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Professor: Luís Cláudio Lopes de Araújo ““AA MMaatteemmááttiiccaa éé oo aallffaabbeettoo ccoomm oo qquuaall DDeeuuss eessccrreevveeuu oo uunniivveerrssoo.."" GGaalliilleeuu GGaalliilleeii PPrróó--RReeiittoorriiaa AAccaaddêêmmiiccaa DDiirreettoorriiaa AAccaaddêêmmiiccaa AAsssseessssoorriiaa ddee EEdduuccaaççããoo aa DDiissttâânncciiaa Matemática I - Fundamentos ´ ii Matemática I - Fundamentos Apresentação Seja bem-vindo (a) ao curso de Nivelamento em Matemática I – Fundamentos. Este material foi organizado, a fim de atender a modalidade de ensino a distância proposta para a disciplina. Para tanto, foi constituído de forma a evidenciar a autonomia e a disciplina do aluno, utilizando conteúdos e atividades especialmente selecionados e apresentados em linguagem clara e objetiva, de modo a facilitar o processo de aprendizagem. É importante que você leia o Manual do aluno, disponível no ambiente virtual, para conhecer as características dos cursos de Educação a Distância – EAD e os procedimentos que deverá adotar, a fim de ser bem-sucedido em mais essa jornada. Você terá constante acompanhamento de seu professor tutor e da equipe de EAD e poderá ter suas dúvidas sanadas. Para que isso ocorra, entre em contato com o professor tutor por meio do ambiente virtual. As dúvidas de cunho acadêmico ou de outra ordem você poderá encaminhar à equipe de EAD por meio do uniceubvirtual@uniceub.br. A Assessoria de Educação a Distância do UniCEUB está à disposição para atendê-lo (a) no fornecimento de informações adicionais que venham a contribuir para o seu sucesso acadêmico e profissional. Conte conosco. Assessoria de Educação a Distância do UniCEUB iii Matemática I - Fundamentos SUMÁRIO PALAVRAS DO PROFESSOR TUTOR ............................................................... V PLANO DE ENSINO ............................................................................................... VI PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................... VII AVALIAÇÃO E RENDIMENTO ........................................................................................... VIII POR QUE APRENDER MATEMÁTICA É TÃO DIFÍCIL? ............................ 1 UMA REFLEXÃO SOBRE A APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA .......................................... 1 MÓDULO I .................................................................................................................. 3 UNIDADE I - ALGUMAS IDEIAS MATEMÁTICAS SIMPLES .................. 3 EXPRESSÕES ALGÉBRICAS SIMPLES ................................................................................ 4 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 = 𝑎 + 𝑏𝑥. ............................................................................................................ 6 OPERADORES ARITMÉTICOS E HIERARQUIA DE OPERAÇÕES ......................................... 6 MÚLTIPLOS E MÚLTIPLOS COMUNS ................................................................................ 10 1º MÉTODO PARA ENCONTRAR O MMC ................................................................................... 11 2º MÉTODO PARA ENCONTRAR O MMC (PROCEDIMENTO PRÁTICO) .............................................. 12 UNIDADE II ............................................................................................................. 14 OPERAÇÕES COM FRAÇÕES ............................................................................. 14 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE FRAÇÕES.............................................................................. 14 FRAÇÕES EQUIVALENTES ............................................................................................... 16 DE VOLTA AO PROBLEMA MOTIVADOR ........................................................................... 18 VIDEOAULA SOBRE FRAÇÕES ......................................................................................... 19 MULTIPLICANDO FRAÇÕES ............................................................................................. 20 DIVISÃO DE FRAÇÕES .................................................................................................... 23 PROPRIEDADES DE POTÊNCIAS ...................................................................................... 25 SÍNTESE DO MÓDULO ..................................................................................................... 33 MÓDULO 2 ................................................................................................................ 34 UNIDADE I ............................................................................................................... 34 O QUE É UMA EQUAÇÃO? .................................................................................. 34 PROPRIEDADES DA IGUALDADE ..................................................................................... 35 COMO RESOLVER EQUAÇÕES DE 1º GRAU .................................................................... 37 UNIDADE II – PORCENTAGEM ....................................................................... 39 ALDEIA TERRA ................................................................................................................ 39 PORCENTAGEM NO COMPUTADOR .................................................................................. 40 SIGNIFICADO DE PORCENTAGEM E SUA REPRESENTAÇÃO ........................................... 41 CÁLCULO DE PERCENTUAL DE VALORES ........................................................................ 42 CÁLCULO DE ACRÉSCIMO PERCENTUAL ......................................................................... 43 CÁLCULO DE DECRÉSCIMO PERCENTUAL: DESCONTO .................................................. 45 SITUAÇÕES-PROBLEMAS ENVOLVENDO PORCENTAGENS ............................................. 49 SÍNTESE DO MÓDULO ............................................................................................................ 54 iv Matemática I - Fundamentos MÓDULO 3 ................................................................................................................ 55 JUROS SIMPLES ............................................................................................................... 55 JUROS COMPOSTOS ........................................................................................................ 61 FINANCIAMENTO COM JURO COMPOSTO ....................................................................... 66 COMO RETIRAR OS JUROS EMBUTIDOS EM UMA PRESTAÇÃO ...................................... 68 SÍNTESE DO MÓDULO ............................................................................................................ 70 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 70 PALAVRAS DO PROFESSOR TUTOR Prezados (as) alunos (as), sejam bem-vindos (as)! Vamos iniciar o curso de Nivelamento em Fundamentos de Matemática. Durante este período, eu serei o seu orientador, e, juntos, vamos (re)aprender o básico de matemática. O meu nome é Luís Cláudio Lopes de Araújo, e eu sou graduado pela Pontifícia Universidade Católica – PUC de Goiás, mestre em Matemática Pura pela Universidade de Brasília – UnB e doutorando também pela UnB. Trabalho no UniCEUB desde o ano 2000 e ministro aulas em disciplinas de matemática dos cursos de Engenharia de Computação, Engenharia Civil e Ciência da Computação. Já orientei alunos em Iniciação Científica e Trabalho de Conclusão de Curso no UniCEUB, tenho três artigos publicados e dois livros em fase de ajuste final para publicação.Caso queira conhecer um pouco mais sobre minhas atividades profissionais, visite meu currículo no http://lattes.cnpq.br/0997996805449960 A partir deste momento, estou à disposição para ajudá-lo (a) a compreender os fundamentos de Matemática e aplicá-los sempre que tiver necessidade. Um grande abraço! Professor Luís Cláudio LA Olá! Seja bem-vindo (a)! O meu nome é Luís Cláudio, e eu vou orientá-lo (a) para que você possa obter o máximo deste curso. PLANO DE ENSINO O plano de ensino é um documento importante para entender a rotina e os pontos norteadores do nosso curso. Verifique com atenção como se dará o processo de avaliação e como os conteúdos estão apresentados. Em caso de dúvida, entre em contato por e-mail, ou pela plataforma Moodle. EMENTA Números: representação, operações com números naturais, inteiros e racionais. Propriedades da igualdade e equações. Porcentagem. Aplicações. Matemática financeira básica: conceito, importância e noções de uso de planilha eletrônica. Análise e resolução de problemas matemáticos. OBJETIVO DA DISCIPLINA Capacitar o aluno a construir uma base de conhecimentos que permita perceber a matemática como importante conteúdo para a tomada de decisões e solucionar problemas matemáticos relacionados a assuntos de âmbito pessoal, profissional e acadêmico. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Capacitar o aluno a desenvolver habilidades e competências que lhe permitam: Utilizar operações matemáticas na solução de problemas relacionados a números racionais, equações, porcentagem e matemática financeira básica. Resolver problemas reais por meio da matemática. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Módulo I Ideias matemáticas simples Múltiplos e Mínimo Múltiplo Comum Operações básicas Operações com frações Propriedades de potência vii Matemática I - Fundamentos Módulo II Propriedades da igualdade Equações de 1° grau Porcentagem Juros simples Módulo III Juros compostos Amortização PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A disciplina será ministrada de forma semipresencial, com dois encontros presenciais e utilização do ambiente virtual Moodle. Nos encontros presenciais, serão realizadas as seguintes atividades: Primeiro dia de aula: apresentação da disciplina e da metodologia e treinamento no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, em Laboratório de Informática. Haverá uma avaliação diagnóstica que identificará o nível de conhecimento do aluno e medirá, junto com a avaliação final, a evolução do aluno durante o curso. Último dia de aula: reforço dos pontos mais importantes da disciplina, esclarecimentos de dúvidas e avaliação da aprendizagem e da disciplina. Os dois encontros presenciais ocorrerão aos sábados, no horário das 08h30 às 11h30. Para o desenvolvimento do conteúdo ministrado a distância, os alunos terão à disposição a seguinte estrutura no AVA: 1. Material didático com o conteúdo da disciplina para estudo e interação, disponível para download e impressão. 2. Vídeos com explicações sobre o conteúdo da disciplina. 3. Fórum de discussão de assuntos específicos da disciplina. 4. Fórum de notícias para comunicação entre o professor e os alunos. 5. Fórum social destinado a conversas informais, não tendo ligação direta com os eventos do curso. viii Matemática I - Fundamentos A distribuição da carga horária da disciplina é a seguinte: 06 horas para os encontros presenciais e 24 horas para o desenvolvimento das atividades a distância, incluídas a utilização do AVA e o tempo para estudos. AVALIAÇÃO E RENDIMENTO O processo avaliativo ocorrerá em três momentos e com os seguintes percentuais: 1. A participação no fórum de discussão dos assuntos específicos da disciplina corresponderá a 20% da menção. 2. Os exercícios solicitados pelo professor e postados na plataforma, conforme cronograma de atividades da disciplina, resultarão em 25% da avaliação. 3. A prova final será realizada durante o último encontro presencial e equivalerá a 55% da menção. O aluno que, após a avaliação final, não conseguir a média final MM, mas tiver participação comprovada nas atividades mediadas de 75% e nas presenciais de 100%, poderá fazer a prova de recuperação. A aferição da frequência será contabilizada pela plataforma Moodle, e o aluno deverá ter participação em, no mínimo, 75% das atividades programadas. A frequência é obrigatória nos encontros presenciais, sendo reprovado o aluno faltoso. INTRODUÇÃO POR QUE APRENDER MATEMÁTICA É TÃO DIFÍCIL? UMA REFLEXÃO SOBRE A APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA Alguma vez você já se perguntou: por que aprender matemática é tão difícil? Por que há tanta reprovação em matemática? Vamos apresentar, a seguir, alguns dados estatísticos e a importância do estudo da matemática. No ano de 2004, o Brasil foi o último colocado no Programa Internacional para Avaliação de Alunos, ou PISA, sigla em inglês para Programme for International Student Assessment, avaliação feita a cada três anos. No ano de 2007, o Brasil deixou de ser o pior para ser o terceiro pior, ficando em 54º lugar entre 57 países. A figura 1 mostra os dez primeiros e os dez últimos colocados no PISA de 2007. FIGURA 1: FONTE: ESTADÃO Na figura a seguir, verificamos a posição dos estados brasileiros. O Maranhão é o último colocado, e o Distrito Federal ocupa o primeiro lugar, seguido de Santa Catarina e Rio Grande do Norte (Figura 2). 2 Matemática I - Fundamentos FIGURA 2: FONTE: ESTADÃO Os dados apontados pelo PISA estão de acordo com o que se percebe nas escolas brasileiras, em todos os níveis: fundamental, médio e superior. Muitos alunos veem a matemática como uma disciplina desnecessária. Não percebem sua importância e não valorizam o que estudam em sala de aula. Muitos julgam a matemática como uma disciplina de difícil aprendizado e preocupam-se em aprender o necessário para ser aprovados nos exames que precisam realizar. Observa-se que muitos professores não conseguem evoluir o conteúdo de suas séries e não se esforçam para adotar métodos atrativos que contribuam para o aprendizado. Assim, embora o aluno seja aprovado ao longo dos anos (quando consegue passar), ao término do ensino médio, é possível encontrar os que não conseguem resolver problemas simples e operações básicas de matemática. Se esses estudantes chegam ao ensino superior, trazem a deficiência com eles, e, consequentemente, as disciplinas que fazem uso de conteúdo matemático têm alto índice de evasão e reprovação. Então, você pode perguntar-se: o que tudo isto tem a ver com a disciplina de Nivelamento em Fundamentos de Matemática? O que se pretende com esta disciplina? O objetivo desta disciplina é proporcionar aos estudantes a oportunidade de (re)aprender conceitos matemáticos importantes, principalmente, para sua vida acadêmica. MÓDULO I Neste módulo, faremos um passeio pelos principais assuntos de matemática básica. Discutiremos os operadores aritméticos, a hierarquia das operações, os múltiplos, o mínimo múltiplo comum, a lógica das operações com frações, as propriedades de potências e como contribuem para as operações com expressões algébricas. UNIDADE I - ALGUMAS IDEIAS MATEMÁTICAS SIMPLES É comum pessoas leigas dizerem: “em matemática, fazem-se contas com letras”. Isso não étotalmente verdade. Quando escrevemos 2𝑥 + 1, o símbolo 𝑥 representa um número. Que número é esse? Não está explicitado o número que esse símbolo representa; então devemos ver 𝑥 como um número qualquer. Daí, 2𝑥 + 1 representa o dobro (resultado que se obtém quando se multiplica um número por 2) de um número mais um. Se o número for 3 escrevemos 𝑥 = 3, e, no caso, a expressão tomará o valor particular. 2.3 + 1 = 6 + 1 = 7 Podemos escrever o conjunto de símbolos para representar esta ideia: 2𝑥 + 1 𝑥=3 “O valor da expressão 2𝑥 + 1 quando o 𝑥 assumir o valor 3” e assim: 2𝑥 + 1 𝑥=3 = 2.3 + 1 = 6 + 1 = 7 A seguir, faça o exercício em que você deverá encontrar o valor numérico da expressão algébrica. Usamos a notação discutida anteriormente. Vamos lá? Exercício 1) Encontre o que se pede (use o espaço em branco para escrever). 5𝑥 + 3 𝑥=5 = 3𝑥 − 3 𝑥 + 2 𝑥=7 = 1 4 Matemática I - Fundamentos No decorrer deste estudo, estas ideias serão retomadas com outras expressões. A seguir, vamos tentar entender como fazer algumas operações com expressões algébricas. EXPRESSÕES ALGÉBRICAS SIMPLES Quando escrevemos 2𝑥 + 7𝑥 = 9𝑥, significa que não importa o valor que se coloque no lugar de 𝑥 . Sempre que se adicionar um número qualquer multiplicado por dois (2. 𝑥) a esse mesmo número multiplicado por sete (7. 𝑥), é igual a tomar este mesmo número e multiplicá-lo por nove (9. 𝑥). Confira alguns exemplos. Caberá a você completar a tabela com os números que faltam. TABELA 1: TENTE ENTENDER O QUE ACONTECE EM CADA COLUNA; ASSIMILE A IDEIA E COMPLETE A CÉCULA QUE ESTÁ EM BRANCO. 𝒙 𝟐. 𝒙 𝟕. 𝒙 𝟐𝒙 + 𝟕𝒙 𝟗. 𝒙 𝟏 2.1 = 2 7.1 = 7 2 + 7 = 9 9.1 = 9 𝟖 2.8 = 16 7.8 = 56 16 + 56 = 72 9.8 = 72 𝟏𝟑 2.13 = 26 7.13 = 91 26 + 91 = 117 9.13 = 117 2.4 = 8 8 + 28 = 36 9.4 = 36 𝟓 7.5 = 35 10 + 35 = 45 Observe o que a ilustração sugere. Em símbolos, podemos, então, escrever que: 2. 𝑥 + 7. 𝑥 = 9. 𝑥 Ou simplesmente: 2𝑥 + 7𝑥 = 9𝑥. Desse modo, onde aparecer a expressão 2𝑥 + 7𝑥, podemos trocar pela expressão 9𝑥, porque estas expressões retornam o mesmo valor quando 𝑥 for substituído por um número qualquer. De forma análoga, podemos escrever: 4𝑥 + 12𝑥 = 16𝑥 3𝑥 + 1 + 8𝑥 = 3𝑥 + 8𝑥 + 1 = 11𝑥 + 1. Usamos símbolos para representar ideias, e, em matemática, isso é o que há de mais comum, pois esse conteúdo trabalha com ideias lógicas; para isso, usamos símbolos. Observe o seguinte exercício com as cores diferenciadas abaixo: 4𝑥 + 1 + 3𝑥 + 2 = 4𝑥 + 3𝑥 + 1 + 2 = 7𝑥 + 3 5 Matemática I - Fundamentos É possível que o estudante escreva: 7𝑥 + 3 = ?? 10𝑥. Seria isso verdade? Podemos adicionar o 7 com o 3? Então, faça o seguinte exercício e perceba a resposta. Que tal dois exercícios para fixar as ideias discutidas até aqui? Tenho certeza de que você conseguirá. Em caso de dúvidas, entre em contato com o seu tutor no Ambiente Virtual de Aprendizagem. EXERCÍCIOS 2) Complete as células que faltam, respondendo à pergunta ao final. Na última linha, escolha o valor qualquer para 𝑥 e preencha o restante das células. 𝒙 𝟕. 𝒙 𝟕. 𝒙 + 𝟑 𝟏𝟎𝒙 São iguais? (Sim ou não?) 𝟏 7. 1 = 7 7 + 3 = 10 10. 1 = 10 𝟖 7. 8 = 56 10. 8 = 80 𝟏𝟎 70 + 3 = 73 10. 10 = 100 3) Escreva as suas conclusões. Quando estamos diante de expressões do tipo 7𝑥 + 3, podemos dizer que o resultado será 10𝑥? Se a expressão for 20𝑥 − 5, podemos dizer que a resposta será 15𝑥? De modo geral (veja se entende a simbologia), é verdade que 𝑎. 𝑥 + 𝑏 dará como resposta 𝑎 + 𝑏 𝑥? Por quê? (Sua resposta pode ser um pequeno texto). _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ ATENÇÃO Esse é um erro bastante comum, mas, se tudo correr bem, você perceberá se esta é uma propriedade válida ou não. 6 Matemática I - Fundamentos Em estudos futuros, atente a isto. Veja se você não está cometendo este erro. De modo geral, o que vale é o seguinte: 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 = 𝑎 + 𝑏 𝑥. OPERADORES ARITMÉTICOS E HIERARQUIA DE OPERAÇÕES No caso de operadores aritméticos +, − × e ÷, eles transformam um par de números em um terceiro número. Por exemplo, os números 12 e 3 são transformados pelo operador ÷ no número 4, e escrevemos: 12 ÷ 3 = 4. Os números 5 e 7 são transformados pelo operador × no número 35, e escrevemos: 7 × 5 = 35; os números 8 e 6 são transformados pelo operador – no número 2, e escrevemos: 8 − 6 = 2, e assim por diante. É possível compor estes operadores, anotando várias operações como, por exemplo: 2 + 3 × 5. Pegue uma calculadora simples e digite a sequência: Observe o número encontrado. O número que, provavelmente, você encontrará é 25 embora não seja a resposta correta. A mesma sequência digitada em uma calculadora científica terá o valor 17, que é a resposta correta. Por quê? A calculadora científica está preparada para considerar a hierarquia das operações enquanto a calculadora comum faz as operações à medida que os valores são colocados em sua memória. Por que esta hierarquia é importante? Imagine um engenheiro, fazendo as anotações dos cálculos para determinar a espessura que deverá ter o ferro para uma viga de sustentação de uma ponte. Caso outros engenheiros, do outro lado do planeta, tenham acesso àquelas anotações, poderiam encontrar uma espessura diferente se as contas fossem feitas de outra forma. Seria um desastre para a construção civil, não é verdade? Por isso, um cálculo feito aqui, no Japão, na Alemanha, em França ou em qualquer outro lugar deve sempre resultar no mesmo valor. A conta 2 + 3 × 5 deve retornar 17 em qualquer parte do mundo. Estabelecemos, então, o seguinte: 1. Primeiro, resolvemos multiplicação e divisão; 2. Depois, resolvemos adição e subtração. 7 Matemática I - Fundamentos Com isso em mente, não é difícil entender o porquê de 2 + 3 × 5 ser 17 e não 25. Primeiro, resolve-se a multiplicação e assim: 2 + 3 × 5 = 2 + 15 = 17. Caso se queira avisar que a adição deve ser feita antes da multiplicação, deve fazer-se uso dos delimitadores ( ) , [ ] e { } (parênteses, colchetes e chaves). Havendo mais de um delimitador, resolve-se, primeiramente, o que está entre parênteses, depois, o que está entre colchetes e, finalmente, o que está entre chaves. Veja um exemplo: 3 × 15 − 8 ÷ 6 − 4 × 15 − 14 . Para facilitar a visualização, vamos usar cores para destacar o que deve ser feito em cada passo. O que estiver com a cor preta deve repetir-se de um passo para o outro. Vamos lá? 3 × 15 − 8 ÷ 6 − 4 × 15 − 14 = 3 × 15 − 8 ÷ 6 − 4 × 1 = 3 × 15 − 8 ÷ 6 − 4 × 1 = 3 × 15 − 8 ÷ 6 − 4 = 3 × 15 − 8 ÷ 2 = 3 × 15 − 8 ÷ 2 = 3 × 15 − 4 = 3 × 15 − 4 = 3 × 11 = 3 × 11 = 33. O valor da expressão é, portanto, 33. Em qualquer parte do planeta onde este mesmo cálculo for feito, o resultado não poderá ser diferente do encontrado aqui. Observe que estamos tratando de algo importante. A QUINTA OPERAÇÃO Qual é o tipo de número com que uma criança tem contato à medida que vai crescendo? Ela conta o número de dedos que tem na mão, sua idade, o número de brinquedos que tem etc. Você nunca verá uma criança ser indagada sobre alguma quantidade, e ela responder 𝜋 ou 2 ou algo parecido. A resposta para contagem é: 1, 2, 3, 4, 5,⋯. A esse conjunto de números que usamos para contagem, dá-se o nome de números naturais, representado com o símbolo ℕ. Assim, onde aparecer esse símbolo, está-se tratando deste conjunto de números, ou seja: ℕ = 1, 2, 3, 4, 5, ⋯ . Se a esse conjunto juntarmos o zero e os opostos desses, vamos encontrar outro conjunto chamado de números inteiros e usar o símbolo ℤ para representá-lo. Assim: ℤ = ⋯ − 5, −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, ⋯ . Em se tratando de números inteiros, podemos ver a multiplicação como a adição de parcelas iguais, como, por exemplo: 8 Matemática I - Fundamentos −3 − 3 − 3 − 3 − 3 5 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 5 × −3 = −15 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 = 8 × 2 = 16. 8 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 Entretanto, essa ideia perde-se quando se trabalha, por exemplo, com frações. A soma 2 3 + 6 7 não significa que a fração 6 7 será adicionada 2 3 vezes. Há nova operação que surge da multiplicação de fatores 1 iguais. Observe alguns exemplos: 2 × 2 × 2 × 2 × 2 × 2 × 2 7 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 27 1,5 × 1,5 × 1,5 × 1,5 × 1,5 5 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = (1,5)5 5 × 5 × 5 3 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 53. Essa é uma ideia relacionada com a quantidade de fatores, correto? Uma quantidade de fatores é um número natural. Quando queremos dizer que um elemento qualquer está (ou pertence) a um conjunto, usamos a seguinte notação: "𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ∈ 𝐶𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜". Por exemplo, 7 é um número natural, e, assim, escrevemos 7 ∈ ℕ. Quando queremos dizer que certo elemento não está em um conjunto, usamos a seguinte notação: "𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ∉ 𝐶𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜". O número −4 não é um número natural, e , assim, escrevemos: −4 ∉ ℕ. Vamos usar um conjunto de símbolos para representar uma ideia. Veja se você consegue entender: se 𝑛 ∈ ℕ e 𝑎 é um número qualquer, então: 𝑎𝑛 = 𝑎 × 𝑎 × ⋯ × 𝑎 𝑛 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 Você conseguiu entender a ideia que está exposta em símbolos? O símbolo pequeno que aparece escrito acima é chamado de expoente, e o número que aparece abaixo é chamado de base. Assim, se o expoente for um número inteiro, indica quantas vezes devemos multiplicar a base por ela mesma. Caso o expoente não seja um número natural, perde-se a ideia de multiplicar a base por ela mesma em quantidade de vezes. 1 Fator é o nome que damos a cada parte da multiplicação. Por exemplo, quando escrevemos 2 × 3 = 6, os números 2 e 3 são chamados de fatores, e 6 é chamado de produto. 9 Matemática I - Fundamentos Por exemplo, em 3−5, 4 1 3 , 80,33333 … , o expoente não indica que a base será multiplicada por ela mesma a quantidade de vezes que aparece no expoente, porque, nesse caso, o expoente não representa uma quantidade. Isso será objeto de estudo futuro. No momento, vamos trabalhar com potências cujo expoente é natural. A potenciação pode ser considerada como a quinta operação. A SEXTA OPERAÇÃO A sexta operação desfaz o que a potenciação fez. Observe os seguintes exemplos: Quando escrevemos □2 = 4 , estamos tratando de um número que, elevado ao quadrado, dá como resposta 4. Qual é o número que, multiplicado por ele mesmo duas vezes, dará a resposta 4? Podemos escrever a pergunta assim: 4 2 ou 4. A resposta para este caso é 2, pois 22 = 4. Quando escrevemos □4 = 81, estamos tratando de um número que, elevado à quarta potência, dá como resposta 81. Ao invés de escrever □4 = 81, podemos escrever 81 4 . Esse número é 3, pois 34 = 3 × 3 × 3 × 3 = 81, e escrevemos 81 4 = 3. Você entende o que significa □𝑛 = 𝑎 ? Trata-se de um número que, elevado ao expoente 𝑛, dá como resposta o número indicado por 𝑎. Podemos usar o seguinte símbolo para representar essa ideia: 𝑎 𝑛 . A resposta será um número tal que elevado a 𝑛 será igual a 𝑎, correto? EXERCÍCIOS 4) Complete as tabelas seguintes. Pense um pouco. Não é difícil. 𝒂 𝒏 𝒂 𝒏 𝟒 2 4 2 = 2 𝟐𝟕 3 16 2 2 5 𝒂 𝒏 𝒂𝒏 𝟒 2 42 = 16 𝟓 3 2 1024 3 125 Qual é a sua resposta? Veja o resultado em nosso AVA, no link “Respostas dos exercícios propostos no livro didático”. Cuidado! A operação 23 não é igual a 2 × 3 = 6. O expoente, sendo um número natural, indica quantas vezes a base será multiplicada por ela mesma. Assim, 23 ≠ 6. 10 Matemática I - Fundamentos 5) Esta tarefa consiste em recortar a figura a seguir e formar um dominó. Esta folha está no anexo deste material. 6) Esta tarefa consiste em recortar a figura a seguir e formar um dominó. MÚLTIPLOS E MÚLTIPLOS COMUNS Chamamos de números naturais aqueles que usamos para fazer contagem. É o primeiro tipo de número com que o ser humano tem contato já na infância, quando aprende a contar os dedos da mão ou a quantidade de balas que recebe de sua mãe. Usaremos o símbolo ℕ para representar esse número. Assim, ℕ = 1, 2, 3, 4, ⋯ . Considere um número natural qualquer; pense no conjunto formado pelo produto desse número com todos os naturais. Por exemplo, considere o 11 Matemática I - Fundamentos número natural 3, que, multiplicado por sucessivos números naturais, teremos: 3 × ℕ = 3 × 1,2,3,4, ⋯ = 3, 6,9,12, ⋯ = 𝑀 3 . O conjunto obtido é chamado de conjunto de múltiplos positivos de 3. Analogamente, se quisermos encontrar os múltiplos positivos de 5, basta multiplicar este número por todos os números naturais e vamos obter: 𝑀 5 = 5 × ℕ = 5 × 1,2,3,4,5, ⋯ = 5,10,15,20,25, ⋯ . E assim sucessivamente. Os números pertencentes a esse conjunto são chamados de divisores positivos no número 5. Se olharmos para os múltiplos de dois números naturais, como, por exemplo, 2 e 3, vamos encontrar o seguinte: 𝑀 2 = 2,4,6,8,10,12,14,16,18,20,22,24,26,28,30,32,34,36, ⋯ 𝑀 3 = 3,6,9,12,15,18,21,24,27,30,33,36,39, ⋯ . Observe os números de cor diferente. Eles são múltiplos tanto de 2 quanto de 3. Podemos formar um novo conjunto, usando apenas os múltiplos comuns de 2 e 3. Neste conjunto, teríamos: 𝑀 2, 3 = 6,12,18,24,30,36, ⋯ . Desses números, o menor deles é 6, conhecido como Mínimo Múltiplo Comum. Vamos usar as iniciais MMC para representá-lo. Assim: 𝑀𝑀𝐶 2,3 = 6. Vejamos outro exemplo. Qual é o Mínimo Múltiplo Comum entre 4 e 12? 𝑀 4 = 4,8,12,16,20,24,28,32,36 ⋯ ; 𝑀 12 = {12,24,36, ⋯ } E, desse modo, os múltiplos comuns de 4 e 12: 𝑀 4,12 = 12,24,36 ⋯ . E, desses, o menor é o 12. Assim, o Mínimo Múltiplo Comum entre 4 e 12 será 12, ou seja, 𝑴𝑴𝑪 𝟒, 𝟏𝟐 = 𝟏𝟐. Em se tratando de números pequenos, é possível encontrar o mínimo múltiplo comum entre dois números mentalmente, mas como encontrar o MMC entre dois números cuja resposta não seja evidente. Há duas maneiras: i) Decompondo em fatores primos os dois números naturais: nesse caso, o MMC dos dois números será o produto dos fatores de base comum de maior expoente e os não comuns. ii) Usando um procedimento prático. 1º MÉTODO PARA ENCONTRAR O MMC Queremos ilustrar a forma (i) de encontrar o MMC de dois números naturais. Como exemplo, considere o problema de encontrar o MMC (48,360). Decompor em fatores primos é o mesmo que escrever como um produto de primos. Veja, por exemplo: 18 2 9 3 3 3 1 2.3² 12 Matemática I - Fundamentos Decompondo 48 em fatores primos, encontraremos 24 × 3 (neste exercício, você deve chegar à forma fatorada;confira o comentário na margem ao lado). Fazendo o mesmo com 72, encontraremos 23 × 32 × 5. Então, o produto dos fatores de base comum maior será: 24 × 32 (pare e certifique-se de que entendeu a proposição). Depois disso, multiplicamos pelos fatores não comuns (que, no caso, é apenas o 5). Assim, o MMC (48,360) será: 24 × 32 × 5 = 720. EXERCÍCIOS 7) Use o método explicado, para encontrar os mínimos múltiplos comuns entre: a) 36 e 48 b) 45 e 75 c) 120 e 18 2º MÉTODO PARA ENCONTRAR O MMC (PROCEDIMENTO PRÁTICO) Queremos ilustrar a forma (ii) de encontrar o MMC de dois números naturais. Como exemplo, considere o problema de encontrar o MMC (18,24). O procedimento consiste em colocar os dois números lado a lado e proceder de forma semelhante ao que se faz na decomposição em fatores primos. Veja o exemplo: 18, 24 2 9, 12 2 9, 6 2 9, 3 3 3, 1 3 1, 1 23 × 32 = 8 × 9 = 72 Uma explicação (em vídeo) para este procedimento você encontrará em nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Acesse nosso AVA e confira o vídeo que explica como encontrar o Mínimo Múltiplo Comum entre dois números naturais. Use este espaço para fazer os cálculos. 13 Matemática I - Fundamentos EXERCÍCIOS 8) Use o método explicado, para encontrar os mínimos múltiplos comuns entre: a) 36 e 48 b) 45 e 75 c) 120 e 18 Compare a resposta encontrada por meio dos métodos propostos nos exercícios 7 e 8. Saber encontrar o mínimo múltiplo comum entre dois números naturais é importante para que se possa trabalhar com adição e subtração de frações. 14 Matemática I - Fundamentos UNIDADE II OPERAÇÕES COM FRAÇÕES ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE FRAÇÕES Vamos começar com uma pergunta simples. Quanto é 1 2 + 1 3 ? Não é comum encontrar estudantes que digam que a resposta é 2 5 . Para encontrar este valor, adiciona-se 1+1 no numerador e 2+3 no denominador e assim: 1 + 1 2 + 3 = 2 5 . Você concorda com isto? Que tal entender como é feita a adição de frações? Vamos fazer uso de um recurso didático bastante interessante. No apêndice deste material, você encontrará estas réguas para imprimir e recortar. Considere a unidade como o retângulo que você vê a seguir. 1 Vamos imaginar essa unidade dividida em duas partes. Cada parte será chamada de 1 2 . 1/2 1/2 Em seguida, vamos imaginar essa unidade dividida em três partes. 1/3 1/3 1/3 Você entendeu o conceito de fração? Não é difícil. Para fixar as ideias, faça os dois exercícios a seguir. Eles são bem simples. Não se esqueça de que, ao fazer um exercício, é importante você entender o procedimento. Esta “unidade” poderia ser de outras formas, como, por exemplo: quadrado, círculo ou outra qualquer. A escolha do retângulo foi apenas por conveniência. 15 Matemática I - Fundamentos EXERCÍCIOS 1) Marque o que representa cada parte do inteiro nas barras abaixo. 2) Qual é a relação entre os tamanhos das partes do inteiro? ( ) Todas as partes têm o mesmo tamanho, e isto é algo imprescindível em se tratando de frações. ( ) As partes podem ter tamanhos diferentes. Voltemos à pergunta inicial: quanto é 1 2 + 1 3 ? Façamos uso das barras coloridas mostradas anteriormente. A fração 1 2 corresponde a uma barra verde, e a fração 1 3 corresponde a uma barra azul. Assim, a parte que corresponde a soma destas frações será: 1/2 1/3 Vamos comparar com o que pode ocorrer na prática? O estudante diz que a resposta é 2 5 . Veja esta fração e responda: a parte colorida em vermelho escuro corresponde a esta fração? 1/5 1/5 Visualmente, estamos tratando de frações diferentes. Assim, 1 2 + 1 3 ≠ 2 5 . Assimile bem esse conceito. Importante Ao adicionar ou subtrair frações, NÃO DEVEMOS adicionar ou subtrair os numeradores e os denominadores. Pensemos na parte correspondente à soma das frações. Que parte ela representa do inteiro? Para isto, precisamos conhecer o conceito de frações equivalentes. Se tiver alguma dificuldade, vá ao Fórum de Dúvidas e registre sua questão. Estou pronto para ajudá-lo (a) a resolver o problema. 16 Matemática I - Fundamentos FRAÇÕES EQUIVALENTES Duas frações são equivalentes se representam a mesma parte do inteiro. Vejamos alguns exemplos. A seguir, temos pintada a fração correspondente a 1 2 . 1/2 Vamos dividir cada uma das partes em duas novas partes. Veja o que vamos obter. 1/4 1/4 Cada parte pintada corresponde a 1 4 . Assim, são necessários 2 4 para termos a mesma parte do inteiro que tínhamos na fração 1 2 . Dizemos que as frações 1 2 e 2 4 são equivalentes e escrevemos: 1 2 = 2 4 . Vamos dividir, novamente, cada quarto em duas outras partes e teremos o que é mostrado na figura seguinte. 1/8 1/8 1/8 1/8 Cada parte corresponde a 1 8 , e precisamos de quatro partes para obter a mesma metade que tínhamos inicialmente, ou seja, precisamos de 4 8 . Esta fração é equivalente à fração 1 2 e também à fração 1 4 . Podemos escrever: 1 2 = 2 4 = 4 8 . Olhando, novamente, a primeira régua, poderíamos dividir cada meio em três partes e, neste caso, vamos ficar com o que é mostrado a seguir: 1/6 1/6 1/6 Veja que a metade corresponde a 3 6 . Assim, 1 2 é também equivalente a 3 6 , ou seja, 1 2 = 3 6 . Vamos tomar outra fração como base: 1 3 . Observe que: 1/3 1/6 1/6 1/9 1/9 1/9 17 Matemática I - Fundamentos 1/15 1/15 1/15 1/15 1/15 Assim, podemos dizer que 1 3 é equivalente a 2 6 , que é equivalente a 3 9 , que é equivalente a 5 15 e podemos escrever: 1 3 = 2 6 = 3 9 = 5 15 . MOMENTO DE REFLEXÃO Não podemos depender de desenhos para saber se duas frações são equivalentes. Tente perceber como saímos de uma fração, e vamos a outra que seja equivalente à primeira? Vamos pensar juntos. 1 2 = 2 4 = 1 × 2 2 × 2 1 2 = 1 × 4 2 × 4 = 4 8 1 3 = 5 15 = 1 × 5 3 × 5 Isso que notamos por meio desses dois exemplos é fato. CONCEITO Se multiplicarmos o numerador e o denominador de uma fração pelo mesmo número, a nova fração que se obterá será equivalente à primeira. O conceito de frações equivalentes ficou claro para você? Para fixar as ideias, faça o exercício a seguir. Não se esqueça de que, ao fazer um exercício, é importante que você entenda todos os passos. EXERCÍCIOS 3) Complete com o número que está faltando de forma que as frações sejam equivalentes. a) 2 3 = 12 b) 1 5 = 25 c) 7 3 = 21 d) 8 = 56 64 e) 2 3 = 12 f) 7 = 35 45 g) 6 5 = 48 h) 5 = 36 15 i) 15 8 = 45 18 Matemática I - Fundamentos DE VOLTA AO PROBLEMA MOTIVADOR Estamos em condições de resolver o problema apresentado no início deste capítulo. A pergunta foi: quanto é 1 2 + 1 3? Vimos que não podemos adicionar os numeradores e os denominadores separadamente. Precisamos fazer que estas frações sejam representadas por frações equivalentes, mas que os denominadores sejam iguais para que as partes tenham o mesmo tamanho. Se multiplicarmos cada um dos denominadores por sucessivos números naturais, vamos encontrar: 2,4,6,8,10,12, ⋯ = 𝑀(2) 3,6,9,12,15, ⋯ = 𝑀(3) Os números marcados em vermelho são aqueles que servem para encontrar frações equivalentes. Atente para o fato de que os números em vermelho são os múltiplos comuns entre 2 e 3. Então, os denominadores iguais estão entre os múltiplos comuns de 2 e 3. É mais simples tomar o menor entre estes números, ou seja, o Mínimo Múltiplo Comum, no caso 6. Então, ficamos com: 1 2 + 1 3 = 6 + 6 Como descobrir quem aparecerá no numerador (acima do número 6)? Observe: 1 2 = 1.3 2.3 = 3 6 1 3 = 1.2 3.2 = 2 6 Lembre-se de que a fração obtida, ao multiplicar o numerador e o denominador pelo mesmo número, é equivalente à primeira. Assim: 1 2 + 1 3 = 3 6 + 2 6 = 5 6 Na prática, você divide o denominador comum pelo denominador da primeira fração, multiplica-o pelo numerador desta fração e repete o procedimento com as demais parcelas. Assim, visualize o que fizemos: 1/2 1/3 1/6 1/6 1/6 1/6 1/6 Observe como adicionar 1 2 + 1 3 é o mesmo que adicionar 3 6 + 2 6 . A soma é, portanto, 5 6 . 19 Matemática I - Fundamentos Estudar matemática não é como ler uma revista. É preciso que se leia a mesma informação mais de uma vez até que se entenda o conteúdo. Sugerimos que você releia a seção “De volta ao problema motivador” e entenda por que é necessário que as frações tenham o mesmo denominador. Depois da segunda leitura, relaxe um pouco. Tome um café, faça um lanche e volte. Eu aguardo você. Enquanto descansa, confira a sugestão bibliográfica a seguir. Há uma história interessante no livro do Malba Tahan (TAHAN, 2001) que envolve uma partilha de camelos. Você verá como dividir 35 camelos em partes correspondentes a 1 2 , 1 3 , 1 9 resulta em uma quantidade maior que cada um receberia e ainda sobra um camelo para o Beremiz, protagonista da história. VIDEOAULA SOBRE FRAÇÕES Assista à videoaula sobre frações. A duração é de 10 minutos. Acesse a aula sobre frações, visite o site Matemática Interativa e veja outras aulas (algumas são grátis, como esta). O que você achou do vídeo? Ele esclareceu o que se propôs? Dê a sua opinião no Fórum de Discussão. Para fixar o conceito de soma de frações, faça o exercício a seguir. Você deve ter em mente que os denominadores deverão ser iguais. Depois disso, basta adicionar ou subtrair os numeradores e CONSERVAR o denominador. EXERCÍCIOS 4) Encontre a soma ou a diferença indicada. a) 2 3 + 5 3 = b) 7 5 − 3 5 = c) 7 3 − 4 3 = d) 1 8 + 1 4 = e) 2 3 + 3 2 = f) 7 5 − 2 3 = g) 6 5 − 1 3 = h) 8 5 − 7 15 = i) 15 8 − 5 4 = Fique atento! Para adicionar ou subtrair frações, é necessário que os denominadores sejam iguais. 20 Matemática I - Fundamentos MULTIPLICANDO FRAÇÕES Da mesma forma que fizemos com a adição e a subtração, vamos começar com um problema motivador. A pergunta é: 2 5 × 3 4 = ? ? ? Mais do que responder a essa pergunta, estamos interessados em um procedimento para encontrar o produto de frações. Para facilitar o entendimento, vamos pensar neste produto da seguinte forma: gostaria de saber quanto é 2/5 de 3/4. Melhorou a compreensão? Vamos imaginar um inteiro na forma de um quadrado (figura 3). FIGURA 3 Considere 3/4 desse inteiro (figura 4). Ficará conforme podemos observar na figura seguinte. Dividimos o inteiro em quatro partes iguais e tomamos três delas. FIGURA 4 Olhando somente para a parte pintada, é como se passasse a ser o novo inteiro. Queremos 2/5 desta parte. Para isso, façamos cinco divisões horizontais e tomemos duas. Vamos ficar com algo semelhante ao mostrado na figura seguinte. FIGURA 5 21 Matemática I - Fundamentos Vamos juntar estas figuras para ver marcado o que é 2/5 de 3/4. FIGURA 6 A porção que está dentro do retângulo pontilhado é a que corresponde a 2/5 de 3/4. Quantas partes têm? Repare, são 6 partes do total de 20, pois o quadrado original ficou dividido em 20 partes iguais. Assim: 2 5 × 3 4 = 6 20 Que relação há entre esta última fração e as duas primeiras? Se tomarmos outra fração, esta relação continuará válida? Veja mais um exemplo: 3 7 × 4 5 = ? ? ? De forma análoga à anterior, queremos saber quanto é 4/5 de 3/7 (ou 3/7 de 4/5). Veja as duas frações representadas e, posteriormente, o que será o produto. FIGURA 7 A primeira representa 3/7, e a segunda, 4/5. Certifique-se de que você entendeu o conteúdo, antes de prosseguir. Assim, tomemos a interseção. 22 Matemática I - Fundamentos FIGURA 8 A porção que está dentro do retângulo pontilhado é a que corresponde a 4/5 de 3/7. Conte quantos retângulos existem lá. Certifique-se de que contou 12 retângulos. Do total de quantos? Quantos desses retângulos cabem no inteiro? Certifique-se de que você percebeu que são 35 retângulos. Então, ficamos com o total de 12 retângulos do total de 35. Podemos dizer que: 3 7 × 4 5 = 12 35 Estamos interessados em obter o procedimento que permita encontrar o produto. Embora tentemos entender a multiplicação de frações, não é nosso interesse fazer desenhos todas as vezes que tiver de encontrar o produto de duas frações. O que ocorreu com os dois exemplos acontecerá com quaisquer duas frações. Isso nos leva a crer que o produto é obtido, multiplicando-se numerador com numerador e denominador com denominador. Correto? Observe novamente: 2 5 × 3 4 = 6 20 ; 3 7 × 4 5 = 12 35 Se estivermos diante de outro produto de frações, não vamos precisar de fazer desenhos, embora eles tenham sido importantes para perceber que a forma de multiplicar frações não é por definição. Por meio da observação, notamos o que devemos fazer. Então: 1 3 × 7 9 = 7 27 ; 2 5 × 8 9 = 16 45 ; 5 8 × 7 3 = 35 24 CONCEITO Para encontrar o produto de duas frações, basta multiplicar seus numeradores e seus denominadores: 𝑎 𝑏 × 𝑥 𝑦 = 𝑎𝑥 𝑏𝑦 . Que tal acessar uma construção que lhe permita conferir o que discutimos de forma dinâmica. Acesse esta construção e melhore a compreensão sobre o discutido. 23 Matemática I - Fundamentos Você entendeu o conceito de produto de frações? Para fixar as ideias, faça o exercício a seguir. Observe que, em alguns exercícios, aparecem multiplicação, adição e subtração. Neste caso, lembre-se da ordem de resolução. Primeiro, faz-se a multiplicação e a divisão, e, só depois, a adição e a subtração. Obedeça à regra de, primeiro, resolver o que está dentro dos parênteses,depois, dos colchetes e, finalmente, das chaves. Vamos fazer alguns exercícios? EXERCÍCIOS 5) Faça as operações indicadas e encontre a fração resposta. a) 2 3 × 5 3 = b) 7 5 × 3 5 = c) 7 3 × 4 3 = d) 1 8 + 1 4 × 3 2 = e) 2 3 × 9 5 + 3 2 = f) 7 5 − 2 3 × 4 5 = g) 6 5 × 1 3 × 3 6 = h) 8 5 × 8 3 − 7 15 = i) 15 8 × 3 15 × 5 4 = DIVISÃO DE FRAÇÕES Agora que já sabemos adicionar, subtrair e multiplicar, só falta aprender a dividir frações. Quando dividimos dois números, como 6 ÷ 3 , buscamos o terceiro número que, multiplicado por 3, dá como resultado o 6. Naturalmente, o número procurado é 2, pois 2 × 3 = 6. Quando estamos diante de frações, a ideia é a mesma. Por exemplo: 2 3 ÷ 5 7 = ? ? ? Digamos que a resposta seja um número que vamos chamar de 𝑄. Vejamos como encontrar esse número 𝑄. Observe a ideia. Não é difícil. Esse número 𝑄 deve ser de tal forma que: 𝑄 × 5 7 = 2 3 Assim ocorre como na divisão entre números inteiros. Pois bem, uma igualdade não se altera se multiplicarmos os dois membros dela pelo mesmo número (vamos estudar isso com mais detalhes no próximo capítulo). Neste 24 Matemática I - Fundamentos sentido, se multiplicarmos os dois membros da última igualdade pelo inverso de 5 7 (que é 7 5 ), vamos ter: 𝑄 × 5 7 × 7 5 = 2 3 × 7 5 Observe que, no primeiro membro, ficamos com: 𝑄 × 5 7 × 7 5 = 𝑄 × 35 35 = 𝑄 × 1 = 𝑄 Assim, temos: 𝑄 = 2 3 × 7 5 Veja só que interessante: 2 3 ÷ 5 7 = 2 3 × 7 5 = 14 15 De maneira análoga, temos: 1 3 ÷ 4 3 = 1 3 × 3 4 = 3 12 2 9 ÷ 3 10 = 2 9 × 10 3 = 20 27 A divisão pode ser escrita na forma de fração com numerador e denominador também sendo frações. Veja: 4 9 7 3 = 4 9 ÷ 7 3 = 4 9 × 3 7 = 12 63 Esse raciocínio pode ser desenvolvido com quaisquer frações, o que nos leva ao seguinte conceito: Para encontrar o quociente de duas frações, conservamos a primeira e multiplicamos pelo inverso da segunda. De modo geral: 𝑎 𝑏 ÷ 𝑥 𝑦 = 𝑎 𝑏 × 𝑦 𝑥 Releia a seção “Divisão de frações” e entenda por que o quociente de duas frações é obtido, multiplicando-se a primeira fração pelo inverso da segunda. Após a releitura, descanse e relaxe um pouco. Volte depois. Agora que voltou, vamos fazer alguns exercícios? 25 Matemática I - Fundamentos Para saber se você compreendeu o conceito de divisão de frações e fixar as ideias, faça o próximo exercício. É importante que você entenda o procedimento. Observe que, em alguns itens, aparecem multiplicação ou divisão e adição ou subtração. Neste caso, lembre-se da ordem de resolução: primeiro, a multiplicação e a divisão e, só depois, a adição e a subtração. Resolva, primeiro, o que está dentro dos parênteses, depois, dos colchetes e das chaves. Faça um bom exercício! EXERCÍCIOS 6) Faça as operações indicadas e encontre a fração resposta. a) 2 3 ÷ 5 3 = b) 7 5 ÷ 3 5 = c) 7 3 ÷ 4 3 = d) 1 8 + 1 4 ÷ 3 2 = e) 2 3 × 9 5 ÷ 3 2 = f) 7 5 ÷ 2 3 × 4 5 = g) 6 5 − 1 3 ÷ 3 6 = h) 8 5 − 8 15 ÷ 7 15 = i) 15 8 ÷ 15 8 + 5 4 = PROPRIEDADES DE POTÊNCIAS Vamos estudar as propriedades de potência. Trata-se de procedimentos corriqueiros em várias manipulações matemática. É importante que você internalize todas estas propriedades ao ponto de usá-las de forma inconsciente. Isso virá naturalmente, com alguns exercícios. Vamos tentar justificar as propriedades seguintes com o expoente dos números inteiros, mas estas propriedades são válidas a outros conjuntos numéricos. Assim, o que aprender aqui será útil a assuntos futuros, já que o procedimento não mudará. PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE Vamos adotar o ponto “.” no lugar de ×, para denotar a multiplicação entre dois números. Assim, escrevemos 2.3 para indicar 2 × 3; outro exemplo: 5. 𝑎 = 5𝑎, para indicar 5 × 𝑎 e assim sucessivamente. Lembra-se do que vimos na seção “Quinta operação” (p.7)? Vamos imaginar um produto de potência com a mesma base, como, por exemplo: 23. 25 . Note que estamos interessados em uma potência como resposta; assim: 23 . 25 = 2.2.2.2.2.2.2.2 8 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 28 = 23+5 Não se esqueça de que, se há adição ou subtração e multi- plicação ou divisão, primeiro, você deve resolver a multiplicação ou a divisão. 26 Matemática I - Fundamentos Se tomar duas potências quaisquer, você ficará sempre com algo parecido. Veja como exemplo: 74. 76 = 7.7.7.7.7.7.7.7.7.7 10 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 710 = 74+6 De modo geral, temos o seguinte: CONCEITO Se 𝑚, 𝑛 ∈ ℕ, então 𝑎𝑚 . 𝑎𝑛 = 𝑎𝑚+𝑛 É importante notar que não precisamos estar diante de números conhecidos. Os números podem ser genéricos, representados por algum símbolo. Suponha que 𝑥 represente um número qualquer, então, pela propriedade enunciada anteriormente: 𝑥. 𝑥 = 𝑥1. 𝑥1 = 𝑥1+1 = 𝑥2 Não é raro encontrar estudantes que dizem que 𝑥. 𝑥 = ??? 2𝑥. Isto não é verdade. Fique atento para não cometer esse erro. Há uma propriedade que estabelece que, na multiplicação, a ordem dos fatores não altera o produto. Assim: 3. 𝑥. 4. 𝑥 = 3.4. 𝑥. 𝑥 Tente perceber o que fizemos: permutamos o 𝑥 e o 4 (em vermelho). Dessa forma, observe o que ocorre: 3. 𝑥. 4. 𝑥 = 3.4. 𝑥. 𝑥 = 12. 𝑥2 Veja outras situações: 5𝑥. 4𝑥 = 5.4. 𝑥. 𝑥 = 20. 𝑥2 1 3 𝑥. 5 4 𝑥 = 1 3 . 5 4 . 𝑥. 𝑥 = 5 12 𝑥2 3𝑥. 4 9 𝑥2. 3 7 𝑥3 = 3. 4 9 . 3 7 . 𝑥. 𝑥2. 𝑥3 = 3 1 . 4 9 . 3 7 . 𝑥1+2+3 = 3.4.3 1.9.7 𝑥6 = 36 63 𝑥6 Olhe com cuidado passo a passo o que ocorre. Lembre-se de que a ideia é você internalizar estes procedimentos e fazê-los de forma automática, sem a necessidade de pensar sobre isto. Enquanto você não domina o conceito, faça as operações em detalhes. À medida que você passa a operar sem a necessidade de detalhamento, retira o excesso de detalhes. Tente treinar o cálculo mental. No exercício seguinte, você deve calcular mentalmente. Tente prever qual será o resultado. Vamos lá? 27 Matemática I - Fundamentos EXERCÍCIOS 7) Faça as operações indicadas e encontre a fração resposta. a) 4𝑥. 6𝑥 = b) 2𝑥. 5𝑥2 = c) 12𝑎. 15𝑎3 = d) 10𝑦. 7𝑦7 = e) 3𝑥3. 5𝑥10 = f) 12𝑥. 2𝑥 g) 2𝑥𝑦. 4𝑥𝑦 = h) 15𝑥𝑦𝑧. 2𝑥2𝑦𝑧 = i) 3𝑎𝑏. 6𝑎𝑏3 = QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE De forma análoga à seção anterior, vamos começar com um exemplo. Considere o problema que envolve a seguinte divisão: 38 ÷ 33 = 38 33 Note que: 38 33 = 3.3.3.3.3.3.3.3 3.3.3 = 3 3 . 3 3 . 3 3 . 3.3.3.3.3 = 3 3 . 3 3 . 3 3 . 3.3.3.3.3 = 3.3.3.3.3 = 35 Desse modo: 38 33 = 35 = 38−3 Esse mesmo raciocínio leva-nos a concluir que (tente refazer o que fizemos anteriormente): 710 74 = 710−4 = 76; 1323 1313 = 1323−13 = 1310 ; 2112 214 = 2112−4 = 218 E assim sucessivamente, o quenos leva ao seguinte conceito: CONCEITO Se 𝑚, 𝑛 ∈ ℕ, então 𝑎𝑚 ÷ 𝑎𝑛 = 𝑎𝑚 𝑎𝑛 = 𝑎𝑚−𝑛 Note que, como consequência desta propriedade, podemos definir 𝑎0 = 1 para qualquer 𝑎 ≠ 0, pois, se 𝑚 = 𝑛, na igualdade anterior, temos: 1 = 𝑎𝑛 𝑎𝑛 = 𝑎𝑛−𝑛 = 𝑎0 Desse modo, para 𝑎 ≠ 0, definimos: 𝑎0 = 1 28 Matemática I - Fundamentos Observe que não fizemos menção ao fato de 𝑚 ser maior ou menor que 𝑛. Embora as ilustrações ocorressem quando o expoente do numerador fosse maior que o expoente do denominador, a propriedade continua válida se isto não ocorrer (confira a seção seguinte), desde que definamos uma potência de expoente negativo de forma apropriada. Outra observação que vale a pena fazer é que, embora a ilustração tenha sido feita para expoentes sendo números naturais, este podem estar em outro conjunto. POTÊNCIA COM EXPOENTE NEGATIVO A seguir, vamos definir o que entendemos pelos símbolos, como: 2−3; 5−2; 7−4 etc. Enfim, o que se entende pelo símbolo 𝑎−𝑛 em que n é natural? Para tal, pensemos em um caso particular. 33 38 A propriedade anterior estabelece que, em divisão de potência com a mesma base, devemos conservar a base e subtrair os expoentes. Assim: 33 38 = 33−8 = 3−5 Por outro lado, temos: 33 38 = 3.3.3 3.3.3.3.3.3.3.3 = 3 3 . 3 3 . 3 3 . 1 3 . 1 3 . 1 3 . 1 3 . 1 3 = 3 3 . 3 3 . 3 3 . 1 3 . 1 3 . 1 3 . 1 3 . 1 3 = 1 3 . 1 3 . 1 3 . 1 3 . 1 3 = 1.1.1.1.1 3.3.3.3.3 = 1 35 Comparando os dois resultados, temos: 1 35 = 33 38 = 3−5 Ou seja: 1 35 = 3−5. O símbolo 3−5 deve ser entendido como o inverso de 35 para que a propriedade de potência vista anteriormente continue válida. O mesmo que fizemos agora pode ser feito com qualquer outra fração, como, por exemplo: 1 43 = 4−3; 1 137 = 13−7 Isto nos leva ao seguinte entendimento: 29 Matemática I - Fundamentos CONCEITO Se 𝑛 ∈ ℕ, então 𝑎−𝑛 = 1 𝑎𝑛 , em que a igualdade significa uma definição, isto é, estabelecemos o que vamos entender pelo símbolo 𝑎−𝑛. É interessante observar que os números não precisam ser conhecidos, isto é, podemos usar algum símbolo para representar os números. Veja alguns exemplos: 4𝑥3 2𝑥 = 4 2 . 𝑥3 𝑥 = 2𝑥3−1 = 2𝑥2, 5𝑥4 10𝑥8 = 5 ÷5 10 ÷5 . 𝑥4 𝑥8 = 1 2 . 𝑥4−8 = 1 2 . 𝑥−4 6𝑥5𝑦2 15𝑥3𝑦6 = 6 ÷3 15 ÷3 𝑥5 𝑥3 𝑦2 𝑦6 = 2 5 𝑥5−3𝑦2−6 = 2 5 𝑥2𝑦−4 O excesso de detalhe na resolução é para ajudar você a perceber como a resposta é encontrada. Recomenda-se que se escrevam estes detalhes até o momento em que se começar a fazer os cálculos mentalmente. Esse é um dos objetivos: automatizar os cálculos. Você deve saber encontrar a resposta de forma direta, mas deve saber o motivo. Se for indagado sobre como chegou até aquele resultado, espero que você saiba explicar. Agora é com você. No exercício seguinte, você deve calcular mentalmente. Tente prever o resultado. Caso você não esteja pronto para fazer o cálculo mental, escreva todos os detalhes da divisão. Vamos lá? EXERCÍCIOS 8) Faça as operações indicadas e encontre a fração resposta. a) 4𝑥 ÷ 6𝑥 = b) 2𝑥 ÷ 5𝑥2 = c) 12𝑎 ÷ 15𝑎3 = d) 10𝑦 7𝑦7 = e) 3𝑥3 5𝑥10 = f) 12𝑥5 2𝑥3 = g) 2𝑥3𝑦 4𝑥𝑦3 = h) 15𝑥5𝑦𝑧3 2𝑥2𝑦2𝑧10 = i) 3𝑎𝑏 6𝑎𝑏3 = 30 Matemática I - Fundamentos POTÊNCIA DE POTÊNCIA Vamos pensar em um exemplo, para entender o que ocorre quando estamos diante de uma potência de potência. Considere o seguinte: 23 5 O expoente 5 indica que a base 23 será multiplicada por ela mesma 5 vezes. Assim: 23 5 = 23. 23 . 2323. 23 5 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 23+3+3+3+3 = 25.3 = 23.5 De forma análoga: 35 7 = 35. 35 . 35. 35. 35 . 35. 35 7 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 35+5+5+5+5+5+5 = 37.5 = 35.7 52 8 = 52. 52. 52 . 52. 52. 52 . 52. 52 8 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 52+2+2+2+2+2+2+2 = 58.2 = 52.8 7−2 4 = 1 72 4 = 1 72 . 1 72 . 1 72 . 1 72 4 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 1.1.1.1 72. 72 . 72. 72 = 14 72+2+2+2 = 1 74.2 = 7−2.4 Note que este procedimento pode ser feito para quaisquer números inteiros. CONCEITO Se 𝑚, 𝑛 ∈ ℤ, então: 𝑎𝑚 𝑛 = 𝑎𝑚 .𝑛 Ou seja, em potência de potência, conservamos a primeira base e multiplicamos os expoentes. Embora o enunciado mencione que a propriedade é válida se os expoentes forem inteiros, é fato que, em outros conjuntos numéricos, tal propriedade também é válida. Esta propriedade também pode (e deve) ser usada quando estamos diante de expressões algébricas, como, por exemplo: 𝑥4 5 = 𝑥4.5 = 𝑥20 𝑦2 13 = 𝑦2.13 = 𝑦26 ℌ7 8 = ℌ7.8 = ℌ56 POTÊNCIA DE UM PRODUTO O que podemos fazer com os expoentes se estivermos com uma situação, como, por exemplo: 2𝑎 3 =? ? ? Fique atento ao que acontece: 2𝑎 3 = 2𝑎. 2𝑎. 2𝑎 3 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 2.2.2 3 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 . 𝑎. 𝑎. 𝑎 3 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 23. 𝑎3 31 Matemática I - Fundamentos Ou seja: 2𝑎 3 = 23. 𝑎3 Vamos usar outro exemplo: 7𝑎2𝑏3𝑥 5 = 7𝑎2𝑏3𝑥. 7𝑎2𝑏3𝑥. 7𝑎2𝑏3𝑥. 7𝑎2𝑏3𝑥. 7𝑎2𝑏3𝑥 5 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 . Note que todos são multiplicados, e, na multiplicação, a ordem dos fatores não altera o produto, correto? Vamos agrupar os iguais e ficar com: 7𝑎2𝑏3𝑥. 7𝑎2𝑏3𝑥. 7𝑎2𝑏3𝑥. 7𝑎2𝑏3𝑥. 7𝑎2𝑏3𝑥 5 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 7.7.7.7.7 5 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 . 𝑎2 . 𝑎2. 𝑎2 . 𝑎2 . 𝑎2 5 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 . 𝑏3. 𝑏3. 𝑏3. 𝑏3. 𝑏3 5 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 . 𝑥. 𝑥. 𝑥. 𝑥. 𝑥 5 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 75 𝑎2 5 𝑏3 5𝑥5 Certifique-se de ter entendido o que aconteceu. Vamos usar as propriedades já estudadas. Ficamos com: 7𝑎2𝑏3𝑥 5 = 75 𝑎2 5 𝑏3 5𝑥5 Veja se consegue perceber um padrão: 2𝑎 3 = 23. 𝑎3 , 7𝑎2𝑏3𝑥 5 =. 𝑎5.2 . 𝑏5.3. 𝑥5 CONCEITO Se 𝑛 ∈ ℤ, então: 𝑎. 𝑏 𝑛 = 𝑎𝑛 . 𝑏𝑛 Ou seja, em potência de um produto, distribuímos o expoente a todos os fatores. Assim como as outras propriedades de potências, embora todas as ilustrações tenham sido feitas com apenas expoentes naturais, elas continuam válidas em outros conjuntos numéricos. Observe que estas propriedades não são obtidas por meio de decreto ou porque alguém quis que fossem assim. O que se faz é uma observação, e, daí, um esboço de uma propriedade é obtida. Depois, tenta-se mostrar que tal propriedade é verdadeira para todos os números (neste ou naquele conjunto). Nesta aula, não vamos ater-nos a estas provas, apenas nos convencer de que são verdadeiras. POTÊNCIA DE UM QUOCIENTE O que podemos fazer com os expoentes se estivermos com uma situação como esta, por exemplo: 2 𝑎 3 =? ? ? Fique, novamente, atento ao que acontece. 2 𝑎 3 = 2 𝑎 . 2 𝑎 . 2 𝑎 = 2.2.2 𝑎. 𝑎. 𝑎 = 23 𝑎3 Tenha muito cuidado aqui! Você pode distribuir os expoentes na multiplicação, mas NUNCA na adição ou na subtração. 𝑎 + 𝑏 𝑛 ≠ 𝑎𝑛 + 𝑏𝑛 Note que você pode distribuir os expoentes. NUNCA faça isso na adição ou na subtração, ou seja: 32 Matemática I - Fundamentos Mais um exemplo? 2𝑎 𝑏2 5 = 2𝑎 𝑏2 . 2𝑎 𝑏2. 2𝑎 𝑏2 . 2𝑎 𝑏2 . 2𝑎 𝑏2 5 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 = 2𝑎. 2𝑎. 2𝑎. 2𝑎 𝑏2. 𝑏2. 𝑏2. 𝑏2. 𝑏2 = 2𝑎 5 𝑏2 5 Você conseguiu perceber um padrão? Veja: 2 𝑎 3 = 23 𝑎3 2𝑎 𝑏2 5 = 2𝑎 5 𝑏2 5 Na divisão, ocorre o mesmo que na multiplicação, ou seja, podemos distribuir os expoentes. CONCEITO Se 𝑛 ∈ ℤ, então: 𝑎 𝑏 𝑛 = 𝑎𝑛 𝑏𝑛 Ou seja, em potência de um quociente, distribuímos o expoente para o numerador e o denominador. Esta propriedade é válida também se o expoente estiver em outros conjuntos numéricos. RESUMO DAS PROPRIEDADES DE POTÊNCIAS Para ficar mais fácil acessar todas as propriedades, vamos colocá-las juntas. São elas: i) 𝑎𝑚 . 𝑎𝑛 = 𝑎𝑚+𝑛 ii) 𝑎𝑚 𝑎𝑛 = 𝑎𝑚−𝑛 iii) 𝑎𝑚 𝑛 = 𝑎𝑚 .𝑛 iv) 𝑎. 𝑏 𝑛 = 𝑎𝑛 . 𝑏𝑛 v) 𝑎 𝑏 𝑛 = 𝑎𝑛 𝑏𝑛 Lembre-se de que, no caso de expoente negativo, vamos entender: 𝑎−𝑛 = 1 𝑎𝑛 logo não é difícil concluir que: 𝑎 𝑏 −𝑛 = 𝑏 𝑎 𝑛 Você deve estar ciente de que o uso destas propriedades não ocorrerá de forma isolada. Em geral, elas aparecem na resolução de algum exercício em manipulação algébrica corriqueira, daí a importância de o estudante dominar estas propriedades ao ponto de usá-las de forma automática. É interessante que você chegue a um ponto em que olhe para uma expressão do tipo 2𝑥3𝑦4 10 e, sem pensar nos motivos, saiba que a resposta será 1024𝑥30𝑦40. Neste momento, você deve treinar para que isto ocorra. Este 33 Matemática I - Fundamentos é um tijolo importante em seu muro do conhecimento. Dominar estas propriedades fará que você tenha boa desenvoltura em diversos tópicos. Releia a seção “Propriedades de potências”, para compreender melhor cada uma delas. Após a segunda leitura, relaxe um pouco. Depois do descanso, é hora de fazer um pequeno exercício. O exercício seguinte é uma miscelânea de situações que envolvem propriedades de potências e outros assuntos já estudados. Vejamos como você se sairá. EXERCÍCIOS 9) Efetue as operações indicadas. a) 4𝑥 + 6𝑥 = b) 2𝑥. 5𝑥2 = c) 12𝑎2 − 15𝑎2 = d) 10𝑦3 7𝑎2 2 = e) 3𝑥3 5𝑎10 3 = f) 2𝑥 2 + 5𝑥2 = g) 2𝑎𝑏2 3 = h) 4𝑎𝑏4𝑥5 3 = i) 3𝑎𝑏 6𝑎𝑏3 3 = SÍNTESE DO MÓDULO Neste módulo, vimos o básico de matemática: falamos de seis operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação); discutimos os múltiplos e o mínimo múltiplo comum, calculado de duas formas; mostramos a lógica das operações com frações, ou seja, por que, para adicionar ou subtrair frações, precisamos ter o mesmo denominador e como os múltiplos comuns contribuem para esse cálculo; vimos o porquê da multiplicação de fração ser como é, ou seja, multiplicamos numerador com numerador e denominador com denominador; por último, vimos propriedades de potência e como podem ajudar-nos a manipular expressões algébricas. MÓDULO 2 Neste módulo, discutiremos dois assuntos importantes: equações e porcentagem. Temos como objetivo que você perceba o porquê de algumas ações que, na prática, ficarão automáticas, como a resolução de equação. Estudaremos o significado de porcentagem e como resolver problemas sobre esse assunto. UNIDADE I O QUE É UMA EQUAÇÃO? Antes de responder a esta pergunta, vamos a outra mais simples. Leia a seguinte afirmação e diga se ela é verdadeira ou não: “Romário ajudou o Brasil a conquistar a copa de 1994”. Esta afirmação é verdadeira ou falsa? Naturalmente, é verdadeira. Agora, vamos a outra afirmação: “Ele é um excelente ator!” A afirmação é verdadeira ou falsa? Se você pensou um pouco, deve ter vindo à sua cabeça a seguinte questão: “Depende de quem seja „ele‟”. Se “ele” for Lima Duarte, a afirmação está correta. Se “ele” for o professor que escreve este material didático, a proposição é falsa. Qual é a diferença entre os dois tipos de afirmação? É simples. A primeira é uma afirmação fechada, é verdadeira e não depende de outra informação. É como escrever 3 = 3. Esta afirmação é verdadeira. Outra pergunta simples: a afirmação 𝑥 + 1 = 3 é verdadeira ou falsa? Se pensar um pouco, chegará a “depende”. Se 𝑥 = 2, a afirmação torna-se verdadeira, caso contrário, será falsa. Está vendo um condicionador para que a afirmação seja verdadeira? Expressões desse tipo são chamadas de sentenças matemáticas abertas. CONCEITO Uma equação é uma sentença matemática aberta expressa por uma igualdade. 2 35 Matemática I - Fundamentos PROPRIEDADES DA IGUALDADE Considere uma balança de braço como a que aparece a seguir: A balança está em equilíbrio. Se usarmos o símbolo 𝑥 para representar as massas (chamado popularmente de “pesos”), podemos representar a relação mostrada anteriormente da seguinte forma: 𝑥 + 𝑥 = 4, isto é, 2𝑥 = 4 Pense um pouco. O que podemos fazer com esta balança de forma que continue equilibrada? Veja se você concorda com as proposições abaixo. A balança continua equilibrada se adicionarmos o mesmo peso aos dois braços da balança. A balança continua equilibrada se retirarmos ou subtrairmos o mesmo peso aos dois braços da balança. Reflita um pouco sobre isto, até entender o que estamos dizendo. Em outras palavras, o que temos é o seguinte: pensando o equilíbrio como uma igualdade, podemos escrever: 2𝑥 = 4 𝑜𝑢 2𝑥 + 3 = 4 + 3 𝑜𝑢 2𝑥 − 7 = 4 − 7 𝑜𝑢 2𝑥 + ℶ = 4 + ℶ 𝑜𝑢 2𝑥 − 𝔎 = 4 − 𝔎 Você entendeu? Confira o seguinte conceito: CONCEITO Uma igualdade mantém-se se adicionarmos ou subtrairmos o mesmo número aos dois membros. Esse conceito é conhecido como princípio da igualdade. Simples, não? Em que podemos usar isto? Veja um exemplo: 2𝑥 + 7 = 𝑥 − 3. A ideia é usar a propriedade enunciada acima, para resolver a equação. Esta resolução consiste em deixar, no primeiro membro (à esquerda da igualdade), apenas o que é desconhecido e, no segundo membro (à direita da igualdade), o que é conhecido. Lembre-se de que vamos fazer isso passo a passo, mas, na prática, vários desses passos são omitidos. 2𝑥 + 7 = 𝑥 − 3 ⇒ 2𝑥 +7 − 7 𝑍𝑒𝑟𝑜 = 𝑥 − 3 − 7 ⇒ 2𝑥 = 𝑥 − 10 Com esta ação, notamos que, no primeiro membro, não há mais números desacompanhados da variável. Precisamos fazer que, no segundo 36 Matemática I - Fundamentos membro, também não haja variáveis. O mesmo que fizermos em um membro faremos no outro. Como gostaríamos de que não houvesse 𝑥 no segundo membro, subtrairemos 𝑥 no segundo membro. Para não acontecer desequilíbrio, vamos fazer o mesmo no primeiro membro. Veja: 2𝑥 = 𝑥 − 10 ⇒ 2𝑥 − 𝑥 = 𝑥 − 𝑥 𝑍𝑒𝑟𝑜 − 10 ⇒ 𝑥 = −10 A solução da equação dada é, portanto, 𝑥 = −14. Na prática, veja como resolvemos esta equação. 2𝑥 + 7 = 𝑥 − 3 ⇒ 2𝑥 − 𝑥 = −3 − 7 ⇒ 𝑥 = −10 Está errado? É claro que não. Só omitimos alguns detalhes. Você também pode omitir alguns detalhes depois que aprender o procedimento. Voltemos nossos olhares novamente à balança que vimos no início. Como mencionado anteriormente, esta situação pode ser representada por meio da equação: 2𝑥 = 4 Como, então, isolar a variável 𝑥? Olhe para a balança mostrada na figura anterior. O que poderia ser feito nos dois braços da balança de forma que descobríssemos quanto é a massa desconhecida? Pense um pouco. Veja se pensou assim: “bastatomar a metade do que se tem em cada braço”. Isto está correto. Tomar a metade é o mesmo que multiplicar por 1/2, assim como tomar a terça ou quarta parte é o mesmo que multiplicar por 1/3 ou 1/4, respectivamente. Isto nos leva ao seguinte conceito: CONCEITO Uma igualdade mantém-se se multiplicarmos ambos os membros pelo mesmo número. Desse modo, a forma de resolver a equação 2𝑥 = 4 é multiplicar ambos os membros pelo inverso (multiplicativo) do número que está à esquerda da variável. Veja: 2𝑥 = 4 ⇒ 1 2 . 2𝑥 = 1 2 . 4 ⇒ 1 2 . 2𝑥 = 1 2 . 4 1 ⇒ 𝑥 = 4 2 ⇒ 𝑥 = 2 Na prática, o que se faz é: 2𝑥 = 4 ⇒ 𝑥 = 4 2 ⇒ 𝑥 = 2 37 Matemática I - Fundamentos SAIBA MAIS Leia a aula Resolução de equações do 1º grau no Portal do Professor. COMO RESOLVER EQUAÇÕES DE 1º GRAU Com estas duas propriedades em mente, você resolve qualquer equação do 1º grau 2 . Por exemplo. Considere o problema de resolver a seguinte equação: 𝑥 2 + 𝑥 3 = 7 Nesse caso, devemos multiplicar ambos os membros por um número que possa ser dividido por 2 e por 3 ao mesmo tempo. Basta que seja um múltiplo de 2 e 3. É comum usar o mínimo múltiplo comum, e, para 2 e 3, o MMC é 6. Multiplicando ambos os membros por 6, temos: 𝑥 2 . 6 6÷2=3 + 𝑥 3 . 6 6÷3=2 = 7.6 ⇒ 3𝑥 + 2𝑥 = 42 ⇒ 5𝑥 = 42 ⇒ 5𝑥. 1 5 = 42. 1 5 ⇒ 5𝑥. 1 5 = 42 1 . 1 5 ⇒ 𝑥 = 42 5 Gostaria de ver outro exemplo? Vamos resolver a equação 2𝑥 3 − 𝑥 6 = 𝑥 − 1. Lembre-se de que a primeira ação deve ser multiplicar ambos os membros pelo mínimo múltiplo comum entre os denominadores. Neste caso, o MMC(3,6)=6; assim: 2𝑥 3 − 𝑥 6 = 𝑥 − 1 ⇒ 2𝑥 3 . 6 − 𝑥 6 . 6 = 𝑥. 6 − 1.6 ⇒ 2𝑥. 2 − 𝑥. 1 = 6𝑥 − 6 ⇒ 4𝑥 − 𝑥 3𝑥 = 6𝑥 − 6 ⇒ 3𝑥 = 6𝑥 − 6 ⇒ 3𝑥 − 6𝑥 −3𝑥 = 6𝑥 − 6𝑥 𝑍𝑒𝑟𝑜 − 6 ⇒ −3𝑥 = −6 Nesse ponto, é comum multiplicar os dois membros por -1, mas isto é opcional. Se você seguir como descrevemos, terminará o exercício sem problemas. Multiplique os dois membros pelo inverso do número que está à esquerda de 𝑥. O número que está lá é o −3, e seu inverso é 1 −3 . Você fica, então, com: −3𝑥 = −6 ⇒ −3𝑥. 1 −3 = −6. 1 −3 ⇒ −3𝑥. 1 −3 = − 6 1 . 1 −3 ⇒ 𝑥 = − 6 −3 ⇒ 𝑥 = +2 Simples, não é? Que tal um pequeno exercício? 2 A equação é de 1º grau se pode ser reduzida à forma 𝑎. 𝑥 + 𝑏 = 0, em que 𝑎 e 𝑏 são constantes (𝑎 ≠ 0). 38 Matemática I - Fundamentos No próximo exercício, você deve identificar a equação que representa a primeira figura 3 e tentar acompanhar o que aconteceu com as demais. Procure identificar o que ocorreu de uma figura para outra e anote a representação por equações equivalentes. EXERCÍCIOS 1) Escreva a equação correspondente a cada desenho. A primeira é 3𝑥 + 2 = 𝑥 + 10. Tente fazer o mesmo com os demais. 2) Resolva as seguintes equações. a. 2𝑥 + 𝑥 3 = 10 b. 𝑥−4 3 + 2𝑥 7 = 𝑥 + 1 c. 𝑥 = 1 + 𝑥 2 d. 5𝑥 − 2𝑥−3 8 = 2𝑥−3 4 Saber resolver equações é importante para a vida acadêmica de qualquer estudante. Em nosso AVA, realizaremos mais exercícios. 3 Fonte: http://www.maristas.org.br/colegios/assuncao/pags/site_colegio/espaco/ 2008_matematica/expressao_numerica/imagens/balanca_equacao_1.jpg Que tal usar este espaço em branco para resolver as questões propostas? 39 Matemática I - Fundamentos UNIDADE II – PORCENTAGEM O objetivo dessa unidade é estudar a porcentagem e os tópicos periféricos, como juros simples, juros compostos e afins, fazendo uso, inclusive, de calculadoras e planilhas eletrônicas. A seguir, veremos uma comparação interessante entre a população da Terra e a de uma aldeia. ALDEIA TERRA Vamos fazer um exercício que envolve apenas a imaginação. Suponha que a Terra pudesse ser reduzida a uma aldeia com cem pessoas, mantendo as proporções. Como seria esta aldeia? O que haveria lá? A seguir, vamos mostrar alguns dados que foram retirados de uma publicação de 29 de maio de 1990, com o título “State of the Village Report”, escrito por Donella Meadowns. Você pode ler mais sobre isto na internet; procure “The miniature Earth” ou “A Terra em miniatura”. Segundo a publicação, se a Terra fosse uma aldeia com cem pessoas, teríamos: 60 asiáticos; 14 africanos; 12 europeus; 8 pessoas da América Central, da América do Sul, do México e das Ilhas Caribenhas; 5 seriam norte- americanos (EUA e Canadá); 1 pessoa seria da Austrália e da Nova Zelândia. Conseguiu ter uma ideia de como era o planeta Terra em 1990? Um exercício interessante seria atualizar estes dados e ver como estaria hoje a Aldeia Terra. Vamos a mais dados? Destas cem pessoas da aldeia: 33 são cristãos (católicos, protestantes, ortodoxos, anglicanos e outros); 22, muçulmanos; 15, hindus; 14 não possuiriam religião, seriam agnósticos ou ateus; 6, budistas; 10 praticariam outras religiões. Conseguiu perceber como é a questão religiosa, olhando apenas para cem pessoas que representam a população da Terra? Vamos a outros dados. Destas cem pessoas que vivem na Aldeia Terra, 14 falariam mandarim; 8, hindu e urdu; 8, inglês; 7, espanhol; 4, russo; 4, árabe. Esta lista não contempla nem a metade dos habitantes da aldeia. Os outros falam, em ordem decrescente de frequência, bengali, português, indonésio, japonês, alemão, francês e outras mais de 200 línguas. A ideia de reduzir a população da Terra a uma aldeia com 100 pessoas não é genial? 40 Matemática I - Fundamentos Nesta aldeia, podemos observar: 80 viveriam em moradias precárias; 67 adultos viveriam na aldeia, e metade deles seriam analfabetos; 50 sofreriam de desnutrição; 33 não teriam acesso à água limpa e potável; 24 pessoas não teriam qualquer eletricidade; ainda: Dos 76 que não teriam eletricidade, a maioria iria utilizá-la apenas para a luz à noite; Na aldeia, haveria 42 rádios, 24 televisões, 14 telefones, 7 computadores (alguns moradores possuiriam mais de um objeto de cada tipo); 7 pessoas possuiriam um automóvel (alguns deles mais de um); 5 pessoas possuiriam 32% da riqueza da aldeia inteira, e estes seriam todos dos EUA; Dos mais pobres, um terço das pessoas receberia apenas 3% da renda da aldeia. Como dito anteriormente, os dados são de 1990, e um excelente exercício seria atualizar as informações da Aldeia Terra e acrescentar outros dados, como, por exemplo: quantos são homens, quantos são mulheres? Quantos têm HIV? Quantos têm acesso a ensino superior? Saiba mais sobre este assunto, assistindo aos vídeos: Se o mundo tivesse 100 pessoas The Miniature Earth If the world were a village of 100 people Anteriormente, tentamos mostrar o quanto facilita olharmos para o universo de 100 ao invés de olhar para o número real. Quantas vezes você viu na televisão notícias sobre assuntos do tipo: “em comparação com o mesmo período do ano passado, as vendas de carros novos subiram 7%”, ou "a inflação do ano passado ficou em 3,8% ao ano”. Quando você vai comprar um carro, lá está a taxa de juros que você paga, por exemplo, 1,4% ao mês. Observe e verá que o tema de porcentagem está presente no dia a dia. PORCENTAGEM NO COMPUTADOR As
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