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14 Vascularização do encéfalo

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1 
 
Capítulo 14 – Vascularização Arterial do Encéfalo 
Irrigando o pensamento 
 
 
Augusto Valadão Junqueira 
 
 
Vascularização do encéfalo: porção arterial 
 
 O suprimento arterial do encéfalo é feito essencialmente por dois 
sistemas: o sistema carotídeo interno (ou sistema anterior) e o sistema 
vertebrobasilar (ou sistema posterior). Será feita aqui uma descrição breve 
de cada um, mencionando alguns dos principais ramos para que se tenha uma 
boa noção geral da vascularização encefálica. 
 
 
Figura 14.1 – Ramos do arco da aorta. (Ilustrações: Anuska M. O. Lagrotta Pittella) 
Capítulo 14 – Vascularização Arterial do Encéfalo 
 
2 
 
 Vale relembrar a anatomia dos principais ramos da aorta para que se 
possa ter um bom entendimento da origem de cada um desses sistemas. O 
tronco braquiocefálico direito, ramo da aorta, divide-se em artéria subclávia 
direita e artéria carótida comum direita; a artéria subclávia esquerda e a artéria 
carótida comum esquerda são, por outro lado, ramos diretos da aorta. A artéria 
carótida comum de cada lado divide-se em artéria carótida interna e artéria 
carótida externa, enquanto a artéria vertebral (direita e esquerda) se origina 
na artéria subclávia, uma de cada lado. Os dois sistemas acabam se 
encontrando no polígono de Willis (ou círculo arterial do cérebro), 
representado a seguir. 
 
 
Figura 14.2 – Polígono de Willis, como visto na face inferior do encéfalo. 
Capítulo 14 – Vascularização Arterial do Encéfalo 
 
3 
 
 
Figura 14.3 – Posição do Polígono de Willis no encéfalo. 
 
 Cada artéria carótida interna termina seu trajeto dividindo-se em artéria 
cerebral anterior e artéria cerebral média, além de emitir o ramo que 
forma a artéria comunicante posterior, responsável por ligar a porção final 
das artérias carótidas internas às artérias cerebrais posteriores (ligando, assim, 
o sistema anterior ao sistema posterior). 
 As artérias vertebrais de cada lado se unem para formar a artéria 
basilar, que termina se dividindo em dois ramos: uma artéria cerebral 
posterior de cada lado. 
 Somando-se a isso a artéria comunicante anterior, que liga as 
artérias cerebrais anteriores de cada lado (ligando o sistema anterior direito ao 
esquerdo), temos o básico do círculo arterial do cérebro, estrutura responsável 
por garantir a circulação colateral do encéfalo em caso de obstrução de alguma 
das principais artérias que para ele se dirigem. 
 Não é necessário neste momento saber em detalhes o território de 
irrigação de cada ramo das principais artérias, mas é importante saber ao 
menos o território de irrigação geral das duas artérias que se originam do 
Capítulo 14 – Vascularização Arterial do Encéfalo 
 
4 
 
sistema carotídeo interno (cerebral anterior e média) e da que se origina do 
sistema vertebrobasilar (cerebral posterior). 
 
(FIGURA X.3 – TERRITÓRIOS DE IRRIGAÇÃO DAS A. CEREBRAIS) 
 
 As artérias cerebrais anteriores emitem ramos que irrigam a porção 
medial dos hemisférios cerebrais (e uma pequena parte da superfície póstero-
lateral). Uma implicação clínica importante desta distribuição é a presença do 
lóbulo paracentral nesta região, que inclui as partes relativas aos membros 
inferiores tanto da área motora primária (M1) quanto da área somestésica 
primária (S1). Obstrução dos ramos de uma das artérias cerebrais anteriores 
pode causar, assim, perda de força e sensibilidade no membro inferior contra-
lateral. 
 As artérias cerebrais médias são responsáveis por irrigar a maior 
parte da superfície póstero-lateral do encéfalo. Dentre os muitos sintomas 
possíveis da obstrução de seus ramos está o acometimento de M1 e S1 
(afetando principalmente os membros superiores e a face) e as afasias, por 
lesões nas áreas de Wernicke ou Broca. Um ramo importante da artéria 
cerebral média é a artéria lentículo-estriada (que se divide em vários ramos 
chamados simplesmente de artérias lentículo-estriadas), que irriga uma extensa 
porção interna dos hemisférios cerebrais, incluindo a região onde ficam os 
núcleos da base e a cápsula interna. 
 As artérias cerebrais posteriores emitem ramos para a face inferior 
do lobo temporal e para o lobo occipital, irrigando áreas que estão ligadas 
essencialmente à visão. 
 Um detalhe digno de nota é saber que a artéria carótida interna, antes 
de terminar seu trajeto, emite a chamada artéria oftálmica, cujos ramos são 
responsáveis por irrigar a retina e o globo ocular. Um dos ramos desta artéria 
oftálmica, a chamada artéria nasal dorsal, possui uma anastomose com a 
artéria angular, derivada da artéria facial, ramo da artéria carótida externa. 
Dessa forma a irrigação ocular pode ser mantida parcialmente por essa 
anastomose, através do sangue advindo da artéria carótida externa, em caso 
de obstrução da carótida interna.

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