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Introdução à Farmacologia

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3º Período, Medicina Cesmac
anabeatrizcantarelli@outlook.com
Introdução à Farmacologia
A farmacologia antiga resumia-se ao conhecimento empírico dos povos de outras épocas e que eram repassados ao longo da história. Era através de plantas em sua grande maioria e de algumas poucas substâncias químicas conhecidas na época. Dessa forma, sabe-se que embora não houvesse noção dos malefícios e benefícios causados por estes “guentos” como eram chamadas essas substancias/misturas produzidas, ao longo do tempo, foram se aperfeiçoando e por muitos anos foram a única opção que a população tinha a disposição. Portanto, não eram considerados ciência, e sim um tipo alternativo de cura, mas que não chegou a ser o primórdio da farmacologia, pois, a farmacologia só passou a se desenvolver com o conhecimento do funcionamento dos sistemas, ou seja, fisiologia.
Assim, a farmacologia é uma ciência que estuda a interação dos compostos químicos com os organismos vivos. Esses compostos podem ser:
Natural (Produto retirado da natureza e utilizado em seu estado conservado)
Semissintético (Produto retirado da natureza, mas, modificado em laboratório)
Sintético (Produto produzido 100% em Laboratório)
DEFININDO CONCEITOS
E as drogas? As drogas são substancias químicas de estrutura conhecida que podem trazer benefícios ou malefícios ao funcionamento dos organismos vivos. Caso o efeito seja benéfico ela é considerada um fármaco (mesmo podendo ter efeito adverso/colateral em diferentes níveis: leve, moderado, grave) sendo objeto de estudo da farmacologia, enquanto que, caso possua efeito maléfico é considerada tóxica e, portanto, objeto de estudo da toxicologia. 
OBS.: Quando trata-se de efeito benéfico leva-se em consideração que este efeito é essencialmente maior que o maléfico, que seria o efeito adverso. Importante lembrar que o tempo de uso e a concentração podem induzir a alteração do efeito. Outra coisa importante de ser ressaltada é a alergia, que pode ser considerada também como um efeito adverso importante de ser estudado.
O que seria um fármaco? Substância química previamente conhecida que interage com o organismo e possui efeito benéfico. Logo, seria uma droga cujo efeito é comprovadamente benéfico.
Medicamento é a manipulação de um ou mais fármacos (princípio ativo pré-definido), enquanto que Remédio seria um nome popular para tudo que tenha ação benéfica, até mesmo um chá pode ser considerado remédio, pois, é tudo que possa trazer uma cura ou vantagem. Placebo é outro termo muito utilizado, e nada mais é que uma substância química inativa cuja principal função é satisfazer, psicologicamente os pacientes viciados em medicação (hipocondríacos). Já o Nocebo é o contrário, é quando o paciente acha que o medicamento que ele está tomando está fazendo mal pra ele, acontece principalmente com alguns idosos. Além disso, com o tempo de uso de um medicamento existe outra possibilidade que é a de se tornar resistente, ou seja, reduz a sensibilidade. As alternativas mais viáveis são: aumentar a dosagem ou trocar a medicação. 
Existe um termo também bastante usado em farmacologia que é a resistência cruzada que por sua vez acontece pelo uso indevido de dois ou mais medicamentos e para tal é importante classificarmos ou agrupá-los. Outro tipo de resistência é a inata é uma questão genética do microorganismo, pois, desde a primeira vez que a pessoa toma a medicação não surte efeito, portanto seria uma resistência permanente, e, no caso de alguns microrganismos, importante lembrar que também desenvolvem resistência à medicação através de mutação ou transdução fágica. Já a resistência adquirida é quando o seu organismo vai desenvolvendo mecanismos para se tornar menos sensível a ação daquela substância, pode ou não ser do tipo passageiro. E a Idiossincrasia? Nada mais é que uma resposta diferente daquela esperada, como por exemplo, uma alergia a algum medicamento, ou seja, efeito adverso.
Quanto à nomenclatura dos fármacos, existem três tipos: Uma é o nome químico, que é importante para a indústria farmacêutica e sua produção, o outro é o nome genérico ou comum de grande importância para os médicos, pois, pode independente do nome comercial, o que vai importar é o nome genérico para saber de que se trata o medicamento. 
Os medicamentos podem ser de 3 tipos: 
Referência
Genérico
Similar
O de referência é aquele pioneiro, o que foi descoberto primeiro, geralmente quando se descobre o individuo ganha uma patente de dez anos para produzi-lo com exclusividade, ou, caso queira, pode abrir mão da mesma, o que geralmente não acontece, além de que, esse pode criar um nome fantasia ou nome comercial. Acabado esse período de patente outros laboratórios podem fabricá-lo e agora podendo ser genérico ou similar. O genérico, primeiramente, não pode conter nome comercial ou fantasia, só pode ser usado o nome do princípio ativo ou fármaco principal e deve passar por testes de bioequivalência e de equivalência farmacêutica, que testam o tempo de absorção, velocidade, e se o efeito terapêutico é o mesmo. 
Em 2003 foi criada uma lei que regulamenta esses testes, tanto para similares como genéricos, mas, sabemos que atualmente não ocorre da maneira que deveria, é por isso que devemos confiar nos laboratórios mais conceituados quando se trata de genéricos, pois dependendo do laboratório, mesmo sendo genérico o tempo de absorção pode variar o que comprometeria o tratamento e a principal diferença é que o medicamento de referência ele passa por numerosas etapas até chegar ao mercado, enquanto o genérico só por alguns testes e pode estar aí a principal diferença de preço. Já o similar, de acordo com a definição legal, é aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, adicionais como solvente e aromas, e este deve sempre ser identificado por nome comercial ou marca. 
Então, o que pode acontecer é que a qualidade do produto similar ou genérico pode não ser boa como o de referência, pois, mesmo tendo a mesma composição os produtos usados podem ser de má qualidade a exemplo do amido que se usa nos comprimidos para solubilidade. Portanto, o mais importante é ficar de olho nos laboratórios renomados para confiar neles. 
Outro importante termo na introdução à farmacologia é o RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais). Os medicamentos essenciais são aqueles capazes de solucionar a maioria dos problemas de saúde da população com uma terapia eficaz, segura e de menor custo. É o RENAME que cria a lista de medicamentos do SUS, para de certa forma haja uma homogeneidade no tratamento e uso de medicamentos pelo Brasil, importante lembrar que cada região tem uma lista especifica a depender de suas necessidades.
HOMEOPATIA X ALOPATIA 
A homeopatia é um método científico utilizado para tratar e prevenir doenças agudas e crônicas, através de medicamentos não agressivos e que estimulam o organismo a reagir com suas defesas naturais, seria o que se conhece como medicina alternativa. Já a alopatia seria um método terapêutico que trata as doenças através de medicamentos com ação especifica nos sintomas, seria o que se conhece pela medicina tradicional.
FARMACOLOGIA APLICADA
A Farmacologia Geral estuda os efeitos farmacocinéticos e farmacodinâmicos, e estes são complementares, sendo os farmacocinéticos o movimento ou trânsito do fármaco, que por sua vez passa por etapas importantes. São elas:
Absorção
Distribuição
Metabolização/ Biotransformação
Eliminação/ Excreção
OBS: Nem todas as etapas farmacocinéticas acima são obrigatórias, pois, nem toda droga obrigatoriamente vai seguir essa regra.
A farmacodinâmica, por sua vez, estuda a ação do fármaco no organismo, ou seja, a forma como ela vai agiratravés do um mecanismo de ação. Ex.: Analgésico, o uso do mesmo desencadeará mecanismos de ação para que passe uma dor de cabeça. Outro exemplo: Antibiótico (Penicilina) que desenvolve mecanismos de ação que matam as bactérias e não a morte em si, MAS SIM O MECANISMO DE COMO ISSO OCORRE! 
RECAPITULANDO: Importante lembrar, que, embora muitas pessoas confundam, não é interesse de estudo da farmacocinética a ação do fármaco no organismo. Este mecanismo é estudado somente pela farmacodinâmica, a farmacocinética estuda o movimento ou trânsito do fármaco pelo organismo com todas as etapas citadas anteriormente.
A Farmacologia Especial é um ramo da farmacologia que estuda os fármacos agrupados de acordo com sua ação, ou seja, foram organizados de acordo com a utilidade. Exemplos: Antiinflamatórios, antipsicóticos, antidepressivos e etc.
A Farmacoepidemiologia é basicamente o estudo da ação de um determinado fármaco em uma população. Analisa os riscos e os benefícios do mesmo, e até mesmo o custo.
A Farmacogenômica estuda os efeitos de um determinado fármaco sobre uma população de genoma parecido, exemplo: população americana é regida pela FDA, e um medicamento que dá certo para a população de lá, nem sempre é aprovado pelo órgão que rege nosso país, no caso a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pois, nosso genoma, é mais diversificado já que somos uma mistura de raças e etnias.
A Farmacogenética estuda os efeitos de um determinado fármaco a nível genético de cada individuo, logo, seria algo mais específico, e até mesmo uma tendência em um futuro muito breve, uma vez que, a pessoa tem suas particularidades, e o medicamento seria indicado e produzido baseado num estudo genético do paciente.

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