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Nome empresarial A partir do momento em que registramos o empresário, ele deve adotar uma expressão para se identificar nas relações jurídicas - seu nome empresarial. O nome empresarial é aquele sob o qual o empresário, a empresa individual de responsabilidade limitada e as sociedades empresárias, exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentes. Não podemos confundir o nome empresarial com outras consignas que estão presentes: Marca; Nome fantasia/título de estabelecimento; Nome de domínio (endereço eletrônico do empresário). Exemplo: Nome empresarial: Petróleo do Brasil S.A. Nome fantasia: Petrobras Marca: ex. óleo Lubrax (produto da Petrobras) Nome de domínio: www.petrobas.com.br Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. Nome empresarial tem duas partes, sendo elas a firma e a denominação: a) Firma: espécie de nome empresarial formado por nome civil completo ou abreviado do empresário que desempenha a atividade (Ex.: Ramos; F. Ramos), podendo aditar-lhe o ramo da atividade, não é obrigatório (Ex.: F. Ramos livraria). Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. • Firma individual: quando se tratar de empresário individual. • Firma social: quando se tratar de sociedade empresária. b) Denominação: se distingue da firma porque ela só pode ser social. O empresário individual só pode atuar sob a firma. http://www.petrobas.com.br/ A firma pode ser composta por qualquer expressão linguística e a indicação do objeto social (ramo de atividade) é obrigatória nesse caso. (ex.: 11 de agosto distribuidora de livros jurídicos LTDA. - expressão linguística (11 de agosto), objeto social (distribuidora de livros jurídicos) e o traço distintivo do tipo societário limitada (LTDA.)) Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. (LTDA) § 1º A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. § 2º A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. (S.A. ou CIA.) ADM ocorre por meio de estatuto, que parte de seus recursos são captados no mercado de capitais Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa. Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações". A firma é usada pelos empresários individuais e pelas sociedades em que existam sócios de responsabilidade ilimitada (ex.: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita por ações, sociedade em comandita simples), enquanto a denominação é usada, em regra, pelas sociedades em que todos os sócios respondem de forma limitada (sociedade limitada LTDA. e a sociedade anônima S.A.) No entanto, temos que ter atenção, pois a sociedade ilimitada pode usar a firma social, e a sociedade comandita por ações pode usar firma, deverá depender de como cada um dos sócios responderá perante as suas relações empresariais sobre terceiros. A depender do tipo societário utilizado, o nome empresarial vai variar conforme a espécie e estrutura dessa sociedade que está sendo construída. • F. Ramos editora ou Ferreira & Cia*. Editoras: sociedade com sócio de sociedade ilimitada que opera sob firma. *& Cia. = mais sócios que têm responsabilidade ilimitada (o sócio responde pelas relações sociais da sociedade com seu próprio patrimônio). Sociedade anônima: opera sob uma designação que indica o objeto social e sua forma societária (S.A. e CIA.) As expressões das sociedades anônimas estarão sempre no início ou no meio, porém nunca no final do nome. Ex.: Companhia do Metropolitano de São Paulo e Petroleo do Brasil S.A. Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação. Princípios do nome empresarial • Veracidade: o nome empresarial não pode ter nenhuma informação falsa. Podemos destacar consequências a respeito desse princípio no nome empresarial, como exemplo o § 3º do art. 1.158: “A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.” Os administradores que realizarem qualquer atividade de natureza empresarial omitindo a insígnia LTDA, irão responder de maneira solidária e ilimitada, uma vez que a insígnia sirva para que seja anunciada para a sociedade qual o limite da responsabilização daqueles que estão negociando. • Novidade: proibição de se registrar um nome empresarial igual ou muito parecido (nome empresarial) com outro já registrado. CC, art. 1.163: “O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro.” e CC, art. 1.166: “A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado; Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial.". Inalienabilidade do nome empresarial Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. O § único coloca a possibilidade de alienação, e de que o contrato seja negociado contemplando também o nome empresarial. Estabelecimento empresarial É o que denominamos como fundo de empresa. Conjunto de bens materiais e imateriais que o empresário utiliza para o exercício da empresa. Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. O lugar que o empresário realiza suas atividades é só um dos elementos que irão compor esse estabelecimento comercial. Ele também é composto por bens materiais (máquinas etc.) e imaterial (marcas, patentes etc.). Não podemos confundir o estabelecimento empresarial com o patrimônio do empresário. O patrimônio do empresário é o conjunto de bens, direitos e ações que pertencem a uma pessoa física ou jurídica suscetível de apreciação econômica. Nem todos os bens que compõem o patrimônio serão também componentes do estabelecimento empresarial. É importante que o bem tenha um liame com o exercício da atividade fim do empresário. Temos algumas discussões dentro do DE que tentam definir a natureza jurídica do Direito Empresarial, mas prevalece aquela que compreende o estabelecimento empresarial como uma universalidade de fato, conjunto de elementos que irão se reunir por ato de vontade que podem ser concebidos como uma coisa unitária, uma vez unidos formam uma coisa nova. Embora o estabelecimento comercial não compreenda obrigações obrigacionais do titular, mas só do complexo de bens que esse titular organiza para o exercício da utilidade, o CC também se preocupa com os efeitos das negociações que envolvem o estabelecimento. Essa expressão são as disposições dos arts. 1.143 e 1.144. O nome empresarial comporta o patrimônioimaterial, no entanto não pode ser alienado, exceto quando se coloca dentro do estabelecimento (universalidade - TRESPASSE). Nessa situação teremos a aplicação do art. 90 e 91 do CC. Requisitos de eficácia do trespasse perante terceiros. Não é condição de validade do contrato. Se o trespasse for realizado de maneira regular, respeitando o art. 1.144 e 1.145, podemos analisar como o Código disciplina os efeitos dessa negociação. Eficácia tem a ver com efeitos, e a regularidade desses requisitos de eficácia do trespasse perante terceiros é o que vai dizer qual vai ser o efeito sobre aquele terceiro. 1º efeito: art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. Sucessão empresarial - o adquirente do estabelecimento empresarial responde pelas dívidas existentes por aquele que vendeu aquele estabelecimento, universalidade de fato, mas desde que essas dívidas estejam contabilizadas, constem na estruturação. Essas dívidas são as que o adquirente conhecerá quando fechar o negócio. O alienante ficará solidariamente responsável por essas dívidas no prazo de um ano. O prazo conta de uma maneira diferente. Se a dívida já vencida é contada a partir da publicação do contrato de trespasse, e se forem vincendas, o prazo contará a partir do dia do seu vencimento. Só serão aplicadas nas dívidas dos empresários decorrentes da empresa. Se é dívida tributária e trabalhista, será outro regime próprio. Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato. Disciplina o que chamamos de cláusula de não concorrência. É uma decorrência lógica da aplicação do princípio da boa-fé objetiva das relações contratuais.
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