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CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 1: TRIBUTO 1.2. CONCEITO DE TRIBUTO Em nossa aula inaugural vimos alguns conceitos introdutórios relacionados à classificação didática do Direito Tributário e vimos, também, a estrutura geral de uma relação jurídica tributária típica, incluindo os seus elementos integrantes. Podemos, hoje, partir direto para a definição de tributo. Uma dica para concursos públicos, válida para qualquer matéria: sempre que nós tivermos na lei uma definição de algum instituto jurídico, devemos nos concentrar apenas nela. Isto é, quando existe um conceito legal de qualquer coisa, não têm interesse, para nós, conceitos doutrinários divergentes dele. Não há dúvida de que nas questões de múltipla escolha da ESAF e do CESPE será adotada sempre a definição da lei. Pois bem, ocorre exatamente isso com o conceito de tributo. Como o CTN é uma lei de normas gerais, prevista no art. 146 da Constituição, é comum encontrarmos nele uma porção de definições. Assim, logo no art. 3º, o Código conceitua tributo, nestes termos: “Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” Todos os livros de Direito Tributário, depois de transcreverem o art. 3º do CTN, partem para uma análise dos elementos integrantes da definição. Vamos fazer a mesma coisa: 1) Tributo é prestação pecuniária. Pecuniária significa “em dinheiro”. Como vimos, as obrigações tributárias de dar (“dar dinheiro”) são as mais importantes do Direito Tributário, ditas, por isso, obrigações principais. O tributo não é a única obrigação principal existente no Direito Tributário. As penalidades pecuniárias (multas tributárias) também são obrigações principais e não são tributos, conforme veremos mais adiante. 2) Tributo é uma prestação compulsória. Como vimos, o Direito Tributário é ramo do Direito Público. Por força do princípio da supremacia do interesse público, é possível, no Direito Tributário, a imposição unilateral de obrigações, independentemente da vontade do obrigado. Na verdade, é óbvio que se o tributo não fosse compulsório, simplesmente ninguém pagaria! CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO www.pontodosconcursos.com.br 2 3) Tributo é uma prestação em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Não é muito fácil interpretar a parte final dessa frase. Que tributo é prestação em moeda nós já sabíamos. Isso é sinônimo de “prestação pecuniária”. Não é fácil enxergar o que o CTN quis dizer com “ou cujo valor se possa exprimir em moeda”. Alguns vêem aí autorização para quitação de tributos mediante entrega de bens (a chamada “dação em pagamento”). Na minha opinião, isso é meio forçado... Na verdade, só em 2001 foi acrescentada ao Código, pela Lei Complementar 104/2001, a possibilidade teórica de quitar um tributo mediante “dação em pagamento em bens imóveis” (CTN, art. 156, XI). E, para mim, esse acréscimo não tem nada a ver com o conceito de tributo. A verdade é que uma lei complementar, sendo instrumento hábil para tratar de normas gerais tributárias, pode perfeitamente criar hipóteses de extinção de tributos, independentemente do conceito geral de tributo. Foi o que a LC 104/2001 fez! Pois bem, outro autores acham que essa história de “ou cujo valor se possa exprimir em moeda” significa apenas autorização para utilização de indexadores para expressar valor de tributos, como a União fazia, antes do Plano Real, com a UFIR, e muitos municípios ainda fazem, com UNIFs e outros indexadores assemelhados. Assim, quando existia a UFIR, em vez de dizer, por exemplo, que Fulano devia cem mil cruzeiros de imposto de renda, dizia-se que ele devia quinhentas UFIR. A vantagem, para o Governo, de usar indexadores é que, em época de inflação alta, fica assegurada a manutenção do valor real do tributo a pagar. Eu concordo com essa posição, de que o “ou cujo valor se possa exprimir em moeda” significa autorização para o uso de indexadores. Outra interpretação é de que a expressão “ou cujo valor se possa exprimir em moeda” implica autorização para pagamento de tributo com títulos da dívida pública. Acho também aceitável essa interpretação. Basta lembrarmos que existe um (e somente um) tributo federal que pode ser, em parte, pago com títulos de dívida pública: trata-se da possibilidade de pagar 50% do ITR (imposto territorial rural) com títulos da dívida agrária (TDA). Apesar de toda essa discussão, minha opinião firme é de que não vão, nunca, em uma questão de múltipla escolha, perguntar o que quis o CTN dizer com “ou cujo valor nela se possa exprimir”. Portanto, não se preocupem em interpretar o que não tem, e nunca terá, interpretação consensual! 4) Tributo não é sanção de ato ilícito. CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO www.pontodosconcursos.com.br 3 Esse é o elemento fundamental que me permite distinguir um tributo de uma multa tributária. Todo o resto das definições de tributo e de multa coincide. É verdade. O que é uma multa tributária? É uma prestação pecuniária compulsória, instituída em lei, que constitui sanção de ato ilícito. É, da mesma forma, cobrada mediante atividade vinculada. Portanto, a única diferença entre tributo e multa tributária é que o primeiro nunca é punição por um ilícito e a segunda é sempre penalidade por ato contrário à legislação tributária. Entendam bem essa parte da definição: a hipótese de incidência de um tributo nunca é um ato ilícito. Isso não quer dizer que atos ilícitos não possam gerar obrigações de pagar tributo. Por exemplo, se alguém obtém renda pelo exercício ilegal da medicina, a obtenção de renda é fato gerador do imposto de renda. Mas o fato gerador é a obtenção de renda, não o exercício ilegal da medicina. Ou seja, a lei nunca terá como hipótese de incidência “exercer ilegalmente um ofício”. Simplesmente a lei trará como hipótese de incidência “auferir renda”. Não me interessa o negócio que deu origem à renda, porque não é esse negócio que é a hipótese de incidência. Esta nunca será um ato ilícito, mas sim um fato econômico neutro, independente da validade ou licitude do negócio jurídico (ou antijurídico) subjacente. Esse assunto será estudado detalhadamente quando tratarmos do art. 118 do CTN, que traz um princípio chamado pecunia non olet. Deixemos esse aprofundamento para mais tarde. 5) Tributo é prestação instituída em lei. Essa parte da definição é decorrência lógica do fato de ser o tributo algo compulsório. Como vivemos em um Estado de Direito, só a lei, que é expressão da vontade geral, pode obrigar alguém a alguma coisa. Como o tributo é uma obrigação, só a lei pode criar um tributo. No caso da criação de tributo, como veremos ao estudar o princípio da legalidade, só se admite mesmo a utilização de lei ou atos com força de lei, como as medidas provisórias. Nunca é possível, mediante ato infralegal (atos administrativos), criar um tributo. Essa regra não tem exceção. 6) Tributo é cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Essa regra é desnecessária para a definição de tributo. Se ela não estivesse expressa no art. 3º do CTN, nada mudaria. Mas, como está, precisamos conhecê-la. CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO www.pontodosconcursos.com.br 4 Essa regra significa que a lei não dá qualquer margem de liberdade ao agente da Administração tributária no que diz respeito à cobrança de tributos. Se o agente da Administração tributária, no exercício de suas funções, toma conhecimento da ocorrência de um fato gerador, obrigatoriamentedeve fazer o lançamento e cobrar o tributo. Não cabe a ele decidir se é oportuno e conveniente cobrar, ou dispensar a exigência por qualquer motivo que não esteja expressamente previsto em lei. Isso assim é porque, uma vez acontecido no mundo real o fato gerador, automaticamente surge a obrigação tributária, e já podemos falar que o tributo é existente. O tributo é coisa pública, pertence ao povo, à sociedade, não ao agente público, nem à Administração. Portanto, em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, nada resta ao agente público a não ser exigir o tributo, sem possibilidade de, por iniciativa própria, deixar de fazê-lo, sob pena de responsabilidade funcional. Como podemos perceber, todos os elementos da definição de tributo estão relacionados ao que estudamos na aula anterior: ao fato de ser o Direito Tributário um ramo do Direito público e ao fato de ser o tributo o objeto de uma relação jurídica obrigacional, imposta unilateralmente ao sujeito passivo. Sempre que uma prestação enquadrar-se na definição que acabamos de dissecar, podemos afirmar que se trata de um tributo. Assim, tributo é gênero, integrado por diversas espécies com características que as peculiarizam. Esse é o objeto de nosso próximo tópico: a enumeração das espécies tributárias integrantes de nosso ordenamento jurídico. Antes de passarmos ao próximo assunto, faço a observação de que não é muito comum uma questão sobre a interpretação dos elementos da definição de tributo. Mas é fundamental vocês conhecerem bem cada parte dela, porque isso é útil para o estudo posterior de diversos temas no Direito Tributário. De qualquer forma, acontece de, mesmo em concursos tradicionalmente difíceis, ser cobrada a definição pura e simples, como aconteceu nessa abaixo: (ESAF/Auditor INSS/2002) Com referência a tributo e suas espécies, é correto afirmar que: a) empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição de intervenção no domínio econômico e compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas são espécies tributárias. CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO www.pontodosconcursos.com.br 5 b) tributo é um gravame cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. c) são espécies tributárias, entre outras, imposto, taxa, contribuição em favor de categoria profissional, preço público e contribuição de intervenção no domínio econômico. d) tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. e) tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra. O gabarito é letra D. Questão literal, como costuma acontecer quando se trata de CTN! 1.3. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS INTEGRANTES DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL. ENUMERAÇÃO. O art. 5º do CTN, categoricamente, afirma: “Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria”. Realmente, em 1966, quando foi editado o CTN, predominava a doutrina da denominada “escola tricotômica”. Para essa escola, só há mesmo três espécies tributárias. Não importa o nome adotado pela lei. O que permite decidir qual é a espécie que se examina é, exclusivamente, o seu fato gerador. Essa visão da escola tricotômica fica bem clara pelo disposto no art 4º do CTN, a saber: “Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.” Vou procurar dar um exemplo bem simples para vocês entenderem a idéia dos defensores da escola tricotômica. CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO www.pontodosconcursos.com.br 6 Se um defensor dessa escola analisar a lei que instituiu a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), verá o seguinte: o fato gerador da CSLL é a obtenção de lucro pela pessoa jurídica. Como esse fato gerador não é nenhuma atividade específica do Estado, a CSLL é um imposto. Entenderam? Os defensores da escola tricotômica só aceitam a existência de impostos, taxas e contribuições de melhoria. Qualquer que seja o tributo eles classificarão como uma dessas três espécies. Para classificar, analisarão só o fato gerador (a hipótese de incidência), mais nada. É interessante, e muitos de vocês já devem ter percebido, que, pelo método da escola tricotômica, a CSLL e o IRPJ (imposto de renda das pessoas jurídicas) são o mesmo tributo. E eles defendem isso mesmo, sem enxergar aí nenhum problema! Igualmente, para eles, a COFINS e o PIS são ambos impostos, e são o mesmo “imposto”, porque o fato gerador é igual (a obtenção de receita bruta) e o fato gerador não é uma atividade estatal específica. Em resumo, para os adeptos da escola tricotômica, qualquer que seja o nome adotado pela lei, devemos verificar a hipótese de incidência. Se esta não for uma atividade do Estado, dizemos que o tributo é um imposto. Para eles, o único tributo de fato gerador não-vinculado, ou seja, que não é uma atividade estatal específica, é o imposto. Se a hipótese de incidência for alguma atividade estatal específica, teremos uma taxa ou uma contribuição de melhoria. Aí, é necessário ver qual a atividade estatal. Se for exercício do poder de polícia ou prestação de serviço público específico e divisível, temos uma taxa. Se for realização de obra pública que acarrete valorização de imóvel, temos uma contribuição de melhoria. Todo e qualquer tributo, não importa o nome ou a destinação, será classificado em uma das três categorias, exclusivamente pelo fato gerador. Com a promulgação da Constituição de 1988, cada vez mais foram surgindo adeptos da idéia de que não se deveria adotar essa tese restritiva da escola tricotômica, reduzindo qualquer tributo a uma das três espécies. Logo depois, o STF firmou a orientação, hoje pacífica, de que não são somente três, mas cinco as espécies integrantes do Sistema Tributário Nacional (STN). Para o Supremo, o STN delineado na Constituição de 1988 abrange as seguintes espécies tributárias: 1) impostos; 2) taxas; 3) contribuições de melhoria; 4) empréstimos compulsórios; CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO www.pontodosconcursos.com.br 7 5) contribuições. A jurisprudência do STF firmou-se antes de existir a contribuição de iluminação pública (CIP), tributo infeliz que foi introduzido no Brasil pela EC 39/2002, no art. 149-A da Constituição. Não podemos saber, ainda, se o STF considerará essa CIP uma sexta espécie tributária ou se a classificará na vala comum das contribuições (excetuada a de melhoria). Ou, ainda, se vai declarar inconstitucional essa EC 39/2002, o que, em minha opinião, seria o ideal. Não devemos nos preocupar com isso – saber a quantidade de espécies tributárias integrantes do STF – para questões de concursos. De qualquer forma, se por acaso um louco resolver perguntar isso, minha resposta é: são cinco espécies, estando as CIP incluídas no grupo “contribuições”. Portanto, desmembrando as espécies, temos: 1) impostos 1.1. Da União (CF, art. 153) 1.1.1. importação de produtos estrangeiros (II) 1.1.2. exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) 1.1.3. renda e proventos de qualquernatureza (IR) 1.1.4. produtos industrializados (IPI) 1.1.5. operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) 1.1.6. propriedade territorial rural (ITR) 1.1.7. grandes fortunas (IGF) 1.1.8. extraordinários de guerra (IEG - CF, art. 154, II) 1.1.9. impostos residuais (CF, art. 154, I) 1.2. Dos Estados e DF (CF, art. 155) 1.2.1. transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCD) 1.2.2. operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) 1.2.3. propriedade de veículos automotores (IPVA) 1.3. Dos Municípios e DF (CF, art. 156) 1.3.1. propriedade predial e territorial urbana (IPTU) CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO www.pontodosconcursos.com.br 8 1.3.2. transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) 1.3.3. serviços de qualquer natureza (ISS) 2) Taxas (CF, art. 145, II) 2.1. de polícia 2.2. de serviço 3) Contribuições de Melhoria (CF, art. 145, III) 4) Empréstimos Compulsórios (CF, art. 148) 4.1. por calamidade ou guerra externa (CF, art. 148, I) 4.2. por investimento público urgente e de relevância nacional (CF, art. 148, II) 5) Contribuições 5.1. Sociais 5.1.1. de seguridade social (CF, art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 90) 5.1.2. outras sociais (CF, art. 212, § 5º, art. 240) 5.2. de interesse das categorias profissionais ou econômicas (CF, art. 149) 5.3. de intervenção no domínio econômico (CIDE - CF, art. 149) 5.3.1. relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível (CIDE-combustíveis - CF, art. 177, § 4º) 5.3.2. outras CIDEs (CF, art. 149) 5.4. para o custeio do serviço de iluminação pública (CIP - CF, art. 149- A) Em resumo, qualquer questão de concurso que pergunte quais são as espécies tributárias, nos termos do CTN, deve ter como resposta: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Se for, diferentemente, uma questão referindo-se ao entendimento do STF, ou simplesmente perguntar as espécies que integram o STN, a resposta é: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições Observação: as contribuições do art. 149 da Constituição às vezes são chamadas contribuições especiais ou contribuições parafiscais. Existem, ainda, alguns autores que chamam de contribuições sociais todas as CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO www.pontodosconcursos.com.br 9 contribuições, exceto as de melhoria. Vocês podem encontrar qualquer desses termos em concursos. Quanto às CIP, ainda não existe denominação doutrinária para elas. Na minha opinião, chamá-las, genericamente, de sociais é um verdadeiro absurdo. Chamá-las especiais não apresenta problema, porque o termo “especiais” não quer dizer nada preciso mesmo. A verdade é que isso é muito confuso, porque cada uma das contribuições descritas nos art. 149 e 149-A da Constituição tem características próprias, sendo sempre problemático usar um nome comum para nos referirmos a todas elas. Por isso eu uso simplesmente “contribuições”, ficando combinado que não estão abrangidas nessa expressão as contribuições de melhoria. Em aulas futuras estudaremos as linhas gerais das principais dessas espécies tributárias, conforme o programa deste curso. PONTOS RELEVANTES DESTA AULA 1) Tributo é uma prestação pecuniária compulsória, instituída em lei, que não constitui sanção de ato ilícito. 2) A diferença entre tributo e multa é só o fato de que tributo nunca é uma punição e multa é sempre sanção de ato ilícito. 3) A instituição de um tributo só pode ser feita por lei ou por ato com força de lei (como as medidas provisórias), sem nenhuma exceção. 4) Para o CTN são só três as espécies tributárias: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Nesse caso, qualquer que seja o tributo, deve-se analisar exclusivamente o fato gerador e, com base nele, classificar o tributo como uma das três espécies. Essa posição do CTN espelha o que é (ou era) defendido pela chamada escola tricotômica. 5) Para o STF, a CF/88 estabeleceu cinco espécies tributárias distintas: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições do art. 149 (e também, podemos acrescentar, do 149-A). Às vezes, os autores se referem a essa posição como “classificação qüinqüipartida. 6) Em uma questão de concurso, perguntando sobre as espécies tributárias, devemos prestar atenção. Se a questão expressamente diz algo como “nos termos do CTN” ou “conforme o CTN”, não há dúvida: são só impostos, taxas e contribuições de melhoria. Se nada diz, ou pergunta a posição do STF, ou algo como “segundo a Constituição”, ou “conforme previsto na CF/88”, adotamos a classificação qüinqüipartida, ou melhor, consideramos espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições do art. 149 e a CIP, do art. 149-A. CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO www.pontodosconcursos.com.br 10 Até a próxima.
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