y� � 0y � �1 5 5 5 5_ _ James Stewart CAPÍTULO 9 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS �� 587 FIGURA 5 Exercícios9.1 588 �� CÁLCULO Editora Thomson 5. Quais das seguintes funções são soluções da equação diferencial ? (a) (b) (c) (d) 6. (a) Mostre que cada membro da família de funções é uma solução para a equação diferencial . { (b) Ilustre a parte (a) plotando vários membros da família de soluções na mesma tela. (c) Encontre a solução da equação diferencial que satisfaça a condição inicial . (d) Encontre a solução da equação diferencial que satisfaça a condição inicial . 7. (a) O que você pode dizer da solução da equação apenas olhando a equação diferencial? (b) Verifique que todos os membros da família são soluções da equação na parte (a). (c) Você pode pensar em uma solução da equação diferencial que não seja membro da família na parte (b)? (d) Encontre uma solução para o problema de valor inicial y (0) � 0,5 8. (a) O que você pode dizer sobre o gráfico de uma solução da equação quando x está próximo de 0? E se x for grande? (b) Verifique que todos os membros da família são soluções da equação diferencial . { (c) Plote vários membros da família de soluções na mesma tela. Os gráficos confirmam o que você predisse na parte (a)? (d) Encontre uma solução para o problema de valor inicial 9. Uma população é modelada pela equação diferencial (a) Para quais valores de P a população está aumentando?(b) Para quais valores de P a população está diminuindo? (c) Quais são as soluções de equilíbrio? 10. A função satisfaz a equação diferencial (a) Quais são as soluções constantes da equação? (b) Para quais valores de y a função está aumentando? (c) Para quais valores de y a função está diminuindo? 11. Explique por que as funções cujos gráficos são dados a seguir não podem ser soluções da equação diferencial dy dt � et(y � 1)2 dy dt � y 4 � 6y 3 � 5y 2 y�t� dP dt � 1,2P�1 � P4.200� y�0� � 2y� � xy 3 y� � xy 3 y � �c � x 2 ��1�2 y� � xy 3 y� � �y 2 y� � �y 2 y � 1��x � C � y� � �y 2 y�1� � 2 y� � xy y�0� � 5 y� � xy y� � xy y � Ce x2�2 y � t 2e �ty � te �t y � e �ty � e t y � 2y� � y � 0 12. A função, cujo gráfico é dado a seguir, é uma solução de uma das seguintes equações diferenciais. Decida qual é a equação correta e justifique sua resposta. (a) y� � 1 � xy (b) y� � �2 xy (c) y� � 1 � 2 xy 13. Os psicólogos interessados em teoria do aprendizado estudam as curvas de aprendizado. Uma curva de aprendizado é o gráfico de uma função , o desempenho de alguém aprendendo uma habilidade como uma função do tempo de treinamento t. A derivada representa a taxa na qual o desempenho melhora. (a) Quando você acha que P aumenta mais rapidamente? O que acontece a quando t aumenta? Explique. (b) Se M é o nível máximo de desempenho do qual o aprendiz é capaz, explique a razão pela qual a equação diferencial k uma constante positiva é um modelo razoável para o aprendizado. (c) Faça um esboço de uma possível solução para a equação diferencial. 14. Suponha que você tenha acabado de servir uma xícara de café recém-coado com uma temperatura de em uma sala onde a temperatura é de . (a) Quando você acha que o café esfria mais rapidamente? O que acontece com a taxa de resfriamento com o passar do tempo? Explique. (b) A Lei de Newton do Resfriamento estabelece que a taxa de resfriamento de um objeto é proporcional à diferença de temperatura entre o objeto e sua vizinhança, desde que essa diferença não seja muito grande. Escreva uma equação diferencial para expressar a Lei de Newton do Resfriamento nessa situação particular. Qual a condição inicial? Tendo em vista sua resposta na parte (a), você acha que essa equação diferencial é um modelo apropriado para o resfriamento? (c) Faça um esboço para o gráfico da solução do problema de valor inicial na parte (b). 20 �C 95 �C dP dt � k�M � P� dP�dt dP�dt P�t� 0 x y y t1 1 y t1 1 (a) (b) Infelizmente é impossível resolver a maioria das equações diferenciais no sentido de obter uma fórmula explícita para a solução. Nesta seção, mostraremos que, mesmo sem uma solução explícita, podemos ainda aprender muito sobre uma solução através de uma abor- dagem gráfica (campos de direção) ou de uma abordagem numérica (método de Euler). Campos de Direção Suponha que nos peçam para esboçarmos o gráfico da solução do problema de valor inicial Não conhecemos uma fórmula para a solução, então como é possível que esbocemos seus gráficos? Vamos pensar sobre o que uma equação diferencial significa. A equação nos diz que a inclinação em qualquer ponto no gráfico (chamado curva- solução) é igual à soma das coordenadas x e y no ponto (veja a Figura 1). Em particular, como a curva passa pelo ponto (0, 1), sua inclinação ali deve ser . Assim, uma pequena porção da curva de solução próximo ao ponto (0, 1) parece um segmento de reta curto através de (0, 1) com inclinação 1 (veja a Figura 2). Como um guia para esboçar o restante da curva, vamos desenhar pequenos segmentos de reta em um número de pontos (x, y) com inclinação . O resultado, denominado campo de direções, é mostrado na Figura 3. Por exemplo, o segmento de reta no ponto (1, 2) tem inclinação 1 + 2 = 3. O campo de direções nos permite visualizar o formato geral das curvas de solução pela indicação da direção na qual as curvas prosseguem em cada ponto. 0 x21 y 0 x21 y (0,1) x � y 0 x y Uma solução de yª=x+y 0 x y (0, 1) (0, 1) é 0+1=1. Início da curva solução através de (0, 1) (¤, fi) é ¤+fi. Inclinação em (⁄, ›) é ⁄+›. Inclinação em Inclinação em 0 � 1 � 1 �x, y�y� � x � y y�0� � 1y� � x � y James Stewart CAPÍTULO 9 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS �� 589 Campos de Direção e o Método de Euler 9.2 FIGURA 3 FIGURA 4 Campo de direções para y�� x + y A curva de solução através de (0, 1) FIGURA 1 FIGURA 2 590 �� CÁLCULO Editora Thomson Agora podemos esboçar a curva de solução pelo ponto (0, 1) seguindo o campo de direções como na Figura 4. Note que desenhamos a curva de modo a torná-la paralela aos segmentos de reta vizinhos. Em geral, suponha uma equação diferencial de primeira ordem do tipo onde F(x, y) é alguma expressão em x e y. A equação diferencial diz que a inclinação da curva-solução no ponto (x, y) na curva é F(x, y). Se desenharmos pequenos segmentos de reta com inclinação F(x, y) em vários pontos (x, y), o resultado será chamado campo de direções (ou campo de inclinações). Esses segmentos de reta indicam a direção na qual uma curva-solução está seguindo, assim o campo de direções nos ajuda a visualizar o for- mato geral dessas curvas. EXEMPLO 1 �� (a) Esboce o campo de direções para a equação diferencial . (b) Use a parte (a) para esboçar a curva-solução que passa pela origem. SOLUÇÃO (a) Podemos começar calculando a inclinação em vários pontos na seguinte tabela: Agora podemos desenhar pequenos segmentos de reta com essas inclinações nesses pontos. O resultado é o campo de direções mostrado na Figura 5. (b) Podemos começar na origem e mover para a direita na direção do segmento de reta (que tem inclinação –1). Continuamos a desenhar a curva-solução de maneira que ela se mova paralela aos segmentos de reta próximos. A curva-solução resultante é exposta na Figura 6. Voltando para a origem, desenhamos a curva-solução para a esquerda da mesma maneira. Quanto mais segmentos desenharmos no campo de direções, mais clara se tornará a figura. É claro que é tedioso calcular as inclinações e desenhar segmentos de reta para um número muito grande de pontos manualmente, mas os computadores são muito bons para essa tarefa. A Figura 7 apresenta um campo de direções mais detalhado, desenhado por um computador, para a equação diferencial no Exemplo 1. Isso nos permite desenhar, com uma precisão razoável, as curvas-solução exibidas na Figura 8 com interceptos y iguais a –2, –1, 0, 1 e 2. 3 _3 _3 3 FIGURA 7 3 _3 _3 3 FIGURA 8 � y� � x 2 � y 2 � 1 y� � F�x, y� x �2 �1 0 1 2 �2 �1 0 1 2 . . . y 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 . . . 3 0 �1 0 3 4 1 0 1 4 . . .y� � x 2 � y 2 � 1 0 x y 1 2_1 2 1 2 1 2 0 x y 1 2_1 2 1 2 1 2 _ _ _ _ _ _ FIGURA 6 FIGURA 5 FIGURA 7 FIGURA 8
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