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ilustradora SENHORINHA GERVÁSIO LOURENÇO BRAGANÇA DIREtORIA DA CONVENÇãO BAtIStA MINEIRA Publicação da Convenção Batista Mineira Diretor executivo da Convenção Batista Mineira Pr. Márcio Alexandre de Moraes Santos Coordenadora do comitê do programa para o Crescimento Cristão Tania Oliveira de Araujo ExpEDIENtE “Reflexões Bíblicas II” 2016 Nasceu em Humaitá, município de Mutum em 10 de abril de 1958. Em Belo Horizon- te fez o Curso Livre de Educação Religio- sa no Seminário Teológico Batista Mineiro, onde foi professora nos anos 1996 a 2002. Casou-se com Wagno Alves Bragança com quem teve três filhos: Bruno Gervásio Bragança, Breno Gervásio Bragança e Wagno Alves Bragança Júnior. Trabalhou na Igreja Batista Central no Palmeiras - BH como edu- cadora nos anos 2004 a 2008, período em que também foi professora no Instituto de Liderança Cristã da Igreja Batista do Barro Preto - BH/MG. Cursou na Escola Guignard – UEMG Educa- ção Artística, turma 2000 e foi professora de Artes no Colégio Batista Mineiro - Séries Iniciais, em Belo Horizonte, por um curto período. Cursou na Casa dos Quadrinhos - Técnico em Artes Visuais. Atualmente é membro da Igreja Batista Memorial em Belo Horizonte. EquipE dE planEjamEnto • Ana Lúcia dos Santos Ribeiro • Pr. André Luiz Ferreira Silva • Elvira M. Gonçalves Rangel • Pr. Francisco Mancebo Reis • Isabel da Cunha Franco • Pr. Joselito Ferreira de Sena • Miriam de Oliveira Lemos Santos Mendonça • Pr. Reinaldo Arruda Pereira • Senhorinha Gervásio Lourenço Bragança • Pr. Tarcísio Caixeta de Araújo • Pr. Wagno Alves Bragança Pr. Ramon Márcio de Oliveira (Presidente), Pr. Sandro Ferreira (1º vice-presidente), Pr. Danilo Secon (2º vice-presidente), Irmã Laiza Assumpção (3ª vice-presidente), Pr. Jaelson de Oliveira Gomes (1º secretário), Pr. Nicolas Alves Bastos (2º Secretário) Irmã Rosimeire Rosa (3ª secretária), Pr. Jonair Monteiro da Silva (Presidente de Honra), Pr. Muryllo Casséte (in memorian) (Presidente Emérito). Revisão teológica Pr. Tarcísio Farias Guimarães Primeira Igreja Batista em Divinópolis Pr. Ramon Márcio de Oliveira Igreja Batista Parque Granada – Uberlândia Pr. Sandro Ferreira PIB Coronel Fabriciano Revisão ortográfica Pr. Francisco Mancebo Reis Editoração Tania Oliveira de Araújo Senhorinha Gervásio Lourenço Bragança Litza Alves Diagramação Adriana Angélica Costa Carvalho tiragem - 30.000 exemplares Convenção Batista Mineira: Rua Plombagina, 250 - Floresta - 31110-090 Belo Horizonte/MG - Fone: (31) 3429-2000 E-mail: secretaria@batistas-mg.org.br Site: www.batistas-mg.org.br ISABEL DA CUNHA FRANCO (autora da 1ª parte - Estudos 1 a 26) Dados Pessoais: Nascida em 08 de dezembro de 1941 numa família batista do Estado do Rio de Janeiro Membro de uma igreja batista desde 12 anos de idade Membro da Igreja Batista do Barro Preto Casada com o Pastor Jonair Monteiro da Silva Membro do Comitê do programa para o Crescimento Cristão Formação: - Graduação em Geografi a (1970) e em Psicologia (1991), pela UFMG - Pós-graduação em Educação Religiosa no IBER – RJ - Pós-graduanda em Teologia Sistemática na Faculdade Batista de Minas Gerais - Várias matérias avulsas em Seminários Atividades já exercidas: - Professora no Sistema Público Municipal e Estadual - Professora no Seminário Teológico Batista Mineiro, da Convenção Batista Mineira - Educadora Religiosa na Igreja Batista do Barro Preto e Primeira Igreja Batista do Tupi, ambas em Belo Horizonte. - Diretora do Instituto de Liderança Cristã da Igreja Batista do Barro Preto, em Belo Horizonte. - Professora de Antigo e Novo Testamentos no Instituto de Liderança Cristã da Igreja Batista do Barro Preto, em Belo Horizonte. Obras: - Livro “O poder do abraço” - 2011 - Revista para EBD - Panorama do Antigo Testamento com 26 estudos - Revista de EBD - Livros Poéticos e Proféticos com 26 estudos - Vários artigos publicados na antiga revista “Mulher Cristã Hoje“ cuja redatora era Nancy Gonçalves Dusilek; Outros: no Jornal “Transformação” da Visão Mundial, no “Batista Mineiro”, etc jOSELItO FERREIRA DE SENA (autor da 2ª parte - Estudos 27 a 52) 63 anos, casado há 39 anos com a irmã Idélia S. Sena, tem dois fi lhos e cinco netos. É natural de Jitaúna-BA. Tel. (31) 99644-1952. joselito-sena@ig.com.br ESCOLARIDADE: Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (Rio de Janeiro), graduado em teologia pela Faculdade Teológica Batista Mineira. Bacharel em Psicanálise pela Academia Brasileira de Psicanálise Clínica (Rio de Janeiro). Pós-graduado em teologia sistemática pela Faculdade Teológica Batista Mineira. Pós-graduado em Psicanálise pela Faculdade Einstein da Bahia. PASTORADO: Igreja Batista Novo Horizonte (Rio de Janeiro); PIB de Muriaé (MG); PIB de Cel. Fabriciano (MG); Igreja Batista de Acari (Rio de Janeiro); PIB do Barreiro (BH); Coordenador de Evangelismo e Missões – Igreja Batista do Barro Preto (BH); atualmente PIB em Lagoa Santa (MG). MAgISTÉRIO: 1ª e 2ª séries do ensino fundamental (Jitaúna – BA); Evangelismo e Missões, Psicologia Pastoral (Faculdade Teoló- gica Batista de Itaperuna - RJ). Diretor do Campus Avançado do Seminário Teológico Batista Mineiro (Cel Fabriciano – MG); onde também lecionou Homilética, Evangelismo e Missões. Teologia Bíblica do Antigo Testamento (campus-avançado do Seminário Batista Brasileiro em Cambridge – EUA). Teologia sistemática na Pós-Graduação da Faculdade Teológica Batista Mineira. Teologia (Faculdade Lagoa Santa - MG). autorEs atividadEs pEdagógicas ANDRÉ LUIz FERREIRA DA SILVA Bacharel em Teologia pela FBMG - Faculdade Batista de Minas Gerais; Graduado em Teologia pela FACETEN - Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil; Especialista em exposição Bíblica pela LEADERSHEAP RESOURCES / CDL NPP PIBA; Pós-graduado em psicopedagogia Clínica e Institucional pela - FANS - FACULDADE DE NOVA SERRANA; Mestrando Profissional em Ciências da Religião com especialização em Análise do Discurso Religioso pela FACULDADE UNIDA DE VITÓRIA / ES); Pastor da Igreja Batista Memorial em Uberlândia. CELMA OLIVEIRA ARAUjO FERREIRA SILVA Graduada em pedagogia - Universidade Norte do Pará Membro da Igreja Batista Memorial em Uberlândia Vice-presidente da UFMBM / Representante das Igrejas Batistas no comitê de Crescimento Cristão SELMA ALMEIDA DE MORAIS Bacharel em Pedagogia - Faculdade Anhanguera Professora na E.B.D. da Igreja Batista do Progresso em Belo Horizonte MG. ROSILENE DELtIzA tURCI OLIVEIRA Bacharel em Teologia e Educação Religiosa pela Faculdade Batista de Minas Gerais Professora do Ensino fundamental – Colégio Joaquim Nabuco. Educadora religiosa na Igreja Batista Metropolitana – Contagem DORICEIA ALVES pEDROSO Curso livre de Educação Religiosa – Seminário Teológico Batista Mineiro Educadora Religiosa na Igreja Batista Humaitá – BH Presidente da AECBMG – Associação dos Educadores Cristãos Batistas de Minas Gerais COOPERAÇÃO DENOMINACIONAL Duas vezes presidente da Ordem dos Pastores Batistas de Minas Gerais e uma vez terceiro presidente. Duas vezes escreveu meditações para a revista Manancial da UFBB. Diversas vezes escreveu matéria para a revista Visão Missionária da UFBB. OBRAS PUBLICADAS: Pela Editora Kárita: Classe de Batismos. Classe Vida Nova. Boa Notícia. O Novo Convertido. Estudando a Bíblia. Manual de Treinamento de Discipulado. Manual de Pequenos Grupos. Panorama do Novo Testamento I. Panorama do Novo Testamento II. Estudos no Evangelho de Mateus. Estudos no Evangelho de Marcos. Estudos no Evangelho de Lucas. Estudos no Evangelho de João. Estudos no livro de Atos. Estudos na Carta aos Romanos. Estudos em I e II Coríntios. Estudos em Gálatas e Efésios. Estudosno Livro dos Salmos - Volume I. Estudo no Livro dos Salmos – Volume II. O Mordomo Cristão. O Pescador. Pela JUERP: O Evangelho de Marcos. R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 5 palavra do dirEtor EXEcutivo da cBm jesus, a Verdade que Liberta O evangelista João em seu evangelho 8:32 cita as pa-lavras de Jesus quando diz: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. A ênfase desse versículo não está na verdade e sim no conhecereis, a verdade já existe, ela já está presente, ela é um fato. Se nós co- nhecermos a verdade então alcançare- mos a plenitude do objetivo do texto pronunciado por Jesus, logo seremos libertos. Há uma ação de liberdade que vem ao encontro de cada um a mediada que conhece, que se tem acesso e intimida- de com a verdade. Já em João 14.6, o próprio Jesus vai nos ensinar que ele é essa verdade. Diante disso, fi ca muito claro para cada um de nós que a missão que Jesus deixou para igreja é ensinar, ensinar sobre Ele mesmo ou fazer discípulos como nos lembra Mateus 28.19. Toda a palavra de Deus aponta para Jesus, de Gênesis a Apocalipse encontramos uma redação Messiânica que converge para o Cristo, tudo aponta para a Verdade! A Convenção Batista Mineira entenden- do sua missão de servir e instrumentalizar a igreja local tem a alegria de entregar gratuitamente um material de alta relevância para to- das as igrejas batistas cooperantes do Estado de Minas Gerais. Esse ano iremos falar sobre a vida e o ministério de Jesus e a formação do discípulo, desta forma cada estudante da Palavra de Deus pode- rá conhecer cada vez mais a verdade e alcançar a liberdade que só encontramos em Jesus. Pr. Marcio Santos 6 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I palavra da coordEnadora do comitÊ dE crEscimEnto cristÃo para os batistas a Escola Bíbli-ca tem sido um meio pelo qual o aprendizado da Palavra de Deus se propaga se- manalmente, contribuin- do para a formação do caráter do cristão. Desde a sua criação ela tem ex- perimentado vários mo- delos e ênfases, sendo so- cial, evangelística e edu- cacional. Neste novo tem- po a união desses valo- res estão sendo traba- lhados de forma total e atual, visando à formação integral da pessoa. Te- mos experimentado em Minas uma nova proposta para a Escola Bíblica em nossas igrejas em tem- pos em que se requer da sociedade pessoas transformadas em sua in- tegridade, coerentes em seu viver e atuantes na comunidade. A Convenção Batista Mineira entrega às igrejas mais uma revista, con- tendo uma proposta ino- vadora e atualizada dos estudos sobre a vida de Jesus e seu exemplo para a sociedade. Nos primeiros estudos estaremos focando a pes- soa de Jesus em seu mi- nistério e autoridade para exercê-lo. Em um segun- do momento estudare- mos o discipulado através do exemplo de Cristo atra- vés de toda sua caminha- da terrena. Vivemos em uma so- ciedade que necessita de relacionamentos sau- dáveis para sua integra- ção com o outro. O exem- plo de Cristo relatado de forma atual e reflexiva de se permitir ser transfor- mado e assim transformar a sociedade. O apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos 12.2 nos convida à trans- formação pela renovação de nossa mente. Assim nossa esperança é que os estudos realizados na revista do aluno e apli- cação das sugestões de atividades propostas no exemplar do professor contribuam para a co- erência de vida e assim uma ação transformadora na comunidade. Agradecidos somos a todos que contribuí- ram para a efetivação des- se sonho: autores, ilustra- dora, editoras, pedago- gos, teólogos, revisor or- tográfico e diretor execu- tivo. Tania Oliveira de Araujo Educação que transforma R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 7 sumário ESTUDO 1: OS EVANGELHOS FALAM DE JESUS ................................................................................................................. 11 ESTUDO 2: A CHEGADA DA MAIOR DÁDIVA DE DEUS AO MUNDO .......................................................................... 14 ESTUDO 3: ANTECEDENTES AO MINISTÉRIO DE JESUS .................................................................................................. 17 ESTUDO 4: INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JESUS...................................................................................................................... 20 ESTUDO 5: ENTREVISTAS DE JESUS NO INÍCIO DO SEU MINISTÉRIO ........................................................................ 23 ESTUDO 6: JESUS E O ESTABELECIMENTO DO REINO ................................................................................................... 27 ESTUDO 7: O AMOR DE JESUS NÃO DISCRIMINA ............................................................................................................. 30 ESTUDO 8: JESUS COMBATE A RELIGIOSIDADE EXTERIOR ........................................................................................... 33 ESTUDO 9: JESUS SEMPRE SURPREENDE AS PESSOAS ................................................................................................... 36 ESTUDO 10: A ÉTICA DO REINO DE DEUS (I) ....................................................................................................................... 39 ESTUDO 11: A ÉTICA DO REINO DE DEUS (II) ..................................................................................................................... 42 ESTUDO 12: A ÉTICA DO REINO DE DEUS (III) ....................................................................................................................... 45 ESTUDO 13: ALICERCES FIRMES, É O SEGREDO ................................................................................................................ 48 ESTUDO 14: O VALOR E O CRESCIMENTO DO REINO DEPENDEM DE SINAIS? ..................................................... 51 ESTUDO 15: PARÁBOLAS DO REINO ....................................................................................................................................... 54 ESTUDO 16: A HUMILDADE FAZ PERDOAR .......................................................................................................................... 57 ESTUDO 17: JESUS SE RETIRA PARA ESTAR A SÓS COM OS DISCÍPULOS (I) ........................................................... 60 ESTUDO 18: JESUS SE RETIRA PARA ESTAR A SÓS COM OS DISCÍPULOS (II) .......................................................... 63 ESTUDO 19: JESUS, O GRANDE MESTRE ............................................................................................................................... 66 ESTUDO 20: O DESEJO DE JESUS PARA OS SEUS SEGUIDORES ................................................................................. 69 ESTUDO 21: A SEMELHANÇA COM O CARÁTER DO PAI .................................................................................................. 72 ESTUDO 22: JESUS É VIDA QUE LIBERTA ............................................................................................................................... 75 ESTUDO 23: JESUS SOFRE, RECONHECENDO O QUE O AGUARDA ............................................................................ 78 ESTUDO 24: ENSINANDO ATÉ O FIM ...................................................................................................................................... 81 ESTUDO 25: O FINAL DA VIDA TERRENA DE JESUS .......................................................................................................... 84 ESTUDO 26: O MAIOR ACONTECIMENTO DE TODOS OS TEMPOS ............................................................................. 88 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................................................................91 jesus Cristo – Vida e Ministério nos Evangelhos 8 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I ESTUDO 27: CHAMADO PARA SER DISCÍPULO .................................................................................................................. 92 ESTUDO 28: A TEOLOGIA DO DISCÍPULO DA CRUZ ........................................................................................................ 96 ESTUDO 29: O DISCÍPULO E O MARAVILHOSO CONVITE DE JESUS .........................................................................100 ESTUDO 30: O DISCÍPULO QUE OLHA PARA CRISTO .....................................................................................................103 ESTUDO 31: O ALVO SUPREMO DO DISCIPULADO ........................................................................................................107 ESTUDO 32: O DISCÍPULO E SEU ENCONTRO COM JESUS ...........................................................................................111 ESTUDO 33: UM PEDIDO ESPECIAL: FICA CONOSCO, SENHOR! ..............................................................................115 ESTUDO 34: O DISCÍPULO APROVADO POR DEUS .........................................................................................................118 ESTUDO 35: MINISTRO E DESPENSEIRO DOS MISTÉRIOS DE DEUS ........................................................................121 ESTUDO 36: QUANDO O DISCÍPULO NEGA A CRISTO ..................................................................................................125 ESTUDO 37: O OLHAR MISERICORDIOSO DE JESUS ......................................................................................................128 ESTUDO 38: O DISCÍPULO E A ORAÇÃO .............................................................................................................................131 ESTUDO 39: REAFIRMANDO A FÉ ANTE AS ADVERSIDADES .....................................................................................135 ESTUDO 40: VITÓRIA SOBRE O PECADO: “NÃO PEQUES MAIS” .................................................................................139 ESTUDO 41: A COSMOVISÃO DO DISCÍPULO ...................................................................................................................142 ESTUDO 42: O DISCÍPULO E OS ARGUMENTOS DA FÉ .................................................................................................145 ESTUDO 43: O DISCÍPULO E OS MANDAMENTOS DA MUTUALIDADE (I) .............................................................148 ESTUDO 44: O DISCÍPULO E OS MANDAMENTOS DA MUTUALIDADE (II) .............................................................152 ESTUDO 45: OS DISCÍPULOS NA TEMPESTADE ...............................................................................................................156 ESTUDO 46: A MISSÃO PRECÍPUA DO DISCÍPULO DE CRISTO ..................................................................................159 ESTUDO 47: O DISCÍPULO QUE LEVA O IRMÃO A JESUS ..............................................................................................163 ESTUDO 48: A PRIMEIRA DISCÍPULA MISSIONÁRIA ......................................................................................................166 ESTUDO 49: O DISCÍPULO RICO PARA COM DEUS ..........................................................................................................170 ESTUDO 50: O DISCÍPULO E SUA FIDELIDADE .................................................................................................................173 ESTUDO 51: DISCIPULADO - QUE TERRENO SOU EU? ...................................................................................................177 ESTUDO 52: DISCÍPULO – UM MORDOMO CRISTÃO......................................................................................................181 ANOTAÇõES .................................................................................................................................................................................185 A formação do Discípulo de jesus Cristo R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 9 a p r E s E n t a Ç Õ E s E sta série de estudos apresenta um panorama da vida e do ministério de Jesus contido nos Evangelhos. Deus se revela através de Sua maior dádiva à huma-nidade: Jesus Cristo, o Senhor. Os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João não apresentam os fatos da vida de Jesus em absoluta ordem cronológica. Tentei apresentá-los o mais cronologi- camente possível nestes estudos, com a ajuda preciosa do livro de HESTER, H.I., “Intro- duccion al estudio del Nuevo Testamento”, que consta nas referências bibliográficas ao final. Sei, no entanto, das incertezas com relação ao tempo exato e local em que acon- teceram alguns fatos e ensinos no ministério de Jesus. Mas tenho também a convicção de que isto não é o mais importante para o estudioso dos Evangelhos. Os primeiros estudos desta série se relacionam à vida de Jesus desde antes do Seu nascimento até o início do Seu ministério. A seguir vem grande parte dos estudos fo- calizando Sua obra e ensino na Galileia, onde Ele exerceu a maior parte de suas ativida- des. Ele realizou milagres, proferiu o Sermão do Monte e contou muitas parábolas. No período do ministério galileu, no entanto, há fatos importantes acontecidos na Judeia que são também mencionados. Após o ministério galileu, virão dois estudos sobre as Suas retiradas, isto é, o Seu afastamento das multidões para estar a sós com os discípu- los. A seguir, dois estudos versarão sobre o ministério de Jesus na Judeia e dois sobre o Seu ministério na Pereia. Finalmente, três estudos abrangerão a última semana da vida terrena de Jesus e depois disto virá o último sobre a Sua gloriosa ressurreição. Cada estudo está baseado em um ou mais evangelhos, de acordo com a escolha pessoal da autora. Cada Evangelho, por sua vez, transmite a história de Jesus, confor- me os traços pessoais e as preferências do evangelista inspirado. O fato é que Deus não usou os escritores do NT como se fossem máquinas. Ele não os despersonalizou, apossando-se deles independentemente de sua vontade, cultura ou características pessoais. Pelo contrário! Respeitando seu modo de ser, Deus usou de cada um o de- sejo de escrever, além da inteligência, capacidade e formação. Todavia, segundo o que cremos, cada evangelista escreveu o que Deus queria que soubéssemos. - Mateus destaca Jesus como o Messias que deveria vir. Sendo este evangelho em grande parte dirigido aos judeus, apresenta muitos textos do Antigo Testamento que mostram ser Jesus o Messias esperado por eles. 10 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I - Marcos apresenta Jesus sobretudo como servo. Descreve-O, muitas vezes, em ações rápidas, deslocando-se sempre de um lugar para outro a fim de servir às pessoas. - Lucas focaliza Jesus como filho do homem, realçando a sua humanidade. Escrito mais para os gentios, visto ser o autor um gentio, mostra a universalidade do evangelho. - João é o evangelho que realça sobretudo a divindade de Jesus. Apresenta-O desde o início como pré-existente, o Deus que se encarnou. Recomendamos que ao se estudar esta série em grupo, que se leia antes individualmente, para que se aproveite melhor o estudo. Desejamos que, mais uma vez, o estudo da Palavra de Deus ajude você a construir sua vida à semelhança d’Aquele cuja VIDA neste mundo é aqui estudada. Isabel da Cunha Franco MINHA VISãO SOBRE AS LIÇÕES “O DISCÍpULO DE CRIStO” Fazer discípulos deve ser não somente um alvo do cristão, mas deve ser o seu estilo de vida. Jesus nos chamou para “ser” e “fazer” discípulos. Temos dois objetivos especiais com nossa humilde contribuição ao escrever os estudos sobre o discípulo de Cristo: O primeiroé incentivar aqueles que já estão obedecendo a Jesus na prática do discipulado a prosseguir, porque o Senhor há de recompensá-los com a alegria de voltar trazendo consigo os seus “molhos” (Sl 126.5-6). O segundo é despertar aqueles que desejam obedecer a Deus em tudo, a cultivar a prática do discipulado. Deve-se perceber que discipulado não é apenas tornar alguém num seguidor de Jesus, mas levá-lo a prosseguir para o alvo da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus: Ser a imagem e semelhança de Deus (Fp 3.12-14 e 1Jo 3.2). Joselito Ferreira de Sena R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 11 ESTUDO 1 os EvangElhos falam dE jEsus INtRODUÇãO Os escritores bíblicos não foram usa- dos pelo Espírito Santo de forma mecâni- ca. Deus não age assim. Ele os inspirou, usando a inteligência, os dons e os talen- tos que lhes deu, além do próprio desejo deles de investigar e relatar sua boa nova à humanidade. Por isso, os Evangelhos, embora semelhantes, diferem uns dos outros, já que seus autores (Mateus, Mar- cos, Lucas e João), diferiam em formação e em estilos de personalidade. Os Evangelhos narram vida, obras e ensinos de Jesus. Mateus, Marcos e Lu- cas são chamados Evangelhos Sinóticos1 porque há muito de comum em seu con- teúdo e forma de apresentação. Eruditos pensam que Marcos é o mais antigo, do qual Mateus e Lucas tiraram muito do que escreveram, além de terem pesqui- sado em outras fontes. O Evangelho de João é diferente. Não tem parábolas e narra alguns milagres que só aparecem nele. O ensino de Jesus neste evangelho é mais sobre Si mesmo e aí são mais destacados os Seus encontros pessoais do que Seus encontros com as multidões. Os textos semelhantes nos evange- lhos sinóticos parecem mostrar que eles podem ter se servido um do outro ou de fontes comuns. Algumas aparentes con- tradições entre os escritores não revelam contradição na mensagem, mas na forma de narrar o acontecimento. O objetivo dos Evangelhos é apresentar a vida ímpar de Jesus neste mundo como encarnação da Divindade, demonstrando o Seu infi- nito amor no resgate de Sua criação. Aplicação a sua vida: Quando você sabe que Deus usou pessoas tão diferentes para anunciar ao mundo as suas “boas novas”, que sentimentos brotam em seu coração? Veja a seguir um pouco sobre cada um dos Evangelhos. 1. Evangelho segundo Mateus Mateus foi o primeiro Evangelho acei- to no cânon sagrado, talvez porque, sen- LEItURAS DIÁRIAS Segunda João 5. 36-40 e 6.47-51 terça Efésios 3.14-21 Quarta Mateus 16.13-20 Quinta Marcos 1.14-28 Sexta Lucas 1.1-4, 26-38 Sábado João 1. 1-14 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 11 | O S E v A N g E L h O S F A L A M D E J E S U S 12 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I do muito didático e com muitos ensinos de Jesus, foi o primeiro a ser usado na igreja nos primeiros séculos. Apresenta mais organizadamente os discursos de Jesus, como por exemplo o Sermão do Monte. Seu autor, Mateus, foi um dos doze discípulos mais próximos de Jesus, cujo nome aparece como Levi por oca- sião de sua chamada (Mt.9.9 e Mc.2.14). Era publicano, isto é, cobrador de im- postos. O fato de trabalhar com papéis e documentos, pode lhe haver facilitado escrever sobre Jesus. Um propósito importante deste Evan- gelho é levar os judeus a reconhecer Je- sus como o Messias esperado. Por isto tem grande número de menções às pro- fecias do Antigo Testamento. Exemplos: Mateus 1.22-23; 2.5-6; 4.14-16; 12.17-21. Você pode encontrar muitas. É o único evangelho em que aparece a palavra “igreja”. Mateus 16.13-20 Jesus faz uma pergunta aos discípu- los: “Quem vocês pensam que eu sou? Estes O alegram através da resposta de Pedro: “Tu és o Cristo, Filho do Deus vivo”. Jesus afirma que tal declaração de Pedro lhe viera do Pai e que sobre esta pedra, este fundamento, edificaria a Sua igreja. Pedro quer dizer pedra. O que signi- ficaria esta declaração de Jesus? Alguns pensam que esta declaração tem o signi- ficado de que a igreja está edificada so- bre Pedro, mas não concordamos com tal interpretação. O que se pode entender e que é confirmado por outros textos bí- blicos, é que a igreja está edificada sobre a declaração de Pedro, pois o verdadei- ro fundamento é Jesus, como o próprio Pedro declara (I Pe. 2.3-7). E Paulo diz que “ninguém pode lançar outro funda- mento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”(I Co.3.11). A seguir, Jesus afirma que pessoas seriam ligadas ao céu através de Pedro. Realmente, no dia de Pentecostes e mui- tas vezes depois, milhares de pessoas fo- ram ligadas ao céu através de Pedro e de outros apóstolos. O discípulo do Cristo tem a missão de ligar pessoas ao céu e desligá-las de cadeias demoníacas atra- vés da mensagem do amor divino. Pedro, um discípulo como os demais, aprendeu com Jesus a superar suas limitações por- que cresceu na dependência do Senhor. Aplicação a sua vida: Se você já é um dis- cípulo de Jesus, de que maneira tem procu- rado desempenhar sua missão no mundo? Você tem ligado pessoas ao céu, isto é, ao que Deus deseja para elas? 2. Evangelho segundo Marcos É o Evangelho mais curto, não tendo muitos fatos anteriores ao ministério de Jesus. Seu autor, João Marcos, era filho de uma mulher de destaque na igre- ja primitiva em Jerusalém. Os cristãos se reuniam em sua casa, durante a pri- são de Pedro (At.12.12); era parente de Barnabé (Cl.4.10); acompanhou Paulo e Barnabé em sua primeira viagem mis- sionária, voltando da Panfília, na Ásia Menor (At.13.5,13 e 15.36-38); muitos anos depois, João Marcos é mencionado em várias epístolas como cooperador de Paulo e de Pedro (Cl.4.10; Fm.24; II Tm. 4.11; I Pe.5.13). Segundo estudiosos, foi de Pedro que Marcos ouviu muito do que relatou a respeito de Jesus. Marcos apresenta Jesus como servo, sempre fazendo o bem às pessoas. Este evangelho narra ações que se sucedem com rapidez. Marcos 1.14-39 Os acontecimentos se sucedem ra- pidamente. Aí aparecem muitas vezes, expressões como “logo”, “a seguir” e “ime- diatamente”. Veja algumas ações de Jesus O S E v A N g E L h O S F A L A M D E J E S U S | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 13 neste texto e como elas se sucedem: chama os primeiros discípulos (14-20); ensina na sinagoga e cura um endemo- ninhado (21-28); cura a sogra de Pedro (29-31); cura muitos enfermos e ende- moninhados (32-34); dedica-se à oração (35-37); prega em muitas aldeias (38-39). Apresentando Jesus como servo, este Evangelho faz ver aos discípulos do Cris- to que devem se dispor a prestar serviço às pessoas. Aplicação a sua vida: Como você tem, na medida de suas possibilidades, servido aos que estão próximos de você? 3. Evangelho segundo Lucas Lucas 1.1-4 e Atos 1.1 Os textos acima indicam que estes dois livros são do mesmo autor. Possivel- mente Lucas era um gentio muito culto convertido ao Cristianismo. Com grande capacidade para investigar e escrever, narra com vivacidade e beleza os aconte- cimentos. Era médico (Cl 4.14) e compa- nheiro de Paulo em suas viagens (II Tm. 4.11). Algumas características do Evangelho de Lucas: - aparecem muitos cânticos, como os de Zacarias, de Maria, de Simeão. - Aparecem grupos marginalizados como crianças, mulheres, pobres, publi- canos, meretrizes. - É o que mais destaca a universalida- de do evangelho. - Narra em maior número e com gran- de beleza as parábolas. Apresenta Jesus em sua humanidade, estimulando os que O seguem a desem- penhar no mundo um papel que ajude pessoas e circunstâncias a se transforma- rem em direção à vontade de Deus. Aplicação a sua vida: Você já pensou no privilégioque tem o seguidor de Jesus de fazer o que lhe é possível para ajudar pes- soas e circunstâncias a estarem dentro do propósito de Deus? Como você pode fazer isto? 4. Evangelho segundo João Este Evangelho é diferente na estru- tura e no estilo. Não apresenta parábo- las e só contém sete milagres, cinco dos quais só aparecem nele. Os discursos de Jesus dizem respeito principalmente à Sua pessoa e não à doutrina ética do reino. Exemplos: Eu sou a luz, a porta, o pastor, o pão, o caminho, a verdade e a vida. São várias as entrevistas pessoais de Jesus. Sua relação com os indivíduos é mais acentuada que Seu contato com o público. O Evangelho de João é fortemente teológico. Apresenta a natureza divina da pessoa de Jesus e o significado da fé n’Ele. Ele é, ao mesmo tempo, o homem perfeito que tem um papel de exemplo para os Seus discípulos e a encarnação do Deus, diante de quem precisamos nos curvar em adoração. joão 1.1-14 Este texto faz uma apresentação clara e belíssima da divindade de Jesus. CONCLUSãO: Aplicação a sua vida: Jesus é apresentado pelos evangelistas como Deus, o Messias, o filho do homem e servo de todos... Se você é um dos seus discípulos, que responsabili- dade tudo isto lhe dá? Embora diferentes, os quatro evange- lhos têm o objetivo de anunciar o Cris- to, o Redentor do mundo. Nos estudos a seguir, procuro apresentar em ordem cronológica a vida de Jesus, usando os vários evangelhos. ________ 1. Sinóticos - palavra grega que tem o significado de “ver junto”. 14 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I ESTUDO 2 a chEgada da maior dádiva dE dEus ao mundo INtRODUÇãO Neste estudo veremos o nascimento de Jesus, além de alguns fatos que o an- tecederam e alguns que ocorreram ime- diatamente depois. Dos quatro evangelhos, Lucas é o que narra maior número de fatos anteriores ao nascimento de Jesus; Mateus narra pouco; Marcos já começa com a prega- ção de João Batista; e João fala apenas da pré-existência de Jesus, destacando a Sua divindade. Neste estudo, usando vários evange- lhos, serão apresentados alguns aconte- cimentos anteriores ao nascimento de Jesus, mais ou menos em ordem cronoló- gica, de acordo com H.I.Hester. 1. A Preciosidade da dádiva de Deus ao mundo - joão 1.1-18 O Evangelho de João tem maravi- lhosos ensinos a respeito de Jesus, en- fatizando especialmente sua divindade. Este texto majestoso é o prólogo deste evangelho e nos mostra que: - Jesus é pré-existente, é eterno (v.1- 2). - Ele é o Criador e a origem da vida (vs. 3-4); - Ele é o Deus encarnado (v. 14); - Ele veio dar início a um novo tempo (vs. 14, 17); - Ele é a revelação de Deus (v. 18). O apóstolo João fala aí do Deus que se encarnou e veio habitar entre nós. O Cristianismo é a religião que apresenta, não um Deus que devemos buscar com os nossos esforços intelectuais ou de boas obras, mas o Deus que desce até nós em nossos descaminhos e pecados, para resgatar-nos. Um Deus que toma a inicia- tiva. Que em Cristo se encarna e que por amor se doa, identificando-se conosco. A nós cabe responder ao Seu amor e doa- ção, entrando numa relação com Ele para sermos salvos da alienação em que vive- LEItURAS DIÁRIAS Segunda Isaias 9.2-7 terça Lucas 1.5-38 Quarta Lucas 1.39-56 Quinta Lucas 2.1-7 Sexta Lucas 2.8-20 Sábado Lucas 2.21-38 A C h E g A D A D A M A I O R D Á D I v A D E D E U S A O M U N D O | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 15 mos, ao estar desvinculados da Sua vida e da Sua vontade. Esta relação nos fará ser as pessoas que Ele sempre desejou que sejamos: felizes e que promovem a felicidade, abençoadas e que espalham a bênção por onde vão. Por felicidade, entendo a satisfação do desejo básico mais profundo do ser humano: o de usufruir do amor e da co- munhão com Deus, cumprindo em sua vida a vontade do seu Criador. Este dese- jo em nós se origina do fato de havermos sido criados com este sublime propósito. A satisfação dele dá a alegria, a felicidade, que nada nem ninguém poderá tirar. De posse desta bênção, o ser humano passa a ser bênção para muitos. O cristão tem motivo para celebrar a graça infinita do Deus a quem adora. E é impossível adorá-Lo, sem colocar-se ao lado d’Ele no Seu projeto de tudo fa- zer para que este mundo esteja mais de acordo com a vontade divina. O evangelista João apresenta Jesus como o Deus encarnado, o Deus Conos- co. Você já crê de todo o seu coração nes- se Jesus, que é a revelação por excelência de Deus? Que, sendo luz, deseja iluminar sua vida para que você também possa iluminar seu ambiente? Se você quer isto de todo coração, poderá experimentar alegremente os efeitos do Seu amor. Aplicação a sua vida: Que sentimentos brotam em você, como resultado de saber- se alvo do amor sacrificial e resgatador do grande e excelso Deus? Que atitudes práti- cas resultam disso? 2. Fatos que antecedem à chegada de Jesus Lucas 1.5-38 O sacerdote Zacarias cumpria seu ser- viço no templo, quando foi surpreendido com a notícia que o deixou estupefato e muito alegre, pois a vinda de um filho era o que ele muito desejava. Os versículos 15-17 dizem o que João Batista seria. Al- guns meses depois, o anjo Gabriel, que já havia anunciado o nascimento de João Batista, apareceu a Maria (vs. 26-38). Ve- ja no v. 38 como Maria se coloca diante de Deus, após ouvir o anúncio do nasci- mento de Jesus. Ela se entregou, mesmo correndo grandes riscos, a fim de ser ve- ículo de Deus para abençoar o mundo. Através dela, Deus trouxe seu maior pre- sente à humanidade. Estamos nós dispostos a, mesmo com sacrifícios, servir de veículo da graça de Deus para outros? Após isto, Maria vi- sitou Isabel, que era sua prima e estava grávida de João Batista. Este encontro é cheio de júbilo e poesia. Lucas 1.39-56 Maria visitou Isabel. Nos versículos 41 a 45 temos as belas palavras de Isa- bel saudando Maria e reconhecendo que Jesus, o bebê que ela esperava, era o Senhor. Você vê aí que é o Espírito Santo quem revelou a Isabel esta preciosa ver- dade (v.41). A partir do versículo 46 é Maria quem fala, expressando num belo cântico toda a sua alegria e adoração ao Senhor. Este cântico é muito semelhante ao de Ana no Antigo Testamento (I Sm. 2.1-10). Isto mostra que ela conhecia as Escrituras e aguardava o Messias. Este texto mostra sua humildade e consciência do seu pri- vilégio (vs. 48-49). Maria foi uma piedosa serva do Se- nhor, a quem devemos honrar e imitar. Foi bendita e privilegiada, como veícu- lo da maior dádiva de Deus ao mundo: Jesus Cristo. Pena que no coração de mui- tos ela tenha tomado o lugar do próprio Deus, os quais desconsideram que Maria exultou em Deus, a quem rendeu graças por poder conhecer o seu Salvador pes- soal (vs. 46,47). | A C h E g A D A D A M A I O R D Á D I v A D E D E U S A O M U N D O 16 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I Aplicação a sua vida: Em quais circuns- tâncias você já se percebeu reverenciando mais as pessoas do que o Deus que as fez? A seguir, a partir do versículo 57, te- mos o nascimento de João Batista e o cântico de Zacarias, seu pai. 3. Fatos importantes relacionados à vinda de Jesus ao mundo Mateus 1.18-25 Neste texto, é patente a discrição e sensatez de José, o marido de Maria. Ele era um homem muito nobre e bom. Refletir antes de agir e falar produz resultados positivos. Se temos a vida colocada no altar do Senhor e refletimos antes de agir, colocando diante d’Ele os nossos problemas, com calma e sensatez, como José, naturalmente teremos um maior discernimento para encontrar a Sua vontade. O versículo 19 mostra a nobreza docaráter de José. Ao saber que Maria es- tava grávida, antes que eles se unissem como marido e mulher, José planejou deixá-la sem expô-la publicamente. De- pois do sonho que teve, José recebeu a Maria como sua mulher. O último versí- culo diz que José se manteve afastado dela, como marido, até que ela desse a luz. Cremos que isto deixa claro que após o nascimento de Jesus, eles se tornaram marido e mulher, também no aspecto se- xual. Crer que Maria foi esposa de José no sentido completo, não empana sua hon- ra e dignidade. A relação sexual, dentro da união conjugal, sob a égide do amor e como foi planejada por Deus, é legítima, pura e bela. O autor de Mateus, segundo os erudi- tos, teve a intenção de dirigir-se de modo prioritário aos judeus. Por isso o Antigo Testamento é tão mencionado por ele, sendo que no versículo 23 temos a cita- ção de Isaías. Outros fatos relacionados ao nasci- mento de Jesus: - O alistamento de Maria e José em Belém - Lc. 2.1-5. Este alistamento foi ordenado pelo Império Romano e as profecias diziam que o Messias nasceria em Belém (Mq. 5.2). A história dirige-se para o cumpri- mento dos propósitos divinos. - o nascimento de Jesus - Lc. 2.6-7; - a visita dos pastores - Lc. 2.8-20 O nascimento de Jesus foi anunciado com alegria a pessoas humildes e discri- minadas socialmente. - a apresentação de Jesus no templo - Lc. 2.21-40. Este texto nos mostra o espírito de obediência e consagração dos pais de Jesus. Eles circuncidaram Jesus ao oitavo dia e depois O consagraram ao Senhor como mandava a lei. Pais devotados ao Senhor, levam a sério o seu dever de cumprir a vontade de Deus na criação dos seus filhos. A seguir, neste mesmo texto, vemos o cântico de Simeão e as palavras da pro- fetiza Ana. Aplicação a sua vida: Ao pensar no dono do universo entrando na história humana com tal simplicidade, como você pensa que deve viver? CONCLUSãO Jesus, o Deus encarnado, nasceu hu- mildemente, entrando em nossa história de maneira muito singela. Ele vai, através da Sua vida e dos Seus ensinos, abrir os olhos de homens e mulheres para perce- berem a forma de viver vazia e hipócrita dos seus dias, como veremos nos estudos a seguir. R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 17 ESTUDO 3 antEcEdEntEs ao ministÉrio dE jEsus INtRODUÇãO Os Evangelhos relatam muito pou- co a respeito da vida de Jesus antes do Seu ministério de aproximadamente três anos. Depois do que vimos no estudo ante- rior concernente aos seus primeiros dias após o nascimento, temos poucos fatos. Dois ainda na sua primeira infância: a visi- ta dos magos e a fuga para o Egito; outro aos doze anos de idade, quando ele no templo, conversa com os doutores da lei. Os outros, já próximos do início do minis- tério, foram o batismo e a tentação. Embora a Bíblia se cale a respeito da maior parte da vida de Jesus, sabemos que toda ela se desenvolveu de modo a que, na época própria, Ele cumprisse o seu sublime propósito. 1. A infância de Jesus Neste tópico, veremos os fatos a que já se fez referência na Introdução. Leia Mateus 2.1-23 Os versículos 1 a 12 falam da visita dos magos do oriente e de como o rei He- rodes, o Grande, sentiu-se ameaçado ao saber que eles procuravam uma criança que diziam ser o Rei dos Judeus. O medo de perder o poder fez o rei desejar matar essa criança. Avisado por Deus em so- nhos, José fugiu com Maria e Jesus para o Egito. Herodes, não sabendo dessa fuga, mandou matar todas as crianças abaixo de dois anos, para que Jesus fosse atin- gido. Este é um dos motivos porque al- guns pensam que a visita dos magos não foi logo que Jesus nasceu. Este Herodes, segundo registros históricos, foi muito sanguinário, sempre mandando matar os que imaginava que se opunham a ele, inclusive pessoas da sua própria família. Como se vê, Jesus enfrentou a pri- meira oposição nos Seus primeiros dias e esta foi de alguém que detinha o poder. Assim seria durante toda a Sua vida. Os que detinham o poder político-religioso não gostavam do Seu estilo de vida, nem de sua mensagem, pois estes confronta- vam todos os valores que para eles eram muito preciosos. Veja um pouco da situação política no contexto da infância de Jesus. A Pa- lestina estava sob o poder do Império LEItURAS DIÁRIAS Segunda Mateus 2.1-12 terça Mateus 2.13-23 Quarta Lucas 2.39-52 Quinta Mateus 3.13-17 Sexta Mateus 4. 1-11 Sábado Hebreus 1.1-3 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 17 | A N T E C E D E N T E S A O M I N I S T É R I O D E J E S U S 18 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I Romano e Herodes, o Grande, era o rei aí quando Jesus nasceu. Quando Jesus era ainda criança, estando no Egito com Seus pais, Herodes, o Grande, morreu e o seu domínio foi dividido entre seus filhos. Ar- quelau ficou com a Judeia; Antipas com a Galileia e Pereia; e Filipe com Traconites e regiões adjacentes (1). Destes três herodes, Arquelau, da Ju- deia, deixou de governar primeiro, tendo sido tirado pelos romanos. Antes disso, Mt. 2.22-23 informa que, por ser ele o governante na Judeia, José, ao voltar do Egito, não desejou ir para lá, indo viver em Nazaré, na Galileia. A partir de Arque- lau, os romanos colocaram procuradores seus na Judeia. O procurador na época da morte de Jesus era Pôncio Pilatos. Jesus, portanto, viveu junto com seus pais na cidade de Nazaré. No tempo do ministério de Jesus, Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande, governava a Galileia, sendo mui- to mencionado nos Evangelhos. Foi ele quem mandou decapitar João Batista. Leia Lucas 2. 39-52 Este fato, narrado apenas por Lucas, é muito interessante e nos revela muito a respeito de Jesus no final da Sua infância. Indo com seus pais a Jerusalém para a festa da páscoa, ele ficou no templo e foi preciso que eles voltassem para buscá-lo. Conversava com ele com os doutores da lei e Sua palavra aos pais já parece revelar a percepção que Ele começava a possuir de Sua relação diferenciada com Deus. Lucas destaca no final do texto que Jesus era uma criança/adolescente, den- tro de uma situação normal de vida em submissão a seus pais, em Nazaré. E que Ele se desenvolvia de forma equilibrada, tanto física, quanto intelectual e espiritu- almente. E que sua mãe, discretamente, guardava o que percebia em seu coração. 2. O batismo de Jesus - Mateus 3.13-17 Antes do batismo de Jesus, os evan- gelhos relatam a aparição de João Ba- tista, o precursor do Cristo, que anuncia a chegada do Reino de Deus. Jesus é a manifestação concreta do Reino de Deus, isto é, da vontade divina sendo realizada de forma absoluta numa vida humana. O texto apresenta o batismo de Je- sus. Veja o significado profundo do diá- logo entre Jesus e João Batista, e o sinal que Deus dá a Jesus da Sua aprovação àquele ato e também à Sua filiação divi- na. O batismo de Jesus mostra como Ele assumiu a encarnação, identifican- do-se com os demais seres humanos, além de colocar-se ao lado dos fiéis, dan- do apoio à obra de João. Seu batismo, que acontece aos trinta anos, marca o início de uma nova etapa em Sua vida. A partir daí, após a tentação do diabo, tem início o Seu ministério. O batismo significa para o cristão uma declaração pública de sua identificação com Cristo, simbolizando mudança inte- rior, com uma nova vida de obediência a Ele. O ato externo do batismo, símbolo para o cristão de sua morte com Cristo, seu sepultamento e sua ressurreição para uma nova vida, nada significará, se não existirem nele tais realidades espirituais. Aplicação a sua vida: Você já deu, através do batismo, seu testemunho público de que está comprometidocom Cristo, como um seguidor d’Ele? Que atitudes suas de- monstram a sua fidelidade a esse compro- misso? A N T E C E D E N T E S A O M I N I S T É R I O D E J E S U S | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 19 3. A tentação de Jesus - Mateus 4.1-11 Este texto, rico em significado e lições, apresenta três tentações a Jesus. O diabo procura atingi-Lo em três áreas de vulne- rabilidade humana: necessidades físicas, desejo de ser admirado e desejo por po- der e glória. Atacado nestas três áreas, Jesus venceu todas as tentações. O que Deus deseja é que, ao enfren- tarmos as tentações, a plenitude da Sua graça e do Seu poder nos permitam ven- cê-las, tornando-nos mais fortes e madu- ros. Algumas lições que este texto nos en- sina: - O diabo está sob a autoridade de Deus (v.1) pois Ele, Deus, é soberano e todos os poderes estão sob Seu controle. Deus deseja usar todas as circunstâncias que nos atingem para o nosso bem e Sa- tanás quer usá-las para o nosso mal. Tudo vai depender da nossa reação. De quem somos cooperadores? - Somos atacados nos nossos pontos vulneráveis. Por isso, é importante nos conhecermos, para que não nos deixe- mos envolver pelos nossos impulsos para o mal. Quais são os nossos pontos fra- cos? Conheçamo-los. - O diabo usou a Palavra de Deus (v.6), tentando Jesus a errar o alvo de Sua vida. Esta pode ser usada de forma distorcida para nos fazer duvidar do amor e da san- tidade de Deus ou para que trilhemos ca- minhos perigosos. - Jesus se relacionava perfeitamente com Deus Pai e sabia muito bem qual o objetivo de Sua vida. Por isso, usou a Palavra de Deus de forma apropriada. É importante usá-la, não como um amu- leto ou objeto com poder mágico, mas como veículo através do qual Deus está nos aconselhando e construindo a nossa vida, tornando-nos fortes para vencer o que nos quer afastar da vontade d’Ele. - As necessidades físicas, o desejo de exibir-nos e a ambição por possuir posi- ções e poder, tudo isto que tem sido tão estimulado pela nossa cultura, tornam-se pontos vulneráveis para nos afastar da vontade divina. Por isso, é importante conhecermos, além de nós mesmos, a mentalidade do mundo no qual vivemos, comparando-a com a mente de Cristo, sob cuja égide devemos viver. - Jesus saiu vitorioso sobre as tenta- ções e enviou-nos Seu Espírito para que nos dê força para vencê-las também. De- pendamos d’Ele. Aplicação a sua vida: Se Jesus, como Filho de Deus, foi tentado, podemos, como dis- cípulos seus, pensar que somos imunes às tentações? Quais tentações mais atingem sua vida? Como você poderá vencê-las? CONCLUSãO Jesus enfrentou muitas provas antes e durante o Seu ministério terreno. Nós, como servos d’Ele, não poderemos ter vidas significativas, sendo bênçãos para outros, sem passar pelas tentações com força e coragem, vencendo-as no poder de Jesus Cristo. Se houver queda, olhe- mos para Ele e seremos reerguidos pela Sua graça. Que sempre tenhamos vidas submis- sas ao Senhor que, como diz o escritor aos Hebreus, é o nosso sumo-sacerdote que “foi tentado em todas as coisas, porém sem pecado” (Hb. 4.15 ). _______ (1) DANA, H.E. O Mundo do Novo Testamento, págs. 77-82 20 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I ESTUDO 4 inÍcio do ministÉrio dE jEsus INtRODUÇãO O ministério de Jesus não é apre- sentado pelos evangelistas em ordem cronológica e, como a nossa intenção é um estudo panorâmico, veremos apenas alguns fatos principais, ora num, ora nou- tro Evangelho. Nos estudos 4 e 5 veremos alguns fa- tos do início do ministério de Jesus que estão no começo dos Evangelhos, con- forme apresentados por João e Lucas. 1. A pregação de João Batista joão 1.19-37 Não se poderia começar um estu- do do início do ministério de Jesus, sem que se atentasse para esta grande figura que foi João Batista, seu precursor. Este homem do deserto apresentava uma mensagem cheia de autoridade, com ve- emente ataque ao pecado. Um homem que o próprio Jesus considera grande (Mt.11.11). Já foi apresentado no estudo anterior o batismo de Jesus por João Batista. Este texto, no entanto, nos apresenta melhor quem foi João Batista, o precursor de Jesus. Diante da autoridade da pregação de João Batista, uma comissão foi enviada de Jerusalém pelos sacerdotes e levitas para saber quem ele era afinal. Ele de- clarou que não era o Cristo, mas apenas Seu precursor, que cumpria a profecia de Isaías, sendo “a voz do que clama no deser- to: Endireitai o caminho do Senhor” (v.23). João Batista menciona aí Isaias 40.3. Diz mais: que ele não era digno de desatar a correia das sandálias de Jesus (v.27). João Batista, um pouco mais ve- lho que Jesus, apresentou-O como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”(v.29) e disse que Jesus tem a pri- mazia pois existia antes dele (v.30). João Batista reconheceu a pré-existência de Jesus e mostrou-se humilde ao não que- rer tomar um lugar que não era o dele. Deu também o seu testemunho do que ele vira acontecer quando batizara Jesus (vs.31-37). Mais tarde, ao saber que muitos es- tavam seguindo a Jesus, ele declarou: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua” LEItURAS DIÁRIAS Segunda Jo. 1.19-28 terça João 1.29-37 Quarta João 2.1-12 Quinta Lucas 4.14-21 Sexta Lucas 4.21-30 Sábado Colossenses 2.6-10 I N Í C I O D O M I N I S T É R I O D E J E S U S | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 21 (Jo.3.30). Que homem ao mesmo tempo corajoso e humilde! E pensar que, mesmo podendo ocu- par altos postos na elite religiosa e polí- tica do seu povo, pois era descendente de Arão, seu desejo era estar no centro da vontade de Deus, anunciando a vinda d’Aquele diante de quem se dizia indigno de, curvando-se, desatar-lhe as sandálias. Ah, como necessitamos de tal humildade e submissão a Deus! A vaidade e a inveja são pecados que se relacionam um com o outro e atingem a todos nós. Não há pecado que mais nos afaste do Deus da graça do que o orgu- lho. Por vezes, até a nossa irritação con- tra o orgulhoso ou a nossa timidez por al- gum defeito nosso, podem ser sintomas de um orgulho disfarçado. Como Paulo, exclamamos: “Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? ” (Rm. 7.24). Mas Paulo não para aí e nós não podemos parar, pois, a seguir, ele fala da vitória que tem em Cristo Jesus (Rm. 7.25). Coloquemo-nos sempre diante do nosso Redentor para recebermos d’Ele força e perdão. Aplicação a sua vida: “Deus resiste aos so- berbos, mas aos humildes dá a sua graça” (Tg. 4.6). Em quais circunstâncias você per- cebe que a falta de humildade tem prejudi- cado seu relacionamento com Deus e com os seus semelhantes? 2. O primeiro milagre numa festa de casamento - joão 2.1-12 Este texto mostra que Jesus era uma pessoa que fazia questão de conviver com outras pessoas e, com isso, Ele en- sina que santidade não significa neces- sariamente isolamento dos outros, mas uma presença que conduza as pessoas para mais perto da vontade de Deus, sen- do bênção onde estiverem. Jesus se sen- tia à vontade com outros, sendo Aquele que, onde está, ajuda e ilumina com Sua vida. Quando Maria falou a Jesus de uma dificuldade que estava sendo enfrenta- da pela família que oferecia a festa, Ele pareceu dar uma resposta grosseira à Sua mãe (v.4). Muitos se têm preocupa- do com este texto. Alguns pensam que Jesus foi realmente áspero para mostrar que, como um homem adulto e com uma missão tão especial, não poderia deixar que Sua família traçasse os rumos do Seu ministério. Alguns comentaristas argu- mentam que na palavra “mulher” não há qualquer aspereza, e nós é que julgamosde acordo com o valor da palavra na nos- sa cultura. Jesus usou a palavra “mulher” ao referir-se à Sua mãe, na crucificação, quando amorosamente se preocupou com ela (Jo. 19.26) e depois de ressurreto, no encontro com Maria Madalena, numa palavra terna de consolação (Jo. 20.15). O que se percebe neste texto (João 2.1-12) é que Jesus parece querer mos- trar que Seu ministério e Sua obra não es- tariam vinculados à presença e à vontade de Sua mãe ou de qualquer outro fami- liar. A Sua vontade e o Seu agir seriam sempre em resposta às verdadeiras ne- cessidades humanas, segundo a vontade do Pai. Ele sabia a hora de agir. Depois disto, é Maria quem diz que as pessoas devem ser-Lhe obedientes (v.5). Jesus fez o milagre e, conforme esse texto, este fato levou seus discípulos a crerem n’Ele. Interessante! Pensamos que, se já eram discípulos e o seguiam, era porque já criam n’Ele... Mas o conhe- cer e o crer vão crescendo com a expe- riência do andar juntos. Não é também assim em nossa vida cristã? Talvez seja por isto que Bonhoeffer diz que “Só o obediente é que crê” (1). À medida que andamos juntos, obedecendo-lhe, va- mos conhecendo mais e crendo com maior profundidade. | I N Í C I O D O M I N I S T É R I O D E J E S U S 22 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I Aplicação a sua vida: A sua fé tem se de- senvolvido em seu caminhar com Jesus? Quais os sinais desse crescimento? O milagre nos faz ver que o vinho que Jesus ofereceu era de muito melhor qua- lidade do que o anterior. Isto nos trans- mite algum ensino? Será que percebe- mos quanto a vida com Cristo é melhor? Devemos ter uma vida de santidade em qualquer lugar em que estejamos. 3. Jesus na sinagoga de Nazaré - Leia Lucas 4.16-30 Foi difícil para Jesus o cumprimento de Sua missão, especialmente em Sua própria terra. Ao entrar na sinagoga em Nazaré, Ele leu o que está nos versículos 18-19 do texto acima. Esta é uma pro- fecia de Isaías. Tinha neste momento a atenção de todos sobre Ele. Quando dis- se que este texto de Isaías se referia a Ele, muitos olharam incrédulos e escandaliza- dos, perguntando: “Não é este o filho de José? ” (v.22). Temos também muitos preconceitos, não acha? Parece que, para muitos, é mais difícil perceber a presença e a voz de Deus no simples, no cotidiano, pois, querem sempre fatos espetaculares. Quanto podemos perder por causa disto, não acha? Jesus mostrou aí que Sua missão era dirigida aos humildes e necessitados: “pobres, cativos, cegos, oprimidos...” Não àqueles que se orgulhavam de estar no topo da pirâmide social e de cumprirem legalisticamente uma religião que não os tornavam melhores. A declaração de Jesus os enraiveceu. Depois vemos nos versículos 24-30 mais uma palavra de Je- sus que provoca uma reação indignada contra Ele. Jesus mencionou como Deus, deixan- do de atender judeus, abençoou pessoas de outros povos através dos Seus profe- tas. Mostrou assim que Ele se importava mais com a necessidade, a humildade e a fé de alguém, do que com seu sangue ou a qual grupo pertencia. Os judeus ficaram irados, pois, se jul- gavam depositários das bênçãos de Deus como Seu povo escolhido, enquanto Je- sus disse que Deus tem abençoado ou- tras pessoas, deixando-os de lado. Eles se esqueciam que Deus os havia escolhido para transmitir a Sua bênção “a todas as famílias da terra” (Gn.12.3) e não simples- mente para receberem a bênção. Isto pode acontecer conosco? Or- gulhar-nos da nossa herança cultural ou religiosa, desprezando outros? Esque- cemo-nos que, se somos abençoados, é para sermos canais destas bênçãos a ou- tros? Aplicação a sua vida: Como você consi- dera o seguir a Cristo? Você tem recebido as bênçãos de Deus, procurando abençoar com elas outras pessoas? De quais manei- ras você tem feito isto? CONCLUSãO O primeiro milagre e este fato na si- nagoga aconteceram na Galileia, res- pectivamente em Caná e em Nazaré. No próximo estudo veremos alguns aconte- cimentos na Judeia. Jesus começou logo a enfrentar pres- sões. Seria assim durante todo o tempo do seu ministério terreno, pois, Ele inco- modava os que detinham o poder. O discurso de Jesus despertou muita ira e alguns O expulsaram da cidade, le- vando-O ao pináculo do templo para de lá O jogarem, mas Ele se desviou deles, escapando. ____________ (1) BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. p. 26 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 23 EntrEvistas dE jEsus no inÍcio do sEu ministÉrio INtRODUÇãO Embora estivesse sempre em conta- to com grupos e grandes multidões, as entrevistas individuais foram muito im- portantes no ministério de Jesus. Neste estudo veremos o Seu encontro, logo no início do Seu ministério, com Nicodemos e a mulher samaritana. O primeiro foi na Judeia, na cidade de Jerusalém. O segundo foi na cidade de Sicar, em Samaria, quando Ele se dirigia para a Galileia. Foram entrevistas com pessoas muito diferentes: um homem e uma mulher. Ele, doutor da lei, da alta sociedade e membro da mais alta corte judaica, o Sinédrio. Ela, de uma classe desprezada e socialmente baixa. Ele, de uma seita que encarava com a maior seriedade o cumprimento das leis e dos ritos religiosos. Ela, que adotava um com- portamento que feria os mais elementa- res princípios da religião. Os dois, no entanto, eram igualmente importantes para Jesus. Para ambos, Ele tinha uma mensagem relevante. Obser- ve como Jesus se dirige a eles de forma diferente, de acordo com a experiência de vida e o contexto de cada um. 1. O encontro de Jesus com Nicodemos - Leia joão 3.1-21 Este é um dos textos mais conhecidos do Novo Testamento. Sendo um impor- tante fariseu e doutor da lei, Nicodemos talvez tivesse um sentimento religioso profundo. Já tendo naturalmente ouvi- do falar do poder e da sabedoria de Je- sus, Nicodemos desejou conversar par- ticularmente com Ele. Escolheu a noite para encontrar-se com Ele, talvez para não arriscar sua reputação, já que era uma autoridade civil e religiosa, e Jesus sofria pressões por parte destas autori- dades. O Mestre se aproveitou da opor- tunidade para falar-lhe de temas muito importantes. Nesta conversa temos um dos versículos mais conhecidos do NT: João 3.16. ESTUDO 5 LEItURAS DIÁRIAS Segunda João 3.1-16 terça João 3.16-21 Quarta João 4.1-14 Quinta João 4.13-30 Marcos 1. 40-45 Sexta João 4.31-42 Sábado Romanos 5.1-11 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 23 | E N T R E v I S T A S D E J E S U S N O I N Í C I O D O S E U M I N I S T É R I O 24 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I Nesta palavra de Jesus a Nicodemos, temos ensinos importantes sobre a dou- trina da salvação. - O novo nascimento - Vs.3-7 O reino de Deus só poderá ser usufru- ído por alguém através de sua natureza espiritual, que só poderá ser gerada pela ação do Espírito Santo. E Jesus fala sobre isso a Nicodemos. - O Espírito Santo é quem opera o novo nascimento – Vs. 8-12 Esta ação é misteriosa, soberana e não se pode explicar por métodos lógi- cos e racionais. Jesus compara o Espírito Santo ao vento, mostrando que, como as pessoas em geral não conheciam e nem controlavam o vento, assim também a ação do Espírito Santo ultrapassa a nossa capacidade de compreender e controlar. A nós cabe responder aos anseios que Ele nos dá pelo que é espiritual, indo humil- demente a Ele para que seja gerada em nós esta nova vida. - Só a fé em Jesus pode operar o novo nascimento - Vs. 14-18 Usando a alegoria da serpente de cobre levantada no deserto por Moisés (Num.21.8-9), Jesus falou a Nicodemos que só no Filho de Deus há redenção para o pecador. Como aconteceuno de- serto, assim também todos que foram picados pela serpente do pecado (todos os seres humanos foram) deverão olhar com fé para o Filho de Deus levantado na cruz, fazendo-se pecado por todos. Só Ele nos poderá transmitir a cura, a salva- ção. Ao olharmos para Jesus, o Espírito Santo aponta o nosso pecado, fazendo- nos nascer de novo. Muitas vezes ficamos olhando para dentro de nós para verificarmos se te- mos fé. O que Jesus diz é que precisamos olhar e aceitar a providência de Deus: Sua graça infinita, oferecendo-se em nosso lugar. A fé vai chegando e crescendo, à medida que andamos com o Jesus dos Evangelhos, o Cristo vivo que, na pessoa do Seu Espírito, está entre nós. Aplicação a sua vida: Você deseja crer com maior profundidade? Como você de- monstra este desejo? - O pecado faz rejeitar a luz - Vs. 19-21 Este é um texto que fala sobre a luz e seus efeitos sobre a vida do pecador. Quem deseja esconder suas más ações, não querendo enxergá-las, não quer a luz em sua vida. Mas quem vive dentro da verdade, quer a luz, desejando enxergar suas más ações para que sejam corrigi- das. Jesus proclamou-se como a luz e a verdade. Se não queremos nos ver como pecadores, rejeitaremos a luz e não de- sejaremos a verdade; por conseguinte, Jesus está fora das nossas vidas. Quando recebemos Jesus, a Sua luz vai clareando a nossa compreensão para perceber melhor o amor, a justiça e a san- tidade de Deus, cujo caráter vai nos mos- trando como devemos ser e nos transfor- mando em direção a este alvo. A Sua luz faz com que enxerguemos a nós mesmos como frágeis pecadores, mas também como grandemente valiosos, amados pelo Senhor do universo, a quem pode- mos chamar de Pai, que nos quer trans- formar a cada dia, levantando-nos quan- E N T R E v I S T A S D E J E S U S N O I N Í C I O D O S E U M I N I S T É R I O | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 25 do caímos e nos ajudando a caminhar. E se somos Seus discípulos, podemos até falhar e cair, mas voltaremos para a luz, pois não desejaremos nunca mais viver sem ela. Jesus falou a Nicodemos sobre o novo nascimento que nos traz para um mun- do de luz. Cada um de nós tem a opção de vir para luz ou rejeitá-la. Não sabemos se o grande Nicodemos se tornou um discípulo de Jesus, mas o fato é que ele foi grandemente tocado pelo ensino do Mestre. Se quer saber mais sobre Nicode- mos, veja João 7.50-52 e 19.38-42. 2. O encontro de Jesus com a mulher sa- maritana - Leia joão 4.1-30 Este encontro de Jesus, tão diferente do encontro que vimos no item anterior, também nos ensina grandes e preciosas lições. - Versículos 4 a 6 Aí vemos a humanidade de Jesus se expressando em Seu cansaço junto ao poço de Jacó. Ao se despojar de Sua gló- ria, Jesus carregou todo o fardo da nossa humanidade: fome, sede, cansaço, dores, etc. A hora sexta era meio-dia, pois, os judeus contavam o dia, de seis horas da manhã às seis horas da tarde. Jesus esta- va cansado. Ali, todavia, Ele travaria con- tato com alguém muito importante. - Versículos 7 a 9 Esta mulher pouco valia para os ju- deus, mas vemos aí como Jesus age com as pessoas. Para Deus é o valor intrínseco do ser humano que importa, e não o va- lor que lhe dá a sociedade. Aplicação a sua vida: Como você valoriza o ser humano? De acordo com o valor que lhe dá o mundo, ou de acordo com o valor que Jesus lhe dá? Jesus quebrou aí vários tabus. Ele era um homem, um judeu, um rabi ou mestre. Um rabi não podia conversar publicamente com uma mulher; ela era samaritana, com quem os judeus não se comunicavam, a ponto de não usarem as vasilhas dos samaritanos (v.9); levava uma vida moral irregular, arriscando a reputação de quem tivesse contato com ela. Jesus conversou com aquela mulher por reconhecer ali um coração faminto do verdadeiro amor. - Versículos 10 a 15 Que sabedoria! Jesus parte de um tema conhecido e corriqueiro, chegan- do ao tema desejado: a água que satisfaz permanentemente. A mulher não per- cebe a alegoria, achando que Jesus está falando de uma água que substituiria a água que ela viera buscar. - Versículos 16 a 18 Jesus toca na ferida profunda da mu- lher porque a amava. Ela precisava saber que Ele conhecia sua vida e que mesmo assim não a desprezava. Que sua bus- ca constante por novos parceiros podia significar sede de um amor muito mais profundo. Ou talvez, já havendo sido rejeitada muitas vezes (o mais provável naquela época), sentia-se frustrada com o amor humano. Jesus sabia que só uma abertura ao amor de Deus, poderia mu- dar sua vida. | E N T R E v I S T A S D E J E S U S N O I N Í C I O D O S E U M I N I S T É R I O 26 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I - Versículos 19 a 26 A mulher busca um tema mais confor- tável e procura descobrir quem é Jesus. Às vezes é mais fácil trafegar pela via do conhecimento teológico do que encarar honestamente a nossa interioridade. Je- sus responde à mulher, ensinando-nos muitas lições, inclusive que a adoração não depende de lugar, nem de tempo, que Deus deseja adoradores sinceros, que O adorem em espírito e em verdade. Percebendo que a mulher estava pronta para ir adiante, Jesus lhe declara o que está no versículo 26. Será que nós temos a sabedoria de abordar a pessoa de acordo com sua cir- cunstância? De conduzir a mensagem de modo que ela perceba o cerne do Evangelho, que é livrar o ser humano da alienação em que vive, levando-o a co- nhecer a Deus e a si mesmo? Ao chegarem, os discípulos se ad- miraram de que Jesus conversasse com uma mulher, mas não lhe fizeram per- guntas (v.27). E a mulher samaritana convidou muitos da sua cidade a virem a Jesus. E eles não apenas vieram, como alguns creram ser Jesus o Salvador do mundo (vs. 30,39,40,41). Aplicação a sua vida: Os discípulos apren- diam a cada dia, em seu caminhar com Je- sus. E você, o que tem aprendido? Como deseja vivenciar tal aprendizado? CONCLUSãO - Jesus se dirige a cada um, respei- tando a sua individualidade ao lhe trans- mitir os ensinamentos do Evangelho. Temos nós procurado apresentar o Evan- gelho de acordo com as características pessoais daqueles a quem nos dirigimos? - Pensar que Jesus, tão reticente como era, não desejando revelar logo a sua identidade, revelou-a a esta mulher (v.26) ... Aplicação a sua vida: Percebendo a forma de agir de Jesus, é possível a um seguidor Seu tratar a qualquer ser humano com des- prezo ou discriminações? Como você vê seu modo de agir, diante disso? Viver na luz nem sempre é cômo- do, mas produz correção, crescimento, alegria... “Deus é luz e n’Ele não há treva alguma” (I Jo. 1.5). R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 27 ESTUDO 6 jEsus E o EstaBElEcimEnto do rEino (O ministério galileu: curas e sinais - 1ª Parte) INtRODUÇãO Jesus desempenhou o Seu ministério em várias regiões da Palestina, mas foi na Galileia que Ele esteve a maior parte do tempo. Era a Sua terra. Ali viveu a infân- cia com os pais, na cidade de Nazaré. Ali realizou seu primeiro milagre, em Caná. Ali estabeleceu a base do Seu ministério, em Cafarnaum, à margem do mar da Ga- lileia. Ele não tinha casa propriamente sua. Estudiosos creem que em Cafarnaum, ele ficou na casa de Pedro que devia morar aí, pois pescava no mar da Galileia quan- do Jesus o chamou. E foi aí que Jesus curou a sogra de Pedro. Vejamos neste estudo alguns feitos de Jesus na Galileia. 1. O início do ministério galileu - Leia Mateus 4.12 a 25 Vemos neste texto que depois da pri- são de João Batista, Jesus foi para a Ga- lileia. Deixando a cidade de Nazaré, foi para Cafarnaum, onde estabeleceu suaresidência (v.13). Na Galileia Jesus começou a pregar a chegada do reino de Deus, que n’Ele tinha o seu cumprimento (vs.14-17), se- gundo Isaias 9.1-2. Muito se tem discu- tido a respeito do que significa reino de Deus ou reino do Céu. Estudiosos escla- recem que reino de Deus ou reino do Céu significa o governo divino sobre nós e em nenhum ser humano o governo de Deus se estabeleceu de forma absoluta, como na pessoa de Jesus. E onde há o governo de Deus, aí se estabelecem a paz, o amor, a justiça, a misericórdia e tudo que faz parte do caráter e do agir de Deus. O reino de Deus tem uma dimensão passada, presente e futura. O reino já LEItURAS DIÁRIAS Segunda Mateus 4.12-25 terça Marcos 1.21-28 Quarta Marcos 1. 29-39 Quinta João 1.40-45 Sexta Marcos 2.1-12 Sábado Atos 10.34-38 R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 27 | J E S U S E O E S T A B E L E C I M E N T O D O R E I N O 28 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I veio, está vindo e virá. Já veio, ao reve- lar-se Deus de forma crescente, até à Sua manifestação plena e absoluta na pessoa de Seu Filho Jesus. Está vindo sempre que alguém permite que Deus reine so- bre a sua vida ou que contribui para que a vontade d’Ele se estabeleça no mundo. E virá um dia, quando o reino se estabe- lecer em plenitude, no final dos tempos. A missão dos cristãos é lutar para que o reino de Deus se estabeleça nos cora- ções e na sociedade em geral. Aplicação a sua vida: Como seguidor de Jesus Cristo, que atitudes suas demonstram seu desejo de que a vontade de Deus se es- tabeleça no meio em que você vive? Logo no início do Seu ministério na Galileia, Jesus chamou quatro discípulos que eram pescadores - dois pares de ir- mãos: Pedro e André e também Tiago e João (vs.18-22). Eles deixaram suas ativi- dades para seguir a Jesus. Seriam prepa- rados para ajudar no estabelecimento do reino de Deus nos corações. O versículo 23 faz como que um re- sumo do ministério na Galileia.: ensino, pregação e cura das pessoas em geral. O trabalho de Jesus sempre visou ao alívio dos sofrimentos físicos e emocionais do ser humano, o desenvolvimento de sua mente e, sobretudo, o benefício de sua vida espiritual pela comunhão com o Pai Eterno. Esta deve ser a plataforma de tra- balho dos Seus seguidores, para ver cum- prida a vontade de Deus de que o Seu rei- no de justiça e paz vá se estabelecendo por este mundo, mesmo em meio a tan- tos males resultantes do pecado. Os últimos versículos deste texto fa- lam que as multidões seguiam a Jesus. Muitos O seguiam apenas com o desejo de ver satisfeitas suas necessidades físi- cas. Outros, no entanto, queriam saciar necessidades emocionais e espirituais. Ele não os separava, a todos atendendo com compaixão, pois, o reino de Deus visa ao benefício do ser humano em to- dos os seus aspectos. Aplicação a sua vida: Você é um represen- tante do reino de Deus, desejando estabe- lecê-lo onde está? Como você pode fazer isto? 2. Jesus atendeu o ser humano em sua integralidade - Leia Marcos 1.21 - 45 - 1.21 - Uma parte importante da missão de Jesus era o ensino. Ele se di- rigia à mente das pessoas, falando-lhes muitas vezes por parábolas ou fazendo- lhes perguntas que as levavam a pensar. Deus quer o desenvolvimento da nossa mente, pois foi Ele mesmo quem a criou. Se a nossa religiosidade se baseia apenas em emoções ou numa credulida- de ingênua, desvinculada do nosso pen- sar, alguma coisa nela está errada. Aplicação a sua vida: Está você interessa- do em desenvolver seu conhecimento de Deus, do mundo, de você mesmo? O que você está fazendo, para que isto aconteça? - 1.22 - A autoridade de Jesus era reconhecida por todos. As pessoas esta- vam acostumadas com mestres que sa- biam de cor as Escrituras e as recitavam mecanicamente, mas não com alguém em quem religião e vida se misturavam tão profundamente. Temos nós a autoridade de quem crê, sente e vive aquilo que prega? É assim com você? J E S U S E O E S T A B E L E C I M E N T O D O R E I N O | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I | 29 - 1.23-28 - Jesus confrontava os de- mônios que revelavam saber muito bem quem Ele era. E Sua fama se espalhava (V. 28). - 1.29-45 - Neste texto, podemos observar coisas importantes. a) Jesus curou a sogra de Pedro e muitos outros (vs. 29-34). b) Em meio a tantas atividades, Je- sus se dedicava à oração para cumprir o Seu ministério (v.35-39). c) Jesus era sempre impulsionado pela compaixão que sentia pelas pesso- as que sofriam (vs.40-41). O leproso era discriminado e ninguém se aproximava dele. Jesus tocou-o sem qualquer discri- minação. d) Jesus mandou que o leproso cura- do não divulgasse a sua cura e fosse ao sacerdote para que este atestasse a au- sência de lepra nele (v.44). Era a orienta- ção judaica na época. O sacerdote fazia o papel do médico. O suspeito de estar com lepra deveria ficar isolado, ser exa- minado até que o sacerdote desse o seu veredito, declarando-o curado; após as ofertas e rituais, ele o liberava para o con- vívio social (Nm.13.9-11). Hoje as pes- soas deveriam ser enviadas aos médicos para que se averiguasse a autenticidade de supostos milagres, você não acha? Quantas lições para nós neste texto, hein? 3. Cresce a popularidade de Jesus - Leia Marcos 2.1-12 A popularidade de Jesus crescia e as multidões O cercavam por onde fosse. Neste texto, um paralítico é trazido até Jesus pelos seus solidários amigos que o desceram pelo telhado. Vendo a fé deles e visando à cura espiritual do paralítico, Jesus perdoa os seus pecados. Estaria Jesus desejando mostrar a possibilidade de a paralisia daquele ho- mem ser resultante de seus sentimentos de culpa pelos pecados? Jesus não enca- rava a doença como resultante do peca- do do doente ou de seus familiares. Ele disse isso em João 9.2-3. O que Jesus parece mostrar aqui é que mais do que da sua cura física, aque- le homem precisava ser liberto do seu pecado. Os escribas, então, O acusam de blasfêmia. Realmente, para quem não cria na divindade de Jesus, só restava achá-lo presunçoso e blasfemo. Não é este um argumento com o qual se pode combater a ideia de que Jesus foi um ser iluminado, de grandes virtudes morais e espirituais, mas não era Deus? Ou Ele era Deus, ou men- tiu a respeito de Si mesmo, enganando as pessoas. Neste caso, onde estariam Suas virtudes morais? CONCLUSãO Vimos neste estudo o começo do ministério de Jesus na Galileia, onde Ele passou o maior tempo de Sua vida. Nesta terra está o Mar de Tiberíades ou da Galileia, cenário de muitos aconte- cimentos da Sua vida ministerial. Ali Ele proferiu o Sermão do Monte e muitos outros ensinos. Ali estão cidades como Cafarnaum, Nazaré, Caná, Betsaida, Naim, etc, onde fatos importantes ocor- reram. Jesus começou o Seu ministério di- zendo que o Reino de Deus havia chega- do. A Sua vida acompanhada de todos os Seus sinais e também do Seu ensino, atestava isto. 30 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S I I ESTUDO 7 o amor dE jEsus nÃo discrimina (O ministério galileu: curas e sinais - 2ª Parte) INtRODUÇãO Veremos neste estudo, em alguns tex- tos de Marcos e Lucas, mais alguns sinais do ministério de Jesus na Galileia: mila- gres envolvendo tanto a área física quan- to a área espiritual do ser humano, tanto judeus como gentios, tanto ricos como pobres, tanto o homem como a mulher. O Filho de Deus não discriminava pesso- as, espalhando entre todos as Suas bên- çãos. Jesus sempre sentia compaixão pe- los sofredores e era está a Sua motivação para agir em favor deles. Não esperava agradecimentos, nem que as pessoas
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