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FACULDADE PARAÍSO –FAP CURSO – DIREITO DISCIPLINA- Direito empresarial PROFESSOR: PEDRO JORGE MONTEIRO BRITO Aula: 02 TEMA :Nome Empresarial 3.6 Sociedade Anônima • Só pode adotar denominação, sempre fazendo referência ao objeto social (CC, art. 1.160); • É obrigatória a identificação do tipo societário ao nome com a palavra “sociedade anônima”, por extenso ou abreviadamente (“S/A”), usada no início, no meio ou no fim da denominação; • Permite-se, também, o uso da expressão “companhia”, por extenso ou abreviada, no início ou no meio do nome, nunca no fim da denominação, segundo estabelece o art. 3º, da Lei n. 6.404/76; • Excepcionalmente, autoriza-se o emprego de nomes civis de pessoas que fundaram a companhia ou de pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa (CC, parágrafo único do art. 1.160); • Exemplificando (alternativas para o nome): • Palmeiras Imperiais S/A – Floricultura • Floricultura - Companhia Palmeiras Imperiais • S/A Indústrias J. Ferreira • Responsabilidade: os acionistas respondem limitadamente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir (Lei n. 6.404/76, art. 1º), ou seja, respondem pelas obrigações sociais até o limite do que falta para a integralização das ações de que sejam titulares. 3.7 Sociedade em Comandita por Ações • Pode adotar firma ou denominação; • Caso adote firma, comporá o nome empresarial aproveitando o nome civil, por extenso ou abreviado, dos sócios diretores ou administradores que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais; • Caso adote denominação, será obrigatória a referência ao objeto social; • Mas, adotando firma ou denominação, será obrigatória a identificação do tipo societário: “comandita por ações” ou “C/A”; • Observe: no caso de firma, de um ou mais acionistas com responsabilidade ilimitada, é obrigatório o uso da expressão “e companhia” ou “& Cia.”; • Exemplificando (alternativas para o nome): • Francisco Ferrari e Companhia, Comandita por Ações, ou, • C/A Silva, Souza & Cia., ou, ainda, • Universo Livros Jurídicos C/A. • Responsabilidade: somente o acionista diretor desta sociedade (também chamado gerente) tem qualidade para administrar a sociedade e como tal tem responsabilidade subsidiária e ilimitada pelas obrigações sociais (CC, art. 1.091). Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais (art. 1.091, § 1º); • Os demais acionistas não diretores respondem limitadamente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir (Lei n. 6.404/76, art. 1º), ou seja, respondem pelas obrigações sociais até o limite do que falta para a integralização das ações de que sejam titulares. • Observações finais: • A sociedade empresarial em recuperação judicial deve acrescer ao seu nome, em todos os atos, contratos e documentos, a expressão “em Recuperação Judicial” (Lei n. 11.101/05); • O empresário individual ou sociedade empresária, ao se registrar como microempresário ou empresário de pequeno porte, terá acrescido ao seu nome as expressões ME ou EPP, conforme determina o art. 72 da Lei Complementar n. 123/06. 4. Alteração do Nome Empresarial • O nome empresarial pode ser alterado (p.física ou jurídica), desde que respeitadas as normas já analisadas; • Formas de alteração: • 1) voluntária: depende unicamente da vontade de seu titular. No caso de sociedade empresária, dependerá da vontade majoritária ou conforme disposição prevista em cláusula contratual; • 2) obrigatória ou vinculada - (obedece ao princípio da veracidade): • 2.1 no caso de nomes baseados em firma: • a) saída, retirada, exclusão ou morte de sócio cujo nome constava da firma social; • Atenção: enquanto não se proceder à alteração do nome, o ex-sócio, ou seu espólio, continua a responder pelas obrigações sociais, tal como respondia (CC, art. 1.158, § 1º, e 1.165); • b) alteração da categoria de sócio (quanto à sua responsabilidade): se o seu nome civil integrava o nome empresarial, como o sócio comanditado que passa a comanditário e vice-versa, no caso de C/S; • ou, ainda, o diretor acionista que deixa as funções administrativas , não mais poderá ter o seu nome civil compondo o nome empresarial, no caso de C/A; • enquanto não alterada a razão social, o sócio continuará a responder pelas obrigações sociais, como se ainda integrasse a categoria anterior (CC. Art. 1.157); • c) alienação do estabelecimento por ato entre vivos: como regra, os empresários não podem alienar o nome empresarial (CC, art. 1.164); • Quanto às sociedades de pessoas, o que se permite é que a nova razão social contenha a declaração sucessor seguida da antiga firma; • O princípio da verdade não se aplica integralmente à denominação, que pode ser composta por nome civil do fundador ou pessoa que tenha concorrido para o bom êxito da empresa, ainda que não seja mais acionista (CC, art. 1.160, parágrafo único); neste exemplo, prevalece o princípio; • Feita essa ressalva, nada impede seja transmitida e outrem a denominação. • 2.2 outras formas de mudança obrigatória da firma ou denominação: • a) transformação: a sociedade empresária pode alterar o seu tipo societário (Ltda. para S/A, ou vice- versa). As regras de formação do nome devem ser observadas para cada tipo societário, procedendo-se as respectivas alterações, caso sejam incompatíveis; • efeitos da não alteração: ineficácia da transformação perante terceiros que contratarem com a sociedade; • b) lesão a direito de outro empresário: • sempre que o empresário lesar direito de outro empresário, como o de usar nome idêntico ou semelhante a este último, o primeiro será obrigado a alterar o seu nome, sob pena de alteração coercitiva e responsabilização por perdas e danos e danos morais, pois prevalece a anterioridade do registro idêntico ou semelhante. 5. Proteção ao Nome Empresarial • O direito protege o nome empresarial por duas razões: preservação da clientela e preservação do crédito; • Por isso, o empresário que teve seu nome imitado por outro, pode impedi-lo desse exercício ilegal; • Meios: em caso de identidade ou semelhança de nomes, o empresário que anteriormente haja feito uso dele terá o direito de obrigar o outro a acrescer ao seu nome distintivos suficientes ou até mesmo alterando o nome totalmente, se não houver outra forma de distingui-los (LRE, art. 35, V, CC, art. 1.163 e LSA , art. 3º, § 2º). • Mais: o art. 8º da Convenção de Paris sobre propriedade industrial prevê a proteção ao nome dispensando o registro no INPI; • O direito de exclusividade do nome deriva do princípio da novidade, conforme o qual devem ser prevenidos o engano e a confusão, bem como a concorrência desleal, desnecessário pois se trate de nomes idênticos; • é suficiente a mera possibilidade de induzir a erro ou equívoco, para que se não registre o nome. • A lei não esclarece o que seja nome idêntico ou semelhante; • A doutrina posiciona-se assim: • A identidade ou semelhança diz respeito somente ao núcleo do nome, ou nome pelo qual o empresário é identificado entre os consumidores e entre os fornecedores, Identifica, enfim, o sujeito. • Outros elementos identificadores que compõem o nome, como tipo societário, ramo de atividade e outras partículas devem ser desprezadas na análise da identidade ou semelhança. • Os exemplos de nome esclarecem: • Veleiros Porto do Sol Ltda. • Indústria e Comércio Porto do Sol S/A. • Observem: o núcleo do nome é idêntico – “Porto do Sol” – nome pelo qual o empresário é identificado. Assim, o empresário que primeiro registrou seu nome no Registro de Comércio, terá o direito de usá-lo com exclusividade. • Atenção: o Registro do Comércio (Junta) adota esse entendimento de restringirao núcleo do nome apenas quando se trata de denominação com expressões de fantasia incomuns; • Em relação às demais denominações e às firmas, recomenda o DREI que as Juntas levem em consideração a composição total do nome, sendo idênticos os homógrafos e semelhantes os homófonos (LRE, art. 35, V); • No campo penal, a lei considera a usurpação de nome como crime de concorrência desleal (LPI, art. 195, V).
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