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Como Estudar Eficientemente traz regras claras e objetivas destinadas a todos aqueles que desejam tornar seu estudo eficaz, formar hábitos de trabalho mental corretos e desenvolver um método ou plano adequado de estudo que realmente os ajudem a assimilar os conteúdos e maximizar seu aprendizado. A obra do Professor Guy M. Whipple não é um livro direcionado apenas a estudantes, é também orientado para professores que desejam desenvolver, o mais cedo possível, bons hábitos de estudo em seus alunos. INTRODUÇÃO Há não muito tempo fui convidado por um grupo de estudantes do Ensino Médio para apresentar-lhes algumas sugestões sobre técnicas de estudo, com a ideia de que um melhor conhecimento dos métodos pelos quais o trabalho escolar poderia ser preparado pudesse aumentar a sua eficiência como estudantes. Uma pesquisa da literatura disponível parece justificar a conclusão de que, apesar da existência de uma série de livros sobre a arte do estudo, ainda havia espaço para outro tipo de tratamento que deveria ser limitado ao estabelecimento direto de uma série de regras ou máximas, com comentários explicativos apenas o suficiente para torná- los inteligíveis e úteis para as necessidades dos alunos do Ensino Médio ou Superior. Julgo que muitos alunos de nossas escolas e faculdades não estão trabalhando nas melhores condições possíveis, e ficariam felizes em aumentar a sua eficiência, se soubessem como fazê-lo. As regras que se seguem destinam-se a ajudar esses alunos. A maioria das sugestões também podem ser proveitosamente tidas em mente pelos professores do Ensino Fundamental, cuja atividade deve ser de, o mais cedo possível, desenvolver bons hábitos de estudo nos seus alunos. Embora seja verdade que muito do que é ensinado na escola seja calculado para apelar diretamente aos interesses inerentes dos estudantes, provocar a sua curiosidade, e desafiar a sua atenção, é igualmente verdade que a maioria dos estudos é um trabalho real, e que a maioria dos meninos e meninas têm que adquirir a arte de estudar, do mesmo modo que têm de adquirir muitos outros hábitos e habilidades necessárias para o sucesso na vida. Além disso, as condições que existem em muitas escolas de Ensino Fundamental são, infelizmente, como que para promover apenas o tipo mais superficial de estudo, dar um prêmio sobre o mero memorizar de palavras, tolerar uma atenção inconstante e mal sustentada e evitar o duro trabalho intelectual. Os alunos, tanto do Ensino Médio quanto universitário, têm estudado, é verdade, há anos, mas muitas vezes não chegam a estudar de forma eficiente, pois não formaram hábitos corretos de trabalho mental e, na verdade, nem sabem sobre como desenvolver um método ou plano adequado para esse trabalho. Eles são muitas vezes incapazes de reconhecer como tal, os problemas colocados diante deles, e não têm ideias claras quanto aos métodos pelos quais os problemas devem ser resolvidos. Nem sabem perfeitamente como lidar com essas “lições” que devem ser “aprendidas” mais ou menos literalmente. Por “estudar”, refiro-me à “assimilação das aulas”, assim como aprender uma lista de palavras, sua ortografia, bem como estudar no sentido de resolver os problemas e fazer um exame investigativo e uma pesquisa crítica de um tema. No que se segue, não proponho nenhum remédio universal para esses males. As diferenças fundamentais entre crianças obtusas e crianças brilhantes continuarão se elas forem ensinadas a estudar ou não. Nenhum esquema de instrução irá levar todos os alunos ao mesmo nível de proficiência. Mas a proficiência de cada aluno pode ser aumentada ensinando-os a usar mais habilmente o cérebro que tem. Assim, Breslich[1] por exemplo, mostra que só estudar na escola é um ponto fraco, mas que sob cuidadosa supervisão, esses alunos podem ser levados a conseguir um desempenho maior se autorizados a estudar na escola sem supervisão, além de uma hora diária em suas casas. Admitindo que esses resultados sejam típicos, quanto tempo de estudo bons alunos devem ter desperdiçado? Eficiência é a palavra de ordem da vida industrial moderna. E em última instância, a escola é uma espécie de fábrica cerebral. O material é encontrado no objeto de vários estudos e nas operações mentais dos seus alunos. Estudar é o método pelo qual o objeto é convertido em ideias que devem ser eficazes na vida posterior dos alunos e pelo qual, ao mesmo tempo, as capacidades mentais dos estudantes são exercitadas e treinadas. É seguro dizer que a falta de orientação e estudo direto é o ponto fraco em toda a máquina educativa. Há mais do que uma analogia fantasiosa no paralelo entre a gestão científica na indústria moderna e o controle da técnica de estudo na escola moderna. A eliminação de “resíduos inúteis” na fábrica deve ser acompanhada pela eliminação de “resíduos inúteis” na escola. A principal fonte destes resíduos encontra-se no processo de estudo. REGRAS 1. Mantenha-se em boa condição física. Sua eficiência mental depende da eficiência do seu sistema nervoso central. Ele, como qualquer outra parte do seu corpo, sofre com exercícios inadequados, sono insuficiente, alimentos mal digeridos ou se você ficar em ambientes mal ventilados. Sono: A maioria dos alunos dorme menos do que deveria. A partir das médias das seis melhores autoridades no assunto, podemos recomendar o seguinte tempo de sono: IDADE HORAS 6 12,3 7 11,5 8 11,2 9 11 10 10,5 11 10,2 12 9,8 13 9,6 14 9,25 15 9 16 8,75 17 8,5 Exercícios: Lembre-se que os exercícios e jogos, particularmente na forma de recreação ao ar livre, são importantes não apenas para garantir força e habilidade, mas também para estimular os sistemas digestivo, circulatório e excretor e para tornar mais ativo o fornecimento de nutrientes e a remoção de resíduos inúteis. Além disso, o exercício realizado sob circunstâncias agradáveis oferece um antídoto útil para o cansaço mental e para a monotonia. 2. Remova ou trate as debilidades físicas que, muitas vezes, dificultam a atividade mental, tais como: problemas de visão, audição, problemas nos dentes, adenoides e respiração nasal obstruída. Visão: Aproximadamente 15% das crianças do Ensino Fundamental têm problemas de visão. No Ensino Médio e Superior o percentual é ainda maior. Consulte um oftalmologista, se você tiver dificuldade em enxergar claramente os objetos a certa distância (como as palavras na lousa), ou se tiver dor ocular, espasmos ou inflamação nas pálpebras, dor de cabeça, irritabilidade, dispepsia nervosa e sintomas semelhantes após ler algo muito de perto, mesmo que você enxergue a página impressa com bastante clareza. Dentes: Os problemas nos dentes afetam seriamente o trabalho dos alunos, uma vez que: (A) A mastigação é inadequada; (B) As cavidades negligenciadas criam um terreno fértil para dezenas de bactérias (incluindo os germes de doenças infecciosas graves, como a difteria e a tuberculose); (C) O pus que se desenvolve, com frequência, encontra caminho para dentro do canal arterial e digestivo e, assim, derrama no corpo milhões de germes nocivos que produzem outras doenças, como catarro intestinal, anemia, diminuição da vitalidade e outros distúrbios gerais que não parecem estar de forma alguma relacionados com os problemas nos dentes; (D) A dor de dente age diretamente tirando a atenção e indiretamente induzindo a várias irritações nervosas reflexas.Quando consideramos que 90% das crianças em idade escolar têm um ou mais dentes com problemas, a total perda da eficiência no trabalho escolar atribuível a essa única causa é verdadeiramente alarmante. Adenoides: As adenoides são aumentos do tecido esponjoso na parte superior da garganta, onde esta se encontra com as passagens nasais. Elas são diagnosticadas em cerca de 10% das crianças em idade escolar, especialmente dos 3 aos 16 anos de idade. As adenoides interferem na respiração, entopem a tuba auditiva e, assim, induzem à dificuldade de audição, respiração bucal, ronco, projeção dos dentes, crescimento corporal prejudicado e o desenvolvimento imperfeito dos ossos do nariz e da mandíbula. Em algumas pessoas pode causar uma espécie peculiar de lentidão mental, ou intelectual, com incapacidade de controlar e dirigir a atenção por muito tempo a uma tarefa mental difícil. Elas podem ser removidas por uma operação relativamente simples e com resultados maravilhosamente benéficos para o corpo e para a mente. 3. Examine se as condições externas de trabalho – luz, temperatura, umidade, roupas, cadeira, mesa, etc. – são favoráveis ao estudo. Um lugar tranquilo, que seja razoavelmente livre de interrupções e de conversas que distraiam é muito importante. Muitos alunos fazem seu trabalho de casa em condições que estão longe das ideais. O estudo, pelo menos quando se está começando, exige atenção ativa. Com o intuito de captar a atenção sobre o trabalho, ela deve ser retirada de outros assuntos. Cada acontecimento no lugar em que você está estudando quer a sua atenção. Uma parte da energia que você exerce no atendimento ao seu trabalho tem de ser gasta para deixar essas distrações de lado. Obviamente, se puder trabalhar em uma sala onde esses ruídos sejam reduzidos, você irá ganhar mais energia para se dedicar às suas tarefas. Conforme você amadurece, sua capacidade para dirigir todas as suas energias sobre o seu trabalho mental, e até mesmo contra as distrações, deve aumentar. Um profundo filósofo no meio de suas meditações nunca iria notar os pequenos barulhos e movimentos que, imediatamente, distraem a atenção da criança do jardim de infância. A diferença entre a criança e o filósofo é, em grande parte, uma questão de grau – de quanta pólvora, como alguém expressou, teria que ser explodida sob sua cadeira para destruir a sua linha de raciocínio. Acostumar-se com as distrações é uma coisa boa de se adquirir, e naturalmente já existe um grande número delas, de modo que você não necessita, deliberadamente, se colocar em condições que aumentem esse número. A luz nunca deve ser projetada diretamente em seus olhos. Não fique em frente a uma janela ou parede muito iluminada. Não deixe uma luz artificial suspensa na altura de seus olhos, a menos que eles estejam protegidos por uma viseira ou que haja um anteparo adequado na lâmpada. A iluminação também não deve estar orientada de maneira a ser refletida diretamente do papel ou dos livros para os seus olhos. A direção deve ser predominantemente de cima para baixo, sobre a escrivaninha, a partir de um ponto à frente e à esquerda de seu corpo, a fim de que as sombras não sejam projetadas sobre o seu trabalho, por sua cabeça ou por sua mão (em pessoas destras). Para a leitura, quando estiver com o livro em suas mãos, a luz pode ser colocada acima e um pouco atrás, se à direita ou à esquerda é indiferente. Uma iluminação ideal para uma escrivaninha à noite pode ser conseguida por uma única pequena lâmpada sob um refletor opaco, posicionado de forma que cubra a mesa com a luz, mas seja invisível aos olhos. Apagar as luzes do restante da sala é relaxante e ajuda a concentrar a atenção sobre o trabalho, ao diminuir as distrações. Uma temperatura entre 18° e 20° C é tida como a mais favorável para a maioria das pessoas. Acima de 21° C, particularmente sob aquecimento artificial, a ruborização da face, dores de cabeça e outros sinais de desconforto tendem a aparecer. Esse desconforto geralmente é mais uma consequência da baixa umidade do que da alta temperatura. Por isso, no inverno, qualquer tipo de dispositivo que adicione umidade ao ar (evaporação da água em panelas levadas ao fogo, vaporizadores elétricos, etc.) diminuirá a falta de umidade, muitas vezes superior ao do Deserto do Saara, e dará conforto à pele e às membranas mucosas do corpo. Estudos experimentais recentes também mostram que manter o ar em movimento usando ventiladores irá remover o desconforto sentido em salas mal ventiladas. Roupas justas, particularmente apertadas na região do pescoço, interferem diretamente no trabalho mental pelo seu desconforto e, indiretamente, ao impedir a respiração e a circulação. Um colarinho apertado impede o fluxo de sangue venoso a partir da cabeça e tende a ruborizar o rosto, aumentando a pressão sanguínea nos olhos e no cérebro. A mesa e a cadeira de estudo devem ter uma altura que atenda às suas necessidades. Uma mesa muito baixa estimula o encurvar dos ombros para frente, um peito contraído e uma cabeça congestionada. Uma mesa muito alta é desconfortável para os braços e também aproxima muito o trabalho de seus olhos. Fazer testes, especialmente com a altura da cadeira em relação à mesa de trabalho, fará uma diferença maravilhosa no conforto com que o estudo pode prosseguir. O modelo de sua mesa deve ser tal que disponha as várias “ferramentas” de estudo convenientemente diante de você. Mantenha essas “ferramentas” de estudo (lápis, borracha, régua, canetas, livros, dicionários, estojos, cadernos, blocos de papel e afins) em bom estado e facilmente ao alcance quando você as quiser, mas fora do caminho, quando não mais precisar. Os estudantes do Ensino Médio e universitário, que puderem, devem comprar um computador, com uma mesa simples, e usá-lo o máximo possível em seus trabalhos. Um suporte para manter livros pesados (como dicionários), em um ângulo de leitura de 45°, é outro dispositivo útil para a mesa. 4. Crie o hábito de estudar em um lugar determinado. Reserve um lugar especial para estudar, uma escrivaninha particular, uma cadeira determinada. Estude sempre lá, a menos que condições especiais garantam que você possa fazer isso em outro lugar. Não se permita fazer qualquer outra coisa neste lugar em particular. Nunca descanse ou leia romances ou jornais na cadeira dedicada ao estudo. Esse conselho, embora possa parecer, não é de maneira nenhuma algo forçado. Uma vez que se tenha este lugar de estudo estabelecido, você só precisará ir até ele para começar a estudar. 5. Crie um tempo regular de estudo. Quando o estudo segue uma programação regular, pode-se descobrir um cronograma natural para o mesmo. Para a maioria das pessoas há uma vantagem real em fazer o trabalho mental com a ajuda de um cronograma, reservando determinados períodos de tempo e seguindo-os com afinco. Em primeiro lugar, isso fará com que você não fique atrasado no seu trabalho. E em segundo, uma nova tendência será formada em sua mente, a de fazer com que o trabalho mental seja transformado em hábito. Se esse hábito de tempo de estudo deve ser bem específico, ou seja, se um determinado assunto deve ser sempre estudado em um determinado dia e hora (geometria, diariamente às 11 h; português, segunda, quarta e sexta-feira às 20 h) é uma questão em aberto. Eu não creio que o cérebro possa ser treinado a hábitos de trabalho com assuntos específicos em determinadas horas. No entanto, muitosalunos estão convencidos de que tal plano é importante por causa das vantagens de prosseguir diariamente com um trabalho metódico, de traçar um programa e segui-lo. Se, de fato, as pessoas são diferentes, pela sua própria natureza farão, de modo geral, o trabalho mental melhor em diferentes partes do dia, de modo que A é um “trabalhador matutino”, B “um trabalhador vespertino” e C “um trabalhador noturno”. No entanto, o hábito parece desempenhar um papel importante nesse ponto. Penso que a maioria dos trabalhadores noturnos podem se tornar diurnos se tiverem o que fazer. Vários dos meus amigos pensam que fazem um trabalho criativo e construtivo melhor tarde da noite e o “lapidam” melhor durante o dia. Por preferência, escreveriam uma redação durante a noite e a revisariam pela manhã. 6. Quando possível, prepare tarefas avançadas em um determinado assunto logo após o mesmo ter sido apresentado a você. Esta regra é um caso especial dentro da Regra 5. As razões para isso são as seguintes: (A) A mente está “ajustada” ou “afinada” para o assunto em particular; há uma aptidão especial para o trabalho em fisiologia ou história ou qualquer outro assunto e esse “ritmo” deve ser utilizado[2]. (B) A tarefa para o trabalho a seguir está fresca na mente. (C) O estudo de um determinado tópico é separado da sua respectiva aula por um intervalo – provavelmente 23 horas ou mais. Como é explicado mais tarde (Regra 25), duas impressões de um dado material são mais eficazes para a memória de longo prazo quando separadas por um intervalo. Resulta que a ordem transposta – estudar X, ao mesmo tempo em que este é apresentado, o que é algo preferido pelos estudantes por causa do benefício da “novidade” – não pode ser recomendado como um meio para se obter os melhores resultados permanentes. 7. Comece a trabalhar imediatamente. A observação de alunos do Ensino Médio mostra que, mesmo quando sabem que há apenas um curto período disponível para se estudar uma determinada lição, quase todos são lentos para começar a estudá-la. Alguns deles levam dez ou quinze minutos para dar início à atividade. Aqui está um lamentável desperdício de tempo. Coloque diante de si mesmo o ideal de uma rápida “largada”. Reduza o seu tempo de partida de minutos para segundos. Um auxílio para isso é o seguinte: 8. Exercite a atenção. Coloque os seus materiais diante de você. Pegue a sua caneta ou lápis. Sente-se corretamente. Abra o seu livro. Realize todos os “processos” para começar o trabalho. Se fizer esse exercício bem, isso será suficiente para que você dê início às atividades. O começo é, com frequência, o ponto mais difícil, mas uma vez iniciado, é possível continuar sem muito esforço. 9. Esforce-se intensamente enquanto trabalha: concentre-se. Você provavelmente não se lembrará daquilo que lida com indiferença. As impressões vívidas são as mais duradouras. As ideias fluem mais rapidamente quando você trabalha com mais empolgação. Coloque o máximo de “energia” em seu trabalho assim como se coloca em um jogo. Não fique disperso. Quando E. B. Andrews foi presidente da Brown University, ele usava uma frase em suas orações na capela que pode muito bem expressar a atitude de todos os bons alunos: “Ajude-nos a nos aplicarmos com incessante assiduidade”. Note, também, que isso significa estar atento na sala de aula, bem como em seu trabalho de casa. 10. Mas não deixe que a intensa aplicação se torne em agitação ou preocupação. Você pode ficar atento, sem ficar ansioso; e diligente, sem ficar agitado. Há uma espécie de pressa que “derrota a sua própria finalidade”. Em especial, não se preocupe, por não conseguir manter o ritmo do melhor aluno de sua turma. Nenhum de nós é igual ao outro. Faça o seu melhor e admita as suas limitações, frente a outros que aprendem mais rápido, memorizam mais facilmente e tiram notas mais altas. 11. Faça o seu trabalho com a intenção de aprender e se lembrar. Experimentos de laboratório com memorização, em diferentes condições, mostram muito claramente que uma das condições mais importantes para a boa memória é ter uma atitude de “intenção de se lembrar” quando os materiais a serem aprendidos são apresentados. Intimamente ligado a isso está a atitude da “confiança” em sua capacidade de lembrar o que se está aprendendo. Uma ilustração pode ser vista no seguinte incidente. Uma vez, eu tive a oportunidade de ler em voz alta uma lista de palavras a um estudante, uma quantidade de vezes suficiente para que ele pudesse repeti-las corretamente. Eu repeti o processo com um segundo e um terceiro aluno. Então descobri, para minha surpresa, que eu era incapaz de repetir a lista de cor. A explicação para isso não é apenas a mais complacente, mas também a psicologicamente correta, é que eu mesmo nunca quis aprender a lista. Eu tinha repetido mecanicamente e não com uma atitude de memorização. 12. Procure um motivo, ou melhor, vários motivos. Algumas disciplinas escolares são intrinsecamente interessantes. Você prefere estudá-las mais do que outras. Mas outros assuntos, ou até mesmo assuntos favorecidos por certas condições, não são intrinsecamente interessantes. Se é dado atenção a eles, é porque é encontrado um motivo ou incentivo que pode ser anexado aos mesmos. Entre os incentivos mais óbvios estão: o reconhecimento do valor do assunto para você no futuro; a ansiedade de não falhar em algo que você empreende; o desejo de agradar a seus pais; fazer o investimento financeiro em sua escolaridade valer a pena; a ambição de vencer seus colegas; bater seu próprio recorde anterior; manter uma boa reputação; a competição por notas, prêmios, honrarias; senso de dever; desejo da aprovação dos professores, pais e amigos; necessidade de se formar para conseguir um melhor começo de vida; o medo de diversas punições; etc. Nossos motivos são diversos, alguns são distantes, outros imediatos. Alguns deles são tidos como maiores e mais valiosos do que outros. O ponto fundamental é que, para fazer o seu melhor trabalho, você precisa de um forte incentivo. Professores habilidosos sabem como desenvolver e apelar para muitos motivos, mas você pode ajudar a si mesmo deliberadamente em busca de motivos para o seu próprio trabalho. Além disso, muitas tarefas começadas sob uma compulsão artificial tornam-se, a seu tempo, diretamente atrativas. 13. Livre-se da ideia de que você está trabalhando para o professor. A verdadeira função do professor é fornecer-lhe os materiais, orientar sua aplicação e testar o seu desempenho, não por causa dele mesmo, mas por sua causa. Lembre-se que você está realmente trabalhando para si mesmo quando está estudando. Quem observa os alunos na preparação das suas tarefas deve ser capaz de perceber o quanto a forma e a qualidade do trabalho do aluno é ditado pela atitude e exigências do professor de cada disciplina. A professora X insiste em trabalhos impecáveis e os consegue. A professora Y insiste que todas as referências devem ser consultadas, e elas são. O professor Z é conhecido por ser severo no conhecimento do idioma, e isso é visto em sua classe, embora suas referências possam não ser consultadas, nem seus trabalhos devolvidos limpos. Na verdade, você dificilmente pode ser responsabilizado por fazer o seu trabalho, em alguma medida, por conveniência: o seu objetivo imediato é conseguir boas notas. O que peço é que, além desses detalhes menores, você veja claramenteque, de um ponto de vista mais amplo, seu trabalho é feito principalmente para você mesmo, não para os seus professores. 14. Não peça ajuda até que você realmente precise. Não desista do problema após a primeira falha em resolvê-lo, mas “tente e tente de novo”. Você aprende pelo seu próprio esforço e progresso através de seus fracassos. É responsabilidade do professor, é claro, dar apoio aos alunos, mas a melhor ajuda para os estudantes maduros vem através de sugestões, dicas e perguntas: “Onde você acha que está o problema?”; “Você já tentou este método?”; “Você vê alguma relação entre este problema e esse?”; “Leia tal e tal página novamente”; etc. 15. Tenha uma noção clara do objetivo. Compreenda por inteiro do que se trata a tarefa, não apenas quantos exemplos ou páginas ou linhas você deve fazer, mas qual é o propósito do trabalho, por quais métodos você deve trabalhar, que aspectos da aula são proeminentes e essenciais, que coisas, se houver, devem ser aprendidas na íntegra, o que você deve “olhar” para além do livro, em suma, para que serve este trabalho em específico. Naturalmente, é ofício do professor ter certeza de que este objetivo ficou claro ao se atribuir a lição. Infelizmente, pouca atenção é dada por muitos professores na orientação do trabalho do aluno para as aulas seguintes. 16. Antes de iniciar o próximo trabalho, revise rapidamente a lição anterior. As razões para esta regra são bastante óbvias: (A) O assunto é familiar e, portanto, não é difícil de entender. Seu trabalho começa com facilidade; (B) A revisão é diretamente útil para aprofundar a apreensão do material analisado. Ela o ajuda muito a se lembrar do material mais tarde; (C) A atividade mental utilizada na revisão serve para “aquecer” os seus processos mentais para o estudo a seguir; (D) A matéria, portanto, revisada terá vários pontos de contato, inúmeros “ganchos” em que o novo material pode ser fixado. A revisão ajuda, em outras palavras, a “associar o novo com o velho”, que é um dos mais importantes fundamentos em toda a aprendizagem. 17. Em seguida, faça um rápido levantamento preliminar da próxima lição. Esta regra não é aplicável a todos os assuntos, mas para o trabalho em idiomas, história, geografia, fisiologia e similares, e até mesmo na maioria das formas de matemática, olhar o solo preliminarmente dá uma noção útil do “esboço” de toda a tarefa e frequentemente economiza o tempo que, de outra maneira, seria perdido na primeira parte da aula, na luta com os pontos que serão explicados posteriormente. A pesquisa preliminar também ajuda a reter o material em um todo mais uniforme. Ela nunca deve, é claro, substituir o estudo cuidadoso que virá a seguir: ela é só preliminar. 18. Descubra, por tentativa, se você se sai melhor, começando pela tarefa mais difícil ou pela mais fácil quando é confrontado com várias tarefas de dificuldades diferentes. Os indivíduos diferem neste aspecto. Muitos acham que antecipar a tarefa mais desagradável, mais difícil torna mais rápido a resolução das tarefas mais fáceis. É uma clara satisfação dizer: “Pronto, isso está feito, agora vou para algo mais fácil”. Outros, especialmente aqueles que se “aquecem” devagar e fazem o seu melhor trabalho só depois de terem sido mentalmente ativados por um determinado período, provavelmente poderão adiar a tarefa mais difícil com alguma vantagem. Um longo período com porções de dificuldades desiguais pode ser feito, para “limpar” as partes mais fáceis primeiro e depois dar um impulso final para o restante. 19. Em geral, use nos estudos a forma de atividade que será exigida depois, quando o material for utilizado. Você usará seus conhecimentos de ortografia 99 vezes em 100 na escrita de palavras em frases. De acordo, então, com essa regra, seria melhor aprender a ortografia ao escrever as palavras do que aprendê-las apenas oralmente. Na verdade, provavelmente seria ainda melhor aprendê- las, escrevendo-as em frases reais do que aprendê-las apenas por escrevê- las em listas e colunas. Alunos jovens precisam saber as suas tabuadas para a utilização no trabalho de aritmética real: daí resulta que estas serão realmente aprendidas apenas quando puderem ser usadas em problemas reais. Os professores são muitas vezes surpreendidos ao descobrirem que os alunos que aprenderam a tabuada razoavelmente bem, ainda não podem multiplicar rapidamente e com precisão quando tentam resolver exemplos. Novamente, a conversação em francês ou alemão deve ser empregada presumivelmente na fala: deixe que isso seja aprendido em voz alta, ao invés de em silêncio lendo um livro ou escrevendo dezenas de sentenças ditadas em francês ou alemão. Da mesma forma, os alunos que às vezes se queixam de que “conhecem a matéria, mas não conseguem responder perguntas sobre ela” podem fazer perguntas a si mesmos e praticar as possíveis respostas. 20. Dê mais tempo e atenção para os pontos fracos de seu conhecimento ou técnica. Esta regra parece quase óbvia demais para ser mencionada, no entanto, é aquela que é frequentemente violada, porque a natureza humana tem mais satisfação em fazer o que é mais fácil. Assim, a maioria das crianças que tem aulas de piano gastam seu tempo tocando repetidas vezes as “partes” simples que já aprenderam – o que fazem muito bem –, mas precisam ser constantemente incentivadas a dedicar tempo para exercitar partes difíceis e exercícios importantes com escalas. No trabalho escolar, da mesma forma, professores e livros muitas vezes dedicam muito tempo e espaço ao que é fácil: a criança tem tanto ensino sobre “dois mais dois são quatro”, como “oito vezes sete são cinquenta e seis”, apesar do fato de que a última é, provavelmente, várias dezenas de vezes mais difícil de se dominar. Estudantes maduros são competentes o suficiente para detectar as suas próprias fraquezas e procurar por exercícios especiais para se fortalecerem nestes pontos. Se a sua tradução do alemão é comprometida pelos verbos irregulares, gaste uma meia hora extra por dia, durante várias semanas, na conjugação desses verbos. Se seus exercícios de física saírem errado por causa de problemas com aritmética, tome o cuidado de corrigir este defeito por uma prática especial no trabalho com os números. 21. Leve a aprendizagem de todos os itens importantes para além do ponto necessário para a recordação imediata. Uma aprendizagem adequada significa uma aquisição permanente. Qualquer partícula de informação que seja necessária para a sua vida deve ser estudada mais do que apenas para recuperá-la para fins de recitação matinais ou para o exame do próximo mês. Lembre-se que todas as impressões tendem a desaparecer com o tempo e que este desaparecimento deve ser impedido pelo estudo excessivo. Se o processo de extração de uma raiz quadrada precisa estar perfeitamente pronto para uso quando você estiver com quarenta anos, ele deve ser treinado duramente nas séries iniciais muito mais tempo do que o necessário apenas para mantê-lo na mente durante o trabalho escolar de aritmética. A aprendizagem superficial da ortografia pode ser usada para responder ao teste imediato, mas é totalmente inadequada, se o objetivo for fazer com que o processo seja automático, e que todas as palavras de uso comum possam ser escritas em qualquer momento da sua vida corretamente e sem hesitação. Disto se segue: 22. Você deve avaliar diariamente o grau de importância dos itens que são colocadosdiante de você, e dar ênfase especial sobre a fixação permanente dos itens que são vitais e fundamentais. Naturalmente, as crianças não estão em posição de tomar essas decisões. É responsabilidade dos seus professores acentuar esses pontos essenciais e dar ênfase e repetição a fim de garantir seu domínio adequado. Mas, muitos do Ensino Médio e a maioria dos estudantes universitários são maduros o suficiente para avaliar os itens do conhecimento e selecionar, para um aprendizado cuidadoso, aqueles que são valiosos para eles. Desse modo, esses itens podem ser aprendidos definitivamente quando aparecerem. Ao mesmo tempo, essa regra não significa que os milhares de itens menos fundamentais não devam ser bem compreendidos e dominados atentamente conforme você se depara com eles. A perspectiva de que dez anos após a graduação, você será incapaz de recordar a terceira pessoa do singular do subjuntivo de amo (verbo amar em latim) ou dar uma declaração clara da hipótese de Avogadro ou demonstrar que a soma dos ângulos de um triângulo é igual a dois ângulos retos, não prova que é melhor você não gastar tempo com eles agora. Se todo o tempo e energia que gastamos estudando os milhares de fatos que somos depois incapazes de recordar fossem tempo e energia jogados fora, a educação seria, na verdade, uma farsa muito ridícula! Na realidade, o conhecimento, uma vez absorvido, mas por hora não resgatado não é de nenhuma maneira sem valor. (A) Ele pode ter tido uma utilidade imediata quando você o aprendeu, o suficiente para justificar a aprendizagem dele para usá-lo por um tempo e depois esquecê-lo. Por exemplo, eu tomo um quarto de hora para aprender as principais ruas do sistema geral de transporte em Londres, embora eu espere estar lá por apenas uma semana na minha vida. (B) Muito do que aprendemos tem valor principalmente como instrução preliminar. Ela fornece o andaime temporário por meio do qual a estrutura permanente pode ser construída. Sem dúvida o latim, devidamente ensinado, melhora a composição do português, oral e escrito. Aos trinta anos, você terá esquecido a sua gramática latina, mas provavelmente falará português melhor por ter feito a tradução latina para a qual a gramática o preparou. (C) De modo semelhante, a fim de compreender e manter permanentemente as generalizações maiores, é necessário assimilar um número considerável das observações detalhadas em que as generalizações são construídas. Colocadas quantitativamente pode-se dizer que para fazer dez princípios deve-se, primeiramente, adquirir conhecimento de uma centena de milhares de fatos e ilustrações concretos. Esses exemplos serão esquecidos, mas eles terão feito o seu trabalho, garantindo a memorização dos princípios por trás deles. As experiências particulares se combinam para formar uma aquisição mental valiosa. (D) O conhecimento, uma vez aprendido e agora esquecido, pode ser reaprendido em muito menos tempo do que a aprendizagem original. Algumas partes, então, do trabalho original continuam conservadas no sistema nervoso, apesar da lembrança real ser impossível. (E) O trabalho original do aprendizado ensinou-lhe para onde ir a fim de obter informações de certos tipos e por quais métodos obtê-lo. Não seria, portanto, totalmente ridículo se um homem bem treinado se vangloriasse: “O que eu me esqueci é dez vezes mais do que tudo o que você já soube”. 23. Quando uma determinada partícula de informação é de importância claramente subordinada e útil apenas para o momento, você deve ter certeza de dar a ela apenas a atenção suficiente para guardá-la pelo tempo em questão. Ao contrário das noções de muitos professores, estudar intensivamente ou confiar naquilo que é “recente” é, algumas vezes, perfeitamente legítimo. Nenhum advogado tem perpetuamente todo o seu conhecimento jurídico “na ponta da língua”. Nenhum clérigo sabe a qualquer momento da sua vida todos os detalhes de teologia e exegese bíblica das quais ele derrama tão fluentemente aos domingos. Nenhum engenheiro pode elaborar uma nova ponte sem “suar” nas fases da concepção da mesma, concernentes ao seu novo projeto. Na medida, então, em que a escola visa formar para a vida, pode-se buscar corretamente treinar esta habilidade de estudar intensivamente. 24. Faça com que os seus períodos de estudo tenham duração suficiente para servir-lhe de “aquecimento”, mas não sejam tão longos a ponto de você sofrer de cansaço ou fadiga. Por mais bem-sucedido que você possa se tornar em fazer um início rápido (Regra 7), você provavelmente estará em um melhor “nível”, depois de cinco ou dez minutos do que depois de dois minutos. Seria insensato, portanto, interromper o seu trabalho no final de dez ou quinze minutos a menos que a tarefa seja extremamente difícil, ou se você estiver extremamente cansado e tenha chegado a uma quebra natural no trabalho. Um trabalho fácil, especialmente quando a tarefa está mudando a cada minuto, muitas vezes pode ser continuado com proveito por duas horas ou mais, com pouca interrupção. O trabalho difícil, com rápido início de cansaço, é melhor ser interrompido mais vezes, digamos a cada quinze ou vinte minutos, por curtos intervalos, digamos de um minuto, feitos em pontos que proporcionam locais de parada naturais. Caminhe um pouco. Abra a janela. Faça um breve alongamento e relaxamento, mas não faça outro trabalho mental. É impossível, então, estabelecer uma regra rígida e fixa sobre o tempo ideal de estudo, exceto para dizer: (A) Mais maduro é o aluno, quanto mais tempo ele é capaz de trabalhar; (B) Quanto mais fácil é o assunto, mais tempo ele deve ser capaz de trabalhar; (C) Quanto mais lentamente o aluno se “aquece”, mais tempo ele continuará no trabalho. Um caso especial é indicado na regra seguinte. 25. Quando um exercício ou repetição são necessários, distribua por mais de um período, o tempo dado para a aprendizagem especificada. Não é possível afirmar precisamente qual é a melhor forma de distribuir o tempo para se dedicar ao aprendizado (depende de várias condições de trabalho, como indicado na Regra 24). Obviamente, uma pequena tarefa que pode ser aprendida em poucos minutos, seria melhor se aprendida em uma única sessão. Obviamente, uma tarefa difícil, que exige, por exemplo, quatro ou cinco horas de trabalho, seria melhor aprendida em várias sessões. A presente regra mostra que, em geral, o trabalho de estudar é mais econômico e eficiente, quando uma determinada quantidade de tempo é dividida em várias sessões do que quando é feita de uma única vez. Experiências mostram, por exemplo, que um progresso mais rápido é feito em aprender a digitar, se os exercícios forem divididos em dois períodos de 30 minutos cada, separados por um dia, do que se todo exercício fosse realizado em um período de 60 minutos. Da mesma forma, uma música tocada no piano que pode ser aprendida de cor em uma única sessão de 120 minutos pode ser aprendida igualmente bem em menos de 120 minutos, se treinada em sessões de 15, 20 ou 30 minutos cada, separadas por intervalos de várias horas ou dias. Especialmente no caso dos trabalhos universitários, onde as condições muitas vezes favorecem o adiar a aplicação de determinados métodos, até que uma “prova” obrigue a extensa leitura e revisão, há uma inegável perda de eficiência, porque a mesma quantidade de trabalhodespendido em períodos mais curtos e mais frequentes de estudo asseguraria consideravelmente maior tempo de permanência do material. Os conteúdos distribuídos podem ser estudados com menos fadiga, com menos agitação e preocupação. Além disso, é provável que, durante os intervalos entre estes estudos, algum tipo de “organização” ou de “incubação” do material ocorra. Muitas pessoas acham que é vantajoso, por exemplo, reunir dados para um artigo ou ensaio vários dias antes de tentar escrevê-lo. Como a experiência mostra, esses dados “resultam” em melhor forma por terem “descansado” por um tempo. 26. Quando você interromper o trabalho, não só pare em uma pausa natural, mas também deixe uma sugestão para a sua rápida retomada. Isso é particularmente importante quando se lida com um bloco relativamente longo em algum trabalho construtivo, como escrever um ensaio. No momento em que você parar, tenha em mente, de maneira muito clara, a perspectiva geral da sua tarefa, pois o que você fez está fresco em sua memória e o que você se propõe a fazer está mais ou menos esboçado. Todo mundo sabe o quão “desanimador” e até mesmo desagradável um trabalho pode ser quando é pego depois de um ou dois dias dedicados a outros assuntos. Para remediar esta situação, faça memorandos antes de deixá-lo: “Iniciar uma próxima discussão sobre isso e aquilo”. “Pegar o ponto da página 4 para a continuação posterior”. “Olhe isso e aquilo na enciclopédia”, etc. 27. Após a aplicação intensiva, especialmente sobre um novo material, faça uma pausa por um tempo e deixe sua mente descansar antes de seguir para qualquer outra coisa. As impressões feitas recentemente são susceptíveis de serem obscurecidas ou “encobertas” por um segundo conjunto, a menos que tenham um pouco de tempo para se fixarem. É uma questão de experiência comum que os detalhes de um dia gasto em passeios em um ambiente cheio de novas impressões, como por exemplo seu primeiro dia em uma Feira Mundial, são particularmente difíceis de serem lembrados. Certa vez, pedi a um amigo alemão que estava visitando a América pela primeira vez que conhecesse alguns colegas em minha casa à noite. Ele se recusou educadamente com o argumento de que tinha acabado de passar um dia agitado em um estudo intensivo na George Junior Republic e que, a menos que ele pudesse passar uma noite tranquila no hotel, ele não levaria para casa uma memória clara da instituição que ele tinha acabado de visitar. Sua atitude foi muito correta. Sua noite no hotel seria suficiente para organizar suas impressões e para gravá-las de forma indelével em sua memória que, do contrário, seriam obscurecidas por outras impressões de um tipo diferente. Ele iria passar o seu tempo, é claro, a pensar sobre o que tinha visto e ouvido durante o dia. Isso traz-nos um conjunto particularmente importante de regras. 28. Use vários dispositivos para obrigar-se a pensar sobre o seu trabalho. A função da recitação é induzir o pensamento, bem como “ouvir as lições”. Os exames têm como uma de suas funções a incitação de uma visão abrangente da área coberta por eles, através da revisão feita na preparação para os mesmos. Alguns planos para induzir o pensamento são suficientemente importantes a ponto de serem incorporados como regras específicas. 29. Forme o hábito de trabalhar com os seus próprios exemplos concretos em todas as regras e princípios gerais. Esta regra se aplica mais especificamente ao trabalho dos alunos do Ensino Médio e Superior, onde a matéria de estudo é mais sujeita a lidar com afirmações abstratas e generalizadas. Um bom livro ou um bom professor não deixa de fornecer um ou mais exemplos concretos de tais princípios gerais, mas o bom aluno deve complementá-los por meio de exemplos de sua autoria. O ponto é que a sua experiência pessoal é diferente da experiência do autor do texto ou do professor. Se, então, você realmente entender o princípio que está estudando, é provável que alguma ilustração ocorrerá a você e que será diferente daquela que você recebeu, e muito provavelmente melhor do que elas. Os professores que têm uma visão real sempre darão mais créditos para a própria tentativa do aluno de aplicar um princípio, mesmo que seja limitado, do que para a mera repetição de papagaio da ilustração feita no texto ou na sala de aula. 30. Forme o hábito de revisar mentalmente cada parágrafo, logo que você o ler. Um parágrafo adequadamente construído sobre um pensamento pode geralmente ser resumido em uma única oração ou até mesmo em uma única frase. Certifique-se de que você pode “destrinchar” esse pensamento. Este hábito de resumir parágrafos mentalmente, poderia muito bem ser desenvolvido pelos professores nas escolas primárias. 31. Não hesite em marcar seus próprios livros para fazer com que as ideias essenciais se destaquem visivelmente. A marcação pode ser feita através de sublinhados ou títulos laterais escritos em cada parágrafo. É bom fazer isso depois de ler cada parágrafo. A decisão sobre o que marcar ou o que escrever exigirá a descoberta da essência do mesmo. O texto também fica melhor para uma revisão por tópicos. Naturalmente, esse conselho sugere que cada aluno possua o maior número possível de textos e livros de referência. 32. Sempre que o seu desejo for dominar um material extenso e complexo, faça um esboço do mesmo. Se você também quiser conservar este material, guarde o seu esboço na memória. Muitas vezes me diverti ao ver a ansiedade com que os estudantes universitários esquadrinham as páginas dos livros “patenteados” sobre a memória, que anunciam ensinar um segredo de “como dominar os conteúdos de livros em uma única leitura” e como, infelizmente, eles passam por cima do conselho: “Leia o livro com cuidado, faça um esboço do mesmo e memorize o esboço”. No entanto, este é um conselho perfeitamente sólido, psicológica e pedagogicamente, já que “não há atalhos para a aprendizagem”. Os esboços devem ser muito condensados, de preferência em declarações de forma substantivadas, com tópicos, palavras e frases curtas e chamativas, em vez de frases completas. Uma atenção mais cuidadosa deve ser dada à sua organização sob os títulos principais, subtítulos, etc. A ideia é começar a estrutura de toda a armação a partir da leitura de um capítulo, um ensaio ou um argumento, e registrar isso no papel de uma forma que revele a sua organização em um piscar de olhos. 33. Em todo o seu trabalho aplique o seu conhecimento o máximo possível e tão logo seja possível. Não existe praticamente nenhuma regra mais fundamental do que essa. Para ter certeza de se lembrar de uma coisa, faça algo com ela, experimente-a, use-a, coloque-a em prática, fale sobre ela com alguém, registre o que lhe impressionou. Todos os professores sabem que chegarão à apreciação mais completa e à retenção permanente de qualquer assunto quando eles tiverem a oportunidade de ensiná-lo aos outros. O alcance surpreendente exposto pelos homens nas profissões aprendidas ao longo dos milhares de intrincados detalhes de seus ofícios é uma consequência do uso constante que eles fazem destes materiais. Mesmo assim uma questão trivial como a lembrança de uma boa história é melhor encontrada por contar a história a alguém, logo que possível, após ouvi-la ou lê-la. Um excelente plano para qualquer aluno queestá ansioso para dominar qualquer assunto é procurar explicá-lo para outra pessoa. Neste contexto, uma questão pode ser levantada: “Um grupo de estudo realmente aumenta a eficácia do trabalho do aluno?”. A resposta deve ser: “Depende”. Em certos experimentos em escolas do Ensino Médio com forma de trabalho de grupo aplicada ao estudo da história, governo civil e outros, sob a direção dos professores, foram decididamente bem- sucedidos[3]. Quando os alunos, fora do horário escolar e sem supervisão, combinam a preparação de suas tarefas, os resultados podem ser bons, desde que os alunos em questão sejam mais ou menos do mesmo grau de capacidade, e desde que se esforcem para dividir o trabalho de tal forma que cada um deles continue a participar dos vários aspectos da tarefa. A tendência que muitas vezes se desenvolve dentro de tais grupos de voluntários é o de alguns dos alunos fazerem o trabalho e passá-lo aos seus amigos mais fracos ou dividir e delegar as diversas tarefas, de modo que um aluno procura o vocabulário, outro cuida da gramática, um terceiro faz uma tradução aproximada e um quarto faz o acabamento dela para o grupo. Isso é claramente uma tendência indesejável. Se o grupo de estudos traz uma real e ativa discussão do material de trabalho com intercâmbio de opiniões e de argumentações, o resultado é altamente benéfico e contribui para a eficiência de todos os membros do grupo, colocando o seu conhecimento em uso como recomendado na regra dada anteriormente. 34. Não hesite em memorizar materiais como definições de termos técnicos, fórmulas, datas e esboços, desde que, é claro, você também os compreenda. Os alunos mais novos são capazes de memorizar suas “lições” e recitar como papagaios as palavras exatas dos livros didáticos. Os esforços dos professores são frequentemente gastos, e muito sabiamente, também, para romper com esse hábito, ou pelo menos no sentido de garantir que esses alunos saibam corretamente o significado do que se reproduz desta forma. Por outro lado, os alunos mais velhos podem cometer o erro de evitar inteiramente a confiança na memorização. Você deve compreender que memorizar é perfeitamente legítimo quando o assunto tem poucas pistas naturais para a recuperação (como é o caso de muitas fórmulas e datas), ou quando o assunto se condensa em breves orientações e certos princípios fundamentalmente importantes (como é o caso de definições e regras de procedimento). Você deve aspirar entender este material, mas também deve se empenhar para memorizá-lo pelo simples processo da atenta repetição. 35. Quando o material a ser aprendido de cor não apresenta associações racionais óbvias, é perfeitamente legítimo que se crie algum esquema artificial para aprendê-lo e recordá-lo. Um esquema artificial deste tipo é chamado de dispositivo mnemônico. Para dar um exemplo, eu poderia me lembrar que o vulcão Fujiyama, no Japão, tem 12.365 pés de altura e para memorizar isso eu poderia relacionar os 12 meses com os 365 dias do ano. Para evitar relacionar a informação com o vulcão errado eu poderia até inventar alguma associação absurda entre Fujiyama e ano fugitivo. Ou, então, eu poderia me lembrar que uma determinada criança usou 16 palavras, quando tinha um ano de idade, recordando o provérbio “o discurso é prata”, etc., e que o discurso de Bryan sobre a questão da prata defendia “16 para 1!”. Vale salientar que a maioria dos livros sobre memorização erra ao estimular o uso de tais dispositivos artificiais quando uma associação racional, uma conexão lógica, seria preferível. Assim, o esquema que eles recomendam para a aprendizagem de vocabulários através da inserção de elos artificiais tem pouco a recomendá-lo. Você pode, com certeza, aprender que árvore é a tradução do caramanchão latino, dizendo para si mesmo: “árvore sugere mastro, mastro sugere navio, navio sugere porto e porto sugere caramanchão”. Mas seria muito mais sensato você insistir no fato de que o “Dia da Árvore” é um dia dedicado à plantação de árvores e que os nossos “ancestrais arborícolas” eram os primatas que viviam em árvores. Em qualquer caso, se você deve usar um dispositivo mnemônico, invente o seu próprio, em vez de adotar um de segunda mão: você o esquecerá com menos probabilidade por causa do esforço que fará para elaborá-lo. 36. Ao se comprometer em memorizar um poema não o divida em partes, mas aprenda-o como um todo. Em outras palavras, leia-o diretamente do começo ao fim, em seguida, repita até que possa dizê-lo todo, sem erros. As vantagens deste método são várias: (A) As conexões mentais formadas entre as palavras são distribuídas uniformemente sobre todo o material, ao passo que, quando a aprendizagem é “por partes”, certas porções, digamos a primeira linha, são repetidas muito mais vezes do que o necessário, enquanto outras partes, que fazem a conexão entre as linhas oitava e nona, por exemplo, não são gravadas, de modo que o esquecimento aparece nesses elos fracos da cadeia de associações; (B) É mais fácil manter a atenção sobre o material quando ele é lido como um todo do que quando uma pequena parte é repetida monotonamente várias vezes; (C) As impressões feitas em qualquer seção seguem umas às outras depois de um intervalo mais longo quando a aprendizagem é pela totalidade e, portanto, há um ganho em eficiência, em conformidade com o princípio estabelecido na Regra 25; (D) O significado do material é melhor guardado quando é aprendido como um todo, e isso ajuda na sua retenção. No caso de haver na seleção, uma parte, que oferece especial dificuldade de aprendizagem, a regra deve ser modificada ao ponto de dedicar algumas repetições extras e curtas para esta seção mais difícil, a fim de levá-la ao mesmo nível do restante. Você pode se sentir desencorajado quando usa o método de memorização “do todo”, porque, depois de ter gasto algum tempo no trabalho, encontra-se incapaz de repetir qualquer parte considerável dele, mas é preciso lembrar-se de que toda a seleção já está parcialmente gravada e que, quando for realmente lembrada, ela trará todo o conjunto. O ganho pelo método do “todo” é maior quando a seleção é longa, mesmo que demore mais do que uma única sessão de uma única leitura. 37. Ao comprometer-se a memorizar, é melhor ler em voz alta do que em silêncio, é melhor ler rapidamente do que devagar. A atenção é provavelmente mais bem sustentada quando a leitura é em voz alta, pois um apelo é então feito diretamente aos ouvidos, bem como aos olhos, e algum tipo de assistência é dada pela “sensação” das palavras na garganta e na boca. Há um ganho pela repetição rápida no sentido de que, dado um tempo determinado para a aprendizagem, um ritmo rápido será vantajoso, permitindo que você repita o material mais vezes. Assim, se você pode ler um poema lentamente em cinco minutos, mais aprendizagem resultará dobrando a taxa ao lê-lo do princípio ao fim duas vezes em cinco minutos. 38. Se o seu trabalho inclui a participação em palestras, faça uma quantidade moderada de anotações durante as mesmas, use um sistema de abreviaturas, e reescreva estas notas diariamente, amplificando-as em um esboço razoavelmente resumido e organizado como sugerido na Regra 32. Os estudantes universitários são vistos errando emambos os sentidos ao tomar notas. Aqueles que rabiscam diligentemente o tempo todo, sem dúvida, perdem algo da apresentação do palestrante. Por outro lado, os poucos alunos que não tomam notas, porque acham que fazem melhor em dar atenção à apresentação do conferencista, estão igualmente enganados, pois nenhuma pessoa pode capturar e manter permanentemente as características essenciais de uma palestra típica, sem os memorandos dos quais ele poderá se apoiar posteriormente para o estudo e revisão. Uma vez que, a tomada de notas e memorandos de leitura em livros de referência, discussões em classe, etc. é uma atividade que será destaque no trabalho diário da maioria dos estudantes do Ensino Médio e Superior, algum sistema simples para a gravação das palavras mais comuns e abreviações sistematizadas, poderia ser proveitosamente ensinado a todos os alunos do Ensino Médio. Um único símbolo deve ser usado para todas as partículas comuns, como: em, no, de, com, para, ção, ndo, que, qual, etc. Certifique-se de ter um sistema próprio. Você realmente ganhará tempo, a longo prazo, se se empenhar diariamente e revisar as notas registradas em sala de aula, mesmo que não as reescreva completamente. Este trabalho permite a você examinar seus memorandos enquanto ainda estão “frescos”, e fazer alterações e adições que irão aumentar a sua manutenção no futuro e, o que é igualmente importante, servirão como uma valiosa segunda aprendizagem, separada da primeira impressão por um intervalo adequado (Regra 25) e, consequentemente, particularmente valiosa em assegurar a retenção permanente. RESUMO DAS REGRAS 1. Mantenha-se em boa condição física. 2. Remova ou trate as debilidades físicas que muitas vezes dificultam a atividade mental, tais como problemas de visão, audição, problemas nos dentes, adenoides e respiração nasal obstruída. 3. Examine se as condições externas de trabalho – luz, temperatura, umidade, roupas, cadeira, mesa, etc. – são favoráveis ao estudo. 4. Crie o hábito de estudar em um lugar determinado. 5. Crie um tempo regular de estudo. 6. Quando possível, prepare tarefas avançadas em um determinado assunto logo após o mesmo ter sido apresentado a você. 7. Comece a trabalhar imediatamente. 8. Exercite a atenção. 9. Esforce-se intensamente enquanto trabalha: concentre-se. 10. Mas não deixe que a intensa aplicação se torne em agitação ou preocupação. 11. Faça o seu trabalho com a intenção de aprender e se lembrar. 12. Procure um motivo, ou melhor, vários motivos. 13. Livre-se da ideia de que você está trabalhando para o professor. 14. Não peça ajuda até que você realmente precise. 15. Tenha uma noção clara do objetivo. 16. Antes de iniciar o próximo trabalho, revise rapidamente a lição anterior. 17. Em seguida, faça um rápido levantamento preliminar da próxima lição. 18. Descubra, por tentativa, se você se sai melhor, começando pela tarefa mais difícil ou pela mais fácil quando é confrontado com várias tarefas de dificuldades diferentes. 19. Em geral, use nos estudos a forma de atividade que será exigida depois, quando o material for utilizado. 20. Dê mais tempo e atenção para os pontos fracos de seu conhecimento ou técnica. 21. Leve a aprendizagem de todos os itens importantes para além do ponto necessário para a recordação imediata. 22. Você deve avaliar diariamente o grau de importância dos itens que são colocados diante de você, e dar ênfase especial sobre a fixação permanente dos itens que são vitais e fundamentais. 23. Quando uma determinada partícula de informação é de importância claramente subordinada e útil apenas para o momento, você deve ter certeza de dar a ela apenas a atenção suficiente para guardá-la pelo tempo em questão. 24. Faça com que os seus períodos de estudo tenham duração suficiente para servir-lhe de “aquecimento”, mas não sejam tão longos a ponto de você sofrer de cansaço ou fadiga. 25. Quando um exercício ou repetição são necessários, distribua por mais de um período, o tempo dado para a aprendizagem especificada. 26. Quando você interromper o trabalho, não só pare em uma pausa natural, mas também deixe uma sugestão para a sua rápida retomada. 27. Após a aplicação intensiva, especialmente sobre um novo material, faça uma pausa por um tempo e deixe sua mente descansar antes de seguir para qualquer outra coisa. 28. Use vários dispositivos para obrigar-se a pensar sobre o seu trabalho. 29. Forme o hábito de trabalhar com os seus próprios exemplos concretos em todas as regras e princípios gerais. 30. Forme o hábito de revisar mentalmente cada parágrafo, logo que você o ler. 31. Não hesite em marcar seus próprios livros para fazer com que as ideias essenciais se destaquem visivelmente. 32. Sempre que o seu desejo for dominar um material extenso e complexo, faça um esboço do mesmo. Se você também quiser conservar este material, guarde o seu esboço na memória. 33. Em todo o seu trabalho aplique o seu conhecimento o máximo possível e tão logo seja possível. 34. Não hesite em memorizar materiais como definições de termos técnicos, fórmulas, datas e esboços, desde que, é claro, você também os compreenda. 35. Quando o material a ser aprendido de cor não apresenta associações racionais óbvias, é perfeitamente legítimo que se crie algum esquema artificial para aprendê-lo e recordá-lo. 36. Ao se comprometer em memorizar um poema não o divida em partes, mas aprenda-o como um todo. 37. Ao comprometer-se a memorizar, é melhor ler em voz alta do que em silêncio, é melhor ler rapidamente do que devagar. 38. Se o seu trabalho inclui a participação em palestras, faça uma quantidade moderada de anotações durante as mesmas, use um sistema de abreviaturas, e reescreva estas notas diariamente, amplificando-as em um esboço razoavelmente resumido e organizado como sugerido na Regra 32. [1] Breslich, E. R. Supervised study as a means of providing supplementary individual instruction. Thirteenth Yearbook, Part I, National Society for the Study of Education, 1914, pp. 32-72. [2] Há pouco risco desse “ritmo” se tornar enfadonho, pois o material de estudo atual será diferente daquele visto nas aulas. [3] Veja, por exemplo, LOTTA A. Clark. Group work in the high school. Em: Elem. School Teacher, 7: 1907, 355-444. Também C. B. Shaw. Some experiments in group work. Ibid., 329-334. REGRAS 1. Mantenha-se em boa condição física. 2. Remova ou trate as debilidades físicas que, muitas vezes, dificultam a atividade mental, tais como: problemas de visão, audição, problemas nos dentes, adenoides e respiração nasal obstruída. 3. Examine se as condições externas de trabalho – luz, temperatura, umidade, roupas, cadeira, mesa, etc. – são favoráveis ao estudo. 4. Crie o hábito de estudar em um lugar determinado. 5. Crie um tempo regular de estudo. 6. Quando possível, prepare tarefas avançadas em um determinado assunto logo após o mesmo ter sido apresentado a você. 7. Comece a trabalhar imediatamente. 8. Exercite a atenção. 9. Esforce-se intensamente enquanto trabalha: concentre-se. 10. Mas não deixe que a intensa aplicação se torne em agitação ou preocupação. 11. Faça o seu trabalho com a intenção de aprender e se lembrar. 12. Procure um motivo, ou melhor, vários motivos. 13. Livre-se da ideia de que você está trabalhando para o professor. 14. Não peça ajuda até que você realmente precise. 15. Tenha uma noção clara do objetivo. 16. Antes de iniciar o próximo trabalho, revise rapidamente a lição anterior. 17. Em seguida, faça um rápido levantamento preliminarda próxima lição. 18. Descubra, por tentativa, se você se sai melhor, começando pela tarefa mais difícil ou pela mais fácil quando é confrontado com várias tarefas de dificuldades diferentes. 19. Em geral, use nos estudos a forma de atividade que será exigida depois, quando o material for utilizado. 20. Dê mais tempo e atenção para os pontos fracos de seu conhecimento ou técnica. 21. Leve a aprendizagem de todos os itens importantes para além do ponto necessário para a recordação imediata. 22. Você deve avaliar diariamente o grau de importância dos itens que são colocados diante de você, e dar ênfase especial sobre a fixação permanente dos itens que são vitais e fundamentais. 23. Quando uma determinada partícula de informação é de importância claramente subordinada e útil apenas para o momento, você deve ter certeza de dar a ela apenas a atenção suficiente para guardá-la pelo tempo em questão. 24. Faça com que os seus períodos de estudo tenham duração suficiente para servir-lhe de “aquecimento”, mas não sejam tão longos a ponto de você sofrer de cansaço ou fadiga. 25. Quando um exercício ou repetição são necessários, distribua por mais de um período, o tempo dado para a aprendizagem especificada. 26. Quando você interromper o trabalho, não só pare em uma pausa natural, mas também deixe uma sugestão para a sua rápida retomada. 27. Após a aplicação intensiva, especialmente sobre um novo material, faça uma pausa por um tempo e deixe sua mente descansar antes de seguir para qualquer outra coisa. 28. Use vários dispositivos para obrigar-se a pensar sobre o seu trabalho. 29. Forme o hábito de trabalhar com os seus próprios exemplos concretos em todas as regras e princípios gerais. 30. Forme o hábito de revisar mentalmente cada parágrafo, logo que você o ler. 31. Não hesite em marcar seus próprios livros para fazer com que as ideias essenciais se destaquem visivelmente. 32. Sempre que o seu desejo for dominar um material extenso e complexo, faça um esboço do mesmo. Se você também quiser conservar este material, guarde o seu esboço na memória. 33. Em todo o seu trabalho aplique o seu conhecimento o máximo possível e tão logo seja possível. 34. Não hesite em memorizar materiais como definições de termos técnicos, fórmulas, datas e esboços, desde que, é claro, você também os compreenda. 35. Quando o material a ser aprendido de cor não apresenta associações racionais óbvias, é perfeitamente legítimo que se crie algum esquema artificial para aprendê-lo e recordá-lo. 36. Ao se comprometer em memorizar um poema não o divida em partes, mas aprenda-o como um todo. 37. Ao comprometer-se a memorizar, é melhor ler em voz alta do que em silêncio, é melhor ler rapidamente do que devagar. 38. Se o seu trabalho inclui a participação em palestras, faça uma quantidade moderada de anotações durante as mesmas, use um sistema de abreviaturas, e reescreva estas notas diariamente, amplificando-as em um esboço razoavelmente resumido e organizado como sugerido na Regra 32. RESUMO DAS REGRAS
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