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Reflexões Bíblicas II Vida e Ministério de Jesus e a Forma o do Discípulo

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Prévia do material em texto

ilustradora
SENHORINHA GERVÁSIO LOURENÇO BRAGANÇA
DIREtORIA DA CONVENÇãO BAtIStA MINEIRA
Publicação da
Convenção Batista Mineira
Diretor executivo da Convenção Batista Mineira
Pr. Márcio Alexandre de Moraes Santos
Coordenadora do comitê do programa 
para o Crescimento Cristão
Tania Oliveira de Araujo
ExpEDIENtE
“Reflexões Bíblicas II” 
2016
Nasceu em Humaitá, município de Mutum 
em 10 de abril de 1958. Em Belo Horizon-
te fez o Curso Livre de Educação Religio-
sa no Seminário Teológico Batista Mineiro, 
onde foi professora nos anos 1996 a 2002. 
Casou-se com Wagno Alves Bragança com 
quem teve três filhos: Bruno Gervásio 
Bragança, Breno Gervásio Bragança e Wagno 
Alves Bragança Júnior. Trabalhou na Igreja 
Batista Central no Palmeiras - BH como edu-
cadora nos anos 2004 a 2008, período em 
que também foi professora no Instituto de 
Liderança Cristã da Igreja Batista do Barro 
Preto - BH/MG.
Cursou na Escola Guignard – UEMG Educa-
ção Artística, turma 2000 e foi professora 
de Artes no Colégio Batista Mineiro - Séries 
Iniciais, em Belo Horizonte, por um curto 
período. Cursou na Casa dos Quadrinhos 
- Técnico em Artes Visuais. Atualmente é 
membro da Igreja Batista Memorial em Belo 
Horizonte. 
EquipE dE planEjamEnto
•	 Ana Lúcia dos Santos Ribeiro 
•	 Pr. André Luiz Ferreira Silva
•	 Elvira M. Gonçalves Rangel 
•	 Pr. Francisco Mancebo Reis
•	 Isabel da Cunha Franco
•	 Pr. Joselito Ferreira de Sena 
•	 Miriam de Oliveira Lemos Santos Mendonça
•	 Pr. Reinaldo Arruda Pereira 
•	 Senhorinha Gervásio Lourenço Bragança
•	 Pr. Tarcísio Caixeta de Araújo
•	 Pr. Wagno Alves Bragança 
Pr. Ramon Márcio de Oliveira (Presidente), 
Pr. Sandro Ferreira (1º vice-presidente), 
Pr. Danilo Secon (2º vice-presidente), 
Irmã Laiza Assumpção (3ª vice-presidente), 
Pr. Jaelson de Oliveira Gomes (1º secretário), 
Pr. Nicolas Alves Bastos (2º Secretário) 
Irmã Rosimeire Rosa (3ª secretária), 
Pr. Jonair Monteiro da Silva (Presidente de Honra), 
Pr. Muryllo Casséte (in memorian) (Presidente Emérito).
Revisão teológica
Pr. Tarcísio Farias Guimarães 
Primeira Igreja Batista em Divinópolis
Pr. Ramon Márcio de Oliveira
Igreja Batista Parque Granada – Uberlândia
Pr. Sandro Ferreira
PIB Coronel Fabriciano
Revisão ortográfica
Pr. Francisco Mancebo Reis
Editoração
Tania Oliveira de Araújo 
Senhorinha Gervásio Lourenço Bragança 
Litza Alves
Diagramação 
Adriana Angélica Costa Carvalho
tiragem - 30.000 exemplares
Convenção Batista Mineira:
Rua Plombagina, 250 - Floresta - 31110-090 
Belo Horizonte/MG - Fone: (31) 3429-2000
E-mail: secretaria@batistas-mg.org.br
Site: www.batistas-mg.org.br
ISABEL DA CUNHA FRANCO  (autora da 1ª parte - Estudos 1 a 26)
Dados Pessoais:
Nascida em 08 de dezembro de 1941 numa família batista do Estado do Rio de Janeiro
Membro de uma igreja batista desde 12 anos de idade
Membro da Igreja Batista do Barro Preto 
Casada com o Pastor Jonair Monteiro da Silva
Membro do Comitê do programa para o Crescimento Cristão
Formação: 
-  Graduação em Geografi a (1970) e em Psicologia (1991), pela UFMG  
-   Pós-graduação em Educação Religiosa no IBER – RJ
-   Pós-graduanda em Teologia Sistemática na Faculdade Batista de Minas Gerais
-   Várias matérias avulsas em Seminários
Atividades já exercidas:
-  Professora no Sistema Público Municipal e Estadual
-  Professora no Seminário Teológico Batista Mineiro, da Convenção Batista Mineira
-  Educadora Religiosa na Igreja Batista do Barro Preto e Primeira Igreja Batista do Tupi, ambas em Belo Horizonte. 
-  Diretora do Instituto de Liderança Cristã da Igreja Batista do Barro Preto, em Belo Horizonte.
-  Professora de Antigo e Novo Testamentos no Instituto de Liderança Cristã da Igreja Batista do Barro Preto, em Belo Horizonte.
Obras:
-  Livro   “O poder do abraço”  -  2011
-   Revista para EBD  -  Panorama do Antigo Testamento com 26 estudos
-   Revista de EBD  -  Livros Poéticos e Proféticos com 26 estudos
-  Vários artigos publicados  na antiga revista “Mulher Cristã Hoje“ cuja redatora era Nancy Gonçalves Dusilek;  Outros: no Jornal 
“Transformação” da Visão Mundial, no “Batista Mineiro”, etc  
jOSELItO FERREIRA DE SENA (autor da 2ª parte - Estudos 27 a 52)
63 anos, casado há 39 anos com a irmã Idélia S. Sena, tem dois fi lhos e cinco netos. É natural 
de Jitaúna-BA. Tel. (31) 99644-1952. joselito-sena@ig.com.br
ESCOLARIDADE: Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (Rio 
de Janeiro), graduado em teologia pela Faculdade Teológica Batista Mineira. Bacharel em 
Psicanálise pela Academia Brasileira de Psicanálise Clínica (Rio de Janeiro). Pós-graduado em 
teologia sistemática pela Faculdade Teológica Batista Mineira. Pós-graduado em Psicanálise 
pela Faculdade Einstein da Bahia.
PASTORADO: Igreja Batista Novo Horizonte (Rio de Janeiro); PIB de Muriaé (MG); PIB de Cel. 
Fabriciano (MG); Igreja Batista de Acari (Rio de Janeiro); PIB do Barreiro (BH); Coordenador de Evangelismo e Missões – Igreja Batista 
do Barro Preto (BH); atualmente PIB em Lagoa Santa (MG).
MAgISTÉRIO: 1ª e 2ª séries do ensino fundamental (Jitaúna – BA); Evangelismo e Missões, Psicologia Pastoral (Faculdade Teoló-
gica Batista de Itaperuna - RJ). Diretor do Campus Avançado do Seminário Teológico Batista Mineiro (Cel Fabriciano – MG); onde 
também lecionou Homilética, Evangelismo e Missões. Teologia Bíblica do Antigo Testamento (campus-avançado do Seminário 
Batista Brasileiro em Cambridge – EUA). Teologia sistemática na Pós-Graduação da Faculdade Teológica Batista Mineira. Teologia 
(Faculdade Lagoa Santa - MG).
autorEs
atividadEs pEdagógicas
ANDRÉ LUIz FERREIRA DA SILVA
Bacharel em Teologia pela FBMG - Faculdade Batista de Minas Gerais;
Graduado em Teologia pela FACETEN - Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte 
do Brasil;
Especialista em exposição Bíblica pela LEADERSHEAP RESOURCES / CDL NPP PIBA; 
Pós-graduado em psicopedagogia Clínica e Institucional pela - FANS - FACULDADE DE 
NOVA SERRANA; 
Mestrando Profissional em Ciências da Religião com especialização em Análise do Discurso 
Religioso pela FACULDADE UNIDA DE VITÓRIA / ES); 
Pastor da Igreja Batista Memorial em Uberlândia.
CELMA OLIVEIRA ARAUjO FERREIRA SILVA
Graduada em pedagogia - Universidade Norte do Pará
Membro da Igreja Batista Memorial em Uberlândia
Vice-presidente da UFMBM / Representante das Igrejas Batistas no comitê de 
Crescimento Cristão
SELMA ALMEIDA DE MORAIS
Bacharel em Pedagogia - Faculdade Anhanguera
Professora na E.B.D. da Igreja Batista do Progresso em Belo Horizonte MG.
ROSILENE DELtIzA tURCI OLIVEIRA
Bacharel em Teologia e Educação Religiosa pela Faculdade Batista de Minas Gerais
Professora do Ensino fundamental – Colégio Joaquim Nabuco. 
Educadora religiosa na Igreja Batista Metropolitana – Contagem 
DORICEIA ALVES pEDROSO
Curso livre de Educação Religiosa – Seminário Teológico Batista Mineiro
Educadora Religiosa na Igreja Batista Humaitá – BH
Presidente da AECBMG – Associação dos Educadores Cristãos Batistas de Minas Gerais
COOPERAÇÃO DENOMINACIONAL
Duas vezes presidente da Ordem dos Pastores Batistas de Minas Gerais e uma vez terceiro presidente. Duas vezes escreveu 
meditações para a revista Manancial da UFBB. Diversas vezes escreveu matéria para a revista Visão Missionária da UFBB.
OBRAS PUBLICADAS:
Pela Editora Kárita: Classe de Batismos. Classe Vida Nova. Boa Notícia. O Novo Convertido. Estudando a Bíblia. Manual de 
Treinamento de Discipulado. Manual de Pequenos Grupos. Panorama do Novo Testamento I. Panorama do Novo Testamento II. 
Estudos no Evangelho de Mateus. Estudos no Evangelho de Marcos. Estudos no Evangelho de Lucas. Estudos no Evangelho de 
João. Estudos no livro de Atos. Estudos na Carta aos Romanos. Estudos em I e II Coríntios. Estudos em Gálatas e Efésios. Estudosno 
Livro dos Salmos - Volume I. Estudo no Livro dos Salmos – Volume II. O Mordomo Cristão. O Pescador.
Pela JUERP: O Evangelho de Marcos.
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 5
palavra do dirEtor EXEcutivo da cBm 
jesus, a Verdade que Liberta
O evangelista João em seu evangelho 8:32 cita as pa-lavras de Jesus quando diz: “conhecereis a verdade e a 
verdade vos libertará”. A ênfase desse 
versículo não está na verdade e sim no 
conhecereis, a verdade já existe, ela já 
está presente, ela é um fato. Se nós co-
nhecermos a verdade então alcançare-
mos a plenitude do objetivo do texto pronunciado por Jesus, logo 
seremos libertos. Há uma ação de liberdade que vem ao encontro 
de cada um a mediada que conhece, que se tem acesso e intimida-
de com a verdade. Já em João 14.6, o próprio Jesus vai nos ensinar 
que ele é essa verdade. Diante disso, fi ca muito claro para cada um 
de nós que a missão que Jesus deixou para igreja é ensinar, ensinar 
sobre Ele mesmo ou fazer discípulos como nos lembra Mateus 28.19. 
Toda a palavra de Deus aponta para Jesus, de Gênesis a Apocalipse 
encontramos uma redação Messiânica que converge para o Cristo, 
tudo aponta para a Verdade! A Convenção Batista Mineira entenden-
do sua missão de servir e instrumentalizar a igreja local tem a alegria 
de entregar gratuitamente um material de alta relevância para to-
das as igrejas batistas cooperantes do Estado de Minas Gerais. Esse 
ano iremos falar sobre a vida e o ministério de Jesus e a formação 
do discípulo, desta forma cada estudante da Palavra de Deus pode-
rá conhecer cada vez mais a verdade e alcançar a liberdade que só 
encontramos em Jesus.
Pr. Marcio Santos
6 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
palavra da coordEnadora do 
comitÊ dE crEscimEnto cristÃo 
para os batistas a Escola Bíbli-ca tem sido um meio pelo qual 
o aprendizado da Palavra 
de Deus se propaga se- 
manalmente, contribuin-
do para a formação do 
caráter do cristão. Desde 
a sua criação ela tem ex- 
perimentado vários mo- 
delos e ênfases, sendo so-
cial, evangelística e edu- 
cacional. Neste novo tem- 
po a união desses valo-
res estão sendo traba-
lhados de forma total e 
atual, visando à formação 
integral da pessoa. Te- 
mos experimentado em 
Minas uma nova proposta 
para a Escola Bíblica em 
nossas igrejas em tem-
pos em que se requer 
da sociedade pessoas 
transformadas em sua in-
tegridade, coerentes em 
seu viver e atuantes na 
comunidade. 
A Convenção Batista 
Mineira entrega às igrejas 
mais uma revista, con-
tendo uma proposta ino-
vadora e atualizada dos 
estudos sobre a vida de 
Jesus e seu exemplo para 
a sociedade. 
Nos primeiros estudos 
estaremos focando a pes-
soa de Jesus em seu mi-
nistério e autoridade para 
exercê-lo. Em um segun-
do momento estudare-
mos o discipulado através 
do exemplo de Cristo atra-
vés de toda sua caminha-
da terrena.
Vivemos em uma so-
ciedade que necessita 
de relacionamentos sau-
dáveis para sua integra-
ção com o outro. O exem-
plo de Cristo relatado de 
forma atual e reflexiva de 
se permitir ser transfor-
mado e assim transformar 
a sociedade.
O apóstolo Paulo em 
sua carta aos Romanos 
12.2 nos convida à trans-
formação pela renovação 
de nossa mente. Assim 
nossa esperança é que 
os estudos realizados na 
revista do aluno e apli-
cação das sugestões de 
atividades propostas no 
exemplar do professor 
contribuam para a co-
erência de vida e assim 
uma ação transformadora 
na comunidade. 
Agradecidos somos 
a todos que contribuí- 
ram para a efetivação des- 
se sonho: autores, ilustra-
dora, editoras, pedago-
gos, teólogos, revisor or- 
tográfico e diretor execu-
tivo.
Tania Oliveira de Araujo
Educação que transforma
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 7
sumário
ESTUDO 1: OS EVANGELHOS FALAM DE JESUS ................................................................................................................. 11
ESTUDO 2: A CHEGADA DA MAIOR DÁDIVA DE DEUS AO MUNDO .......................................................................... 14
ESTUDO 3: ANTECEDENTES AO MINISTÉRIO DE JESUS .................................................................................................. 17
ESTUDO 4: INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JESUS...................................................................................................................... 20
ESTUDO 5: ENTREVISTAS DE JESUS NO INÍCIO DO SEU MINISTÉRIO ........................................................................ 23
ESTUDO 6: JESUS E O ESTABELECIMENTO DO REINO ................................................................................................... 27
ESTUDO 7: O AMOR DE JESUS NÃO DISCRIMINA ............................................................................................................. 30
ESTUDO 8: JESUS COMBATE A RELIGIOSIDADE EXTERIOR ........................................................................................... 33
ESTUDO 9: JESUS SEMPRE SURPREENDE AS PESSOAS ................................................................................................... 36
ESTUDO 10: A ÉTICA DO REINO DE DEUS (I) ....................................................................................................................... 39
ESTUDO 11: A ÉTICA DO REINO DE DEUS (II) ..................................................................................................................... 42
ESTUDO 12: A ÉTICA DO REINO DE DEUS (III) ....................................................................................................................... 45
ESTUDO 13: ALICERCES FIRMES, É O SEGREDO ................................................................................................................ 48
ESTUDO 14: O VALOR E O CRESCIMENTO DO REINO DEPENDEM DE SINAIS? ..................................................... 51
ESTUDO 15: PARÁBOLAS DO REINO ....................................................................................................................................... 54
ESTUDO 16: A HUMILDADE FAZ PERDOAR .......................................................................................................................... 57
ESTUDO 17: JESUS SE RETIRA PARA ESTAR A SÓS COM OS DISCÍPULOS (I) ........................................................... 60
ESTUDO 18: JESUS SE RETIRA PARA ESTAR A SÓS COM OS DISCÍPULOS (II) .......................................................... 63
ESTUDO 19: JESUS, O GRANDE MESTRE ............................................................................................................................... 66
ESTUDO 20: O DESEJO DE JESUS PARA OS SEUS SEGUIDORES ................................................................................. 69
ESTUDO 21: A SEMELHANÇA COM O CARÁTER DO PAI .................................................................................................. 72
ESTUDO 22: JESUS É VIDA QUE LIBERTA ............................................................................................................................... 75
ESTUDO 23: JESUS SOFRE, RECONHECENDO O QUE O AGUARDA ............................................................................ 78
ESTUDO 24: ENSINANDO ATÉ O FIM ...................................................................................................................................... 81
ESTUDO 25: O FINAL DA VIDA TERRENA DE JESUS .......................................................................................................... 84
ESTUDO 26: O MAIOR ACONTECIMENTO DE TODOS OS TEMPOS ............................................................................. 88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................................................................91
jesus Cristo – Vida e Ministério nos Evangelhos 
8 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
ESTUDO 27: CHAMADO PARA SER DISCÍPULO .................................................................................................................. 92
ESTUDO 28: A TEOLOGIA DO DISCÍPULO DA CRUZ ........................................................................................................ 96
ESTUDO 29: O DISCÍPULO E O MARAVILHOSO CONVITE DE JESUS .........................................................................100
ESTUDO 30: O DISCÍPULO QUE OLHA PARA CRISTO .....................................................................................................103
ESTUDO 31: O ALVO SUPREMO DO DISCIPULADO ........................................................................................................107
ESTUDO 32: O DISCÍPULO E SEU ENCONTRO COM JESUS ...........................................................................................111
ESTUDO 33: UM PEDIDO ESPECIAL: FICA CONOSCO, SENHOR! ..............................................................................115
ESTUDO 34: O DISCÍPULO APROVADO POR DEUS .........................................................................................................118
ESTUDO 35: MINISTRO E DESPENSEIRO DOS MISTÉRIOS DE DEUS ........................................................................121
ESTUDO 36: QUANDO O DISCÍPULO NEGA A CRISTO ..................................................................................................125
ESTUDO 37: O OLHAR MISERICORDIOSO DE JESUS ......................................................................................................128
ESTUDO 38: O DISCÍPULO E A ORAÇÃO .............................................................................................................................131
ESTUDO 39: REAFIRMANDO A FÉ ANTE AS ADVERSIDADES .....................................................................................135
ESTUDO 40: VITÓRIA SOBRE O PECADO: “NÃO PEQUES MAIS” .................................................................................139
ESTUDO 41: A COSMOVISÃO DO DISCÍPULO ...................................................................................................................142
ESTUDO 42: O DISCÍPULO E OS ARGUMENTOS DA FÉ .................................................................................................145
ESTUDO 43: O DISCÍPULO E OS MANDAMENTOS DA MUTUALIDADE (I) .............................................................148
ESTUDO 44: O DISCÍPULO E OS MANDAMENTOS DA MUTUALIDADE (II) .............................................................152
ESTUDO 45: OS DISCÍPULOS NA TEMPESTADE ...............................................................................................................156
ESTUDO 46: A MISSÃO PRECÍPUA DO DISCÍPULO DE CRISTO ..................................................................................159
ESTUDO 47: O DISCÍPULO QUE LEVA O IRMÃO A JESUS ..............................................................................................163
ESTUDO 48: A PRIMEIRA DISCÍPULA MISSIONÁRIA ......................................................................................................166
ESTUDO 49: O DISCÍPULO RICO PARA COM DEUS ..........................................................................................................170
ESTUDO 50: O DISCÍPULO E SUA FIDELIDADE .................................................................................................................173
ESTUDO 51: DISCIPULADO - QUE TERRENO SOU EU? ...................................................................................................177
ESTUDO 52: DISCÍPULO – UM MORDOMO CRISTÃO......................................................................................................181
ANOTAÇõES .................................................................................................................................................................................185
A formação do Discípulo de jesus Cristo
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 9
a p r E s E n t a Ç Õ E s
E sta série de estudos apresenta um panorama da vida e do ministério de Jesus contido nos Evangelhos. Deus se revela através de Sua maior dádiva à huma-nidade: Jesus Cristo, o Senhor. 
Os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João não apresentam os fatos da 
vida de Jesus em absoluta ordem cronológica. Tentei apresentá-los o mais cronologi-
camente possível nestes estudos, com a ajuda preciosa do livro de HESTER, H.I., “Intro-
duccion al estudio del Nuevo Testamento”, que consta nas referências bibliográficas ao 
final. Sei, no entanto, das incertezas com relação ao tempo exato e local em que acon-
teceram alguns fatos e ensinos no ministério de Jesus. Mas tenho também a convicção 
de que isto não é o mais importante para o estudioso dos Evangelhos.
Os primeiros estudos desta série se relacionam à vida de Jesus desde antes do Seu 
nascimento até o início do Seu ministério. A seguir vem grande parte dos estudos fo-
calizando Sua obra e ensino na Galileia, onde Ele exerceu a maior parte de suas ativida-
des. Ele realizou milagres, proferiu o Sermão do Monte e contou muitas parábolas. No 
período do ministério galileu, no entanto, há fatos importantes acontecidos na Judeia 
que são também mencionados. Após o ministério galileu, virão dois estudos sobre as 
Suas retiradas, isto é, o Seu afastamento das multidões para estar a sós com os discípu-
los. A seguir, dois estudos versarão sobre o ministério de Jesus na Judeia e dois sobre 
o Seu ministério na Pereia. Finalmente, três estudos abrangerão a última semana da 
vida terrena de Jesus e depois disto virá o último sobre a Sua gloriosa ressurreição.
Cada estudo está baseado em um ou mais evangelhos, de acordo com a escolha 
pessoal da autora. Cada Evangelho, por sua vez, transmite a história de Jesus, confor-
me os traços pessoais e as preferências do evangelista inspirado. O fato é que Deus 
não usou os escritores do NT como se fossem máquinas. Ele não os despersonalizou, 
apossando-se deles independentemente de sua vontade, cultura ou características 
pessoais. Pelo contrário! Respeitando seu modo de ser, Deus usou de cada um o de-
sejo de escrever, além da inteligência, capacidade e formação. Todavia, segundo o que 
cremos, cada evangelista escreveu o que Deus queria que soubéssemos.
- Mateus destaca Jesus como o Messias que deveria vir. Sendo este evangelho em 
grande parte dirigido aos judeus, apresenta muitos textos do Antigo Testamento que 
mostram ser Jesus o Messias esperado por eles. 
10 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
- Marcos apresenta Jesus sobretudo como servo. Descreve-O, muitas vezes, em 
ações rápidas, deslocando-se sempre de um lugar para outro a fim de servir às pessoas.
- Lucas focaliza Jesus como filho do homem, realçando a sua humanidade. 
Escrito mais para os gentios, visto ser o autor um gentio, mostra a universalidade do 
evangelho.
- João é o evangelho que realça sobretudo a divindade de Jesus. Apresenta-O 
desde o início como pré-existente, o Deus que se encarnou. 
Recomendamos que ao se estudar esta série em grupo, que se leia antes 
individualmente, para que se aproveite melhor o estudo. 
Desejamos que, mais uma vez, o estudo da Palavra de Deus ajude você a 
construir sua vida à semelhança d’Aquele cuja VIDA neste mundo é aqui estudada.
 Isabel da Cunha Franco
MINHA VISãO SOBRE AS LIÇÕES “O DISCÍpULO DE CRIStO”
Fazer discípulos deve ser não somente um alvo do cristão, mas deve ser o seu 
estilo de vida. Jesus nos chamou para “ser” e “fazer” discípulos. Temos dois objetivos 
especiais com nossa humilde contribuição ao escrever os estudos sobre o discípulo 
de Cristo: O primeiroé incentivar aqueles que já estão obedecendo a Jesus na prática 
do discipulado a prosseguir, porque o Senhor há de recompensá-los com a alegria 
de voltar trazendo consigo os seus “molhos” (Sl 126.5-6). O segundo é despertar 
aqueles que desejam obedecer a Deus em tudo, a cultivar a prática do discipulado. 
Deve-se perceber que discipulado não é apenas tornar alguém num seguidor de 
Jesus, mas levá-lo a prosseguir para o alvo da soberana vocação de Deus em Cristo 
Jesus: Ser a imagem e semelhança de Deus (Fp 3.12-14 e 1Jo 3.2).
 Joselito Ferreira de Sena
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 11
ESTUDO 1
os EvangElhos falam 
dE jEsus
INtRODUÇãO
Os escritores bíblicos não foram usa-
dos pelo Espírito Santo de forma mecâni-
ca. Deus não age assim. Ele os inspirou, 
usando a inteligência, os dons e os talen-
tos que lhes deu, além do próprio desejo 
deles de investigar e relatar sua boa nova 
à humanidade. Por isso, os Evangelhos, 
embora semelhantes, diferem uns dos 
outros, já que seus autores (Mateus, Mar-
cos, Lucas e João), diferiam em formação 
e em estilos de personalidade.
Os Evangelhos narram vida, obras e 
ensinos de Jesus. Mateus, Marcos e Lu-
cas são chamados Evangelhos Sinóticos1 
porque há muito de comum em seu con-
teúdo e forma de apresentação. Eruditos 
pensam que Marcos é o mais antigo, do 
qual Mateus e Lucas tiraram muito do 
que escreveram, além de terem pesqui-
sado em outras fontes.
O Evangelho de João é diferente. Não 
tem parábolas e narra alguns milagres 
que só aparecem nele. O ensino de Jesus 
neste evangelho é mais sobre Si mesmo e 
aí são mais destacados os Seus encontros 
pessoais do que Seus encontros com as 
multidões.
Os textos semelhantes nos evange-
lhos sinóticos parecem mostrar que eles 
podem ter se servido um do outro ou de 
fontes comuns. Algumas aparentes con-
tradições entre os escritores não revelam 
contradição na mensagem, mas na forma 
de narrar o acontecimento. O objetivo 
dos Evangelhos é apresentar a vida ímpar 
de Jesus neste mundo como encarnação 
da Divindade, demonstrando o Seu infi-
nito amor no resgate de Sua criação. 
Aplicação a sua vida: Quando você sabe 
que Deus usou pessoas tão diferentes para 
anunciar ao mundo as suas “boas novas”, 
que sentimentos brotam em seu coração?
Veja a seguir um pouco sobre cada 
um dos Evangelhos.
1. Evangelho segundo Mateus
Mateus foi o primeiro Evangelho acei-
to no cânon sagrado, talvez porque, sen-
LEItURAS DIÁRIAS
Segunda João 5. 36-40 e 6.47-51
terça Efésios 3.14-21
Quarta Mateus 16.13-20 
Quinta Marcos 1.14-28
Sexta Lucas 1.1-4, 26-38
Sábado João 1. 1-14
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 11
| O S E v A N g E L h O S F A L A M D E J E S U S
12 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
do muito didático e com muitos ensinos 
de Jesus, foi o primeiro a ser usado na 
igreja nos primeiros séculos. Apresenta 
mais organizadamente os discursos de 
Jesus, como por exemplo o Sermão do 
Monte. Seu autor, Mateus, foi um dos 
doze discípulos mais próximos de Jesus, 
cujo nome aparece como Levi por oca-
sião de sua chamada (Mt.9.9 e Mc.2.14). 
Era publicano, isto é, cobrador de im-
postos. O fato de trabalhar com papéis 
e documentos, pode lhe haver facilitado 
escrever sobre Jesus.
Um propósito importante deste Evan-
gelho é levar os judeus a reconhecer Je-
sus como o Messias esperado. Por isto 
tem grande número de menções às pro-
fecias do Antigo Testamento. Exemplos: 
Mateus 1.22-23; 2.5-6; 4.14-16; 12.17-21. 
Você pode encontrar muitas.
É o único evangelho em que aparece 
a palavra “igreja”.
Mateus 16.13-20
Jesus faz uma pergunta aos discípu-
los: “Quem vocês pensam que eu sou? 
Estes O alegram através da resposta de 
Pedro: “Tu és o Cristo, Filho do Deus vivo”. 
Jesus afirma que tal declaração de Pedro 
lhe viera do Pai e que sobre esta pedra, 
este fundamento, edificaria a Sua igreja. 
Pedro quer dizer pedra. O que signi-
ficaria esta declaração de Jesus? Alguns 
pensam que esta declaração tem o signi-
ficado de que a igreja está edificada so-
bre Pedro, mas não concordamos com tal 
interpretação. O que se pode entender 
e que é confirmado por outros textos bí-
blicos, é que a igreja está edificada sobre 
a declaração de Pedro, pois o verdadei-
ro fundamento é Jesus, como o próprio 
Pedro declara (I Pe. 2.3-7). E Paulo diz 
que “ninguém pode lançar outro funda-
mento, além do que já está posto, o qual é 
Jesus Cristo”(I Co.3.11).
A seguir, Jesus afirma que pessoas 
seriam ligadas ao céu através de Pedro. 
Realmente, no dia de Pentecostes e mui-
tas vezes depois, milhares de pessoas fo-
ram ligadas ao céu através de Pedro e de 
outros apóstolos. O discípulo do Cristo 
tem a missão de ligar pessoas ao céu e 
desligá-las de cadeias demoníacas atra-
vés da mensagem do amor divino. Pedro, 
um discípulo como os demais, aprendeu 
com Jesus a superar suas limitações por-
que cresceu na dependência do Senhor.
Aplicação a sua vida: Se você já é um dis-
cípulo de Jesus, de que maneira tem procu-
rado desempenhar sua missão no mundo? 
Você tem ligado pessoas ao céu, isto é, ao 
que Deus deseja para elas?
2. Evangelho segundo Marcos
É o Evangelho mais curto, não tendo 
muitos fatos anteriores ao ministério de 
Jesus. Seu autor, João Marcos, era filho 
de uma mulher de destaque na igre-
ja primitiva em Jerusalém. Os cristãos 
se reuniam em sua casa, durante a pri-
são de Pedro (At.12.12); era parente de 
Barnabé (Cl.4.10); acompanhou Paulo e 
Barnabé em sua primeira viagem mis-
sionária, voltando da Panfília, na Ásia 
Menor (At.13.5,13 e 15.36-38); muitos 
anos depois, João Marcos é mencionado 
em várias epístolas como cooperador de 
Paulo e de Pedro (Cl.4.10; Fm.24; II Tm. 
4.11; I Pe.5.13). Segundo estudiosos, foi 
de Pedro que Marcos ouviu muito do que 
relatou a respeito de Jesus.
Marcos apresenta Jesus como servo, 
sempre fazendo o bem às pessoas. Este 
evangelho narra ações que se sucedem 
com rapidez.
Marcos 1.14-39 
Os acontecimentos se sucedem ra-
pidamente. Aí aparecem muitas vezes, 
expressões como “logo”, “a seguir” e “ime-
diatamente”. Veja algumas ações de Jesus 
O S E v A N g E L h O S F A L A M D E J E S U S | 
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 13
neste texto e como elas se sucedem: 
chama os primeiros discípulos (14-20); 
ensina na sinagoga e cura um endemo-
ninhado (21-28); cura a sogra de Pedro 
(29-31); cura muitos enfermos e ende-
moninhados (32-34); dedica-se à oração 
(35-37); prega em muitas aldeias (38-39).
Apresentando Jesus como servo, este 
Evangelho faz ver aos discípulos do Cris-
to que devem se dispor a prestar serviço 
às pessoas.
Aplicação a sua vida: Como você tem, na 
medida de suas possibilidades, servido aos 
que estão próximos de você?
3. Evangelho segundo Lucas
Lucas 1.1-4 e Atos 1.1
Os textos acima indicam que estes 
dois livros são do mesmo autor. Possivel-
mente Lucas era um gentio muito culto 
convertido ao Cristianismo. Com grande 
capacidade para investigar e escrever, 
narra com vivacidade e beleza os aconte-
cimentos. Era médico (Cl 4.14) e compa-
nheiro de Paulo em suas viagens (II Tm. 
4.11).
Algumas características do Evangelho 
de Lucas: 
- aparecem muitos cânticos, como os 
de Zacarias, de Maria, de Simeão.
- Aparecem grupos marginalizados 
como crianças, mulheres, pobres, publi-
canos, meretrizes. 
- É o que mais destaca a universalida-
de do evangelho.
- Narra em maior número e com gran-
de beleza as parábolas.
Apresenta Jesus em sua humanidade, 
estimulando os que O seguem a desem-
penhar no mundo um papel que ajude 
pessoas e circunstâncias a se transforma-
rem em direção à vontade de Deus.
Aplicação a sua vida: Você já pensou no 
privilégioque tem o seguidor de Jesus de 
fazer o que lhe é possível para ajudar pes-
soas e circunstâncias a estarem dentro do 
propósito de Deus? Como você pode fazer 
isto?
4. Evangelho segundo João
Este Evangelho é diferente na estru-
tura e no estilo. Não apresenta parábo-
las e só contém sete milagres, cinco dos 
quais só aparecem nele. Os discursos 
de Jesus dizem respeito principalmente 
à Sua pessoa e não à doutrina ética do 
reino. Exemplos: Eu sou a luz, a porta, o 
pastor, o pão, o caminho, a verdade e a 
vida. São várias as entrevistas pessoais 
de Jesus. Sua relação com os indivíduos 
é mais acentuada que Seu contato com 
o público. 
O Evangelho de João é fortemente 
teológico. Apresenta a natureza divina 
da pessoa de Jesus e o significado da fé 
n’Ele. Ele é, ao mesmo tempo, o homem 
perfeito que tem um papel de exemplo 
para os Seus discípulos e a encarnação 
do Deus, diante de quem precisamos nos 
curvar em adoração.
joão 1.1-14
Este texto faz uma apresentação clara 
e belíssima da divindade de Jesus.
CONCLUSãO:
Aplicação a sua vida: Jesus é apresentado 
pelos evangelistas como Deus, o Messias, o 
filho do homem e servo de todos... Se você 
é um dos seus discípulos, que responsabili-
dade tudo isto lhe dá?
Embora diferentes, os quatro evange-
lhos têm o objetivo de anunciar o Cris-
to, o Redentor do mundo. Nos estudos 
a seguir, procuro apresentar em ordem 
cronológica a vida de Jesus, usando os 
vários evangelhos.
________
1. Sinóticos - palavra grega que tem o significado 
de “ver junto”.
14 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
ESTUDO 2
a chEgada da maior 
dádiva dE dEus ao mundo
INtRODUÇãO
Neste estudo veremos o nascimento 
de Jesus, além de alguns fatos que o an-
tecederam e alguns que ocorreram ime-
diatamente depois. 
Dos quatro evangelhos, Lucas é o que 
narra maior número de fatos anteriores 
ao nascimento de Jesus; Mateus narra 
pouco; Marcos já começa com a prega-
ção de João Batista; e João fala apenas 
da pré-existência de Jesus, destacando a 
Sua divindade. 
Neste estudo, usando vários evange-
lhos, serão apresentados alguns aconte-
cimentos anteriores ao nascimento de 
Jesus, mais ou menos em ordem cronoló-
gica, de acordo com H.I.Hester.
1. A Preciosidade da dádiva de Deus ao 
mundo - joão 1.1-18
O Evangelho de João tem maravi-
lhosos ensinos a respeito de Jesus, en-
fatizando especialmente sua divindade. 
Este texto majestoso é o prólogo deste 
evangelho e nos mostra que:
- Jesus é pré-existente, é eterno (v.1-
2).
- Ele é o Criador e a origem da vida 
(vs. 3-4);
- Ele é o Deus encarnado (v. 14);
- Ele veio dar início a um novo tempo 
(vs. 14, 17);
- Ele é a revelação de Deus (v. 18).
O apóstolo João fala aí do Deus que 
se encarnou e veio habitar entre nós. O 
Cristianismo é a religião que apresenta, 
não um Deus que devemos buscar com 
os nossos esforços intelectuais ou de 
boas obras, mas o Deus que desce até nós 
em nossos descaminhos e pecados, para 
resgatar-nos. Um Deus que toma a inicia-
tiva. Que em Cristo se encarna e que por 
amor se doa, identificando-se conosco. A 
nós cabe responder ao Seu amor e doa-
ção, entrando numa relação com Ele para 
sermos salvos da alienação em que vive-
LEItURAS DIÁRIAS
Segunda Isaias 9.2-7
terça Lucas 1.5-38
Quarta Lucas 1.39-56
Quinta Lucas 2.1-7
Sexta Lucas 2.8-20
Sábado Lucas 2.21-38
A C h E g A D A D A M A I O R D Á D I v A D E D E U S A O M U N D O | 
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 15
mos, ao estar desvinculados da Sua vida 
e da Sua vontade. Esta relação nos fará 
ser as pessoas que Ele sempre desejou 
que sejamos: felizes e que promovem a 
felicidade, abençoadas e que espalham a 
bênção por onde vão. 
Por felicidade, entendo a satisfação 
do desejo básico mais profundo do ser 
humano: o de usufruir do amor e da co-
munhão com Deus, cumprindo em sua 
vida a vontade do seu Criador. Este dese-
jo em nós se origina do fato de havermos 
sido criados com este sublime propósito. 
A satisfação dele dá a alegria, a felicidade, 
que nada nem ninguém poderá tirar. De 
posse desta bênção, o ser humano passa 
a ser bênção para muitos. 
O cristão tem motivo para celebrar a 
graça infinita do Deus a quem adora. E 
é impossível adorá-Lo, sem colocar-se 
ao lado d’Ele no Seu projeto de tudo fa-
zer para que este mundo esteja mais de 
acordo com a vontade divina.
O evangelista João apresenta Jesus 
como o Deus encarnado, o Deus Conos-
co. Você já crê de todo o seu coração nes-
se Jesus, que é a revelação por excelência 
de Deus? Que, sendo luz, deseja iluminar 
sua vida para que você também possa 
iluminar seu ambiente? Se você quer isto 
de todo coração, poderá experimentar 
alegremente os efeitos do Seu amor.
Aplicação a sua vida: Que sentimentos 
brotam em você, como resultado de saber-
se alvo do amor sacrificial e resgatador do 
grande e excelso Deus? Que atitudes práti-
cas resultam disso?
2. Fatos que antecedem à chegada de 
Jesus
Lucas 1.5-38
O sacerdote Zacarias cumpria seu ser-
viço no templo, quando foi surpreendido 
com a notícia que o deixou estupefato e 
muito alegre, pois a vinda de um filho era 
o que ele muito desejava. Os versículos 
15-17 dizem o que João Batista seria. Al-
guns meses depois, o anjo Gabriel, que já 
havia anunciado o nascimento de João 
Batista, apareceu a Maria (vs. 26-38). Ve- 
ja no v. 38 como Maria se coloca diante 
de Deus, após ouvir o anúncio do nasci-
mento de Jesus. Ela se entregou, mesmo 
correndo grandes riscos, a fim de ser ve-
ículo de Deus para abençoar o mundo. 
Através dela, Deus trouxe seu maior pre-
sente à humanidade.
Estamos nós dispostos a, mesmo com 
sacrifícios, servir de veículo da graça de 
Deus para outros? Após isto, Maria vi-
sitou Isabel, que era sua prima e estava 
grávida de João Batista. Este encontro é 
cheio de júbilo e poesia.
Lucas 1.39-56
Maria visitou Isabel. Nos versículos 
41 a 45 temos as belas palavras de Isa-
bel saudando Maria e reconhecendo 
que Jesus, o bebê que ela esperava, era o 
Senhor. Você vê aí que é o Espírito Santo 
quem revelou a Isabel esta preciosa ver-
dade (v.41). 
A partir do versículo 46 é Maria quem 
fala, expressando num belo cântico toda 
a sua alegria e adoração ao Senhor. Este 
cântico é muito semelhante ao de Ana 
no Antigo Testamento (I Sm. 2.1-10). Isto 
mostra que ela conhecia as Escrituras e 
aguardava o Messias. Este texto mostra 
sua humildade e consciência do seu pri-
vilégio (vs. 48-49).
Maria foi uma piedosa serva do Se-
nhor, a quem devemos honrar e imitar. 
Foi bendita e privilegiada, como veícu-
lo da maior dádiva de Deus ao mundo: 
Jesus Cristo. Pena que no coração de mui-
tos ela tenha tomado o lugar do próprio 
Deus, os quais desconsideram que Maria 
exultou em Deus, a quem rendeu graças 
por poder conhecer o seu Salvador pes-
soal (vs. 46,47). 
| A C h E g A D A D A M A I O R D Á D I v A D E D E U S A O M U N D O
16 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
Aplicação a sua vida: Em quais circuns-
tâncias você já se percebeu reverenciando 
mais as pessoas do que o Deus que as fez?
A seguir, a partir do versículo 57, te-
mos o nascimento de João Batista e o 
cântico de Zacarias, seu pai. 
3. Fatos importantes relacionados à 
vinda de Jesus ao mundo 
Mateus 1.18-25
Neste texto, é patente a discrição e 
sensatez de José, o marido de Maria. Ele 
era um homem muito nobre e bom. 
Refletir antes de agir e falar produz 
resultados positivos. Se temos a vida 
colocada no altar do Senhor e refletimos 
antes de agir, colocando diante d’Ele os 
nossos problemas, com calma e sensatez, 
como José, naturalmente teremos um 
maior discernimento para encontrar a 
Sua vontade.
O versículo 19 mostra a nobreza docaráter de José. Ao saber que Maria es-
tava grávida, antes que eles se unissem 
como marido e mulher, José planejou 
deixá-la sem expô-la publicamente. De-
pois do sonho que teve, José recebeu a 
Maria como sua mulher. O último versí-
culo diz que José se manteve afastado 
dela, como marido, até que ela desse a 
luz. Cremos que isto deixa claro que após 
o nascimento de Jesus, eles se tornaram 
marido e mulher, também no aspecto se-
xual. 
Crer que Maria foi esposa de José no 
sentido completo, não empana sua hon-
ra e dignidade. A relação sexual, dentro 
da união conjugal, sob a égide do amor e 
como foi planejada por Deus, é legítima, 
pura e bela.
O autor de Mateus, segundo os erudi-
tos, teve a intenção de dirigir-se de modo 
prioritário aos judeus. Por isso o Antigo 
Testamento é tão mencionado por ele, 
sendo que no versículo 23 temos a cita-
ção de Isaías.
Outros fatos relacionados ao nasci-
mento de Jesus:
- O alistamento de Maria e José em 
Belém - Lc. 2.1-5.
Este alistamento foi ordenado pelo 
Império Romano e as profecias diziam 
que o Messias nasceria em Belém (Mq. 
5.2). A história dirige-se para o cumpri-
mento dos propósitos divinos.
- o nascimento de Jesus - Lc. 2.6-7;
- a visita dos pastores - Lc. 2.8-20
O nascimento de Jesus foi anunciado 
com alegria a pessoas humildes e discri-
minadas socialmente. 
- a apresentação de Jesus no templo 
- Lc. 2.21-40. 
Este texto nos mostra o espírito de 
obediência e consagração dos pais de 
Jesus. Eles circuncidaram Jesus ao oitavo 
dia e depois O consagraram ao Senhor 
como mandava a lei. Pais devotados 
ao Senhor, levam a sério o seu dever de 
cumprir a vontade de Deus na criação 
dos seus filhos.
A seguir, neste mesmo texto, vemos o 
cântico de Simeão e as palavras da pro-
fetiza Ana.
Aplicação a sua vida: Ao pensar no dono 
do universo entrando na história humana 
com tal simplicidade, como você pensa que 
deve viver?
CONCLUSãO
Jesus, o Deus encarnado, nasceu hu-
mildemente, entrando em nossa história 
de maneira muito singela. Ele vai, através 
da Sua vida e dos Seus ensinos, abrir os 
olhos de homens e mulheres para perce-
berem a forma de viver vazia e hipócrita 
dos seus dias, como veremos nos estudos 
a seguir.
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 17
ESTUDO 3
antEcEdEntEs ao 
ministÉrio dE jEsus
INtRODUÇãO
 Os Evangelhos relatam muito pou-
co a respeito da vida de Jesus antes do 
Seu ministério de aproximadamente três 
anos. 
Depois do que vimos no estudo ante-
rior concernente aos seus primeiros dias 
após o nascimento, temos poucos fatos. 
Dois ainda na sua primeira infância: a visi-
ta dos magos e a fuga para o Egito; outro 
aos doze anos de idade, quando ele no 
templo, conversa com os doutores da lei. 
Os outros, já próximos do início do minis-
tério, foram o batismo e a tentação. 
Embora a Bíblia se cale a respeito da 
maior parte da vida de Jesus, sabemos 
que toda ela se desenvolveu de modo a 
que, na época própria, Ele cumprisse o 
seu sublime propósito. 
1. A infância de Jesus
Neste tópico, veremos os fatos a que 
já se fez referência na Introdução.
Leia Mateus 2.1-23
Os versículos 1 a 12 falam da visita 
dos magos do oriente e de como o rei He-
rodes, o Grande, sentiu-se ameaçado ao 
saber que eles procuravam uma criança 
que diziam ser o Rei dos Judeus. O medo 
de perder o poder fez o rei desejar matar 
essa criança. Avisado por Deus em so-
nhos, José fugiu com Maria e Jesus para 
o Egito.
Herodes, não sabendo dessa fuga, 
mandou matar todas as crianças abaixo 
de dois anos, para que Jesus fosse atin-
gido. Este é um dos motivos porque al-
guns pensam que a visita dos magos não 
foi logo que Jesus nasceu. Este Herodes, 
segundo registros históricos, foi muito 
sanguinário, sempre mandando matar 
os que imaginava que se opunham a ele, 
inclusive pessoas da sua própria família.
Como se vê, Jesus enfrentou a pri-
meira oposição nos Seus primeiros dias e 
esta foi de alguém que detinha o poder. 
Assim seria durante toda a Sua vida. Os 
que detinham o poder político-religioso 
não gostavam do Seu estilo de vida, nem 
de sua mensagem, pois estes confronta-
vam todos os valores que para eles eram 
muito preciosos.
Veja um pouco da situação política 
no contexto da infância de Jesus. A Pa-
lestina estava sob o poder do Império 
LEItURAS DIÁRIAS
Segunda Mateus 2.1-12
terça Mateus 2.13-23
Quarta Lucas 2.39-52
Quinta Mateus 3.13-17 
Sexta Mateus 4. 1-11 
Sábado Hebreus 1.1-3
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 17
| A N T E C E D E N T E S A O M I N I S T É R I O D E J E S U S
18 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
Romano e Herodes, o Grande, era o rei aí 
quando Jesus nasceu. Quando Jesus era 
ainda criança, estando no Egito com Seus 
pais, Herodes, o Grande, morreu e o seu 
domínio foi dividido entre seus filhos. Ar-
quelau ficou com a Judeia; Antipas com a 
Galileia e Pereia; e Filipe com Traconites e 
regiões adjacentes (1).
Destes três herodes, Arquelau, da Ju-
deia, deixou de governar primeiro, tendo 
sido tirado pelos romanos. Antes disso, 
Mt. 2.22-23 informa que, por ser ele o 
governante na Judeia, José, ao voltar do 
Egito, não desejou ir para lá, indo viver 
em Nazaré, na Galileia. A partir de Arque-
lau, os romanos colocaram procuradores 
seus na Judeia. O procurador na época 
da morte de Jesus era Pôncio Pilatos. 
Jesus, portanto, viveu junto com seus 
pais na cidade de Nazaré. 
No tempo do ministério de Jesus, 
Herodes Antipas, filho de Herodes, o 
Grande, governava a Galileia, sendo mui-
to mencionado nos Evangelhos. Foi ele 
quem mandou decapitar João Batista.
Leia Lucas 2. 39-52
Este fato, narrado apenas por Lucas, é 
muito interessante e nos revela muito a 
respeito de Jesus no final da Sua infância. 
Indo com seus pais a Jerusalém para a 
festa da páscoa, ele ficou no templo e foi 
preciso que eles voltassem para buscá-lo. 
Conversava com ele com os doutores da 
lei e Sua palavra aos pais já parece revelar 
a percepção que Ele começava a possuir 
de Sua relação diferenciada com Deus.
Lucas destaca no final do texto que 
Jesus era uma criança/adolescente, den-
tro de uma situação normal de vida em 
submissão a seus pais, em Nazaré. E que 
Ele se desenvolvia de forma equilibrada, 
tanto física, quanto intelectual e espiritu-
almente. E que sua mãe, discretamente, 
guardava o que percebia em seu coração.
2. O batismo de Jesus - Mateus 3.13-17
Antes do batismo de Jesus, os evan-
gelhos relatam a aparição de João Ba-
tista, o precursor do Cristo, que anuncia 
a chegada do Reino de Deus. Jesus é a 
manifestação concreta do Reino de Deus, 
isto é, da vontade divina sendo realizada 
de forma absoluta numa vida humana.
O texto apresenta o batismo de Je-
sus. Veja o significado profundo do diá-
logo entre Jesus e João Batista, e o sinal 
que Deus dá a Jesus da Sua aprovação 
àquele ato e também à Sua filiação divi-
na. 
O batismo de Jesus mostra como 
Ele assumiu a encarnação, identifican- 
do-se com os demais seres humanos, 
além de colocar-se ao lado dos fiéis, dan-
do apoio à obra de João. Seu batismo, 
que acontece aos trinta anos, marca o 
início de uma nova etapa em Sua vida. A 
partir daí, após a tentação do diabo, tem 
início o Seu ministério.
O batismo significa para o cristão uma 
declaração pública de sua identificação 
com Cristo, simbolizando mudança inte-
rior, com uma nova vida de obediência a 
Ele. 
O ato externo do batismo, símbolo 
para o cristão de sua morte com Cristo, 
seu sepultamento e sua ressurreição para 
uma nova vida, nada significará, se não 
existirem nele tais realidades espirituais.
Aplicação a sua vida: Você já deu, através 
do batismo, seu testemunho público de 
que está comprometidocom Cristo, como 
um seguidor d’Ele? Que atitudes suas de-
monstram a sua fidelidade a esse compro-
misso?
A N T E C E D E N T E S A O M I N I S T É R I O D E J E S U S | 
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 19
3. A tentação de Jesus - Mateus 4.1-11
Este texto, rico em significado e lições, 
apresenta três tentações a Jesus. O diabo 
procura atingi-Lo em três áreas de vulne-
rabilidade humana: necessidades físicas, 
desejo de ser admirado e desejo por po-
der e glória. Atacado nestas três áreas, 
Jesus venceu todas as tentações. 
O que Deus deseja é que, ao enfren-
tarmos as tentações, a plenitude da Sua 
graça e do Seu poder nos permitam ven-
cê-las, tornando-nos mais fortes e madu-
ros.
Algumas lições que este texto nos en-
sina:
- O diabo está sob a autoridade de 
Deus (v.1) pois Ele, Deus, é soberano e 
todos os poderes estão sob Seu controle. 
Deus deseja usar todas as circunstâncias 
que nos atingem para o nosso bem e Sa-
tanás quer usá-las para o nosso mal. Tudo 
vai depender da nossa reação. De quem 
somos cooperadores? 
- Somos atacados nos nossos pontos 
vulneráveis. Por isso, é importante nos 
conhecermos, para que não nos deixe-
mos envolver pelos nossos impulsos para 
o mal. Quais são os nossos pontos fra-
cos? Conheçamo-los.
- O diabo usou a Palavra de Deus (v.6), 
tentando Jesus a errar o alvo de Sua vida. 
Esta pode ser usada de forma distorcida 
para nos fazer duvidar do amor e da san-
tidade de Deus ou para que trilhemos ca-
minhos perigosos. 
- Jesus se relacionava perfeitamente 
com Deus Pai e sabia muito bem qual 
o objetivo de Sua vida. Por isso, usou a 
Palavra de Deus de forma apropriada. É 
importante usá-la, não como um amu-
leto ou objeto com poder mágico, mas 
como veículo através do qual Deus está 
nos aconselhando e construindo a nossa 
vida, tornando-nos fortes para vencer o 
que nos quer afastar da vontade d’Ele. 
- As necessidades físicas, o desejo de 
exibir-nos e a ambição por possuir posi-
ções e poder, tudo isto que tem sido tão 
estimulado pela nossa cultura, tornam-se 
pontos vulneráveis para nos afastar da 
vontade divina. Por isso, é importante 
conhecermos, além de nós mesmos, a 
mentalidade do mundo no qual vivemos, 
comparando-a com a mente de Cristo, 
sob cuja égide devemos viver.
- Jesus saiu vitorioso sobre as tenta-
ções e enviou-nos Seu Espírito para que 
nos dê força para vencê-las também. De-
pendamos d’Ele.
Aplicação a sua vida: Se Jesus, como Filho 
de Deus, foi tentado, podemos, como dis-
cípulos seus, pensar que somos imunes às 
tentações? Quais tentações mais atingem 
sua vida? Como você poderá vencê-las?
 
CONCLUSãO
Jesus enfrentou muitas provas antes 
e durante o Seu ministério terreno. Nós, 
como servos d’Ele, não poderemos ter 
vidas significativas, sendo bênçãos para 
outros, sem passar pelas tentações com 
força e coragem, vencendo-as no poder 
de Jesus Cristo. Se houver queda, olhe-
mos para Ele e seremos reerguidos pela 
Sua graça.
Que sempre tenhamos vidas submis-
sas ao Senhor que, como diz o escritor 
aos Hebreus, é o nosso sumo-sacerdote 
que “foi tentado em todas as coisas, porém 
sem pecado” (Hb. 4.15 ).
_______
(1) DANA, H.E. O Mundo do Novo Testamento, 
págs. 77-82 
20 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
ESTUDO 4
inÍcio do ministÉrio dE 
jEsus
INtRODUÇãO
O ministério de Jesus não é apre-
sentado pelos evangelistas em ordem 
cronológica e, como a nossa intenção é 
um estudo panorâmico, veremos apenas 
alguns fatos principais, ora num, ora nou-
tro Evangelho.
Nos estudos 4 e 5 veremos alguns fa-
tos do início do ministério de Jesus que 
estão no começo dos Evangelhos, con-
forme apresentados por João e Lucas.
1. A pregação de João Batista 
 joão 1.19-37
Não se poderia começar um estu-
do do início do ministério de Jesus, sem 
que se atentasse para esta grande figura 
que foi João Batista, seu precursor. Este 
homem do deserto apresentava uma 
mensagem cheia de autoridade, com ve-
emente ataque ao pecado. Um homem 
que o próprio Jesus considera grande 
(Mt.11.11).
Já foi apresentado no estudo anterior 
o batismo de Jesus por João Batista. Este 
texto, no entanto, nos apresenta melhor 
quem foi João Batista, o precursor de 
Jesus.
Diante da autoridade da pregação de 
João Batista, uma comissão foi enviada 
de Jerusalém pelos sacerdotes e levitas 
para saber quem ele era afinal. Ele de-
clarou que não era o Cristo, mas apenas 
Seu precursor, que cumpria a profecia de 
Isaías, sendo “a voz do que clama no deser-
to: Endireitai o caminho do Senhor” (v.23). 
João Batista menciona aí Isaias 40.3. Diz 
mais: que ele não era digno de desatar a 
correia das sandálias de Jesus (v.27).
João Batista, um pouco mais ve-
lho que Jesus, apresentou-O como o 
“Cordeiro de Deus que tira o pecado do 
mundo”(v.29) e disse que Jesus tem a pri-
mazia pois existia antes dele (v.30). João 
Batista reconheceu a pré-existência de 
Jesus e mostrou-se humilde ao não que-
rer tomar um lugar que não era o dele. 
Deu também o seu testemunho do que 
ele vira acontecer quando batizara Jesus 
(vs.31-37).
Mais tarde, ao saber que muitos es-
tavam seguindo a Jesus, ele declarou: “É 
necessário que Ele cresça e que eu diminua” 
LEItURAS DIÁRIAS
Segunda Jo. 1.19-28
terça João 1.29-37
Quarta João 2.1-12
Quinta Lucas 4.14-21
Sexta Lucas 4.21-30
Sábado Colossenses 2.6-10
I N Í C I O D O M I N I S T É R I O D E J E S U S | 
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 21
(Jo.3.30). Que homem ao mesmo tempo 
corajoso e humilde!
E pensar que, mesmo podendo ocu-
par altos postos na elite religiosa e polí-
tica do seu povo, pois era descendente 
de Arão, seu desejo era estar no centro 
da vontade de Deus, anunciando a vinda 
d’Aquele diante de quem se dizia indigno 
de, curvando-se, desatar-lhe as sandálias. 
Ah, como necessitamos de tal humildade 
e submissão a Deus! 
A vaidade e a inveja são pecados que 
se relacionam um com o outro e atingem 
a todos nós. Não há pecado que mais nos 
afaste do Deus da graça do que o orgu-
lho. Por vezes, até a nossa irritação con-
tra o orgulhoso ou a nossa timidez por al-
gum defeito nosso, podem ser sintomas 
de um orgulho disfarçado. 
Como Paulo, exclamamos: “Miserável 
homem que sou! Quem me livrará do corpo 
desta morte? ” (Rm. 7.24). Mas Paulo não 
para aí e nós não podemos parar, pois, 
a seguir, ele fala da vitória que tem em 
Cristo Jesus (Rm. 7.25). Coloquemo-nos 
sempre diante do nosso Redentor para 
recebermos d’Ele força e perdão.
Aplicação a sua vida: “Deus resiste aos so-
berbos, mas aos humildes dá a sua graça” 
(Tg. 4.6). Em quais circunstâncias você per-
cebe que a falta de humildade tem prejudi-
cado seu relacionamento com Deus e com 
os seus semelhantes?
 
2. O primeiro milagre numa festa de 
casamento - joão 2.1-12
Este texto mostra que Jesus era uma 
pessoa que fazia questão de conviver 
com outras pessoas e, com isso, Ele en-
sina que santidade não significa neces-
sariamente isolamento dos outros, mas 
uma presença que conduza as pessoas 
para mais perto da vontade de Deus, sen-
do bênção onde estiverem. Jesus se sen-
tia à vontade com outros, sendo Aquele 
que, onde está, ajuda e ilumina com Sua 
vida.
Quando Maria falou a Jesus de uma 
dificuldade que estava sendo enfrenta-
da pela família que oferecia a festa, Ele 
pareceu dar uma resposta grosseira à 
Sua mãe (v.4). Muitos se têm preocupa-
do com este texto. Alguns pensam que 
Jesus foi realmente áspero para mostrar 
que, como um homem adulto e com uma 
missão tão especial, não poderia deixar 
que Sua família traçasse os rumos do Seu 
ministério. Alguns comentaristas argu-
mentam que na palavra “mulher” não há 
qualquer aspereza, e nós é que julgamosde acordo com o valor da palavra na nos-
sa cultura. Jesus usou a palavra “mulher” 
ao referir-se à Sua mãe, na crucificação, 
quando amorosamente se preocupou 
com ela (Jo. 19.26) e depois de ressurreto, 
no encontro com Maria Madalena, numa 
palavra terna de consolação (Jo. 20.15). 
O que se percebe neste texto (João 
2.1-12) é que Jesus parece querer mos-
trar que Seu ministério e Sua obra não es-
tariam vinculados à presença e à vontade 
de Sua mãe ou de qualquer outro fami-
liar. A Sua vontade e o Seu agir seriam 
sempre em resposta às verdadeiras ne-
cessidades humanas, segundo a vontade 
do Pai. Ele sabia a hora de agir.
Depois disto, é Maria quem diz que as 
pessoas devem ser-Lhe obedientes (v.5).
Jesus fez o milagre e, conforme esse 
texto, este fato levou seus discípulos a 
crerem n’Ele. Interessante! Pensamos 
que, se já eram discípulos e o seguiam, 
era porque já criam n’Ele... Mas o conhe-
cer e o crer vão crescendo com a expe-
riência do andar juntos. Não é também 
assim em nossa vida cristã? Talvez seja 
por isto que Bonhoeffer diz que “Só o 
obediente é que crê” (1). À medida que 
andamos juntos, obedecendo-lhe, va-
mos conhecendo mais e crendo com 
maior profundidade.
| I N Í C I O D O M I N I S T É R I O D E J E S U S
22 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
Aplicação a sua vida: A sua fé tem se de-
senvolvido em seu caminhar com Jesus? 
Quais os sinais desse crescimento?
 
O milagre nos faz ver que o vinho que 
Jesus ofereceu era de muito melhor qua-
lidade do que o anterior. Isto nos trans-
mite algum ensino? Será que percebe-
mos quanto a vida com Cristo é melhor?
Devemos ter uma vida de santidade 
em qualquer lugar em que estejamos.
 
3. Jesus na sinagoga de Nazaré - Leia 
Lucas 4.16-30
Foi difícil para Jesus o cumprimento 
de Sua missão, especialmente em Sua 
própria terra. Ao entrar na sinagoga em 
Nazaré, Ele leu o que está nos versículos 
18-19 do texto acima. Esta é uma pro-
fecia de Isaías. Tinha neste momento a 
atenção de todos sobre Ele. Quando dis-
se que este texto de Isaías se referia a Ele, 
muitos olharam incrédulos e escandaliza-
dos, perguntando: “Não é este o filho de 
José? ” (v.22). 
Temos também muitos preconceitos, 
não acha? Parece que, para muitos, é 
mais difícil perceber a presença e a voz 
de Deus no simples, no cotidiano, pois, 
querem sempre fatos espetaculares. 
Quanto podemos perder por causa disto, 
não acha?
Jesus mostrou aí que Sua missão 
era dirigida aos humildes e necessitados: 
“pobres, cativos, cegos, oprimidos...” Não 
àqueles que se orgulhavam de estar no 
topo da pirâmide social e de cumprirem 
legalisticamente uma religião que não 
os tornavam melhores. A declaração de 
Jesus os enraiveceu. Depois vemos nos 
versículos 24-30 mais uma palavra de Je-
sus que provoca uma reação indignada 
contra Ele.
Jesus mencionou como Deus, deixan-
do de atender judeus, abençoou pessoas 
de outros povos através dos Seus profe-
tas. Mostrou assim que Ele se importava 
mais com a necessidade, a humildade e a 
fé de alguém, do que com seu sangue ou 
a qual grupo pertencia.
Os judeus ficaram irados, pois, se jul-
gavam depositários das bênçãos de Deus 
como Seu povo escolhido, enquanto Je-
sus disse que Deus tem abençoado ou-
tras pessoas, deixando-os de lado. Eles se 
esqueciam que Deus os havia escolhido 
para transmitir a Sua bênção “a todas as 
famílias da terra” (Gn.12.3) e não simples-
mente para receberem a bênção.
Isto pode acontecer conosco? Or-
gulhar-nos da nossa herança cultural ou 
religiosa, desprezando outros? Esque-
cemo-nos que, se somos abençoados, é 
para sermos canais destas bênçãos a ou-
tros?
Aplicação a sua vida: Como você consi-
dera o seguir a Cristo? Você tem recebido 
as bênçãos de Deus, procurando abençoar 
com elas outras pessoas? De quais manei-
ras você tem feito isto?
 
CONCLUSãO
O primeiro milagre e este fato na si-
nagoga aconteceram na Galileia, res-
pectivamente em Caná e em Nazaré. No 
próximo estudo veremos alguns aconte-
cimentos na Judeia.
Jesus começou logo a enfrentar pres-
sões. Seria assim durante todo o tempo 
do seu ministério terreno, pois, Ele inco-
modava os que detinham o poder.
O discurso de Jesus despertou muita 
ira e alguns O expulsaram da cidade, le-
vando-O ao pináculo do templo para de 
lá O jogarem, mas Ele se desviou deles, 
escapando.
____________
(1) BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. p. 26
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 23
EntrEvistas dE jEsus no 
inÍcio do sEu ministÉrio
 
INtRODUÇãO
Embora estivesse sempre em conta-
to com grupos e grandes multidões, as 
entrevistas individuais foram muito im-
portantes no ministério de Jesus. Neste 
estudo veremos o Seu encontro, logo no 
início do Seu ministério, com Nicodemos 
e a mulher samaritana.
O primeiro foi na Judeia, na cidade de 
Jerusalém. O segundo foi na cidade de 
Sicar, em Samaria, quando Ele se dirigia 
para a Galileia. Foram entrevistas com 
pessoas muito diferentes: um homem e 
uma mulher. Ele, doutor da lei, da alta 
sociedade e membro da mais alta corte 
judaica, o Sinédrio. Ela, de uma classe 
desprezada e socialmente baixa. Ele, de 
uma seita que encarava com a maior 
seriedade o cumprimento das leis e dos 
ritos religiosos. Ela, que adotava um com-
portamento que feria os mais elementa-
res princípios da religião. 
Os dois, no entanto, eram igualmente 
importantes para Jesus. Para ambos, Ele 
tinha uma mensagem relevante. Obser-
ve como Jesus se dirige a eles de forma 
diferente, de acordo com a experiência 
de vida e o contexto de cada um.
1. O encontro de Jesus com Nicodemos 
- Leia joão 3.1-21
Este é um dos textos mais conhecidos 
do Novo Testamento. Sendo um impor-
tante fariseu e doutor da lei, Nicodemos 
talvez tivesse um sentimento religioso 
profundo. Já tendo naturalmente ouvi-
do falar do poder e da sabedoria de Je-
sus, Nicodemos desejou conversar par-
ticularmente com Ele. Escolheu a noite 
para encontrar-se com Ele, talvez para 
não arriscar sua reputação, já que era 
uma autoridade civil e religiosa, e Jesus 
sofria pressões por parte destas autori-
dades. O Mestre se aproveitou da opor-
tunidade para falar-lhe de temas muito 
importantes. Nesta conversa temos um 
dos versículos mais conhecidos do NT: 
João 3.16. 
ESTUDO 5
LEItURAS DIÁRIAS
Segunda João 3.1-16
terça João 3.16-21
Quarta João 4.1-14
Quinta João 4.13-30 Marcos 1. 40-45
Sexta João 4.31-42
Sábado Romanos 5.1-11
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 23
| E N T R E v I S T A S D E J E S U S N O I N Í C I O D O S E U M I N I S T É R I O
24 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
Nesta palavra de Jesus a Nicodemos, 
temos ensinos importantes sobre a dou-
trina da salvação.
- O novo nascimento - Vs.3-7
O reino de Deus só poderá ser usufru-
ído por alguém através de sua natureza 
espiritual, que só poderá ser gerada pela 
ação do Espírito Santo. E Jesus fala sobre 
isso a Nicodemos.
- O Espírito Santo é quem opera o 
novo nascimento – Vs. 8-12 
Esta ação é misteriosa, soberana e 
não se pode explicar por métodos lógi-
cos e racionais. Jesus compara o Espírito 
Santo ao vento, mostrando que, como as 
pessoas em geral não conheciam e nem 
controlavam o vento, assim também a 
ação do Espírito Santo ultrapassa a nossa 
capacidade de compreender e controlar. 
A nós cabe responder aos anseios que Ele 
nos dá pelo que é espiritual, indo humil-
demente a Ele para que seja gerada em 
nós esta nova vida.
- Só a fé em Jesus pode operar o novo 
nascimento - Vs. 14-18
Usando a alegoria da serpente de 
cobre levantada no deserto por Moisés 
(Num.21.8-9), Jesus falou a Nicodemos 
que só no Filho de Deus há redenção 
para o pecador. Como aconteceuno de-
serto, assim também todos que foram 
picados pela serpente do pecado (todos 
os seres humanos foram) deverão olhar 
com fé para o Filho de Deus levantado na 
cruz, fazendo-se pecado por todos. Só 
Ele nos poderá transmitir a cura, a salva-
ção. Ao olharmos para Jesus, o Espírito 
Santo aponta o nosso pecado, fazendo-
nos nascer de novo. 
Muitas vezes ficamos olhando para 
dentro de nós para verificarmos se te-
mos fé. O que Jesus diz é que precisamos 
olhar e aceitar a providência de Deus: Sua 
graça infinita, oferecendo-se em nosso 
lugar. A fé vai chegando e crescendo, à 
medida que andamos com o Jesus dos 
Evangelhos, o Cristo vivo que, na pessoa 
do Seu Espírito, está entre nós.
Aplicação a sua vida: Você deseja crer 
com maior profundidade? Como você de-
monstra este desejo?
- O pecado faz rejeitar a luz - Vs. 19-21
Este é um texto que fala sobre a luz 
e seus efeitos sobre a vida do pecador. 
Quem deseja esconder suas más ações, 
não querendo enxergá-las, não quer a luz 
em sua vida. Mas quem vive dentro da 
verdade, quer a luz, desejando enxergar 
suas más ações para que sejam corrigi-
das. 
Jesus proclamou-se como a luz e a 
verdade. Se não queremos nos ver como 
pecadores, rejeitaremos a luz e não de-
sejaremos a verdade; por conseguinte, 
Jesus está fora das nossas vidas. 
Quando recebemos Jesus, a Sua luz 
vai clareando a nossa compreensão para 
perceber melhor o amor, a justiça e a san-
tidade de Deus, cujo caráter vai nos mos-
trando como devemos ser e nos transfor-
mando em direção a este alvo. A Sua luz 
faz com que enxerguemos a nós mesmos 
como frágeis pecadores, mas também 
como grandemente valiosos, amados 
pelo Senhor do universo, a quem pode-
mos chamar de Pai, que nos quer trans-
formar a cada dia, levantando-nos quan-
E N T R E v I S T A S D E J E S U S N O I N Í C I O D O S E U M I N I S T É R I O | 
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 25
do caímos e nos ajudando a caminhar. E 
se somos Seus discípulos, podemos até 
falhar e cair, mas voltaremos para a luz, 
pois não desejaremos nunca mais viver 
sem ela. 
Jesus falou a Nicodemos sobre o novo 
nascimento que nos traz para um mun-
do de luz. Cada um de nós tem a opção 
de vir para luz ou rejeitá-la. Não sabemos 
se o grande Nicodemos se tornou um 
discípulo de Jesus, mas o fato é que ele 
foi grandemente tocado pelo ensino do 
Mestre. Se quer saber mais sobre Nicode-
mos, veja João 7.50-52 e 19.38-42.
2. O encontro de Jesus com a mulher sa-
maritana - Leia joão 4.1-30
Este encontro de Jesus, tão diferente 
do encontro que vimos no item anterior, 
também nos ensina grandes e preciosas 
lições. 
- Versículos 4 a 6
Aí vemos a humanidade de Jesus se 
expressando em Seu cansaço junto ao 
poço de Jacó. Ao se despojar de Sua gló-
ria, Jesus carregou todo o fardo da nossa 
humanidade: fome, sede, cansaço, dores, 
etc. A hora sexta era meio-dia, pois, os 
judeus contavam o dia, de seis horas da 
manhã às seis horas da tarde. Jesus esta-
va cansado. Ali, todavia, Ele travaria con-
tato com alguém muito importante.
- Versículos 7 a 9
Esta mulher pouco valia para os ju-
deus, mas vemos aí como Jesus age com 
as pessoas. Para Deus é o valor intrínseco 
do ser humano que importa, e não o va-
lor que lhe dá a sociedade.
Aplicação a sua vida: Como você valoriza 
o ser humano? De acordo com o valor que 
lhe dá o mundo, ou de acordo com o valor 
que Jesus lhe dá?
Jesus quebrou aí vários tabus. Ele 
era um homem, um judeu, um rabi ou 
mestre. Um rabi não podia conversar 
publicamente com uma mulher; ela era 
samaritana, com quem os judeus não se 
comunicavam, a ponto de não usarem 
as vasilhas dos samaritanos (v.9); levava 
uma vida moral irregular, arriscando a 
reputação de quem tivesse contato com 
ela. Jesus conversou com aquela mulher 
por reconhecer ali um coração faminto 
do verdadeiro amor.
- Versículos 10 a 15
Que sabedoria! Jesus parte de um 
tema conhecido e corriqueiro, chegan-
do ao tema desejado: a água que satisfaz 
permanentemente. A mulher não per-
cebe a alegoria, achando que Jesus está 
falando de uma água que substituiria a 
água que ela viera buscar.
- Versículos 16 a 18
Jesus toca na ferida profunda da mu-
lher porque a amava. Ela precisava saber 
que Ele conhecia sua vida e que mesmo 
assim não a desprezava. Que sua bus-
ca constante por novos parceiros podia 
significar sede de um amor muito mais 
profundo. Ou talvez, já havendo sido 
rejeitada muitas vezes (o mais provável 
naquela época), sentia-se frustrada com 
o amor humano. Jesus sabia que só uma 
abertura ao amor de Deus, poderia mu-
dar sua vida.
| E N T R E v I S T A S D E J E S U S N O I N Í C I O D O S E U M I N I S T É R I O
26 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
- Versículos 19 a 26
A mulher busca um tema mais confor-
tável e procura descobrir quem é Jesus. 
Às vezes é mais fácil trafegar pela via do 
conhecimento teológico do que encarar 
honestamente a nossa interioridade. Je-
sus responde à mulher, ensinando-nos 
muitas lições, inclusive que a adoração 
não depende de lugar, nem de tempo, 
que Deus deseja adoradores sinceros, 
que O adorem em espírito e em verdade. 
Percebendo que a mulher estava pronta 
para ir adiante, Jesus lhe declara o que 
está no versículo 26. 
Será que nós temos a sabedoria de 
abordar a pessoa de acordo com sua cir-
cunstância? De conduzir a mensagem 
de modo que ela perceba o cerne do 
Evangelho, que é livrar o ser humano da 
alienação em que vive, levando-o a co-
nhecer a Deus e a si mesmo?
Ao chegarem, os discípulos se ad-
miraram de que Jesus conversasse com 
uma mulher, mas não lhe fizeram per-
guntas (v.27). E a mulher samaritana 
convidou muitos da sua cidade a virem 
a Jesus. E eles não apenas vieram, como 
alguns creram ser Jesus o Salvador do 
mundo (vs. 30,39,40,41).
Aplicação a sua vida: Os discípulos apren-
diam a cada dia, em seu caminhar com Je-
sus. E você, o que tem aprendido? Como 
deseja vivenciar tal aprendizado?
CONCLUSãO
- Jesus se dirige a cada um, respei- 
tando a sua individualidade ao lhe trans-
mitir os ensinamentos do Evangelho. 
Temos nós procurado apresentar o Evan-
gelho de acordo com as características 
pessoais daqueles a quem nos dirigimos?
- Pensar que Jesus, tão reticente 
como era, não desejando revelar logo a 
sua identidade, revelou-a a esta mulher 
(v.26) ... 
Aplicação a sua vida: Percebendo a forma 
de agir de Jesus, é possível a um seguidor 
Seu tratar a qualquer ser humano com des-
prezo ou discriminações? Como você vê 
seu modo de agir, diante disso?
Viver na luz nem sempre é cômo-
do, mas produz correção, crescimento, 
alegria... “Deus é luz e n’Ele não há treva 
alguma” (I Jo. 1.5).
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 27
ESTUDO 6
jEsus E o 
EstaBElEcimEnto 
do rEino 
(O ministério galileu: curas e 
sinais - 1ª Parte)
INtRODUÇãO
Jesus desempenhou o Seu ministério 
em várias regiões da Palestina, mas foi na 
Galileia que Ele esteve a maior parte do 
tempo. Era a Sua terra. Ali viveu a infân-
cia com os pais, na cidade de Nazaré. Ali 
realizou seu primeiro milagre, em Caná. 
Ali estabeleceu a base do Seu ministério, 
em Cafarnaum, à margem do mar da Ga-
lileia. 
Ele não tinha casa propriamente sua. 
Estudiosos creem que em Cafarnaum, ele 
ficou na casa de Pedro que devia morar 
aí, pois pescava no mar da Galileia quan-
do Jesus o chamou. E foi aí que Jesus 
curou a sogra de Pedro. 
Vejamos neste estudo alguns feitos 
de Jesus na Galileia.
1. O início do ministério galileu - Leia 
Mateus 4.12 a 25
Vemos neste texto que depois da pri-
são de João Batista, Jesus foi para a Ga-
lileia. Deixando a cidade de Nazaré, foi 
para Cafarnaum, onde estabeleceu suaresidência (v.13). 
Na Galileia Jesus começou a pregar 
a chegada do reino de Deus, que n’Ele 
tinha o seu cumprimento (vs.14-17), se-
gundo Isaias 9.1-2. Muito se tem discu-
tido a respeito do que significa reino de 
Deus ou reino do Céu. Estudiosos escla-
recem que reino de Deus ou reino do Céu 
significa o governo divino sobre nós e em 
nenhum ser humano o governo de Deus 
se estabeleceu de forma absoluta, como 
na pessoa de Jesus. E onde há o governo 
de Deus, aí se estabelecem a paz, o amor, 
a justiça, a misericórdia e tudo que faz 
parte do caráter e do agir de Deus. 
O reino de Deus tem uma dimensão 
passada, presente e futura. O reino já 
LEItURAS DIÁRIAS
Segunda Mateus 4.12-25
terça Marcos 1.21-28
Quarta Marcos 1. 29-39
Quinta João 1.40-45
Sexta Marcos 2.1-12
Sábado Atos 10.34-38
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 27
| J E S U S E O E S T A B E L E C I M E N T O D O R E I N O 
28 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
veio, está vindo e virá. Já veio, ao reve-
lar-se Deus de forma crescente, até à Sua 
manifestação plena e absoluta na pessoa 
de Seu Filho Jesus. Está vindo sempre 
que alguém permite que Deus reine so-
bre a sua vida ou que contribui para que 
a vontade d’Ele se estabeleça no mundo. 
E virá um dia, quando o reino se estabe-
lecer em plenitude, no final dos tempos.
A missão dos cristãos é lutar para que 
o reino de Deus se estabeleça nos cora-
ções e na sociedade em geral.
Aplicação a sua vida: Como seguidor de 
Jesus Cristo, que atitudes suas demonstram 
seu desejo de que a vontade de Deus se es-
tabeleça no meio em que você vive?
Logo no início do Seu ministério na 
Galileia, Jesus chamou quatro discípulos 
que eram pescadores - dois pares de ir-
mãos: Pedro e André e também Tiago e 
João (vs.18-22). Eles deixaram suas ativi-
dades para seguir a Jesus. Seriam prepa-
rados para ajudar no estabelecimento do 
reino de Deus nos corações.
O versículo 23 faz como que um re-
sumo do ministério na Galileia.: ensino, 
pregação e cura das pessoas em geral. O 
trabalho de Jesus sempre visou ao alívio 
dos sofrimentos físicos e emocionais do 
ser humano, o desenvolvimento de sua 
mente e, sobretudo, o benefício de sua 
vida espiritual pela comunhão com o Pai 
Eterno. Esta deve ser a plataforma de tra-
balho dos Seus seguidores, para ver cum-
prida a vontade de Deus de que o Seu rei-
no de justiça e paz vá se estabelecendo 
por este mundo, mesmo em meio a tan-
tos males resultantes do pecado. 
Os últimos versículos deste texto fa-
lam que as multidões seguiam a Jesus. 
Muitos O seguiam apenas com o desejo 
de ver satisfeitas suas necessidades físi-
cas. Outros, no entanto, queriam saciar 
necessidades emocionais e espirituais. 
Ele não os separava, a todos atendendo 
com compaixão, pois, o reino de Deus 
visa ao benefício do ser humano em to-
dos os seus aspectos.
Aplicação a sua vida: Você é um represen-
tante do reino de Deus, desejando estabe-
lecê-lo onde está? Como você pode fazer 
isto?
 
2. Jesus atendeu o ser humano em sua 
integralidade - Leia Marcos 1.21 - 45
- 1.21 - Uma parte importante da 
missão de Jesus era o ensino. Ele se di-
rigia à mente das pessoas, falando-lhes 
muitas vezes por parábolas ou fazendo-
lhes perguntas que as levavam a pensar. 
Deus quer o desenvolvimento da 
nossa mente, pois foi Ele mesmo quem a 
criou. Se a nossa religiosidade se baseia 
apenas em emoções ou numa credulida-
de ingênua, desvinculada do nosso pen-
sar, alguma coisa nela está errada.
Aplicação a sua vida: Está você interessa-
do em desenvolver seu conhecimento de 
Deus, do mundo, de você mesmo? O que 
você está fazendo, para que isto aconteça?
- 1.22 - A autoridade de Jesus era 
reconhecida por todos. As pessoas esta-
vam acostumadas com mestres que sa-
biam de cor as Escrituras e as recitavam 
mecanicamente, mas não com alguém 
em quem religião e vida se misturavam 
tão profundamente.
Temos nós a autoridade de quem crê, 
sente e vive aquilo que prega? É assim 
com você?
J E S U S E O E S T A B E L E C I M E N T O D O R E I N O | 
 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 29
- 1.23-28 - Jesus confrontava os de-
mônios que revelavam saber muito bem 
quem Ele era. E Sua fama se espalhava 
(V. 28).
- 1.29-45 - Neste texto, podemos 
observar coisas importantes.
a) Jesus curou a sogra de Pedro e 
muitos outros (vs. 29-34).
b) Em meio a tantas atividades, Je-
sus se dedicava à oração para cumprir o 
Seu ministério (v.35-39).
c) Jesus era sempre impulsionado 
pela compaixão que sentia pelas pesso-
as que sofriam (vs.40-41). O leproso era 
discriminado e ninguém se aproximava 
dele. Jesus tocou-o sem qualquer discri-
minação.
d) Jesus mandou que o leproso cura-
do não divulgasse a sua cura e fosse ao 
sacerdote para que este atestasse a au-
sência de lepra nele (v.44). Era a orienta-
ção judaica na época. O sacerdote fazia 
o papel do médico. O suspeito de estar 
com lepra deveria ficar isolado, ser exa-
minado até que o sacerdote desse o seu 
veredito, declarando-o curado; após as 
ofertas e rituais, ele o liberava para o con-
vívio social (Nm.13.9-11). Hoje as pes-
soas deveriam ser enviadas aos médicos 
para que se averiguasse a autenticidade 
de supostos milagres, você não acha?
Quantas lições para nós neste texto, 
hein? 
3. Cresce a popularidade de Jesus - 
Leia Marcos 2.1-12
A popularidade de Jesus crescia e as 
multidões O cercavam por onde fosse. 
Neste texto, um paralítico é trazido até 
Jesus pelos seus solidários amigos que o 
desceram pelo telhado. Vendo a fé deles 
e visando à cura espiritual do paralítico, 
Jesus perdoa os seus pecados.
Estaria Jesus desejando mostrar a 
possibilidade de a paralisia daquele ho-
mem ser resultante de seus sentimentos 
de culpa pelos pecados? Jesus não enca-
rava a doença como resultante do peca-
do do doente ou de seus familiares. Ele 
disse isso em João 9.2-3. 
O que Jesus parece mostrar aqui é 
que mais do que da sua cura física, aque-
le homem precisava ser liberto do seu 
pecado. Os escribas, então, O acusam 
de blasfêmia. Realmente, para quem não 
cria na divindade de Jesus, só restava 
achá-lo presunçoso e blasfemo.
Não é este um argumento com o 
qual se pode combater a ideia de que 
Jesus foi um ser iluminado, de grandes 
virtudes morais e espirituais, mas não 
era Deus? Ou Ele era Deus, ou men-
tiu a respeito de Si mesmo, enganando 
as pessoas. Neste caso, onde estariam 
Suas virtudes morais? 
CONCLUSãO
Vimos neste estudo o começo do 
ministério de Jesus na Galileia, onde 
Ele passou o maior tempo de Sua vida. 
Nesta terra está o Mar de Tiberíades ou 
da Galileia, cenário de muitos aconte-
cimentos da Sua vida ministerial. Ali Ele 
proferiu o Sermão do Monte e muitos 
outros ensinos. Ali estão cidades como 
Cafarnaum, Nazaré, Caná, Betsaida, 
Naim, etc, onde fatos importantes ocor-
reram.
Jesus começou o Seu ministério di-
zendo que o Reino de Deus havia chega-
do. A Sua vida acompanhada de todos 
os Seus sinais e também do Seu ensino, 
atestava isto.
30 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I
ESTUDO 7
o amor dE jEsus nÃo 
discrimina
(O ministério galileu: curas e 
sinais - 2ª Parte)
INtRODUÇãO
Veremos neste estudo, em alguns tex-
tos de Marcos e Lucas, mais alguns sinais 
do ministério de Jesus na Galileia: mila-
gres envolvendo tanto a área física quan-
to a área espiritual do ser humano, tanto 
judeus como gentios, tanto ricos como 
pobres, tanto o homem como a mulher. 
O Filho de Deus não discriminava pesso-
as, espalhando entre todos as Suas bên-
çãos.
Jesus sempre sentia compaixão pe-
los sofredores e era está a Sua motivação 
para agir em favor deles. Não esperava 
agradecimentos, nem que as pessoas

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