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A Crise Financeira Brasileira de 2015

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A CRISE FINANCEIRA NO BRASIL 
 
Leandro Müller Feiten, 2015. 
 
O Brasil enfrenta no presente ano uma das maiores depressões financeiras já 
vivenciadas na história da república. Esta crise coloca patrões e empregados perante 
diferentes caminhos que a economia pode trilhar, preenchida com incertezas de mercado 
e do próprio trabalho. 
Os detentores do capital retêm, neste momento, os investimentos e 
empreendedores em prospecto adiam a decisão de firmar um negócio e iniciar a 
trajetória no mercado. 
Assim como já vivenciado em outras crises com incertezas, o pânico é 
instaurado e é por causa deste fator que devemos realmente entender qual é o cenário 
pelo qual atravessamos e continuaremos atravessando durante um tempo indeterminado. 
Os dados não mentem com relação a atual situação econômica brasileira, muito 
embora o Estado tente disfarçar as consequências com interpretações convenientes e a 
negação dos fatos coletados por diversas instituições respeitadas de consultoria 
econômica, instituições de classe e até mesmo as próprias agências e órgãos 
governamentais. 
Literalmente a situação é de estagnação econômica. A crise econômica de 2015 
não é mais apenas uma hipótese, mas sim um presente que está em pauta de discussões 
em organizações pelo país e no exterior. Não é mais possível crer em simples resquícios 
da crise financeira de 2008, que atingiu fortemente o mercado internacional, 
principalmente os Estados Unidos. Acreditar nesta hipótese de “marola” é abrir a porta 
do poço para um caminho sem volta. 
 
O primórdio do problema 
 
 Muitos fatores podem ser levados em consideração na avaliação da origem da 
crise financeira de 2015, entretanto há alguns que devem ser destacados neste 
conglomerado. O primeiro fator foi e continua sendo a total falta de investimentos em 
infraestrutura, fato este que leva o Brasil a perder competitividade perante o mercado 
interno e externo, aumentando custos. 
 O segundo grande motivo de termos alcançado tal ponto crítico foi a ausência de 
planejamento estratégico de longo prazo para a nossa economia. O governo vem 
trabalhando com uma estratégia de reação aos fatos, uma verdadeira maquiagem, em 
que medidas emergenciais são adotadas para curarem complicações que seriam 
facilmente sanadas com um amplo planejamento macro. 
 O terceiro fator e, quiçá, o mais grave, é a submissão da política econômica à 
política partidária. Isto tem desestruturado todo o funcionamento do setor público e da 
sociedade, como a educação, saúde pública, segurança e, obviamente, a macroeconomia. 
 A quarta razão é a falta de credibilidade. Com escândalos em cima de escândalos 
sendo acumulados e a impunidade ridicularizando o sistema todo, mesmo que o Estado 
estivesse com boas e duras intenções de combate a crise não haveria credibilidade o 
suficiente para contar com o apoio dos diversos setores da economia nacional. Este é o 
problema que nos leva a temer o futuro incerto e obscuro. 
 Parte do aumento das despesas nos últimos anos beneficiou a 
população de menor renda, como é o caso do Bolsa Família e da 
universalização do acesso à educação fundamental. Porém, muitos dos 
benefícios concedidos pelo setor público, e ampliados nos últimos anos são 
destinados a grupos com renda entre os 10% mais ricos, agravando a 
desigualdade em vez de reduzi-la, além de serem insustentáveis no longo 
prazo. Esse é o caso das aposentadorias precoces para pessoas com pouco 
mais de 50 anos, que beneficia a classe média alta urbana, e do crédito 
subsidiado a empresas selecionadas. Gasta-se com benefícios individuais e 
relegam-se as políticas que geram benefício coletivo, como é o caso do 
investimento em infraestrutura, que não ultrapassa 2% do PIB. ESTADÃO 
(2015). 
 
A possível retomada da economia e do crescimento 
 
 A retomada ajustada da economia depende exclusivamente do Governo Federal. 
Tendo em vista o amontoado de análises, concluiu-se que o Estado não cumpriu seu 
papel em termos de fomento do desenvolvimento economicamente sustentável do país. 
Em suma, não cumpriu com tarefas simples. 
 Enquanto a agricultura, a indústria de bens e os serviços entregavam-se 
firmemente para atingir patamares de produtividade e competitividade, o Governo 
desacertava em planejamento estratégico, em infraestrutura pública e em política fiscal. 
O ajuste das contas públicas em períodos de retração econômica 
acaba inevitavelmente sendo feito por aumento de tributos e corte dos 
investimentos. De 1991 a 2014, a carga tributária brasileira passou de 24% 
para 34% do PIB, sendo entre 5 a 15 pontos percentuais superior à da maioria 
dos países emergentes. (ESTADÃO, 2015). 
 
 O ajuste fiscal é inevitável para provocarmos uma reversão da atual situação 
econômica do Brasil. O redimensionamento das contas públicas precisa que sua gestão 
seja compatível com o crescimento do País, com um nível aceitável para a carga 
tributária e a sustentabilidade da relação da dívida com o Produto Interno Bruto, fato 
este que culmina na redução forte nas despesas públicas, revisão de concessões de 
benefícios previdenciários e de programas assistenciais além do reforço das regras e 
instituições de responsabilidade fiscal.

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