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Projeto de monografia - A EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E A RECUSA À TRANSFUSÃO SANGUÍNEA POR CONVICCÕES RELIGIOSAS

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FACULDADES INTEGRADAS DE CARATINGA
LUÍLA ARÊDES MARTINS VIEIRA
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CARATINGA
2015
LUÍLA ARÊDES MARTINS VIEIRA
 .
Projeto de Pesquisa apresentado à banca examinadora do Curso de Direito das Faculdades Integradas de Caratinga-FIC, como exigência para aprovação na disciplina de Monografia Jurídica I, requisito parcial de obtenção do grau de Bacharel em Direito. 
CARATINGA
2015
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO TEMÁTICA.................................................................... 
2 TEMA............................................................................................................
3 PROBLEMA..................................................................................................
4 HIPÓTESE.....................................................................................................
5 MARCO TEÓRICO........................................................................................
6 OBJETIVO GERAL.......................................................................................
7 OBJETIVO ESPECÍFICO..............................................................................
8 PROBLEMATIZAÇÃO..................................................................................
9 JUSTIFICATIVA...........................................................................................
10 METODOLOGIA.......................................................................................
11 CRONOGRAMA......................................................................................
12 SUMÁRIO HIPOTÉTICO..........................................................................
13 REFERÊNCIA BIBLIOFRÁFICA.....................................................................
1 APRESENTAÇÃO TEMÁTICA
O presente trabalho objetiva discutir, por meio de entendimentos doutrinários e jurisprudenciais, 
Palavras chave: Testemunhas de Jeová, Autonomia privada, Direito a vida, Liberdade religiosa.
2 TEMA
Transfusão sanguínea e a eficácia horizontal e vertical dos direitos fundamentais.
3 PROBLEMA
A carta constitucional de 1988 prioriza o direito a vida e a liberdade religiosa como direitos fundamentais. Diante destas proteções constitucionais, no caso de recusa a transfusão sanguínea por pessoas que seguem a religião testemunhas de Jeová, há um caráter prevalente em algum destes direitos que faria com que um deles sobrepusesse ao outro? Ou seja, em caso de recusa do paciente à transfusão sanguínea em nome da religião, como preceder: mantem-se a autonomia privada ou sucumbe-se ao direito a vida?
4 HIPÓTESE 
5 MARCO TEÓRICO
	Buscando responder à hipótese de pesquisa, levanta-se como marco teórico as ideias sustentadas por Luís Robert Barroso em seu texto: “Legitimidade da recusa de transfusão de sangue por testemunhas de Jeová. Dignidade humana, liberdade religiosa e escolhas existenciais”, o qual se expressa: 
“(...) É legítima a recusa de tratamento que envolva a transfusão de sangue, por parte das testemunhas de Jeová. Tal decisão funda-se no exercício de liberdade religiosa, direito fundamental emanado da dignidade da pessoa humana, que assegura a todos o direito de fazer suas escolhas existenciais. Prevalece, assim, nesse caso, a dignidade como expressão da autonomia privada, não sendo permitido ao Estado impor procedimento médico recusado pelo paciente. Em nome do direito à saúde ou do direito à vida, o Poder Público não pode destituir o indivíduo de uma liberdade básica, por ele compreendida como expressão de sua dignidade. Tendo em vista a gravidade da decisão de recusa de tratamento, quando presente o risco de morte, a aferição da vontade real do paciente deve estar cercada de cautelas. Para que o consentimento seja genuíno, ele deve ser válido, inequívoco e produto de uma escolha livre e informada.”[1: BARROSO, Luís Roberto. Direitos do Paciente. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.]
6 OBJETIVO GERAL
	Analisar a eficácia horizontal e vertical do direito à vida e do direito á liberdade religiosa, no caso concreto da recusa de transfusão de sangue por testemunhas de Jeová.
7 OBJETIVO ESPECÍFICO
Investigar a eficácia vertical e horizontal dos direitos fundamentais, bem como sua aplicação.
Selecionar os posicionamentos doutrinários, bem como o apontamento de correntes jurídicas distintas sobre o tema em epígrafe por meio de levantamento bibliográfico e revisão de literatura.
Analisar os princípios fundamentais do direito à vida e à liberdade religiosa.
8 PROBLEMATIZAÇÃO
A Constituição Federal de 1988 assegura a todos os brasileiros o exercício dos direitos sociais e individuais, tendo como valores supremos a liberdade, a segurança, o bem-estar, a igualdade, o desenvolvimento e a justiça, a fim de que se tenha uma sociedade fraterna e justa. Vale ressaltar, que os direitos fundamentais são valores máximos do ordenamento jurídico, subordinando a sociedade como um todo. No presente trabalho examinaremos dois destes direitos, o direito è vida e o direito à liberdade religiosa. [2: P.135 BRANCO]
Em seu artigo 5º, caput, a CF/88 estabelece a inviolabilidade do direito à vida, ou seja, tanto o Estado de Direito quanto os particulares devem se privar da realização de procedimentos que possam atentar contra o direito à vida. Em regra, a humanidade compartilha o sentimento de que a vida é um bem de valor inestimável. Ocorre, porém, que mesmo sendo reconhecido como o mais importante dos direitos fundamentais, admite-se também que, como qualquer outro direito, ele não é absoluto, assim, tem-se que ele não é soberano, nem sempre prevalecerá sobre os demais direitos, a depender do caso concreto.[3: P.360 BARROSO][4: P. 361 BARROSO]
O direito à liberdade religiosa veio privilegiada no texto constitucional. O artigo 5° da CF/88 a traz em três incisos, sendo eles:
“(...) VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;  
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;  
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; (...)”[5: CF/88]
Nesse seguimento, destaca Paulo Gustav Gornet Branco: 
“(...) A constituição assegura a liberdade dos crentes, porque toma a religião como um bem valioso por si mesmo, e quer resguardar os que buscam a Deus de obstáculos para que pratiquem s seus deveres religiosos.”[6: P. 319 BRANCO]
Ante o exposto, a liberdade de religião, conforme o dispositivo constitucional, não abrange apenas o direito de crer em uma doutrina, mas também o de exercer os preceitos da fé professada em todos os aspectos da vida.
 Testemunhas de Jeová
Pesquisar sobre a religião
Segundo os praticantes da religião, tanto o velho quanto o novo testamento ordenam a abstenção de sangue, mas precisamente nos livros de Gênesis capítulo 9, versículo 4; Levítico capítulo 17, versículo 10; Deuteronômio capítulo12, versículo 23 e Atos capítulo 15, versículos 28 e 29. Além de o sangue representar para eles a vida, portanto, a transfusão é considerada um ato de desobediência e desrespeito a Deus. [7: Ensinamentos Bíblicos, disponívelem http://www.jw.org/pt/testemunhas-de-jeova/perguntas-frequentes/por-que-testemunhas-jeova-nao-transfusao-sangue/#?insight[search_id]=f0535462-43aa-4ad6-851c-ad0508b05ea5&insight[search_result_index]=5]
Portanto, nessa situação em que um paciente recusa o tratamento à base de sangue e seu médico insiste nele, surge um conflito, que precisa ser solucionado pelos princípios da bioética e do ordenamento jurídico vigente.
Com o início da bioética, na década de 70, surgiram os princípios éticos nos quais ela se baseia, sendo eles: o princípio da beneficência; o princípio da não maleficência, o princípio da autonomia e o princípio de justiça. Aprofundaremos, entretanto, apenas no estudo dos princípios da beneficência e da autonomia, que se destacam na análise do caso em tela. 
O princípio da beneficência, expresso no artigo 2º do Código de Ética Médica Brasileiro, tem em seu significado fazer o bem, prevenir e retirar danos, preservando-se a integridade e o direito à vida dos que a elas são submetidas. Fundada neste princípio, até meados do século XX, a ética exigia dos médicos uma postura paternalista, onde havia uma interferência do profissional de saúde sobre a vontade de pessoa autônoma, segundo seu saber e razão, exclusivamente, ao bem-estar, alegria, necessidades, interesses ou valores da pessoa que está sendo tratada. [8: “II - O alvo de toda a atenção do médico  é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional”. Código de Ética Médica, disponível: http://www.portalmedico.org.br/novocodigo/integra.asp]
Contudo, este princípio não é absoluto e tem sua limitação na vontade do paciente.
Neste sentido, o paciente tem o direito de consentir ou recusar qualquer proposta de caráter preventivo, diagnóstico ou terapêutico que afetem ou venham a afetar sua integridade físico-psíquica ou social. Sendo resguardado esse direito constitucionalmente, pelo fato de que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. O consentimento deve ser dado de forma livre, conscientemente, sem ser obtido mediante práticas de coação física, psíquica ou moral ou por meio de simulação ou práticas enganosas, ou quaisquer outras formas de manipulação impeditivas da livre manifestação da vontade pessoal. Destaca-se assim, que este consentimento é o reconhecimento da autonomia do indivíduo, e esta se manifesta na possibilidade de querer ou não alguma coisa.
Pelo princípio da autonomia... conceituar e explanar em relação à autonomia 
O respeito à esta autonomia da pessoa conjuga-se com o princípio da dignidade da pessoa humana, um dos fundamentos da nossa Constituição Federal. Ensina-nos Ingo Wolfgang Sarlet:
“(...) a dignidade da pessoa humana é simultaneamente limite e tarefa dos poderes estatais e, no nosso sentir, da comunidade em geral, de todos e de cada um, condição dúplice esta que também aponta para uma paralela e conexa dimensão defensiva e prestacional da dignidade. Como limite, a dignidade implica não apenas que a pessoa não pode ser reduzida à condição de mero objeto da ação própria e de terceiros, mas também o fato de a dignidade gerar direitos fundamentais (negativos) contra atos que a violem ou a exponham a graves ameaças. Como tarefa, da previsão constitucional (explícita ou implícita) da dignidade da pessoa humana, dela decorrem deveres concretos de tutela por parte dos órgãos estatais, no sentido de proteger a dignidade de todos, assegurando-lhe também por meio de medidas positivas (prestações) o devido respeito e promoção”.[9: P.378 SARLET texto dimensões]
O direito à vida digna decorre da necessidade de respeito à integridade física, psíquica e intelectual do indivíduo, relacionando-se, também, à proteção da igualdade e da liberdade do ser humano. E como é um valor inerente de cada pessoa fica difícil estabelecer um padrão, pois cada indivíduo difere em valores e conceitos pessoais. Não é possível que um terceiro, determine o que seria digno para o indivíduo. Somente ele pode estabelecer o que seria uma vida digna para si. [10: BARROSO]
Sendo assim, a dignidade da pessoa humana contempla de maneira ampla a autonomia da pessoa. Quando há a recusa de um determinado tratamento, o indivíduo está exercendo sua autonomia e o seu próprio direito à vida. Logo, a liberdade religiosa e a escolha de tratamento médico são desdobramentos constitucionais, sendo impossível haver choque entre eles.
 Eficácia dos direitos fundamentais
Eficácia vertical 
Eficácia horizontal
 Legitimidade da recusa
9 JUSTIFICATIVA
	Ganho jurídico
Quanto ao ganho jurídico, é necessário convencer o leitor sobre a relevância da investigação do tema para o aprimoramento da ciência jurídica, favorecendo a construção de propostas ou reforço de correntes doutrinárias já existentes. Em suma, deve-se apontar qual a contribuição da pesquisa para o Direito. 
	Ganho social
O ganho social implica na necessidade de contribuição da pesquisa para o interesse da própria sociedade. Desse modo, abarca quais as vantagens para a sociedade advindas a partir da realização do estudo do tema de pesquisa. 
	Ganho acadêmico
Por derradeiro, o ganho pessoal (também chamado de acadêmico) deve justificar a contribuição da pesquisa no que tange à aquisição de conhecimentos específicos que corroborem à formação profissional do pesquisador.
10 METODOLOGIA
O presente projeto de monografia tem como metodologia, a pesquisa teórico dogmática, tendo em vista a análise das discussões doutrinárias e a investigação da legislação aplicada ao tema.
No que tange aos setores de conhecimento, conclui-se que a pesquisa em tela possui uma visão interdisciplinar, uma vez que abarca informações envolvendo ramos científicos distintos, como o Direito Civil, o Direito Constitucional, a Bioética e o Biodireito.
A monografia, cujo projeto ora se apresenta, será dividida em ______ capítulos. O primeiro deles, intitulado _________abordará _______________. O segundo capítulo, sob o título _______________, analisará _______________. O terceiro capítulo, denominado ________________, tratará ________________. Por fim, o capítulo final, tendo por título _______________, esboçará _______________.
11 CRONOGRAMA
	
Atividades
	
Período
	
	Ago/2015
	Set/2015
	Out/2015
	Nov/2015
	Dez/2015
	Revisão Bibliográfica
e coleta de dados
	
	
	
	
	
	Processamento dos 
Dados
	
	
	
	
	
	Redação do texto final 
da monografia
	
	
	
	
	
	Depósito e defesa da 
Monografia
	
	
	
	
	
12 SUMÁRIO HIPOTÉTICO
13 REFERÊNCIAS BIBLIOFRÁFICAS
BARROSO, Luís Roberto. Direitos do Paciente. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.
MEIRELES, Rose Melo Venceslau. Autonomia privada e dignidade humana. Rio de Janeiro: Editora Renovar, 2009.
NAMBA, Edison Tetsuzo. Manual de bioética e biodireito. São Paulo: Editora Atlas, 2009.

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